patologia na pintura

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SUMÁRIO 1 Introdução 4 2 Conceito de pintura 5 2.1 Historia da tinta 5 2.2 Tipos de tinta 7 3 Pintura – Analise das causas 9 3.1 Aplicação 9 3.2 Substrato 10 4 Patologias 10 4.1 Bolor (fungos e mofo) 10 4.2 Bolhas 12 4.3 Calcinação 13 4.4 Crateras/ espumação 14 4.5 Desbotamento 15 4.6 Descamação 16 4.7 Eflorescência / manchas 17 4.8 Encardimento da superfície 18 4.9 Enrugamento 19 4.10 Escorrimento de calcinação 20 4.11 Escorrimento de tinta 21 4.12 Rachaduras na superfície 22 5 Conclusão 23 6 Referencias bibliográficas 24

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Page 1: Patologia Na Pintura

SUMÁRIO

1 Introdução 4

2 Conceito de pintura 5

2.1 Historia da tinta 5

2.2 Tipos de tinta 7

3 Pintura – Analise das causas 9

3.1 Aplicação 9

3.2 Substrato10

4 Patologias 10

4.1 Bolor (fungos e mofo) 10

4.2 Bolhas 12

4.3 Calcinação 13

4.4 Crateras/ espumação 14

4.5 Desbotamento 15

4.6 Descamação 16

4.7 Eflorescência / manchas17

4.8 Encardimento da superfície 18

4.9 Enrugamento 19

4.10 Escorrimento de calcinação 20

4.11 Escorrimento de tinta 21

4.12 Rachaduras na superfície 22

5 Conclusão 23

6 Referencias bibliográficas 24

Page 2: Patologia Na Pintura

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho informa a natureza dos problemas ocasionados por patologias nas

edificações, as principais patologias decorrentes e mecanismos de proteção visando evitá-las.

Isso é feito através de um levantamento dentro da literatura que norteia o tema. Em um

segundo momento, o trabalho apresenta uma análise crítica do levantamento anterior e da

realidade dentro da construção civil. A conclusão do trabalho se fundamenta na importância

de se buscar uma maior durabilidade das edificações, evitando que patologias venham a

danificar o patrimônio e comprometer a saúde das pessoas.

Page 3: Patologia Na Pintura

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2 CONCEITO DE PINTURA

Pintar significa proteger e embelezar. É necessário assegurar que as qualidades da tinta

permanecerão firmes e aderidas ao substrato mantendo por um determinado tempo, as

propriedades essenciais. Esta mesma preocupação deverá ser direcionada à preparação das

superfícies a serem pintadas. Sem o que tudo estará comprometido. Por fim, dever-se-á exigir

profissionais com qualidade, experiência e, porque não, equipamentos modernos.

2.1 historia da tinta

A história do uso das cores e da pintura se confunde com a própria história da humanidade. O

ser humano na pré-história, possuidor de limitados recursos verbais para transmitir suas

experiências, viu-se obrigado a desenvolver alternativas que complementassem sua

comunicação e que perpetuasse a informação.

A cor na pré-história

Descobertas atuais demonstram que as gravuras encontradas em cavernas remetem ao último

Período Glacial. Os nossos ancestrais perceberam que certos produtos, como o sangue por

exemplo, uma vez espalhado nas rochas deixavam marcas que não desapareciam. Logo estes

materiais começaram a ser utilizados para transmitir informações.

Com a necessidade de aumentar a durabilidade das pinturas e diversificar as cores, as

chamadas pinturas rupestres passaram a utilizar óxidos naturais, presumivelmente abundantes

junto à superfície do solo naquele tempo, como os ocres e vermelhos.

Para que fosse possível "pintar" era necessário um ligante que pudesse fixar os pigmentos à

superfície conferindo alguma durabilidade. A solução foi misturá-los ao sebo ou seiva

vegetal.

Com o aprimoramento da competência artesanal, ainda no período glacial, começaram a

surgir as primeiras ferramentas e equipamentos auxiliares para executar as pinturas, bem

como para manufaturar as matérias-primas utilizadas na preparação das tintas.

Depois disso, durante milhares de anos, pouco se acrescentou às descobertas iniciais. A

história começa a registrar novidades quando várias civilizações surgem do longo período de

maturação da mente humana.

Page 4: Patologia Na Pintura

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Egito

Durante o período de 8000 a 5800 a.C. surgiram, desenvolvidos pelos egípcios, os primeiros

pigmentos sintéticos. Estes pigmentos eram derivados de compostos de cálcio, alumínio,

silício e cobre, razão pela qual possuíam grande gama de azuis, como o até hoje utilizado

Azul do Egito. Além do desenvolvimento de pigmentos baseados em materiais minerais

também foram desenvolvidos os de origem orgânica. Os produtos usados como ligantes

incluíam goma arábica, albumina de ovo, cera de abelha entre outros.

Grécia e Roma

Gregos e romanos utilizavam pigmentos como os egípcios, tendo desenvolvido grande

variedade de pigmentos minerais, derivados de chumbo, zinco, ferro e orgânicos; derivados de

ossos. Assim como no Egito, os bálsamos naturais eram utilizados como proteção para navios,

revestindo os cascos. Neste período da história são relatados usos de ferramentas como

espátulas e trinchas.

A pintura no Oriente

Os orientais utilizavam diversos materiais orgânicos e minerais para suas pinturas. Os

chineses e japoneses preparavam materiais para decoração de suas porcelanas, sendo que os

indianos e persas faziam uso de trinchas e elementos de corte para executar a pintura. Ainda

neste período os maiores desenvolvimentos se davam em função do uso decorativo da pintura,

sem grande importância ao aspecto de conservação.

As Américas

Os índios das Américas, especialmente no que hoje conhecemos como América do Norte,

faziam uso de vários materiais de origem vegetal nas suas pinturas e em seus cosméticos,

além dos minerais retirados de rios e lagos. Os nativos da América do Sul utilizavam penas de

pássaros para a confecção de seus apetrechos de pintura. Neste período, algumas pinturas já

possuíam boa durabilidade.

Idade Média

Neste período surgem os primeiros registros da utilização de vernizes como proteção para

superfícies. Estes materiais eram preparados a partir do cozimento de óleos naturais e adição de

alguns ligantes.

Page 5: Patologia Na Pintura

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O impulso da Revolução Industrial

Assim como em outros setores industriais, foi durante o período da Revolução Industrial que a

indústria de tintas e vernizes se desenvolveu com maior rapidez. O copal e o âmbar eram as

resinas mais comumente utilizadas. As primeiras indústrias surgiram na Inglaterra, França,

Alemanha e Áustria. As fórmulas eram tratadas sob sigilo absoluto, e tidas como uma

informação de poucos privilegiados.

Novos desenvolvimentos

Durante o século XX, a indústria de tintas passou por grande evolução tecnológica, o que gerou o

aparecimento de novos materiais, cada vez mais adequados ao usuário. Os desenvolvimentos

também trouxeram produtos de maior resistência, garantindo longevidade às superfícies tratadas.

Início desta atividade industrial no Brasil

A história da indústria de tintas brasileira teve início por volta do ano 1900, quando os pioneiros

Paulo Hering, fundador das Tintas Hering, e Carlos Kuenerz, fundador da Usina São Cristóvão,

ambos imigrantes alemães, iniciaram suas atividades na nova pátria e lar. Sucessivamente outras

empresas, atraídas pelo novo mercado potencial, começaram a se instalar em nosso País e

desenvolver fortemente o setor.

2.2 TIPOS DE TINTAS

Existem duas classificações básicas para tintas:

• À base de óleo ou solventes• À base de água

As denominações citadas espelham a principal diferença entre as duas categorias de tintas,

denominada porção líquida, ou veículo da tinta. A porção líquida de uma tinta à base de óleo

contém solventes como o mineral spirits. Nas tintas à base de látex. A porção líquida contém

água.

Tintas a base de óleo

As tintas à base de óleo têm boa cobertura (característica da tinta de cobrir ou mudar a

superfície original) e adesão ao substrato aplicado. Por outro lado, em aplicações externas,

Page 6: Patologia Na Pintura

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algumas destas tintas tendem a oxidar, fazendo com que a película, com o passar do tempo

torne-se quebradiça, ocorrendo diversas linhas de trincas e fissuras. Em aplicações internas,

costuma ocorrer o amarelamento e, às vezes, pequenos desplacamentos da película. Estas

tintas são mais difíceis de aplicação que as formuladas com látex, demorando de 8 a 24 horas

para proceder à secagem da película aplicada.

Não devem ser aplicadas sobre superfícies com características alcalinas e, mais

especificamente, sobre aquelas que não se apresentem totalmente curadas. Também não

devem ser aplicadas diretamente sobre superfícies metálicas galvanizadas. Em ambos os casos

há esta contra indicação devido ao fato de que, desta forma, haverá a saponificação do filme.

TINTA A BASE ÁGUA

Tintas à base de PVA

As tintas à base de PVA oferecem mais qualidades para fins externos que as tintas à base de

óleo, já que apresentam maior variedade de cores, retenção do brilho, melhor resistência a

surgência de fissuras, à radiação UV e ao desenvolvimento de mofo.

Tintas à base de Acrílico

As tintas de acrílico de fórmula pura oferece em relação ao látex maior resistência:

• Ao amolecimento por gordura

• Ao descascamento

• À formação de bolhas

• Ao crescimento de algas e fungos

• À formação de manchas por água, mostarda, molho de tomate, café

• Aos produtos de limpeza doméstica

• Manutenção de cor

• Adesão em condições úmidas

A qualidade das tintas à base de látex para utilização externa, hoje, é inquestionável,

Particularmente aquelas formuladas com resinas 100% acrílicas, já que seu filme mantém a

flexibilidade por anos.

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3 PINTURAS - ANÁLISE DAS CAUSAS

As patologias da pintura estão relacionadas a duas famílias de problemas:

• Interface do filme com o substrato

• A própria película da pintura

As causas mais prováveis do problema são:

• Escolha inadequada da tinta por conta da exposição ou por incompatibilidade com o

substrato

• Condições metrológicas inadequadas por temperatura e/ou umidade muito elevada ou muito

baixa ou ventos fortes;

• Ausência de preparação do substrato ou preparo insuficiente

• Substratos que não apresenta estabilidade

• Umidade excessiva no substrato

• Diluição excessiva da tinta na aplicação;

• Formulação inadequada da tinta

3.1 APLICAÇÃO

Condições climáticas favoráveis:

Não muito frio

5° C é a temperatura mínima de aplicação para a maior parte das tintas à base de água ou de

solvente, seja em relação à superfície a ser pintada ou ao ambiente. Temperaturas muito

baixas Dificultam as pinceladas e passadas de rolo. Prolonga o tempo de secagem, o que faz

com que a tinta fique mais sujeita a adesão de partículas de poeira do ar.

Não muito quente

Temperaturas muito elevadas podem fazer com que a tinta seque rápido demais,

comprometendo a durabilidade da pintura Evite pintar sob as seguintes condições,

especialmente se mais de uma estiver presente.

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Temperatura do ar ou da superfície superior a 30° C

Luz do sol direta, principalmente ao usar cores escuras

Baixa umidade

Ventilação adequada

Ao usar tintas à base de solventes, cuide para que o local seja muito bem ventilado. Isso

evitará que forte odor do solvente, prejudicial à saúde das pessoas, permaneça no local por

muito tempo.

3.2 SUBSTRATOS

Propriedades das superfícies

As propriedades das superfícies, que influem diretamente no comportamento das pinturas são:

• Permeabilidade: É a propriedade que tem o substrato de permitir a passagem de gases ou

líquidos que poderão resultar em diversas combinações químicas.

• Porosidade: É a relação percentual entre o volume de espaços vazios e o volume total. Esta

relação influenciará substancialmente no grau de absorção dos compostos líquidos pela tinta.

• Resistência a radiações energéticas: É a propriedade dos materiais de não sofrerem

deterioração ou decomposição quando expostos às radiações energéticas, especial as radiações

provenientes do sol , como luz ultravioleta.

• Plasticidade / fragilidade: Plasticidade é a propriedade do material de sofrer alteração de

forma sob ação de forças externas e as manter mesmo após a retirada destas forças, sem o

aparecimento de fissuras. Fragilidade é a propriedade segundo a qual o material se rompe, sob

a ação de forças externas, sem ter sofrido deformação

• Reatividade química: É a capacidade do material de combinar com agentes químicos

ambientais.

4 PATOLOGIAS

4.1 Bolor (Fungos e Mofo)

São organismos que aparecem em paredes e tetos no interior sob a forma de manchas

arredondadas pretas ou acinzentadas, que vão ficando mais densas à medida que a colônia de

fungos se vai desenvolvendo.

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Humidade permanente, temperaturas amenas e fraca ou nenhuma ventilação são condições

ideais para o desenvolvimento de fungos.

Os fungos desenvolvem-se sobre qualquer tipo de substrato (reboco, gesso), mesmo sobre

paredes e tetos pintados desde que estejam reunidas as condições propicias ao seu

desenvolvimento.

Causas possíveis

Aparecem geralmente em áreas úmidas ou que recebem pouca ou nenhuma luz do sol,

como banheiros, cozinhas ou lavanderias.

Uso de uma tinta alquídica ou base óleo, ou de tinta base água de baixa qualidade.

Inadequada selagem de uma superfície de madeira, antes da aplicação da tinta.

Pintura sobre substrato ou camada de tinta na qual o bolor não tenha sido removido.

Soluções

Providenciar reparo para que a humidade permanente, gerada por infiltração seja eliminada.

Considerar a possibilidade de melhorar a ventilação das áreas de maior humidade.

Remover os fungos esfregando a superfície com uma solução de hipoclorito de sódio a

5% (lixívia). Deve utilizar-se material de proteção.

Lavar com água limpa (para eliminar a lixívia e o detergente) e deixar secar.

No caso de paredes pintadas, remover a tinta solta até encontrar parede sã. As operações de

remoção e limpeza anteriores, geralmente solucionam esta situação.

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4.2 BOLHAS

Esse problema, geralmente é resultante de perda localizada de adesão e levantamento do filme

da superfície.

Possíveis Causas

• Aplicação de tinta base óleo ou alquídica sobre uma superfície úmida ou molhada.

• Umidade infiltrando através de paredes externas (menos provável com tintas base água).

• Superfície pintada exposta à umidade, logo após a secagem, principalmente se houve

inadequada preparação da superfície.

SOLUÇÕES

• Se nem todas as bolhas baixaram remova-as, raspando e lixando as regiões comprometidas e

repinte com tinta acrílica, indicada para interiores.

• Se todas as bolhas baixaram elimine a fonte de umidade, raspe e lixe o local e aplique um

selador antes de aplicar a tinta.

• Considere a possibilidade de instalar, um exaustor no ambiente.

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4.3 CALCINAÇÃO

Formação de finas partículas, semelhantes a um pó esbranquiçado, sobre a superfície pintada

exposta ao tempo, causando o desbotamento da cor. Ainda que algum desbotamento seja

normal, devido ao desgaste natural, em excesso pode causar extrema calcinação.

Possíveis causas

• Uso de uma tinta de baixa qualidade, que contenha alta concentração de pigmentação.

• Uso externo de uma tinta indicada para superfícies internas.

Soluções

• Remova a tinta, usando uma escova de aço, todo e qualquer vestígio de calcinação,

enxaguando bem com uma mangueira ou com jatos d’água. Verifique se ainda há presença de

vestígios, passando a mão sobre a superfície já seca.

• Caso o problema persista, aplique um selador base óleo ou látex acrílico e repinte com uma

tinta de alta qualidade, indicada para superfícies externas.

• Se a superfície estiver isenta ou apresentar mínimo sinal de calcinação e a tinta antiga estiver

em boas condições não é necessário utilizar um selador.

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4.4 CRATERAS/ESPUMAÇÃO

Crateras surgem do rompimento de bolhas causadas pela espumação.

Possíveis Causas

• Agitação da lata de tinta parcialmente cheia.

• Uso de uma tinta de baixa qualidade, ou, muito velha.

• Aplicação muito rápida da tinta, especialmente com rolo.

• Uso de rolo com comprimento de pêlo não adequado.

• Passar muitas vezes o rolo ou o pincel sobre o mesmo lugar.

• Aplicação de tinta alto ou semi brilho sobre uma superfície porosa.

Soluções

• Todas as tintas espumam durante a aplicação, entretanto, tintas de alta qualidade são

formuladas para que as bolhas se rompam enquanto a tinta ainda esteja úmida,

proporcionando perfeito fluxo e aparência.

• Evite passar o rolo ou o pincel várias vezes sobre um mesmo local.

• Evite usar uma tinta que tenha sido fabricada há mais de um ano.

• Ao pintar uma superfície com tintas alto ou semi brilho, use sempre um rolo de pêlo curto.

• Antes de pintar uma superfície porosa, aplique um selador.

• Prepare adequadamente a superfície antes de aplicar a tinta.

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4.5 DESBOTAMENTO

Prematuro ou excessivo clareamento da cor original da tinta. Ocorre, geralmente, em

superfícies expostas constantemente à luz do sol. Esse problema pode ser um resultado de

calcinação.

Possíveis Causas

• Uso externo de tinta indicada para superfícies internas.

• Uso de tinta de baixa qualidade, culminando em rápida deterioração do filme.

• Uso de determinadas cores de tinta mais suscetíveis aos raios UV (como tons de

vermelho, azul e amarelo).

• Tingimento de tinta branca não indicada para o processo ou dosagem excessiva de uma

base clara ou média.

Solução

• Quando o problema for decorrente de calcinação, remova todo e qualquer vestígio (ver

Calcinação). Para a repintura, escolha tintas e cores recomendadas pelo fabricante para uso

externo.

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4.6 DESCAMAÇÃO

Ruptura na pintura causada pelo desgaste natural do tempo, levando ao total

comprometimento da superfície. No estado inicial o problema se apresenta como uma fina

fissura e em seguida, num estágio mais avançado, começam a ocorrer as descamações da

tinta.

Possíveis Causas

• Uso de tinta de baixa qualidade, que oferece pouca adesão e flexibilidade.

• Diluição exagerada da tinta.

• Inadequada preparação da superfície, ou aplicação de tinta sobre madeira bruta sem selador.

• Excessiva fragilização de tinta alquídica envelhecida.

Solução

• Remova todos os fragmentos de tinta com uma raspadeira ou escova de aço e lixe a

superfície. Se as rupturas ocorrerem também nas camadas mais profundas, o uso de uma

massa corrida pode ser necessário. Em superfícies de madeira bruta use selador antes da

repintura.

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4.7 EFLORESCÊNCIA/MANCHAS

Aspereza e depósito de sais brancos que provocam manchas na superfície.

Possíveis Causas

• Falta de uma adequada preparação da superfície, como total remoção de sinais de

eflorescência anteriores.

• Excesso de umidade passando para a superfície.

• Eflorescências também pode ser decorrente do vapor, principalmente em cozinhas,

banheiros e áreas de serviço.

Soluções

• Se a causa do problema for umidade, elimine- a totalmente. Vede quaisquer fissuras na

superfície com um selante acrílico base d´água ou um acrílico siliconizado.

• Seja a causa umidade ou vapor, remova as manchas com uma escova de aço ou com auxílio

de uma lavadora de alta pressão e enxágüe bem. Aplique um selador para alvenaria base d

´água ou solvente de alta qualidade e, só então aplique a tinta.

• Uma boa opção para evitar que o problema ocorra em áreas suscetíveis a vapor é a

instalação de ventiladores ou exaustores.

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4.8 ENCARDIMENTO DA SUPERFÍCIE

Acúmulo de sujeira, poeira e outros fragmentos sobre a superfície pintada. O problema pode

ser confundido com bolor.

Possíveis Causas

• Uso de tintas de baixa qualidade, especialmente acetinada ou semi-brilho de baixa

qualidade.

• Agressores externos, como poluição, aceleram o encardimento da superfície.

Soluções

• Em virtude da semelhança do problema com bolor faça o seguinte teste: pingue algumas

gotas de alvejante doméstico sobre o local, se as manchas desaparecerem é bolor. Nesse caso,

siga as recomendações da seção Bolor. Se as manchas persistirem limpe a região afetada com

uma escova e detergente, enxaguando bem.

• Sujeiras mais acumuladas, portanto de difícil remoção, devem ser limpas com auxílio de

uma lavadora de alta pressão.

• Para evitar a ocorrência do problema, use produtos de alta qualidade. As tintas látex e alto

brilho são boas opções, por oferecerem maior resistência ao acúmulo de sujeira e à lavagem

da superfície.

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4.9 ENRUGAMENTO

Formação de rugas e ondulações sobre a superfície ocorrem quando a tinta ainda está úmida.

Possíveis Causas

• A tinta é aplicada em uma camada muito espessa (mais provável com uso de tintas

alquídicas ou base óleo).

• Pintura realizada sob condições extremas de calor ou frio. Isso faz com que a camada mais

externa do filme seque mais rápido, enquanto que a camada de baixo ainda permaneça úmida.

• Expor uma superfície, que não esteja totalmente seca, à muita umidade.

• Aplicação de uma camada de tinta, sem que, o selador esteja totalmente seco.

• Pintura sobre superfície suja ou engordurada.

Soluções

• Raspe ou lixe a superfície para remover a camada enrugada. Antes de aplicar um selador,

certifique-se de que a superfície esteja totalmente seca. Repinte o local, evitando fazê-lo sob

condições extremas de temperatura e umidade.

• Utilize uma tinta para Interior de alta qualidade.

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4.10 ESCORRIMENTO DE CALCINAÇÃO

O escorrimento da calcinação é proveniente da excessiva erosão/desgaste de tinta antiga

existente sobre o substrato, comprometendo a sua aparência.

Possíveis Causas

• Uso de tinta de baixa qualidade que contenha alta concentração de pigmentação.

• Uso externo de tinta indicada para superfícies internas.

Soluções

• Remova totalmente os resíduos de calcinação (ver Calcinação). Limpe bem as áreas

manchadas, esfregando detergente sobre elas, com o auxílio de uma brocha. Em seguida,

enxágüe bem. Em casos de manchas mais resistentes, substitua o detergente por um produto

ácido.

• Caso ocorra clareamento de cor nos locais que foram limpos, aplique uma tinta base água

de alta qualidade.

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4.11 ESCORRIMENTO DE TINTA

Escorrimento de tinta, logo após ser aplicada, resulta em cobertura irregular da superfície.

Possíveis Causas

• Aplicação de uma camada muito espessa.

• Aplicação da tinta sob condições de frio ou umidade.

• Uso de uma tinta muito diluída.

• Usar pistola com o bico muito próximo à superfície que recebe a tinta.

Soluções

• Se a tinta ainda estiver úmida, passe o rolo novamente sobre o local a fim de uniformizar a

superfície.

• Se a tinta estiver seca, lixe a superfície e reaplique uma nova demão.

• Não dilua a tinta para fazê-la render mais.

• Evite realizar a pintura sob condições de frio e umidade.

• Lixe superfícies brilhantes, antes de pintá-las.

A tinta deve ser aplicada com taxa de espalhamento indicada pelo fabricante.

• Duas demãos de tinta, na taxa de espalhamento recomendada, são melhores do que uma

demão extremamente espessa.

• Ao pintar portas, convém, se possível, retirá-las e pintá-las na posição horizontal.

Page 20: Patologia Na Pintura

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4.12 RACHADURAS NA SUPERFÍCIE

Rachaduras profundas e irregulares na superfície.

Possíveis Causas

• A tinta é aplicada em uma camada muito espessa, geralmente, sobre superfície porosa.

• A tinta é aplicada em uma camada muito espessa, a fim de melhorar o poder de cobertura

de um produto de baixa qualidade.

• Acúmulo de tinta nos cantos da superfície, durante a aplicação.

Soluções

• Remova a camada afetada, raspando e lixando a superfície. Em alguns casos, apenas o

lixamento é necessário. Em seguida, prepare a superfície e repinte-a com uma tinta base

água de alta qualidade. Esse tipo de tinta, geralmente, previne o reaparecimento do

problema, por ser mais flexível que as tintas alquídicas, base óleo e, mesmo, à base água de

baixa qualidade.

• Tintas de alta qualidade têm alta concentração de conteúdos sólidos, que reduzem a

tendência a rachaduras na superfície, facilitando a aplicação e proporcionando grande poder

de cobertura, o que evita a aplicação de demãos muito espessas.

Page 21: Patologia Na Pintura

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5 CONCLUSÃO

Os problemas referentes à ação da umidade estão presentes em todas as fases da vida de uma

edificação, indo desde o projeto até a manutenção da mesma. É fato concluir que a prevenção

é a melhor solução. Corrigir erros na fase de projeto é primordial.

A escolha de materiais empregados e tipos de sistemas construtivos podem evitar o

surgimento de patologias de umidade, assim como uma boa impermeabilização. A

impermeabilização deve ser muito bem escolhida e estudada, pois reparos e uma nova

aplicação são dispendiosos.

Também tem de ser considerado o micro clima que atua na edificação, o qual é de

fundamental importância para se evitar a ação de água como causador de patologias. A

incidência de chuva e vento pode variar de uma fachada para outra, exigindo características

especiais e cuidados.

“Prevenir é melhor que remediar”: seguindo este lema preventivo e aplicando o contra as

patologias de umidade, além de ser mais eficaz e sem gastos econômicos, garante uma maior

segurança e durabilidade da estrutura. Deste modo, será benéfico não só para a edificação em

si, mas também para todas as pessoas que a utilizam.

Page 22: Patologia Na Pintura

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6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALUCCI, M. P., FLAUZINO, W. D., MILANO, S. Bolor em edifícios: causas e

recomendações. Tecnologia de Edificações, São Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT.

1988. p.565-70.

SOUZA, V. C. M. RIPPER, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São

Paulo, Editora Pini, 2001. 255p.

UEMOTO, K. L. Patologia: Danos causados por eflorescência. Tecnologia de Edificações,

São Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea

de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p.561-64.

VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. Porto Alegre, Editora Sagra, 1991. 172p.