o que vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada

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para a sua dinamizaçãopara a sua dinamização

Daniela Cristina de CarvalhoDaniela Cristina de CarvalhoProfessora de Língua PortuguesaProfessora de Língua Portuguesa

ATP de Língua PortuguesaATP de Língua PortuguesaMestranda em Educação - UNISALMestranda em Educação - UNISAL

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Daniela Carvalho - Fórum Desafios do Magistério

“O que vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por

uma palavra pensada. Palavra pegante, dada ou guardada, que vai rompendo rumo.”

Guimarães Rosa


O que vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por uma palavra

pensada.

• A palavra pensada principia uma ação: palavra pensada=palavra impacto. A leitura traz movimento. Quais possibilidades de posicionamento eu tenho para o trabalho com a leitura, ou seja, que espaços irei percorrer com essas palavras, que ações podem ser geradas?


O sujeito como tal não pode ser percebido nem estudado como coisa, posto que sendo sujeito não pode, se

quiser continuar sê-lo, permanecer sem voz; portanto, seu conhecimento, só

pode ter um caráter dialógico.(...)Através da palavra, defino-me em relação

ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apóia sobre mim numa extremidade, na outra apóia-se

sobre o meu interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do

interlocutor. (BAKHTIN, 2004:113)


Palavra pegante, dada ou guardada

• Palavra pegante: existem leituras que se inserem em nossa pele, em nossos sentidos e depois delas não somos os mesmos. Qual é a sua “leitura pegante”?

• Palavra dada ou guardada: ler é o compartilhar de vozes. Se não há diálogo, não há leitura. Ler é transcender tempo e espaço, é levar e deixar marcas de sua história. Quais leituras fazem parte da minha história? Como ativá-las? Como dialogar com as diversas vozes?

• (Conto Machado / “Causos”)


“Mas, se o homem se faz fazendo o mundo, e se se faz como homem se fazendo linguagem, esse processo só é possível graças à coletividade, ao nós, ao auditório social presente fora e dentro de cada um” (KRAMER, 1998, p.105)


• Palavra que rompe rumo: a leitura que vai constituindo o sujeito e sendo constituída por ele, é a voz de cada um, é a possibilidade de ter um posicionamento. Romper rumo é ir além, é poder alargar as fronteiras de quem sou.

que vai rompendo rumo


• “A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar” (FREIRE, 1983:92)


“O que vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada. Palavra pegante, dada ou

guardada, que vai rompendo rumo.”(G.R.)

Caminhos para a dinamização da leitura: Leitura que traz movimento, ação

Leitura diálogo, compartilhadaLeitura que rompe rumo, que permite

ultrapassar fronteiras


PROJETO CORRESPONDÊNCIA: O

PODER E O FASCÍNIO DAS PALAVRAS

• 19 salas de RCII• 9 salas de 8ª regular • 478 alunos participantes• 23 professores (5 profs lecionavam

em duas salas participantes)


O Processo

Busca de elementos significativosA discussão sobre concepções, metodologia, conceitos, estratégias e recursosA reflexão para ação, na ação e sobre a ação : análise, questionamento, possibilidades, desafios, momentos de discussão sobre as experiências e histórias que cada um trazia


Correspondência... Muito mais do que trocar cartas

• As expectativas: quem é o outro? O que pensa de mim? Quem sou para ele?

• A linguagem constituindo quem sou para o outro e quem ele é para mim

• O envolvimento:


A Voz do Professor“Para mim, o grande diferencial foi a descoberta de um caminho para motivar esses alunos tão difíceis, que não se rendiam a nenhuma das atividades propostas, praticarem com êxito esse projeto. O fato de saírem do “universo” da escola para conhecerem outra pessoa, através da escrita e depois pessoalmente, criou toda uma expectativa e empolgação nos alunos que nunca tiveram antes, com o projeto, adoravam fazê-lo.Pude notar claramente, o avanço que tiveram com a leitura e escrita após o projeto. Estavam empenhados em acertarem a escrita, serem mais caprichosos e se dedicarem mais à leitura, já que eu e eles sabíamos que eram capazes, bastava se empenharem.”(PROF.2003)


Correspondência... Muito mais do que trocar cartas

As atitudes dos participantes = palavra que traz posicionamento mudança, ação A voz de cada interlocutor (aluno-professor-professor-aluno-aluno) nas cartas = palavra compartilhada“Discutir” pré-conceitos= palavra que rompe rumo


“Livros não mudam o mundo. Quem muda o mundo são as

pessoas. Os livros só mudam as pessoas”

Mário Quintana

“Leer es vivir, y es una vida tan plena que llega a derrotar

momentáneamente el sentimiento de nuestra propia

muerte”Rosa Montero


Nossa conversa pode continuar...

Daniela Cristina de [email protected]

F: 37436009 – Oficina Pedagógica Diretoria de Ensino Campinas

Leste


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 11ª ed. São Paulo: Hucitec, 2004

• FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 29ª ed. São Paulo: Cortez, 1994 – Coleção questões da nossa época; v. 13

• FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983

• GERALDI, João W. Portos de passagem. 2ª ed São Paulo: Martins Fontes, 1993

• KRAMER, Sonia. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. 3ªed. São Paulo: Ática, 1998

• MONTERO, Rosa.Sobre Leitura. V Congresso Internacional de Educação. São Paulo,2006

• ORLANDI, Eni P. Discurso e Leitura. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2001• SILVA, Elementos de Pedagogia da leitura. 1ª ed. São Paulo:

Martins Fontes, 1988• SILVA, Conferências sobre leitura. 1ª ed. Campinas: Autores

Associados, 2003. • VIGOTSKII, Lev S.; LURIA Alexander R.; LEONTIER Alex. Linguagem,

desenvolvimento e aprendizagem. 2ª ed. São Paulo: Ícone, 1988 • Zoom

o que vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada

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