o príncipe dos porquês - amostra grátis das primeiras páginas do livro
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Letícia Dal-Ri
Em uma galáxia muito, muito, muito, muito,
muito, muito distante daqui - quer dizer, na
verdade não tão distante assim - existe um
pequeno mundo, que já foi muito maior.
Este mundo é movido pela curiosidade das
crianças e pela vontade que elas têm de
entender tudo e mais um pouco. Porque
curiosidade gera transformação!
Este lugar é conhecido como
o Mundo dos Porquês!
O Mundo dos Porquês é um planetinha
muito colorido, cheio de acentos,
interrogações, exclamações e letras por
todos os lados. E também tem personagens
muito diferentes como a Rainha da
Curiosidade, a Perguntícia, a Respostalita,
o Junto, o Separado e o Exceção...
Viaje conosco pelas próximas páginas
e venha conhecer com o Lucas
o Mundo dos Porquês!
O Mundo dos Porquês é um pequeno planeta habitado por seres
mágicos inspirados na Língua Portuguesa. Mas este lugar repleto de
curiosidade, gramática divertida e boa ortografia está desaparecendo
aos poucos sempre que um adulto responde “porque não” para uma
criança na Terra. Para salvar o Mundo dos Porquês, a Rainha da
Curiosidade precisa encontrar uma criança corajosa capaz de ajudar
este pequeno planeta. É a partir daí que a aventura de Lucas,
um menino de 10 anos, que nunca saiu da fase dos porquês, começa.
Viaje conosco por esta história repleta de magia e aprendizado
e conheça personagens incríveis como Perguntícia,
Respostalita, Junto, Separado e Exceção.
Será que Lucas conseguirá salvar o Mundo dos Porquês?
Por que não?
Letícia Dal-Ri nasceu em São Paulo em 1980.
Bacharel em Publicidade pela PUC-Rio,
é escritora e produtora cultural, sócia da
da Gaveta Produções, no Rio de Janeiro.
Em 2013 lançou seu romance de estreia
Uma janela para nove irmãos.
O príncipe dos porquês
é seu primeiro livro infantil.
/oprincipedosporques
/umajanelaparanoveirmaos
Letícia Dal-R
iRealização
AMOSTRA GRÁTIS DAS PRIMEIRAS PÁGINAS DO LIVRO
Letícia Dal-Ri
Em uma galáxia muito, muito, muito, muito,
muito, muito distante daqui - quer dizer, na
verdade não tão distante assim - existe um
pequeno mundo, que já foi muito maior.
Este mundo é movido pela curiosidade das
crianças e pela vontade que elas têm de
entender tudo e mais um pouco. Porque
curiosidade gera transformação!
Este lugar é conhecido como
o Mundo dos Porquês!
O Mundo dos Porquês é um planetinha
muito colorido, cheio de acentos,
interrogações, exclamações e letras por
todos os lados. E também tem personagens
muito diferentes como a Rainha da
Curiosidade, a Perguntícia, a Respostalita,
o Junto, o Separado e o Exceção...
Viaje conosco pelas próximas páginas
e venha conhecer com o Lucas
o Mundo dos Porquês!
O Mundo dos Porquês é um pequeno planeta habitado por seres
mágicos inspirados na Língua Portuguesa. Mas este lugar repleto de
curiosidade, gramática divertida e boa ortografia está desaparecendo
aos poucos sempre que um adulto responde “porque não” para uma
criança na Terra. Para salvar o Mundo dos Porquês, a Rainha da
Curiosidade precisa encontrar uma criança corajosa capaz de ajudar
este pequeno planeta. É a partir daí que a aventura de Lucas,
um menino de 10 anos, que nunca saiu da fase dos porquês, começa.
Viaje conosco por esta história repleta de magia e aprendizado
e conheça personagens incríveis como Perguntícia,
Respostalita, Junto, Separado e Exceção.
Será que Lucas conseguirá salvar o Mundo dos Porquês?
Por que não?
Letícia Dal-Ri nasceu em São Paulo em 1980.
Bacharel em Publicidade pela PUC-Rio,
é escritora e produtora cultural, sócia da
da Gaveta Produções, no Rio de Janeiro.
Em 2013 lançou seu romance de estreia
Uma janela para nove irmãos.
O príncipe dos porquês
é seu primeiro livro infantil.
/oprincipedosporques
/umajanelaparanoveirmaos
Letícia Dal-R
i
Realização
Letícia Dal-Ri
Realização
Copiright 2013 by Letícia Dal-Ri Tórgo
CAPA Gabriele Fascino e Renata Santos
ILUSTRAÇÕES Gabriele Fascino
DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO Renata Santos
FOTO DA AUTORA Alline Ourique
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
2013
CIP – CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
D151pDal Ri, Letícia, 1980- O príncipe dos porquês / Letícia Dal Ri ; ilustrações Gabriele Fascino - 1. ed. – Rio de Janeiro: Da Gaveta, 2013. 72 p. : il. ; 20 cm ISBN 978-85-916631-0-1 1. Língua portuguesa - Literatura infantojuvenil. 2. Literatura infantojuvenil brasileira. I. Fascino, Gabriele. II. Título. 0013/2013 CDD: 028.5
CDU: 087.5
Todos os direitos desta edição reservados àDA GAVETA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS LTDA
Rio de Janeiro - RJTel.: 21 3205-7227
www.facebook.com/dagavetaproducoes
Para meu príncipe… por todas as palavras de carinho e pela realização de nossos sonhos.
Por que precisamos dormir todas as noites?
Quando eu era bem pequeno, perto dos três ou quatro anos
de idade, vivia perguntando o porquê das coisas para minha mãe
e meu pai. Naquela época tudo o que eu queria era saber mais sobre
o mundo: por que o céu é azul, por que eu tenho que tomar banho
todos os dias, por que feijão me deixa mais forte que batata frita?
Só que, em vez de responderem a minhas perguntas, meus pais só
diziam que aquilo era normal, que eu estava na “fase dos porquês”.
Pois bem. Aí é que está o problema: já tenho dez anos
e fiquei preso desde aquela época na fase dos porquês!
Esta é a história que eu vou contar agora para você.
– Mas paaaaaaaaaai... – chia Lucas enquanto entra no quarto, seguido pelo pai.
– Não tem mais, não tem menos, e nem tem essa quantidade imensa de
aiiiiiiii nem uiiiiiii. Hora de tomar banho e depois fazer a lição de casa. Agora! –
responde o pai.
– Mas por quêêêêêêê?
Ora, por quê? Por quê? Por quê? Porque você está sujo, fedorento, xexelento...
Lucas cheira debaixo do braço e faz careta. Ele realmente não tomou
banho hoje e está com um cheirinho um pouco desagradável no sovaco direito.
– E porquê, enquanto você faz a lição, fica ocupado e não me interrompe!
– continua o pai.
– Mas ? – pergunta Lucas.
– Porque quando você não tem nada para fazer, você me
interrompe o tempo inteiro com suas perguntas!
– Eeeeeeeu? Eu faço muitas perguntas?
– Não. Não. Não foi nada disso que eu quis dizer. Pergunta
de novo...
E Lucas obedece:
– Por quêêêêêêê?
– Porque as crianças precisam estar sempre limpas
e também precisam estudar e aprender, para ser importantes
na vida e no futuro não ter tempo para os próprios filhos.
9
– Hã? questiona Lucas.
– Ô, Lucas! Sabe o que é? É você que me
confunde com esse monte de perguntas, de porquês
e o quês e não sei o que lá. Você pode ir tomar
banho e depois fazer sua lição?
– Mas depois você vem brincar comigo?
– Ah... hoje eu não posso, tenho muita coisa
para fazer, tenho que cuidar da casa...
–
– Lavar a louça que está entulhada em cima
da pia...
–
– Trabalhar...
–
– Assistir ao futebol na tevê...
–
– Preciso olhar as contas...
–
11
– Hã? questiona Lucas.
– Ô, Lucas! Sabe o que é? É você que me
confunde com esse monte de perguntas, de porquês
e o quês e não sei o que lá. Você pode ir tomar
banho e depois fazer sua lição?
– Mas depois você vem brincar comigo?
– Ah... hoje eu não posso, tenho muita coisa
para fazer, tenho que cuidar da casa...
–
– Lavar a louça que está entulhada em cima
da pia...
–
– Trabalhar...
–
– Assistir ao futebol na tevê...
–
– Preciso olhar as contas...
–
11
– Abrir o vidro de picles...
–
– Organizar a correspondência que chegou...
–
a correspondência que chegou...
– E eu também tenho que... que... que...
– Você sempre tem um monte de coisas para fazer... Por que você não
pode brincar comigo só um pouquiiiiiiinho?
E depois de tantos porquês, não há pai que não perca as estribeiras...
Ele se irrita tanto com a curiosidade do menino que grita em alto e bom som:
–
E o pai de Lucas sai do quarto deixando um grande silêncio depois de
bater a porta com toda a força que só um pai incomodado é capaz de ter. Mas
Lucas não se abala... Ele finalmente percebe que você está aí, lendo esta história
e decide se apresentar oficialmente:
– Ooooooooi... Meu nome é Lucas, mas meu pai nunca me explicou por
que me deu esse nome. Eu tenho dez anos e ele vive dizendo que encalhei na
fase dos porquês. Ele diz que tudo eu pergunto por quê. Por que para lá, por que
para cá, por que em cima, por que embaixo. Mas eu não entendo. E só quero
entender... E que mal tem querer saber as coisas?
12
O pai de Lucas escuta a voz dele lá na cozinha e grita:
– Lucas Mascarenhas de Oliveira Passos! Vai tomar banhoooooooo!
E Lucas responde na mesma moeda:
–
– Porque você está fedendooooooooooooo! – responde o pai.
Lucas cheira de novo embaixo do braço, dessa vez o sovaco esquerdo,
e faz mais uma careta. Ele realmente precisa de um banho urgente!
– Como é que ele sabe que eu estou fedendo? Por que o sovaco fica com
cheiro ruim? Por que a gente tem chulé?
E o pai de Lucas, em vez de responder a essas simples perguntinhas, grita:
– Eu ainda não estou ouvindo o barulho do chuveirooooooooooo!
– Porque eu não consigo abrir a torneira e falar com você ao mesmo
tempooooooo. – ele grita para o pai e se volta para você. – É, acho que agora
eu tenho que ir mesmo tomar banho. Na verdade eu nem sei por que tenho que
tomar banho. Por que será que todo dia a gente tem que tomar banho? Eu não
estou nem com aquela linhazinha preta no pescoço...
Ele passa a mão no pescoço, olha para a ponta dos dedos e vê que
realmente está sujinho. Limpa a mão rapidamente na roupa. E o pai volta a gritar
da cozinha:
– Vai logo para o chuveiro, garoto!
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– Por que é que a gente não pode tomar banho só uma vez por semana? Seria tão ecológico! Tão sustentável!
– Lucas Mascarenhas de Oliveira Passos!
– Sujei... quer dizer, sujou!
E finalmente, nosso curioso amigo vai para o chuveiro.
Enquanto Lucas toma um delicioso banho e se pergunta por que xampu faz espuma e por que sabonete escorrega das mãos, Perguntícia e Respostalita, novas personagens desta história, entram no quarto escondidas. Elas estão afoitas, estabanadas e muito, muito atrapalhadas.
Perguntícia é gordinha, baixinha e muito graciosa. Ela tem um ponto de interrogação bem no meio do corpo, que a circula quase igual a um bambolê. Já Respostalita é alta, bem alta, quase um palito de tão magra e tem um grande ponto de exclamação no corpo, que faz com que ela pareça ainda mais alta. Já, já você vai entender quem são elas e saber o que estão fazendo no quarto do Lucas.
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– Será que é aqui, Respostalita?
– Claro que é aqui, Perguntícia.
– Tem certeza?
– Absoluta, ou não me chamo Respostalita!
– Mas então não é melhor a gente fazer silêncio?
– Shhhhhhhh! Temos que fazer silêncio. Estamos aqui em uma missão muito especial e, se formos descobertas, a Rainha da Curiosidade vai nos eliminar para sempre do Mundo dos Porquês!
Perguntícia treme inteira de medo:
– Você acha que ela seria capaz?
– Capaz? Ela nasceu para colocar todos os pingos nos is, todas as vírgulas onde precisa e todas as maiúsculas no começo de frase. É uma mulher de muito poder! E vamos dar um ponto final nessa discussão agora porque precisamos encontrar esse menino... O tal do Lucas. Só ele pode nos ajudar.
– Respostalita, eu tenho uma pergunta. Na verdade, duas perguntas.
– Lóóóóógico que você tem uma pergunta.
Na verdade, duas perguntas. Você só tem pergunta dentro dessa caixola! – Respostalita bate com a mão na cabeça de Perguntícia. – Vai ver que é por isso que você foi batizada de “Perguntícia”!
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Mas Respostalita está ali com uma supermissão e não se distrai com as perguntas de Perguntícia. Ela começa a procurar Lucas dentro da caixa de brinquedos, embaixo da cama, dentro dos armários...
– Como é que com tanta criança no mundo a Rainha da Curiosidade sabe que aquela que vai nos ajudar a salvar o Mundo dos Porquês é justamente esse tal de Lucas?
– Porque a Rainha da Curiosidade está procurando uma criança especial há anos. Ela procura alguém com uma curiosidade incansável, sem limites. Você não vê que ela passa o tempo todo ouvindo a rádio Planeta Terra FM?
– Pra mim, ela ficava mesmo era ouvindo dicas de empreendedorismo para mulheres...
– Também... Quer dizer, nãããããããããão! Ela fica ouvindo o que as crianças dizem na Terra porque precisa encontrar uma criança muito, muito, muito curiosa.
– E encontrou? – Pergunta Perguntícia.
– Ô, sua tonta. A gente veio até a casa do Lucas para isso. Ele foi o escolhido! Ele é essa criança muito, muito, muito curiosa!
– Caramba!
As duas estão distraídas conversando e não percebem que o pai de Lucas está vindo pelo corredor em direção ao quarto.
– Lucas! Lucas! Já terminou? Eu tava pensando no que você disse e...
As duas escutam a voz dele e correm para se esconder.
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– Corre, corre. A gente precisa se esconder antes que ele descubra a gente aqui! – diz Respostalita.
– Onde? Quando? Como? – questiona Perguntícia.
– Agiliza! Corre! Anda! Corre! Esconde!
Respostalita vai para trás da cortina, enquanto Perguntícia se esconde como pode embaixo da cama. O pai de Lucas finalmente entra no quarto, mas não vê ninguém.
– Lucas? Ué... será que esse menino ainda não saiu do banho? Eu ainda tenho tanta coisa para fazer...
Lucas entra no quarto com o cabelo molhado e uma toalha enrolada na cintura.
– Tcharããããããããããã! – grita Lucas abrindo os braços como em um show.
– Mas você ainda nem colocou a roupa! Eu não posso ficar cuidando de você o tempo todo... Ainda preciso trabalhar e...
– Por quê, pai? Hoje é domingo!
– Mas eu tenho muita coisa para fazer e você ainda vem como este monte de porquês que eu não sei responder... e... e... nem vestido você está ainda!
Lucas desenrola a toalha e surpreende o pai:
– Tcharããããããããããã!
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Ele está vestido por baixo com uma
bermuda, prontinho e cheirosinho.
Perguntícia e Respostalita, que
continuam escondidas, começam a rir da
gracinha do Lucas. O pai percebe alguma coisa
estranha no ar.
– Que barulho foi esse? – ele pergunta.
– Devem ser os meus carrinhos pedindo
para sair da caixa... Eles adoram brincar comigo.
Por que você não brinca comigo também?
– pergunta Lucas.
– Lucas Mascarenhas de Oliveira Passos,
chega de tantos porquês! Agora vamos descer
para jantar que está ficando tarde e você sabe
que eu na cozinha sou um desastre...
O pai fica tentando levar Lucas embora
pelo braço e toda hora precisa parar para
responder a uma pergunta do menino. Enquanto
isso, Respostalita aproveita a distração dos dois
para sair de trás da cortina do quarto e puxar
Perguntícia debaixo da cama. As duas ficam
escondidas atrás dos dois, esperando eles saírem
do quarto.
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