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O Renascimento A redescoberta da cultura grega A Vénus de Milo B – Virgem e Menino C Pietá Estatuária grega (A), medieval (B) e renascentista (C)

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O RenascimentoA redescoberta da cultura grega

A –Vénus de Milo B – Virgem e Menino C – Pietá

Estatuária grega (A), medieval (B) e renascentista (C)

Discóbolo – Séc. V a. C. Victória de Samotrácia, Séc. II a.C.

Estátuas gregas

O Renascimento - o nascimento de uma nova era

• As cidades do Norte de Itália são o berço do Renascimento, um movimento ar tístico e cultural que progressivamente se vai estender a outras cidades e a toda a Europa.

• A tomada de Constantinopla pelos turcos leva a que muitos homens de saber se desloquem para a Europa, trazendo consigo os tesouros da cultura do Oriente, em particular.

• As cidades italianas eram ricas e poderosas, dispondo assim dos meios para impulsionar o renascimento da actividade intelectual.

• Os artistas do renascimento redescobriram a cultura grega e trilharam novos caminhos, que se cruzam frequentemente com os da actividade

científica.

A coexistência de imagens de diferentes culturas

Bases para o desenvolvimento das diferentes ciências

• Ciências da vidaLeonardo da Vinci (1452-1519) – Fisiologia, anatomia, embriologia, botânicaAlbrecht Dürer (1471- 1528) – investigação sobre as proporções do corpo humano, observação dos hábitos de vida e crescimento de animais.William Harvey (1578-1657) – circulação sanguíneaSantorio (1561-1636) – metabolismoGalileu – termómetroLineu (1707-78) – Philosophia Botanica

• Ciências da terraGeorge Agricola (1490-1555) – era um estudioso de Medicina que se interessou de perto pelo trabalho dos mineiros e que publicou, em 1546, um obra que lança as bases da mineralogia moderna.

• TecnologiasA imprensaO estudo dos metais� a tecnologia da madeira passe aos poucos a ser substituída pela tecnologia do metal.

• QuímicaDa Alquimia à Química – Paracelso (1493-1541)

• Estudo de reacções químicas, dos gases, do ar – Joseph Black (1728 -99) , Priestley ( 1733- 1804) Cavendish (1713—1810)

• Lavoisier (1743 – 94) – o estabelecimento da química como ciência –conceito de elemento químico, Lei da Conservação da Massa.

Leonardo da Vinci: a pintura e a anatomia ou o cruzamento entre a arte e a ciência

Algumas condições que tornaram possível o renascimento:

• A redescoberta da cultura grega

• O esgotamento das teorias de tradição aristotélica na tentativa, cada vez menos conseguida, de enquadrar os dados da observação.

• A emergência de uma nova classe, a burguesia, cujos interesses práticos exigiam um progresso científico e tecnológico a vários níveis.

• Novas condições materiais — nomeadamente o progresso tecnológico, que inclui, por exemplo: a invenção da imprensa, o aperfeiçoamento das máquinas simples.

• As viagens de exploração marítima, que alargam o conhecimento do Homem sobre si próprio e o mundo, dando-lhe a conhecer novas culturas, novos horizontes e, ao mesmo tempo, exigindo a construção de novos instrumentos.

Copérnico, ou a importância de trocar o Sol com a Terra

• Nicolau Copérnico (1473-1543)

O modelo de Copérnico — Seis Livros sobre as Revoluções das Orbes Celestes (1453)

• Os corpos celestes têm movimentos circulares.

• Não há um centro único para todas as esferas celestes.

• A Terra não é o centro das esferas do Sol e dos planetas, é o centro da esfera da Lua.

• A Terra, bem como os outros planetas, gira em volta do Sol.

• O Universo é limitado pela esfera celeste.

• O movimento da esfera celeste é aparente.

Repercussões, vantagens e desvantagens do modelo

• O modelo assentava numa hipótese mais elegante, simples, que explicava razoavelmente os fenómenos observados:

• “ ... nenhum outro motivo me levou a pensar num método diferente de calcular os movimentos das esferas do Universo senão o facto de ter verificado que os matemáticos não estão de acordo consigo próprios na investigação de tais movimentos".

• A Terra deixava de ser o centro do universo.

• Como Copérnico “geriu” a sua revolução: o folheto “Commentariolus” , a conquista de apoios para as suas ideias, a preservação tanto quanto possível, dos dogmas cristãos e aristotélicos, a dedicação da obra ao Papa Paulo III, versado em Matemáticas.

• Para além de ir contra os preconceitos epistemológicos e contra a visão do senso comum, o modelo não resolvia todos os problemas em que o modelo ptolemaico falhava.

• Não explicava a não observação da paralaxe estelar.

As observações astronómicas de Thyco Brahe

• Construiu, na ilha de Hven, dois famosos observatórios − Uraniborge Stjerneborg

• Tinha os melhores instrumentos da época, uma biblioteca, oficinas para manufactura de instrumentos, um laboratório de química, uma fábrica de papel, uma tipografia e instalações para albergar tumacomunidade de astrónomos.

• Os instrumentos: compassos,teodolitos, quadrantes, incluindo um grande quadrante mural,

relógios mecânicos e ampulhetas.

Tycho Brahe (1546-1601)

Uraniborg

As descober tas de Thyco

• Tycho Brahe elaborou um catálogo minucioso das posições estelares e planetárias, onde apareciam registadas 1000 estrelas.

• Descobertas perturbadoras que desafiavam os dogmas da incor ruptibilidade e imutabilidade dos céus:

• Em 1572, descobriu uma nova “ estrela” na constelação de Cassiopeia, que nunca tinha sido observada até então, mas que era mais brilhante do que Siriuse ficava para além da órbita de Saturno.

• Em 1577 apareceu um grande cometa que Tycho observou sistematicamente −levou-o a concluir que o cometa podia atravessar a esfera da Lua, mostrando que era possível a comunicação entre o mundo per feito e o mundo imper feito.

• Tycho Brahe elaborou um modelo planetário quer era um compromisso entre os dois modelos antagónicos de Ptolomeu e de Copérnico.

Os modelos de Copérnico e de Thyco Brahe

Giordano Bruno - o herdeiro maldito de Nicolau de

Cusa• Há só um espaço universal,

uma única e vasta imensidão a que podemos livremente chamar o vazio; neste estão inúmeros globos semelhantes a este sobre o qual vivemos e crescemos; e declaramos ser este espaço universal, visto que nem a razão, nem a conveniência, nem a percepção sensível, nem a natureza lhe determina limites.

Giordano Bruno (1547-1600).