o niilismo com causa do apolitismo

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O niilismo como causa do apolitismo José Sérgio Tempesta, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT [email protected] Resumo Este artigo procura demonstrar o niilismo como causa do apolitismo Palavra-chave: Política, niilismo, apolitismo. 1. Apolitismo No Dicionário de Sociologia, de Boudon encontramos a definição de apolitismo descrita como: “Atitude de neutralidade, ou mesmo de recuo, em relação à política. Um fraco grau de empenhamento e uma escassa competência cognitiva constituem as suas duas principais dimensões.” 2. Que a educação é algo que todos desejam.

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O niilismo com causa do apolitismo.

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O niilismo como causa do apolitismo

Jos Srgio Tempesta, Universidade Federal de Mato Grosso - [email protected]

Resumo

Este artigo procura demonstrar o niilismo como causa do apolitismo

Palavra-chave: Poltica, niilismo, apolitismo.

1. Apolitismo

No Dicionrio de Sociologia, de Boudon encontramos a definio de apolitismo descrita como:Atitude de neutralidade, ou mesmo de recuo, em relao poltica. Um fraco grau de empenhamento e uma escassa competncia cognitiva constituem as suas duas principais dimenses.

2. Que a educao algo que todos desejam.

T.S. Eliot (1988, p. 125) diz que, as pessoas podem ser persuadidas a desejar quase tudo, por algum tempo, se lhes for dito constantemente que algo a que tm direito e que lhes negado injustamente. O desejo espontneo de educao maior em algumas comunidades do que em outras; geralmente concordamos em que maior no Norte do que no Sul da Inglaterra, e mais forte ainda na Esccia. possvel que o desejo de educao seja maior onde existem dificuldades no meio de obt-la dificuldades no insuperveis mas que so vencidas apenas custa de algum sacrifcio e privao. De qualquer modo, podemos conjecturar que a facilidade de educao levar indiferena por ela; e que a imposio universal de educao acima dos anos de maturidade conduzir a uma hostilidade contra ela. Uma alta proporo de educao geral talvez menos necessria para uma sociedade civil do que um respeito pelo aprendizado.Conforme Carvalho (2013, p. 358, apud Dirio do Comrcio 2009), a ideia de que a educao um direito uma das mais esquisitas que j passaram pela mente humana. Educar-se seja um dever jamais parece ter ocorrido s mentes iluminadas que orientam (ou desorientam) a formao (ou deformao) das mentes das nossas crianas. Mais ainda, a experincia universal dos educadores genunos prova que o sujeito ativo do processo educacional o estudante, no o professor, o diretor da escola ou toda a burocracia estatal reunida. Ningum pode dar educao a ningum. Educao uma conquista pessoal, e s se obtm quando o impulso para ela sincero, vem do fundo da alma e no de uma obrigao imposta de fora.

Segundo Eliot (1931, p. 67), a menos que tomemos por educao aquela modestssima quantidade de conhecimento que pode ser transmitida pela instruo em massa, no temos mais direitos educao do que temos felicidade, ao talento ou beleza. Visto que temos direitos, todo homem ou mulher tem o direito de ser educado para alguma funo til na comunidade; mas o que entendemos por educao deve diferir em muito desse tipo.Para o autor, atualmente parece que estamos empenhados na tarefa de dar algum tipo de educao para todos. A educao um treino da mente e da sensibilidade, uma disciplina intelectual e emocional. Numa sociedade em que tal disciplina negligenciada, numa sociedade que usa palavras em lugar de pensamentos e de sentimentos, podemos esperar qualquer tipo de aberrao religiosa, moral, social e poltica, e uma eventual decomposio ou petrificao. E parece que temos pouco a esperar dos representantes oficiais de educao.Hoje os cursos de graduao no Brasil em especifico so o diagnostico em que Dr. Bell publicou em seu peridico com o ttulo de O declnio da inteligncia nos Estados Unidos, No h lugar em que a degradao da funo intelectual esteja mais caracterizada e seja mais mortal do que nos cursos de graduao, que parece a muitos observadores estar empenhados em uma espcie de conspirao inconsciente e descuidada para afogar qualquer gnio humano em potencial, que possa ser utilizvel, em um mar de mediocridade complacente- aprofundando mais o diagnostico se produz bacharis analfabetos funcionais, que mal esto preparados para ganhar a vida.Eliot considera como educao os principais objetos de estudo que atraam os estudantes do mundo inteiro a Paris eram a Teologia, o Direito Cannico e a Medicina. Durante o sculo XIII, juntamente com a Teologia, desenvolveu-se tambm o estudo da Filosofia. Como preparao para estes estudos existia o equivalente de um ensino secundrio ministrado em dois ciclos, conhecidos como Trivium e Quadrivium.O Trivium, tambm conhecido abreviadamente por "Sermones", isto ,"Linguagem", era constitudo dos estudos de Gramtica, Retrica e Lgica.O Quadrivium, tambm conhecido como "Res", isto ,"Coisas", era o estudo da Aritmtica, Geometria, Astronomia e Msica, esta ltima entendia mais no seu aspecto terico do que na sua expresso artstica.Tais estudos passaram a fazer parte da Universidade, a qual, portanto, compreendia no apenas os estudos superiores, mas tambm os secundrios. Entrava-se na Universidade aos quinze anos e dela saa-se aos 35 com o ttulo de doutor em Teologia. O aluno cursava primeiramente o Trivium e o Quadrivium e, para da ser admitido aos cursos superiores, era obrigado a passar por um estgio de alguns anos como professor destas artes na prpria Universidade.Os cursos superiores naquela poca visavam de uma maneira mais explcita atender um anseio de busca pelo conhecimento por parte do aluno muito mais pronunciado do que hoje em dia. O conhecimento buscado no era tanto uma formao profissional, nem a verdade em alguma rea especfica do conhecimento, quanto uma viso sinttica da prpria totalidade do conhecimento. Isto era possvel porque na base dos mtodos pedaggicos, embora se estimulasse o raciocnio analtico, estimulava-se muito mais algo que desconhecido pela pedagogia moderna a que se dava o nome de contemplao.Isto pode ser visto claramente em um opsculo de teoria pedaggica daquele tempo, escrito por Hugo de So Vtor, intitulado Sobre o Modo de aprender e de Meditar, de que tiramos as seguintes passagens, indispensveis para a compreenso.Segundo Hugo de S. Vtor, (1127), Trs so as vises da alma racional, o pensamento, a meditao e a contemplao, (que constituem entre si uma hierarquia). O pensamento ocorre quando a mente tocada transitoriamente pela noo das coisas, ao se apresentar a prpria coisa, pela imagem, subitamente alma, seja entrando pelo sentido, seja surgindo da memria. O pensamento pode ser estimulado pela leitura. A meditao baseia-se no pensamento, e um assduo e sagaz reconduzir do pensamento, esforando-se para explicar algo obscuro, ou procurando penetrar no que ainda nos oculto. O exerccio da meditao, assim entendido, exercita o engenho. Como a meditao, porm, se baseia por sua vez no pensamento, e este estimulado pela leitura, duas coisas h que, na realidade, exercitam o engenho: a leitura e a meditao. Na leitura, mediante regras e preceitos, somos instrudos a partir das coisas que esto escritas. A leitura tambm uma investigao do sentido por uma alma disciplinada. A meditao toma depois, por sua vez, o seu princpio da leitura, embora no se realizando por nenhuma das regras ou dos preceitos da leitura. A meditao uma cogitao frequente com conselho, que investiga prudentemente a causa e a origem, o modo e a utilidade de cada coisa. Mas acima da meditao e baseando-se nela, existe ainda a contemplao. A meditao uma viso livre e perspicaz da alma de coisas que existem em si amplamente espalhadas. Entre a meditao e a contemplao o que parece ser relevante que a meditao sempre de coisas ocultas nossa inteligncia; a contemplao, porm, de coisas que, segundo a sua natureza ou segundo a nossa capacidade, so manifestas; e que a meditao sempre se ocupa em buscar alguma coisa nica, enquanto que a contemplao se estende compreenso de muitas, ou tambm de todas as coisas. A meditao , portanto, um certo vagar curioso da mente, um investigar sagaz do obscuro, um desatar o que intrincado. A contemplao aquela vivacidade da inteligncia, a qual, j possuindo todas as coisas, as abarca em uma viso plenamente manifesta, e isto de tal maneira que aquilo que a meditao busca, a contemplao possui.Nesta passagem, quando Hugo de So Vitor se refere contemplao como a uma atividade da inteligncia humana que se estende. compreenso de muitas ou tambm de todas as coisas.De acordo com Carvalho (2013, p. 355, apud O Globo 2011), a abertura para a razo educao. Educao vem de ex ducere, que significa levar para fora. Pela educao a alma se liberta da priso subjetiva, do egocentrismo cognitivo prprio da infncia, e se abre para a grandeza e a complexidade do real. A meta da educao a conquista da maturidade. O homem maduro o spoudaios de que fala Aristteles -- aquele que tornou sua alma dcil razo, fazendo da aceitao da realidade o seu estado de nimo habitual e capacitando-se, por esse meio, a orientar sua comunidade para o bem.CONSIDERAES FINAIS

Esse estudo vem demostra como o conceito de educao no brasil vem sendo mascarado embutido de falcias, pedagogos maquiavlicos que no forma ningum e sim deformam a mente de nossos alunos com discursos abstratos fugindo do educao de verdade. Parte do princpio de que tenha sujeitos que queiram educar-se para o surgimento de grandes homens que sirvam de exemplo de conduta social, sem essas referncias a sociedade no se desenvolve, como efeito colateral o declnio moral inevitvel. No se espera que todos se tornem intelectuais, por razes obvias, a indivduos com vocaes distintas, mas que tenhamos pessoas que consigam apreender a realidade e sair de um mundo abstrato e colocar na realidade.Ns liceus de todo o brasil, no se preocupa em criar esse homem maduro na qual Aristteles fala, menos ainda a busca da razo s utiliza-se para doutrinao ideolgica (esquerdista), no se deve inserir ideologia partidria alguma e sim um liceu sem partido para que a razo impere, a verdade prevalea e os interesse partidrios sejam deixados de lado, alta cultura permanea e assim, alma se libertara da priso da infncia na qual nossos alunos atinjam a fase adulta, sem passar desse estagio se tornaram homens abstratos.

REFERNCIAS

Carvalho, Olavo de, 1947- O mnimo que voc precisa saber para no ser um idiota. ed.- Rio de Janeiro: Record,2013.

O Ensino Secundrio Na Primeira Repblica: A Educao no Brasil at 1930. Disponvel em: http://cristianismo.org.br/his-br02.htm Acesso em 20 nov 2014.

T.S. Eliott. Notas para uma definio de cultura. So Paulo: 1988

T.S. Eliot. A imaginao moral do sculo XX, So Paulo: 2008