radiocomunicaÇÃo digital

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COMO GERENCIAR PROJETOS

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  • SO PAULO2013

    DANE AVANZI

  • DEDICATRIA

    Dedico este livro a meu pai, Dary Bonomi Avanzi.Comeou sua carreira como radiotelegrafista de es-trada de ferro e est na ativa at hoje, atualizado e renovado a cada dia.Fundador do Grupo Avanzi, me prescreveu na prtica cotidiana os ensinamentos que ora compartilho com os leitores deste livro.Ensina como um mestre. Presto homenagem tambm a dois monumentos das telecomunicaes brasileiras:Padre Roberto Landell de Moura, o inventor do rdio, e Cndido Mariano da Silva Rondon, o marechal dos sertes.O esprito desbravador une meus trs homenageados.Sou fascinado pela histria dos Bandeirantes.Mas s recentemente descobri que a data consagrada aos heris paulistas 14 de novembro.O dia em que nasceu meu pai.

    Nada por acaso.

  • ndice 1 2

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  • HistriaTelgrafo, Telex e cabo submarino

    Conceitosde radiocomunicao

    Radiocomunicaoconvencional

    Perifricosas estrelas ocultas

    Conceitosimportantes

    Sistemasde radiocomunicao

    Tecnologiadigital

    Radiocomunicaodigital: a nova fronteira

    Tecnologiawireless

    Sustentabilidadee meio ambiente

    Demandasdo mercado de radiocomunicao

    Normasreguladoras

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  • 7Aps muitos anos no setor de telecomunicaes, testemunho o sur-gimento de uma obra indita e til aos profissionais deste segmento, assim como a alunos e professores de cursos tcnicos. O livro nos conduz a uma viagem dos primrdios aos avanos da tecnologia que suporta o complexo de telecomunicao brasileiro.

    Estimo que no Brasil exista um nmero expressivo de usurios desses servios, considerando pessoas fsicas, empresas de todos os portes e os mais variados segmentos empresariais, como taxistas, transportadores areos e terrestres. Ressalte-se ainda que, entre outras virtudes, esses usurios recolhem muitos impostos e tributos e alimentam a mquina eletrnica brasileira que troca informaes e estabelece laos.

    O autor usa uma linguagem objetiva e de fcil assimilao, tecnica-mente perfeita. Abrange todas as modalidades de servios e estabelece uma clara dimenso do tamanho e da importncia dessas faixas espectrais, que contribuem para o desenvolvimento do pas.

    Deste modo, me sinto confortvel para falar do autor - um homem justo e de princpios. Profissional dedicado, honesto, tico e preocupado com a sociedade. Dedicado luta pela organizao do setor h muito tempo e que hoje v seus frutos vingarem. Procede de uma famlia com tradio no ramo e que sempre atuou em sintonia fina com os rgos de telecomu-nicao do pas.

    Enfim, temos em mos uma obra indispensvel aos profissionais do setor, que, desde j, passa a ser uma referncia bibliogrfica.

    Dr. Everaldo Gomes FerreiraGerente Regional da Anatel no estado de So Paulo

    PREFCIO

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    Engenheiro francs Claude Chappe

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    SINERGIA E PRODUTIVIDADE

    HISTRIATELGRAFO, TELEX E CABO SUBMARINO1

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    1. TELGRAFOO telgrafo o av dos transceptores. O primeiro aparelho era visual

    e possua um sistema de painis desenvolvido no incio da dcada de 1790, pelo engenheiro francs Claude Chappe. Transmitia letras, palavras e fra-ses por meio de um cdigo visualizado, a partir de trs rguas de madeira articuladas e colocadas na parte alta de um poste ou edifcio.

    A primeira linha desse tipo de telgrafo surgiu em 1794. Ligava Paris a Lille, distantes 225 km. Esse sistema teve larga difuso no sculo XVIII e princpios do sculo XIX, na Frana e outros pases. Um desses telgrafos ticos de semforos foi instalado no alto das torres da igreja de Saint-Supilce, em Paris, e usado para transmitir notcias das campanhas napolenicas. Dependia das condies naturais de visibilidade. Mesmo porque o telgrafo propriamente dito s foi possvel graas aos avanos nas reas da eletricidade e do magnetismo.

    Em 1747, William Watson demonstrou na Inglaterra que a corrente eltrica podia ser transmitida a uma considervel distncia, por meio de um fio metlico, cujas extremidades, ligadas terra, formavam um circuito.

    Em fins do sc. XVIII, ocorreu outro avano. Os italianos Luigi Galvani e Alessandro Volta fizeram experincias que revolucionaram as concepes sobre a eletricidade e seus efeitos. Galvani descobriu que, por um condutor eltrico, era possvel enviar uma corrente direta ou contnua, gerada pela juno de dois metais diferentes. Entre eles, existia certa substncia mida. Em seguida, baseado nesses princpios, Volta apresentou uma bateria eltrica, que se tornou conhecida como a pilha voltaica ou pilha de Volta. Em resumo, o italiano inventou a pilha eltrica.

    Em 1795, o mdico espanhol Francisco Salv y Campillo, de Barcelona, provou que as correntes voltaicas poderiam servir para a emisso de sinais e se tornou um dos pioneiros na aplicao prtica da eletricidade para fins de comunicao.Salv inventou tambm um tipo de telgrafo eltrico consti-tudo de fios (cada um correspondendo a uma letra), por vasos de gua nas extremidades e por uma pilha de Volta. A letra transmitida era detectada pela formao de bolhas gasosas produzidas no vaso. As bolhas eram obtidas por eletrlise da gua. Com este sistema, o mdico catalo conseguiu enviar mensagens a um quilmetro de distncia.

    Em 1819, o fsico e qumico dinamarqus Hans Christian rsted des-cobriu que a agulha magntica poderia ser defletida mediante a passagem de uma corrente eltrica por um fio suficientemente prximo. Verificou

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    tambm que a deflexo variava para a esquerda ou para a direita, conforme o sentido da corrente. A ao da corrente eltrica no magneto foi aplicada pela primeira vez telegrafia pelo fsico e matemtico francs Andr-Marie Ampre, em 1820. Segundo o cientista, pequenos magnetos instalados na extremidade de recepo de 26 fios poderiam ser usados para indicar as letras do alfabeto. Em sua homenagem, foi dado o nome de ampre (smbolo: A) unidade de medida da intensidade da corrente eltrica.

    O diplomata e baro russo Pawel Schilling inventou um sistema de telgrafo eltrico mais inovador em 1832. Precisava apenas de seis fios, ao contrrio dos anteriores. As letras transmitidas eram detectadas pelo movi-mento de agulhas magnticas colocadas sobre bobinas. Ao serem percorridas por corrente, as bobinas produziam campos magnticos que faziam desviar as agulhas (Lei de Ampre).Um ano depois, os fsicos alemes Johann Carl Friedrich Gauss e Wilhelm Webber tambm fizeram funcionar um telgrafo, baseado nos movimentos da agulha magntica.

    O ingls William Cook viu uma demonstrao do telgrafo de Schilling em Heidelberg, na Alemanha, em 1836, e construiu vrios aparelhos seme-lhantes, em sociedade com Charles Wheatstone, professor do Kings College, de Londres. O primeiro telgrafo desenvolvido patenteado por eles tinha seis fios e cinco agulhas magnticas. Da o nome de telgrafo de cinco agulhas. As agulhas eram acionadas por eletroms. Duas agulhas de cada vez, pois cada letra era definida por uma dupla de agulhas. Esse sistema foi usado em 1839 na Inglaterra, entre as localidades de Paddington e West Drayton, numa distncia de 21 km, servindo para informar as posies de comboios. Tornou-se o primeiro servio telegrfico comercial e entrou para a Histria como pioneiro no uso comercial da eletricidade.

    Mais tarde, os ingleses Willian Fothergill Cook e Charles Wheatstone criaram um telgrafo mais simples, com duas agulhas. A mquina podia transmitir at 22 palavras por minuto. Porm, foi um pintor chamado Sa-muel Finley Breese Morse, filho de um pastor protestante do estado norte-americano de Massachusetts, quem inventou um sistema mais prtico. Era assim: um interruptor, um eletrom e um fio. E deu-se uma revoluo.

    2. CDIGO MORSEA faanha comeou em outubro de 1832, quando Samuel Morse pro-

    jetou a construo de um aparelho telegrfico e estabeleceu seus princpios: cdigo de pontos, traos e intervalos, com base na presena ou ausncia de

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    impulsos eltricos. Havia se inspirado nas experincias do ingls Michael Faraday sobre eletromagnetismo, depois de voltar de viagem da Europa para os Estados Unidos.

    Trs anos depois, Morse construiu um modelo experimental de sua engenhoca, no qual a ao mecnica de um eletrom movimentava uma alavanca que suportava um lpis. A passagem de impulsos eltricos pelo eletrom fazia com que o lpis se movesse na superfcie de uma fita de papel, apoiado sobre um cilindro. medida que a fita avanava sobre o cilindro, o lpis ia traando uma linha ondulada, que incorporava o cdigo ou o chamado alfabeto de Morse. Os pontos correspondiam a uma ao breve sobre o eletrom, o trao, a uma ao mais longa e o espao, a uma pausa.

    Na sequncia de suas experincias, o inventor viu que a corrente el-trica perdia muito de sua intensidade depois de passar por um condutor de 30 km de comprimento, tornando-se fraca demais para fazer funcionar o aparelho receptor. Ajudado por Leonard Gole e Joseph Henry, Morse cons-truiu um aparelho auxiliar. Instalado num ponto intermedirio da linha, a mquina repetia os sinais automaticamente, permitindo que eles chegassem ao fim com boa intensidade. Com o emprego de vrios desses aparelhos, a linha condutora podia ser dividida em lances e alcanar a distncia desejada.

    Em seguida, Morse aperfeioou o aparelho. Em 1844, enviou o primeiro telegrama entre Washington e Baltimore, numa distncia de 64 km, usando cdigo recm-criado. O sistema de Morse fez o telgrafo deslanchar de tal modo que em 1852 j havia 64 mil km de linhas telegrficas no mundo. Na sequncia, o ingls Wheatstone construiu o primeiro telgrafo ABC, com um fio, um eletrom e um disco que indicavam as letras recebidas e logo depois modificou o modelo para imprimir as letras numa tira de papel.Em 1855, o professor ingls Davis Hughes inventou o telgrafo impressor, formado por um teclado no lado emissor (no qual cada tecla correspondia a uma letra) e por uma mquina impressora no lado receptor.

    Wheatstone prosseguiu em suas pesquisas. Em 1858, incluiu uma perfu-radora de fita de papel no aparelho de Morse, alcanando quase 600 palavras por minuto, pois as mensagens eram perfuradas na fita antes de serem en-viadas. O telgrafo duplex do norte-americano Joseph B. Stearns chegou para permitir a transmisso de duas mensagens simultneas pela mesma linha, uma em cada sentido. E o francs Jean-Maurice-mile Baudot deu o passo seguinte inventando o telgrafo multiplex (transmisso de duas ou mais mensagens ao mesmo tempo, por uma mesma linha e no mesmo sentido).

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    SINERGIA E PRODUTIVIDADE

    Surgiu, em 1915, um sistema que dava conta do servio nas duas pontas. Tinha um teclado acoplado na recepo e outro na mquina per-furadora de fita. Na inveno de dois cientistas (o ingls Frederick George Creed e o norte-americano Edward Ernst Kleinschmidt), a fita era lida por uma decifradora que imprimia a mensagem em outra fita gomada de papel. Essa fita, em seguida, era colada num papel e entregue ao destina-trio. Quinze anos depois, a empresa norte-americana AT&T (American Telephone and Telegraph) criou um sistema de comunicao utilizando uma mquina de escrever telegrfica (TWX) ou tele-impressora, permi-tindo escrever em folha de papel.

    Depois, apareceram em cena dois gnios. O italiano Guilhermo Marconi criou a telegrafia sem fio (que trouxe segurana para as viagens martimas, pelo constante contato entre os barcos) e o fsico alemo Hein-rich Rudolf Hertz (descobridor das ondas eltricas, anlogas s lumino-sas, e hoje conhecidas como ondas hertzianas). Tomadas como fonte de estudo para Marconi, tais descobertas resultaram na radiotelegrafia. Fazendo experincias em seu jardim, em pouco tempo o fsico italiano conseguiu enviar despachos de um extremo a outro. Assim, Marconi demonstrou a possibilidade de transmitir sinais telegrficos a grandes distncias, estabelecendo comunicao entre Europa e Estados Unidos, via Oceano Atlntico.

    Com os aperfeioamentos, entre o sculo XVIII e meados do sculo XIX, o telgrafo se transformou no nico meio rpido de comunicao dis-ponvel, at que o advento e a difuso do telefone decretaram seu declnio no sc. XX.

    Apenas em princpios do sc. XX, os sistemas telegrficos impresso-res se tornaram recursos de uso geral. Eles podem ser classificados em trs grandes categorias:

    1 - sinais registrados em cdigo a serem decifrados2 - mensagens sadas do aparelho receptor em forma impressa3 - reproduo fac-similar do originalOs sistemas telegrficos impressores modernos utilizam uma combina-

    o permutadora de cinco unidades. Nesses sistemas so transmitidos cinco impulsos para cada um dos caracteres, que podem ser seletivos ou no. Assim, possvel obter 32 combinaes diferentes, das quais 26 so correspondentes s letras do alfabeto, deixando-se uma para o estado de repouso e cinco para funes diversas, tais como espaos, mudana de cifras, de letra etc.

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    H tambm o sistema de telefoto. Consiste na transmisso de ima-gens ou fotos distncia, associada telegrafia. Um pincel luminoso ex-plora todos os pontos da imagem que uma clula fotoeltrica traduz em correntes variveis. Elas so transmitidas estao receptora na qual, em sincronismo, se reconstitui o original por processo inverso.

    A inveno e o aprimoramento tcnico do telefone trouxeram um lote de novos recursos tecnolgicos para a telegrafia, especialmente no campo da transmisso de informao em alta velocidade. Outro importan-te progresso para a telegrafia no sc. XX foi o surgimento da transmisso por ondas de rdio. Atualmente, a emisso por satlite amplamente uti-lizada na telegrafia internacional, da mesma forma que as faixas de rdio de alta frequncia. Os computadores digitais tambm ganharam um papel de relevncia, no apenas pela rapidez na codificao edecodificao de sinais de transmisso, mas tambm pela capacidade de armazenamento de dados.

    No servio telegrfico moderno, os telegramas so escritos m-quina no local de origem e transmitidos atravs das vrias estaes de distribuio, sem necessidade de retransmisso manual. O telegrama recebe um cdigo que permite faz-lo chegar ao seu destino. No momen-to em que o cdigo de chamada recebido no centro distribuidor, um crebro eletrnico seleciona automaticamente a linha pela qual seguir a mensagem.

    Em alguns pases, o telgrafo mantido pelo Estado, como acontece nos servios postais. Em outros, porm, so sustentados por empresas comerciais. Muitas dessas empresas dispem de vrios servios auxiliares, tais como hora certa, cotaes da bolsa, preos de mercado dos produtos agrcolas e uma srie de outras informaes teis.

    3. TELEXO servio telegrfico desenvolvido por Samuel Morse serviu de base

    para o desenvolvimento de outros sistemas de comunicao. Assim nas-ceu o telex. Como no telgrafo, as mensagens transmitidas por telex eram compostas por sequncias de cdigos binrios. De forma similar ao telgrafo, as mensagens escritas em telex so compostas por sequncias de codificao binria dos caracteres transmitidos, acrescidos por um conjunto adicional de caracteres e mensagens de controle, que garantiam confiabilidade no endereamento da correspondncia e autenticao da

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    SINERGIA E PRODUTIVIDADE

    entrega junto aos respectivos destinatrios.O telex usava como meio fsico de comunicao as redes de telefonia

    fixas mundiais. Parecia uma mquina de escrever, mas tinha outras funcio-nalidades que o diferenciavam. Uma delas era um dispositivo que, medida que enviava uma mensagem, efetuava a leitura de uma fita de papel perfu-rada com o teor do texto. Logo, cada texto possua uma fita, que continha o relato fiel, vrgula por vrgula, do documento.

    Outra funcionalidade do telex era o fato de estar conectado a uma rede com milhares de aparelhos idnticos. Assim como um nmero de telefone ou um endereo de rede, cada telex possua seu nmero, facilitando sua disseminao e o uso mundial massificado.

    Havia ainda outro diferencial muito valorizado: a rapidez. Era s discar e enviar a mensagem. Assim como hoje, com o uso do correio eletrnico, era possvel mandar simultaneamente cpias para diversos destinatrios, tantos quanto necessrio fosse. Outra vantagem revolucionria ainda no superada pelos novos meios era o sistema de autenticao do recebimento da mensagem. Muitos podem discordar, mas quem nunca mandou um e-mail que jamais chegou ao destinatrio? Com o telex, isso no acontecia. A certeza de que a mensagem estava do outro lado era absoluta. O terminal

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    receptor sempre autenticava a mensagem recebida.Tais caractersticas de confiabilidade e rapidez permitiram sua ampla

    utilizao em bancos, indstrias, grandes magazines (para emisso de ordens de compra, pagamento, expedientes internos). Havia a certeza de que seu teor no seria distorcido. Alm disso, tudo estaria documentado, para desfazer dvidas.

    O sistema recorria a uma rede similar utilizada nas redes pblicas de comunicaes de telefonia fixa e na maioria das vezes era explorado pelos mesmos operadores de telecomunicaes. Embora partilhassem a mesma estrutura fsica (cabeamento, postes, centrais de comutao), no havia cruzamento ou choque entre as operaes da rede de telefonia fixa e da rede de telex. Muitos operadores de telecomunicaes utilizaram servios manuais para envio de mensagens telegrficas atravs do telefone. Este servio, til para quem no tinha um terminal de telex, era conhe-cido pelo servio de telegramas telefonados (ou fonados), pago na conta telefnica do emissor da mensagem.

    O servio tinha pequenas limitaes no pacote decaracteres utili-zados, tais como acentos. As palavras eram obrigatoriamente maisculas. As primeiras geraes de mquina no possuam memria RAM e as mensagens tinham que ser pr-gravadas em meio mecnico e depois trans-mitidas para economizar tempo. As mensagens recebidas eram impressas em bobinas contnuas de papel.

    Uma parte do custo do servio era fixo, mensal e inclua a disponi-bilidade da linha, como se fosse uma assinatura. A outra parte era calcu-lada levando-se em conta o nmero de palavras/slabas transmitidas e a distncia entre os terminais.

    Para reduzir o custo das mensagens, os operadores de telex desen-volveram um padro de texto enxuto, suprimindo preposies, artigos, pronomes e outras categorias gramaticais, transmitindo somente as palavras chaves do texto. Da, o surgimento da expresso linguagem telegrfica. O lead (a tcnica de abertura de uma notcia jornalstica) tambm foi ins-pirada na linguagem telegrfica, na poca da Segunda Guerra Mundial, ocasio em que os reprteres envolvidos na cobertura no front precisavam de objetividade e tinham pouco tempo para transmitir as notcias via telex para o mundo. Surgiu, ento, o lead, que era a cabea do texto, o primeiro pargrafo, exigindo resposta para cinco perguntas: quem, quando, como,

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    SINERGIA E PRODUTIVIDADE

    onde, por qu?

    4. CABOS SUBMARINOSNa era dos satlites, as telecomunicaes ainda dependem de um

    sistema de meados do sculo passado. Trata-se dos cabos submarinos que interligam pases e continentes e permitem que empresas transmitam da-dos, pessoas se comuniquem por telefone e internet e assistam televiso.

    Os cabos submarinos carregam 95% das informaes de voz e dados transmitidos internacionalmente. Hoje, a maior parte desses cabos dota-da de fibras pticas, que recebem proteo reforada para trabalhar sob as guas marinhas.

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    CONCEITOS DE RADIOCOMUNICAO2

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    SINERGIA E PRODUTIVIDADE

    1. ONDAS ELETROMAGNTICASAtravs da propagao de ondas eletromagnticas, as estaes de um

    sistema de radiocomunicao estabelecem contato umas com as outras. Tais ondas se espalham no espectro radioeltrico na velocidade da luz. Para isso, dispe de vrios modos de emisso, faixas de frequncia, tipos de sistema, de contedo (dados, voz ou imagem).

    Os equipamentos de transmisso ou recepo so cambiveis (as-sim como os elementos irradiantes) de acordo com o tipo de comunicao pretendida. A radiao eletromagntica, gerada pelos equipamentos de radiocomunicao, definida dentro de um espectro de frequncias. Se fosse possvel enxergar, por certo apresentariam um degrad de infinitas cores, brilhos e cintilaes, por causa dos vrios nveis de potncia e tipos de modulao.

    Basicamente, as ondas de rdio (chamadas eletromagnticas) so parte da luz. Na verdade, o contato entre estaes de telecomunicaes decorre da manipulao consciente destes fenmenos, possvel graas interveno humana pelo uso dos meios fsicos necessrios. Cada transmisso lana um raio ionizado no espectro radioeltrico e ilumina o oceano de luz que jazia inerte na imensido da atmosfera.

    Uma onda, viajando a uma velocidade de 300 mil km/s, capaz de pe-netrar na terra, na gua e no ar (conforme o tipo de modulao, frequncia e potncia), alcanar o espao sideral e se perder no infinito.

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    2. PORTADORAPara transmitir a mensagem de forma concisa e ntegra, existe uma

    onda denominada portadora. Como o prprio nome sugere, transporta o contedo da mensagem, adequando as diversas relaes entre os meios fsicos empregados na transmisso, tais como rdios, antenas, cabos, du-plexadores, etc.

    A onda portadora um sinal de radiofrequncia constitudo por trs variveis: amplitude, frequncia e fase. Uma das tcnicas pioneiras de mo-dulao, na qual o sinal da portadora detm em si a mensagem a ser trans-mitida, o Cdigo Morse. Nele, a portadora interrompida por sons (ponto e trao) que autotraduzem a mensagem, conferindo-lhe ritmo e significado.

    3. MODULAOA modulao a modificao de um sinal eletromagntico inicial-

    mente gerado antes de ser irradiado por uma onda portadora. A transmisso via sistema de modulao transformada em ondas eletromagnticas, que podem ser recuperadas por um rdio receptor ou transceptor. O nome desse processo demodulao. Em seguida, a informao originada pela modu-lao da portadora transmitida pela radiao eletromagntica, podendo ser recuperada por um rdio receptor ou transceptor mediante a converso das ondas eletromagnticas.

    Resulta da a diferena entre rdios transmissores, receptores e trans-ceptores. Os rdios transmissores somente transmitem. Os rdios receptores apenas recebem, sendo ambos unilaterais. J os transceptores so capazes de receber e transmitir. Por isso so bidirecionais ou two way.

    Nota-se que muitas formas de comunicao envolvem modulao. A fala, por exemplo. Quando uma pessoa diz alguma coisa, os movimentos da boca so realizados a nveis de frequncia baixa, na ordem dos 10 hertz, incapazes de produzir ondas acsticas propagveis. A transmisso da voz atravs do ar ocorre pela gerao de ondas portadoras de alta frequncia nas cordas vocais, modulados com as aes musculares da cavidade bucal. O que o ouvido interpreta como fala uma onda acstica modulada, pare-cida com uma onda eletromagntica modulada. O dispositivo que realiza a modulao chamado modulador.

    Em resumo, a modulao consiste no intercmbio de parmetros da onda portadora compensando valores de forma harmnica e proporcional variao do sinal, que a informao que se pretende transmitir.

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    SINERGIA E PRODUTIVIDADE

    4. TIPOS DE MODULAOa - AM

    Amplitude de Modulao ou simplesmente AM a tcnica mais popular desde os primrdios da radiocomunicao. O transmissor de AM tem a propriedade de variar o nvel de potncia da portadora em funo do sinal modulante.

    A transmisso em AM tem como caracterstica a gerao de uma portadora na frequncia central e duas portadoras laterais. Elas so co-nhecidas como bandas laterais USB (Upper Side Band) e LSB (Lower Side Band). As bandas laterais contm toda a informao til a ser transmitida. Deste modo, a energia gerada distribuda no espectro de frequncias preen-chido por trs portadoras diferentes (central, USB e LSB), todas com igual informao.

    A tcnica conhecida por SSB (Single Side Band ou Banda Lateral nica) um refinamento da modulao de amplitude capaz de usar de forma mais eficiente o binmio energia eltrica e largura de banda. Com o advento dos transceptores de SSB, as comunicaes internacionais passaram a ser feitas em qualquer horrio e para qualquer lugar do mundo. Foi muito utilizada no Brasil, especialmente para interligar estaes em distncias superiores a 500 km.

    Nas transmisses em AM, os problemas entre o sinal recebido pelo receptor e o rudo de fundo so claramente audveis. Na busca pela melhor qualidade da informao, os especialistas criaram um sistema baseado na relao sinal/rudo.

    Quando o receptor de AM no est sintonizado a uma portadora, nota-se um chiado constante. Denominado rudo branco. O barulho uma analogia ao Disco de Newton, composto de vrias cores, que, misturadas, apresentam apenas a tonalidade branca.

    Esse rudo produzido pela integrao de infinitos barulhos naturais e artificiais, de diversas frequncias, tais como radiao csmica, descar-gas atmosfricas, rudos causados por dispositivos eltricos e eletrnicos, inclusive pelo prprio receptor.

    Para garantir aos receptores a separao entre informao e rudo (relao sinal/rudo), os transmissores passaram a gerar portadoras cada vez mais intensas para serem irradiadas por antenas cada vez maiores. Surgiram ento os transmissores de AM de milhares de watts (kilowatts), utilizados at hoje pelas emissoras comerciais ao redor do mundo.

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    Ondas de Rdio FrequnciaAmplitude

    AM Tempo

    FM Tempo

    MHz

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    Tempo

    Sinal Tempo

    Amplitude

    Amplitude

    Comprimento da onda

    Comprimento da onda

    Amplitude

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    b - FMA batalha pelo fim do rudo no foi vencida pela AM. A modulao

    FM (Frequency Modulation) reduziu o problema ao mnimo e permitiu uma qualidade de sinal que se estendeu alm dos limites da audio humana. O receptor com uma banda de recepo menor tambm recebe muito menos rudo. Portanto, o ganho do sistema muito melhor.

    A revoluo comeou na dcada de 1920. A inteno era eliminar os rudos indesejveis nas transmisses de rdio em AM. Resolveu-se estudar a Modulao da Frequncia (FM Frequency Modulation). O estudo teve como base uma onda chamada cossenoidal. Sua principal caracterstica era pos-suir uma variao proporcional ao sinal modulador, capaz de manter um equilbrio constante na amplitude da onda.

    Nas experincias, os cientistas enfrentaram os dois principais fatores de degradao da AM: o rudo trmico e a distoro no linear. O que fi-zeram? Aumentaram largura do canal. Ou seja, houve ampliao da faixa de frequncia, caminho pelo qual trafega o contedo da comunicao, permitindo a eliminao dos rudos. Em seguida, resolveram o problema da distoro no linear.

    Tais estudos foram teis no somente para a radiodifuso, mas de-terminaram tambm o tipo de emisso em FM como o principal em vrias modalidades de comunicao, especialmente a radiocomunicao comercial.

    importante notar que a propagao de sinais em FM limitada e res-trita a raios de alcance local. Dificilmente excede mais de 60 km, em mdia, salvo em condies de propagao excepcional ou em enlace de outros tipos de sistema satlite, por exemplo. J os sinais em AM alcanam distncias maiores, mas esto sujeitos a variaes conforme os obstculos (como, por exemplo, concentrao de edifcios, montanhas e morros) em seu caminho.

    5. FAIXAS DE FREQUNCIAFrequncia uma grandeza fsica ondulatria que indica o nmero

    de ocorrncias de um evento (ciclos, voltas, oscilaes etc.) em determinado intervalo de tempo.

    Por ser uma grandeza de ordem infinita, a indstria de telecomuni-caes, as universidades de pesquisas tecnolgicas e os governos dividem o espectro radioeltrico em faixas de frequncia que sucessivamente so divi-didas em canais e consignadas s diversas atividades das telecomunicaes.

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    RADIOCOMUNICAO CONVENCIONAL

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    Os sistemas de radiocomunicao convencional possuem estaes equipadas com transceptores comuns. So utilizados para co-municao de voz, mas podem servir para dados em pequenos volumes e baixa velocidade. o tipo de radiocomunicao mais requisitado comercialmente nos setores primrio, secundrio e tercirio da economia.

    Eis as vantagens do sistema de radiocomunicao convencional: a - a inexistncia de tarifao. Paga-se apenas uma taxa anual Anatelb - a disponibilidade. O sistema fica acessvel por 24 horas a todos os

    usurios da redec - a comunicao em grupo instantnea, fundamental s redes dedica-

    das a misses delicadas e essenciais, como segurana, sade, meio ambiente, bombeiros e outros servios nos quais cada segundo pode ser decisivo

    d - ferramenta de liderana, indispensvel aos comandantes com-prometidos com suas equipes. Um meio pelo qual possvel acompa-nhar diversas rotinas. E ainda facilita a interveno rpida em situaes imprevistas e necessrias para atenuar contratempos, perdas materiais e humanas

    e - possibilita atendimento em qualquer rea de cobertura, oferecendo comunicao de dados e de voz

    1. REDES PRIVADASOutros sistemas disponveis no mercado, provedores de comunicao

    mvel, hoje no podem atender demandas com a mesma riqueza de detalhes e customizao. Especialmente clientes distantes dos grandes centros, que atuam em segmentos como o agronegcio.

    Para tais casos, a soluo o projeto de rede privada de comunicao capaz de oferecer cobertura de sinal a grandes extenses territoriais, reduzir custos com telefonia mvel, aprimorar e otimizar o processo produtivo.

    2. TIPOS DE REDE As redes de telecomunicaes podem ser:a - ponto a pontob - ponto a multipontoc - multiponto a multiponto A rede ponto a ponto possui comunicao direta, chamada tambm

    desimplex, na qual todos os equipamentos recebem e transmitem na mesma frequncia.

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    Na rede ponto a multiponto, os equipamentos recebem em uma fre-quncia e transmitem em outra diferente.

    J no caso da multiponto a multiponto, duas redes se conectam por meio de um link, de rdio ou de internet. Esse tipo de interligao deve ser bem discutido com o cliente. Funciona conectado e aumenta a rea de cobertura, ampliando tambm o nmero de usurios.

    3. TIPOS DE ESTAO a - Estao porttil

    A estao porttil permite ampla mobilidade ao usurio de rdio. O aparelho manual pode ser utilizado livremente em toda a rea de cobertura do sistema de radiocomunicao. tambm chamado de HT (do ingls Hand Talk, que significa rdio de mo).

    Atualmente, existem muitos sistemas projetados para garantir mo-bilidade a seus usurios. H uma relao diretamente proporcional entre rea de cobertura e quantidade de estaes retransmissoras, equilbrio que produz cobertura de qualidade s estaes portteis com potncia mxima de cinco watts.

    Muitos rdios portteis circulam no campo, longe dos escritrios. Assim, repetidas vezes, a troca de bateria fica prejudicada. Nesses casos, recomenda-se a aquisio de uma segunda ou terceira bateria para substi-tuio imediata.

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    b- Estao mvelGeralmente instaladas em viaturas, caminhes e veculos de servio,

    as estaes mveis asseguram mobilidade e comunicao de qualidade em toda a rea de cobertura do sistema de radiocomunicao.

    Quanto potncia, trabalham com 25 a 45 watts, de acordo com fatores como faixa de frequncia (VHF ou UHF) e posio da antena em relao ao condutor do veculo. Deve-se observar as normas de sade ocupacional dos usurios.

    c- Estao fixaTrata-se de estao instalada em edifcios. Assume papel estratgico

    em locais de comando com a funo de coordenar as estaes mveis e portteis, seja no follow-up de tarefas, seja na coordenao de aes emer-genciais da atividade da empresa, negcio ou departamento.

    Em alguns casos, tais estaes funcionam como centro nervoso de toda a operao. So exemplo algumas redes pblicas que executam servios essenciais, como o COPOM (da Polcia Militar) e o COBOM (do Corpo de Bombeiros do estado de So Paulo). O mesmo sistema adotado por in-meras redes de concessionrias de servios de gua e esgoto, energia eltrica, transportes, rodovias etc. A potncia varia de 1 a 45 watts, dependendo de diversos fatores, tais como rea de cobertura, tipo de antena, modo simplex ou duplex, altura da antena e limite de segurana exigido pela Anatel.

    d- Estao repetidoraO papel da estao repetidora ampliar a rea de cobertura do sinal

    radioeltrico, permitindo a comunicao de estaes mveis, portteis e bases situadas a uma distncia maior.

    Interliga as estaes da rede e funciona como o corao do sistema. Por isso, exige cuidados especiais em todas as fases do trabalho, a partir do Site Survey da rea de cobertura pretendida, infraestrutura necessria sua implantao e demanda do sistema que dever suportar. Eis uma lista prioritria:

    1. quantidade de estaes2. interoperabilidade com outras redes3. trfego de chamadas4. durao mdia de cada chamada5. projeo de air time (dirio, mensal e anual)

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    Enfim, uma srie de informaes imprescindveis para se determinar o modelo de equipamento mais eficiente para o servio.

    A maioria das estaes repetidoras instaladas no Brasil no homologa-da para essa categoria. Na verdade, so equipamentos mveis adaptados para utilizao como repetidores, em desacordo com a Anatel (Resoluo 242), que homologa e certifica produtos de telecomunicao.

    O improviso causa problema estao repetidora pela inexistncia de um projeto que harmonize a universalidade de seus componentes, tais como fonte de alimentao conversora ( 110/220 para 12 volts), interface controladora, gabinete para acondicionamento dos dispositivos etc.

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    PERIFRICOS AS ESTRELAS OCULTAS

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    Cintilam algumas estrelas ocultas no espetculo da radiocomu-nicao. Atuam silenciosamente e a maioria dos usurios sequer suspeita de sua existncia. So, a rigor, alguns instrumentos pe-rifricos indispensveis para o sucesso da transmisso via rdio. Eis alguns nomes: duplexadores, interfaces, cabos conectores e antenas. Poucos sabem, mas inmeros problemas so causados pela m utilizao e instalao de tais componentes.

    Existem vrias categorias de antenas, cabos, conectores, duplexadores e interfaces, com significativas diferenas de preos. Ocorre que, dependendo do resultado pretendido, vale a pena investir um pouco mais em deter-minado insumo pois certo que a compensao vir na forma de maior produtividade. Convm ao cliente contratar um consultor experiente, sem interesses comerciais, preparado para oferecer orientao correta e evitar desperdcios.

    1. TORRESA torre outro equipamento muitas vezes ignorado pelo usurio,

    apesar de seu tamanho. Est a, no entanto, para garantir que a rea de cobertura do sinal de rdio seja suficiente e proporcional necessidade de comunicao do cliente. Quanto maior a rea a ser coberta, maior o tama-nho ou a quantidade de torres.

    Dessa forma, os sistemas podem ser expandidos sem limites, desde que existam redes de VHF, cujo sinal atravesse centenas de quilmetros, por meio de links posicionados de modo estratgico em pontos escolhidos em levantamentos altimtricos e cartas geogrficas do IBGE.

    H dois tipos de torre. As estaiadas e as autoportantes. As estaiadas tm sido a opo mais vivel economicamente. Sua nica desvantagem o espao que necessita para ser instalada a chamada rea de tombamento ao seu redor. J a antena autoportante pode ser levantada num espao bem menor, dispensando estirantes. Seu custo, porm, bem mais elevado, devido aos custos com a base de concreto para sua correta instalao.

    Em geral, os bons especialistas e consultores recomendam a econmica torre estaiada, sem prejuzo do resultado final.

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    2. ANTENASExistem vrios tipos de antenas, classificadas de diversas maneiras,

    conforme o tipo de estao: porttil, mvel, fixa e repetidora. Quanto ao tipo de lbulo de irradiao, pode ser omnidirecional, no

    estilo plano terra e colinear, diretiva do padro yagi ou refletora de canto. Todas teis para aplicao e configurao do sistema que se pretende instalar.

    As antenas podem ter maior ou menor ganho. Ganho em radio-comunicao sinnimo de sensibilidade e desempenho. Quanto mais sensibilidade, maior ser a capacidade de recepo e transmisso da antena. O ganho tambm est ligado potncia que o rdio manda para a antena irradiar, atravs do cabo.

    O tipo de antena mais requisitado a plano terra. a mais econmica, fcil de instalar e transportar.

    A potncia irradiada pela antena chamada de estacionria. Quando a estacionria est zerada, 100% da potncia esto sendo irradiados. Em rdios instalados em carros, dificilmente se consegue um aterramento perfeito, que permita zerar a estacionria. Exceto no caso de antena fixada no centro da capota, furada.

    Como o nmero de clientes com frotas alugadas atualmente ex-pressivo, tem-se usado suportes em calhas e porta-malas. O mximo que se consegue nesses casos 1 ou 2 dBs de refletida. A harmonia entre rdio, cabo e antena garante o bom desempenho de cada uma das estaes.

    O servio tcnico deve dedicar especial ateno ao rendimento do equipamento, que cai muito se a estacionria for alta, podendo danificar o mdulo de potncia do equipamento em casos extremos em razo de toda a potncia que deixou de ser irradiada pela antena.

    No que se refere a antenas em rdios mveis, o tipo Whip consa-grado do mercado, graas boa relao custo/benefcio. Existem tambm antenas dual-band, para serem usadas em rdios do mesmo tipo. Transmi-tem e recebem em VHF e UHF. Realizam operaes Crossband, comuns em radioamadorismo.

    Convm usar antenas originais ou similares de qualidade nos rdios portteis. Em primeiro lugar, aconselha-se descartar a antena do tipo stuby, pequena, que diminui muito a capacidade de transmisso e de recepo do rdio porttil. Com rdios de 5 watts, operando ponto a ponto em curtas distncias, a diferena no percebida. Mas em situaes que exigem o mximo do rdio, o rendimento fica seriamente comprometido.

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    3. DIRETIVIDADEEm telecomunicaes, o termo diretividade refere-se ao ngulo de aber-

    tura no plano horizontal de irradiao. Antenas onidirecionais so projetadas para irradiar e receber igualmente em todas as direes, enquanto antenas direcionais canalizam toda a sua energia para uma rea menor que 360 graus.

    A escolha correta e a definio de uma antena depende de um estudo detalhado do relevo da rea de cobertura. aconselhvel fazer vrias proje-es tericas e prticas at obter um laudo conclusivo sobre a melhor antena.

    4. ANTENA WHIPO nome Antena Whip quer dizer chicote em ingls, numa aluso ao

    movimento de balano feito na estao mvel. um modelo usado em viaturas e pode ter vrios tipos de suportes adaptveis conforme as carac-tersticas do veculo.

    Possui dois modelos. Pode ser de 0 dB de ganho ou de 3 dB de ganho. Lembre-se que quanto maior o ganho, melhor o desempenho, sobretudo na recepo. Seu comprimento varia conforme a faixa de frequncia.

    5. ANTENA PLANO TERRA A antena plano terra a mais comum nas bases e repetidoras. Sua

    vantagem o pequeno tamanho, o preo razovel e a facilidade de instalao em qualquer frequncia da faixa. diferente das colineares, com diplos fixos e divididas em diferentes tipos por subfaixa.

    6. ANTENA COLINEAR COM BOBINASSo utilizadas em rdios base e, erroneamente, em repetidoras. Afi-

    nal, suas caractersticas mecnicas so frgeis, projetadas para estaes base e operao rente ao solo, onde os ventos no so to fortes. Por causa de seu baixo custo, acabam sendo utilizadas indiscriminadamente em repetidoras. Em consequncia, exigem frequentes reparos e constantes substituies. Pesa ainda em seu currculo, de modo negativo, a frgil resistncia mecnica. No raro surgem casos de infiltrao de lquidos em antenas ainda novas.

    7. ANTENA COLINEAR COM DIPLOSOferece tudo que se espera de uma boa antena: sensibilidade, robustez

    e qualidade. Dependendo do tipo, muito mais cara que o modelo plano

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    terra, mas vale a pena. Dura muito mais e evita a repetio de trabalho. superior em sensibilidade.

    Seus diplos podem ser instalados de duas maneiras: totalmente alinhados (de empilhada), um para cada ponto cardeal; direcionados para as regies nas quais se pretende dar maior cobertura conforme adequao ao relevo.

    8. ANTENA DIRETIVA (YAGI)Trata-se de uma antena desenvolvida por dois professores da univer-

    sidade japonesa de Vohoku, Hidetsugo Yagi e Shintaru Uda. Da, o nome do primeiro fixado na pea Yagi.

    So antenas extremamente teis para otimizar o espectro radioeltrico. Em vez de irradiarem em todas as direes, como as antenas omnidirecio-nais, transmitem apenas numa direo, variando o lbulo de irradiao em poucos graus. Desse modo, evitam a ocupao intil de grande espao do espectro radioeltrico.

    9. DUPLEXADORES Os duplexadores unem a impedncia existente entre as frequncias de

    recepo e de transmisso num sistema operado no modo duplex (quando toda a rede recebe em um canal e transmite em outro).

    Na faixa de VHF, o espaamento entre os canais de 4,6MHz. Na faixa de UHF, o espaamento de 5MHz. comum esta diferena ser chamada de offset termo ingls que designa o referido espaamento.

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    CONCEITOSIMPORTANTES5

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    1. IMPEDNCIAA impedncia uma das mais importantes caractersticas em sistemas

    de transmisso, especialmente em cabos e conectores. Em termos eltricos, ela a relao da tenso entre os condutores e a corrente que passa no mesmo condutor.

    Em cabos coaxiais homogneos, a impedncia caracterstica constante para o comprimento total do cabo.

    Em comunicao via rdio, a impedncia mais comum de 50 Ohms. Os equipamentos ou componentes passivos de serem usados devem

    ter a mesma impedncia caracterstica. Qualquer variao pode causar in-compatibilidade eltrica e distores na transmisso.

    2. POLARIZAOA polarizao o rumo da oscilao do vetor do campo eltrico. Ge-

    ralmente, nas comunicaes mveis, a polarizao vertical. Em sistemas de radiodifuso, a polarizao horizontal ou circular.

    3. DIAGRAMAS VERTICAL E HORIZONTALNa maioria dos casos, a caracterstica de propagao de uma antena pode

    ser descrita pela elevao por meio dos diagramas de irradiao horizontal e vertical. Em comunicaes mveis, a definio feita pelos componentes do campo magntico plano horizontal (plano H) e componentes do campo eltrico plano vertical (plano E).

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    4. GANHONa realidade, uma antena no possui a propriedade de melhorar a

    qualidade de energia irradiante por meio de seu ganho. Uma antena sem ganho irradia energia em muitas direes. Uma antena

    com elevado ganho concentra a energia num ngulo segmentado no espao tridimensional.

    Em frequncias altas, o ganho em geral definido com referncia ao irra-diador isotrpico. Ou seja: a relao entre a potncia irradiada por uma antena em seu lbulo principal e a potncia eltrica nela injetada, expressa em dB.

    5. ABERTURA DA ANTENA A abertura da antena chamada tecnicamente de ngulo de meia

    potncia irradiada e alcana a metade de sua amplitude em relao direo de radiao. Os pontos de meia potncia so simtricos em torno do raio, contendo o pico do lbulo principal. Esses pontos tambm so conhecidos como pontos de 3dB.

    6. REFERNCIA DE GANHOH dois tipos de referncia de ganho. A dBi, que funciona contra um

    irradiador isotrpico (a antena isotrpica uma abstrao, no existe). mais utilizada nas especificaes de fabricantes europeus.

    A outra referncia de ganho a dBd, que atua contra um diplo de meia onda. a mais usada nas especificaes de fabricantes americanos.

    O ganho de uma antena est ligado caracterstica de sua irradiao. Pode ser calculado atravs dos ngulos de meia potncia nos planos vertical e horizontal. O ngulo de meia potncia inversamente proporcional ao ganho (para converter dBd em dBi usa-se a frmula dBi = dBd+ 2,15).

    O ganho em antenas obtido com o acrscimo de mais elementos irra-diantes ou parasitas ao equipamento, forando a estreiteza e o alongamento do seu lbulo principal e diminuindo seu ngulo de meia potncia.

    Em outras palavras: cada vez que se acrescenta um segmento (bobina), aumentando em 3dB o ganho de uma antena, duplica-se a ERP (potncia efetivamente irradiada).

    Dessa forma, selecionar o ganho correto da antena exige muita anlise e investigao. Uma das principais tarefas dos engenheiros projetistas con-ciliar a necessidade do cliente e as normas da Anatel, utilizando o espectro radioeltrico de forma racional.

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    7. RELAO FRENTE/COSTA A relao frente/costa definida como o ganho do lbulo principal

    comparado ao ganho do posterior. Quanto maior o valor (medido em dB) da relao frente/costa, melhor ser a isolao atrs da antena, garantindo maior proteo das interferncias de sinal entre antenas de uma mesma ERB (estao rdio base) ou entre ERBs distintas.

    8. MINIDUPLEXADORO comprimento da antena conectada ao rdio transmissor diferente

    do comprimento da antena do rdio conectado ao transmissor da repetidora. Essa diferena tem que ser harmonizada para que a estacionria da repe-

    tidora seja zerada. Caso isso no ocorra, toda a rede ficar com o desempenho comprometido, uma vez que ela o corao do sistema que irradia o sinal sobre toda a rea de cobertura. Como funciona? Seu papel permitir a passagem da banda corretamente ajustada ao rdio e antena, alm de rejeitar qualquer outra frequncia diferente da programada. Assim quando transmite e recebe alternadamente, conferindo grande estabilidade ao sistema.

    Seu uso no obrigatrio. Nada impede que a estao repetidora trabalhe com duas antenas, desde que haja espaamento entre a antena da recepo e a da transmisso. Como dificilmente os sites de repetio, assim como as torres, so construdos para abrigar um nico equipamento, faz-se necessrio otimizar o espao, seja o interno (que acomoda os racks que servem como abrigo dos equipamentos), seja o externo da prpria torre.

    Ao recorrer a duas antenas, tambm ser necessrio o dobro em cabos para a transmisso. Existem trs tipos de mni-duplexadores: duplexador de 4 cavidades e de 6 cavidades, duplexador 4 cavidades ARS e duplexador 6 cavidades ARS.

    9. FILTROSO que foi esclarecido sobre duplexadores, se aplica tambm aos filtros,

    sobretudo quanto pureza dos sinais e rejeio de harmnicos e esprios. Eles so instalados em uma frequncia simplexs, geralmente um link respon-svel por um enlace entre duas estaes (base ou repetidora).

    10. CABOS COAXIAISOs cabos coaxiais costumam ser motivo de erro em muitas compras

    para instalao de bases e repetidoras. Existem cabos coaxiais de vrias bitolas.

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    Portanto, com numerosas capacidades de atenuao de perdas.A razo de ser de um cabo na radiocomunicao , alm de conectar o rdio antena, diminuir a perda de potncia.

    Torna-se fundamental trabalhar com torres de altura inferior a 50 ou 60 metros em projetos de mdio e grande porte. Afinal, preciso ga-rantir que a capacidade de transmisso e recepo da repetidora no fique comprometida. Como assegurar o sucesso? Basta usar cabos coaxiais de alta qualidade, debruando-se sobre a prancheta e calculando o que mais vivel com melhor custo-benefcio.

    11. CABOS FENDIDOSEste um modelo de cabo cuja confeco dispensa o uso de antena.

    O prprio cabo a antena. Por isso fabricado para certa frequncia e mui-to utilizado em tneis de metr e de minerao. So tambm chamados de cabos irradiantes e possuem aplicao em diversas faixas do espectro, inclusive celulares.

    12. CONECTORO conector liga as pontas do cabo ao rdio e antena. O mau isolamen-

    to dos plos ativos e negativos pode provocar srios danos ao equipamento, reduzir o desempenho, causar chiados e rudos indesejveis.

    Todas as estaes com exceo dos portteis possuem conectores mveis, bases e repetidoras. No caso dos mveis, comum, com a trepida-o do veculo, o conector se desprender do rdio, tirando-o do ar. Por isso, convm ao usurio a rotina de checar se esto rosqueados.

    13. INTERFACESAssim como existem computadores prontos, que saem montados

    das fbricas (IBM, HP), h tambm repetidoras prontas (Motorola, Vertex, Icom), que deixam a linha de montagem do mesmo modo que os PCs. No entanto, por serem equipamentos importados, o custo elevado no seduz o consumidor. Alm disso, a falta de um bom suporte tcnico em terri-trio nacional induz o interessado a facilidades oferecidas para se montar repetidoras locais.

    Assim, a maioria dos consumidores tem optado pela repetidora defi-nida como standard, composta por dois rdios mveis comutados por uma interface.

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    As interfaces so necessrias apenas em repetidoras montadas, desde que no haja link no sistema. Tm por objetivo comutar o rdio transmis-sor ao rdio receptor, possuindo outras funcionalidades, de acordo com o modelo e fabricante.

    14. INSTRUMENTAOMuitas empresas e entidades tentam resolver o problema do sistema de

    radiocomunicao comprando mais rdios. Assim como no se resolve um problema financeiro com mais dinheiro, no se resolve uma falha do sistema de radiocomunicao aumentando o parque ou substituindo equipamentos.

    Para solucionar este impasse, em redes de radiocomunicao, ne-cessrio mergulhar fundo na questo, identificar problemas de natureza estrutural e cultural. Deste modo, ser possvel saber quantas frentes h no horizonte e com quais armas lutar.

    Enfim, no se produz um trabalho de qualidade em matria de implantao de sistema e manuteno apenas com boa vontade e um punhado de chaves de fenda.

    Nota-se que obter a instrumentao necessria no tudo. H em-presas que tm os equipamentos, mas no possuem profissionais tcnicos capacitados para utiliz-los.

    Para leigos, tais medidas podem parecer onerosas quando na verdade so a melhor relao custo-benefcio para o cliente. Mesmo porque no ser preciso refazer tudo e nem haver prejuzos por causa da paralisao do sistema, que em muitas operaes param a unidade industrial.

    Desta forma, so necessrias duas coisas para a produo de um traba-lho honesto no setor: conhecimento tcnico especializado e instrumentao tcnica de qualidade.

    Cabe ao consumidor de produtos e servios de telecomunicao uma advertncia: escolher cuidadosamente empresas idneas e com boas refe-rncias na rea em que atuam, no se deixando influenciar por ttulos (que nem sempre condizem com a realidade) e baixos preos.

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    SISTEMASDE RADIOCOMUNICAO6

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    1. TRONCALIZADOS ANALGICOSOs sistemas de radiocomunicao troncalizados tm como princpio

    bsico um canal controlador que seleciona uma frequncia livre num pacote dentro do espectro radioeltrico. A escolha permite que diferentes grupos se comuniquem ao mesmo tempo, conforme a disponibilidade de canais e quantidade de grupos.

    Os troncos analgicos so largamente utilizados em empresas deten-toras de muitos terminais e diversos grupos especficos. Quanto aos sistemas troncalizados disponveis, existem diversos protocolos (tais como o LTR, MPT 1327, entre outros).

    2. TRONCALIZADOS DIGITAISIgualmente utilizados por grandes redes, os sistemas troncalizados di-

    gitais possuem recursos que possibilitam a integrao de redes via chamada geral, de grupo e seletiva, assim como recurso para desabilitar distncia rdios extraviados ou roubados. Facilitam os servios de roaming automtico de site, criptografia, sigilo das comunicaes e discagem rpida por memorizao. Quanto aos protocolos que utilizam a tcnica de modulao TDMA (Time Division Multiple Access), o digital o mais comum aplicado na radiocomunicao troncalizada. Alguns sistemas so hbridos quanto plataforma tecnolgica.

    3. TETRA STANDARD ETSITerrestrial Trunked Radio o nome completo de um protocolo. Para fa-

    cilitar, comumente denominado TETRA. Muito utilizado na Europa, o sistema tem como principal vantagem a operao com redes de telefonia mvel, que utilizam a plataforma GSM. Possibilita o acesso a servios 3G, alm de uma variada gama de funcionalidades.

    4. PROTOCOLO DIGITAL P25No incio da dcada de 1970, o espectro radioeltrico de algumas gran-

    des cidades americanas se encontrava congestionado por estaes de radio-comunicao de segurana pblica.

    Para solucionar o problema, a FCC (Federal Communications Comission, rgo governamental equivalente Anatel brasileira), props a implantao de solues troncalizadas. Os fabricantes, distribuidores e prestadores de servio dos Estados Unidos iniciaram diferentes estudos tcnicos para a definio do padro de rdio troncalizado a ser destinado aos rgos de segurana.

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    Entre o final da dcada de 1970 e meados dos anos 1980 foi concludo o Projeto 16. Esse prottipo de sistema era composto por cinco estaes repetidoras, operando em 10 canais de radiofrequncias em modo duplex, na faixa compreendida entre 806 e 866MHz. Foi definida a largura de canal em 12,5 kHz e espaamento entre canais de 5MHz (offset). A modulao dos canais de voz era analgica, porm os testes com canais digitais tambm comearam na mesma poca.

    Na rede de Chicago foram instaladas 150 estaes para o trfego de dados prioritrios em ocorrncias policiais. Elas obedeciam trs linhas bsicas de informao: endereo, telefone e o nome da pessoa-contato, para que as viaturas pudessem se deslocar at o ponto de chamada com maior agilidade.

    Os primeiros equipamentos foram comercializados pela Motorola e por um longo perodo pontificaram como padro fechado de rdio troncalizado.

    Poucos anos depois, as demandas por trfego de dados obrigaram a tecnologia digital a substituir as redes analgicas do Projeto 16. Muitos es-tudos foram feitos e o novo sistema recebeu a denominao de Projeto 25. A comercializao desse padro se expandiu alm das fronteiras dos Estados Unidos e atualmente adotado em inmeros pases.

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    TECNOLOGIADIGITAL 7

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    H muitos sistemas de radiocomunicao disponveis atualmente no mercado corporativo de telecomunicao no pas. Eis os principais:a - sistema analgico convencionalb - analgico troncalizadoc - digital troncalizado (com protocolo aberto e protocolo fechado) Qualquer um dos sistemas possui diferencial de qualidade na trans-

    misso de voz e de dados, entre outros recursos. A oferta se deve a inmeros fatores, tais como aumento da concorrncia entre fabricantes, evoluo tec-nolgica e segmentao de produtos especficos para determinados nichos da indstria. Esse cenrio favorece muito o consumidor final.

    Considerando os altos investimentos, tanto na aquisio como na manuteno de qualquer tipo de sistema, os gestores de TI devem atender s expectativas de seus clientes e minimizar o impacto financeiro sem pre-juzo da qualidade.

    No caso de sistemas troncalizados, os investimentos podem atingir cifras milionrias. indispensvel analisar a perspectiva de vida til do par-que de equipamentos, a estimativa de custos de manuteno e de reposio de terminais, a atualizao dos sites de repetio, sem perder de vista que na rea tecnolgica tudo fica obsoleto em perodos cada vez mais curtos.

    Na hora da operacionalizao do sistema, muitas vezes o cliente acaba frustrado e o responsvel tcnico da empresa fica insatisfeito com a operao. Por isso, recomenda-se separar o real do ilusrio, o que no tarefa fcil.

    Para evitar dissabores e maximizar ganhos, existem no mercado con-sultores independentes, engenheiros e advogados especializados na rea, capazes de orientar com segurana empresas e rgos governamentais. Tais profissionais gerenciam e analisam o funcionamento dos sistemas e se preocupam com a adoo de normas tcnicas exigidas pela legislao.

    Seja na aquisio de um novo sistema, seja no upgrade do sistema ins-talado, o primeiro passo para um investimento seguro saber exatamente o que a empresa precisa. Em seguida, adquirir um sistema adequado para atender suas necessidades. E ainda mais: cuidar para que o sistema escolhido esteja dentro da viso estratgica do gestor de TI.

    recomendvel testar tudo antes da compra. imprescindvel nesta avaliao o engajamento do usurio final em cenrios que envolvam o co-tidiano da empresa/entidade. Nessas situaes, existem contratos especficos que conferem estabilidade na relao comercial e oferecem segurana a ambas as partes.

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    RADIOCOMUNICAODIGITAL: A NOVA FRONTEIRA

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    A humanidade ingressou no sculo XXI com inmeras divergncias polticas, tnicas, religiosas e culturais. Algumas delas so frutos da sinergia de povos causada pela globalizao. Outras existem desde eras remotas. Entretanto, no territrio da tecnologia, rabes e judeus, brancos e negros, tucanos e petistas, punks e hippies, todos se curvam nova ordem global do mundo digital.

    1. O PROTOCOLO DA INTERNET O TCP/IP o protocolo oficial da internet. Entre inmeros benefcios

    operacionais, o TCP/IP foi o responsvel pela padronizao, ampliao e me-lhoria dos diversos servios disponveis, hoje acessveis em escala mundial. Tais servios suportam aplicativos e ferramentas como e-mail, navegadores de internet, servios de telefonia mvel e fixa, sites de internet e mais uma infinidade de solues.

    A Motorola projetou uma linha completa de solues com base na plataforma digital. Diz respeito famlia de produtos de banda larga (PTP e PMP Motorola), linhas Astro (do protocolo P25) e Dimetra IP (do protocolo TETRA) e Mototrbo, que operam no modo integrado, garantindo seguran-a, estabilidade e confiabilidade aos usurios. O grande diferencial da linha de produtos Mototrbo que permite a migrao gradual, aproveitando os parques de rdios analgicos existentes.

    A transio (em andamento desde 15 de dezembro de 2008, por meio da Resoluo 523) faz-se necessria em razo do grande congestionamento do espectro radioeltrico. Desta forma, o primeiro benefcio do sistema de radiocomunicao digital a otimizao de canais e, por via oblqua, a preservao do meio ambiente de diversas formas.

    2. DO ANALGICO PARA O DIGITALOs tipos de modulaes foram modernizados e diferenciados ao longo

    do tempo. Desde os primrdios, tais diferenciaes tiveram o objetivo de transmitir mais informaes com maior qualidade. A migrao dos sistemas analgicos para digitais no diferente. Os sistemas digitais so necessrios para melhorar a qualidade do servio de acordo com o interesse do consu-midor. Para o governo brasileiro, o papel dos sistemas digitais racionalizar o espectro com otimizao da atual quantidade de canais.

    O processo de migrao desses sistemas, ora em curso, irreversvel, principalmente para o cliente corporativo com grande quantidade de frequ-

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    ncia em amplas reas. A Anatel chegou a criar uma espcie de premiao para quem se antecipar mudana. Assim, em caso de litgio pela disputa de certo canal, ter prioridade o usurio que houver migrado primeiro para o modo digital, reforando o princpio da anterioridade, consagrado em vrios ramos do Direito.

    3. IMPLANTAO DE SISTEMA Muitas vezes, a ansiedade do cliente, o cronograma exguo, a presso

    dos usurios e a falta de viso estratgica sobre o bem adquirido inviabi-lizam a execuo de um trabalho de qualidade. Da, o resultado pode ser um sistema aqum das necessidades do cliente.

    Em primeiro lugar, o interessado precisa dar ao consultor de enge-nharia liberdade para planejar o processo passo a passo, mapeando as ne-cessidades com preciso e planejando a arquitetura de rede mais adequada.

    4. TOPOLOGIA DE REDE fundamental para o projeto identificar as necessidades de cada

    setor da empresa. Este processo exige grande articulao e interesse das reas gerenciais. No por acaso que essa fase determina a quantidade de estaes base, mveis, portteis e repetidoras, nmero de canais necess-rios, redes interligadas ou no e o grau de mobilidade exigido pelo usurio. 5. ARQUITETURA E PREDIO

    Definida a topologia da rede, o passo seguinte estabelecer como ser a arquitetura, determinando o tipo de tecnologia capaz de atender demanda. Nesse sentido, indispensvel fazer uma predio de cobertura. Cabe ao gestor do contrato fixar as premissas mnimas que o prestador de servio e fornecedor dos equipamentos dever garantir em contrato.

    Em seguida, surge o instante de definio das premissas mnimas em relao a quem ir execut-lo. Ou seja, a instrumentao mnima para a execuo da tarefa, a qualificao dos profissionais envolvidos e os procedimentos que devero ser observados, assegurando tambm o cumprimento das normas trabalhistas.

    Por fim, uma lio extrada da experincia. A precipitao motivo de falha comum na maioria dos processos. o fazer sem pensar muito. O cliente, embalado pelo ritmo de trabalho, adquire o equipamento de rdio sem definir com o provedor de produtos e servios os requisitos

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    mnimos sobre rea de cobertura e nvel de sinal mnimo em dBm, dBi ou micro volts das reas estratgicas. Neste caso, o risco de desperdcio de dinheiro e atraso nas instalaes altssimo. Logo, preciso pensar, planejar, contratar profissionais reconhecidos no mercado, e depois fazer.

    6 - INFRAESTRUTURAPremissas de infraestrutura costumam ser esquecidas na maioria

    dos projetos, embora essenciais para o bom desempenho do sistema. Entende-se por infraestrutura todo o manancial de insumos exigido para as instalaes nas quais se assentaro as estaes repetidoras, base e mveis.

    Em geral, as obras comeam com a edificao que suportar o sistema de repetio. O local deve ser limpo, seguro, refrigerado e fun-cional nos requisitos da engenharia civil. A energia eltrica carece de estabilizao, aterrada com protetores anti-surto e principalmente com corrente eltrica compatvel demanda de consumo dos equipamentos. A falta de tais recursos impactar de modo negativo o desempenho do sistema. O funcionamento precrio pode sujeitar todo o aparato a panes e interrupes constantes.

    Ainda no quesito infraestrutura, a torre que abrigar as antenas das repetidoras fundamental na operao. Ser preciso um minucioso planejamento de sua carga para evitar o sub ou o hiperdimensionamento. O clculo da estrutura deve considerar razo proporcional entre peso, altura e base, para que seja segura, funcional e eficaz. As normas tcnicas obedecem aos padres da Telebrs, que so referncia tambm para as operadoras de telefonia mvel e fixa.

    Ressalta-se ainda a necessria ateno fundao e iluminao. Incorporado torre, funcionar ainda o sistema de para-raios, para o qual existem hoje vrias tcnicas e metodologias.

    7. SUSTENTABILIDADE Os sistemas de radiocomunicao, por essncia, dependem do

    fornecimento de energia eltrica. Deste modo, os projetos de stios de repetio no podem abrir mo do compromisso com um projeto de sustentabilidade, convertendo a energia solar um recurso farto e abun-dante em eletricidade de qualidade, de maneira limpa, sem desmata-mento, poluio e outras mazelas.

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    8. ENERGIA SOLARExistem algumas premissas bsicas para planejar um sistema de

    gerao de energia solar eficiente e adequado s necessidades do stio de re-petio. Uma delas a instalao correta das placas de captao de energia, que dependem de um ngulo adequado para obter melhor desempenho durante todo o ano, absorvendo maior quantidade de energia solar.

    Outras premissas importantes so: estudo do ndice histrico de plu-viosidade/nebulosidade da rea de instalao do stio de repetio, estudo da umidade relativa do ar para projetar o sistema de armazenamento de energia, estudos da carga suportvel pelo sistema e da latitude do local para fixar o coeficiente de insolao do local.

    9. THE GREEN REPEATER PROJECTEm seguida, desenhado o projeto de construo civil do stio de re-

    petio, faz-se necessria uma repetidora ambientalmente correta, capaz de otimizar o espectro radioeltrico, hoje to congestionado pela demanda de comunicao wireless.

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    TECNOLOGIAWIRELESS9

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    1. ESPALHAMENTO ESPECTRAL O espalhamento espectral (OFDM) uma tcnica de transmisso

    digital de sinais surgida durante a Segunda Guerra, com a finalidade de converter as informaes num sinal parecido com um rudo radioeltrico. O objetivo era evitar o monitoramento pelas foras inimigas.

    A tcnica de espalhamento espectral utiliza diversos canais simul-tneos para transmitir dados. Esse conjunto de portadoras atua como um feixe de canais e transporta maior volume de dados em menos tempo. Desta maneira, o conjunto total de informao no se perde quando apenas um dos canais invadido pelo inimigo.

    Outra vantagem do espalhamento espectral a baixssima potncia, no chegando a 0,5 watt. Num primeiro momento, a tecnologia de espa-lhamento no teve muita aplicao comercial. No entanto, o seu aprimora-mento possibilitou a transmisso de dados via rdio com alta confiabilidade e a conquista de ndices de transmisso cada vez melhores.

    Tamanho xito fez com que seu uso fosse disseminado nas redes lo-cais (LANs) ou regionais (WANs), proporcionando grande mobilidade e flexibilidade para seus usurios. Por sinal, a possibilidade de criar enlaces interligando redes desencadeou ampla utilizao em vrias situaes coti-dianas. Os equipamentos de espalhamento espectral utilizam os protocolos padronizados para redes sem fio (IEEE 802.11).

    Suas interfaces suportam os principais protocolos de redes existentes.O padro IEEE 802.11 originalmente previa taxas de transmisso de

    at 2 Mbit/s. A verso IEEE 802.11b estabelece a utilizao de taxas at 11 Mbit/s.Hoje, existe a verso N, que possui maior capacidade de desempenho.

    Em geral, as interfaces de dados disponveis so do tipo Ethernet. Os servios mais comuns oferecidos so de interligao de redes cor-

    porativas ou de acesso internet (que compete diretamente com os servios do tipo ADSL).Em ambos os casos, a banda oferecida para cada usurio depende da arquitetura escolhida.

    a - TDMAO TDMA (Time Division Mutiple Access) uma tcnica de modulao que per-mite dividir um canal de frequncia em mais de um intervalo de tempo distinto, permitindo o acesso simultneo a mais de uma chamada ao mesmo tempo.

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    b - IDENO IDEN (Integrated Digital Enhanced Network) uma tecnologia de comunicao mvel, desenvolvida pela Motorola. Combina os servios de rdio bidirecional digital, telefone celular, rede de dados e envio de mensagens em um nico sistema/aparelho, utilizando a tecnologia TDMA. O IDEN permite a utilizao de at seis conversaes simultneas em um canal de 25kHz. No Brasil, a tecnologia IDEN utilizada pela Nextel.

    c - CDMAO CDMA (Code Division Multiple Access) um modo de transmisso de informao de dados ou voz baseado na formao de pacotes codificados, que permitem sua organizao e identificao de maneira lgica e ordenada por um complexo processo de multiplexao.

    d - GSM O GSM (Global System for Mobile Communications) consiste numa plataforma de tele-fonia mvel muito utilizada atualmente, contando com mais de um bilho de usurios. adotada em mais de 200 pases.

    e - SLFA SLF (Super Low Frequency) uma escala de frequncia entre 30 hertz e 300 hertz.

    f - VLFA VLF (Very Low Frequency) consiste na radiao eletromagntica pelas linhas de transmisso de energia eltrica em corrente alternada. usada tambm em rede de comunicao de rdio em submarinos.

    g- LFA LF (Low Frequency) uma banda de radiofrequncia que se situa entre 30 kHz e 300 kHz. Em alguns lugares do planeta, a banda de LF utilizada em radiodi-fuso. Devido ao comprimento de onda, serve ainda para balizamento areo, navegao, informaes meteorolgicas e pesquisas de camadas ionosfricas.

    TRANSCEPTORES ESPECIAIS a- Intrinsecamente seguros

    Existem ainda alguns tipos de equipamentos especiais. Entre eles, a chamada linha intrinsecamente segura, fabricada atualmente por diversas

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    marcas mundiais. So exigidos em reas nas quais existe risco de exploso. Submetida a um processo de vedao especial, a linha intrinsecamente se-gura produzida sob critrios rigorosos, com o objetivo de evitar exploses causadas por fascas e acidentes provocados pelo manuseio ou a simples exposio da bateria do rdio porttil em reas de riscos expostas a uma determinada categoria de gases.

    A utilizao da linha de equipamento intrinsecamente segura obri-gatria em empresas petrolferas e segmentos ativos em reas classificadas como de risco. No Brasil, o equipamento necessita da homologao da Anatel e de certificao do Inmetro.

    b - Dispositivo man downO sistema man down muito utilizado no controle e monitoramento

    de pessoas que trabalham confinadas. O equipamento capaz de detectar queda ou desmaio de um trabalhador confinado e disparar um alarme para a rede, geralmente monitorada por profissionais da sade, brigadas de incndio e afins.

    c - Rdios profissionaisOutro grande diferencial da radiocomunicao a robustez do equipa-

    mento. Por tradio, os seus equipamentos so projetados segundo padres e normas militares. No caso de algumas indstrias, existem testes espec-ficos, como o de Vida til Acelerada, da Motorola, realizado para simular condies adversas, de impacto e temperatura, entre outros. As normas militares mais comuns so os padres MIL-SPECS 810 E e F.

    Para controlar a infiltrao de lquidos e poeira, existem dois testes para medir a capacidade de vedao do equipamento em relao ao meio externo: IP57 e IP64. Esses padres garantem maior resistncia quanto s ameaas mais comuns.

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    SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE

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    A atividade do setor de telecomunicao provoca impacto no meio ambiente de diversas maneiras. Seja pelo uso do espao radioel-trico, seja pelo descarte de materiais agressivos natureza, como as baterias utilizadas nos rdios portteis.Admitido o fato, torna-se possvel ajudar a construir um mundo melhor dentro das prprias empresas, esti-mulando a prtica de aes pelo uso racional dos recursos do meio ambiente e a aposta no menor impacto ambiental.

    1. RISCO DE IRRADIAO O mundo est cada vez mais saturado de ondas eletromagnticas.

    Elas esto em toda a parte, nas ruas, escritrios, fazendas, cidades, hospitais, indstrias, shopping centers e residncias. Tal saturao preocupa as auto-ridades de sade, pois o nmero de equipamentos produzidos e colocados no mercado cada vez maior.

    Alm da preservao da sade, h outro manancial a ser resguardado. Trata-se do espao pelo qual trafegam as ondas eletromagnticas. Sem esse caminho, o mundo da tecnologia mvel jamais existiria. Recurso natural escasso e no renovvel, apenas agora comea a ser protegido por normas e padres racionais de correta utilizao. Uma lei federal de 2009, por exemplo, determina a obrigatoriedade de medio das irradiaes em estaes base e repetidoras.A Anatel (Resoluo 303) fixou a instalao correta, destinao e utilizao dos sistemas de telecomunicaes.

    Para a aprovao de sistemas de telecomunicaes, hoje necessrio laudo tcnico atestando que o referido sistema foi instalado de acordo com normas e padres legais.

    Nesse sentido, a contratao de bons tcnicos imprescindvel para a sade pblica e a conservao do meio ambiente. Recomenda-se que um engenheiro eletricista, contratado para elaborar projeto tcnico para regu-larizao de um sistema de telecomunicaes esteja presente no local das instalaes. Somente a presena in loco ser capaz de produzir um trabalho responsvel e de qualidade.

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    DEMANDAS DO MERCADO DE RADIOCOMUNICAO

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    H dois grandes grupos de demandas de usurios do sistema de radio-comunicao: a - as demandas do mercado microeconmicob - as demandas do mercado macroeconmicoO mercado microeconmico congrega setores ligados rea de ser-

    vios, empresas que prestam servios a terceiros na cadeia produtiva, sejam pessoas fsicas ou jurdicas.

    O leque bastante aberto. Para ilustrar melhor, eis alguns segmentos: empresas de segurana, de portaria, conservao e limpeza, hotis, super-mercados, estacionamentos, shopping centers, condomnios verticais e horizontais, comrcio em geral e empresas de manuteno predial, bem como toda a sorte de servios que, com o fenmeno da terceirizao, no param de crescer.

    Inclui-se no pacote demandas do mercado microeconmico, na maio-ria das vezes com sistemas que operam no modo simplex e com topologia de rede simples, poucos canais, rea de cobertura pequena e baixo grau de interoperabilidade com outras redes ou sistemas. Operam com baixa quan-tidade de rdios, dificilmente passando de 100 unidades.

    As demandas macroeconmicas, geralmente, so determinadas por grandes empresas tomadoras de servios, tais como indstrias dos mais diversos segmentos da economia, administrao pblica direta, empresas pblicas, universidades, empresas da construo civil, de agronegcios, de papel e celulose, usinas de acar e etanol, mineradoras, petrolferas, concessionrias de rodovias, de energia eltrica, de servio de gua e esgoto. No aparato oficial, secretarias de segurana pblica, sade, educao, meio ambiente e instituies financeiras da rea governamental. Eventualmente, entre elas, pode aparecer alguma do grupo microeconmico que, em razo de seu porte, passa a ter uma demanda diferenciada.

    As demandas desses clientes especiais se destacam em relao aos demais pela grande quantidade de equipamentos, redes, canais, intero-perabilidade com outros sistemas, complexidade de topologia de redes, enlaces, necessidade de cobertura de grandes reas e gerenciamento de situaes de risco.

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    NORMAS REGULADORAS12

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    Nem tudo que possvel tecnicamente vivel juridicamente. Exis-tem normas e padres a serem seguidos no que diz respeito canalizao de frequncias e quantidade mnima de estaes em algumas redes. recomendvel, antes de se comprar equipamentos e definir a faixa de frequncia, um minucioso estudo da disponibilidade de canais existentes na regio. H casos em que equipamentos so adquiridos e sequer so instalados em razo da inexistncia de canais disponveis.

    Para evitar erros de planejamento em reas de pouca disponibilida-de de canais (caso das grandes capitais e de regies do interior paulista), recomenda-se um levantamento local antes da compra de equipamentos, como medida para evitar contratempos e dissabores mais tarde.

    1. CRONOGRAMA E MAPA DE RISCOS A elaborao de um projeto elementar. Tem que haver comeo, meio

    e fim dentro de um cronograma que estabelece uma ordem de necessidades. A principal delas de cunho econmico e financeiro. Outra operacional, uma vez que no se adquire um sistema de radiocomunicao por modismo, mas sim porque existe carncia de comunicao.

    Recomenda-se elaborar cronograma com datas para a entrega de ta-refas ou produtos. Se possvel, fazer constar no contrato que os pagamentos sero efetuados mediante medio e aprovao da tomadora do servio. Para que no haja atrasos, o que inevitvel em algumas obras, indispensvel executar um mapeamento de riscos. Desta forma, o gestor do projeto poder planejar alternativas logsticas, tcnicas e operacionais, com o objetivo de reduzir ou superar as adversidades.

    Nas obras em locais distantes, que exigem o deslocamento de equipes especializadas, algumas providncias so necessrias para evitar compli-caes. Profissionais experientes so capazes de prev-las, razo pela qual vale a pena investir na competncia e na qualidade tcnica, economizando tempo e dinheiro.

    2. TREINAMENTO Em grandes redes comum observar a ignorncia de muitos usurios

    a respeito do sistema de radiocomunicao. No raro envolve profissionais que jamais tiveram contato com equipamentos de radiocomunicao.

    H tambm os profissionais que j conhecem e operam rdio, mas jamais participaram de treinamento. Nos laboratrios de consertos, muitos

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    defeitos dos aparelhos so identificados como fruto do mau uso.Ocorrem por desconhecimento do manuseio e de aes nocivas ao equipamento.H ainda quem confunda rdio comercial com o rdio amador, desvirtuando a finalidade para a qual se destina no contexto empresarial.

    Para trocar experincia com todos, iniciantes e veteranos, nada melhor do que contratar uma empresa especializada no ramo para organizar um treinamento, com os principais tpicos: funcionamento das redes do sistema, noes gerais sobre comportamento e conduta do usurio, recomendaes sobre como utilizar o equipamento, diferenas operacionais entre os diver-sos tipos de estao, cuidados com os equipamentos, entre muitos outros aspectos que devem ser customizados caso a caso.

    3. ADMINISTRAO DE TERCEIROS Com os grandes clientes, o fenmeno da terceirizao muito comum.

    Isso gera algumas distores. Por exemplo: vrias redes de diferentes operado-res atuam ao mesmo tempo, integradas ou no nas instalaes da empresa, suscitando dvidas dos gestores e forando-os a falar um tipo de lngua com cada um dos prestadores de servio. Algo como uma Torre de Babel.

    Cabe ao gestor da rea definir a poltica de contratao de terceiros usurios de rdios. preciso decidir se devero trazer suas respectivas li-cenas com os rdios ou se operaro com a licena da tomadora de servios. Neste segundo caso, se houver substituio do contratado, o controle das respectivas autorizaes para uso de estao de rdio permanecer com o antigo prestador de servio. A licena intransfervel.

    4. ORAMENTO Ponto crucial na aquisio de produtos e servios o envolvimento

    do departamento de compras responsvel pela escolha dos fornecedores e a identificao da proposta mais vantajosa. A partir da, o interessado ir mergulhar no complexo universo das competitivas empresas de radiocomu-nicao e se defrontar com um pacote de especificaes de equipamentos, acessrios e perifricos existentes. Caso tudo no seja preciso e exato, corre-se o risco de adquirir produtos e servios inadequados. No af de comprar barato, algumas empresas, em casos extremos, acabam tipificadas pelo Cdigo Penal como receptadoras.

    A rigor, a desinformao impera no ramo. A maioria dos departa-mentos encarregados da recepo de materiais (geralmente almoxarifados),

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    inclusive das grandes empresas, no tem condies de identificar e avaliar produtos de telecomunicaes. Para resolver tais fragilidades, o ideal que se estabelea no contrato que o produto ser parte do servio. O fornecedor deve ser auditado por resultados definidos no momento da contratao.

    5. INTERFERNCIAS A interferncia uma das piores maldies que assolam as redes de

    radiocomunicao. H, porm, muitas maneiras de resolver o impasse. Primeiro, revisar todo o sistema e se certificar de que a operao obedece a caractersticas tcnicas corretas. Em caso positivo, o prximo passo rastrear a origem da fonte das emisses. Quando a interferncia audvel, esse processo fcil. Basta, ao escutar a outra rede, identificar a entidade responsvel pelo sistema. Quando afeta os dados, a situao mais compli-cada. Convm ento procurar as causas minuciosamente dentro da prpria empresa, em outros sistemas. So infinitas as hipteses de origem e muitas vezes decorrem de harmnicos, esprios e batimentos.

    6. REA DE COBERTURA E PONTOS DE SOMBRA

    Durante o processo de site survey possvel identificar e projetar, em conjunto com o cliente/usurio, a concepo da arquitetura de rede. Sem a elaborao de estudos prticos e tericos, escuta de frequncias e avaliao prvia de viabilidade de canais na Anatel, o servio certamente ficar prejudicado.

    Se alguma coisa sai errada, o fenmeno resulta da no contratao do servio de predio. O usurio compra o sistema como se tivesse adquirindo um eletrodomstico que funciona no piloto automtico e no um sistema de grande complexidade.

    7. EXPOSIO A ONDAS ELETROMAGNTICAS

    O governo federal (lei n 11.934) e a Anatel (Resoluo 330) instituram normas, padres e parmetros para a instalao de estaes emissoras de ondas eletromagnticas no ionizantes na faixa de 9 kHz a 300 GHz. Nesse sentido, estaes base, repetidoras e mveis passaram a ser objeto de estudo adicional. Alm de atender s necessidades operacionais dos executantes do Servio Limitado Privado, a legislao passou a exigir segurana aos profis-

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    sionais operadores e aos colaboradores expostos s irradiaes nas estaes de radiocomunicao. Hoje, a Anatel solicita laudos tcnicos assegurando que as estaes estejam de acordo com as normas tcnicas e a metodologia de instalao.

    Os nveis de irradiao existentes no local de instalao devem ser verificados por medio in loco, com equipamento aferido pelo Inmetro, conforme as especificaes do fabricante e os parmetros fixados pela lei. O laudo baseado em clculos tericos impreciso pois exclui variveis fun-damentais, tais como altura e tipo da antena, tipo de cabo, condies dos materiais, condies da estao, aferio de potncia do equipamento e aferio de ERP.

    Deve-se levar em considerao que alteraes de antena no previstas no projeto e condies geolgicas do local de instalao podem impactar na amplitude magntica da corrente eletromagntica.

    8. AUTUAES, MULTAS E LACRAESEis aqui a derradeira p de cal que recai sobre um sistema mal plane-

    jado. Se forem constatados problemas no sistema de radiocomunicao, a Anatel ir instaurar processo administrativo para apurar as irregularidades, nos termos da Resoluo 344. Ressalta-se que essas responsabilidades a priori recaem sobre o executivo que responde pela entidade. Mas a instaladora no fica livre da encrenca. autuada como co-responsvel, conforme a Lei Geral das Telecomunicaes (artigo 183).

    9. VANTAGENS DA TURN KEYMuitos so os modelos possveis de terceirizao de servios. Existem

    empresas especializadas em vrias fases do processo. Caso o gestor do projeto queira aproveitar o melhor de cada uma delas, a terceirizao perfeitamente vivel, desde que se aceite alguns riscos. Dessa forma, possvel comprar equipamento de um fornecedor, instalar com outro e licenciar com um terceiro. No entanto, o gestor do contrato precisar de tempo, disposio e conhecimento para administrar todos os fornecedores (gerenciando as zonas cinzentas, nas quais a responsabilidade de um acaba onde comea a do outro). Em alguns casos, pode at reduzir custos.

    Ocorre que, na maioria das vezes, o gestor do projeto de radiocomu-nicao est soterrado por muitas atribuies. Neste caso, o alinhamento de contas com um nico fornecedor, costuma ser interessante do ponto de

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    vista gerencial e s vezes tambm no aspecto econmico. Com a centrali-zao de produtos e servios num nico fornecedor, a negociao assume outra dimenso.

    10. LOCAO OU COMPRA? Em geral, o que determina compra ou locao de equipamentos a

    combinao entre cultura de investimentos e percepo do gestor a res-peito do bem adquirido, considerando, acima de tudo, sua importncia no processo produtivo do business. Alis, tudo no mundo dos negcios se resume na percepo e no olhar que paira sobre o objeto da negociao, no importando qual o lado do balco em que se esteja.

    Apenas em relao Anatel, os equipamentos devem seguir quatro normas:

    a - Resoluo 242, que dispe sobre homologaob - Norma 13, que determina o licenciamento de equipamentos trans-

    ceptoresc - Resoluo 303, que dispe sobre os parmetros de segurana ne-

    cessrios salvaguarda da sade e do meio ambiented - LGT (Lei Geral de Telecomunicaes) que dispe sobre as punies

    aos infratores de normas de telecomunicaesNesse contexto, para assegurar o funcionamento com qualidade e

    de modo contnuo, sempre haver necessidade de um provedor que preste assistncia rotineira, assumindo, tambm, os servios de manuteno, le-galizao e treinamento, no caso de compra de equipamentos.

    No se pode perder de vista algumas questes pontuais e percalos inevitveis. Afinal, qualquer objeto eletrnico se deprecia no mximo em trs anos e o certificado de homologao da Anatel, para maioria dos equi-pamentos, expira em 24 meses. Os acessrios e componentes de reposio de antigas peas aos poucos se tornam escassos e podem atingir cifras inviveis. Assim, em vez da compra, mais conveniente a locao de equipamentos, bem negociada com o fornecedor, que dever assumir todos os custos e encargos decorrentes da prestao do servio.

    A proposta do fornecedor deve atender aos objetivos do cliente. Competir a ele providenciar o licenciamento na Anatel ou fornecer suas prprias licenas (em vias originais), capazes de garantir a quantidade de rdios locados. Se o objeto do contrato for a locao de 50 rdios, devero acompanhar 50 licenas. Constar ainda do contrato o licenciamento de

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    laudos para assegurar a sade dos usurios, laudos ambientais, assessoria jurdica para acompanhar processos na Anatel, recolhimento de taxas e emolumentos, entre outros documentos exigidos por lei.

    Acrescenta-se ainda treinamento aos usurios sobre prtica e ca-pacitao no uso correto do sistema, evitando gastos desnecessrios com manuteno decorrente de mau uso. E ainda mais: manuteno preventiva trimestral sem custo adicional, manuteno corretiva 24 horas por dia, in-cluindo mo-de-obra tcnica especializada e fornecimento de componentes (qualquer cobrana extra por m utilizao dever ser acompanhada de laudo tcnico e foto do item danificado).

    No mbito das vantagens estratgicas, dependendo do regime fiscal de declarao de Imposto de Renda (lucro real), toda a fatura de locao lanada como despesa. Portanto, abatida do valor final a pagar. Na reno-vao do contrato (vigncia, em geral, de 12 a 36 meses), poder ser exigida atualizao completa do parque de rdios. Desta forma, a contratante ter sempre equipamentos novos e atualizados. Nesse modelo de negcio, o

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    gestor determinar os custos dos servios em contrato, situao rara em se tratando detelecomunicaes, c