o processo de urbanizaÇÃo do municÍpio de...

70
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA POLO ITAPETININGA – SP O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPEVA - SP GISLAINE SILVA VEIGA ORIENTADOR: PROFº. Me. FABRÍCIO SILVA RIBEIRO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA ITAPETININGA/SP NOVEMBRO/2014

Upload: lekiet

Post on 27-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA POLO ITAPETININGA – SP

O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE

ITAPEVA - SP

GISLAINE SILVA VEIGA

ORIENTADOR: PROFº. Me. FABRÍCIO SILVA RIBEIRO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA

ITAPETININGA/SP NOVEMBRO/2014

Page 2: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

2

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA POLO ITAPETININGA – SP

O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE

ITAPEVA - SP

GISLAINE SILVA VEIGA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA.

APROVADO POR:

_________________________________________________ Profº. Me. Fabrício Silva Ribeiro (Orientador)

_________________________________________________ Profª. Me. Aracelly dos Santos Castro (Examinador)

_________________________________________________ Profª. (Examinador)

ITAPETININGA/SP, 29 DE NOVEMBRO DE 2014

Page 3: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

3

FICHA CATALOGRÁFICA

VEIGA, GISLAINE SILVA. O processo de urbanização do município de Itapeva – SP. Itapetininga, 2014. 70 p., 210 x 297 mm (IH - GEA, TCC, Geografia, 2014). Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade de Brasília. Departamento de Geografia 1. Itapeva – SP 2. Hierarquia 3. Urbanização 4. Rede Urbana I. UAB/UnB II. Título (série)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

VEIGA, G. S. (2014). O processo de urbanização do município de Itapeva – SP. Trabalho de

Conclusão de Curso em Geografia, Departamento de Geografia, Universidade de Brasília,

Brasília, DF, 70 p.

CESSÃO DE DIREITOS

AUTOR: Gislaine Silva Veiga.

TÍTULO: O processo de urbanização do município de Itapeva – SP

GRAU: Licenciatura Plena em Geografia ANO: 2014

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação de

mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e

científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte dessa dissertação de

mestrado pode ser reproduzida sem autorização por escrito do autor.

____________________________ Gislaine Silva Veiga Rua Maria da Glória Silva, s/n, Caputera. CEP: 18400-970 Itapeva – São Paulo

Page 4: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

4

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha família e meus amigos, que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e me incentivando em meus estudos.

Page 5: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

5

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pela força que tem me concedido até o presente momento e

por ter me abençoado em todas as etapas do curso de licenciatura em Geografia. Agradeço

também a todos que contribuíram no decorrer desta jornada, no desenvolvimento deste

trabalho e durante todo o processo letivo, como o Professor Orientador Me. Fabrício Silva

Ribeiro, meus avós Enilda Valéria e Alceu Lopes, minha mãe Edilene Lopes, meu irmão

Vitor Fernando, minha prima Juliane Santos, meus tios Neusilene Lopes e Wilson Lopes e

minha amiga Camila Camargo. A todos vocês, meus sinceros agradecimentos, pois me

ajudaram nos momentos em que mais precisei.

Page 6: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

6

“A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto”. Eclesiastes, cap. 8, v.1.

Page 7: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

7

RESUMO

O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE ITAPEVA – SP Para que a cidade enquanto forma possa ser compreendida, é necessário recorrer ao processo histórico, aos fatores econômicos, sociais, políticos e culturais que no decorrer do tempo, constroem, transformam e reconstroem a cidade. Itapeva surgiu no início do século XVIII como um bairro rural, sob influência direta do Tropeirismo. Nos primórdios, a economia era baseada na agricultura de subsistência e aos poucos novas atividades surgiram e destacaram-se, como a criação de porcos, cultivo de algodão e exploração mineral. O desenvolvimento dos meios de transporte possibilitou que o território ganhasse nova configuração. A chegada da estrada férrea, em 1909, foi um “divisor de eras”, porque até então toda a produção cultivada na zona rural era transportada até a zona urbana no lombo de burros. Assim, o avanço técnico possibilitou que a cidade progredisse rapidamente, não sendo mais um núcleo urbano isolado dos demais. Diante tais questões, este trabalho tem como objetivo entender o processo de urbanização do município de Itapeva – SP. No seu desenvolvimento, utilizaram-se como instrumentos metodológicos pesquisas bibliográficas e leituras; levantamento, sistematização e análise de dados, além de observação com roteiros pré-estabelecidos e entrevistas semi-estruturadas. A compilação dos dados culminou com a elaboração de tabelas e quadros, os quais mostram as principais relações que se estabelecem entre a cidade e a Microrregião. Considera-se, entre outros aspectos, que a cidade de Itapeva – SP pertence à Mesorregião de Itapetininga e lidera a Microrregião de seu próprio nome. Atualmente, a economia do município de Itapeva – SP é baseada na prestação de serviços, indústria, agricultura e comércio, fatores que permitem conferir-lhe a polarização microrregional, além de outros. PALAVRAS-CHAVE: Itapeva – SP, urbanização, hierarquia, rede urbana.

Page 8: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

8

ABSTRACT

THE PROCESS OF DEVELOPMENT IN ITAPEVA COUNTY – SP

For the city as a form can be understood, it is necessary to resort to the historical process, to economic, social, political and cultural factors that over time, build, transform and rebuild the city. Itapeva emerged in the early eighteenth century as a rural district, under the direct influence of Tropeirismo. In the early days, the economy was based on subsistence agriculture and few new activities emerged and stood out as the creation of pigs, cotton farming and mining. The development of transport enabled the territory gained new configuration. The arrival of the railway road in 1909, was a "ages divider", because by then all production cultivated in the countryside was transported to the urban area on donkeys. Thus, the technical advance has enabled the city to progress quickly, no longer an urban core isolated from the others. Given these issues, this study aims to understand the process of urbanization of the city of Itapeva - SP. In its development, were used as methodological tools literature searches and readings; research, systematization and data analysis, and observation with pre-established routes and semi-structured interviews. Data compilation culminated in the drafting of tables and charts, which show the main relationships established between the city and the micro-region. It is, among other things, that the city of Itapeva - SP belongs to mesoregion of Itapetininga and leads the micro-region of his own name. Currently, the economy of the municipality of Itapeva - SP is based on the provision of services, industry, agriculture and trade, factors that allow provide him with the micro-regional polarization, and others.

KEYWORDS: Itapeva - SP, urbanization, hierarchy, urban network.

Page 9: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

9

LISTA DE FIGURAS

PÁGINA FIGURA 1: IMAGENS AÉREAS DE ITAPEVA...................................................................24

FIGURA 2: IMAGENS AÉREAS DE ITAPEVA.............................................................24 FIGURA 3: PRIMEIROS REGISTROS DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA, DE DEBRET................................................................................................................................26 FIGURA 4: PRIMEIROS REGISTROS DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA, DE DEBRET...................................................................................................................................26 FIGURA 5: CASARÃO NA FAZENDA PILÃO D’ÁGUA....................................................27 FIGURA 6: MURO DE PEDRAS E A ANTIGA SENZALA.................................................27 FIGURA 7: CAPELA NOSSA SENHORA DO CARMO EM 1927.......................................28 FIGURA 8: CAPELA NOSSA SENHORA DO CARMO EM 2014.......................................28 FIGURA 9: CASA DA CULTURA CÍCERO MARQUES.....................................................29 FIGURA 10: CATEDRAL SANT’ANA E PRAÇA ANCHIETA EM 1927...........................................................................................................................................31 FIGURA 11: CATEDRAL SANT’ANA E PRAÇA ANCHIETA EM 2014...........................................................................................................................................31 FIGURA 12: E.M.CEL ACÁCIO PIEDADE NOS ANOS 1900...........................................................................................................................................31 FIGURA 13: E.M.CEL ACÁCIO PIEDADE EM 2014...........................................................31 FIGURA 14: ESTAÇÃO NA VILA ISABEL..........................................................................35 FIGURA 15: ESTAÇÃO NA VILA ISABEL..........................................................................35 FIGURA 16: ESTAÇÃO NA AVENIDA MÁRIO COVAS...................................................35 FIGURA 17: BRASÃO DE ARMAS MUNICIPAL................................................................36 FIGURA 18: MAPA DA LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPEVA..................................................................................................................................38 FIGURA 19: ESCARPAMENTO ESTRUTURAL DE FURNAS..........................................40 FIGURA 20: CACHOEIRA E CÂNION PIRITUBA..............................................................40 FIGURA 21: LIXÃO A CÉU ABERTO, VILA SANTA MARIA..........................................41 FIGURA 22: MAPA DA MICRORREGIÃO DE ITAPEVA..................................................43 FIGURA 23: RODOVIAS........................................................................................................57 FIGURA 24: RODOVIAS........................................................................................................57

Page 10: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

10

LISTA DE QUADROS

PÁGINA QUADRO 1: DADOS GERAIS ..............................................................................................44 QUADRO 2: ATIVIDADES RENTÁVEIS ............................................................................45 QUADRO 3: COMÉRCIO.......................................................................................................47 QUADRO 4: SERVIÇOS BÁSICOS.......................................................................................48 QUADRO 5: EDUCAÇÃO......................................................................................................49 QUADRO 6: SERVIÇOS.........................................................................................................51 QUADRO 7: SAÚDE...............................................................................................................58 QUADRO 8: RELAÇÕES DOS MUNICÍPIOS COM ITAPEVA..........................................59 QUADRO 9: ATRAÇÕES.......................................................................................................59

Page 11: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

11

LISTA DE TABELAS

PÁGINA TABELA 1: EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA.........................................................................44 TABELA 2: IDH DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE ITAPEVA......................52 TABELA 3: GRAU DE URBANIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE ITAPEVA..................................................................................................................................53 TABELA 4: ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER..............................................................53 TABELA 5: PIB PER CAPITA................................................................................................54 TABELA 6: PIB........................................................................................................................54 TABELA 7: PRODUTO INTERNO BRUTO: VALOR ADICIONADO (CENSO 2010)......55 TABELA 8: INTENSIDADE DE POBREZA..........................................................................55 TABELA 9: DISTÂNCIA ENTRE ITAPEVA E OS DEMAIS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO....................................................................................................................56

Page 12: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

12

SUMÁRIO PÁGINA INTRODUÇÃO .......................................................................................................................14 CAPÍTULO 01 – ABORDAGENS TÉORICAS SOBRE O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO: BREVES CONSIDERAÇÕES...........................................................................................................17 1.1. A QUESTÃO DO LUGAR...................................................................................17 1.2. A QUESTÃO DA CIDADE ...................................................................................17 1.3. A QUESTÃO DA REDE URBANA.......................................................................19 1.4. URBANIZAÇÃO....................................................................................................21 CAPÍTULO 02 – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPEVA – SP.....................................................................................................................................23 2.1. CONTEXTUALIZANDO A CIDADE DE ITAPEVA – SP.........................................23 2.2. HISTÓRIA.................................................................................................................24 2.2.1. OS PRIMEIROS INDÍCIOS DE COLONIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE ITAPEVA...........................................................................................................................24 2.2.2. PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS QUE MARCARAM O DESENVOLVIMENTO DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA...........................................................................25 2.2.3. SÉCULO XVIII (ANO 1701 A 1800).....................................................................25 2.2.4. DE 1801 A 1850......................................................................................................26 2.2.5. De 1851 a 1900.....................................................................................................28 2.2.6. DE 1901 A 1950......................................................................................................30 2.2.7. DE 1951 A 2000......................................................................................................36 2.3. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE ITAPEVA.........................................................37 2.3.1. LOCALIZAÇÃO.....................................................................................................37 2.3.2. CLIMA.....................................................................................................................38 2.3.3. FAUNA E FLORA..................................................................................................38 2.3.4. GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS................................................................39 2.3.5. GEOMORFOLOGIA...............................................................................................40 2.3.6. HIDROGRAFIA.....................................................................................................40 2.3.7. A QUESTÃO AMBIENTAL.................................................................................41 CAPÍTULO 03 – AS CIDADES DA MICRORREGIÃO DE ITAPEVA – SP E ANÁLISE DOS FLUXOS..................................................................................................................43 3.1. DIMENSÃO DEMOGRÁFICA DAS CIDADES DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP.................................................................................43 3.2. CIDADES DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP: UMA LEITURA A PARTIR DE INDICADORES SOCIAIS E ECONÔMICOS.........................45 3.3. CIDADES DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP: PARTICULARIDADES ECONÔMICOESPACIAIS........................................................52

Page 13: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

13

3.4. MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP: UMA ANÁLISE DOS FLUXOS..............................................................................................................................56 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................63 APÊNDICE – ROTEIRO DE ENTREVISTAS...............................................................69

Page 14: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

14

INTRODUÇÃO

Recuperar a história é necessário para a reflexão sobre o urbano e para fazer uma Geografia

além da paisagem, para além do que os sentidos podem perceber. O corte no tempo, sem a

recuperação histórica, conduz ao estudo de um fenômeno estático. Os fatores econômicos,

sociais, políticos e culturais devem ser considerados, que no decorrer do tempo, constroem,

transformam e reconstroem a cidade, para entendê-la na dinâmica de um espaço que está em

constante estruturação.

Como diz Milton Santos (1994), o espaço é o “acúmulo de tempos” onde o território é o

espaço apropriado e transformado, nos diversos tempos pela sociedade; ou seja, apropriar-se

do espaço, é considerar o processo histórico, econômico e cultural de períodos anteriores;

assim nada se cria ao acaso, o espaço é um entrelaçar de tempos, que se misturam e se

completam a todo instante, para contemplar as novas necessidades sociais, de acordo com as

técnicas disponíveis a cada tempo.

O município de Itapeva – SP surgiu com o nome de Vila de Itapeva da Faxina, no início do

século XVIII, como um bairro rural pertencente ao município de Sorocaba e sua fundação

oficial se deu em 1769. O povoado teve inicio com a instalação dos pousos dos tropeiros,

quais contribuíram na formação e desenvolvimento da Mesorregião de Itapetininga.

Voltar-se ao passado significa buscar um novo olhar que produza respostas aos problemas de

hoje, com o resgate da relação entre o humano e a natureza. Partindo deste pressuposto, o

presente trabalho investiga-se a compreender sobre o processo de urbanização do município

de Itapeva – SP, na Mesorregião de Itapetininga no estado de São Paulo. Tal pesquisa

buscou-se encontrar respostas para o seguinte questionamento: Quais são os aspectos sociais,

econômicos e políticos que tornam Itapeva – SP, cidade polo microrregional?

A hipótese deste trabalho pode considerar que o processo de urbanização que alavancou o

crescimento de Itapeva – SP partiu do desenvolvimento de um projeto de infraestrutura de

transportes que decorre da compreensão de que as relações na dimensão espacial de

complexos produtivos exercem efeitos determinantes sobre a organização do território.

Page 15: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

15

De tal forma, nesta pesquisa buscamos investigar a história de Itapeva – SP, desde o

surgimento dos primeiros núcleos de ocupação; analisar a partir de projetos de infraestrutura

de transportes e da rede existente, a importância dos centros de polarização e a área de

influência dos mesmos, preocupando-se com a dinâmica, extensão e intensidade dos fluxos

econômicos no espaço; e identificar os indicadores econômicos e os produtos com maior

representatividade no espaço econômico a partir da expansão da urbanização do município de

Itapeva – SP.

A metodologia que utilizamos nesta pesquisa constituiu do estabelecimento de um plano de

ação que se desenvolveu baseado de uma construção de referenciais teóricos sobre os temas

Urbanização e Rede Urbana, utilizando estudos de outros núcleos de pesquisa, como os do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, incluindo visitas aos órgãos públicos.

Foi elaborado um instrumento de coletas de dados sobre a realidade da Microrregião de

Itapeva – SP, com ênfase na área da saúde, educação, trabalho, habitação, entre outros que se

mostrassem significativos durante os trabalhos de campo, pois através da pesquisa

bibliográfica e trabalho de campo, buscamos a conexão entre o teórico e o empírico.

Nessa perspectiva, a discussão que se segue está organizada em três capítulos. No primeiro

capítulo, retratamos uma breve sistematização teórica dos conceitos de lugar, cidade,

urbanização e rede urbana para fundamentarmos sobre o processo de urbanização no

município de Itapeva – SP.

No segundo capítulo, procuramos de maneira sucinta retratar o surgimento da cidade de

Itapeva – SP, juntamente com os aspectos físicos, sociais, econômicos e políticos deste

município polarizador da Microrregião, o comparado em uma escala maior, sendo a

Mesorregião de Itapetininga.

No terceiro capítulo, abordamos a análise de indicadores sociais, econômicos, políticos e suas

relações com a realidade local, tendo por base de trabalhos de campo feito por pessoas

residentes em todas as cidades que compõem a Microrregião de Itapeva – SP, nas quais,

foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas. Nesse momento discutimos o processo de

urbanização e a consolidação do papel microrregional do município de Itapeva.

Page 16: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

16

Atualmente, o município de Itapeva – SP conta com uma população estimada de 87.753

habitantes (de acordo com o Censo 2010 do IBGE) e constitui-se como polo microrregional

da Mesorregião de Itapetininga, formado por 12 municípios, sendo eles: Barão de Antonina –

SP, Bom Sucesso de Itararé – SP, Buri – SP, Coronel Macedo – SP, Itaberá – SP, Itapeva –

SP, Itaporanga – SP, Itararé – SP, Nova Campina – SP, Riversul – SP, Taquarituba – SP e

Taquarivaí – SP.

Em síntese, destacamos neste estudo questões sobre as diferenças na capacidade de

polarização da cidade de Itapeva – SP e a influência que ela exerce sobre outras localidades

da Microrregião de Itapeva – SP, sejam elas dinâmicas ou estagnadas, em um contexto de

desconcentração econômica.

Page 17: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

17

CAPÍTULO 01 – ABORDAGENS TÉORICAS SOBRE O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO: BREVES CONSIDERAÇÕES 1.1. A QUESTÃO DO LUGAR É no lugar que a vida se materializa. A este conceito está embutido o sentimento de

identificação, pertencimento e afeição. No decorrer do tempo as tecnologias foram sendo

criadas, aperfeiçoadas e a sua utilização modificou as relações sociais, suas produções e a

configuração do espaço.

Com a evolução da sociedade, novas atividades foram se desenvolvendo no lugar, mudando o

valor deste, o qual fica em condições de exercer uma função que outros não dispõem,

ganhando uma exclusividade, sinônimo de dominação. Cada lugar possui as suas

especificidades, que o difere dos demais. Para Santos (2012, p. 28-32),

As diferenças entre lugares são o resultado do arranjo espacial dos modos de produção particulares. O valor de cada local depende de níveis qualitativos e quantitativos dos modos de produção e da maneira como eles se combinam (...) quando se fala de modo de produção, não se trata simplesmente de relações sociais que tomam uma forma material, mas também de seus aspectos imateriais, como o dado político ou ideológico. Todos eles têm uma influência determinante nas localizações e torna-se assim um fator de produção, uma força produtiva.

Assim, como argumenta Santos (2012), cria-se no conjunto das localidades um desequilíbrio

quantitativo e qualitativo, levando a uma hierarquia. Quanto mais bens e serviços um lugar

ofertar, maior será o seu significado e mais elevada será a sua posição na hierarquia urbana.

1.2. A QUESTÃO DA CIDADE

Como defende Braga e Carvalho (2004), a cidade é mais do que um aglomerado de casas e

indivíduos, é o lugar das trocas, do comércio, das inter-relações de pessoas e de lugares. É

para onde convergem os fluxos materiais e imateriais da sociedade.

O que define uma cidade não é apenas o tamanho do aglomerado, mas sim o que os

moradores fazem e o modo como fazem. A maioria dos habitantes se dedica a atividades

diferentes da exploração agrícola ou pastoril. Assim, para que um aglomerado de pessoas

Page 18: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

18

fixadas num lugar seja considerado cidade, é necessário que haja uma complexidade na

organização social, a qual só é possível com a divisão do trabalho.

As cidades apresentam várias configurações espaciais ao longo da história e no espaço. Suas

especificidades são marcadas pelo tamanho, história, civilização, por sua inserção na rede

regional e mundial. Suas partes se diferenciam quando crescem, tornam-se mais complexas,

mais desenvolvidas econômica, social e culturalmente.

Numa abordagem similar a de Braga e Carvalho, Sposito (1989) diz que para um aglomerado

ser considerado uma cidade é necessário que haja uma participação diferenciada dos

habitantes no processo produtivo e distributivo, ou seja, uma sociedade de classes. Porém,

atualmente esta divisão não é tão nítida como já foi no passado, pois o desenvolvimento

tecnológico permitiu que diversas atividades fossem desenvolvidas em qualquer lugar,

possibilitando a divisão do trabalho, a formação de classes sociais e a produção diversificada.

De acordo com Cunha e Silva (2007), Christaller se perguntava se existiriam leis capazes de

definir a quantidade, o tamanho e a distribuição das cidades pelo espaço. A distribuição das

cidades não é aleatória, mas regulada por alguns princípios, como a lógica social, econômica,

política e/ou geográfica. A atividade humana determina o nascimento, desenvolvimento e

decadência das cidades.

Como mencionado no Relatório do IPEA 2011/2012, as cidades mudam constantemente. São

construídas, reconstruídas, transformadas, ocupadas por diferentes grupos e usadas para

funções diferentes. As formas em que estão desenhadas, planejadas e construídas dizem muito

sobre o que é valorizado nelas. Podem ser abertas ou fechadas em termos de capacidade de

seus habitantes terem acesso às decisões e participarem das interações e trocas.

Para alguns moradores, a cidade é o lugar onde acontece a vida social e política, onde o

conhecimento é criado e compartilhado e onde várias formas de arte são desenvolvidas; para

outros, a cidade nega essas oportunidades. Portanto, as cidades podem ser lugares de inclusão

e participação, mas também podem ser lugares de exclusão e marginalização.

Page 19: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

19

Para Corrêa (1993), o espaço urbano é desigual e por ser reflexo da sociedade é mutável. É

um reflexo tanto das ações que se realizam no presente como também daquelas que se

realizaram no passado e que deixaram suas marcas impressas nas formas espaciais atuais.

Na sua estruturação interna existe uma organização espacial de acordo com os diferentes usos

da terra justapostos entre si. Tais usos definem áreas como o centro da cidade, concentração

de atividades comerciais, de serviços e de gestão, áreas industriais, residenciais, de lazer, etc.

O espaço urbano é simultaneamente fragmentado e articulado (cada uma de suas partes

mantém relações com as demais).

De acordo com Castells (2000), na organização do espaço urbano, a indústria é um elemento

fundamental. Dois fatores essenciais atraem a indústria na cidade: mão-de-obra e mercado, e

por sua vez, a indústria desenvolve novas possibilidades de empregos e suscita serviços.

Inversamente, onde há elementos funcionais, como matérias-primas e meios de transporte, a

indústria coloniza e provoca a urbanização.

1.3. A QUESTÃO DA REDE URBANA

Para Braga e Carvalho (2004), a rede urbana pode ser definida como um conjunto de centros

urbanos interligados por fluxos de bens, serviços, informações e pessoas, formando um

sistema hierarquizado. Essa hierarquia se dá devido à dependência dos centros secundários em

relação aos centros principais na oferta de bens e serviços.

Conforme Corrêa (2006) é necessário estudar a rede urbana para que a cidade e o processo de

urbanização sejam compreendidos. Não basta analisar apenas a cidade, mas é necessário

contextualizá-la regionalmente, conhecer o seu papel na rede de cidades.

Nenhuma cidade está completamente isolada, mas relaciona-se com as demais, estruturando e

organizando o espaço geográfico. Uma cidade pequena, por exemplo, não oferta todos os bens

e serviços que seus habitantes necessitam, quais precisam se deslocar para centros maiores.

Esse fluxo cria uma relação de interdependência entre as cidades. A capacidade de

distribuição de bens e serviços de uma cidade é que define a sua posição na rede urbana.

Page 20: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

20

Sposito (1989) afirma que um dos resultados concretos da articulação entre os lugares, que

permitiu a constituição da rede urbana, foi a interdependência entre as cidades, provocando a

subordinação de umas às outras, ao que se deu o nome de hierarquia urbana. A partir da

Revolução Industrial, as cidades desempenharam cada vez mais seus papeis a partir da

posição que ocupam na rede urbana e as trocas comerciais foram modificadas.

A estrutura do mercado local e regional foi transformada. A divisão social do trabalho foi

reforçada com a especialização funcional que a indústria provocou e a ampliação dos

mercados que a sua produção em série exigiu. A articulação entre as cidades foi fortalecida. A

partir do desenvolvimento da estrutura de transportes e meios de comunicação, a divisão

territorial do trabalho tornou-se mais efetiva.

De acordo com Oliveira et. al. (2008), Santos (1997) analisa a rede sob dois enfoques: a rede

material, referindo-se à infraestrutura que permite o transporte de matéria, energia ou

informação e a rede social, referindo-se as pessoas, mensagens e valores. Com a Revolução

Industrial e a consolidação do capitalismo, aceleraram-se os processos que gerariam fluxos

materiais e imateriais.

Segundo Oliveira et. al. apud Dias (2000, p.141/142) afirma que:

Uma leitura da história das técnicas nos mostra o quanto as inovações nos transportes e nas comunicações redesenharam o mapa do mundo no século XIX. Tratava-se de um período caracterizado pela consolidação e sistematização de inovações realizadas anteriormente. As trilhas e os caminhos foram progressivamente substituídos pelas estradas de ferro no transporte de bens e mercadorias; com o advento do telégrafo e em seguida do telefone, a circulação das ordens e das novidades já dispensava a figura do mensageiro. Todas essas inovações, fundamentais na história do capitalismo mundial, se inscreveram e modificaram os espaços nacionais, doravante sulcados por linhas e redes técnicas que permitiram maior velocidade na circulação de bens, de pessoas e de informações.

Para Souza (2003), de maneira variável do tipo e intensidade dos fluxos, todas as cidades

estão ligadas entre si na rede urbana. A centralidade de uma cidade é função de sua

capacidade de ofertar bens e serviços para outros centros urbanos, estabelecendo uma área de

influência. Essa centralidade é de natureza econômica.

Uma cidade será tanto mais complexa e possuirá uma posição mais elevada na hierarquia da

rede urbana, quanto mais ela possuir capacidade de ofertar bens e serviços e capturar uma

Page 21: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

21

área de influência maior. Com o desenvolvimento dos transportes, a mobilidade de pessoas na

busca de bens em centros urbanos maiores foi facilitada.

A Rede urbana, para Oliveira (2008) et. al. apud Corrêa (1989, p. 05),

[...] é o meio através do qual a produção, circulação e consumo se realizam. Via rede urbana e a crescente rede de comunicações a ela vinculada, distantes regiões puderam ser articuladas, estabelecendo uma economia mundial [...].

Entretanto, com o desenvolvimento das redes técnicas, o espaço foi reestruturado e a

sociedade ganhou nova configuração a partir do crescimento das redes urbanas.

1.4. URBANIZAÇÃO O termo “urbanização” refere-se a um processo ocorrido no tempo e a “cidade” é a forma, o

resultado deste processo. Para Santos “tempo e espaço conhecem um movimento que é, ao

mesmo tempo, contínuo, descontínuo e irreversível. Tomando isoladamente, tempo é

sucessão, enquanto espaço é acumulação, justamente uma acumulação de tempos” (SANTOS,

2012, p.63).

Conforme Castells (2000), o termo urbanização refere-se ao mesmo tempo à constituição de

formas espaciais específicas das sociedades humanas, caracterizadas pela concentração

significativa das atividades e das populações num espaço restrito, bem como a existência e à

difusão de um sistema cultural específico, a cultura urbana.

Para Braga e Carvalho (2004), o conceito de urbanização pode ser definido em dois sentidos

diferentes:

1- Concentração espacial de uma população num ponto do espaço, ou seja, taxa demográfica

maior nas cidades do que na zona rural. O desenvolvimento industrial fez com que a

urbanização fosse intensificada. Até 1850, nenhum país possuía população urbana

superior à rural. A partir de então, a sociedade passou a ser urbano-industrial. Até meados

do século XX, o Brasil era um país agrário. Em 1900, menos de 10% da população

morava nas cidades. Com o desenvolvimento da indústria, tornada viável graças ao capital

acumulado e ao desenvolvimento técnico científico, a urbanização foi expandida e na

Page 22: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

22

década de 1960, a população brasileira passou a ser urbana. No ano 2000 a população

urbana atingiu a marca de 81%.

2- Difusão do sistema de valores, atitudes e comportamento denominado “cultura urbana”.

Nessa análise, o urbano designaria uma forma especial de ocupação do espaço por uma

população. Considera-se a importância quantitativa dos aglomerados, a hierarquia

funcional, importância administrativa, estrutura de transporte, saneamento básico,

presença de indústrias, estilo e qualidade de vida da população local, empregabilidade,

oportunidades, acesso a educação, etc. Essas características devem ser combinadas para

atingir um modo específico de ocupação do espaço, de urbanização.

Para Corrêa (1997), o desenvolvimento do capitalismo industrial transformou os moldes da

urbanização, no que se refere ao papel desempenhado pelas cidades e a estrutura interna

destas. A industrialização dá o tom da urbanização contemporânea, marca as relações entre a

sociedade e a natureza e é a forma dominante de produção.

A cidade é o território, suporte para a atividade industrial, por se constituir num espaço de

concentração e por reunir as condições necessárias a esta forma de produção. Contudo, o

desenvolvimento da urbanização não é apenas condição para o desenvolvimento industrial,

mas também este mudou o caráter da cidade, ao lhe dar um traço produtivo e transformá-lo no

“centro” de gestão e controle da economia capitalista, subordinando até mesmo a produção

agrícola que se dá no campo.

De acordo com o relatório desenvolvido pelo IPEA em 2011/2012, a urbanização tem ajudado

a reduzir a pobreza, principalmente nos lugares onde há apoio de políticas bem adaptadas,

oferecendo novas oportunidades, melhorando o nível de renda e aumentando o número de

opções de subsistência para as populações rurais e urbanas.

Porém, quando a urbanização vem acompanhada de um crescimento econômico fraco, quando

faltam políticas distributivas ou quando as existentes são ineficazes, a urbanização resulta na

concentração local de pobres, ao invés da pobreza ser reduzida. As reformas políticas

necessárias para a urbanização e a diminuição da pobreza incluem oferta de moradia, solo,

infraestrutura e financiamento.

Page 23: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

23

CAPÍTULO 02 – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPEVA – SP 2.1. CONTEXTUALIZANDO A CIDADE DE ITAPEVA – SP

Itapeva surgiu com o nome de Vila de Itapeva da Faxina, no início do século XVIII e sua

fundação oficial se deu em 1769. O povoado teve inicio com a instalação dos pousos dos

tropeiros, quais contribuíram na formação e desenvolvimento da região Sudoeste Paulista.

Nos primórdios, a economia da vila era baseada na agricultura de subsistência. Aos poucos,

novas famílias foram se instalando no local, proporcionando o desenvolvimento de outras

atividades e a concentração populacional.

Em 1861 a Vila de Itapeva da Faxina recebeu o título de cidade. No século XIX, já se

apresentava como polo regional; nas décadas de 30 e 40 do século XX, começou a perder a

característica essencialmente agrária e o comércio urbano tornou-se acentuado. No mesmo

período, Itapeva passou a receber imigrantes japoneses, árabes, italianos, alemães, que

passaram a lhe conferir um aspecto novo e apareceram os primeiros movimentos industriais e

tecnológicos no município.

Atualmente, o município de Itapeva conta com uma população estimada de 87.753 habitantes

e constitui-se como um polo microrregional. Abaixo, imagens áreas da cidade (FIG 1 e FIG

2).

Page 24: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

24

FIGURA 1 e 2: Imagens aéreas de Itapeva

Fonte: Itaponews Fonte: Itapeva

2.2. HISTÓRIA 2.2.1. OS PRIMEIROS INDÍCIOS DE COLONIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE ITAPEVA

De acordo Araújo (2006) apud Muzel (1992), Itapeva teria passado por quatro fases no início

de sua formação. São elas:

Primeira fase: no período que antecedeu a colonização europeia, no qual a região sudoeste

paulista era habitada apenas por índios, havia uma rota denominada Peabiru, a maior via de

penetração do território Sul Americano (a qual posteriormente foi usada pelos bandeirantes e

tropeiros). A partir de 1500, com a chegada dos europeus, a região foi aos poucos sendo

modificada. Em 1653, a rota Peabiru foi fechada, por ordens do português Tomé de Souza,

temeroso por uma invasão espanhola.

Segunda fase: a rota Peabiru foi reaberta em 1693, quando teve inicio o comércio entre São

Paulo e Curitiba, tornando-se uma importante via de comunicação na terceira e quarta década

do século XVIII, iniciando o maior sistema de transporte do Brasil Colônia, a Tropa de

Muares. Ao longo dessa rota foram se estabelecendo as paragens, onde os viajantes

pernoitavam. Entre os anos 1720 e 1730, começaram a aparecer os primeiros núcleos de

população na região Sudoeste paulista.

Page 25: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

25

Terceira fase: no dia 20 de Setembro de 1769 foi oficialmente fundada a Vila Velha, por

ordens da Rainha de Portugal, Dona Maria I, que foram cumpridas pelo governador da

Capitania, Dom Luís Antônio de Souza Botelho Mourão. Foi nomeado o paulista Antônio

Furquim Pedroso para a fundação. Mas a vila foi fundada à 18 Km da localização atual (onde

posteriormente se desenvolveu a cidade Taquarivaí), distante da via Peabiru, dificultando os

meios de transporte.

Quarta fase: o capitão-general Francisco da Cunha Menezes ordenou a transferência da Vila

Velha para o local próximo a via Peabiru, por três motivos: a pedido dos moradores; na Vila

da Faxina passava a “Estrada Geral”, a única que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul; o

povoado de Faxina era maior que o da Vila Velha. A transferência foi feita por Felipe de

Campos Bicudo, primeiro capitão-mor de Itapeva. Em 1785, a paragem foi então oficializada

com o nome de Vila de Itapeva da Faxina. Essas terras faziam parte da Sesmaria do

sorocabano Tomé de Almeida Pais, que as recebeu como prêmio por serviços prestados ao

governo, como soldado, em lutas na Bahia.

2.2.2. PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS QUE MARCARAM O DESENVOLVIMENTO

DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA

2.2.3. SÉCULO XVIII (ANO 1701 A 1800)

Conforme Rodrigues (2011), a primeira construção da Vila de Itapeva da Faxina foi a Igreja

Sant’Ana (que posteriormente recebeu o título de Catedral), juntamente com a Praça

Anchieta. A Igreja foi construída pelos escravos africanos em taipa de pilão (barro socado),

em 1785. O piso era de terra batida e seu estilo apresentava um barroco colonial simples e de

linhas clássicas. As primeiras imagens seriam esculturas de um barroco tardio, provenientes

da Coroa Portuguesa ou feita por nativos. Desde a construção até o ano de 1852, a igreja

servia também como cemitério público, data esta na qual o chão passou a ser assoalhado,

embora pessoas de destaque continuassem a serem enterradas ali.

No mesmo período da construção da Igreja Sant’Ana e da Praça Anchieta, ou seja, no início

do século XVIII, iniciou-se o ciclo do Tropeirismo no país, qual muito contribui para a

formação e desenvolvimento do lugar.

Page 26: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

26

As tropas saiam de Viamão (RS), pela Estrada Geral passavam por Faxina e tinham como

destino a grande feira de animais, em Sorocaba (SP). Segundo Marques e Monzato (2003), o

tropeirismo marcou a identidade cultural, contribuiu para a colonização, foi veículo difusor de

notícias e ideias, desempenhou importante papel nas comunicações, costumes e na língua com

a introdução de novas palavras no vocabulário. Transportavam cargas, ajudaram na formação

de povoados, serviam como correio, percorrendo longas distâncias. Trata-se de relevante

contribuição social, econômica e cultural.

A economia era baseada na agricultura de subsistência. Plantava-se algodão, milho, feijão,

arroz e batata. A produção da zona rural era transportada para Faxina no lombo dos burros.

2.2.4. DE 1801 A 1850

De acordo com Grets (2001), na década de 1820 passaram por Faxina dois franceses famosos,

o naturalista Saint-Hilaire e o pintor Debret, que registraram o lugar: na vila havia de 25 a 30

casas, formando três agrupamentos, sendo que o maior ficava perto da Igreja de Sant’Ana, no

alto da colina (FIG 3 e 4). As casas eram feitas de madeira ou taipa.

FIGURAS 3 e 4: Primeiros registros da Vila de Itapeva da Faxina, de Debret

Fonte: IHGGI Fonte: IHGGI

Page 27: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

27

Na transição do século XVIII para o XIX, foi construído o Casarão da Fazenda Pilão d’Água

(FIG 5) pelos escravos africanos que lá viviam. Ao redor foram construídas diversas casas e

barracões (as antigas senzalas – FIG 6) e muros de pedras encaixadas.

FIGURA 5: Casarão na Fazenda Pilão d’Água e FIGURA 6: Muro de Pedras e a antiga Senzala

Fonte: Gislaine Veiga, 06/08/2014

Conforme Costa (1989), na parte debaixo do rio que havia na fazenda Pilão d’Água, mulheres

e crianças lavavam barrigadas provindas do abate do gado. Na parte de cima, uma queda

d’água tocava um monjolo, onde o milho era levado pelas escravas a azedar na correnteza

para a fabricação de bijus de farinha e fubá.

Neste mesmo período também foi construída a Capela de Nossa Senhora do Carmo (FIG 7 e

8), em taipa de pilão.

Page 28: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

28

FIG 7: Capela Nossa Senhora do Carmo (em 1927) e FIG 8: Capela Nossa Senhora do Carmo (em 2014)

Fonte: IHGGI Fonte: Gislaine Veiga, 06/08/2014

2.2.5. De 1851 a 1900

Em 1861 o governo do estado de São Paulo deu à Vila de Itapeva da Faxina o título de cidade.

Nesse período, como relata Rodrigues (2011), foi realizada a primeira reforma e uma

ampliação da Igreja Sant’Ana, sempre de taipa e as linhas gerais de um barroco clássico. A

construção da primeira torre foi concluída em 1881. O piso passou a ser assoalhado. O relógio

é dessa época e veio de Paris – França. Em 1898, foi instalada a atual imagem de Sant’Ana,

vinda de Hamburgo (Alemanha), ano que teve início a construção da segunda torre.

Segundo Araújo (2006), a Casa Cultural Cícero Marques (FIG 9) foi construída em 1881 e

seria inicialmente propriedade do Sr. Donato de Camargo Melo. O construtor deste prédio foi

o mestre Jacó, um afrodescendente vindo da região de Piracicaba que também executou

trabalhos de construção na Catedral Sant’Ana.

Page 29: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

29

FIG 9: Casa da Cultura Cícero Marques

Fonte: Gislaine Veiga, 06/08/2014

O Itapeva Clube já existia desde 1878, mas a fundação oficial se deu em 1885 com o nome de

Gabinete de Leitura Itapevense, onde as pessoas se reuniam para ler e conversar (Grets,

2001).

De acordo com Oliveira (2005), não havia escolas na cidade. Os professores davam aulas em

suas casas ou alugavam uma sala. Eram as chamadas “Escolas de Primeiras Letras”. Alguns

fazendeiros ricos pagavam professores para ensinar seus filhos nas próprias fazendas.

Com a aprovação da Lei Áurea em 1888, os escravos africanos tiveram sua liberdade e

precisavam de um local para construírem suas vidas e a eles foi dada uma gleba de terra nos

arredores da Faxina. Segundo Araújo (2006), nascia nesse local a Vila Nova, em meados de

1900, a primeira vila da cidade. Outra parte dos escravos libertos estabeleceu-se num sítio

doado a um casal de escravos, Joaquim Carneiro de Camargo e Josepha Paula Lima. O sítio

chamava-se Ponte Alta (posteriormente passou a ser denominado Bairro do Jaó, uma

comunidade quilombola, qual dista 14 quilômetros do centro da cidade).

Outro fato importante acontecido em 1900 foi a criação do primeiro grupo escolar, criado pelo

Dr. Fernando Prestes, governador de São Paulo, sendo um grande progresso para a cidade,

como lembra Oliveira (2005).

Page 30: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

30

2.2.6. DE 1901 A 1950

Como relata Grets (2001), no início dos anos 1900 teve destaque a criação de animais, como

de porcos, tanto na zona urbana quanto na rural. Eram levados a pé até Sorocaba, pois não

tinha outro meio de transporte e eram vendidos nas feiras e nas fábricas de banha. Transportá-

los era muito dificultoso, muitos animais não aguentavam a viagem e morriam no caminho.

Dentro da cidade havia vários potreiros, onde eram criados porcos, cavalos e vacas de leite.

Geralmente ficavam nos quintais das casas. Os porcos caminhavam tranquilamente pelas ruas

e a população não se importava para o mau cheiro que ficava.

Não havia rede de esgoto e no fundo de cada casa eram construídas fossas. Em 1903 foi

inaugurada a luz elétrica, sendo um grande progresso para o lugar, apesar de ser muito fraca e

não clarear quase nada. Como recorda Grets (2001), a energia vinha de uma pequena usina,

instalada num rio, no Sítio dos Ribas, no Taquari Mirim, próximo à Ponte Branca da

FEPASA, na estrada que liga Itapeva a Nova Campina.

Em 1908 chegou o telefone na cidade, facilitando a comunicação.

O dia 01 de abril de 1909 ficou marcado na história do lugar, foi um dia de muita festividade,

pois chegava o trem na estação da Vila Isabel, há 3 Km do centro da cidade, trazendo com ele

Dr. Afonso Pena, presidente da República, Dr. Alburquerque Lins, Governador de São Paulo,

o Coronel Fernando Prestes, entre outros. Estavam presentes as bandas “Aurora” de

Itapetininga, a “Euterpe Faxinense” e a “Força Pública”, de São Paulo.

Esse acontecimento foi um divisor de eras, pois com a facilidade no transporte, Faxina

começou a se desenvolver rapidamente e não era mais um local isolado dos grandes centros

urbanos. Até então, uma viagem à São Paulo, por exemplo, levava até 6 dias e com o trem, 10

horas. Até essa época, toda produção agropecuária da cidade era levada para comercialização

em Sorocaba e São Paulo em lombos de burros. Também ficou mais fácil tratar da saúde, pois

a área médica ainda era muito rudimentar na Faxina.

Até a chegada do trem, a região era quase toda coberta por floresta virgem, mas a partir de

então, a lenha passou a ser uma matéria-prima rentável, pois era necessária para tocar as

Page 31: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

31

locomotivas e o desmatamento foi se acentuado. A lenha também era muito utilizada para

ascender os fogões, pois ainda não existia gás de cozinha nessa época.

Em 1910 teve inicio a segunda reforma da Catedral Sant’Ana (FIG 10 e FIG 11 - que foi

concluída em 1927. O assoalho foi retirado e o piso recebeu tijolos e ladrilhos. O forro

recebeu as telas pintadas por artistas espanhóis).

FIGURA 10: Catedral Sant’Ana e Praça Anchieta em 1927 e FIGURA 11: Catedral Sant’Ana e Praça Anchieta

em 2014

Fonte: IHGGI Fonte: Blogspot

Em 1910, também foi inaugurada a E.M. Cel. Acácio Piedade (FIG 12 e FIG 13).

FIGURA 12: E.M.Cel. Acácio Piedade nos anos 1900 e FIGURA 13: E.M.Cel. Acácio Piedade em 2014.

Fonte: IHGGI Fonte: Gislaine Veiga, 06/08/2014

Page 32: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

32

A água passou a ser encanada em 1915. Até esta data, as pessoas costumavam buscar água

nos chafarizes que haviam na cidade e também nos rios.

Em 1919, foi instalado o Telégrafo Nacional. Faxina podia comunicar-se com todo o país

num só dia.

Na década de 1920, o lixo era coletado por um só funcionário em uma carroça puxada por

burro. As ruas e estradas não eram pavimentadas e a manutenção destas era feita apenas uma

vez ao ano, por pessoas contratadas pela prefeitura.

O Colégio Sant’Ana foi fundado em 1921 (onde atualmente localiza-se a E.M. Dom Sílvio

Maria Dário) e era dirigido por freiras, as “Irmãs Beneditinas”. Havia jardim de infância e

curso primário (da primeira à quarta série) aulas de crochê, bordado, pintura e música;

internato para as moças que quisessem estudar e morar no próprio colégio e para isso

pagavam pensão. Nessa década ainda não havia na cidade, rádio, televisão, computador, etc.,

e os momentos de lazer dos cidadãos se dava na Praça Anchieta, onde passeavam e ouviam as

bandas tocarem no coreto. A praça era toda arborizada e havia um guarda que fiscalizava os

canteiros das flores, para que ninguém as colhesse.

Já existia o hospital Santa Casa de Misericórdia, qual era administrado por madres. Nessa

época (1920), chegavam muitos imigrantes na cidade, de outras regiões do Brasil e também os

japoneses, árabes, italianos e alemães. Normalmente chegavam fracos, sem condições para se

estabelecerem e eram acolhidos na Santa Casa, onde passavam dias na enfermaria para se

alimentarem e recuperarem suas forças. Havia 20 leitos, 2 médicos e 2 enfermeiros no

hospital.

Em 1930, foi criada a Escola Normal Livre de Faxina. Em 1934, o Ginásio do Estado, pelo

governador de São Paulo, Dr. Armando Sales de Oliveira. Na zona rural não havia escola.

No centro da cidade havia um ribeirão, o Mata-Fome, o qual ainda não era canalizado nesse

período e desaguava no rio Pilão d’Água (o córrego passava pela avenida que hoje chama-se

Dr. José Ermírio de Moraes). Quando chegava na altura da Praça Antônio Furquim Pedroso, o

Page 33: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

33

córrego se esparramava e formava um lajeado, onde as mulheres lavavam roupas (há mais de

meio século, o lajeado foi canalizado e no seu lugar foram montadas as barracas dos camelôs).

Com o passar dos anos, o ciclo da criação de porcos declinou e outro entrou em vigor: o

cultivo e beneficiamento do algodão, nas décadas de 20 e 30. Os imigrantes montaram

beneficiadoras e os sitiantes começaram a plantar. Este negócio era tão lucrativo que todas as

lojas do comércio vendiam fiado para os pequenos agricultores, com pequeno juro, para

receber na época da colheita.

Nos anos de 1928 e 1929, chegou o caminhão à Faxina. Eram pequenos e tinham capacidade

para carregar até 1500 kg.

Nos anos 1930 e 1932, Faxina foi palco de um confronto armado. A Revolução de 1930

aconteceu porque o gaúcho Getúlio Vargas tinha o desejo de ser presidente da República. Os

três estados do Sul se uniram e marcharam rumo a São Paulo para depor o presidente da

época. Na divisa entre São Paulo e Paraná começou o confronto, onde está o Rio Itararé, num

lugar chamado Barreira. Os paulistas acamparam do lado de Itararé e os sulistas, a maioria

gaúchos do lado de Sengés (Paraná). Não houve vencedor, mas com um tratado político feito

no Rio de Janeiro a revolta acabou. Getúlio Vargas tornou-se chefe do governo provisório

com amplos poderes.

Dois anos se passaram e teve inicio uma nova revolução. Em julho de 1932, eclode em São

Paulo a revolta conhecida por Revolução Constitucionalista de 1932. Tropas federais são

enviadas para conter a rebelião. As forças paulistas lutaram contra o exército durante três

meses. A política centralizada de Vargas desagrada as oligarquias estaduais, especificamente

as de São Paulo. Os paulistas marcharam contra o presidente Vargas e os sulistas marcharam

contra os paulistas. Começa a luta novamente no mesmo local da revolução anterior. Os

paulistas se afastaram da fronteira e acamparam em Itapeva por alguns dias e depois em Buri

e os sulistas ficaram em Itapeva.

Como os sulistas estavam acampados em Itapeva, era onde os aviões dos paulistas iam

bombardeá-los. Os itapevenses sofreram muito, apesar da ajuda do prefeito da época, Sr.

Lucas Ferraz de Camargo. Muitas famílias deixaram a cidade e foram para a zona rural. As

aulas foram suspensas e as escolas foram transformadas em enfermarias. A Revolução

Page 34: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

34

terminou em outubro de 1932. Os paulistas se renderam, mas conseguiram o que queriam, a

Constituição.

Findada as revoltas, a sociedade foi aos poucos se reestabelecendo e o progresso foi sendo

retomado. Em 1936, apareceram os caminhões com capacidade para 4 mil kg. Neste mesmo

ano, Getúlio Vargas mandou construir a nova Estrada de Rodagem (DER).

Em 1938, Itapeva da Faxina passou a ser chamada Itapeva.

Em 1942 chegou o caminhão F-6 (com capacidade para carregar até 6 toneladas) e o ônibus

(conhecido na época por Jardineira). Com o desenvolvimento dos transportes, os agricultores

dobraram suas plantações e as beneficiadoras também aumentaram e passaram a ser em

número de seis.

No começo do século XX foram instaladas caieiras no município e teve inicio a exploração

mineral. Mas foi a partir da década de 1940 que essa atividade se destacou. Indústrias foram

instaladas para a exploração e beneficiamento da matéria-prima e na década de 50, chegou na

cidade a Cia. de Melhoramentos do Norte do Paraná (Maringá) e a S/A. Cimento e Ferro Liga.

No mesmo período, a S/A Indústrias Votorantim, do grupo José Ermírio de Moraes, compra a

Cia. Mineração São Matheus.

Quando ocorreu a Segunda Guerra Mundial, no período compreendido entre os anos de 1939

a 1945, o combustível foi racionado e chegou a faltar. Conforme Grets (2008), os caminhões

passaram a funcionar com o “gasogênio”, o qual era produzido em um forno de lenha

adaptado no caminhão e funcionava precariamente. A partir de então, o ciclo do algodão

começou a declinar na região. Algumas máquinas de beneficiamento foram desativadas e

outras transferidas para outras localidades.

Com o passar dos anos e modernização da sociedade, os cidadãos começaram a manifestar

contra a localização da estação de trem na Vila Isabel (FIG 14 e 15), por estar distante do

centro da cidade. Em 1944, o diretor da Companhia da Estrada de Ferro Sorocabana, Dr. Rui

Costa Rodrigues, sensibilizou-se com os apelos dos moradores e ordenou que fosse construída

uma nova Estação, mais próxima da cidade.

Page 35: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

35

A nova estação foi construída na área central da cidade (na avenida hoje denominada Mário

Covas, FIG 16) mas por motivos técnicos, não foi possível mudar a localização da estrada

férrea e a este prédio foi dado outra utilidade. A estação continuou sendo na Vila Isabel

(Grets, 2008).

FIGURAS 14 e 15: Estação na Vila Isabel

Fonte: Gislaine Veiga, 06/08/2014

FIG 16: Estação na Avenida Mário Covas

Fonte: Gislaine Veiga, 06/08/2014

Page 36: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

36

Nessa mesma época foi instalada a Feira Livre pelo prefeito José Loureiro de Melo, a qual foi

muito útil tanto para os vendedores quanto para os compradores. Vendiam-se cereais,

verduras, frutas, legumes, carnes, frangos e ovos.

2.2.7. DE 1951 A 2000

Nos anos 50, o poeta paulista Guilherme de Almeida desenhou o Brasão de Armas Municipal

(FIG 17), um símbolo que representa Itapeva, qual foi instituído pelo prefeito Dr Érico

Pimentel Dias, em 1957.

FIGURA 17: Brasão de Armas Municipal

Fonte: IHGGI

Segundo Araújo (2006), no final da década de 1960, estudos foram feitos no Cânion Itanguá,

onde Desidério Aytai identificou gravações rupestres, quais foram atribuídas aos grupos de

agricultores pré-coloniais (o município conta com 4 abrigos sob rochas: os abrigos Fabri I e

II, no Bairro das Pedras e os abrigos Itapeva e da Santa, localizados no Cânion de Itanguá).

Em 1968, a Universidade de São Paulo realizou um trabalho de escavação no sítio Fonseca,

no bairro da Caputera. Foram encontradas urnas funerárias de origem Kaingang e Guarani e

os restos mortais de uma índia de aproximadamente 25 anos.

De acordo com Araújo (2006) apud Azevedo (2004), o município de Itapeva foi uma área de

contato entre as culturas Kaingang e Tupi. A fronteira entre as duas culturas se estabeleceu na

Page 37: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

37

altura da cidade de Itapeva. Ao sul e leste, nas zonas das serras predominou a cultura

Kaingang, no norte e oeste as aldeias de língua Tupi.

Em 1970, a Prefeitura, sob o comando do então prefeito Jorge Assumpção, adquiriu uma parte

da Fazenda Pilão d’Água para a construção de um reservatório de agua, utilizado até hoje na

captação e abastecimento da cidade (Araújo, 2006).

Em 1998, a unidade industrial do “Cimento Maringá”, foi adquirida pelo grupo Transnacional

Lafarge, empresa que além de contribuir com o progresso da cidade, emprega um número

considerável de munícipes, embora esse número tenha diminuído, por conta da

informatização. Alguns minerais são exportados, como cobre, talco, quartzito. Porém, a

atividade mineral industrial está assentada no beneficiamento, principalmente na produção de

cimento, cal e filito.

2.3. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE ITAPEVA

2.3.1. LOCALIZAÇÃO

De acordo com Santos (2007), o município de Itapeva localiza-se entre os paralelos de 23º 34’

e 24º 18’ de latitude Sul e entre os meridianos de 49º 11’ e 48º 33’ de longitude a oeste de

Greenwich. Dista a 300 Km do centro da cidade de São Paulo e a 55 Km da divisa do estado

do Paraná. Sua altitude é de 639 metros. É o terceiro maior município do estado em extensão

territorial. Abaixo, o mapa da localização do município de Itapeva (FIG 18).

Page 38: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

38

FIGURA 18: Mapa da localização do município de Itapeva

Fonte: wikipedia

2.3.2. CLIMA

De acordo com Araújo (2006) e Santos (2007), o clima de Itapeva é o subtropical úmido,

sendo controlado por massas de ar tropicais e polares. É um clima agradável, com inverno

pouco seco.

O índice pluviométrico está em torno de 1.184 mm anuais, enquanto a temperatura média é de

20,5ºC. No âmbito da Bacia do Paranapanema, apresenta climas úmidos de face oriental e

subtropical dos continentes dominados por massa tropical. Surgem núcleos de clima

subtropical, com verão quente e sem estação seca de inverno, onde a temperatura média do

mês mais frio pode ficar abaixo de 18º C. Nos dias mais frios, a temperatura chega a ficar

negativa, ocorrendo geadas.

2.3.3. FAUNA E FLORA

O município está localizado numa área de transição entre a Mata Atlântica, Cerrado e Mata de

Araucárias, com pequenas áreas de campos nativos e campos rupestres. Essa transição entre

os domínios e vegetação é apontada por Araújo (2006) apud Aziz Ab Saber (2003):

Page 39: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

39

Cumpre assinalar que as araucárias estão vinculadas aos planaltos ondulados na vasta hinterlândia do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde predominam climas temperados úmidos, de altitude. A transição entre o mosaico de matas e cerrados começaria da Depressão Periférica paulista, entre os municípios de Pirassununga e Sorocaba, seguindo para o setor de campos e bosquetes de pinhais existentes entre Capão Bonito e Itapeva (Ab’Saber, 2003, p. 102).

Na perspectiva dos Domínios Morfoclimáticos Brasileiros, o município situa-se numa faixa

de transição entre as áreas nucleares dos Domínios das Araucárias ao sul e sudeste e os

Domínios dos Mares de Morros a leste, norte e oeste.

Para a preservação da fauna e flora, em 1985 foi criada a Estação Ecológica, onde é comum

encontrar o veado-campeiro, o tamanduá, a lontra, o porco-do-mato, a capivara, o lobo guará,

o cachorro-do-mato e a quati. Entre as aves aparecem o jacu, a juriti, a perdiz e o tucano.

2.3.4. GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS

Segundo Araújo (2006), a geologia na maior parte do município é formada por rochas

sedimentares da Era Paleozóica (entre 542 e 251 milhões de anos), com o predomínio de duas

formações básicas: as Formações Itararé e as Furnas.

Na região norte e central do município ocorre a Formação Itararé, situada numa escala

geológica entre 290 a 251 milhões de anos, correspondente aos períodos carbonífero superior

e permiano médio. Ao norte encontra-se silitos e no centro, arenitos, siltitos e folhelhos. No

sudoeste encontram-se os arenitos de granulação fina; no sudeste rochas magmáticas e

metamórficas, como os granitos e xistos do Neoproterozóico (período compreendido entre

850 e 542 milhões de anos). No sul está a Formação de Furnas, do período devoniano (395 a

345 milhões de anos), onde estão as minas dos principais recursos minerais, como calcário,

talco, granito, cobre, filito, quartzito, etc.

Nas várzeas dos principais rios do município, Taquari-Mirim e o Pirituba, existem sedimentos

do Cenozóico, como areia, silte e argila. Destaca-se como formação geológica o

Escarpamento Estrutural de Furnas, formado por rochas sedimentares do Paleozóico.

Page 40: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

40

2.3.5. GEOMORFOLOGIA

Conforme Araujo (2006), o município de Itapeva está inserido entre as províncias

geomorfológica do Planalto Atlântico e da Depressão Periférica. Na porção sul e leste ocorre

o relevo de morros com declividades médias e altas e ao norte o relevo é colinoso com baixas

declividades. No sul, a transição entre os dois tipos de relevo é demarcada

predominantemente pelo Escarpamento Estrutural (FIG 19), o qual constitui-se num Sítio para

o estudo de formas antigas de relevo. Também aparecem rios encaixados em vales profundos,

com corredeiras e cachoeiras (FIG 20), grutas e cavernas em arenitos.

FIGURA 19: Escarpamento Estrutural de Furnas e FIGURA 20: Cachoeira – Cânion Pirituba

Fonte: Gislaine Veiga 01/05/2012

2.3.6. HIDROGRAFIA

Os rios existentes no município de Itapeva fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari,

tributário do Rio Paranapanema. São eles: Rio Taquari-Mirim e Rio Pirituba. Os córregos

importantes para o abastecimento da população local e que atravessam toda a extensão da

cidade são o Córrego do Aranha e o Ribeirão Fundo.

Na região oeste do município percorre o rio Taquari-Mirim. Parte dele está contaminada, pois

atravessa o espaço ocupado pelas duas indústrias da cidade (Lafarge e Cal Itaú).

Page 41: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

41

A represa Pilão d’Água que beneficia toda a população urbana é abastecida pelas águas do

Córrego do Ribeirão Fundo, cuja bacia tem suas nascentes no próprio município e nos

vizinhos Ribeirão Branco, Guapiara e Capão Bonito. Nos últimos anos, este córrego vem

sendo degradado.

2.3.7. A QUESTÃO AMBIENTAL

Baseado em Santos (2007), com o crescimento da população urbana e desenvolvimento de

algumas atividades como agricultura, reflorestamento e exploração mineral, o meio natural

está sendo cada vez mais devastado, como verifica-se com a poluição dos corpos d’água,

degradação das encostas, despejo de esgoto e lixões a céu aberto em alguns pontos da cidade,

principalmente nas regiões mais carentes, como na Vila Santa Maria (FIG 21). A vegetação

nativa e a fauna silvestre também sofrem as consequências da ação humana em todo o

município.

FIGURA 21: Lixão a céu aberto, Vila Santa Maria

Fonte: Jornalitanews

A ausência de infraestrutura e serviços públicos satisfatórios na zona urbana agravam as

condições de saúde e a qualidade de vida da população. Os dejetos industriais, a destruição de

áreas verdes e a demora na reposição de mudas de planta pelo município constituem em

constantes ameaças para inundações e alagamentos nas áreas mais baixas.

Page 42: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

42

Vários entraves dificultam a preservação ambiental, como a falta de verba e o desinteresse do

poder público em realizar ações juntamente com escolas e ONGs. Apesar disso, algumas

ações, mesmo que tímidas vem sendo tomadas, como o exemplo da cooperativa de catadores,

a COAMARI (Cooperativa de Materiais Recicláveis de Itapeva), que por meio da coleta

seletiva do lixo trabalham com a reciclagem. A Cooperativa tem apoio da Rede Cata Vida, da

Prefeitura Municipal, do Banco do Brasil, da Petrobrás, do CEADEC (Centro de Estudos e

Apoio ao Desenvolvimento do Emprego e Cidadania), da APEOESP (Sindicato dos

Professores do Estado de São Paulo) e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Outro exemplo a ser citado é o trabalho da ONG Planeta Terra, que tem sua sede juntamente à

Secretaria do Meio Ambiente de Itapeva. Seus integrantes atuam, juntamente com a Polícia

Ambiental, na realização de encontros regionais a fim de debater sobre a água e as reservas

florestais existentes no município e região. A ONG sempre desenvolve trabalhos de

conscientização nas escolas, realizam eventos na Câmara dos Vereadores, nos Clubes e em

espaços abertos, como na Praça Anchieta.

Page 43: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

43

CAPÍTULO 03 – AS CIDADES DA MICRORREGIÃO DE ITAPEVA – SP E ANÁLISE DOS FLUXOS 3.1. DIMENSÃO DEMOGRÁFICA DAS CIDADES DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP

A Microrregião de Itapeva (FIG 22) é formada por 12 municípios e uma população estimada

de 240.470 pessoas. Itapeva é dependente de Itapetininga e Sorocaba num espaço regional,

mas constitui-se como um polo sub-regional.

FIGURA 22: Mapa da Microrregião de Itapeva

Fonte: Wikipedia

De acordo com o censo do IBGE em 2010, Itapeva é o município mais populoso da

Microrregião, seguido por Itararé e Taquarituba. Mais de dois terços dos municípios do

território possuem menos de 20 mil habitantes. As maiores áreas em extensão territorial

pertencem ao município de Itapeva, Buri e Itaberá, como verifica-se no quadro 1.

Page 44: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

44

Quadro 1: Dados Gerais Município População Total (IBGE

2010) Área da Unidade Territorial em Km²

Gentílico

Barão de Antonina 3.116 153,141 Barão-Antoniniense Bom Sucesso de Itararé 3.571 133,578 Bom Sucessiense Buri 18.563 1.195,910 Buriense Coronel Macedo 5.001 303,931 Macedense Itaberá 17.858 1.110,503 Itaberaense Itapeva 87.753 1.826,258 Itapevense Itaporanga 14.549 507,705 Itaporanguense Itararé 47.939 1.003,579 Itarareense Nova Campina 8.515 385,375 Nova Campinense Riversul 6.163 386,195 Riversulense Taquarituba 22.291 448,429 Taquaritubense Taquarivaí 5.151 231,792 Taquarivaense Fonte: Gislaine Veiga

A população de Itapeva vem aumentando. Como observa-se na tabela 1, passou de 82.866

habitantes em 2000 para 87.753 habitantes em 2010. Em 2000, o município que possuía a

menor população era Barão de Antonina, com 2.794 habitantes. Apesar de continuar uma

cidade pequena, em 2010 teve um aumento populacional, atingindo um total de 3.116

habitantes.

Tabela 1: Evolução Demográfica Município População

rural em 2000

População urbana em 2000

População Total em 2000

População rural em 2010

População urbana em 2010

População total em 2010

Barão de Antonina

1.146 1.648 2.794 1.203 1.913 3.116

Bom Sucesso de Itararé

1.277 1.954 3.231 1.141 2.430 3.571

Buri 3.973 13.656 17.629 3.571 14.992 18.563 Coronel Macedo

1.578 4.011 5.589 1.136 3.865 5.001

Itaberá 7.811 11.100 18.911 5.719 12.139 17.858 Itapeva 21.912 60.954 82.866 13.797 73.956 87.753 Itaporanga 4.423 9.931 14.354 3.516 11.033 14.549 Itararé 3.748 42.806 46.554 3.664 44.270 47.934 Nova Campina

3.417 3.878 7.295 2.753 5.762 8.515

Riversul 2.150 5.042 7.192 1.671 4.492 6.163 Taquarituba 3.654 18.328 21.982 2.712 19.579 22.291

Page 45: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

45

Taquarivaí 2.191 2.282 4.473 2.340 2.811 5.151 Fonte: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/taquarivai_sp

3.2. CIDADES DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP: UMA

LEITURA A PARTIR DE INDICADORES SOCIAIS E ECONÔMICOS

Entre os anos 1990 e 2004, segundo Favareto (2007), a produção de grãos no território

apresentou um aumento de 111%. A tradicional produção de feijão teve uma pequena queda e

vem sendo substituída pelas lavouras de milho (crescimento de 99%) e de soja (crescimento

de 926% no mesmo período). No quadro 2 verificam-se as principais atividades rentáveis

desenvolvidas na microrregião:

Quadro 2: Atividades Rentáveis Município Atividades

Econômicas Atividades Agropecuárias

Principal fonte empregadora

Fonte de recursos

Barão de Antonina Agricultura e comércio

Estufas de tomate, pepino e alface; cultivo de milho, feijão, soja, eucalipto; leite

Fábrica de roupa jeans e madeireiras

Leite, produtos agrícolas, pinus e borracha

Bom Sucesso de Itararé

Extração vegetal e mineral

Criação de bovinos; plantação de pinus e eucalipto

Serrarias, mineradoras e frete (transporte de madeira e minérios)

Pinus, eucalipto, calcário, pedra dolomita e talco

Buri Lavoura, pecuária, serrarias

Criação de bovinos; plantação de legumes, vegetais, grãos, eucalipto, pinus e laranja

Prefeitura municipal, serrarias, fazendas e as plantações de laranjas

Madeira, produtos agrícolas

Coronel Macedo Agricultura e comércio

Plantação de grãos, eucalipto; granjas; vacas leiteiras

Fábrica de costura Produtos agrícolas

Itaberá Agropecuária Lojas de vendas de insumos agrícolas; cultivo de soja, trigo e milho

Lojas agropecuárias, agricultura, fábrica de costura e a prefeitura municipal

Produtos agrícolas

Itapeva Serviços, indústria, agricultura, comércio

Plantio de soja, milho, trigo, feijão, laranja, cana-de-açúcar, tomate, batata, hortaliças, pinus e eucalipto. Criação de gado

Comércio, indústrias, serviços, agricultura e a prefeitura

Madeira (Pinus e Eucalipto), produtos agrícolas, minerais (talco, quartzito, calcário, cobre, filito, granito)

Page 46: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

46

para corte e leite. Reflorestamento (extração da resina, carvão, fabricação de móveis e caixotes para a agricultura

Itaporanga Agropecuária Pecuária, cultura de legumes, vegetais e grãos

Prefeitura Pedreira, leite, pepino japonês, pinus, eucalipto, carvão vegetal

Itararé Agricultura, comércio, fábricas de papel e plástico

Feijão, milho, soja, trigo; pecuária de corte e de leite; plantação de pinus e eucalipto; granja de suínos

Comércio e as fábricas de papel e plástico (Cipapel e a Fasapel)

Soja, feijão e cal

Nova Campina Extração mineral e vegetal

Eucalipto, pinus, tomate, criação de bovinos e equinos

As empresas Internacional Paper, Sguario, mineradora, prefeitura e serrarias

Minerais como filito e a madeira

Riversul Pecuária (vacas leiteiras) e lavoura

Soja, feijão, milho, sorgo, trigo

Fazenda do Bergamini e a fábrica de costura

Agropecuária e lavoura

Taquarituba Agroindústria e comércio

Empresas distribuidoras de grãos, como a Capal. Os principais cultivos são o milho e feijão

As fábricas metalúrgicas, de chocolate e de costura

Algodão, eucalipto

Taquarivaí Agricultura, pecuária e serraria

Plantio de soja, milho, trigo e feijão. A Capal é uma grande empresa na cidade que compra grãos das cidades da região e distribui para outras regiões do país e para o mercado externo

Serrarias, empresas agropecuárias, distribuidoras de grãos: Capal, Agromaia, Holambra, Equepalete

Madeira, produtos agrícolas

Fonte: Gislaine Veiga

Como analisa-se no quadro 2, a economia da Microrregião de Itapeva gira em torno da

agricultura, pecuária, exploração vegetal e mineral. A principal fonte empregadora baseia-se

nessas atividades, e também da Prefeitura Municipal.

Nos últimos anos cresceu as atividades de reflorestamento na Microrregião, como cultivo de

Pinus e Eucalipto. Até pouco tempo atrás, havia apenas três serrarias no município de Itapeva

e atualmente são mais de trinta. Mas a matéria-prima normalmente é enviada para o

Page 47: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

47

beneficiamento em outras regiões, gerando pouco lucro para o território em estudo. Uma

questão preocupante tanto nas atividades de reflorestamento quanto na agropecuária é a

tecnificação, resultando na diminuição da mão-de-obra empregada.

Apesar de sua antiga colonização, segundo Favareto (2007), a Microrregião de Itapeva é a

mais pobre do estado de São Paulo, mesmo com a presença de grandes lavouras, florestas e

agroindústrias. Seu desenvolvimento é marcado pela degradação ambiental e pela

concentração de renda.

Em Itapeva, o comércio varejista é expressivo e é uma fonte geradora significativa de

empregos, mas nas demais cidades é inexpressivo, atendendo apenas as necessidades mais

básicas. O comércio atacadista na Microrregião é fraco, como observa-se no quadro 3:

Quadro 3: Comércio Município Comércio

Atacadista

Comércio Varejista Indústria Fábrica

Barão de Antonina Não Sim Não Sim, fábrica de roupa jeans

Bom Sucesso de Itararé

Não Sim Não Não

Buri Não Sim Não Não Coronel Macedo Sim, comércio de

lingerie Sim Não Sim, de jeans

Itaberá Sim, de vestuário e a Itaberá Embalagens (serraria)

Sim Não Sim, de costura

Itapeva Sim, Coca-Cola, sorveterias, madeireiras

Sim Sim, há 2: a Lafarge (Companhia Minas Oeste de Cimento Fábrica de Itapeva) e a Cal Itaú

Sim, de costura

Itaporanga Sim, de bebidas, distribuidoras de grãos, olarias

Sim Não Sim, de costura

Itararé Sim, de embalagens Sim Não Sim, as fábricas de papel e sacolinhas plásticas (Cipapel e Fasapel); madeireiras

Nova Campina Não Sim Sim, a Internacional Papel Orsa(papel e embalagens), Sguario

Sim, de jeans

Page 48: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

48

(beneficiamento de madeira), Silicate (beneficiamento de minerais)

Riversul Não Sim Não Sim, de costura Taquarituba Sim, a empresa

Capal (distribuidora de grãos)

Sim Não Sim, de chocolate (Chocolates Ki-Kakau) e de costura

Taquarivaí Sim, a empresa Capal (distribuidora de grãos)

Sim Não Não

Fonte: Gislaine Veiga

Analisando o quadro 3, verifica-se que apenas o município de Itapeva e Nova Campina

possuem indústrias e também há poucas fábricas na região.

No processo de urbanização, os serviços básicos ofertados pelo poder público são

indispensáveis, é o mínimo que se espera para ter uma qualidade de vida saudável. Como

observa-se no quadro 4, na Microrregião de Itapeva todas os municípios dispõem de tais

serviços, como água tratada e rede de esgoto (exceto Barão de Antonina, na qual a rede de

esgoto ainda está em fase de construção). Porém, esses serviços estão presentes na área

urbana, na rural a situação é outra. Em alguns bairros rurais, fazendas e sítios, na maioria dos

municípios a água não é tratada (provém de minas e poços artesianos) e não há rede de esgoto

(nos quintais das casas são construídas fossas sanitárias). Toda a região conta com energia

elétrica, internet, telefonia fixa e móvel.

Quadro 4: Serviços Básicos Município Água tratada Rede de

Esgoto Telefonia Fixa

Telefonia Móvel

Energia Elétrica

Internet

Barão de Antonina

Sim Não Sim Sim Sim Sim, VIVO

Bom Sucesso de Itararé

Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO

Buri Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO e Speedy

Coronel Macedo

Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO e Speedy

Itaberá Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO Itapeva Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO,

Speedy Itaporanga Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO,

Taquarinet e Itaponet

Page 49: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

49

Itararé Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO e Speedy

Nova Campina

Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO e Speedy

Riversul Sim Sim Sim Sim Sim Sim, Speedy, VIVO, Taquarinet, Visão Net

Taquarituba Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO, Taquarinet

Taquarivaí Sim Sim Sim Sim Sim Sim, VIVO e Speedy

Fonte: Gislaine Veiga

Outro indicador que mede a qualidade de vida de uma população é a Educação. No território

em estudo, todos os municípios contam com escolas municipais (em Itapeva é onde tem a

maior quantidade de unidades escolares, seguido por Itararé e Buri, respectivamente). As

escolas estaduais também estão presentes em toda a Microrregião (sendo em maior número

em Itapeva, Itararé e Itaberá). Conforme o quadro 5, não há escolas particulares em todos os

municípios e nem escolas técnicas. O ensino superior presencial ocorre apenas em Itapeva e

Itararé; em Buri, um polo da UFSCAR está em fase de construção.

Em todos os municípios há transporte cedido pela Prefeitura Municipal para transportar

estudantes do ensino infantil, fundamental e médio, da zona rural para a urbana. Para

estudantes que se deslocam para outras cidades em busca de ensino profissionalizante, em

alguns municípios há uma ajuda de custo cedido pela Prefeitura Municipal e em outros, o

transporte é particular.

Quadro 5: Educação Município Escolas

Municipais Escolas Estaduais

Escolas Particulares

Escolas Técnicas

Ensino Superior

Transporte de estudantes para outros municípios

Barão de Antonina

3 1 0 0 0 Transporte particular

Bom Sucesso de Itararé

1 1 0 0 0 Transporte particular

Buri 16 1 0 0 2: UFSCAR (em construção) e Uniararas (EAD)

Há uma ajuda de custo da Prefeitura

Page 50: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

50

Coronel Macedo

2 1 0 0 0 Transporte particular

Itaberá 11 6 2 1: ETEC 0 Há uma ajuda de custo da Prefeitura

Itapeva 67 12 9: Leme, Objetivo, Anglo, Metodista, SESI, Wizard, London, Kumon, MLS Idiomas

6: ETEC, Ceapi, Net, ANA, SENAI, CENAIC

2 presenciais (FAIT, UNESP) e 2 EAD (Metodista e Unimes)

Transporte particular

Itaporanga 10 1 1: Colégio Objetivo

1: ETEC 0 Transporte particular

Itararé 27 7 3: colégio Adventista, Athenas Colegio, XXV de Abril Colégio

1: ETEC 1: FAFIT Há uma ajuda de custo da Prefeitura

Nova Campina

9 1 0 0 0 Transporte cedido pela Prefeitura

Riversul 4 2 0 1: ETEC 0 Transporte particular

Taquarituba 6 3 3: Anglo, Objetivo e Colégio Dimensão de Taquarituba

1: ETEC 1 (EAD) Há uma ajuda de custo da Prefeitura

Taquarivaí 4 1 0 1: ETEC 0 Transporte particular

Fonte: Gislaine Veiga

Além da saúde, educação, saneamento básico, presença de fábricas, indústrias, comércio

varejista e atacadista, outros requisitos são observados na estrutura física de uma cidade, para

conhecer a sua capacidade de ofertar bens e serviços à população local e avaliar o seu nível de

urbanização.

Conforme o quadro 6, em Itapeva há onze agências bancárias. Em contrapartida, nos

municípios de Riversul e Taquarivaí não há nenhuma. Itapeva também conta com correio,

banca de jornal, emissoras de rádio, lan house e quatro jornais locais, mas nem todas as

cidades da região contam com esses benefícios.

Page 51: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

51

Quadro 6: Serviços Município Agencias

Bancárias Lan House Correio Banca de

Jornal Jornal Escrito

Emissora de Rádio

Barão de Antonina

1: Bradesco Não Sim Não Não Não

Bom Sucesso de Itararé

2: Bradesco e Banco do Brasil

Sim Sim Não Não Não

Buri 4: Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Nossa Caixa

Sim Sim Sim Sim, Buri AZU, News Buri e Buri Tem

Sim

Coronel Macedo

2: Bradesco e Santander

Não Sim Não Não Sim, a Rainha da Paz

Itaberá 5: Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Sicoob Financiadora

Sim Sim Sim Não Não

Itapeva 11: Bradesco, Itaú, Banco Do Brasil (2 unidades), Caixa (correspondente), Caixa Econômica Federal, Sicred, Sicoob Financiadora, Hsbc, Unibanco e Santander

Sim Sim Sim Sim, há 4: Jornal a Gazeta Notícias, Jornal da Terra, Jornal Itanews, Jornal Informa

Sim, Rádio Sertaneja FM e Rádio FM Cristal

Itaporanga 5: Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Sicoob

Sim Sim Sim Sim, Jornal o Imparcial

Sim, a Rhema FM

Itararé 7: Banco do Brasil, Santander, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Sicred

Sim Sim Sim Sim, o Itararé News

Sim, há 2

Nova Campina

1: Bradesco Sim Sim Não Sim, Jornal Tribuna de Nova Campina

Sim, Real fm 87.9 MHz

Riversul Não Não Sim Não Não Não Taquarituba 7: Banco do

Brasil (2), Santander, Bradesco, Caixa

Sim Sim Sim Não Sim, a Pontual FM e a Regional AM

Page 52: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

52

Econômica Federal, Sicred, Sicoob

Taquarivaí Não Sim Sim Não Não Não Fonte: Gislaine Veiga

3.3. CIDADES DA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP: PARTICULARIDADES ECONÔMICOESPACIAIS A Microrregião de Itapeva não é desenvolvida, possui poucas opções de serviços e

infraestruturas deficitárias. Segundo Favareto (2007), o Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH) da região está abaixo da média do estado de São Paulo. Porém, a taxa de todos os

municípios teve um aumento nos últimos anos, como mostra a tabela 2.

Itapeva é o município de melhor situação socioeconômica, onde existe uma variedade de

serviços e oferta de produtos, atraindo para si um contingente populacional diariamente. Já o

menor IDH pertence a Nova Campina.

Tabela 2: IDH dos Municípios da Microrregião de Itapeva Município IDH em 1991 IDH em 2000 IDH em 2010

Barão de Antonina 0,464 0,593 0,711 Bom Sucesso de Itararé 0,305 0,539 0,660 Buri 0,379 0,542 0,667 Coronel Macedo 0,401 0,561 0,690 Itaberá 0,436 0,571 0,693 Itapeva 0,458 0,619 0,732 Itaporanga 0,435 0,593 0,719 Itararé 0,449 0,588 0,703 Nova Campina 0,234 0,525 0,651 Riversul 0,405 0,555 0,664 Taquarituba 0,420 0,591 0,701 Taquarivaí 0,351 0,498 0,679 Fonte: http://www.atlasbrasil.org.br

Em 2010, os municípios que apresentaram as maiores taxas de urbanização no território em

estudo foram Itararé, Taquarituba e Itapeva, respectivamente. Já os municípios que possuem

as menores taxas de urbanização são Taquarivaí, Barão de Antonina e Nova Campina, como

verifica-se na tabela 3. Ao se comparar as taxas de urbanização dos municípios entre os anos

Page 53: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

53

de 1991 e 2010, nota-se que todos eles tornaram-se mais urbanizados. O município que mais

se urbanizou nesse período foi Nova Campina, que passou de 28,45% em 1991 para 67,67%

em 2010.

Tabela 3: Grau de Urbanização dos Municípios da Microrregião de Itapeva Municípios Taxa de urbanização em

1991 Taxa de urbanização em 2000

Taxa de urbanização em 2010

Barão de Antonina 58,72% 58,98% 61,39% Bom Sucesso de Itararé 40,66% 60,48% 68,05% Buri 62,00% 77,46% 80,76% Coronel Macedo 61,25% 71,77% 77,28% Itaberá 51,86% 58,70% 67,98% Itapeva 76,02% 73,56% 84,28% Itaporanga 59,83% 69,19% 75,83% Itararé 86,33% 91,95% 92,36% Nova Campina 28,45% 53,16% 67,67% Riversul 53,81% 70,11% 72,89% Taquarituba 73,42% 83,38% 87,83% Taquarivaí 27,04% 51,02% 54,57% Fonte: http://www.atlasbrasil.org.br/ A esperança de vida ao nascer também vem aumentando nos últimos anos, como mostra a

tabela 4. Em 1991, a esperança de vida dos itapevenses era de 64,5 anos e em 2010 passou a

ser de 73,2 anos. A maior esperança de vida pertence a Itaporanga e a menor a Bom Sucesso

de Itararé.

Tabela 4: Esperança de Vida ao Nascer Município Esperança de vida ao

nascer em 1991 Esperança de vida ao nascer em 2000

Esperança de vida ao nascer em 2010

Barão de Antonina 65,0 70,5 74,2 Bom Sucesso de Itararé 63,9 69,0 71,5 Buri 63,5 67,4 72,9 Coronel Macedo 65,1 67,5 73,6 Itaberá 66,7 72,2 73,2 Itapeva 64,5 70,1 73,2 Itaporanga 66,3 70,5 75,1 Itararé 64,1 68,1 73,2 Nova Campina 63,4 67,4 72,9 Riversul 64,5 70,2 72,9 Taquarituba 63,5 69,5 73,7 Taquarivaí 63,9 69,7 73,6 Fonte: http://www.atlasbrasil.org.br

Page 54: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

54

Quanto ao PIB per capita, os maiores pertencem a Nova Campina, Buri e Coronel Macedo e

os menores pertencem a Riversul, Itaporanga e Bom Sucesso de Itararé, como mostra a tabela

5.

Tabela 5: PIB per capita Município PIB per capita

Barão de Antonina 14.787,16 Bom Sucesso de Itararé 12.831,90 Buri 19.213,86 Coronel Macedo 17.881,73 Itaberá 17.395,06 Itapeva 15.098,39 Itaporanga 11.392,92 Itararé 13.841,83 Nova Campina 19.895,80 Riversul 9.486,89 Taquarituba 15.924,93 Taquarivaí 17.422,85 Fonte: http://produtos.seade.gov.br/produtos/perfil/perfilMunEstado.php

Conforme a tabela 6, os maiores PIBs em milhões de reais correntes no ano de 2011 foram o

de Itapeva, Itararé e Buri e os menores foram de Bom Sucesso de Itararé, Barão de Antonina e

Riversul.

Tabela 6: PIB Município PIB (em milhões de reais correntes em 2011)

Barão de Antonina 46,43 Bom Sucesso de Itararé 46,13 Buri 358,42 Coronel Macedo 89,12 Itaberá 310,14 Itapeva 1.329,88 Itaporanga 165,86 Itararé 664,57 Nova Campina 171,36 Riversul 58,01 Taquarituba 356,51 Taquarivaí 90,65 Fonte: http://produtos.seade.gov.br

Page 55: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

55

Na Microrregião de Itapeva, o setor que mais movimenta a economia é a prestação de

serviços, seguido pela indústria e a agropecuária, respectivamente. O maior PIB pertence a

Itapeva e o menor a Bom Sucesso de Itararé, como mostra a tabela 7, de acordo com o Censo

feito pelo IBGE em 2010.

Tabela 7: Produto Interno Bruto: Valor Adicionado (Censo 2010) Município Agropecuária Indústria Serviços

Barão de Antonina 5.952 12.272 25.300 Bom Sucesso de Itararé 7.065 9.689 25.316 Buri 123.556 27.066 187.818 Coronel Macedo 24.616 6.560 52.316 Itaberá 56.385 27.715 199.893 Itapeva 112.757 176.178 920.124 Itaporanga 19.207 15.886 120.535 Itararé 74.574 94.577 439.696 Nova Campina 36.506 51.143 69.245 Riversul 7.855 8.488 38.762 Taquarituba 37.200 39.140 249.330 Taquarivaí 16.022 7.836 58.664 Fonte: http://www.cidades.ibge.gov.br A pobreza está sendo reduzida na Microrregião de Itapeva, em todos os municípios, como

mostra a tabela 8. No ano de 2010, o município que possuía a maior porcentagem de

habitantes extremamente pobres era Riversul e a menor era Taquarivaí. No mesmo ano, o

município que possuía a maior porcentagem de habitantes pobres era Nova Campina e a

menor porcentagem pertencia a Taquarituba.

Tabela 8: Intensidade de Pobreza Município % de

extremamente pobres em 1991

% de pobres em 1991

% de extremamente pobres em 2000

% de pobres em 2000

% de extremamente pobres em 2010

% de pobres em 2010

Barão de Antonina

29,15 60,32 5,71 25,69 2,53 11,05

Bom Sucesso de Itararé

22,30 66,58 21,24 44,59 6,02 21,85

Buri 15,17 42,11 7,48 29,22 4,69 18,74 Coronel 14,82 43,51 10,78 33,53 4,13 13,91

Page 56: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

56

Macedo Itaberá 20,22 46,44 18,61 43,00 7,14 19,98 Itapeva 15,28 36,89 10,20 27,84 2,50 12,00 Itaporanga 22,74 48,99 16,67 36,25 3,42 14,74 Itararé 14,24 40,18 11,16 32,51 4,57 16,15 Nova Campina

37,71 64,88 16,06 45,42 7,39 28,12

Riversul 31,79 63,12 19,38 42,74 8,74 25,07 Taquarituba 9,80 36,63 5,88 22,92 2,48 7,73 Taquarivaí 20,33 57,68 16,68 42,85 1,77 17,91 Fonte: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/taquarivai_sp 3.4. MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA DE ITAPEVA – SP: UMA ANÁLISE DOS FLUXOS Na Microrregião de Itapeva, as cidades constantemente se comunicam num fluxo intenso de

mercadorias, informações e de pessoas, como foi constatado na entrevista semiestrutura

realizada com moradores de cada município da microrregião, ou seja, todos os dias desloca-se

um intenso fluxo de pessoas dos municípios vizinhos para Itapeva, pois é onde a população

encontra uma variedade de bens e serviços.

Como mostra a tabela 9, a distância entre Itapeva e os demais municípios da Microrregião é

razoavelmente pequena. Taquarivaí e Nova Campina são os municípios mais próximos de

Itapeva e Barão de Antonina e Riversul os mais distantes.

Tabela 9: Distância entre Itapeva e os Demais Municípios da Microrregião Municípios Distância em Km

Barão de Antonina 105,3 km via Rod. Pedro Rodrigues Garcia Bom Sucesso de Itararé 69,1 km via Rod. Francisco Alves Negrão Buri 48,9 km via Rod. Francisco Alves Negrão Coronel Macedo 70,8 km via Rod. Pedro Rodrigues Garcia Itaberá 36,4 km via Rod. Pedro Rodrigues Garcia Itaporanga 90,8 km via Rod. Pedro Rodrigues Garcia Itararé 57,7 km via Rod. Francisco Alves Negrão Nova Campina 21,0 km via Estr. Mun. Itapeva-Grupo Orsa Riversul 100,1 km via Rod. Francisco Alves Negrão e Rodovia

Aparicio Bíglia Filho Taquarituba 81,5 km via Rod. Pedro Rodrigues Garcia Taquarivaí 22,0 km via Rod. Francisco Alves Negrão Fonte: http://www.entrecidadesdistancia.com.br/

Page 57: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

57

Nas figuras 23 e 24 observam-se as principais rodovias que ligam Itapeva a algumas das

principais cidades do estado de São Paulo.

FIGURA 23 e 24: Rodovias

Fonte: hotelcentralpark Fonte: hotelmarinhoitapeva

Em Itapeva existe uma diversidade de serviços para o tratamento da saúde, como verifica-se

no quadro 7. Há na cidade um hospital público regional (Santa Casa de Misericórdia) e um

particular (a UNIMED, em fase final de construção), centros de saúde, diversas clínicas

particulares e laboratoriais, etc. Nos demais municípios da microrregião há poucos recursos.

Page 58: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

58

Quadro 7: Saúde Município Hospital Posto de Saúde Centro de

Saúde Ambulâncias Casos que não

podem ser tratados no próprio município são levados para

Barão de Antonina

0 0 1 6 Itapeva, Itaporanga, Botucatu, Rubião Junior

Bom Sucesso de Itararé

0 1 0 3 Itapeva

Buri 0 1 1 12 Itapeva, Sorocaba e São Paulo

Coronel Macedo

0 1 0 6 Botucatu (UNESP), Itaporanga e Avaré

Itaberá 1 4 1 4 Itapeva Itapeva 2 25 2 40 Sorocaba, São

Paulo, Botucatu e Jaú

Itaporanga 1 1 1 4 Itapeva Itararé 1 12 0 7 Itapeva,

Sorocaba, São Paulo e Paraná

Nova Campina 0 1 0 4 Itapeva Riversul 1 0 0 6 Itapeva Taquarituba 1 5 1 11 Botucatu Taquarivaí 0 3 0 6 Itapeva Fonte: Gislaine Veiga Além da saúde, outros setores também atraem para Itapeva habitantes dos municípios

vizinhos, como a educação, comércio, empregabilidade, turismo, lazer, eventos etc., como

pode ser analisado nos quadros 8 e 9.

Page 59: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

59

Quadro 8: Relações dos Municípios com Itapeva Município Barão de Antonina Emprego, saúde e educação Bom Sucesso de Itararé Saúde, educação, comércio, compras no varejo Buri Comércio, tratamento da saúde e educação Coronel Macedo Tratamento da saúde, educação (ensino superior), compras no varejo. Mas

Coronel Macedo é mais dependente de Avaré e de Taquarituba Itaberá Comércio, serviços sociais, tratamento da saúde, negócios agropecuários e

turismo. Itaporanga Comércio, serviços sociais, tratamento da saúde e negócios agropecuários Itararé Tratamento da saúde e comércio Nova Campina Há o deslocamento de pessoas de Nova Campina à Itapeva (e vice-versa) à

trabalho nas fabricas e no comércio, na educação e outras áreas. Muitas pessoas também dirigem-se à Itapeva movidas pelas compras no varejo, pois em Nova Campina além de ter pouca opção, os produtos custam caro. Outro motivo é na busca pelos serviços prestados pelos bancos de Itapeva, pois em Nova Campina só existe uma agencia bancária (Bradesco)

Riversul Tratamentos médicos e em busca de formação profissional (ensino superior) Taquarituba Tratamento da saúde, educação e turismo Taquarivaí Compras no varejo (calçados, roupas, eletrodomésticos, revistas, materiais

escolares, carros, alimentos, etc.), saúde, educação, salão de beleza, lazer, turismo

Fonte: Gislaine Veiga Quadro 9: Atrações Município Eventos Turismo

Barão de Antonina Aniversário da cidade e festas da

Igreja Católica Represa, cachoeiras, aldeia indígena, pesqueiros e trilhas

Bom Sucesso de Itararé Festa do Peão e festa junina Pedra da Galinha e do Camelo (paredões rochosos) e a Cachoeira dos Moleques

Buri Festa do Peão, Baile do Havaí, Noites Italianas, desfiles das escolas, festas da Igreja Católica, Festa da Mandioca, cavalgada

Pesqueiro Tubarão

Coronel Macedo Festa do Peão e baile da escolha da Rainha, desfile da Escola Família, cavalgada

A cachoeira do São Bernardo e a Praça Matriz

Itaberá Festa do Peão (aniversário da cidade) e cavalgada

Não há pontos turísticos

Itapeva Festa do Peão, desfile de aniversário da cidade, Feira de Malhas, feira de exposição de maquinários agrícolas, festas da Igreja Católica, Festa do Milho, cavalgada

Catedral Sant’Ana, Fazenda Pilão d’Água, Cânion Pirituba e Cânion Itanguá (com inscrições de arte rupestre), cachoeiras

Itaporanga Festa do Peão, Baile do Havaí e Baile da Rainha de Havaí

Mosteiro e Abadia de Nossa Senhora de Santa Cruz (um dos

Page 60: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

60

maiores da América) e a represa Chavantes

Itararé Festa do Milho, Festa de São Pedro, Festa da Mandioca, FAPI (Feira Agropecuária e Industrial), Festa do Peão, Festival de Corais, Desfile Cívico, Cantata de Natal, cavalgada

Ecoturismo: rios, cachoeiras, grutas, poços naturais, minas cristalinas, trilhas, cânions

Nova Campina Festas da Igreja Católica, cavalgadas, rodeio, desfile em comemoração ao aniversário da cidade

Cachoeiras, grutas, cânions, trilhas, fósseis

Riversul Rodeio, festas de escolas, feira da lua, festas de igreja Católica

Visita ao Cristo Redentor

Taquarituba Festa do Peão, baladas, casas de show, desfile, teatro

Parque Nicanor Camargo, Parque Lourenço Custódio, lagos

Taquarivaí Festas temáticas, bailes, cavalgada Não há pontos turísticos Fonte: Gislaine Veiga Uma atividade que vem sendo desenvolvida em Itapeva nos últimos anos é o Ecoturismo, pois

os recursos naturais favorecem essa prática. São relevantes os Cânions Pirituba e Itanguá,

cachoeiras, cavernas e trilhas em meio à Mata Atlântica, como mostra o quadro 9.

Page 61: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

61

CONSIDERAÇÕES FINAIS Recuperar a história é necessário para a compreensão sobre o urbano. No decorrer do tempo,

os fatores econômicos, sociais, políticos e culturais constroem, transformam e reconstroem a

cidade. Conhecer a história do lugar é importante para o entendimento do presente, da forma

atual da cidade e do contexto em que está inserida, pois reconhecendo suas origens e a

dinâmica do espaço, o indivíduo se reconhece como cidadão e pode interferir na construção

do espaço.

Itapeva surgiu no início do século XVIII como um bairro rural. A economia era baseada na

agricultura de subsistência e criação de animais. O desenvolvimento da cidade foi se dando

lentamente e era um núcleo urbano isolado dos demais. Todo o transporte de mercadorias,

pessoas e informações era feito por meios rudimentares, no lombo de burros e pelos tropeiros.

Com o desenvolvimento da rede técnica, como a chegada da estrada férrea em 1909, a cidade

passou a se desenvolver rapidamente, pois com a facilidade nos transportes e nos meios de

comunicação, possibilitou-se a interação do lugar com os demais núcleos urbanos num menor

espaço de tempo.

No decorrer da história, o desenvolvimento tecnológico permitiu que diversas atividades

econômicas fossem desenvolvidas em Itapeva, como a pecuária, agricultura, prestação de

serviços, comércio e instalação de indústrias, atraindo para si um fluxo de pessoas cada vez

maior. Assim, o valor do lugar foi mudando e passou a exercer funções que os demais

municípios da região não exerciam, ganhando uma exclusividade. No conjunto das

localidades, criou-se um desiquilíbrio quantitativo e qualitativo, levando a uma hierarquia.

Desde o século XIX que Itapeva constitui-se como cidade polo regional, devido a sua

capacidade de ofertar bens e serviços aos demais municípios circunvizinhos, como

qualificação profissional, serviços bancários, lazer, cultura, atrações turísticas, etc.

A Microrregião de Itapeva, localizada na região Sudoeste Paulista, é a mais pobre do estado e

o processo de urbanização foi acompanhado pela degradação ambiental, concentração de

renda, infraestrutura deficitária e Índice de Desenvolvimento Humano abaixo da média

estadual. Com exceção de Itapeva, os demais municípios da região em estudo encontram-se

Page 62: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

62

estagnados e com desenvolvimento econômico enfraquecido, baseado nas atividades de

subsistência.

Page 63: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTELLS, Manuel. Parte 1. Capítulo 1: O fenômeno urbano: delimitações conceituais e

realidades históricas. In _______ . A questão urbana. São Paulo: Paz e Terra, 2000 (© 1972).

p. 39-52.

CORRÊA, Roberto Lobato. Estudo Sobre a Rede Urbana. Rio de Janeiro: Editora Bertrand

Brasil, 2006.

CORRÊA, Roberto Lobato. Capítulo 1: Repensando a teoria das localidades centrais. In

_______ . Trajetórias geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. 302 p. p. 15-40.

CORRÊA, Roberto Lobato. Capítulo 2: O que é o espaço urbano?In: _______. O espaço

urbano. São Paulo: Ática, 1993. 94p. 7-10.

COSTA, Sebastião Pereira. Eleições em Pedra Chata: Política, Humor, Marketing, Safadeza.

São Paulo: Editora Pannartz LTDA, 1989. p 17.

GRETS, Roberto Herbert. Pelos Trilhos à Faxina 1909. Itapeva: FS Editora, 2008.

GRETS, Roberto Herbert. A Faxina da Minha Juventude. Itapeva: Editoração: Gustavo

Barbosa, 2001.

OLIVEIRA, Leonor Ribeiro. Itapeva Para Crianças. 3ª edição. Itapeva: FS Editora, 2005.

Page 64: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

64

RODRIGUES, Maria Olinda; PASTRO, Cláudio. Catedral de Sant’Ana Itapeva: Painel de

Cláudio Pastro Conta Nossa História. São Paulo: Grupo Editorial Scortecci, 2011.

SANTOS, Milton. Da Totalidade ao Lugar. 1ª ed.,2. Reimpr. São Paulo: Editora da

Universidade de São Paulo, 2012.

SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo. São Paulo: Editora Hucitec, 1994.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Capítulo 3: Da cidade individual à rede urbana. In _______.

ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 49-61.

ARAÚJO, Silvio Alberto Camargo. Arqueologia de Itapeva, SP: Contribuição a Formação de

Políticas Para Gestão Patrimonial. São Paulo, 2006. Dissertação (Mestrado em Arqueologia).

Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo. Programa de Pós-Graduação

em Arqueologia.

Disponível em:<http://www.ihggi.org.br/conteudo/acervo/mostra_teses.php?idTese=3>

Acesso em: 28/06/2014.

BRAGA, Roberto; CARVALHO, Pompeu Figueiredo de. Cidade: espaço da cidadania.

Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/publicacoes/TextosPD

F/rbraga11.pdf> Acesso em: 25/04/2010. Texto publicado originalmente em: GIOMETTI,

Analúcia B. R. e BRAGA, Roberto (Orgs.). Pedagogia Cidadã: Cadernos de Formação:

Ensino de Geografia. São Paulo: UNESP -PROPP, 2004 (páginas 105 a 120).

Catedral Sant’Ana e Praça Anchieta em 2014. Figura 11. Disponível em:< .

Fonte: http://itapeva-sp.blogspot.com.br>.Acesso em: 10/11/2014.

Page 65: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

65

CUNHA, Maria Soares da; SILVA, Maria Geane Bezerra da. O impulso à análise espacial a

partir do trabalho de Fred Schaefer “excepcionalismo em geografia: um estudo metodológico”

(1953): questões contextuais e teórico-metodológicas. Revista de Geografia, Recife, v. 24,

n.1, p. 60-76, 2007. Disponível em:

<http://www.ufpe.br/revistageografia/index.php/revista/article/view File/98/54>. Acesso em:

08/05/2010.

Dados da tabela 1: Evolução Demográfica.Disponível em: <

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/taquarivai_sp>. Acesso em: 12/11/2014.

Dados da tabela 2: IDH dos Municípios da Microrregião de Itapeva. Disponível em: <

http://www.atlasbrasil.org.br>. Acesso em: 12/11/2014.

Dados da tabela 3: Grau de Urbanização dos Municípios da Microrregião de Itapeva.

Disponível em: < http://www.atlasbrasil.org.br/>. Acesso em: 12/11/2014.

Dados da tabela 4: Esperança de Vida ao Nascer. Disponível em: <

http://www.atlasbrasil.org.br>. Acesso em: 12/11/2014.

Dados da tabela 5: PIB per capita. Disponível em: <

http://produtos.seade.gov.br/produtos/perfil/perfilMunEstado.php>. Acesso em: 13/11/2014.

Dados da tabela 6: PIB. Disponível em:< http://produtos.seade.gov.br>. Acesso em:

13/11/2014.

Dados da tabela 7: Produto Interno Bruto: valor adicionado (censo 2010). Disponível em:

<http://www.cidades.ibge.gov.br>. Acesso em: 12/11/2014.

Page 66: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

66

Dados da tabela 8: Intensidade de Pobreza. Disponível em: <

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/taquarivai_sp>. Acesso em: 10/11/2014.

Dados da tabela 9: Distância entre Itapeva e os Demais Municípios da Microrregião.

Disponível em:< http://www.entrecidadesdistancia.com.br/>.Acesso em: 14/11/2014.

FAVARETO, Ariane. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – Sudoeste

Paulista (SP). Ministério do Desenvolvimento Agrário – Secretaria de Desenvolvimento

Territorial – SDT. Itapeva, nov. 2007. Disponível

em:<http://sit.mda.gov.br/download/ptdrs/ptdrs_territorio089.pdf>. Acesso em 11/11/2014.

Imagens aéreas de Itapeva. Figuras 1 e 2. Disponível em:< www.itaponews.com.br e

www.itapeva.sp.gov.br>. Acesso em: 10/11/2014.

Imagens de Itapeva: Disponível em:< http://www.ihggi.org.br/>.Acesso em: 10/11/2014.

Lixão a céu aberto, Vila Santa Maria. Figura 21. Disponível em:

http://jornalitanews.com.br/?p=6701. Acesso em: 10/11/2014.

Mapa da Região Sudoeste: Disponível em:

<http://www2.aptaregional.sp.gov.br/polos_gera.php?id_polo=6&mostra=8>. Acesso em:

14/11/2014.

MARQUES, Silvia Corrêa; MANZATO, Fabiana. FAZENDA PILÃO D’ÀGUA DA VELHA

FAXINA: PROPOSTA DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO. Artigo

publicado nos Anais do V Simpósio de Ciências Aplicadas da FAIT, outubro, 2008, Itapeva,

Page 67: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

67

SP. Disponível em:<http://www.ihggi.org.br/conteudo/acervo/mostra_teses.php?idTese=4>

Acesso em: 28/06/2014.

Microrregião de Itapeva. Figura 22.Disponível em:

<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9e/SaoPaulo_Micro_Itapeva.svg>.

Acesso em: 10/11/2014.

Oliveira, Agda da Luz et al. Discussão teórica sobre o conceito de rede urbana. +Geografia´s,

Feira de Santana, n. 1, p. 25 – 29, maio / nov. 2008. Disponível em:

<http://www2.uefs.br/+geografias/ARTIGO4_07.pdf>. Acesso em: 30/04/2010.

Praça Anchieta. Disponível em: <http://itapeva-sp.blogspot.com.br/p/praca-

anchieta.html>.Acesso em: 10/11/2014.

Rodovias. Figura 23. Disponível em:<

http://www.hotelcentralpark.com.br/page3.php>.Acesso em: 10/11/2014.

Rodovias. Figura 24. Disponível em:<

http://www.hotelmarinhoitapeva.com.br/pag.php?pag=localizacaoeacesso>.Acesso em:

11/11/2014.

SANTOS, Fátima Aparecida da Silva Faria Galvão dos. ATLAS MUNICIPAL DE ITAPEVA

ESTADO DE SÃO PAULO. São Paulo, 2007. Disponível

em:<http://www.ihggi.org.br/conteudo/acervo/mostra_teses.php?idTese=7>Acesso em:

28/06/2014.

Page 68: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

68

SPOSITO, Maria Encarnação B. Capítulo 1: A urbanização pré-capitalista. In:

_______.Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1989. p. 11-29. (Coleção

Repensando a Geografia).Disponível em: <http://ebooksgratis.com.br/livros-ebooks-

gratis/tecnicos-e-cientificos/geografia-capitalismo-e-urbanizacao-maria-encarnacao-b-

sposito/> Acesso em: 03/05/2010

SPOSITO, Maria Encarnação B. Capítulo 2: A urbanização sob o capitalismo. In: _______.

Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1989. p. 30-41. (Coleção Repensando a

Geografia). Disponível em: <http://ebooksgratis.com.br/livros-ebooks-gratis/tecnicos-e

cientificos/geografia-capitalismo-e-urbanizacao-maria-encarnacao-b-sposito/> Acesso em:

03/05/2010

SPOSITO, Maria Encarnação B. Capítulo 3: Industrialização e urbanização. In: _______.

Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1989. p. 42-60. (Coleção Repensando a

Geografia). Disponível em: <http://ebooksgratis.com.br/livros-ebooks-gratis/tecnicos-e-

cientificos/geografia-capitalismo-e-urbanizacao-maria-encarnacao-b-sposito/> Acesso em:

03/05/2010.

UN Habitat. Estado das cidades no mundo 2010/2011: unindo o urbano dividido. Resumo e

principais constatações. Versão em português: Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais –

Ipea. Editoração e publicação. p. 1-28. Disponível em:

<http://agencia.ipea.gov.br/images/stories/PDFs/100408_cidadesdomundo_portugues.pdf>.

Acesso em: 03/05/2010.

Page 69: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

69

APÊNDICE – ROTEIRO DE ENTREVISTAS Local: ____________________________________________________________________ Entrevistado: ______________________________________________________________ Município: ___________________________. Censo Demográfico (2010): _____________ Área da Unidade Territorial (km²):____________________Gentílico: _________________ ASPECTOS ECONÔMICOS • Principal atividade econômica:____________________________________________ • Principal fonte de recursos: _______________________________________________ • Principal fonte empregadora: _____________________________________________ • Comércio Atacadista: Sim( ) Não( ). Quantos?__________________________ • Comércio Varejista: Sim ( ) Não ( ). Quantos? __________________________ • Agência Bancária: Sim ( ) Não ( ). Quantas? ____Quais?__________________ ___________________________________________________________________________ • Indústria: Sim ( ) Não ( ). Quantas? Quais?_____________________________ ________________________________________________________________________ • Qual (is) atividade agropecuária? __________________________________________ _________________________________________________________________________ ASPECTOS SOCIAIS, CULTURA E LAZER • Eventos: Sim ( ) Não ( ). Quais? ___________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ • Turismo: Sim ( ) Não ( ). Quais? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ • Lazer: Sim ( ) Não ( ). Quais? ___________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 70: O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE …bdm.unb.br/bitstream/10483/10501/1/2014_GislaineSilvaVeiga.pdf · DA VILA DE ITAPEVA DA FAXINA ... ROTEIRO DE ENTREVISTAS ... Recuperar

70

EDUCAÇÃO • Escolas Municipais: Sim ( ) Não ( ). Níveis de Ensino: Infantil ( ) Fundamental ( ) Médio ( ). Quantas? _____________ • Escolas Estaduais: Sim ( ) Não ( ). Níveis de Ensino: Infantil ( ) Fundamental ( ) Médio. Quantas? _________________ • Ensino Superior: Sim ( ) Não ( ). Público ( ) Particular ( ). Caso tiver, quais cursos? _______________________________________________________ Tem ônibus de estudantes? Sim ( ) Não ( ). Para onde? ___________________________________________________________________________ SAÚDE • Hospital: Sim ( ) Não ( ). Quantos?___________________________________ • Centro de Saúde: Sim ( ) Não ( ). Quantos? ____________________________ • Posto de Saúde: Sim ( ) Não ( ). Quantos? _____________________________ • Ambulância: Sim ( ) Não ( ). Quantas?________________________________ Para onde são levados casos que não podem atender no próprio município?_______________ ___________________________________________________________________________ OUTROS • Água Tratada: Sim ( ) Não ( ). • Rede de Esgoto: Sim ( ) Não ( ). • Telefonia: FIXA Sim ( ) Não ( ). MÓVEL Sim ( ) Não ( ). • Internet: Sim ( ) Não ( ). Qual provedor? ______________________________ • Lan House: Sim ( ) Não ( ). • Correio: Sim ( ) Não ( ). • Banca de Jornal/Livraria: Sim ( ) Não ( ). • Jornal Escrito: Sim ( ) Não ( ). • Emissora de Rádio: Sim ( ) Não ( ). Qual?______________________________ • Quais relações Itapeva têm com sua cidade? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________