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Romantismo – o espaço urbano na prosa portuguesa e brasileira Profa. Maria Eneida Matos da Rosa

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Romantismo – o espaço urbano na prosa portuguesa e brasileira

Profa. Maria Eneida Matos da Rosa

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Contextualização

O primeiro quartel do século XIX presencia a diluição do Arcadismo e o simultâneo aparecimento de atitudes anunciadoras dum movimento contrário;

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Segundo Alfredo Bosi, “o primeiro e maior círculo contorna a civilização no Ocidente que vive as contradições próprias da Revolução Industrial e da burguesia ascendente” (p. 91);Definem-se as classes: a nobreza, há pouco apeada do poder, a grande e a pequena burguesia, o velho campesinato, o operariado crescente.

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Vinda da Corte de D.João VI para o Brasil, em 1808;Em 1822 se proclama a Independência do Brasil;Em Portugal, o pensamento romântico penetra com o exílio de Garret na Inglaterra, onde teve contato com a obra de Byron e de Walter Scott;

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“repudiando os clássicos, ou melhor, os neoclássicos, os românticos revoltam-se contra as regras, os modelos e as normas, batem-se pela total liberdade na criação artística, e defendem a mistura e a “impureza” dos gêneros literários” (MOISÉS, 1990, p. 116)

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“...o romântico autocontempla-se narcisisticamente, e faz-se espetáculo de si próprio (MÓISÉS, p. 116);EGOCENTRISMO.“Instável, complexo, rebelde, jogado por sentimentos opostos, numa irrefreável mobilidade, o romântico cultiva atitudes feminóides e adolescentes: o Romantismo é uma estética de adolescentes, expressando sentimentos femininamente adolescentes, ou vice-versa” (MOISÉS, p. 117).

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Cultua-se o “eu” interior

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Strani Amori

E quante notti perse a piangereRileggendo quelle lettereChe non riesci più a buttare viaDal labirinto della nostalgiaGrandi amori che finisconoMa perché restano, nel cuoreStrani amori che vanno e vengonoNei pensieri che li nascondonoStorie vere che ci appartengonoMa si lasciano come noiStrani amori fragili,Prigioneri liberiStrani amori mettono nei guaiMa in realtà siamo noiStrani amori fragiliPrigioneri liberiStrani amori che non sanno vivereE si perdono dentro noiMi dispiace devo andare viaQuesta volta lo promesso a mePerché ho voglia di un amore veroSenzate

E quante notti perse a piangereRileggendo quelle lettereChe non riesci più a buttare viaDal labirinto della nostalgiaGrandi amori che finisconoMa perché restano, nel cuoreStrani amori che vanno e vengonoNei pensieri che li nascondonoStorie vere che ci appartengonoMa si lasciano come noiStrani amori fragili,Prigioneri liberiStrani amori mettono nei guaiMa in realtà siamo noiStrani amori fragiliPrigioneri liberiStrani amori che non sanno vivereE si perdono dentro noiMi dispiace devo andare viaQuesta volta lo promesso a mePerché ho voglia di un amore veroSenzate

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[Amor Estranho]

Me desculpe, mas devo ir emboraEu sabia que era uma mentiraQuanto tempo Perdido atrás de vocêQue promete e nunca mudaEstranhos Amores que nos colocam em problemasMas na realidade somos nós.

E na espera de um telefonemaBrigando para que esteja livrecom o coração no estomago e um nó na gargantaali sozinho, dentro um arrepio, mas porque ele não estaE são estranhos amores que nos fazem crescer e sorrir entre lágrimasQuantas páginas para escrever, sonhos livres para dividir.

E são amores normais a esta idadeque se confundem dentro da almaque se interroga sem se decidirse é um amor para nóse quantas noites perdidas a chorar, relendo

aquelas cartasque não consigo jogar fora no labirinto da saudadegrandes amores que terminammas porque ficam no coração

Estranhos amores que vão e vemnos pensamentos se escondemhistórias verdadeiras que nos pertencemmas se perdem como nós

amores estranhos, frágeisprisioneiros livresamores estranhos que nos colocam em problemas mas na realidade somos nós

são amores estranhos que não sabem viverme desculpe, mas devo ir emboradesta vez é uma promessaporque eu quero um amor verdadeirosem você.

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Temática romântica

O fulcro da visão romântica é o sujeito. O emissor da mensagem;O eu-romântico é incapaz de resolver os conflitos com a sociedade, lança-se à evasão. No tempo, criando uma Idade Média gótica e embruxada. No espaço, fugindo para ermas paragens ou para o Oriente exótico (BOSI, p. 93)

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Temática romântica

A natureza romântica é expressiva. Ela significa e revela. Prefere-se a noite ao dia, pois à luz crua do sol o real impõe-se ao indivíduo, mas é na treva que latejam as forças inconscientes da alma: o sonho, a imaginação (BOSI, p. 93).

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Temática e características

Byronismo: atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o mundo é egocêntrica, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.

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Temática e características

Religiosidade: como uma reação ao racionalismo materialista dos clássicos, a vida espiritual e a crença em Deus são enfocadas como pontos de apoio ou válvulas de escape diante das frustrações do mundo real.

Nacionalismo (também denominado patriotismo): é a exaltação da Pátria, de forma exagerada, em que somente as qualidades são enaltecidas.

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Foi há muito tempo, num reinoJunto ao mar que eu a vi;Vivia lá uma donzela, sabeis,Chamada Annabel Lee; –E ela vivia com um só pensamento:Amar-me e amada ser por mim.

Só uma criança eu era, e ela também,Naquele reino; ainda assim,Com um amor que era mais que amor nos amamos –Eu e minha Annabel Lee –Um amor tal que alados serafins, nos céus,Com inveja a viam junto a mim.

ANNABEL LEE, de Edgar Allan Poe

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ANNABEL LEE, de Edgar Allan Poe

Foi por esse motivo que, há muito tempo,No reino à beira-mar, enfim,De entre as nuvens um vento veio, e enregelouMinha bela Annabel Lee;Porquanto seus nobres parentes vieramE arrastaram-na de mim,Para encerrá-la num sepulcrono reino junto ao mar, por fim.

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Going under - EvanescenceAgora eu vou lhe dizer o que fiz por você50 mil lagrimas eu choreiGritando, iludindo e sangrando por vocêe você ainda nao quer me ouvir(Eu estou afundando)não quero a sua ajuda,dessa vez eu me salvo sozinhaTalvez eu acorde de uma vezsem estar atormentada diariamente, derrotada por vocêJusto quando eu pensei que ja tinha chegado ao fundoEu estou morrendo novamente

Estou afundandoMe afogando em vocêEstou caindo para sempreEu tenho que me libertarEstou afundando

Manchadas e confusas a verdade e as mentirasEntão eu não sei o que é verdade e o que não éSempre confundindo os pensamentos em minha cabeça

Estou afundandoPortanto eu não posso mais confiar em mimEu estou morrendo novamenteme afogando em vocêestou caindo para sempretenho que me libertar

Então vá em frente e griteGrite pra mim,eu estou tão longeEu não vou desabar novamenteEu tenho que respirar, não posso me manter no fundo

Estou morrendo novamente

Estou afundandome afogando em vocêestou caindo para sempretenho que me libertarEstou afundandome afogando em vocêestou caindo para sempretenho que me libertar

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O noivado do sepulcro – Soares de Passos

Vai alta a lua! Na mansão da morte

Já meia-noite com vagar soou.

Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte

Só tem descanso quem ali baixou

Que paz tranquila! ...mas eis longe, qo longe

Funérea campa com fragor rangeu;

Branco fantasma semelhante a um monge;

Dentre os sepulcros a cabeça ergueu.

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José de Alencar

José de Alencar inaugurou novos estilos românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural brasileiro de forma completa e abrangente. E devido a essa visão ampla do cenário brasileiro, sua obra iniciaria um período de transição entre Romantismo e Realismo. Suas narrativas apresentam um desenvolvimento dos conflitos femininos da mulher burguesa do século XIX, já que seus romances a tinha como público alvo:

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Romances urbanos

Romances ambientados no Rio de Janeiro, protagonizados por personagens femininos, mostravam o luxo e a pompa das atividades sociais burguesas, no entanto apresentavam uma critica sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e seu caráter capitalista. São exemplos de romances urbanos de José de Alencar:

Senhora - Faz crítica ao casamento por interesse, à hipocrisia, à cobiça e à soberba burguesa.

Lucíola - Critica o fato de a burguesia, que financia a prostituição durante a noite, ter aversão às mesmas durante o dia.

Diva - Ressalta a beleza das jovens e ricas burguesas, o virtuosismo e a pureza e, em contrapartida, critica o casamento por interesse financeiro.

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Romantismo em Portugal

A Primeira Geração do Romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840. Seus principais autores são Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antônio Feliciano de Castilho. A Segunda Geração, ultra-Romântica, de 1840 a 1860 e tem com principais autores, Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. A Terceira Geração, pré-Realista, de 1860 a 1870, aproximadamente, teve como principais autores Júlio Dinis e João de Deus.

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Camilo Castelo Branco

Nasceu em 1825. Faleceu em 1890. Acontecimentos de sua vida são retratados no enredo de seus livros.

Tendências: situações ridículas e originais, novelas passionais, acontecimentos dramáticos e finais trágicos.

Obras: Amor de perdição, Amor de salvação, O romance de um homem rico, A doida do Candal, A Corja, Vulcões de Lama.

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Camilo Castelo Branco

A novela camiliana parte sempre duma situação única para estabelecer em cada narrativa umas das inúmeras variações que lhe são implícitas: sempre o amor impossível e superior, ou marginal aos preconceitos sociais, que brota do mais fundo da carne e da alma, levando ao desvario os apaixonados com as promessas duma bem-aventurança via de regra malograda (MOISES, 1999: 147)

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Camilo Castelo Branco

Em matéria de ingredientes novelescos ou motivos da ação, Camilo emprega invariavelmente os mesmos, mas em permanente conflito: o amor passional, a honra e o dinheiro.

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http://www.culturabrasil.pro.br/zip/amordeperdicao.pdf