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Romantismo - Primeira Geração

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Romantismo - Primeira Geração

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INTRODUÇÃO

Entende-se por Romantismo um amplo movimento cultural surgido na Alemanha do século XVIII. Em 1774, Goethe publica Os Sofrimentos do Jovem Werther, que conta a história de um jovem que se apaixona pela noiva de seu melhor amigo. Como não pode realizar esse amor, a vida torna-se insustentável, levando o personagem ao suicídio. A obra teve grande repercussão na Europa e foi acusada de influenciar outros jovens a buscarem o mesmo fim trágico de Werther. Com isso, Goethe apresenta a ideia central do Romantismo: a de que a força mais poderosa da vida é o sentimento, e não a razão. Por isso, o movimento romântico pode ser entendido como uma reação contra a onda de racionalismo provocada pelo Iluminismo do século anterior.

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CARACTERÍSTICAS GERAIS A tela representa a tendência ao

individualismo, um dos valores cultivados pelo romantismo.

Com a obra Os Sofrimentos do jovem Werther, Goethe apresenta os grandes temas do movimento romântico na Europa:

- Liberdade de criação- Sentimentalismo- Supervalorização do amor- Idealização da mulher- Mal-do-século- Evasão no tempo e no espaço

Vejamos como essas características se manifestam no Romantismo brasileiro

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ROMANTISMO NO BRASIL Em 1808, a família real portuguesa, fugindo do avanço das tropas

napoleônicas, resolve instalar-se no Brasil, abrindo caminho para a emancipação política da colônia, o que acontece em 1822, quando é declarada oficialmente a Independência do Brasil. O problema é que, mesmo com o rompimento dos laços políticos com a metrópole, os intelectuais brasileiros ainda reproduziam os modelos do pensamento europeu. Logo, surge a necessidade entre nossos pensadores de criar uma arte e uma forma de pensar que rompesse com os padrões do Velho Mundo. Os escritores românticos brasileiros buscaram, então, mais do que a independência política – buscaram a independência cultural.

No Brasil, o movimento romântico costuma em três momentos:

- Primeira geração – fase nacionalista - Segunda geração – fase ultrarromântica (mal-do-século) - Terceira geração – fase social (condoreira) Agora, você vai ver de que forma cada geração romântica brasileira

aprofunda um traço daquele Romantismo surgido na Europa.

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INDIANISMO E NACIONALISMO No Romantismo, o indivíduo sente-se em desajuste com a sociedade, por isso a

necessidade de fugir da realidade. Um dos mecanismos usados para fugir da realidade é voltar-se para o passado. 

No Romantismo europeu, a volta ao passado histórico leva à Idade Média, onde estão as origens das nações europeias. Mas, como o Brasil não teve Idade Média, voltar ao passado significa redescobrir o país antes da chegada dos europeus, quando era habitado por nações indígenas. 

Como exemplo, leia este trecho de Iracema, de José de Alencar:  

“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.” 

Nesse romance, de 1865, o escritor apresenta uma visão poética da formação do povo brasileiro. De acordo com sua “lenda”, ele tem origem na união do índio, representado por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, e o branco europeu, representado pelo guerreiro Martim Repare que o negro ficou de fora do projeto nacionalista-literário da primeira geração. 

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Em lugar do cavaleiro medieval, a figura do índio é idealizada porque seria um antepassado nacional legitimamente brasileiro, e não europeu. Logo, um dos temas centrais da primeira geração é o indianismo. Outro tema é a exaltação da pátria(nacionalismo ufanista), pois nossos primeiros românticos entenderam que sua missão era fundar uma identidade brasileira.  

No plano individual, voltar ao passado significa valorizar a infância, como sugerem estes versos de Casimiro de Abreu: 

Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vidaDa minha infância queridaQue os anos não trazem mais 

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Valorização da natureza 

Outro mecanismo usado para fugir da realidade é voltar-se para paisagens novas, que podem ser exóticas, como o Oriente, ou primitivas, como a selva. Por isso, uma das características da nossa primeira geração romântica é a valorização da natureza pátria. Assim como o índio, foi escolhida como um dos símbolos da nacionalidade brasileira, como ocorre nos versos de Gonçalves Dias, do poema Canção do Exílio (1843), um dos mais citados em nossa cultura. 

Minha terra tem palmeirasOnde canta o Sabiá;As aves que aqui gorjeiamNão gorjeiam como lá

O eu lírico, afastado de seu país, conduz seu pensamento para a natureza, visto como lugar de refúgio para os angustiados. 

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ESCRITORES

Na poesia da primeira geração, predomina a busca pela nacionalidade brasileira. Mas observamos outras tendências na prosa, como o romance regionalista, o romance histórico e o romance urbano, aquele que tem como cenário a cidade grande.

Poesia- Gonçalves Dias (1823 - 1864)- Casimiro de Abreu (1839 - 1860)

Prosa - José de Alencar (1829 - 1877)- Joaquim Manuel de Macedo (1820 - 1882)- Manuel Antônio de Almeida (1831 - 1861)

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Romantismo - Segunda Geração

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INTRODUÇÃO

O Romantismo tem origem na Alemanha do século XVIII, quando Goethe publica Os Sofrimentos do Jovem Werther, obra que anuncia os temas centrais do movimento romântico na Europa, como o sentimentalismo, a idealização da mulher e do amor e a evasão da realidade.  

Porém, aquele que se torna o mais marcante da primeira geração romântica brasileira é a evasão da realidade, mecanismo que permitiu aos nossos escritores descobrir o passado histórico do país e sua paisagem natural. Como foi explicado em Romantismo – Primeira Geração (link), o surgimento do movimento romântico em terras brasileiras coincide com o momento em que o país torna-se independente de Portugal, levando artistas e intelectuais do período à construção de uma identidade autenticamente nacional. O índio valoroso e a natureza abundante surgem como símbolos de brasilidade.

Veremos de que forma a segunda geração dará continuidade ao projeto romântico brasileiro.

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MAL-DO-SÉCULO (ULTRARROMANTISMO)

Entre as características gerais do Romantismo, aquela que mais se faz presente na segunda geração do movimento no Brasil é a evasão da realidade. Só que essa evasão não acontece no tempo ou no espaço, como na primeira geração. Agora, a fuga da realidade ganha contornos trágicos. Os heróis românticos encontram na morte uma solução para seus problemas existenciais, podendo chegar, inclusive, ao suicídio. Isso acontece porque, de acordo com o pensamento romântico, o indivíduo vive em constante conflito com a sociedade, tornando-se uma espécie de “desajustado”. Essa sensação de constante desajuste tem como consequência alguns comportamentos tipicamente românticos: 

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pessimismo - dor existencial - sofrimento - isolamento 

Essas atitudes caracterizam aquilo que ficou conhecido como “mal-do-século”. Assim sendo, por levar o subjetivismo romântico às últimas conseqüências, a segunda fase do Romantismo no Brasil também é conhecida como geração ultra-romântica. A tela abaixo representa a atração que os artistas românticos têm pela morte também na

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ÁLVARES DE AZEVEDO - LIRISMO DA DESCRENÇA

O principal representante do ultra-romantismo no Brasil é o poeta paulistano, com passagem pelo Rio de Janeiro, Álvares de Azevedo. Assim como os outros poetas de sua geração, coloca em segundo plano o nacionalismo da primeira geração e passa a explorar a subjetividade, o mundo interior, o que se passa nas profundezas do indivíduo, revelando uma visão trágica da existência. Suas obras mais famosas são o livro de poemas Lira dos vinte anos, a peça Macário e os contos de Noite na taverna.

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Soneto (...)

Morro, morro por ti! na minha aurora  A dor do coração, a dor mais forte,  A dor de um desengano me devora...    

Sem que última esperança me conforte,  Eu - que outrora vivia! - eu sinto agora  Morte no coração, nos olhos morte! 

Observe que, nesses versos, a frustração amorosa provocada por uma mulher sempre idealizada e inacessível, leva o eu lírico a desejar a morte. Na poesia da segunda fase, parece que o eu lírico sente prazer em sofrer.

Outros autores- Junqueira Freire: aos 18 anos decidiu-se pela vida religiosa, ingressando no Mosteiro de São Bento. Sua obra tem como tema central a morte como libertação da matéria.- Fagundes Varela: poeta marcado pela perda prematura de seu filho e pelo alcoolismo, sua obra explora temas nacionalistas e ultra-românticos, mas também sociais, como a questão no negro, inaugurando uma tendência que será aprofundada na próxima fase do Romantismo no Brasil.

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Romantismo na Europa

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CaracterísticasO Romantismo representou uma reação ao

Iluminismo e ao Neoclassicismo. Na Alemanha, mesmo admirando as conquistas iluministas e a Revolução Francesa, os intelectuais defenderam o predomínio do indivíduo sobre a coletividade e da paixão sobre o racionalismo. Na Inglaterra, a influência Industrial determinaram o nascimento de uma literatura popular, apoiada no idealismo. Já na França, marcada pelo liberalismo conservador que opunha ao espírito revolucionário, a produção literária no início do século XIX combinou as idéias liberais às neoclássicas, assumindo um tom mais moralizador do que crítico.

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Origem O Romantismo surgiu na Europa em uma época em que o ambiente

intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam os sistemas de governo despóticos e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo econômico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição. Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu nascimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage. O Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a Alemanha e na Inglaterra. Na Alemanha, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na unificação germânica com o movimento Sturm und Drang. O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.

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Fim