o popular - pobreza diminui em goiás, diz ipea

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14/07/2010 Pobreza e desigualdade de renda diminuem em Goiás, diz Ipea Em todo o brasil, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta, das quais 575 mil em goiás, segundo levantamento divulgado ontem pelo Instituto Sônia Ferreira Em Goiás, 575 mil pessoas, entre 12,8 milhões de brasileiros, saíram da linha da pobreza absoluta entre 1995 e 2008, de acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Essa faixa, que considera famílias com rendimento médio por pessoa de até meio salário mínimo mensal (R$ 255,00), recuou de 47,4% para 25% do total da população, e atingiu índice inferior ao da média nacional, de 28,8%. Goiás está entre os três Estados que apresentaram maior redução acumulada na taxa de pobreza absoluta (47,3%), atrás de Santa Catarina (61,4%) e Paraná (52,2%). Foi um dos que mais avançou na redução da desigualdade de renda, com índice de Gini de 0,51%

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O Popular - 114-07-10 Pobreza e desigualdade de renda diminuem em Goiás, diz Ipea. Em todo o brasil, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta, das quais 575 mil em goiás, segundo levantamento divulgado ontem pelo Instituto.

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Page 1: O Popular - Pobreza diminui em Goiás, diz Ipea

14/07/2010

Pobreza e desigualdade de renda diminuem em Goiás, diz Ipea

Em todo o brasil, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta, das quais 575 mil em goiás, segundo levantamento divulgado ontem pelo Instituto

Sônia Ferreira

Em Goiás, 575 mil pessoas, entre 12,8 milhões de brasileiros, saíram da linha da pobreza absoluta entre 1995 e 2008, de acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Essa faixa, que considera famílias com rendimento médio por pessoa de até meio salário mínimo mensal (R$ 255,00), recuou de 47,4% para 25% do total da população, e atingiu índice inferior ao da média nacional, de 28,8%.

Goiás está entre os três Estados que apresentaram maior redução acumulada na taxa de pobreza absoluta (47,3%), atrás de Santa Catarina (61,4%) e Paraná (52,2%). Foi um dos que mais avançou na redução da desigualdade de renda, com índice de Gini de 0,51% (o índice varia de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade) e que registrou uma das maiores taxas de crescimento do Produto Interno Bruto, de 4,37%, no período em análise.

"Goiás agora está dentro do grupo de elite dos Estados que se destacam no enfrentamento da pobreza, graças à combinação de políticas públicas e por ter agregado maior valor à produção local", avalia o presidente do Ipea, Márcio Pochmann.

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Goiás passou a industrializar mais seus produtos agropecuários, garantindo mais empregos e, automaticamente, mais renda à população, de acordo com análise do presidente do o Ipea feita ao POPULAR, ontem à tarde.

O período da pesquisa, de 1995 a 2008, abrange os primeiros anos da estabilidade monetária, nos governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito federal. E de dois anos de Maguito Vilela, oito anos de Marconi Perillo e dois anos de Alcides Rodrigues no governo de Goiás.

No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal - R$ 127,50 ), observa-se que em 1995, Goiás tinha 19,8% da população nessa faixa. Mas em 2008, esse porcentual caiu para 7,5%, taxa também inferior à média nacional, de 10,5%, de acordo com o estudo do Ipea.

AvançosSegundo previsão do órgão, o Brasil poderá acabar com a "pobreza extrema" em 2016 e reduzir sensivelmente, para 4%, a taxa de pobreza absoluta nos próximos anos. Mas alguns Estados vão superar antes a condição de miséria. Os primeiros serão Santa Catarina e Paraná, já em 2012, seguidos de Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais, em 2013. Em 2014 será a vez de São Paulo e Mato Grosso.

De 1995 a 2008, Goiás também avançou na diminuição da desigualdade de renda. O índice de Gini do Estado passou de 0,55% para 0,51%. A média nacional foi de 0,54%. Nesse indicador, quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade registrada. O Distrito Federal passou a ter a maior desigualdade de renda do País, com 0,62%, seguido por Alagoas e Paraíba, ambos com 0,58. Já o melhor índice foi registrado em Santa Catarina, com 0,46%, bem próximo da taxa considerada aceitável pela ONU, que é de 0,40%.

Na opinião do professor de economia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Sandro Eduardo Monsueto, embora o índice de pobreza tenha diminuído em Goiás, entre 1995 e 2008, ainda existe um índice muito elevado, de 25%, da população que vive com uma renda muito baixa. "No Estado ainda há muita concentração de renda", lamenta.

O sociólogo Nildo Viana, professor da UFG, questiona a melhoria da desigualdade de renda da população goiana apontada pelo levantamento do Ipea. "A demanda por serviços sociais do governo ainda é grande e o fluxo migratório continua intenso no Estado."

Os professores ouvidos pelo POPULAR entendem que, para que se torne realidade a projeção do Ipea de que Goiás poderá eliminar uma das principais chagas resultantes da condição de subdesenvolvimento, ou seja a miséria, o Estado precisa apresentar ritmo diferenciado de crescimento.

Para que isso ocorra, o economista Sandro Monsueto e o sociólogo Nildo Viana sugerem a ampliação de investimentos em infraestrutura, sobretudo em transportes, a melhoria da taxa de formalidade de trabalho e avanços na qualidade dos empregos. Segundo os especialistas, melhorando os empregos haverá uma evolução na renda e mais pessoas poderão deixar a linha da pobreza, o que deve estimular o crescimento do PIB.

Melhoria não teve distribuição uniforme

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Rio- Embora os índices de pobreza no Brasil tenham experimentado queda mais acelerada nos últimos anos, a melhoria das condições econômicas da população desde o Plano Real não teve uma distribuição uniforme entre as regiões do País. Enquanto a taxa de pobreza absoluta caiu 33,6% entre 1995 e 2008 em todo o País, a redução foi de apenas 12,7% na região Centro-Oeste. Segundo o Ipea, os dados mostram que a redução da pobreza não tem uma relação direta apenas com o crescimento econômico.

"O crescimento econômico, ainda que indispensável, não se mostra suficiente para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros. A experiência recente do País permite observar que as regiões com maior expansão econômica não foram necessariamente as que mais reduziram a pobreza e a desigualdade", diz o estudo do Ipea, que sugere a combinação entre crescimento e políticas públicas voltadas para o combate à pobreza.(AE)