o uso da tecnologia no ensino de línguas
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O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve
retrospectiva histórica
Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva
Introdução
A importância da máquina; O uso da tecnologia na educação;
Reações diversas diante das novas tecnologias.
A tecnologia da escrita
Papiro: primeiro formato do livro; A invenção da imprensa por Gutemberg
(1442): primeira grande revolução tecnológica da humanidade;
Problemas de difusão do livro: preços inacessíveis, censura religiosa e política.
Atualmente, ainda há censura em relação ao computador, cujo uso ainda não é
democratizado inclusive nas escolas, embora seja fato que o computador é uma
ferramenta importante na educação.
As tecnologias no ensino de línguas
Gramáticas: primeiros livros utilizados; Comenius: defendia o uso do livro didático na
sala de aula; A aquisição de vocabulário se limitava à
memorização de itens lexicais.
Tecnologias de áudio e vídeo
Reprodução de som e vídeo; Invenção do fonógrafo por Thomas Edson em 1878: representou uma grande revolução
no ensino de línguas; O fonógrafo possibilitou ao professor gravar
a fala de nativos.
Desdobramentos da invenção do fonógrafo: The International Correspondence Schools of
Scranton: primeiro material didático gravado em 1902 e 1903, continha falas nativas
autênticas e textos ilustrados.
Cartoons para o ensino de inglês básico: criados em 1930 pelos estúdios Walt Disney e deram início ao uso de filmes no ensino de
línguas ; Criação de laboratórios no final dos anos 50
e utilização de gravadores com fitas magnéticas;
Fracasso dos laboratórios: ocorreu devido a rigidez das instalações e ao conceito de
língua como sistema fechado; Rádio: transmissão em tempo real, que
impossibilitou sua utilização na aprendizagem de línguas;
As tecnologias de áudio e vídeo, tais como cinema, rádio e televisão se difundiram na
sociedade, mas não causaram maiores impactos na dimensão escolar.
Televisão: Foi inventada em 1926 por John Baird, mas
chegou ao Brasil em 1950; Fora do ambiente escolar formal, é um meio
de comunicação bastante empregado em projetos de ensino de línguas como o
Telecurso.
Na sala de aula regular, a televisão é utilizada na visualização de vídeos e filmes, e estão sendo gradativamente substituídos por
CD-Roms e DVD’s.
Retrospectiva
Livro → Fonógrafo → TV
O Computador
Origem: ARPANET, criada para atender os interesses militares dos americanos; No Brasil, em 1980, surgiram os
computadores pessoais ( PC’s); Em 1991, foi criada a Rede Nacional de Pesquisa ( RNP) pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPQ).
A tecnologia da informática está em constante evolução e utiliza periféricos que permitem a integração das tecnologias de
áudio, vídeo e escrita; Nova fase da Internet: o usuário passa a ser
também produtor de conteúdo.
Os recursos da Web 2 possibilitam ao aprendiz de língua estrangeira utilizar a língua em diversas situações , podendo
publicar seus textos e interagir com recursos de áudio e vídeo.
O ensino de línguas mediado por computador teve início com o projeto PLATO (Programmed Logic for Automatic Teaching
Operations),em 1960; Neste projeto, a instrução era mediada pelo
computador para várias línguas.
Nos anos 80, surgiram na Inglaterra os programas de reconstrução de texto, como o
Storyboard e Adam & Eve ; A ESL Cafe foi uma das primeiras páginas
gratuitas criada em 1995; Atualmente há páginas em que o aluno de
língua estrangeira encontra exercícios diversos, cujo foco é a forma.
Rumo à normalização
A socialização dos computadores e seu uso na educação podem ser descritos em sete
fases, que são: Fase 1: uso do computador para cálculos
matemáticos; Fase 2: acesso a instituições de ensino
privilegiadas;
Fase 3: acesso à toda esfera educacional; Fase 4: massificação do uso do computador;
Fase 5: uso do computador para fins didáticos;
Fase 6: crianças digitalmente letradas; Fase 7: acesso universal às informações.
Sete estágios na normalização do ensino de língua mediado por computador:
Primeiro estágio: primeiros adeptos; Segundo estágio: ignorância ou ceticismo em
relação às novas tecnologias; Terceiro estágio: experimentação e rejeição
da tecnologia;
Quarto estágio: identificação de algumas vantagens no uso de novas tecnologias;
Quinto estágio: expectativa exagerada em relação às novas tecnologias;
Sexto estágio: a tecnologia torna-se normal; Sétimo estágio: integração total das novas
tecnologias à vida diária.
Na educação, convivemos com os vários estágios;
No ensino de línguas estrangeiras em universidades, as experiências se dividem
em: ensino, extensão, atividades curriculares e projetos opcionais.
Na área de extensão, destaca-se o trabalho da Prof. Heloisa Collins, com o projeto
Surfing & Learning que era voltado para adultos que utilizavam a Internet e
precisavam de conhecimentos básicos em inglês;
Business Writting on- line: projeto coordenado por Collins e Wyatt;
Projeto Instrumental de Leitura para professores da rede pública de São Paulo:
também coordenado por Collins;
Na área de graduação, cita-se a experiência de Vera Menezes na UFMG, que teve início em 1997 com a oferta de disciplinas sobre
leitura e escrita na Internet; Na Unicamp, Denise Braga coordena o projeto Read in Web para alunos de pós-
graduação.
Como atividade extracurricular, destaca-se o projeto Teletandem Brasil coordenado por
João Telles, cujo objetivo é a interação entre falantes nativos de diferentes línguas;
Um dos pioneiros no desenvolvimento de material on-line no Brasil é Vilson Leffa, com o sistema ELO (Ensino de Línguas Online).
Concluindo
Ainda há resistência ao uso de computadores por parte de alguns
professores; Há apoio dos governos para a socialização
do uso do computador; A história da tecnologia no ensino de línguas
não é linear.
Referência
PAIVA, V.L.M.O. O uso da tecnologia no ensino de línguas estrangeiras: breve retrospectiva histórica
(submetido à publicação) 2008 disponível em http://www.veramenezes.com/techist.pdf