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O uso de Tecnologia Assistiva por Idosos Dra. Maria de Mello Pós Doutora em Ciências da Reabilitação/Envelhecimento e Tecnologia Assistiva

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Page 1: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

O uso de Tecnologia Assistiva por Idosos

Dra. Maria de MelloPós Doutora em Ciências da Reabilitação/Envelhecimento

e Tecnologia Assistiva

Page 2: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Com um aumento na longevidade, uma população crescente de idosos e uma associação entre idade e deficiência, a necessidade de tecnologia assistiva deverá aumentar drasticamente.

Cerca de 23% dos adultos com idades entre 45-64 anos têm algum tipo de deficiência, para aqueles 65 a 69 anos de idade, a probabilidade de ser afetada por uma deficiência quase duplica para 45%. Cerca de 74% dos adultos com 80 anos ou mais têm uma deficiência.

U.S. Department of Health & Human Services,2010.

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A necessidade de serviços de TA eficientes e baseados em evidências

O grande potencial da tecnologia no apoio às necessidades da vida diária dos idosos e das pessoas com deficiência tem sido pouco explorado até agora.

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A necessidade de serviços de TA eficientes e baseados em evidências

Quanto mais a tecnologia avança e abre novas possibilidades, mais ela deve ser considerada como um componente intrínseco de um sistema de cuidados, o que não significa apenas tornar a tecnologia disponível, mas também garantindo processos eficazes de correspondência de cada usuário com a tecnologia mais adequada.

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Tecnologia Assistiva (TA) é um termo genérico que indica qualquer produto ou tecnologia baseada em serviço que melhora o desempenho funcional de pessoas de todas as idades com limitações de atividades em sua vida diária, educação, trabalho ou lazer

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Esta definição é bastante ampla e inclui não somente os dispositivos que foram propositadamente concebidos para pessoas com deficiência. Na verdade, a fronteira entre a tecnologia assistiva e a tradicional é, por vezes turva, em que é possível, projetar soluções asssitivas reunindo tecnologias tradicionais.

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Page 8: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

No modelo da CIF, TA em sentido amplo - incluindo tanto produtos de tecnologia assistiva em sentido estrito e produtos em geral que podem ser usados , montados ou configurados para compensar a limitação funcional ou de participação em atividades de suporte de vida - são classificados como fatores ambientais contextuais.

Adaptações ambientais individuais do ambiente físico (ou virtual) onde a pessoa vive ou realiza determinadas atividades também são consideradas fatores contextuais, embora classificado sob outra classe. O mesmo se aplica para a assistência pessoal, que é mencionado em outra classe.

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Equação dos 4 “A”s:Tecnologia Assistiva +Assistência pessoal +

Adaptações ambientais individualizadas =

----------------------------Solução Assistiva

Page 10: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Cada fator pode funcionar como facilitador ou barreira, dependendo de como ele é implementado e como ele funciona em combinação com os outros dois fatores.

Trabalhando como facilitador significa apoiar a autonomia da pessoa, ou seja, melhorar a participação em atividades de vida em relação a seu / sua hierarquia pessoal de necessidades.

Uma solução assistiva deve ser considerada como eficaz, se existe evidência de que ela

melhorou a autonomia, ou a manteve.

Page 11: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Autonomia é a capacidade da pessoa assumir o controle sobre a própria vida,

para estabelecer relações com os outros e participar ativamente na sociedade .

É o resultado de um processo de capacitação que envolve um crescimento pessoal, e que depende de vários outros fatores contextuais (assistência médica, reabilitação, educação, aconselhamento, habitação, medidas sociais, etc, sendo todos os fatores contextuais ambientais no modelo da CIF. Para alcançar a autonomia é muitas vezes impossível sem adequadas soluções assistivas.

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Objetivo de um Sistema de

Prestação de Serviços de TA :

garantir que todas as pessoas com deficiência possam ter acesso apropriado a soluções assistivas que sejam capazes de promover sua autonomia no ambiente em que vive.

Page 13: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Acessibilidade de infra-estrutura não é responsabilidade de um sistema de prestação de serviços de TA.

Há uma relação entre a acessibilidade de infra-estrutura e adaptações ambientais individuais: os efeitos de ambas as intervenções se somam.

• Quando a acessibilidade de infra-estrutura é ruim, a solução assistiva individul pode compensar isso, e vice-versa (Figura 2).

• Quanto o mais inacessível for o ambiente, mais difícil será para implementar soluções individuais eficazes.

• Mesmo a melhor solução, ou o mais caro produto assistivo, pode não trabalhar bem em um ambiente inacessível.

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Mann and col, 1999 - Effectiveness of Assistive Technology and Environmental Interventions in Maintaining Independence and Reducing Home Care Costs for the Frail Elderly - A Randomized Controlled Trial

“As pessoas idosas frágeis neste estudo experimentaram declínio funcional ao longo do tempo. Os resultados indicam que taxa de declínio funcional pode ser retardado, e o custo com assistência pessoal pode ser reduzido tanto em institução e com o pessoal em casa através de fornecimento sistemáticode produtos assistivos e adaptações ambientais.”

Page 15: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

"A mesma tecnologia que hoje adultos jovens consideram como conveniências modernas, pode ser definida por pessoas mais velhas como necessidades ".- Rhoads

Tecnologia assistiva oferece as pessoas mais velhas a promessa de uma maior independência.Atualmente, existem mais de 23 mil produtos assistivos e essenúmero cresce rapidamente.

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Modelos de Serviços de TA

PREMISSAS: O fornecimento de uma solução assistiva para um indivíduo tem pouco em comum com a prescrição de uma droga ou de um procedimento médico.

Page 18: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Modelos de Serviços de TA

PREMISSAS: É por isso que a escolha de uma solução assistiva deve ser baseada em uma abordagem de parceria (trabalho em equipe, em que o usuário tem um papel fundamental) em vez de uma abordagem diretiva (quem seleciona é o profissional e o usuário tem pouco ou nada a dizer). Ambas as considerações éticas e de eficácia sugerem que a abordagem de parceria deve fundamentar a atitude e os métodos de trabalho dos profissionais envolvidos.

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Modelo MédicoCada produto assistivo previsto para a provisão pública deve ser prescrito por um profissional qualificado, sob seu / sua responsabilidade. O modelo é chamado de "médico", devido à sua semelhança com drogas de prescrição médica . Normalmente os prescritores autorizados são sempre Médicos , Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas , Enfermeiros etc. Um modelo médico é geralmente regulado por uma lista de produtos (Registro) ou especificações de produtos (tipos de produtos) elegíveis para o fornecimento público, com ou sem os preços estabelecidos ou limites de reembolso.

Page 21: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

O foco está em toda a solução assistiva, em vez de produto específico. Uma vez que a solução assistiva individual foi decidida e o orçamento foi autorizado, a escolha dos dispositivos específicos é bastante livre, desde que efetivamente atinja os objetivos pretendidos. Dentro de um modelo social, basicamente, qualquer dispositivo pode ser elegível para a provisão pública, a menos que políticas de contratos públicos restringir o intervalo de produtos que satisfaçam um determinado preço, de segurança ou regras de qualidade.

Modelo Social

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Fluxo do cliente: 1. Encaminhamento formal

proveniente de qualquer profissional de saúde que esteja lidando com o paciente.

2. Avaliação das necessidades do cliente.

3. Pesquisa de alternativas.

4. Proposta de alternativas ao cliente e aos profissionais envolvidos.

Indicação/Prescrição de um Produto Assistivo

Page 23: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

5. Definição da melhor alternativa. Prescrição do equipamento.

6. Viabilização. Aquisição.

7. Teste/Prova. 8. Treino de uso. 9. Acompanhamento. Re-avaliações; reajustes, novas prescrições quando necessário.

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Autor Tipo de estudo / Amostra ResultadosAgree E, Freedman V.2

Qualitativo, longitudinal, prospectivo, descritivo.

17.920 idosos fragilizados, 65 anos (média).

· TA é usada para realizar AVDs e AVDIs.

· Indivíduos que usam apenas TA têm mais dificuldade do que aqueles que recebem cuidado pessoal e usam TA.

Agree E, Freedman V.1

Qualitativo, longitudinal, descritivo.

122.000 idosos fragilizados.

· TA é usada para aquisição de necessidades.

· Idosos usam TA quando recebem cuidado informal ou formal.

· TA simples e barata pode levar à independência e substituir necessidade de cuidadores formais.

· TA pode diminuir as demandas sobre o cuidador.

· TA leva à melhoria da qualidade de vida dos idosos e de seus cuidadores.

· O uso de TA prorroga necessidade de institucionalização.

Page 26: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Chen T, et al.4 Qualitativo, longitudinal, prospectivo, descritivo.

20 idosos fragilizados, 64-87 anos.

· Há necessidade de assistência física e verbal de cuidadores.

· TA economiza tempo e energia, reduz frustração e provê segurança.

· Há satisfação com uso de TA por parte de utilitário.

· A satisfação do utilitário da TA é reforçada por cuidador.

Cornman J,

Freedman V, Agree E.5

Qualitativo, descritivo, retrospectivo.

45.810 idosos fragilizados,

65+ anos

· Indivíduos que usam TA e não têm dificuldade com tarefas diárias têm maior nível educacional.

· TA mais usadas pelos utilitários: bengala canadense, dispositivos para transferência e cadeira de rodas.

· A TA é mais usada devido às mudanças nas condições de saúde, ao não auxílio de terceiros ou ao interesse na manutenção da independência.

Freedman VA, et al.6 Qualitativo,longitudinal,

descritivo.

128.568 indivíduos fragilizados,

65+ anos.

· Indivíduo realiza 26% das AVDs com o auxílio de TA.

· Há diminuição do cuidado pessoal com uso de TA.

· Idoso recorre à TA quando não há cuidador.

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Gitlin LN, Luborsky MR, Schemm RL.9

Qualitativo, longitudinal, prospectivo.

103 indivíduos pós-AVE, 55+ anos.

· TA é positiva ou negativa dependendo se as necessidades são ou não supridas.

· Indivíduo reconstrói rua auto-estima e bem estar caso use TA.

· Comentários individuais capacitam médicos a examinar seus pensamentos e sentimentos.

Gitlin LN, Levine RE, Geiger C.7

Quantitativo, experimental, transversal, exploratório e qualitativo, prospectivo.

13 idosos fragilizados, 61-84 anos, descritivo.

· TA é prescrita baseando-se no meio hospitalar aonde indivíduo se encontra, em sua patologia, em seus próprios objetivos, nos valores culturais e características físico-sociais de sua casa.

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Gitlin LN, Levine RE.8

Revisão narrativa.

-0-

· Qualidade de vida melhora com TA em tarefas complexas.

· Empecilhos para desenvolvimento de plano terapêutico efetivo: percepção do indivíduo de sua incapacidade/outros fatores psicossociais e efetividade de TA para capacitar, desempenho nas atividades, envolvimento do cuidador.

· Política de reembolso é barreira para o uso de TA.

· A TA não é usada, pois é desnecessária, não supre o que o indivíduo espera e as tarefas são realizadas pelo cuidador.

Page 29: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Gosman-Hedström G, Blomstrand C.19

Quantitativo, transversal,

descritivo, longitudinal.

151 idosos pós-AVE moderado,

81 anos (média).

· Observou-se melhoria na execução de AVDs e na qualidade de vida após uso de TA.

· A não melhoria da qualidade de vida com uso de TA deve-se à inabilidade de realizar atividades.

· TA repercute positiva (e.x., auxilia na execução das atividades) ou negativamente (e.x., relembra indivíduo da incapacidade).

Gosman-Hedström G, et al.10

Qualitativo, longitudinal, prospectivo.

249 indivíduos pós-AVE.

· A utilização de TA não é diferente de sua não utilização.

· A maioria dos dispositivos foi usada ocasionalmente ou sempre.

· Indivíduos preferiam realizar atividades sem TA.

· Dificuldade do uso de TA: disfunção cognitiva, não desejo de uso e razões culturais/tradicionais.

· Vantagem de TA: prescrição para auxiliar no desempenho.

· Desvantagem de TA: prescrição indiscriminada e com pouco efeito para o indivíduo.

Page 30: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Mann WC, et al.14

Qualitativo,prospectivo,

longitudinal.

1.016 idosos fragilizados 75 anos (média).

· TA mais importantes sob o ponto de vista dos utilitários: lupa para aumento visual, bengala, cadeira de rodas, andador e barra de apoio.

· Idosos fragilizados percebem TA como importante na manutenção da independência físico-funcional.

Mann WC, et al.13

Quantitativo,prospectivo,

transversal,exploratório.

104 indivíduos fragilizados, 73 anos (média).

· Grupo controle apresentou menor alteração funcional (MIF) com uso de TA.

· Grupo experimental apresentou maior gasto financeiro com internação e atendimento domiciliar.

Page 31: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Mello MAF, Ramos LR.15

Qualitativo,longitudinal,

descritivo, prospectivo.

144 idosos fragilizados, 73-103 anos.

· Setenta e três por cento dos indivíduos possuíam TA devido à deficiência motora.

· TA foi prescrita por amigos, parentes, médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.

· Quando TA é prescrita pelo amigo/familiar reforça tendência à auto-medicação.

· Indivíduos não usam TA devido ao preço ou por não saberem do que se trata.

· Idosos que utilizam TA apresentam perdas motoras.

· Idoso que financia TA sugere negligência dos profissionais de saúde.

· Quedas podem ser devidas ao déficit de profissional que oriente modificações ambientais.

Page 32: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

Tomita M, et al.18 Quantitativo, descritivo,

longitudinal, prospectivo.

694 idosos fragilizados, 60+ anos.

· Fatores que levam ao uso de TA: motivação, gravidade e duração da doença, ingestão de medicação, ausência de depressão, determinação em viver independentemente, existência de suporte social, recomendação do uso do dispositivo e interação entre TA e ambiente de moradia.

Wessels R, et al.19

Revisão narrativa

-x-

· O não uso de TA pode ser devido à não aceitação da incapacidade, à depressão, a produtos de má qualidade, à barreira arquitetônica e à inapropriada instrução em sua aquisição.

Page 33: O uso de Tecnologia Asssitiva por idosos

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