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1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO PARÁ-creA/PA Travessa Dr. Moraes, 194 Telefax: (091) 4006-5500 Pres.: (091) 4006-5511 CEP: 66.035-080 Belém - Pará Ref. SESSÃO : Plenária Ordinária nº 1058 DECISÃO Nº: 118/2011 PROCESSO Nº : 16.040/2010 INTERESSADO : Engenheiro Civil/Segurança do Trabalho PAULO GOMES VIEIRA EMENTA: APROVA o ARQUIVAMENTO do PROCESSO de DENÚNCIA CONTRA o Engenheiro Civil/ Segurança do Trabalho JOMAR SOUZA LIMA. D E C I S Ã O O Plenário do CREA-PA reunido em Sessão Ordinária Nº 1058, de 08/09/2011, apreciando o PROCESSO Nº 16.040/2010 Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho PAULO GOMES VIEIRA. Assunto: RECORRE DA DECISÃO DA CÂMARA ESPECIALIZADA DE ENGENHARIA CIVIL, SEGURANÇA DO TRABALHO, GEOLOGIA E MINAS CEEC DE ARQUIVAMENTO DO PROCESSO DE DENÚNCIA CONTRA O ENGENHEIRO CIVIL/SEGURANÇA DO TRABALHO JOMAR SOUZA LIMA.DECIDIU APROVAR, por UNANIMIDADE, o PARECER do RELATOR Conselheiro Engenheiro Eletricista Antonio Marcos de Lima Araújo nos seguintes termos: A origem dos fatos é o acidente de trabalho ocorrido no dia 11/09/2008, durante a execução da obra de reforma e recuperação de trecho da Rodovia Augusto Montenegro, em Belém PA, sob a responsabilidade da empresa BA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., ao qual estava vinculado o denunciante. Conforme os autos, num trecho de 120m, compreendido entre o cruzamento da Rua da Marinha e o Vale da Benção, havia quatro frentes de trabalho em atividade, com três equipes de trabalho, duas atuando na execução de ciclovias no canteiro central e uma atuando no assentamento de tubulação e concretagem de caixa coletora, distante cerca de 40 metros das escavações para tubulação. Por volta das 15 horas, do dia 11/09/2008, dois colaboradores da BA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., Marcos Heleno Vieira da Silva e Valtenor de Lima Mafra, integrantes da equipe de assentamento de tubos de concreto e que se encontravam no interior da cova aberta pela retro escavadeira foram atingidos pelo desbarrancamento do talude longitudinal, que confinava com a pista de rolamento. O colaborador Marcos Heleno Vieira da Silva, apesar de ter recebido atendimento médico, faleceu em decorrência dos ferimentos. De acordo com o relato do interessado, ambos os acidentados adentraram no interior da cova sem autorização do encarregado e contrariando ordens expressas transmitidas a todos os trabalhadores daquela obra, inclusive aos empregados das subempreiteiras, através de orientações detalhadas, inclusive com a utilização de maquetes. A hipótese “especulativa” sobre as causas imediatas do acidente são que o desbarrancamento teria sido provocado pelas vibrações derivadas do trafego de dois veículos pesados de três eixos, não identificados. Não existem, nos autos, indícios insuspeitos da existência de placas de aviso ao longo da obra as fotos anexadas se limitam a ilustrar a placa de sinalização, sendo incapazes, por si só, assegurarem a localização quando foram fotografadas.Versa sobre denuncia formulada pelo Engenheiro Civil, com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho PAULO GOMES VIEIRA em desfavor do Auditor Fiscal do Trabalho JOMAR SOUZA FERREIRA LIMA, que tem formação profissional em Engenharia Civil, sob alegação que teria o Denunciado agido com comportamento antiético relativo a emissão de laudo técnico contendo informações inverídicas , que teriam ocasionado prejuízos ao Denunciante. O auto de Embargo/Interdição da obra no. 30329/069/2008, termo de Notificação no. 30329-1-015-08 até o Relatório de Acidente de Trabalho de autoria do Engenheiro Civil JOMAR SOUZA FERREIRA LIMA foi emitido em 19/12/2008. O Embargo/Interdição foi determinado em face das seguintes

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Page 1: O Plenário do CREA-PA reunido em Sessão Ordinária Nº 1058, … · empresa BA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., ao qual estava vinculado o denunciante. Conforme os autos, num trecho

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO PARÁ-creA/PA

Travessa Dr. Moraes, 194 – Telefax: (091) 4006-5500 – Pres.: (091) 4006-5511

CEP: 66.035-080 – Belém - Pará

Ref. SESSÃO : Plenária Ordinária nº 1058 DECISÃO Nº: 118/2011 PROCESSO Nº : 16.040/2010 INTERESSADO : Engenheiro Civil/Segurança do Trabalho PAULO GOMES VIEIRA

EMENTA: APROVA o “ARQUIVAMENTO do PROCESSO de DENÚNCIA CONTRA o Engenheiro Civil/ Segurança do Trabalho JOMAR SOUZA LIMA”.

D E C I S Ã O

O Plenário do CREA-PA reunido em Sessão Ordinária Nº 1058, de 08/09/2011, apreciando o

PROCESSO Nº 16.040/2010 – Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho PAULO GOMES VIEIRA. Assunto: “RECORRE DA DECISÃO DA CÂMARA ESPECIALIZADA DE ENGENHARIA CIVIL, SEGURANÇA DO TRABALHO, GEOLOGIA E MINAS – CEEC DE ARQUIVAMENTO DO PROCESSO DE DENÚNCIA CONTRA O ENGENHEIRO CIVIL/SEGURANÇA DO TRABALHO JOMAR SOUZA LIMA.” DECIDIU APROVAR, por UNANIMIDADE, o PARECER do RELATOR Conselheiro

Engenheiro Eletricista Antonio Marcos de Lima Araújo nos seguintes termos: “A origem dos fatos é o

acidente de trabalho ocorrido no dia 11/09/2008, durante a execução da obra de reforma e recuperação de trecho da Rodovia Augusto Montenegro, em Belém – PA, sob a responsabilidade da empresa BA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., ao qual estava vinculado o denunciante. Conforme os autos, num trecho de 120m, compreendido entre o cruzamento da Rua da Marinha e o Vale da Benção, havia quatro frentes de trabalho em atividade, com três equipes de trabalho, duas atuando na execução de ciclovias no canteiro central e uma atuando no assentamento de tubulação e concretagem de caixa coletora, distante cerca de 40 metros das escavações para tubulação. Por volta das 15 horas, do dia 11/09/2008, dois colaboradores da BA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., Marcos Heleno Vieira da Silva e Valtenor de Lima Mafra, integrantes da equipe de assentamento de tubos de concreto e que se encontravam no interior da cova aberta pela retro escavadeira foram atingidos pelo desbarrancamento do talude longitudinal, que confinava com a pista de rolamento. O colaborador Marcos Heleno Vieira da Silva, apesar de ter recebido atendimento médico, faleceu em decorrência dos ferimentos. De acordo com o relato do interessado, ambos os acidentados adentraram no interior da cova sem autorização do encarregado e contrariando ordens expressas transmitidas a todos os trabalhadores daquela obra, inclusive aos empregados das subempreiteiras, através de orientações detalhadas, inclusive com a utilização de maquetes. A hipótese “especulativa” sobre as causas imediatas do acidente são que o desbarrancamento teria sido provocado pelas vibrações derivadas do trafego de dois veículos pesados de três eixos, não identificados. Não existem, nos autos, indícios insuspeitos da existência de placas de aviso ao longo da obra – as fotos anexadas se limitam a ilustrar a placa de sinalização, sendo incapazes, por si só, assegurarem a localização quando foram fotografadas.Versa sobre denuncia formulada pelo Engenheiro Civil, com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho PAULO GOMES VIEIRA em desfavor do Auditor Fiscal do Trabalho JOMAR SOUZA FERREIRA LIMA, que tem formação profissional em Engenharia Civil, sob alegação que teria o Denunciado agido com comportamento antiético relativo a emissão de laudo técnico contendo informações inverídicas, que teriam ocasionado prejuízos ao Denunciante. O auto de Embargo/Interdição da obra no. 30329/069/2008, termo de Notificação no. 30329-1-015-08 até o Relatório de Acidente de Trabalho de autoria do Engenheiro Civil JOMAR SOUZA FERREIRA LIMA foi emitido em 19/12/2008. O Embargo/Interdição foi determinado em face das seguintes

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO PARÁ-creA/PA

Travessa Dr. Moraes, 194 – Telefax: (091) 4006-5500 – Pres.: (091) 4006-5511

CEP: 66.035-080 – Belém - Pará

irregularidades: “Execução de escavações para assentamentos de tubo de concreto sem escoramento adequado. Realização de escavações com assentamento de tubulações às proximidades de vias públicas com tráfego intenso e sem controle para redução de velocidade na área”. O Denunciante contesta a ética na elaboração do laudo, explicando os procedimentos adotados: O processo de nivelamento e assentamento de tubulação era inteiramente mecanizado, sendo seguido de escoramento para contenção dos taludes. Somente após a instalação dos equipamentos de proteção coletiva, os empregados poderiam descer ao fundo da vala para executarem o alinhamento e nivelamento dos tubos, bem como seus rejuntes internos e externos. É fato que um acidente desta natureza decorre de uma sequência de erros: Seja por sinalização e controle insuficiente do trafego; Seja por falha na supervisão e fiscalização do trabalho; Seja por falta de presteza nos procedimentos “mecanizados” para nivelamento e assentamento de tubulação; Seja por falta de presteza na instalação dos equipamentos de proteção coletiva – onde se lê “sendo seguido de escoramento para contenção dos taludes” deveria ser “sendo seguido imediatamente de escoramento para contenção dos taludes”; Neste contexto classificar como “...informação capciosa e inconsequente...” o item 4.1 do Relatório de Acidente do Trabalho com relação à ocorrência de “Falha na antecipação/Detecção do Risco/Perigo relativo a: “todos os riscos decorrentes das realizações das atividade naquelas circunstâncias, permitindo desta forma, que os trabalhadores ficassem expostos aos mesmos, o que poderia afetar-lhes a integridade física, o que infelizmente aconteceu” de fato nada tem de irregular, não é a meu ver capciosa e/ou inconsequente. Quanto ao texto do Relatório de Acidente do Trabalho: “os responsáveis técnicos da empresa não efetuaram o planejamento e a preparação do trabalho, conforme a situação exigia, assumindo o risco de sua realização naquelas circunstâncias, ou seja, deixaram de adotar medidas de caráter coletivo para realização das mesmas, principalmente no que se refere ao controle de velocidade de veículos na área e a adoção de sistema de escoramento de valas eficiente, o que em nosso entendimento, levou a ocorrência do acidente em análise”. Os fatos evidenciam: 1. A falha na supervisão e fiscalização do trabalho no local; 2. A falta de presteza nos procedimentos “mecanizados” para nivelamento e assentamento de tubulação; 1. A falta de presteza na instalação dos equipamentos de proteção coletiva; 2. Os sistemas de sinalização e controle de tráfegos, se existentes, foram efetivamente insuficientes. A Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho e Geologia e Minas, no dia 14/04/2011, deliberou por unanimidade pelo arquivamento do processo por não encontrar indícios claros do cometimento da infração. Em 25/08/2011 o Denunciante entrou com recurso junto à plenária do CREA-PA contra a decisão da Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho e Geologia e Minas. Parecer: O parecer exarado pelo relator do processo na Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho e Geologia e Minas, conselheiro Antônio dos Santos Ferreira Neto é claro e minucioso. O Denunciante pôde esclarecer e justificar seus procedimentos através de documentos detalhados encaminhados a este conselho, e devidamente anexados ao processo – não cabendo à alegação de cerceamento do direito para comprovar suas alegações. O Denunciante/Recorrente poderia, inclusive, ter anexado, no recurso suas eventuais comprovações e não o fez. O recurso é basicamente uma síntese do processo original de denuncia, sem novos fatos ou comprovações. O fato do relatório do Denunciado ter (recurso pag. 136) “influenciado, de maneira evidente, as conclusões da Secretaria de Segurança Pública, na formação do Inquérito Policial, no oferecimento de denuncia, e o Poder Judiciário, na instauração da respectiva ação penal” é consequência das obrigações do perito em descrever os eventos na busca da verdade dos fatos. Nos termos da exposição, não encontrei indícios de cometimento de infração por parte do Denunciado, atos ou ações que estejam em desacordo com o código de ética. Conclusão: PELA APROVAÇÃO DA

DELIBERAÇÃO DA CÂMARA ESPECIALIZADA DE ENGENHARIA CIVIL, SEGURANÇA

DO TRABALHO E GEOLOGIA E MINAS – PELO ARQUIVAMENTO DO PROCESSO”. Presidiu a Sessão o Eng. Agrônomo DILSON AUGUSTO CAPUCHO FRAZÃO. Presentes os Senhores

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO PARÁ-creA/PA

Travessa Dr. Moraes, 194 – Telefax: (091) 4006-5500 – Pres.: (091) 4006-5511

CEP: 66.035-080 – Belém - Pará

Conselheiros Regionais: Engenheiros Civis: Antonio dos Santos Ferreira Neto, Alexandre de Moraes

Ferreira, Antonio Noé Carvalho de Farias, Armando de Nazaré Dias Machado, Carlos Eduardo Domingues e

Silva, Evaristo Clementino Rezende dos Santos, Gilberto Olival Von Grap de Souza, Harold Stoessel Sadalla,

Hito Braga de Moraes, Maria Olívia Barbosa de Lima, Marcelo Haroldo Mena Wanderley, Mário Nathanael

de Almeida Figueira e Roberto Serra Pacha. – Engenheiros Eletricistas: Adalziro Antonio do Souza Duarte,

José Emmanuel de Carvalho Mesquita Júnior, Pedro Rodrigues de Brito Filho e Ricardo Guedes Accioly

Ramos. - Engenheiros Mecânicos: Raimundo Lucier Marques Leal Junior e Ricardo José Lopes Batista.

Engenheiro Químico Carlos Augusto de Brito Carvalho. - Engenheiros Agrônomos: Elias José Tuma Filho,

Dinaldo Rodrigues Trindade, José Maria Hesketh Condurú Neto e Pedro Paulo da Costa Mota. Engenheiro

Agrícola Celso Shiguetoshi Tanabe. - Arquitetos: Arnaldo Ribeiro dos Santos Júnior, Luiz Fernando Martins

Pinto, Mariano de Jesus Farias Conceição e Raimundo Nonato da Silva Souza.//////////////////////////

Cientifique-se e cumpra-se.

Belém (PA), 08 de Setembro de 2011

Engenheiro Agrônomo Dilson Augusto Capucho Frazão - Presidente, em exercício, do CREA/PA - Tim/tim