o romantismo na arquitetura e na pintura

124
1 1 História da Cultura e das Artes 12.º ano O Romantismo Prof. Carlos Pinheiro

Upload: carlos-pinheiro

Post on 06-Dec-2014

17.253 views

Category:

Education


12 download

DESCRIPTION

História da Cultura e das Artes, 12.º ano. O romantismo na arquitetura e na pintura.

TRANSCRIPT

Page 1: O romantismo na arquitetura e na pintura

1 1

História da Cultura e das Artes

12.º ano

O Romantismo

Prof. Carlos Pinheiro

Page 2: O romantismo na arquitetura e na pintura

1750: o termo romântico foi empregue pela primeira vez em Inglaterra

para definir o tema das novelas pastoris e de cavalaria que existiam

nessa época.

Romântico significava pitoresco: expressão de uma emoção que é

indefinida e que foi provocada pela visão de uma paisagem.

O termo romântico passou depois a ser adotado no movimento artístico-

filosófico Romantismo, que seguiu as ideias políticas e filosóficas do

século das luzes (liberdade de expressão e afirmação dos direitos

dos indivíduos) e também as ideias de um movimento alemão chamado

– Strürm und Drang (que tinha como principais elementos o sentimento

e a natureza).

Page 3: O romantismo na arquitetura e na pintura

1. Cultivou a emoção, a fantasia, o sonho, a originalidade, evasão para

mundos exóticos onde se podia fantasiar e imaginar.

2. Exaltação da Natureza.

3. Gosto pela Idade Média (porque tinha sido o tempo de formação das nações).

4. Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade individual, liberdade do povo).

5. Panteísmo (doutrina segundo a qual Deus não é um ser pessoal distinto do

mundo: Deus e o mundo seriam uma só substância).

Características

Page 4: O romantismo na arquitetura e na pintura

6. Individualismo: visão de mundo centrada no indivíduo. Individualidade,

muitas vezes definida por emoções e sentimentos

7. Subjetivismo: o romântico trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo

com sua opinião sobre o mundo

8. Idealização: o autor idealiza temas, exagerando em algumas das suas

características (ex. a mulher é vista como uma virgem frágil; a noção de

pátria também é idealizada.)

Características

Page 5: O romantismo na arquitetura e na pintura

Temas

Em comum, o regresso à Natureza (vista como universo natural e imaginário)

•Florestas melancólicas

• Ruínas,

• Paisagens selvagens, com uma neblina misteriosa,

• Regiões desertas,

• Tempestades marítimas,

• Ambientes exóticos com temas orientalizantes e históricos, que relatam

tradições e crenças populares.

Page 6: O romantismo na arquitetura e na pintura

CLASSICISMO ROMANTISMO

Visão fria e racional do mundo

• formalismo

• controlo

• disciplina intelectual

recusa

Page 7: O romantismo na arquitetura e na pintura

Origem: Alemanha

É na Alemanha que se manifesta-se pela primeira vez a estética da interioridade,

que considera a arte como um instrumento para se atingir o cerne da criação, para

se entrar em contacto com a natureza infinita, através do sentimento sublime.

É o início da pintura moderna de paisagem, capaz de exprimir, melhor do que

qualquer outro, certos aspetos da sensibilidade do homem oitocentista.

Page 8: O romantismo na arquitetura e na pintura

No século XIX gera-se um movimento de reação que procura os fundamentos da

arte nas antigas realidades nacionais.

O gosto pela Arqueologia torna-se extensivo à Idade Média e redescobre-se o

românico e o gótico, que os artistas tentam fazer reviver nas suas obras.

Dedicam-se à redescoberta das técnicas construtivas desses dois estilos,

chegando à conclusão que as soluções técnicas da Idade Média eram tão racionais

como as clássicas greco-romanas.

O romantismo procura elementos rústicos e entrega-se às realizações

espontâneas, o que dá origem à incorporação, na nossa cultura, de vários

conhecimentos acumulados pelos povos primitivos ou que se desenvolveram longe

da Europa civilizada. Isto leva ao estudo também, da arte chinesa e japonesa,

assim como indiana e africana.

Page 9: O romantismo na arquitetura e na pintura

Com o regresso à Idade Média. o romantismo vai recusar as regras impostas pelas

academias neoclássicas, pois estas eram inspiradas nos valores clássicos (ordem,

proporção, simetria, harmonia).

Os arquitetos românticos vão preferir:

• irregularidades nas estruturas espaciais e volumétricas

• preferência pelas geometrias mais complexas e pelas formas curvas

• efeitos de luz

• movimento dos planos

• pitoresco da decoração (tudo o que pode ser pintado ou representado em

imagem)

Page 10: O romantismo na arquitetura e na pintura

Recuperação de formas artísticas medievais (românico, o gótico), acompanhada

do gosto pelo exótico contido nas culturas orientais (bizantina, chinesa, árabe).

REVIVALISMO, ECLETISMO, HISTORICISMO E EXOTISMO

Page 11: O romantismo na arquitetura e na pintura

CONCEITOS:

Revivalismo: movimento artístico que reproduz técnicas e cânones estéticos de

correntes artísticas anteriores.

Ecletismo: combinação de influências provenientes de várias épocas e estilos

num mesmo edifício.

Historicismo: valorização dos estilos das épocas passadas pelo seu valor

simbólico.

Exotismo: tendência que se desenvolveu pelo gosto do que é estranho (diferente

ou estrangeiro) à cultura ocidental e que desenvolveu a imaginação e os sentidos

pelo desconhecido e misterioso.

Page 12: O romantismo na arquitetura e na pintura
Page 13: O romantismo na arquitetura e na pintura

13 13

Construções Neogóticas: INGLATERRA

Palácio do Parlamento (Palácio de Westminster)

1840-88, Charles Barry e A.W.Pugin, Londres

O novo edifício do parlamento – que tomou

o lugar do antigo Palácio de Westminster,

destruído por um incêndio em 1834 – é um

testemunho do revivalismo gótico e do

entusiasmo dos ingleses por este estilo. INGLATERRA

Construções Neogóticas

Page 14: O romantismo na arquitetura e na pintura

INGLATERRA

Construções Neogóticas

Palácio do Parlamento (Palácio de Westminster)

1840-88, Charles Barry e A.W.Pugin, Londres

O gótico é conseguido através

de um revestimento

decorativo. Retomou-se o

estilo perpendicular (a forma

especial que o gótico tardio

tomou em Inglaterra)

aplicaram-se os elementos

decorativos verticais, as

superfícies foram subdivididas

por uma retícula (rede pequena).

A impressão é de que foi

aplicado um folheado sobre o

edifício.

Page 15: O romantismo na arquitetura e na pintura

15 15

TORRE DA VITÓRIA

Quando foi erguida, esta torre era a

mais alta do mundo com 102m. É à

prova de fogo, construída em pedra

sobre arcos de aço e tijolo, é suportada

no interior por colunas de ferro fundido.

TORRE DO RELÓGIO

Tem o famoso carrilhão

Principal, o Big Ben, e

4 outros mais pequenos.

TORRE CENTRAL

Ventila o interior,

produzindo uma coluna

móvel de ar que melhora

a circulação natural.

Palácio do Parlamento (Palácio de Westminster)

1840-88, Charles Barry e A.W.Pugin, Londres

INGLATERRA

Construções Neogóticas

Page 16: O romantismo na arquitetura e na pintura

16 16

PEQUENAS TORRES ANGULARES

Acentuam a verticalidade e a silhueta

INGLATERRA

Construções Neogóticas

Palácio do Parlamento (Palácio de Westminster)

1840-88, Charles Barry e A.W.Pugin, Londres

Page 17: O romantismo na arquitetura e na pintura

17 17

FACHADA

A fachada de 3 andares tem 244

metros de comprimento.

Palácio do Parlamento (Palácio de Westminster)

1840-88, Charles Barry e A.W.Pugin, Londres

INGLATERRA

Construções Neogóticas

Page 18: O romantismo na arquitetura e na pintura

FRANÇA

Construções Neogóticas

Igreja de Santa Clotilde (Paris, 1846-

56). F. C. Blau e Thérodore Ballu

No seu interior esta Igreja tem uma planta em cruz

latina e as naves são abobadadas. Na sua

construção foram utilizados materiais modernos,

exemplo disso é a abóbada central construída

com vigas de ferro e aço.

Page 19: O romantismo na arquitetura e na pintura

19

FRANÇA

Igreja de Notre-Dame de Paris

Restauro de Viollet-le-Duc – séc. XIX

FRANÇA

Construções Neogóticas

Page 20: O romantismo na arquitetura e na pintura

20

Construções Neogóticas:

Castelo de Neuschwanstein – 1870, Baviera.

Luís II da Baviera

ALEMANHA

Construções Neogóticas

Page 21: O romantismo na arquitetura e na pintura

21

Castelo de Neuschwanstein – 1870, Baviera – Áustria

Luís II da Baviera

Foi inspirado na obra do grande amigo e protegido de

Luís II da Baviera, Richard Wagner, compositor.

Foi desenhado por um desenhador de cenários

teatrais e não por um arquiteto.

É de aspeto medieval e de construção neogótica.

Tem 6000 metros quadrados, 4 andares e 80 metros

de altura.

ALEMANHA

Construções Neogóticas Castelo de Neuschwanstein – 1870, Baviera.

Luís II da Baviera

Page 22: O romantismo na arquitetura e na pintura

22

Recorreu a estruturas modernas como por

exemplo: engenhos a vapor e elétricos, ventilação

moderna e canalizações de aquecimento.

A decoração de algumas salas é inspirada nas

obras de Wagner, uma delas reproduz uma gruta

com muitas estalactites e estalagmites e, no

reinado de Luís II, tinha uma cascata.

Castelo de Neuschwanstein – 1870, Baviera.

Luís II da Baviera

ALEMANHA

Construções Neogóticas

Page 23: O romantismo na arquitetura e na pintura
Page 24: O romantismo na arquitetura e na pintura

Castelo de Neuschwanstein – 1870, Baviera.

Luís II da Baviera

ALEMANHA

Construções Neogóticas

Page 25: O romantismo na arquitetura e na pintura

25 Catedral de S. Patrício

James Renwick, Nova Iorque

EUA

Construções Neogóticas

Page 26: O romantismo na arquitetura e na pintura

Muralhas da Cidadela de Carcassonne – restauro de Viollet-le-Duc, séc. XIX

França

Construções Neo-românicas

Page 27: O romantismo na arquitetura e na pintura

27

A ocupação desta cidade remonta

a Celtas, Galo-romanos e Visigodos.

No final do século XIX foi redescoberta

por turistas ingleses, já em ruínas.

Foi encomendado o restauro a um

arquiteto, Viollet-le-Duc.

França

Construções Neo-românicas

Muralhas da Cidadela de Carcassonne – restauro de Viollet-le-Duc, séc. XIX

Page 28: O romantismo na arquitetura e na pintura

Igreja de Santa Madalena de Vézelay

Restauro de Violle-le-Duc, séc. XIX Igreja original do século XII.

França

Construções Neo-românicas

Page 29: O romantismo na arquitetura e na pintura

Ópera de Paris – 1862, Charles

Todo o edifício parece sobrecarregado e de uma vulgaridade luxuosa.

Reflete o gosto da classe criada pela Revolução Industrial, novos--ricos que se viam a si próprios como herdeiros

da velha aristocracia e assim achavam os estilos pré--revolucionários mais atraentes que o Clássico ou o Gótico.

França

Construções Neobarrocas

Page 30: O romantismo na arquitetura e na pintura

Castelo de Pierrefonds – restauro de Viollet-le-Duc, séc. XIX

O castelo é original do século XII. No século XVII foi

sitiado e invadido pelas tropas de Richelieu e chegou

ao séc. XIX em ruínas.

Em 1810 foi comprado por Napoleão Bonaparte por

3000 francos.

Ao longo do séc. XIX, quando há uma redescoberta da

Idade Média, torna-se “ruína romântica”.

Em 1857, o Imperador Napoleão III manda o arquiteto

Eugène Viollet-le--Duc, empreender o seu restauro.

França

Construções Neomedievais (ecletismo)

Page 31: O romantismo na arquitetura e na pintura

Castelo de Pierrefonds antes do restauro do séc. XIX

O castelo é original do século XII. No século XVII foi

sitiado e invadido pelas tropas de Richelieu e chegou

ao séc. XIX em ruínas.

Em 1810 foi comprado por Napoleão Bonaparte por

3000 francos.

Ao longo do séc. XIX, quando há uma redescoberta da

Idade Média, torna-se “ruína romântica”.

Em 1857, o Imperador Napoleão III manda o arquiteto

Eugène Viollet-le--Duc, empreender o seu restauro.

França

Construções Neomedievais (ecletismo)

Page 32: O romantismo na arquitetura e na pintura

Castelo de Pierrefonds – restauro de Viollet-le-Duc, séc. XIX

França

Construções Neomedievais (ecletismo)

Era para ser uma simples recuperação no estado das partes habitáveis, devendo permanecer as ruínas como decoração, mas

em 1861 o projeto ganha amplitude e faz-se dele residência imperial.

Em 1885 os trabalhos foram parados e a decoração das salas permaneceu inacabada.

O arquiteto não se baseou na história do edifício, mas inventou e recriou, utilizando vários estilos (ecletismo), exemplo disso

são as galerias renascentistas e as pinturas polícromas medievais.

Page 33: O romantismo na arquitetura e na pintura

O homem desta época desenvolveu o gosto pelas viagens, dando azo ao seu

espírito romântico, irrequieto, sonhador e sempre insatisfeito.

Utilizou a literatura e a música para visualizar (através da descrição dos mesmos)

terras e ambientes desconhecidos.

Havia o hábito de colecionar estampas japonesas e coisas vindas do Oriente,

através do comércio intercontinental que começava a chegar ao Ocidente.

A sociedade desta época alimentou o gosto pelo exótico e raro, pois a alta

burguesia apoiava-se no seu dinheiro para cultivar a sua excentricidade,

demonstrada pelas viagens e pelo “consumo” da arte.

Esta nova tendência utiliza a arquitetura para recriar ambientes e cenários de

outras culturas.

Page 34: O romantismo na arquitetura e na pintura

34

Assimetrias deliberadas e composições pitorescas permitiram aos arquitetos a

introdução de novos efeitos visuais, a demonstrar diferentes relações com a

Natureza e originar sensações aprazíveis.

Os arquitetos depararam-se com uma diversidade formal que lhes permitia

construir estruturas mais elaboradas e com efeitos visuais completamente novos

que originam uma nova tendência o Exotismo.

Page 35: O romantismo na arquitetura e na pintura

CÚPULA EM FORMA DE

CEBOLA

Esta cúpula central, deriva da

arquitetura mongol, é uma

metáfora exótica que

representa o Império

Britânico.

IRREGULARIDADES DOS

VOLUMES

Cúpulas bulbosas, ou em forma de

“cebola”, espalhadas por vários

sítios e de diferentes dimensões e

alturas. As chaminés são

disfarçadas de minaretes

(estrutura neoárabe).

TELHADO EM

FORMA DE

TENDA

Este telhado cobre a

sala de banquetes e

a sala de música

GRADE TRABALHADA

Este engradado em

ferradura deriva do jali

indiano (um biombo,

ou grade) que protege o

interior da luz direta do

sol.

Pavilhão Real – Brighton – 1752-1825 – John Nash

Inglaterra

Construções Neoárabes (Exotismo)

Page 36: O romantismo na arquitetura e na pintura

Casa Sezincote – Gloucestershire, Samuel Pepys Cockerell, 1805

Inglaterra

Construções Neoárabes

(Exotismo)

Page 37: O romantismo na arquitetura e na pintura

Inglaterra

Construções Neo-orientais

(Exotismo)

Jardins de Kew – Pagode Chinês, William Chambers (1757-62)

Este edifício possui 10 andares

octogonais com um diâmetro de 15

metros, e tem 50 metros de altura.

TELHADO PONTIAGUDO

Rodeia cada andar, imitando o

estilo chinês. Originalmente as

telhas eram vermelhas e era

adornado por grandes dragões

brancos.

Page 38: O romantismo na arquitetura e na pintura
Page 39: O romantismo na arquitetura e na pintura

Palácio Real Sueco – Pavilhão Chinês, Carl J. Cronstedt e Carl F. Adelcrantz (1760)

Residência particular da família Real

Sueca, começou a ser construído no

século XVI.

Muitas vezes encontram-se formas orientais ao lado de

ruínas simuladas em jardins e parques dos Palácios.

Suécia

Construções Neo-orientais

(Exotismo)-

Page 40: O romantismo na arquitetura e na pintura

40

Page 41: O romantismo na arquitetura e na pintura

Em Portugal a arquitetura romântica chegou pela mão de um estrangeiro

casado com a Rainha de Portugal D. Maria II. Fernando de Saxe-Coburgo-

Gotha, um príncipe alemão amigo do Barão de Eschwege, um arquiteto que

trabalhava há muito para a família real e que o ajudou na grande obra que em

Portugal marca a entrada deste novo estilo artístico: o Palácio da Pena.

Page 42: O romantismo na arquitetura e na pintura

42

Page 43: O romantismo na arquitetura e na pintura

Palácio da Pena, 1838/68, vários arquitetos e artistas

Page 44: O romantismo na arquitetura e na pintura

Palácio do Buçaco – 1888/1907,

Luigi Manini e outros

Portugal

Construções Neomanuelino

Este Palácio é um revivalismo de duas construções

portuguesas que simbolizam o Manuelino:

-Torre de Belém

- Mosteiro dos Jerónimos

O corpo central é uma réplica da Torre de Belém e a

arcada do claustro é uma réplica do Mosteiro

dos Jerónimos. No decurso do Palácio existem ainda

várias alusões decorativas ao Convento de Cristo em

Tomar.

Page 45: O romantismo na arquitetura e na pintura

Estação do Rossio – 1886/90, José Luís Monteiro

Portugal

Construções Neomanuelino

Page 46: O romantismo na arquitetura e na pintura

Palácio da Regaleira – 1904/10, Luigi Manini

Esta construção possuiu quatro hectares

e inclui Palácio, jardins, lagos, grutas e

algumas construções enigmáticas.

É uma construção eclética pois utiliza

revivalismos góticos, manuelinos,

renascentistas e românicos.

Portugal

Construções ecléticas

Page 47: O romantismo na arquitetura e na pintura

Portugal

Construções ecléticas

A propriedade foi comprada em 1892 aos Barões da Regaleira por António Augusto Carvalho Monteiro que

mandou, em 1904, construir o Palácio, o que durou mais ou menos até 1910.

Em 1942, foi vendido a um estrangeiro Waldemar d’Orey, que empreendeu o seu restauro, mantendo a traça

original.

Em 1987 foi comprado por uma empresa japonesa, foi fechado e entregue a caseiros.

Em 1997, o imóvel foi adquirido pela Câmara Municipal de Sintra e aberto ao público.

Page 48: O romantismo na arquitetura e na pintura

Portugal

Construções ecléticas

Palácio da Regaleira, 1904/10, Luigi Manini

Page 49: O romantismo na arquitetura e na pintura

Palácio da Regaleira, 1904/10, Luigi Manini

Portugal

Construções ecléticas

Page 50: O romantismo na arquitetura e na pintura

Basílica de Santa Luzia, 1903-43, Miguel Ventura Terra

Portugal

Construções ecléticas

Construção com revivalismo de

vários estilos neo-românico,

neobizantino e neogótico.

Page 51: O romantismo na arquitetura e na pintura

Basílica de Santa Luzia, 1903-43, Miguel Ventura Terra

Portugal

Construções ecléticas

Page 52: O romantismo na arquitetura e na pintura

Praça de Touros do Campo Pequeno, 1892, António José Dias da Silva

Portugal

Construções exóticas

Page 53: O romantismo na arquitetura e na pintura

Palácio da Bolsa, Porto. Salão Árabe

Portugal

Construções ecléticas

Page 54: O romantismo na arquitetura e na pintura

Palácio de Monserrate, 1887, James Knowles

Portugal

Construções ecléticas

Page 55: O romantismo na arquitetura e na pintura
Page 56: O romantismo na arquitetura e na pintura

TEMPO: 1820-1850

INFLUÊNCIAS:

• Pintura pré-romântica de finais do século XVIII

• Grupo “Os Nazarenos” – grupo de pintores alemães do tempo do

neoclassicismo, que formaram em Roma uma comunidade para estudar e pintar a

partir da arte italiana do Renascimento.

• Pré-rafaelitas – grupo de pintores que surgiu em Inglaterra cerca de 1848 e que

procurava inspiração nos pintores italianos anteriores a Rafael. Foi este grupo que

trabalhou no período tardo-romântico e fez a transição para o Realismo e para o

Simbolismo

Page 57: O romantismo na arquitetura e na pintura

Corte com o academismo neoclássico - utilização da imaginação,

sonho, sentimentos, sensibilidade, etc.

• O artista emancipa-se da encomenda e faz a sua obra baseado nos

impulsos da sua alma e na sua própria inspiração;

• A pintura é bastante individualizada e diversificada no que diz

respeito ao próprio estilo e aos temas, com caminhos diferentes pelo

campo formal e plástico o que levou ao nascimento de uma nova pintura

no início do século XX.

Características:

Page 58: O romantismo na arquitetura e na pintura

Pretende integrar o observador, tal como no Barroco, mas agora ela já não se

serve dos desconcertantes efeitos trompe l’oeil, que diluem a fronteira entre a

aparência e a realidade. Aqui o observador, assim como as personagens

representadas principalmente de costas, contempla as paisagens distantes

que se desdobram à sua frente.

Uma pintura romântica pretende ser contemplada e o observador terá que

dar um significado à pintura consoante as suas emoções. (Esta postura será

importantíssima na pintura moderna, em que o observador terá também que

contemplar a obra de arte para entender o seu significado.)

O pintor lança um olhar subjetivo sobre o mundo objetivo e apresenta-nos

uma imagem filtrada pelas suas emoções. O artista torna-se o intérprete do

mundo.

Características:

Page 59: O romantismo na arquitetura e na pintura

a) Temas que não são novos mas são tratados de acordo com a

mentalidade romântica e os seus novos conceitos estético-artísticos:

• históricos: episódios da época medieval (formação das nações),

valorização do herói que se entrega à sua causa, fechado em si mesmo;

• literários: literatura do passado (romances medievais e de cavalaria) e

gosto por autores clássicos (Virgílio) e renascentistas (Dante e

Shakespeare);

• mitológicos: mitologia cristã e nórdica (misticismo e espiritualidade);

• retrato: oficial e honorífico ou de figuras populares e anónimas;

• autorretrato, na exaltação emocional do eu;

Temas:

Page 60: O romantismo na arquitetura e na pintura

b) Novos temas que são mais representativos da “alma” romântica, emocional

e apaixonada, idealista e simples:

• retirados da atualidade político-social da época (naufrágios, revoltas sociais,

lutas nacionalistas e seus heróis, lutas pela libertação de minorias) e próprios

do sentido intervencionista do romantismo;

• inspirados no mundo dos sonhos e do fantástico (mundo interior do artista –

fantasia, subconsciente, lendas, contos de fadas, metafísico e absurdo);

• costumes populares (feiras e romarias);

• tradições, hábitos e raças exóticas (civilizações não europeias, como a

China, Japão, Índia e Norte de África);

• vida animal (animais selvagens e indomados);

• paisagem (retratada com simplicidade e nostalgia, de uma forma dramática e

emocional, projetando o estado de espírito do próprio artista).

Temas:

Page 61: O romantismo na arquitetura e na pintura

c) A pintura de paisagem é o género predileto, principalmente na Alemanha, pois

a natureza era o espelho da alma, o símbolo da liberdade e do infinito.

Exemplo deste tipo de pintura são as composições com figuras solitárias e

indefesas perante as forças da natureza, olhando nostalgicamente para o

horizonte.

Outro exemplo são as composições com árvores mortas e ruínas cobertas por

vegetação, que mostram a passagem do tempo e o ciclo da evolução.

Temas:

Page 62: O romantismo na arquitetura e na pintura

MODO DE EXECUÇÃO (características estilísticas)

COR:

Tem a influência do neoclássico no tratamento realista e naturalista da forma e na

utilização do claro/escuro, mas utiliza a cor de forma mais livre, emocional e lírica,

transformando-se o principal elemento construtivo da forma.

A cor prevalece sobre o desenho linear e são utilizadas cores variadas

explorando contrastes fortes e não harmoniosos. Os intensos efeitos de

claro/escuro dão um lado mais artificial e dramático à luz. A luz focaliza-se sobre o

ponto que se quer evidenciar na composição, acentuando a expressividade e o

sentimentalismo das cenas.

Page 63: O romantismo na arquitetura e na pintura

MODO DE EXECUÇÃO (características estilísticas)

MATERIAIS:

Utilizou mais o óleo e a aguarela e praticou-se uma pintura larga, fluida, vigorosa e

espontânea, definindo de forma menos nítida os volumes, ao contrário do

neoclássico.

Page 64: O romantismo na arquitetura e na pintura

MODO DE EXECUÇÃO (características estilísticas)

COMPOSIÇÃO:

Utilizam-se estruturas agitadas, movimentadas, orientadas por linhas oblíquas

e sinuosas que reforçam o sentido trágico, dramático e heroico das temáticas

praticadas.

A figura humana é representada em escorço e em contraposto, não obedecendo aos

cânones clássicos e as próprias atitudes demonstram o dramatismo e movimento

das composições.

Page 65: O romantismo na arquitetura e na pintura

Uma nova geração de artistas reagiu à mudança de época, agitada e crítica,

recolhendo-se na introspeção, no mundo dos sentidos, numa nostalgia sentimental

de tempos passados, como a Idade Média, idealizada como uma época em que as

pessoas viviam em harmonia consigo próprias e com o mundo.

O movimento romântico foi divulgado inicialmente por literatos e filósofos que

enalteceram a “força criativa da imaginação”, considerando-a o fundamento da sua

arte. Os pintores adotaram os pensamentos de Schelling, Fichte, Tieck e Schlegel,

que se opunham criticamente ao racionalismo do Iluminismo.

ALEMANHA

A intenção era a transgressão dos limites dos géneros artísticos tradicionais e a

criação de uma nova obra de arte total, que apreendesse o “mundo na sua

totalidade”.

Page 66: O romantismo na arquitetura e na pintura

Caspar David Friedrich (1774-1840) “ A obra de arte surge de

uma voz interior…”

O viajante sobre o mar de névoa – Friedrich, 1818

Friedrich observou e

desenhou a natureza (para

depois pintar os seus quadros

no ateliê), porém não se

limitou a representá-la, ele

dá-lhe um significado

suplementar, expresso

através de símbolos (a figura

de costas, as nuvens, a

neblina, o horizonte) e

através da estrutura

compositiva e das cores.

O homem de costas é como

se fosse um emblema da

experiência romântica da

natureza: sozinho nas

alturas, olha para um ponto

inatingível e o que vê é, ao

mesmo tempo, algo de

exterior e a

projeção do seu “Eu”.

Alemanha

Page 67: O romantismo na arquitetura e na pintura

Os penhascos de Rügen – Friedrich, 1818

A posição dos dois homens

ilustra o contraste entre o

medo e a nostalgia. Enquanto

um deles está assustado e se

agarra às ervas para não cair,

o outro olha para o horizonte.

Um abismo intransponível

separa os observadores da

natureza, do clarão da aurora

que se reflete na água. Os

perigosos rochedos

pontiagudos estreitam esse

troço de paisagem,

provocando uma ânsia por

mais espaço.

Caspar David Friedrich (1774-1840) Alemanha

Page 68: O romantismo na arquitetura e na pintura

Nascer da lua sobre o mar – Friedrich, 1822

Existe a preferência por paisagens agrestes e inóspitas, quase irreais, onde a presença humana aparece como

opositora à natureza, isto é, como alguém que lhe é estranho e a observa “de fora”.

Caspar David Friedrich (1774-1840) Alemanha

Page 69: O romantismo na arquitetura e na pintura

Homem e Mulher contemplando a lua – Friedrich, 1822

O espaço onde se encontram as duas personagens é infinito e inacessível.

O homem está trajado “à moda antiga alemã”, o que é uma referência à Idade Média e uma invocação patriótica do

passado, ao qual se iria buscar a energia necessária para a realização da unificação da Alemanha.

O carvalho quase desenraizado, que se agarra ao declive junto dos caminhantes, simboliza o ciclo da natureza,

feito de declínio e de crescimento, tal como o lusco-fusco intimista da lua

Caspar David Friedrich (1774-1840) Alemanha

Page 70: O romantismo na arquitetura e na pintura

O mar de gelo – Friedrich, 1823-24

“A tarefa do pintor não é representar fielmente o ar, a água, as rochas e as árvores, mas sim espelhar neles a sua

alma e aquilo que sente.”

Caspar David Friedrich (1774-1840) Alemanha

Page 71: O romantismo na arquitetura e na pintura

Beira-mar ao luar – Friedrich, 1835-36

O pintor interessava-se pelo crepúsculo, ou o pelo luar, porque esses simbolizavam transformação, tranquilidade e

silêncio.

Caspar David Friedrich (1774-1840) Alemanha

Page 72: O romantismo na arquitetura e na pintura

As fases da vida – Friedrich, 1835

As figuras representam as quatro idades da vida: infância, juventude, maturidade e velhice. Os cinco navios correspondem às cinco

personagens do 1º plano. Os navios encontram-se em diferentes fases da viagem, tal como cada pessoa se encontra numa fase

diferente da vida. As redes em terra e os barcos de quilha para o ar são símbolos de morte.

Caspar David Friedrich (1774-1840) Alemanha

Page 73: O romantismo na arquitetura e na pintura

Georges Stubbs (1724-1806) INGLATERRA

Leão atacando um cavalo. 1762 (243.8 × 332.7 cm)

Page 74: O romantismo na arquitetura e na pintura

Georges Stubbs (1724-1806 INGLATERRA

Éguas e Potros numa paisagem , 1763-68 101.6 × 161.9 cm

Page 75: O romantismo na arquitetura e na pintura

Georges Stubbs (1724-1806 INGLATERRA

Chita com dois empregados indianos e um veado. 1764-1765

Page 76: O romantismo na arquitetura e na pintura

Georges Stubbs (1724-1806) INGLATERRA

Os caçadores deixando Southill 1763-1768 (61 × 105 cm )

Page 77: O romantismo na arquitetura e na pintura

William Blake (1757-1827) INGLATERRA

Grande Dragão Vermelho - William Blake,1805-10 . Aguarela. 40 × 32.5 cm

Poeta, pintor e gravador,

ilustra os seus próprios

livros e tenta traduzir em

imagens a grande força

visionária da sua

inspiração poética e

linguística, contribuindo

para a renovação da

sensibilidade que é

típica do romantismo.

Page 78: O romantismo na arquitetura e na pintura

William Blake (1757-1827) INGLATERRA

Hekate. William Blake, 1795. 44 × 58 cm

Page 79: O romantismo na arquitetura e na pintura

William Blake (1757-1827 INGLATERRA

Oberon, Titania e Puck dançando com Fadas - William Blake, 1786 . 475 x 675 mm

Page 80: O romantismo na arquitetura e na pintura

William Turner (1775-1851) INGLATERRA

O Naufrágio – Turner, 1805. 170.5 × 241.5 cm

Turner pinta sobretudo marinhas, em diferentes ambientes

climáticos, com a linha do horizonte muito baixa, de modo a

fazer sobressair os céus, onde regista com particular

atenção os efeitos de luz e cor sobre a atmosfera – isto faz

dele um precursor do Impressionismo.

A presença humana apesar de aparecer em algumas das

suas obras, aparece sempre com um papel secundário,

como se fizesse parte integrante da paisagem e passasse

despercebida.

Page 81: O romantismo na arquitetura e na pintura

William Turner (1775-1851) INGLATERRA

O Naufrágio do Minotauro – Turner, 1810

Turner diluía os pigmentos de tinta com terebintina, a fim de poder aplicar a tinta

em camadas delgadas, quase como aguarela. Ele era um exímio aguarelista e

leva para os quadros pintados a óleo a sua experiência nesta técnica.

Page 82: O romantismo na arquitetura e na pintura

William Turner (1775-1851) INGLATERRA

Pescadores no mar – Turner, 1796. 914 mm x 1222 mm

Page 83: O romantismo na arquitetura e na pintura

William Turner (1775-1851) INGLATERRA

Chuva, vapor e velocidade – Turner, 1844. 91 × 121.8 cm

A observação precisa da natureza só constituía um instrumento para a realização do seu próprio imaginário

pictórico. Os seus quadros impressionam mais pela forma como foram pintados do que propriamente pelo que

representam.

Turner serviu-se muito da cor, que muitas vezes era aplicada em rápidos golpes, conseguindo grandes efeitos de

claro-escuro. O objeto da pintura só se revela depois de olharmos bem para o remoinho de cores. O pintor

transforma o que vê, servindo-se da luz.

Page 84: O romantismo na arquitetura e na pintura

John Constable (1776-1837) INGLATERRA

Baía de Weymouth – Constable, 1816. 53 × 75 cm

Estudou os mestres da paisagem holandesa e

francesa e cria um estilo próprio, atento à emoção

e à atmosfera.

Era um romântico naturalista, os seus quadros

inserem-se na poética do pitoresco e reproduzem a

variedade dos fenómenos naturais.

Page 85: O romantismo na arquitetura e na pintura

John Constable (1776-1837) INGLATERRA

Wivenhoe Park – Constable, 1816. 56.1 × 101.2 cm

Foi considerado o mais naturalista dos pintores românticos porque as suas paisagens refletem as formas, as

cores e a natureza com mais veracidade, apesar de as mesmas terem sempre a sua visão bucólica e idílica,

vindas da sua sensibilidade.

Page 86: O romantismo na arquitetura e na pintura

John Constable (1776-1837) INGLATERRA

O moinho de Flatford – Constable, 1816-17. 1016 x 1270 mm

Inovação técnica: o artista anima a folhagem

e os prados alternando diferentes verdes

com toques de vermelho complementar.

Esta paisagem era familiar ao pintor, já que

pintou o local onde brincava em criança.

Page 87: O romantismo na arquitetura e na pintura

John Constable (1776-1837) INGLATERRA

O carro de feno – Constable, 1821. 130.2 × 185.4 cm

O artista gostava de retratar os efeitos causados pelo

tempo na paisagem.

Este gosto antecede o que os pintores

impressionistas começam a fazer: esboços de

paisagens a diferentes horas do dia.

Page 88: O romantismo na arquitetura e na pintura

John Constable

(1776-1837)

The Cornfield – Constable, 1826. 143 × 122 cm

O pintor explora sempre nas

suas obras, a matéria e as

formas dos campos e do céu.

Page 89: O romantismo na arquitetura e na pintura

John Constable (1776-1837) INGLATERRA

Old Sarum – Constable, 1834. Aguarela. 30× 48,7cm

É uma das composições mais românticas de Constable: um

grande enquadramento paisagístico onde se vislumbram , no

último plano, as ruínas de Old Sarum, uma fortaleza da Idade

do Ferro, que outrora já havia sido uma cidade. Sobre a

planura, um céu encastelado de nuvens lança uma

luminosidade soturna sobre a paisagem. Como Constable

explicou em 1821, numa carta, «seria difícil nomear uma

paisagem na qual o céu não fosse a nota-chave, a medida e o

maior transmissor de sentimento

Page 90: O romantismo na arquitetura e na pintura

Théodore Géricault (1791-1824) FRANÇA

Captura de um cavalo bravo. Géricault, 1817

Este pintor estava ligado ao meio

dos ex-combatentes napoleónicos,

pintou muitos temas militares,

cavalos, doentes mentais, etc.

Page 91: O romantismo na arquitetura e na pintura

Théodore Géricault (1791-1824) FRANÇA

A jangada do Medusa

1818-19. 491 × 716 cm

Page 92: O romantismo na arquitetura e na pintura

Théodore Géricault (1791-1824) FRANÇA

A jangada do Medusa

1818-19. 491 × 716 cm

Com esta obra, Géricault associou-se ao “mal do século”: a desagregação dos valores da Revolução e da era

napoleónica. Inspirou-se num episódio trágico, o naufrágio de um navio, onde ocorreram cenas de canibalismo,

para exprimir a sua condição existencial.

A composição organiza-se em torno de duas pirâmides descentradas, formadas pelas linhas da jangada e pela

postura dos náufragos sobre ela.

Page 93: O romantismo na arquitetura e na pintura

Théodore Géricault FRANÇA

A jangada do Medusa

1818-19. 491 × 716 cm

Com esta obra o pintor foge ao retrato

convencional das figuras ilustres e pinta uma

figura anónima, aliás de acordo com o espírito

romântico da época, captando o drama

psicológico porque passa esta pessoa,

internada num hospício em Paris

Retrato de um alienado cleptómano –

Géricault, 1882

Page 94: O romantismo na arquitetura e na pintura

Eugène Delacroix (1798-1863) FRANÇA

A barca de Dante

1822. 189 x 242 cm

Com este quadro o pintor afirmou ter querido escandalizar o público, para ele o mais importante não era o tipo de

emoção, mas sim a sua profundidade. Esta afirmação revela-se uma negação do classicismo.

Page 95: O romantismo na arquitetura e na pintura

Eugène Delacroix (1798-1863) FRANÇA

A liberdade guiando o povo

1830. 260 cm x 325 cm

Page 96: O romantismo na arquitetura e na pintura

Eugène Delacroix (1798-1863) FRANÇA

O autor representa-se nesta

personagem.

Segundo plano: multidão de revoltosos,

guiados por uma figura feminina.

Primeiro plano do quadro: corpos caídos

junto a uma barricada de pedras e tábuas.

Esta obra representa a revolta de dia 27 de Julho de 1830, em que as classes sociais se viraram contra o rei que

tinha decretado a dissolução do Parlamento e restringiu a liberdade de imprensa. Delacroix fazia parte dos

insurretos e escreveu que apesar de não ter podido lutar, quis pintar pela sua Pátria.

Page 97: O romantismo na arquitetura e na pintura

Eugène Delacroix (1798-1863) FRANÇA

A Morte de Sarnanapolo, 1827/28, óleo sobre tela, 395 x 495 cm

Page 98: O romantismo na arquitetura e na pintura

Eugène Delacroix (1798-1863) FRANÇA

A Morte de Sarnanapolo, 1827/28, óleo sobre tela, 395 x 495 cm

O tema desta pintura, inspirada num poema de Byron, relata-nos a morte de um

monarca oriental que, encurralado por inimigos, resolveu cometer suicídio após

mandar matar as suas mulheres e os seus cavalos, e pôs fogo a todos os seus bens.

Numa linguagem plástica onde a cor, a luz e o movimento são os elementos mais

importantes, Delacroix organiza a composição em torno de uma diagonal dada pela

mancha vermelha do leito de Sardanapolo, negligenciando de tal modo os contornos

do cenário e da perspetiva que toda a cena nos parece pairar num espaço irreal. Em

contrapartida, a nossa atenção foca-se nos dramáticos escorços dos corpos nus e

seminus e no intenso e garrido colorido que confere à obra luxúria e sensualidade.

Page 99: O romantismo na arquitetura e na pintura

Eugène Delacroix (1798-1863) FRANÇA O Sultão de Marrocos com a sua

comitiva,

1845

377 cm x 340 cm

Delacroix empregava cores

fortes sobre um desenho

meticuloso e foi-se

tornando cada vez mais

inovador na exploração da

qualidade expressiva da

cor. Investigava o efeito da

justaposição de cores

complementares para

intensificar a sua riqueza.

A visita que fez a Marrocos

abriu-lhe os olhos para novas

vivacidades cromáticas e

luminosas. A partir dessa

viagem vai também começar a

introduzir nas suas obras,

animais selvagens e a

civilização árabe.

Page 100: O romantismo na arquitetura e na pintura

Eugène Delacroix (1798-1863) FRANÇA

O massacre de Chios

1824. 417 cm × 354 cm

A luta grega pela

libertação do

domínio turco

excitou a

imaginação dos

românticos.

Eugène Delacroix

escolheu o terrível

massacre de Chios,

(segundo se crê

ocorrido a 31 de

março de 1822,

quando 20.000

habitantes das ilhas

gregas foram

assassinados),

como forma de

chamar a atenção.

Page 101: O romantismo na arquitetura e na pintura

Heinrich Füssli (1741-1825) SUÍÇA

Despertar de Titânia. 1775-90. 222 × 280 cm

Page 102: O romantismo na arquitetura e na pintura

Heinrich Füssli (1741-1825) SUÍÇA

Despertar de Titânia. 1775-90. 222 × 280 cm

Este autor fez parte da corrente

pré-romântica e dedicou-se a

representar o seu amor pelos

grandes poetas como Homero,

Dante e Shakespeare.

As imagens íntimas surgem no

repertório romântico, ao lado do

mito moderno da natureza

“subjetiva”. O artista moderno,

que pinta o que sente, prolonga a

sua análise até às zonas mais

íntimas do “Eu”, até ao sonho,

até ao fantástico, ao

inconsciente, ao irreal que

transparece na realidade.

Page 103: O romantismo na arquitetura e na pintura

Heinrich Füssli (1741-1825) SUÍÇA

O Pesadelo. 1781. 101.6 × 127 cm

Esta obra representa a mulher adormecida e a sua opressão onírica e

abre caminho para a pintura moderna do inconsciente, mostrando ao

mesmo tempo, o sujeito da visão (a mulher deitada de costas) e as

causas dessa visão (o íncubo e a égua).

Page 104: O romantismo na arquitetura e na pintura

Francisco Goya (1746-1828) ESPANHA

Sacrifício a Pã

1771. Óleo sobre tela.

33 x 24 cm

Este artista foi pintor da corte e,

para além dos seus óleos, pintou

frescos e foi autor de uma série

de gravuras.

Ele reproduz o que vê, seja uma

cena de guerra ou de namoro,

violência ou jogos populares, no

entanto distorce-o, revelando os

seus aspetos invisíveis,

utilizando a matéria pictórica de

uma forma expressiva e não

descritiva, por contrastes de

zonas não definidas e sem

limites de contorno.

Page 105: O romantismo na arquitetura e na pintura

Francisco Goya (1746-1828) ESPANHA

Aníbal vencedor contempla pela primeira vez Itália dos Alpes

1771. Óleo sobre tela, 87 x 131,5 cm

Page 106: O romantismo na arquitetura e na pintura

Francisco Goya (1746-1828) ESPANHA

O Três de Maio de 1808

1814. Óleo sobre tela, 2.66 × 3.451 m

Page 107: O romantismo na arquitetura e na pintura

Francisco Goya (1746-1828) ESPANHA

O Três de Maio de 1808

1814. Óleo sobre tela, 2.66 × 3.451 m

O quadro recorda os espanhóis

fuzilados após a revolta contra

os franceses. A tragédia e o

dramatismo da execução estão

bem visíveis, principalmente na

personagem vestida com

camisa branca, que evoca, na

sua pose, o Cristo Crucificado e

ao mesmo tempo demonstra o

heroísmo e o nacionalismo.

Page 108: O romantismo na arquitetura e na pintura
Page 109: O romantismo na arquitetura e na pintura

CONTEXTO HISTÓRICO

Portugal vive nesta época um período conturbado, resultante de

• Invasões Francesas (1807-1810)

• Fuga da corte portuguesa para o Brasil (rei D. João VI)

• Revolução liberal portuguesa (1820)

• Independência do Brasil (1822)

• Guerra civil entre Miguelistas (absolutistas) e Liberais (D. Pedro IV)

(1828 a 1834)

• Muitos partidários das ideias liberais tiveram de exilar-se em Inglaterra e

França, como por exemplo Almeida Garrett e Alexandre Herculano, onde

começam a conceber a ideia de criar uma literatura nova, de carácter

nacional e popular.

Page 110: O romantismo na arquitetura e na pintura

Quem fixa a entrada do Romantismo em

Portugal é Almeida Garrett com um poema

intitulado “Camões” em 1825, mas a literatura

não foi a única forma de arte que o

romantismo escolheu para se manifestar em

Portugal, fê-lo também na arquitetura (como

já estudámos), na escultura e na pintura.

Page 111: O romantismo na arquitetura e na pintura

Manifestou-se principalmente nos seguintes temas:

- Cenas de género (vida rural e costumes populares);

- Históricos (Idade Média e episódios nacionalistas);

- Cenas místicas (Procissões);

- Retratos;

- Paisagem (As composições de paisagens confundiam-se muitas vezes com o

Naturalismo).

No entanto a pintura não tinha uma estética muito marcada, nem objetivos

concretos e não teve a mesma importância que a nossa literatura romântica.

Page 112: O romantismo na arquitetura e na pintura

PORTUGAL

Augusto Roquemont (1804-1852)

Varanda de Frei Jerónimo , 1840

Foi o primeiro artista a fixar na tela cenas de

costumes populares.

Page 113: O romantismo na arquitetura e na pintura

Augusto Roquemont (1804-1852)

Sem título – Roquemont, 1842

PORTUGAL

Page 114: O romantismo na arquitetura e na pintura

Augusto Roquemont (1804-1852)

PORTUGAL

Auto-Retrato – Roquemont, sd

Page 115: O romantismo na arquitetura e na pintura

Luís Pereira Meneses (1817-1878)

PORTUGAL

Retrato da Viscondessa de Meneses

1862

Page 116: O romantismo na arquitetura e na pintura

PORTUGAL

Paisagem com figura e gado junto ao Castelo de Palmela. 1865

Tomás da Anunciação (1818-1879)

Page 117: O romantismo na arquitetura e na pintura

TOMÁS DA ANUNCIAÇÃO

Vista da Penha de França 1857

Tomás da Anunciação (1818-1879) PORTUGAL

Page 118: O romantismo na arquitetura e na pintura

Vitelo. 35,5 x 41 cm

Tomás da Anunciação (1818-1879) PORTUGAL

Page 119: O romantismo na arquitetura e na pintura

Cinco artistas em Sintra. 1855. 73.7 × 58.6 cm

João Cristino da Silva (1829-1877) PORTUGAL

Page 120: O romantismo na arquitetura e na pintura

A passagem do gado (1867)

João Cristino da Silva (1829-1877) PORTUGAL

Page 121: O romantismo na arquitetura e na pintura

Festa na Aldeia

Leonel Marques Pereira (1828-1892) PORTUGAL

Page 122: O romantismo na arquitetura e na pintura

Francisco Metrass (1825-1861)

PORTUGAL

Só Deus, 1856 Camões na Gruta de Macau

Page 123: O romantismo na arquitetura e na pintura

Alfredo Keil (1850-1907)

PORTUGAL

O aterro ,1881

Page 124: O romantismo na arquitetura e na pintura

Alfredo Keil (1850-1907)

PORTUGAL

Um rebanho em Sintra, 1898