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O projeto Revistas de Ideias e Cultura Modernista 2022: os periódicos mineiros A Revista e Verde LUCIANA FRANCISCO 1 Data de cerca de uma década a multiplicação dos acervos digitais que reúnem coleções de periódicos que antes permaneciam dispersas em arquivos. Ao disponibilizá-las de forma acessível e facilitada, permitem que estes materiais sejam revisitados e questões sejam recolocadas. Paralelo a isto, a crescente incorporação das humanidades digitais traz novas perspectivas de pesquisa, não só no âmbito metodológico, mas também nas conexões que viabilizam repensar os domínios da história cultural e política. O Portal de Revistas de Ideias e Cultura desenvolvido na Universidade Nova de Lisboa sob coordenação do Professor Luis Manuel Crespo de Andrade tem como objetivo a construção coletiva de um website 2 destinado à divulgação e pesquisa de revistas portuguesas do século XX. O projeto pauta-se em domínios disciplinares que se complementam em seus aspectos metodológicos, são eles: a história das ideias compreendida temática e conceitualmente; os procedimentos de análise e classificação elaborados pelas ciências da informação, sobretudo da biblioteconomia; e por fim, a edição digital que viabiliza novas ferramentas. O site Revistas de Ideias e Cultura (RIC) permanece em constante elaboração e inclusão de novos periódicos selecionados, reunindo o trabalho de diversos pesquisadores. Atualmente, o site tem disponível um conjunto de revistas acerca do movimento da Renascença Portuguesa e outro sobre revistas anarquistas. Em 2019, teve início outra fase do projeto, com o intuito de abrigar algumas das revistas modernistas brasileiras foi aberto um espaço dentro do site RIC, nomeado Portal Revistas de Ideias e Cultura. Revistas Modernistas Brasileiras. A princípio, trata-se de mapear e construir o website com a seleção das revistas canônicas do modernismo brasileiro: Klaxon (SP, 1922- 1923), Estética (Rio de Janeiro, 1924-1925), A Revista (Belo Horizonte, 1925-1926), Terra Roxa e outras terras (São Paulo, 1926), Verde (Cataguases, 1927-1928; 1929) e Revista de Antropofagia (São Paulo, 1928-1929). Motivada pela aproximação do centenário da Semana 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Assis. Bolsista Fapesp processo nº 2018/14554-1. 2 O site tem acesso aberto e possui mais informações sobre o projeto e as revistas disponíveis: http://ric.slhi.pt/ Acesso em: 12 ago. 2020.

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O projeto Revistas de Ideias e Cultura Modernista 2022: os periódicos mineiros A Revista

e Verde

LUCIANA FRANCISCO1

Data de cerca de uma década a multiplicação dos acervos digitais que reúnem coleções

de periódicos que antes permaneciam dispersas em arquivos. Ao disponibilizá-las de forma

acessível e facilitada, permitem que estes materiais sejam revisitados e questões sejam

recolocadas. Paralelo a isto, a crescente incorporação das humanidades digitais traz novas

perspectivas de pesquisa, não só no âmbito metodológico, mas também nas conexões que

viabilizam repensar os domínios da história cultural e política.

O Portal de Revistas de Ideias e Cultura desenvolvido na Universidade Nova de Lisboa

sob coordenação do Professor Luis Manuel Crespo de Andrade tem como objetivo a construção

coletiva de um website2 destinado à divulgação e pesquisa de revistas portuguesas do século

XX. O projeto pauta-se em domínios disciplinares que se complementam em seus aspectos

metodológicos, são eles: a história das ideias compreendida temática e conceitualmente; os

procedimentos de análise e classificação elaborados pelas ciências da informação, sobretudo da

biblioteconomia; e por fim, a edição digital que viabiliza novas ferramentas. O site Revistas de

Ideias e Cultura (RIC) permanece em constante elaboração e inclusão de novos periódicos

selecionados, reunindo o trabalho de diversos pesquisadores. Atualmente, o site tem disponível

um conjunto de revistas acerca do movimento da Renascença Portuguesa e outro sobre revistas

anarquistas.

Em 2019, teve início outra fase do projeto, com o intuito de abrigar algumas das revistas

modernistas brasileiras foi aberto um espaço dentro do site RIC, nomeado Portal Revistas de

Ideias e Cultura. Revistas Modernistas Brasileiras. A princípio, trata-se de mapear e construir

o website com a seleção das revistas canônicas do modernismo brasileiro: Klaxon (SP, 1922-

1923), Estética (Rio de Janeiro, 1924-1925), A Revista (Belo Horizonte, 1925-1926), Terra

Roxa e outras terras (São Paulo, 1926), Verde (Cataguases, 1927-1928; 1929) e Revista de

Antropofagia (São Paulo, 1928-1929). Motivada pela aproximação do centenário da Semana

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de

Assis. Bolsista Fapesp processo nº 2018/14554-1. 2 O site tem acesso aberto e possui mais informações sobre o projeto e as revistas disponíveis: http://ric.slhi.pt/

Acesso em: 12 ago. 2020.

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de Arte Moderna de 1922, o projeto reuniu um grupo de pesquisadores de diferentes instituições

em convênio da Biblioteca Brasiliana Mindlin Guita e José Mindlin (BBM)/ Universidade de

São Paulo (USP), instituição de guarda destes periódicos.3

Do rol de revistas modernistas publicadas no decorrer da primeira década do movimento

no Brasil, o estado de Minas Gerais foi cenário de dois importantes periódicos: A Revista e

Verde que, em conjunto, desenharam as experiências plurais do modernismo e desempenharam

papel chave na trajetória do movimento. Com três números publicados entre julho de 1925 a

janeiro de 1926, A Revista surgiu após o contato do “Grupo do Estrela” durante a visita às

cidades históricas mineiras da “Caravana Paulista” de 1924, encontro que além de uma forte

amizade entre os escritores paulistas e mineiros rendeu bons frutos ao movimento. A conjuntura

de publicação de A Revista deve ser remetida ao momento pós-publicação do “Manifesto da

Poesia Pau-Brasil” de Oswald de Andrade que inseriu o movimento sob a ótica do

conhecimento e valorização da cultura nacional, além de marcar a projeção do modernismo

para além de São Paulo e Rio de Janeiro. Sucedendo as revistas Klaxon e Estética, o periódico

belo-horizontino tratou-se de um novo espaço de integração entre intelectuais locais e os ideais

iniciados pela vanguarda paulista de 1922.

Entre Terra Roxa e outras terras e a Revista de Antropofagia, o periódico dos jovens

verdes atuou como “elo de transição”4 da corrente pau-brasil para a antropofagia. Na pequena

Cataguases surgiu Verde nos anos finais da década de 1920, que trouxe novos ares ao

movimento, agora provenientes do interior mineiro. Dividido em duas fases, a primeira reúne

cinco números entre setembro de 1927 a julho de 1928. Após pausa, a revista retornou em maio

de 1929 para sua nova fase, que teve apenas uma edição especial em homenagem ao colega e

integrante Ascânio Lopes, falecido em janeiro daquele ano.

No campo acadêmico, as primeiras pesquisas que levantaram o papel singular dos

periódicos na consagração dos ideais modernistas foram desenvolvidas no Instituto de Estudos

Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP). O projeto pioneiro de análises de

periódicos literários no Brasil foi idealizado pelo Prof° José Aderaldo Castello quando, em

1950, apontou a necessidade de uma análise detalhada de jornais e revistas para a compreensão

deste período e dos movimentos literários como um todo, enquanto realizava seu doutoramento

3 Na condição de pesquisadora participante do projeto, fui responsável pela indexação das revistas mineiras A

Revista e Verde. 4 Segundo Cecília de Lara: “Após Verde, a Revista de Antropofagia desferirá o último golpe na face passadista da

região centro-sul [...]”. (LARA, 1978).

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a respeito do romantismo brasileiro. Desta ideia, Castello empenhou-se no levantamento de

periódicos literários relevantes desde 1808, com a criação da Imprensa Régia no Brasil. Os

acervos paulistas foram fundamentais para a realização deste amplo projeto, dado o grande

número de revistas e jornais constantes no IEB, sobretudo na Coleção Mário de Andrade, o que

possibilitou o início desta jornada num período anterior às hemerotecas digitais.

Tendo por meta o estudo sistemático de periódicos e grupos representativos de

movimentos literários, o projeto incluía, portanto, as revistas do modernismo brasileiro.

Mobilizada por esta proposta, já na década de 1970, a Professora Cecília de Lara assumiu a

coordenação do grupo de estudos coletivos ligado ao Programa de Pós-Graduação da

Universidade de São Paulo, orientando trabalhos em que cada pesquisador se encarregou do

estudo sistemático de uma única revista, o que assinalava, por sua vez, um dos elos dessa cadeia

de periódicos modernistas. Neste projeto, dentre as revistas literárias da década de 1920

surgidas a partir da Semana de Arte Moderna foram desenvolvidos diversos trabalhos que

permanecem fundamentais àqueles interessados em conhecer o papel destes periódicos.5

O sentido destas pesquisas era iluminar um periódico de cada vez, com o pressuposto

de que, em conjunto, esclareceriam a importância destas revistas como fontes primárias do

movimento modernista no Brasil. Estas dissertações e teses possuem a mesma estrutura, já que

seguiram rigorosamente o roteiro de pesquisa elaborado e estipulado pelo Professor Castello;6

um estudo guiado por orientação esquemática e desenvolvido coletivamente.

O roteiro de pesquisa proposto pelo Prof. Castello traz as marcas de seu tempo. Todavia,

hoje com o auxílio da tecnologia, acesso aos acervos virtuais, bancos de dados ou o

desenvolvimento no campo transdisciplinar das chamadas “humanidades digitais”. Não

somente em questões práticas de pesquisa o projeto do IEB pode ser atualizado, mas toda a

historiografia que as sucedeu possibilitou pensar os estudos de periódicos por novas

perspectivas e metodologias de pesquisa. Contudo, ainda que passível de revisão, são inegáveis

o pioneirismo e a relevância deste projeto para todos os estudos que partem do periodismo na

pesquisa literária realizada no Brasil.

A história literária brasileira conta com consistentes pesquisas a respeito do papel destas

revistas no desenvolvimento do movimento modernista, a começar pelo projeto então citado do

IEB. Ainda assim, a construção do portal RIC permitirá a reprodução integral dos exemplares

5A listagem completa dos trabalhos desenvolvidos no projeto pode ser conferida em: (SILVA, 1979: 117-122). 6 Os roteiros completos podem ser conhecidos em: (CASTELLO, In: NAPOLI, 1970: p. 3-7).

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em alta qualidade, com livre acesso, além da possibilidade de tecer novas conexões a partir de

dados qualitativos e quantitativos produzidos pela indexação, que dá origem a um vocabulário

controlado e gera um banco de dados, capaz de fornecer novas pistas para compreender o papel

destas revistas para a história da cultura e política contemporânea.

O processo de inclusão das revistas mineiras

As revistas modernistas mineiras A Revista e Verde foram as primeiras a serem incluídas

na base de dados RIC, convite que se deu em decorrência da pesquisa de mestrado em

desenvolvimento que tem estes periódicos como suas principais fontes.7 Com a parceria firmada

entre as instituições portuguesas e brasileiras, outros pesquisadores se juntaram ao projeto para

inclusão das publicações selecionadas; estas encontram-se em fase de descrição na plataforma.

O primeiro passo consiste na digitalização, em alta qualidade, da coleção completa que

ficará disponível para consulta pública. Após esta etapa, a experiência no projeto deu-se sob

empenho no lançamento de dados analíticos destinados a alimentar a plataforma e que permite

cruzar informações com outras publicações já presentes no portal. Para tanto, foi realizado um

treinamento com a equipe técnica do projeto para que fosse possível conhecer o funcionamento

da base de dados e as etapas que o pesquisador precisa preencher com as informações das

revistas de forma padronizada, do qual contamos também com um breve manual do utilizador

contendo explicações a respeito da recolha, organização e visualização dos analíticos.

Neste momento, foi iniciado o processo de descrição da publicação, ou seja, a inclusão

dos artigos de forma individual para mapear suas informações cruzando-as com outros dados

já constantes no banco. O conteúdo da revista, independentemente de sua natureza – texto,

produção literária, prosa poética, imagem, nota – é descrito em sua totalidade e denominado

como artigo. Estes podem ser identificáveis geralmente por título, autor, sumário e paginação;

este primeiro passo consiste numa descrição simples para localização do artigo por entrada.

Por sua vez, cada artigo é submetido a uma leitura atenta do pesquisador para identificar

e descrever seu conteúdo interno, mapeando-o pela composição de seus analíticos, que podem

ser de seis tipos classificáveis:

7 Sob o título “Da província a cena nacional: o modernismo mineiro nos periódicos A Revista (Belo Horizonte,

1925-1926) e Verde (Cataguases, 1927-1928;1929), pesquisa orientada pela Profª Drª Tania Regina de Luca.

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Nomes singulares de personalidades citadas que sejam identificáveis ou não, o que

inclui pseudônimos e seus ortônimos;

Nomes coletivos que dizem respeito a grupos, associações ou instituições;

Assuntos que sejam abordados no artigo;

Conceitos que circundem estas temáticas apresentadas;

Geográficos como países, cidades, ruas, praças;

Obras num sentido geral que sejam citadas, como livros, peças, músicas, entre outros.

De natureza cumulativa, todos os dados são armazenados no banco RIC onde podem ser

cruzados com os mais diversos periódicos que tenham uma mesma ocorrência em comum, com

o claro interesse de ampliar o conjunto das entradas de analíticos com novas informações. Por

exemplo, se determinado artigo cita o nome de Mário de Andrade, o pesquisador deve adicioná-

lo no analítico “Nomes singulares”; por se tratar de uma personalidade bastante conhecida no

período, seu nome já consta na base de dados do RIC por citações de outros periódicos. Uma

busca pelo nome de Mário de Andrade na plataforma gera uma lista, englobando todas as

revistas indexadas, com as seguintes informações: os seus pseudônimos utilizados, os artigos

em que ele o é autor, os artigos onde é citado, e as suas obras.

Ainda que o processo de indexação dos dados possa parecer uma mera recolha

quantitativa, é no trabalho de cadastro dos analíticos que se concentra a leitura do pesquisador

sobre o periódico. O objetivo é coletar à exaustão todas as ocorrências, mesmo quando a

referência seja implícita, o que depende de um olhar singular do estudioso para identificá-las.

O ponto mais sensível do trabalho está na definição dos assuntos e conceitos que representem

o que foi abordado no artigo, bem como a diferença entre eles. Os assuntos representam aquilo

que foi tratado de forma mais específica, enquanto o conceito representa o cerne do tema ali

debatido. A título de exemplo, um texto pode discutir sobre a participação de mulheres na

Primeira Guerra Mundial, neste caso, os assuntos a serem incluídos seriam “Primeira Guerra

Mundial” e “Mulher na guerra”, o que corresponderiam aos conceitos “Guerra” e “Mulher”.

Neste sentido, são indexados os analíticos a cada novo artigo, buscando sempre que possível

uma descrição ampla que permita a conexão com outros artigos e periódicos, caso contrário,

uma entrada demasiadamente específica no artigo não traria os mesmos resultados para o

projeto.

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Um dos desafios no cadastro de analíticos está em compreender e identificar os assuntos

e conceitos, sendo uma das etapas mais subjetivas e refinadas do trabalho, o que exige o diálogo

constante do pesquisador com outros participantes do projeto. Não se trata de mapear palavras-

chave, uma vez que estas são híbridas e não permitem pensar o modo como estes grupos se

articulavam e idealizavam seu mundo. Um dos intuitos do projeto é justamente o de trabalhar

com os conceitos e assim refletir sobre certo conjunto de revistas que rondem numa mesma

temática ou movimento em sua linguagem e pensamento próprio, em outras palavras,

estabelecer sua rede conceitual.

Além da rede conceitual que será composta quando o projeto estiver concluído com as

revistas selecionadas já indexadas e disponíveis no site em livre acesso, o trabalho viabiliza,

com esta primeira fase de cadastro dos analíticos concluída, a extração de planilhas com dados

quantitativos que proporcionam traçar considerações e explorar caminhos comparativos entre

as revistas, tal é o caso das publicações mineiras A Revista e Verde.

No cenário de construção plural do movimento com cisões, disputas e aproximações de

grupos, cada revista sustenta um projeto no qual pensa e defende seus caminhos para a condução

do processo de renovação da cultura, literatura e intelectualidade brasileira. Os dados gerados

pela indexação RIC nos ajudam a analisar, de forma individual ou combinada, o referencial

destas revistas, ou seja, a partir das tabelas de analíticos criadas o pesquisador tem disponível

uma série de informações quantitativas sobre ocorrências de locais mais citados, obras mais

debatidas, ou nomes que mais figuram na revista. Há de se colocar que os dados podem seduzir

a uma busca por respostas objetivas que não reflete a realidade das ciências humanas, sobretudo

quando trabalhamos com fontes de textos literários, críticos e intelectuais, em que a

interpretação do pesquisador se sobrepõe a objetividade dos números. Sendo assim, os números

são um excelente atributo para formular novas questões que, sem as ferramentas de bases de

dados digitais, seriam impraticáveis de se afirmar de forma assertiva.

A Revista e Verde: um olhar a partir dos dados

Ao analisar as revistas modernistas em sincronia e diacronia, o posicionamento delas

frente às questões de seu tempo em relação ao caminho a ser percorrido pelo modernismo é um

ponto de investigação. Paralelo à leitura das fontes, cartas trocadas entre personalidades

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envolvidas e livros publicados no período, os dados gerados pela coleta dos analíticos fornecem

novas perspectivas para se pensar o arcabouço referencial do qual os grupos envolvidos no

projeto destas revistas se pautam. A partir da recorrência8 de nomes, obras e geográficos, o

quantitativo pode guiar uma leitura por entre os textos e revelar, pelo aparecimento significativo

de menções como uma orientação do teor geral, novas posições destas publicações a depender

do interesse de cada pesquisador e as perguntas das quais dirigir a estes números.

Uma vez feita toda indexação, um dos dados gerados diz respeito aos nomes singulares

citados nas revistas. Esse dado, aparentemente simples, permite montar tabelas variadas e novas

questões podem ser colocadas à estas revistas. Ter acesso a estes resultados é uma das

oportunidades viáveis pelo banco de dados, que podem ser facilmente extraídas quando

finalizado todo trabalho de descrição na plataforma. Noutro contexto, uma indexação manual,

por mais atenta que fosse, não chegaria a dar um resultado significativo, apenas poderia se

especular sobre a presença de um determinado autor entre os textos e sua influência na revista.

No caso do RIC, se recorrermos aos nomes mais citados das publicações mineiras em

comparação podemos reconhecer certas aproximações, assim como tendências que as colocam

em diferentes direções.

Mesmo num breve olhar é possível perceber que boa parte dos nomes mais citados em

A Revista são ocupados por aqueles de origem europeia, sobretudo francesa. Alguns destes

estão ligados à vanguarda francesa como Max Jacob, Jean Cocteau e Jean Giraudoux, já outros

são representantes dos movimentos literários do século XIX como Anatole France, Remy de

Gourmont, Paul Verlaine e Arthur Rimbaud. Ainda que sob críticas a esta influência estrangeira

ou para reforçar o quanto o simbolismo e decadentismo estão superados enquanto tendências

literárias, o tema da literatura francesa acabou permeando grande parte das discussões da

revista. Levando em conta os autores brasileiros ligados à tradição, como Olavo Bilac, Euclides

da Cunha e Gonçalves Dias, são poucos os nomes que se destacam como modernistas entre os

que figuraram na revista.

Tabela 1. Nomes Singulares com maior ocorrência em A Revista

8 Vale lembrar que a contabilização destes analíticos é feita a partir da sua ocorrência por artigo, por exemplo, uma

crítica que fale sobre a visão de São Paulo em Pauliceia Desvairada de Mário de Andrade seriam adicionados os

analíticos: São Paulo em Geográficos, Pauliceia Desvairada em Obras, e Mário de Andrade em Nomes singulares;

ou seja, uma ocorrência em cada analítico por artigo, ainda que sejam citados mais de uma vez ao longo do mesmo

texto.

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Nomes mais citados Ocorrências

por nome

Mário de Andrade 10

Ronald de Carvalho 8

Guilherme de Almeida 7

Anatole France; Graça Aranha; Manuel Bandeira 5

Remy de Gourmont; Oswald de Andrade 4

Oscar Wilde; Arthur Rimbaud; Afonso Arinos;

Jean Giraudoux; Max Jacob; António Gonçalves

Dias; Jean Cocteau; Euclides da Cunha; Olavo

Bilac; Jules Romains; Tarsila do Amaral; Paul

Verlaine

3

Fonte: A Revista, Belo Horizonte, 1925-1926. Dados gerados pela plataforma RIC. Elaboração da

autora.

A formação literária do grupo do Estrela muito deveu-se aos clássicos franceses, como

demonstram os próprios dados e com frequência apareciam nas memórias de seus integrantes,

deste modo, muitas de suas referências de estilo e escrita se valiam desta literatura francesa.

Sua adesão ao modernismo, no entanto, exigia que estas referências estrangeiras fossem

repensadas, uma vez que, nesta altura, o movimento caminhava em direção a uma literatura

nacional nos pressupostos da poesia pau-brasil. Neste sentido, a França é o país referência da

tradição literária para o grupo, sendo a ela dedicada uma parte especial na seção “Os livros e as

ideias”, ainda que nestas críticas procurassem romper com esta influência presente. A exemplo,

a crítica de Drummond do livro de entrevistas Une heure avec... de Frédéric Lefèvre demonstra

sua visão de desgaste da literatura francesa:

Mais uma vez, a literatura francesa nos dá uma fascinante impressão de

movimento, espantando o brasileiro incauto, que confunde movimento com

vitalidade. É fato que, em França, um homem de letras representa pelo menos

uma ideia, e que o choque de princípios e postulados tem aí um alcance

incalculável. Porém não é menos certo que o espírito francês esgotou as suas

reservas, e agora está batendo a portas estrangeiras, a busca de material para

a sua produção. Prova: o exotismo, ou melhor, o cosmopolitismo, tão do gosto

de Labard, Marc Orlan, Giraudoux, etc. Nada de menos compatível com as

tradições do chamado gênio francês. Aliás, este gênio de há muito é coisa

morta: um dos seus últimos representantes, Anatole France, viu sua obra

morrer antes de si mesmo. (C, 1925: 55-56).

Acolhem com bons olhos a vanguarda francesa, sobretudo o nome de Blaise Cendrars

devido à relação próxima mantida com o grupo após o encontro durante a visita da caravana

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paulista em 1924. Mas não compreendem, num primeiro momento, obras modernas produzidas

na França, como o comentário crítico de Drummond ao segundo livro de Em busca do tempo

perdido:9

Eu também tenho uma opinião sobre Proust. Dois pontos: é o autor mais difícil

do século 20. Não que ele seja obscuro, malarmêsco, isso não. Mas escreve

mal. Os períodos não acabam nunca; arrastam-se por entre um cipoal de

conjunções preposições pronomes pessoais o diabo. Vocês já leram “À

l’ombre des jeunes filles en fleurs”? Um sacrifício. O resultado paga o

sacrifício. Mas este em si é duro demais [...] (C, 1925: 52-53).

Os livros franceses comentados na seção “O livro e as ideias” reduziram-se ao longo

dos números, de três no nº1 a apenas um no último número publicado, justamente este no qual

figura a crítica de dois livros do uruguaio Ildefonso Pereda Valdés em que Emílio Moura

questiona um certo desconhecimento de outras literaturas que não às de tradição europeia.

Ainda que coloquem esta questão, os livros do uruguaio são a exceção, mantendo a referência

europeia com predomínio na revista.

É com Verde que estas referências literárias foram alternadas e apresentam uma maior

variedade de nomes ligados a diversos grupos modernistas do país e uma maior interação com

a vanguarda latino-americana. Em Verde, nomes ligados ao “passadismo” já não ocupam o

mesmo lugar daqueles citados em A Revista, sendo majoritariamente ocupados por nomes de

escritores envolvidos com o modernismo, apresentando obras e revistas que surgiam no

movimento em perspectiva nacional e, ainda, numa articulação internacional.

Tabela 2. Nomes Singulares com maior ocorrência em Verde

Nomes mais citados Ocorrências

por nome

Mário de Andrade 29

Rosário Fusco 21

Ascânio Lopes Quatorzevoltas 20

Antônio de Alcântara Machado 19

Tristão de Ataíde; Henrique de Resende 13

Carlos Drummond de Andrade 12

Oswald de Andrade 11

9 Anos depois, em 1956 é publicada a tradução do penúltimo livro da coleção Em busca do tempo perdido na

tradução de Carlos Drummond de Andrade com o título de A Fugitiva. Tal fato contrapõe-se a esta crítica negativa

escrita pelo poeta em sua juventude.

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Rui Ribeiro Couto; Francisco Inácio

Peixoto 10

Tasso da Silveira; Cândido Martins de

Oliveira Júnior 9

Guilhermino César da Silva; Ascenso

Ferreira; Ildefonso Pereda Valdés; Graça

Aranha; Sérgio Milliet; Roberto Theodoro

8

Fonte: Verde, Cataguases, 1927-1928; 1929. Dados gerados pela plataforma RIC. Elaboração da

autora.

Uma questão curiosa é perceber como os nomes dos próprios integrantes do grupo verde

foram bastante citados ao longo da publicação, algo que não ocorreu com a publicação belo-

horizontina, o que aponta para uma auto referenciação na revista. O nome de Ascânio Lopes

em destaque se explica, em parte, pelo número publicado em sua homenagem, na qual seu nome

é retomado em muitas memórias dos integrantes e outros colaboradores da revista. Ainda assim,

a recorrência de nomes dos membros do grupo verde demonstra o quanto estão inseridos nas

discussões da própria revista, se colocando também em evidência, seja na citação de suas

produções em livros, comentários sobre suas participações no movimento ou com dedicatórias

de poemas.

É marcante a presença de representantes da vanguarda paulista responsável pela semana

de 1922 em ambas as revistas mineiras, sobretudo o nome de Mário de Andrade, que aparece

como o mais citado em A Revista e Verde. Entre os dois grupos, Mário de Andrade atuou como

uma espécie de mentor, dando orientações intelectuais, lendo suas produções literárias,

conquistando colaboradores e incentivando a continuidade dos projetos até mesmo

financeiramente. Tanto com o grupo do Estrela quanto com os verdes, Mário desenvolveu uma

amizade que perdurou nos anos seguintes e pode ser acompanhada nas trocas de cartas,10

sempre com tom afetivo e presente. Também Alcântara Machado foi grande encorajador da

publicação de Verde, apoiando, aconselhando e enviando contribuições literárias para

publicação. Assim, estes intelectuais ocupam boa parte das discussões, a quem também são

dedicadas algumas das produções em prosa ou poesia como demonstração de agradecimento.

Em Verde é ampliada a rede de referências sobre o modernismo em âmbito nacional

quando apresentam e debatem outros projetos e produções vanguardistas. A proximidade com

os intelectuais do Estrela é mantida com apoio mútuo na representação do modernismo mineiro.

10 A correspondência completa entre os rapazes de Verde e Mário de Andrade foi reunida em: (MENEZES, 2013)

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Para além da repercussão local, havia a presença do modernismo nordestino tanto entre os

colaboradores, como também em críticas e comentários receptivos sobre as produções de

autores como Carlos Chiacchio, Ascenso Ferreira e Willy Levin. O contato com o poeta

pernambucano veio por meio de recomendação de Mário de Andrade em carta: “Mando aqui

um poema de Ascenso Ferreira, um baita dum poeta do Recife que está publica não publica um

livro chamado Catimbó.” (Mário de Andrade a Rosário Fusco, 11/1927 Apud MENEZES, 2013:

65). O livro citado recebeu comentários críticos de Rosário Fusco e Francisco Inácio Peixoto

na seção “Notícias sobre livros e outras notícias” em Verde nº 4.

Ainda que recorrente, as menções a Tasso da Silveira e os comentários sobre a revista

Festa e seu grupo apresentam um outro teor. Contemporânea de Verde, a publicação carioca

divulgava um posicionamento distinto sobre o desenvolvimento do movimento modernista. A

polêmica de Festa consiste na reivindicação de uma nova genealogia para o modernismo

brasileiro em que o grupo de Tasso e Murici, envolvidos desde 1919 com a publicação de

América Latina (Rio de Janeiro, 1919-1920), figurasse um novo tempo modernista,

questionando, portanto o papel fundador da vanguarda paulista, de suas realizações e dos

demais grupos ligados a ela (LUCA, 2011: 79-86), o que atinge o projeto de Verde e seus

responsáveis.

As provocações foram trocadas em ambas as revistas. Em “A Enxurrada”, artigo

publicado em Festa, Tasso desqualifica as “bestices” produzidas no momento literário numa

afronta indireta aos jovens verdes. A resposta, direta e provocativa, saiu no quinto número de

Verde, com o artigo “Mestre Tasso, otimista impenitente” assinado por Francisco Inácio

Peixoto. Inicia o texto expondo a polêmica dos grupos: “Não se pode negar que, si você

escreveu esse artigo foi para colocar em evidência, chamando sobre si a atenção dos outros, e

para passar também um baratíssimo elogio na gente e na sua turma, na sua panelinha literária”.

O artigo é encerrado em tom bastante afrontoso:

Terminarei agora, meu insigne critico jovem. De você nada mais direi. Basta

que eu fale somente isto: você é o T da FESTA. Procure no dicionário e veja

quantas palavras bonitinhas começam por essa letra. Por exemplo: tolo,

trouxe, tabaréu, e etecetera. (SILVEIRA, 1928: 4-6)

Se em A Revista o referencial internacional é visualizado nas ocorrências de autores

europeus, em Verde a relação de proximidade é estabelecida com a vanguarda latino-americana.

Na revista há contribuições do argentino Marcos Fingerit e dos uruguaios Nicolás Fusco

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Sansone e Ildefonso Pereda Valdés, além de desenhos e ilustrações das artistas argentinas Maria

Clemencia e Norah Borges. A aproximação com as vanguardas manifestadas nos países

vizinhos era acompanhada e admirada nas páginas de Verde, que sempre trazia notícias de

exposições, publicações em livros e revistas. Da mesma forma, uma notícia publicada em Verde

demonstra a acolhida do modernismo brasileiro pelo colega uruguaio que comenta a publicação

do livro dos jovens de Cataguases em conferências realizadas em Montevideo: “Estudando os

nossos poetas, desde o Brasil colônia até agora, Ildefonso incluiu entre eles o nome dos rapazes

que fizeram Poemas cronológicos.” (MOVIMENTO, 1928: 5). Assim, Verde construiu, ao

longo de seus números, uma ampla rede de intercâmbio cultural e social em âmbito nacional e

internacional.

Das reflexões tomadas a partir dos dados de nomes singulares mais citados entre as

revistas modernistas mineiras, podemos entendê-los enquanto o tom geral das publicações, ou

seja, o referencial que dá corpo à estas publicações. Como ponto comum, as revistas mineiras

demonstram uma presença marcante da vanguarda paulista responsável por Klaxon, sobretudo

pelo nome de Mário de Andrade que figura em ambas como referência em se tratando de

questões próprias do movimento, assim como seus livros são frequentemente citados e

elogiados nos comentários críticos assinados pelo grupo.

Esta aproximação com a vanguarda paulista acompanha outras questões dentro da

participação mineira no movimento modernista. Dentro do contexto de construção coletiva do

modernismo brasileiro cada nova publicação respondia a questões próprias de seu tempo. A

Revista dialogava com a nova postura do movimento de refletir sobre as questões culturais

propriamente nacionais com as ideias defendidas pelo manifesto pau-brasil após a viagem de

1924. Contudo, mesmo que se dispusessem a pensar o nacional, ainda dedicam grande parte

das discussões para comentar obras e autores estrangeiros ou aqueles ditos “passadistas” da

literatura brasileira. Em Verde foi apresentada uma articulação maior com outras vertentes do

movimento modernista, como a vanguarda latino-americana e o modernismo nordestino.

Paralelo a isto, o grupo desenvolveu a defesa do seu lugar no movimento, visto a polêmica com

Tasso da Silveira em Festa ao questionar o modernismo paulista e os grupos a eles ligados.

Considerações finais

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As reflexões traçadas a partir dos dados de nomes mais citados apontam para relevância

do projeto de submeter as revistas modernistas à base de dados RIC; além da disponibilização

das coleções completas para consulta pública, a plataforma viabiliza extrair uma série de dados

e informações conectadas que seriam impraticáveis de alcançar pela leitura dos periódicos de

forma individual. O trabalho minucioso de indexar as revistas mineiras na plataforma permitiu

entender questões a respeito das referências presentes em cada revista, assim como levantou

outras informações que poderão ser analisadas a partir das obras mais citadas, assuntos e

conceitos. Quando todo o trabalho do projeto estiver completo e disponível no site, outras

questões poderão ser colocadas, a exemplo da rede conceitual que constitui as revistas

modernistas brasileiras, como também permitirá conexões com revistas internacionais. São

inúmeras as questões instigadas pelo projeto RIC, a depender do olhar e interesse dos

pesquisadores que buscarem as revistas modernistas no portal.

Inovador no âmbito internacional das humanidades digitais, o projeto Portal Revistas

de Ideias e Cultura. Revistas Modernistas Brasileiras segue em bom curso na parceria de

instituições brasileiras e portuguesas e suas expectativas são asseguradas por resultados já

atingidos com as revistas portuguesas, que podem ser consultadas no portal em acesso aberto.

Com a previsão de que o website esteja disponível com as revistas brasileiras em 2022, a equipe

de pesquisadores e técnicos trabalha na perspectiva de celebrar o centenário da Semana de Arte

Moderna assim como movimentar novas leituras e pesquisas a respeito do papel das revistas na

construção do movimento modernista brasileiro.

Referências bibliográficas:

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1, ago./1925, p. 52-53.

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Roselis Oliveira de. Lanterna Verde e o Modernismo. São Paulo: IEB, 1970. p. 3-7.

LARA, Cecília de. A “alegre e paradoxal” revista Verde de Cataguases, prefácio à edição fac-

símile. In: Verde. São Paulo: Metal Leve S/A, 1978, s/p.

LUCA, Tania Regina de. Leituras, projetos e (Re)vista(s) do Brasil (1926-1944). São Paulo:

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MENEZES, A. L. G. R. L. Amizade “carteadeira”: o diálogo epistolar de Mário de Andrade

com o Grupo Verde de Cataguases. 2013. 433 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia,

Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013.

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SILVEIRA, Tasso da. A Enxurrada. Festa, nº4, ano 1, jan. 1928, p. 4-6.