o protagonismo hegemônico de assis chateaubriand

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1 Emanoel Francisco Pinto Barreto Universidade Federal do Rio Grande do Norte Brasil [email protected] G1-2 Historia de la Comunicación O protagonismo hegemônico de Assis Chateaubriand Resumo O artigo tem por finalidade analisar a presença histórica de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo como primeiro empresário brasileiro a constituir grupo jornalístico de dimensão nacional a partir de discurso hegemônico, que mesclava interesses pessoais a uma forte participação política e presença em eventos como a Revolução de 30, que levou ao poder Getúlio Vargas, populista e autoritário. Veremos como Chatô, como era chamado, adicionava a seu discurso favorável a um capitalismo nacional dependente, concepções de mundo advindas do hitlerismo e fascismo como forma de justificar domínio e direção das sociedades por elites conservadoras. Palavras-chave: Chateaubriand, jornalismo, poder, política Abstract This current work aims to express the Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo's contribution, as the first brazilian businessman, to develop a national journalistic group starting with hegemoniacal speech which mixed personal interests, huge political participation, and be present at the important events like the 1930 Revolution, which elected Getúlio Vargas, who was popular and authoritarian. He was called "Chatô" as a nickname and we'll see how he included in his pleasant speech, a dependent national capitalism, world's conceptions from Hitler and fascism as a way to justify the conservative elite's power and management. Keywords: Chateaubriand, journalism, power, politics O jornalismo é espaço privilegiado para representação e análise do real histórico. E isso em função de que tem a virtual possibilidade de apropriação dos fatos, dando-lhes a versão desejada pelo grupo que detém o controle do jornal. A intervenção jornalística no drama da história, pelo próprio fato de ser uma intervenção, é, ela mesma, parte da história da disputa pelo poder, o qual, conquistado e mantido, integra as condições impositivas, atributos e privilégios de quem o conquistou e o mantém, e assim fará a representação legitimada da vida social, a dramaturgia redacional daquilo que aconteceu no theatrum mundi. E isso sempre favorece as elites, que têm condições econômicas de assumir esse

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O artigo tem por finalidade analisar a presença histórica de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo como primeiro empresário brasileiro a constituir grupo jornalístico de dimensão nacional a partir de discurso hegemônico, que mesclava interesses pessoais a uma forte participação política e presença em eventos como a Revolução de 30, que levou ao poder Getúlio Vargas, populista e autoritário. Veremos como Chatô, como era chamado, adicionava a seu discurso favorável a um capitalismo nacional dependente, concepções de mundo advindas do hitlerismo e fascismo como forma de justificar domínio e direção das sociedades por elites conservadoras.

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1

Emanoel Francisco Pinto Barreto

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Brasil

[email protected]

G1-2 Historia de la Comunicación

O protagonismo hegemônico de Assis Chateaubriand

Resumo

O artigo tem por finalidade analisar a presença histórica de Francisco de Assis

Chateaubriand Bandeira de Melo como primeiro empresário brasileiro a constituir grupo

jornalístico de dimensão nacional a partir de discurso hegemônico, que mesclava interesses

pessoais a uma forte participação política e presença em eventos como a Revolução de 30,

que levou ao poder Getúlio Vargas, populista e autoritário. Veremos como Chatô, como

era chamado, adicionava a seu discurso favorável a um capitalismo nacional dependente,

concepções de mundo advindas do hitlerismo e fascismo como forma de justificar domínio

e direção das sociedades por elites conservadoras.

Palavras-chave: Chateaubriand, jornalismo, poder, política

Abstract

This current work aims to express the Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de

Melo's contribution, as the first brazilian businessman, to develop a national journalistic

group starting with hegemoniacal speech which mixed personal interests, huge political

participation, and be present at the important events like the 1930 Revolution, which

elected Getúlio Vargas, who was popular and authoritarian. He was called "Chatô" as a

nickname and we'll see how he included in his pleasant speech, a dependent national

capitalism, world's conceptions from Hitler and fascism as a way to justify the

conservative elite's power and management.

Keywords: Chateaubriand, journalism, power, politics

O jornalismo é espaço privilegiado para representação e análise do real histórico. E

isso em função de que tem a virtual possibilidade de apropriação dos fatos, dando-lhes a

versão desejada pelo grupo que detém o controle do jornal. A intervenção jornalística no

drama da história, pelo próprio fato de ser uma intervenção, é, ela mesma, parte da história

da disputa pelo poder, o qual, conquistado e mantido, integra as condições impositivas,

atributos e privilégios de quem o conquistou e o mantém, e assim fará a representação

legitimada da vida social, a dramaturgia redacional daquilo que aconteceu no theatrum

mundi. E isso sempre favorece as elites, que têm condições econômicas de assumir esse

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controle, avocar a si o discurso memorial do que se passou e fazer desse discurso seu

próprio apanágio e justificação hegemônica no contínuo ocorrer da história. Assim, parte

da luta das elites é assegurar a naturalização desse fazer-ver-o-mundo segundo uma

determinada forma, naturalizando o quadro instalado de uma determinada época como

sendo o certo e o conveniente – a si e às demais classes, às quais têm o dever de dirigir e

liderar. A partir de tais observações temos que o jornalismo é uma das maneiras desse

exercício de poder e, em si, uma forma de justificá-lo, em processo meta-histórico.

Para a consecução de tal realidade – um jornalismo interventivo, de eficácia

editorial – exige-se a construção de empreendimentos de vulto, muitas vezes

sistematizados em redes empresariais poderosas as quais, por sua vez, ao enunciar o

discurso das elites, enunciam, dentro das elites, seu próprio discurso hegemônico perante a

concorrência setorial. É o caso do jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de

Melo, figura histórica fundadora do protagonismo comunicacional hegemônico no Brasil.

Como poucos, Chateaubriand encarnou o processo de hegemonização dos interesses

ideológicos do capital via jornalismo. A penetração de seus veículos de comunicação, com

sua eficácia editorial, tinha força suficiente para influir junto às elites, classe média e

ambientes populares, causando com isso a sensação de que estava ali a representação de

uns e de outros, uma espécie de fiel da balança, um jornalismo de compromisso. Seu

discurso modernizante dos meios de comunicação trouxe ao país a TV em setembro de

1950, consolidando seu império no setor. No auge, o conglomerado Diários Associados,

designação do grupo jornalístico sob seu comando, reunia em todo o Brasil 36 jornais, 18

revistas, 36 rádios e 18 emissoras de televisão, além de bater recordes de tiragem com a

revista O Cruzeiro (Fortes, 2009).

A par disso, Chatô, como era conhecido, firmara a aura de defensor das artes,

inaugurando o Museu de Arte Moderna de São Paulo-Masp em 1947, mediante incisivo

trabalho de reunião de fundos junto à nata do capitalismo brasileiro. Jornalista, contribuiu

decisivamente com um discurso centrado nos valores e prioridades históricas do capital,

trabalhando pelo estabelecimento de um consenso passivo junto aos dominados, na

circunscrição do quartel histórico em que teve atuação. Empresário, tinha interesses que

iam do jornalismo à propriedade de terras, passando por investimentos na indústria

farmacêutica. Esse ser bifronte, assim, tinha desenvoltura suficiente investir na política,

tornar-se senador e embaixador do Brasil na Inglaterra, participando também da

conspiração que levou à Revolução de 30. A presença de Chateaubriand, seu gesto

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ideológico – germanófilo, anticomunista, alinhamento com os EUA segundo um

capitalismo nacional dependente –, está inserida em período de grandes mudanças:

urbanização nascente e crescente, primeiros esgares da industrialização e, não há como

escusar, a presença hegemonista dos Diários Associados, sob sua direção. O trabalho que

desenvolveu junto à superestrutura dá pista suficientemente forte para que seja visto como

o primeiro grande mentor intelectual do jornalismo de rede no país, cujo trabalho rendia

dividendos na formulação de um discurso hegemônico das elites e, em processo

metadiscursivo, se afirmava perante o país – e concorrentes – como aquele que melhor

representava tais interesses, cobrando por isso um alto preço. Constituiu-se, desta forma,

em pregador e recipiendatário dos resultados daquilo que pregava. A análise a respeito do

personagem em apreço será realizada a partir da obra basilar Chatô, o rei do Brasil, de

Fernando Morais, e de pesquisa de textos de autoria do próprio Chateaubriand. Aí

encontraremos o núcleo deste trabalho: o discurso hegemonista de Chateaubriand dentro

do discurso hegemônico das elites nacionais, a quem impunha, com vigor incomum, o

poderio do seu pronunciamento. Para análise, tomaremos como recorte histórico o início

de sua vida profissional até o ano de 1945, período em que firmou os alicerces do seu

império comunicacional.

De índios, africanos e comunistas

Um aspecto de relevo no estudo dos vultos, na biografia em seu sentido de

captação do homem em seu tempo histórico, diz respeito não só ao relato sequenciado dos

atos que perpetrou em seu roteiro impontual de vida; mais que isso, a biografia diz do

sujeito em suas pulsões, projetos, feitos, quando se misturam sua historicidade e condição

humana na unicidade do sujeito; o gesto/discurso do ator repercutindo no mundo e deste

recebendo o ato responsivo. É dentro de tal enquadramento que faremos, nos limites deste

artigo, o registro do perfil ora proposto. Complexo, carismático, Chatô tinha, para uso

perlocutório, autopromocional, uma espécie de autodefinição, onde, com inescondível

boutade, se apresentava:

André Malraux alimentava a ilusão de escrever a biografia de Chiquinho

Matarazzo, mas eu consegui demovê-lo dessa rematada besteira. Acho que, como

vingança, tentou escrever um livro sobre a minha vida, mas acabou desistindo.

Depois foi a vez do padre Dutra, que cercava parentes meus pelas esquinas, em

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busca de informações para compor um livro sobre a minha vida. Quem também

andou bisbilhotando as minhas misérias, com planos de imortalizar-me no papel,

foi a princesa Bibescu, da Romênia, editora e escritora. Os três fracassaram, mas a

todos eu havia feito uma modesta exigência: a obra teria de começar descrevendo

a cena em que eu e minha filha Teresa apareceríamos nus, sentados na foz do rio

Cururipe, comendo bispos portugueses, tal como fizeram meus ancestrais caetés,

quatro séculos atrás. O deslumbrante piquenique, que já povoou alguns delírios

meus, seria a forma ideal de divulgar a origem do meu sangue ameríndio na

Europa (Chateaubriand, 1994, p.11).

À assertiva que supostamente o apresentava como descendente de ameríndios

contrapunha outro aspecto do seu discurso, esse sim, essencial, cerne ideológico de sua

historicidade: quando acusado por adversários de negligenciar seus afazeres como

embaixador do Brasil na Inglaterra, passando a maior parte do tempo à frente de seus

negócios no Brasil, respondia: “Isso é coisa de comunistas, de índios botocudos. Gentinha

atrasada, esses jornalistas brasileiros. Pensam como africanos...” (Morais, 1994, p. 17).

Originário da Paraíba, município de Umbuzeiro, região Nordeste do Brasil, nasceu

a 4 de outubro de 1892; era raquítico e gago; aos nove anos não lia nem escrevia (Morais,

1994, p. 30). Essas limitações, superadas a tempo, permitiram o crescimento de Assis

Chateaubriand em sua construção íntima, coadunada com o pensamento liberal. Ante isto,

vale ressaltar que se o homem/sujeito é de alguma forma assujeitado à sua identidade e a

seu tempo, e disto não tem como escapar, ele existe em situação idiossincrática na

condição de ser único; interpreta e reinterpreta o mundo a partir de si e consigo, daí

advindo aquilo que fará em gesto socialmente visível e segundo as suas possibilidades. O

homem, assim, é condicionado a seu tempo e a si próprio, mas vive esse condicionamento

de maneira bastante própria. Desta forma, se “a pluralidade é a condição da ação humana

porque somos todos iguais, isto é, humanos, de um modo tal que ninguém jamais é igual a

qualquer outro que viveu, vive ou viverá (Arendt, 2011, pp. 9-10), foi assim que

Chateaubriand, experienciando seu tempo, marcou-o com tipicidade única, individuada,

tirando proveito do comportamento da época quando “a moda na imprensa brasileira na

virada do século não era a notícia, mas a polêmica” (Morais, 1994, p. 60).

O polemista tornou-se advogado, sagrou-se professor de Direito, nunca assumiu a

cadeira e em 1917 chega ao Rio de Janeiro para dedicar-se inteiramente ao jornalismo.

Antes, fora advogado da poderosa família Lundgren, estado de Pernambuco, em difícil

disputa. Numa assertiva demonstrou seu intento de vida e seus métodos: ao recusar-se a

receber pagamento da causa vitoriosa, justificou-se assim: “Prefiro tê-los eternamente

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como meus devedores. Melhor do que ter o dinheiro dos Lundgren é ter os próprios

Lundgren para sempre dentro do meu embornal (Morais, 1994, p. 94). Estava aí

configurado o ator social em sua essência anímica: Chatô, em seu relacionamento com a

burguesia, ao mesmo tempo em que a defendia tinha com ela uma relação cínica,

debochada, ajustando o discurso do poder ao seu talante de intelectual orgânico daquilo

que, apoiando, depreciava; e, depreciando, daquilo mesmo se servia. Ciente da

participação no jogo burguês justificou assim o pedido de aval a um amigo, o engenheiro

Eugênio Gudin, para a compra de um carro, algo tido em 1917 como consumo suntuário:

– Seu Gudin, eu só advogo para ganhar dinheiro e comprar um jornal. Acha que

andando de bonde e fazendo a vida de classe média inspiro confiança aos acionistas

da futura gazeta? O carro próprio é hoje o melhor indício de prosperidade. O

importante não é ter dinheiro, mas transmitir a ilusão de que ele não anda longe de

mim. [...] As sociedades vivem de mitos. Quero que a burguesia alimente o mito da

minha petulante fortuna, porque é dessa burguesia que precisarei, muito em breve

(Morais, 1994, p. 97).

Seu acesso à burguesia se dava, ao que se percebe, por confluência ideológica e

interesse pessoal. Assim, empilhava o discurso da ordem ao seu corolário idiossincrático.

A essa mescla incluía participação junto à intelectualidade brasileira, chegando a ser

convidado a participar da Semana de Arte Moderna de em fevereiro de 1922, em São

Paulo.

[...] Graça Aranha [escritor] deu-lhe o privilégio de ler, em primeira mão, a

“bomba” que preparara para a semana paulista: a conferência intitulada “A emoção

estética na arte moderna” [...] Ao final da leitura, Chateaubriand livrou-se do maço

de papéis [...] Partiu para cima do autor, a quem tratava pelo prenome, de dedo em

riste: – Zé Pereira! Vocês enlouqueceram. Isto não é arte, não é literatura: é

anticapitalismo puro. [...] Não quero desagradar o capitalismo. É com ele que estou

metido [...] (Morais, 1994, pp. 127-128).

A atitude de Chateaubriand se inseria no que preconiza Gramsci quando diz que o

empresário “deve ser um organizador da massa de homens, deve ser um organizador „de

confiança‟ dos que investem em sua empresa, dos compradores de sua mercadoria”

(Gramsci, 2001, p. 15). Ganhando a confiança do capitalismo a construção do império

jornalístico de Chateaubriand começou aos 32 anos de idade, quando, na manhã do dia 30

de outubro de 1924 assumia, como dono, a direção de O Jornal, adquirido com o apoio

exatamente das “classes conservadoras”, a fim de que pudesse paradoxalmente defender os

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“grandes interesses nacionais”, conjugando tal paradoxo ao fato de ser favorável a um

capitalismo dependente, o que de alguma forma se opõe ao nacionalismo (Morais, 1994,

pp. 138-140).

O Cruzeiro, Getúlio e a Revolução de 30

A 10 de dezembro de 1928 lançou, com grande campanha publicitária, um dos

maiores marcos do seu futuro poderio: começava a circular, com tiragem de 50 mil

exemplares, rodada em Buenos Aires, a revista Cruzeiro, depois O Cruzeiro, o que muito

agradou ao futuro ditador Getúlio Vargas, então governador do Rio Grande do Sul.

Assessorado pelo americano Fitz Gibbon, cuja expertise importara do matutino The New

York American, Chateaubriand dele ouviu: a publicação seria o “mais moderno processo

americano de infiltração na consciência dos consumidores” (Morais, 1994, p. 187). Dois

anos depois apoiou à chamada Revolução de 30, que levaria ao poder Getúlio Vargas, a 24

de outubro daquele ano. Sinergizando seus dotes de intelectual orgânico e empresário de

comunicação aos pressupostos da Revolução conseguiu a oportuna conciliação, em seus

artigos, entre o nacionalismo getulista e seu pragmatismo do capitalista emergente: Getúlio

queria “redimir o país da servidão econômica e financeira”. Chatô, prestigiado e próximo

ao presidente, não iria perder a oportunidade. Em artigo onde esquecia que o nacionalismo

não fazia parte do seu corolário de crenças políticas, disse: “Usemos de preferência roupas

de algodão. [...] Eliminemos os ternos brancos de linho. [...] O Brasil produz artigos finos

de algodão. [...] Que todos os brasileiros não mandem fazer mais roupas senão de pano

brasileiro [...] (Morais, 1994, p. 255).

Sob o título “Juízes da Revolução”, artigo publicado dia 4 de novembro daquele

ano permitia a Chatô afirmar sua lealdade ao movimento getulista: “Nada queremos para

nós. Não aceitamos cargos públicos, pela própria índole do mandato que já exercemos, da

opinião. A única posição que nos seduz na República nova é a de juízes desapaixonados

dos atos daqueles que vão dirigi-la” (Chateaubriand, 1998, p. 617). O pronunciamento traz,

junto à denotação político-ideológica, a conotação do jornalismo como missão, o jornalista

como ator desinteressado, apenas registrador objetivo da história. Mais que isso, o

jornalista como presuntivo representante do povo pelo mandato virtual que lhe teria sido

outorgado via opinião pública. Mesmo assumindo que o país se encontrava sob estado de

exceção, exaltava: “O ditador que se controla, que põe pesos ao próprio arbítrio, realiza um

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ato de sabedoria, como de prudência” (Chateaubriand, 1998, p. 656). Afirmava no mesmo

texto que a nação havia sido “brindada” pelo “governo revolucionário” com um “esboço

de Constituição”, para em seguida praticar culto à personalidade: “Com o Sr. Getúlio

Vargas dir-se-ia que é o guarda-noturno do regime. O vigilante noturno é um servidor da

ordem, querido em todo o bairro, porque ele implanta o respeito à lei, afugenta os

malfeitores, espalha a segurança e a paz, sem que ninguém se aperceba da sua autoridade.”

Sem que fosse a intenção, expunha todos os efeitos ideológicos do sistema de poder, uma

vez que é próprio da ideologia ocultar-se como fenômeno imposto em surdina.

No artigo “Um monstro” invertia por completo a acepção do termo ao colocar o

ditador na condição de um ser grandioso. Datado do dia 18 de novembro de 1930, o texto

afirmava que, na companhia do ditador, na “sua intimidade, o que respiramos é um ar azul,

todo feito de amabilidades burguesas, de claridades geométricas, de razão harmoniosa e de

salubridade moral. [...] Maquiavel é pinto para o Sr. Getúlio Vargas” (Chateaubriand,

1998, p. 665). Trinta dias após a vitória do golpe, que vicejara ante a falência das

oligarquias da chamada República Velha, Chateaubriand fora a São Paulo para “ver uma

imponente parada de trabalhadores [...]. [...] as massas obreiras cantavam [...] possuídas de

entusiasmo [...]. Os líderes militares eram objeto de verdadeira ovação das associações

trabalhistas representadas naquele desfile”, segundo registrou no artigo “Uma impressão

de São Paulo” (Chateaubriand, 1998, p. 681). A chamada Revolução assumia assim ares de

benemerência das elites, uma espécie de favor ou caridade histórica ante um povo de

descamisados, agrupamento de incapazes sem luz própria. No mesmo artigo, porém,

admitia que presos políticos, ligado ao velho regime, encontravam-se incomunicáveis sem

que soubessem de que crimes eram acusados. O avanço conservador arrimava-se até na

surrada visão de ser o brasileiro um povo cordial, dado ao descanso, avesso ao trabalho,

justificando-se assim o movimento de 1930, visão que pode ser encontrada no texto

“Providências Necessárias”, onde está dito que o licenciamento e possível demissão de

muitos funcionários da Biblioteca da Câmara dos Deputados representaria justa retribuição

de pecados sociais praticados por funcionários apresentados na condição de “malandros”

(Chateaubriand, 1998, p. 785). Declarações do ditador foram apresentadas na íntegra por

Chateaubriand dia 17 de dezembro:

– Certo, o regime de economias a que estamos submetendo os orçamentos e na

maior parte sem prejudicar a eficiência administrativa, choca o sentimentalismo

brasileiro. Alegam-se que há famílias ao desamparo porque os seus chefes foram

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dispensados pelo governo. [...] Há muitas probabilidades de trabalhos fora dos

quadros do funcionalismo e, agora mais do que nunca, pois para tutelar a economia

brasileira vamos imprimir um surto considerável à produção nacional, quer no

campo das atividades agrárias, quer no terreno das indústrias economicamente

viáveis do País (Chateaubriand, 1998, p. 767).

Com a assertiva o ditador deixava à mostra visão de ser o brasileiro povo

adocicado, transformando a questão social em caso de folhetim, sugerindo que o Estado

abria perspectivas novas, devendo todos se ajustar aos tempos. Distante, encarcerado na

Itália, temos a visão gramsciana a respeito do golpe de 30: na América do Sul a base

industrial era restrita e inexistiam superestruturas complexas, predominando assim duas

categorias de intelectuais tradicionais: “o clero e uma casta militar”, que haviam apoiado o

movimento de Getúlio (Gramsci, 1999, p. 31). Adiantando-nos no tempo vamos

reencontrar Chatô dia 3 de novembro de 1936, quando, ao analisar a guerra civil

espanhola, elogia o ditador português Oliveira Salazar, favorável à queda do governo legal

da Segunda República Espanhola. Alardeava o “perigo comunista” advertindo que

“Portugal seria cego ou estúpido se olhasse com indiferença a vizinhança de um país

sovietizado” (Chateaubriand, 1999a, p. 847). Seu pensamento reunia estranho

entendimento: no mesmo artigo, a par de apoiar a ditadura no Brasil e o golpe na Espanha,

criticava a resistência espanhola ao golpe: “Se os rebeldes vencessem, o mundo iria assistir

ao espetáculo do extermínio da liberdade.”

A defesa do partido único, a inspiração em Hitler

Sua compreensão da marcha histórica era assim expressa:

Tem o Brasil duas mentalidades opostas. A mentalidade tupi, que é a mentalidade

do ameríndio, e a mentalidade transatlântica, que é a projeção do espírito

debruçado sobre o mundo [...]. O índio, como os tipos inferiores, mostra a

inatividade da faculdade de reflexão. Ele só pensa no presente. Só se ocupa das

coisas e dos pequenos detalhes da hora que passa. [Não tem capacidade de]

decompor fatos gerais complexos, desenvolver ideias abstratas para deles tirar

verdades, explicar causas e consequências. [...] Desgraçadamente, é com o índio,

com um modelo subalterno e degradado de vida social, que se quer padronizar a

civilização brasileira (Chateaubriand, 1999a, pp. 850-851).

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Apesar do racismo manifesto, postou-se contra atitude do Partido Integralista que, a

exemplo do Partido Nazista, desenvolvia aqui ação antissemita. De forma implausível

encontraria na nossa miscigenação as bases para contrariar a pregação integralista, não sem

antes contemporizar, conciliando o nazismo e a grandeza de sua obra, em artigo sob o

título “O Brasil para a humanidade”, dia 26 de abril de 1936:

Não temos porque imitar a Alemanha do Sr. Hitler na guerra contra os judeus, até

porque a Alemanha possui, na sua ciência, na sua história, na sua indústria, na sua

poesia, na sua arte, coisas muito mais belas, muito mais nobres do que esse

grotesco e subalterno aspecto da obra nazista. Fez o nacional-socialismo coisas

prodigiosas pelo ressurgimento da Alemanha; na sua vigorosa pousée para a

renascença imperial, só encontramos essa mácula, esse ponto obscuro, empanando

o brilho do disco solar da ascensão germânica” (Chateaubriand, 1999a, p. 327).

Ao tempo em que na Europa vicejavam os partidos nazista e fascista, o governo de

Getúlio apresentava esgares favoráveis ao partido único no Brasil, àqueles de alguma

forma assemelhado. Chateaubriand saiu em defesa da ideia. Corria o ano de 1937. Getúlio

instalara o Estado Novo a 10 de novembro, a pretexto de impedir suposto levante

comunista. Dia 23, o jornalista diria em seus jornais:

Enunciou hoje o Sr. Agamemnon Magalhães uma verdade que desde vários dias

repito neste pedaço de coluna. No Estado, que o golpe de 10 de novembro

suspendeu, só existe uma ideologia. [...] Tal como Hitler consumou na Alemanha,

Getúlio Vargas, na plenitude do seu poder de comando, golpeou de morte todos os

resíduos autonomistas provincianos [criando um Estado unitário em lugar da

Federação] (Chateaubriand, 1999b, pp. 929-930).

Afirmaria no mesmo texto que a criação do Partido Nacional seria condição basilar

para a efetividade da convivência política. Defenderia, em novembro daquele ano, o

colonialismo na África e o “aproveitamento” daquele continente pelos europeus,

advertindo que o Brasil, como exportador de matéria-prima, teria ali sólido concorrente e

deveria ter pressa (Chateaubriand, 1999b, pp. 933-934). Novamente tocaria na tese do

partido único em novembro, dizendo que “entre a nação e o Estado só deve existir de hoje

por diante o Partido Nacional, depositário exclusivo e impessoal do ideal e da ordem de

Novembro [...] (Chateaubriand, 1999b, p. 946). Voltaria sua inspiração outra vez ao nazi-

fascismo dia 1º de dezembro:

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Na Itália, ao Partido Fascista apenas é quem a lei concede o direito de existência.

Un organo dello Stato, chama-o a lei. [...] Na Alemanha, desde julho de 1934, foi

interdito o funcionamento de outro partido qualquer fora do nacional-socialista. [...]

Em Portugal, a União Nacional é outrossim o partido único [...]” (Chateaubriand,

1999b, p. 951).

Chateaubriand, pela via inversa, defendia a ideia de partido dos comunistas a quem

tanto combatia, criticava o Estado liberal e partia em defesa das elites que elaboravam o

ideário do monismo partidário lembrando que estas seriam “dementes” se admitissem

deixar de pé “partidos obsoletos” (Chateaubriand, 1999b, p. 950). O partido único,

defendia, será assemelhado a um exército, sem que ali houvesse militantes, mas

milicianos. Em elaborado discurso ideológico fazia a inversão do real em função de que as

aparências pareciam confirmar aquilo que era dito. Assim, justificando a implantação do

Estado Novo como ordem favorável ao povo, afirmava que as elites haviam “contrariado

abertamente dezenas de milhares de interesses privados” (Chateaubriand, 1999b, p. 959).

Tanto que, no artigo intitulado “A alegria do dever cumprido”, de 5 de dezembro, elogiava

o Partido Integralista, de essência fascista, que entrava em processo de autodissolução

tática para agregar-se ao getulismo: “A maior força, na política, não consiste em alcançar o

poder, mas sim, resignados, o vermos exercido por quem é capaz de realizar as nossas

mais caras ideias e esperanças [...]” (Chateaubriand, 1999b, p. 964).

Os nórdicos e a miscigenação pura

Chateaubriand continuaria a defender o partido único, de minoria, cujos membros,

selecionados, militantes, funcionaram como seus intelectuais orgânicos. Os grandes

intelectuais formulariam a essência de um Estado plenipotenciário e os demais militantes

se encarregariam de fazer a difusão de tal ideário. Para ele, Vargas e o partido único

tinham um “sentido de missão” “educativo e reeducativo do povo, para fazê-lo aceitar e

identificar-se com as grandes reformas do regime” (Chateaubriand, 1999b, p. 971). A

proposta de ensinar o povo a pensar tinha como paradigmas o Partido Nacional Socialista

alemão, o Partido Fascista italiano e a União Nacional, portuguesa. Dizia que a nenhum

brasileiro assistiria o direito de filiar-se a um partido que não aquele em fase de

preconização. E afirmava: “O Sr. Goebels formulou com uma clarividência solar a tese de

minoria partidária, da minoria militante, dentro do vasto organismo da democracia

autoritária (Chateaubriand, 1999b, p. 973). Coroando seu pronunciamento, ensinava: “[...]

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adianta Hitler: „Todos os alemães ideologicamente precisam receber uma educação

nacional-socialista. E os melhores nacionais-socialistas é que deverão ser os filiados do

partido, como os melhores partidários é que deverão assumir a direção do Estado‟”

(Chateaubriand, 1999b, p. 974). A ação de Assis Chateaubriand, perfilhada ao ditador

Vargas, conseguia criar condições para que levasse adiante seus propósitos pessoais: o de

tornar-se proprietário de uma grande cadeia de comunicação, inscrita num sistema

autoritário. As filigranas desse método as vamos encontrar no fato de que, defendendo o

Estado autoritário, seria possível sim chegar a tais objetivos: ele funcionaria como

intelectual orgânico e teria assim ampla margem de manobra, uma vez que é próprio do

intelectual orgânico a crítica ao sistema ao qual se acha agregado.

Ainda falando sobre o Brasil e a Alemanha nazista faria uma diferenciação:

“Temos aqui, sim, uma democracia autoritária, mas não a ditadura de um homem sobre o

Estado e a Nação [...]” (Chateaubriand, 1999b, p. 967). Utilizando-se de argumentação

sutil, estabelecia e legitimava a ação getulista a partir da seguinte argumentação: na

Alemanha havia o “predomínio da raça nórdica” a dar sustentação ao nazismo que

defendia a “pureza imaculada do arianismo”. Quanto ao autoritarismo brasileiro estaria

embasado exatamente em situação contrária, a de miscigenação, o que, paradoxalmente, os

aproximaria pela dimensão suprema do poder lá e cá. Seria exatamente aí que, no Brasil, o

autoritarismo se fincaria: a defesa dessa compactada e pura miscigenação, sua

continuidade, seria missão do poder instalado: “Aqui, o poder estatal é uma armadura

política que se destina à organização do povo e à sua disciplina” (Chateaubriand, 1999b, p.

966). Assim estaria justificada a presença do ditador e de um pretendido partido único. Na

Alemanha era preciso preservar a pureza de uma suposta raça superior; aqui era necessário

unificar, no amalgamado puro das etnias, toda a sociedade.

[...] O que tínhamos no Brasil era o tipo do Estado neutro. [...] o Brasil deve agora

passar, de um Estado neutro para o totalitário, a fim de se conservar amanhã apenas

autoritário. No instante em que se segue ao golpe de Estado este e a sociedade

deverão se confundir numa só entidade. [...] Mas o objetivo do Estado, em um

futuro imediato, está escrito. Ele restituirá às iniciativas privadas, uma vez

organizadas, a sua iniciativa criadora, de modo que voltem a funcionar livremente

os seus órgãos, dentro dos novos limites que lhes forem traçados. É uma

concentração hoje para uma descentralização amanhã (Chateaubriand, 1999b, p.

983).

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A pregação em torno do “Estado neutro” assegurava a formulação da proposta do

“Estado integral”. Em ambos os casos ficava a sociedade a reboque, justificando-se o

poder das elites que voltariam a ter espaço e participação a tempo devido no Estado

totalitário/autoritário, garantindo-se “a ordem econômica, a ordem moral, a ordem política

e a ordem espiritual da Nação” (Chateaubriand, 1999b, p. 985). Novamente recorrendo ao

ideário de Hitler, lembrava: “O Estado dos nossos dias, afirma o Fuhrer, não existe porque

nós lhe damos leis, senão porque as nossas leis encontram a sua sanção no coração do

povo (Adolf Hitler, citado em Chateaubriand, 1999b, p. 989).

Outros aspectos do seu conservadorismo podemos encontrá-los em artigo do dia

29 de setembro de 1937, intitulado “Atos novos e palavras antigas”, em que defendia a

necessidade de uma hegemonização à base de um Estado policialesco: “No quadro dos

interesses sociais, exclamava o Sr. Getúlio Vargas, o poder de polícia do Estado chega

atingir os interesses privados. E cravando a lança no coração do liberalismo, trucidava-o

com estas palavras: „A velha fórmula política dos direitos do homem parece estar

decadente‟” (Getúlio Vargas, citado em Chateaubriand, 1999b, p. 1028).

Um dia antes do artigo acima, expressara novamente sua gemanofilia ao lembrar

que, ao tomar o poder, Hitler tivera como primeira preocupação implantar uma escola de

formação de quadros com base no “direito natural” de uma suposta elite a isso destinada

(Chateaubriand, 1999b, pp. 1025-1026).

É verdade que Chatô chegara a ser preso algumas vezes em 1932 ao aliar-se ao

movimento que exigia o retorno à democracia (Morais, 1994, p. 287), mas isso não fora

suficiente para que deixasse de apoiar Getúlio em seus jornais, após as prisões. O

desenrolar da Segunda Guerra permitiu-lhe enfatizar suas convicções germanófilas mesmo

admitindo que os Aliados seriam vencedores. O artigo “Velho Canibal”, de 1º de maio de

1941, é típico quando registra o poderio do exército alemão, sua competência tática e sua

virtual invencibilidade. Todo o artigo é desenvolvido ao elencar de tais virtudes bélicas,

para apenas nas últimas linhas admitir que Hitler não tinha uma armada poderosa,

tampouco lograva dominar a aviação. Encerrando o texto, diz: “O oceano é o seu calcanhar

de Aquiles; é aí que o Reich acabará afogando os seus estupendos triunfos em terra. O mar

é um velho canibal telúrico” (Chateaubriand, 1999c, p. 281).

Na sequência de textos relativos ao tema vamos encontrá-lo mais esquivo aos nazis

em 1944, quando, a 21 de março, denunciava plano daqueles para agregar simpatizantes no

Brasil. Chegou a falar na “praga nazista” que intentava se estabelecer aqui (Chateaubriand,

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1999d, p. 272). O ano de 1944 registrava sua refluência elogiosa. Criticava a “Gestapo”,

enaltecia os “direitos do homem” e repudiava a “opressão política” como algo

“monstruoso”, para dizer: “Fascismo e nazismo degeneraram em opressão coletiva como a

humanidade só as conheceu na Idade Média” (Chateaubriand, 1999d, p. 1194).

Em 1945, final da Guerra, os Estados Unidos eram elogiados e tidos como nação

amiga do Brasil (Chateaubriand, 2000, p. 437). Do início, até o final do recorte temporal

escolhido para este artigo, percebemos o articulador obstinado, com telos bastante incisivo:

tornar-se figura influente nas elites nacionais. E afinal, quando da derrocada de Getúlio,

deposto, assim a registrou no artigo “O triste fim de Policarpo Vargas”, datado de 1º de

novembro daquele ano, quando passaria a criticar o ex-ditador:

As circunstâncias que cercam o ocaso do Sr. Getúlio Vargas oferecem a sensação

do fenômeno da decrepitude de um homem, e que é um dos mais curiosos em que

poderíamos meditar. [...] É o Sr. Getúlio Vargas mais um temperamento passivo do

que ativo. Adora trabalhar por omissão (Chateaubriand, 2000, pp. 957-961).

A ordem jurídica institucional é fraudada ao povo pelos chefes totalitários,

justamente para lhe oferecer em troca ordem, tranqüilidade e justiça

(Chateaubriand, 2000, p. 992).

A essa época já estava estabelecido como magnata da comunicação. Dia 20 de

março de 1968, gravemente enfermo, hospitalizado, escreveu pequeno artigo

comemorando que, dali a três meses seria inaugurado em Natal, Rio Grande do Norte, o

Museu Regional de Natal. Após isso, disse: “Não vou escrever nem ditar mais nada.

Acabou” (Morais, 1994, p. 639). Morreria dia 4 de abril daquele ano.

Considerações Finais

Chateaubriand representou a quintessência do pensamento conservador de sua

época. Viu nos regimes autoritários a solução hegemônica para a manutenção e

perpetuação de status quo em que a sociedade teria em elites esclarecidas e autoritárias

taumaturgos a guiar as massas não-pensantes. A aparência dos fenômenos nazista e

fascista parecia confirmar tão concepção. Não seria uma coisa ou outra, mas um liberal

disposto a tirar partido de qualquer situação. Sua figura idiossincrática permitiu a

construção de um império com notável presença na formulação de uma certa consciência

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política e imaginário nacionais, contribuindo para a cristalização das elites econômicas das

quais se tornara membro e porta-voz.

REFERÊNCIAS

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Chateaubriand, A. (1994). (Epígrafe). In MORAIS, F. Chatô – O Rei do Brasil (p. 11). São

Paulo: Companhia das Letras.

______. (1998). O pensamento de Assis Chateaubriand: artigos publicados em 1930

(Vol.7). Brasília: Fundação Assis Chateaubriand.

______. (1999a). O pensamento de Assis Chateaubriand: artigos publicados em 1936

(Vol.13). Brasília: Fundação Assis Chateaubriand.

______. (1999b). O pensamento de Assis Chateaubriand: artigos publicados em 1937

(Vol.14). Brasília: Fundação Assis Chateaubriand.

______. (1999c). O pensamento de Assis Chateaubriand: artigos publicados em 1941

(Vol. 18). Brasília: Fundação Assis Chateaubriand. .

______. (1999d). O pensamento de Assis Chateaubriand: artigos publicados em 1944

(Vol. 21). Brasília: Fundação Assis Chateaubriand. .

______. (2000). O pensamento de Assis Chateaubriand: artigos publicados em 1945 (Vol.

22). Brasília: Fundação Assis Chateaubriand. .

FORTES, J. (2009). História dos Diários Associados. Recuperado em 21 dez, 2011, de

http://www.meionorte.com/josefortes/historia-dos-diarios-associados-102463.html.

Gramsci, A. (2001). Cadernos do Cárcere (Vol. 2, 2a ed.). Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 2001.

Morais, F. (1994). Chatô – O Rei do Brasil (p. 11). São Paulo: Companhia das Letras.