nossa causa

64

Upload: sindusconsp-sindicato

Post on 30-Mar-2016

217 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição 122 - Maio de 2013

TRANSCRIPT

Page 1: Nossa Causa
Page 2: Nossa Causa
Page 3: Nossa Causa

3revista notícias da construção / Maio 2013

Sergio Watanabeé presidente doSindusCon-SP, vice-presidente da CbiCe diretor da Fiesp

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

Por uma política perene

A sua casa é a nossa causa. Este é o compromisso do SindusCon-SP

E d i t o r i A l

Pela primeira vez desde o início do Mi-nha Casa, Minha Vida (MCMV) em 2009, o SindusCon-SP reuniu no final de abril todos os principais protagonistas e parceiros deste programa habitacional: os três níveis de governo que cuidam da Habitação, os prin-cipais agentes financiadores do programa, os trabalhadores e as construtoras.

O workshop “Minha Casa, Minha Vida e Parcerias: Gargalos e Propostas” deu pros-seguimento à trajetória do sindicato em favor da viabilização dos programas habitacionais de governo que se sustentam sobre esse mo-delo vitorioso de parceria (veja Reportagem de Capa à pág. 18).

Esta trajetória se iniciou em 1996, quando o SindusCon-SP, por meio de seu vice-presidente de Habitação Popular, João Claudio Robusti, participou de um seminário no Chile. Obtivemos informações valiosas sobre o programa de financiamento que liquidou o déficit habitacional naquele país.

Com base nessas informações, lança-mos a proposta de criação do SBH – Sistema Brasileiro da Habitação em 1999. Ela contri-buiu para o surgimento do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social em 2005.

Em 2007, Missão do SindusCon-SP ao México trouxe novas informações sobre a ar-quitetura financeira necessária à montagem de um programa habitacional. Apresentamos um elenco de propostas no Encontro Nacio-nal da Construção e lançamos a campanha Moradia para Todos, em favor de uma polí-tica de Estado para a Habitação.

No ano seguinte, a Campanha Moradia Digna nasceu na Comissão da Indústria

Imobiliária da CBIC e se consolidou em uma reunião memorável realizada pelo SindusCon-SP em São Paulo. Era um amplo movimento que mobilizou a construção, órgãos de governo ligados à habitação, trabalhadores e movimentos pela moradia. Pretendíamos que a habitação tivesse recur-sos orçamentários assegurados, a exemplo da saúde e da educação.

Traduzimos isso na PEC da Habitação, que foi aprovada em três comissões na Câ-mara dos Deputados, aguardando votação em plenário.

Em 2007 e 2008, o Ministério das Cida-des, desenhou o PlanHab – Plano Nacional de Habitação, ouvindo propostas do setor da construção e de outros segmentos.

Para se contrapor à crise mundial no final de 2008, o governo federal aprovei-tou boa parte dessas propostas e lançou o MCMV, que começou a operar em 2009.

Agora, o Sindus Con-SP e seus parceiros se mobilizam para superar os gargalos ao MCMV e para que programas vito-riosos como este não se encerrem junto com o final dos respectivos mandatos de governo.

Precisamos continuar mobilizados para que o Minha Casa, um programa de governo, se transforme em uma política perene de Estado. Para tanto, é fundamental impul-sionar a PEC da Habitação. Se aprovada, ela daria um horizonte para as construtoras continuarem investindo e melhorando sua produtividade para atender à grande deman-da da política habitacional.

E , conforme manifestamos no workshop, vamos dizer às 5,3 milhões de famílias que constituem o déficit habita-cional brasileiro: o SindusCon-SP reafirma seu compromisso histórico – a sua casa é a nossa causa!

Page 4: Nossa Causa

4 revista notícias da construção / Maio 2013

reLaÇÕeS internaCionaiS ..................... 40• SindusCon-SP apoiou visita à Bauma• Diretora da Batimat Paris vem ao sindicato• Entidade recebe visitantes da Dinamarca

Carga tribUtÁria .................................. 47• Desoneração: tire suas dúvidas

SinDUSCon-SP eM aÇÃo .......................... 48• Painel Jurídico destaca protesto da dívida• Sindicato participa do Conselho da Cidade• SindusCon-SP debate seguros• Seconci-SP: hospitais obtêm reconhecimento

regionaiS ............................................... 56• Regional Sorocaba tem novo diretor• Prudente debate a desoneração• Santo André forma mestres• Rio Preto abre curso• Santos debate Lei do Aprendiz• Bauru sedia reunião de Regionais

PresidenteSergio Tiaki Watanabe

Vice-PresidentesCristiano GoldsteinEduardo May ZaidanFrancisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo IshikawaJoão Claudio RobustiJoão Lemos Teixeira da SilvaLuiz Antonio MessiasLuiz Claudio Minniti AmorosoMaristela Alves Lima HondaMaurício Linn BianchiOdair Garcia SenraPaulo Rogério Luongo SanchezYves Lucien de Melo Verçosa

diretoresPaulo Brasil Batistella (Jurídico)Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais)

diretores das regionaisEduardo Nogueira (Ribeirão Preto)Elias Stefan Junior (Sorocaba)Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto)José Luiz Goulart Botelho (São José dos Campos)Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente)Márcio Benvenutti (Campinas)Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru)Ricardo Beschizza (Santos)Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

rePresentantes junto à FiesPTitulares: Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto; Suplentes: João Claudio Robusti; José Romeu Ferraz Neto

assessoria de imPrensaRafael Marko - (11) 3334-5662Nathalia Barboza - (11) 3334-5647Fabiana Holtz - (11) 3334-5701

conselho editorialDelfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto

suPerintendenteJosé Luiz Machado

editor resPonsáVelRafael Marko

redaÇÃoNathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Homero Ferreira (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas).Secretaria: Antonia Matos

arte e diagramaÇÃoMarcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte

PuBlicidadeVanessa Dupont - (11) 3334-5627Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312Bruna Batista Avelino - (11) 3334-5659Vando Barbosa - (11) 97579-8834Jéssica Schittini - (11) 96646-6525Marcelo Rocha - (11) 98263-4246André Maia - (21) 7834-5379Sérgio Neves - (11) 99904-1063Eneida Cristina Martins - (11) 99942-7403 Hamilton Silva - (11) 7714-1148Thiago Rodrigues - (11) 3334-5637

endereÇoR. Dona Veridiana, 55CEP 01238-010, São Paulo-SP

central de relacionamento sinduscon-sP(11) 3334-5600

ctP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica

tiragem desta edição: 15,4 mil exemplares

opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do [email protected]

“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC

e de outras fontes controladas.”

reSPonSabiLiDaDe SoCiaL ....................... 6• Chuvas não impedem êxito do ConstruSer• Interior é prestigiado na abertura• Orquestra é destaque em Santos• Circuito Viva Melhor é sucesso em Campinas• Rio Preto festeja dia em família• Apresentações artísticas emocionam em Bauru• Saúde é destaque em São José dos Campos• Santo André destaca ações educacionais• Presidente Prudente comemora resultados• Público lota o Sesi de Ribeirão Preto

QUaLiDaDe .............................................. 26• Consultores impulsionarão o BIM

Meio aMbiente ....................................... 28• Renovado convênio para Resíduos On Line• Missão vê eficiência energética germânica• Cimento: tecnologia diminui emissão de CO2

SegUranÇa ............................................. 36• Planejamento reduz riscos em altura• Vídeos mostram boas práticas• Evento apoia trabalho com segurança

C a p aATORES DO MCMV O QUEREMCOMO POLÍTICA DE ESTADO .............. 18• Evento traz boas notícias para o setor

Conjuntura | Robson Gonçalves .............................5

gestão da obra | MaRia anGélica covelo silva ..........22

Qualidade | FeRnando auGusto coRRêa da silva ...........24

empreendedorismo | MaRcos HasHiMoto ..............34

Financiamento | celso PetRucci .........................38

gestão empresarial | MaRia anGelica l. PedReti ......44

Marketing | antonio Jesus de bRitto cosenza ...............46

Saúde | anGela noGueiRa bRaGa da silva ....................50

Jurídico | Joselita boRba ....................................52

Soluções inovadoras | HenRique bandeiRa Faccio .......60

Construção da Carreira | FeliPe scotti calbucci ....62

C o l u n i S t A S

MeLHor PreVenirA Caixa instituiu um atendimento telefônico aos usuários dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida, pelo qual atribui à construtora a responsabilidade de tomar providências a partir de reclamações não checadas pela instituição financeira. Não seria mais correto a Caixa investir em fiscalização e orientação às construtoras durante a execução das obras?

joão claudio robustiVice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP

eSCreVa Para eSta SeÇÃoe-mail: [email protected]: R. Dona Veridiana 55, 01238-010, São Paulo-SP

v o z d o l E i t o rS u m á r i o

Page 5: Nossa Causa

5revista notícias da construção / Maio 2013

robSon gonÇaLVeS é professor dos Mbas da FgV e consultor da FgV Projetos

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

Nossa tolerância com a inflação é antiga; vem dos tempos do Império. Durante o século 20, tanto líderes populistas quanto ditadores fizeram vistas grossas tentando “empurrar” o crescimento com gastos excessivos e alta de preços. Apenas em dois momentos a inflação foi colocada no centro do debate e vencida, ao menos temporariamente: durante as reformas do primeiro governo militar e após o Plano Real.

Mas, justiça seja feita: nos oito anos do governo Lula a meta inflacionária foi segui-damente cumprida. Juros se elevavam quando tinham que subir e caíam quando a febre inflacionária cedia.

Tudo mudou nos últimos meses e a vi-são de que a inflação é um mal menor diante do crescimento ronda os altos círculos em Brasília, apesar das muitas declarações em contrário. Tudo somado, temos, sim, razões para nos preocupar.

Com os resultados de março, o IPCA, índice oficial do regime de metas, ultrapassou a barreira de 6,5% em dozes meses, teto do intervalo de tolerância do Banco Central. Com a Selic elevada em abril para 7,5%, chegamos a uma taxa de juros real da ordem de 1% em temos anuais.

Para os economistas keynesianos (como eu) e ingênuos (creio não ser o meu caso), a conta é simples: como a rentabilidade do ca-pital no Brasil é muito superior à taxa de juro real, o investimento produtivo irá decolar, mais cedo ou mais tarde, fechando nossos hiatos de infraestrutura e ampliando a capacidade de oferta da economia como um todo. Lá na

frente, quando os projetos maturarem, a infla-ção vai acabar cedendo por conta do encontro da demanda (em alta há tempos) com a oferta (vitaminada pelo investimento). Teríamos, então, um feliz 2014.

Infelizmente, esse tipo de análise deve fazer o pobre Keynes se revirar no túmulo. No capítulo 12 de sua Teoria Geral, publicada du-rante a Grande Depressão, o autor afirma que a decisão de investir depende de forma crucial do “estado de confiança” dos empresários. A ideia é simples: se a incerteza se agrava mais rapidamente do que os juros caem, fica mais difícil reunir a confiança necessária para imo-bilizar capital, investindo na produção.

Partindo dessa leitura, o cenário atual da economia brasileira não permite que se aposte muito alto na recuperação do investimento. Não temos mais um regime claro de política econômica. Inflação, contas públicas e contas externas têm sido geridas com um grau cres-

cente de voluntaris-mo e improvisação. Continua havendo a melhor das boas in-tenções, mas isso não basta para destravar o

investimento, despertando o “espírito animal” dos empresários que os faria ampliar a produ-ção por mero instinto empreendedor.

Desenvolvimento significa, ao pé da letra, libertar-se das amarras, romper os (velhos) invólucros, ir adiante. Hoje, mais do que nunca, precisamos avançar nessa trilha, deixando para trás nosso antigo vício de leniência com a inflação e organizando a casa da política econômica. O crescimento é a base do desenvolvimento, sem dúvida. Mas, na base do crescimento, estão a estabilidade das regras do jogo econômico e a busca con-tínua por produtividade. E nada disso rima com inflação.

inflação e/ou desenvolvimento?

É preciso romper com a leniênciae arrumar a política econômica

C o n j u n t u r A

Page 6: Nossa Causa

Foto:

Mar

cela

R. O

liveir

a (Z

Bras

il)

rESPonSAbilidAdE SoCiAl

Page 7: Nossa Causa

7revista notícias da construção / Maio 2013

ConstruSer reúne mais de 34 mil pessoas

As chuvas que caíram em 13 de abril em todo o Estado não impediram o sucesso da realização do 6º ConstruSer (Encontro Estadual da Construção Civil em Família). O evento reuniu mais de 34 mil pessoas, entre participantes e voluntários em São Paulo, Votorantim, Bauru, Campinas, Santo André, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Santos e Ribeirão Preto. Sob o tema “Semear o Belo”, o ConstruSer foi uma realização conjunta de SindusCon-SP, Fiesp, Sesi-SP e

Senai-SP, em parceria com o Seconci-SP.A abertura solene feita pelo pre-sidente Sergio Watanabe e pela

vice-presidente de Respon-sabilidade social, Maris-

tela Honda, ocorreu em Votorantim

(ver pág. 9).

Na capital, a abertura foi conduzida pelo vice-presidente Haruo Ishikawa. Acompanhado de Darci Pinto Gonçalves, 1º tesoureiro do Sintracon-SP, e de Luiz Roberto Gasparetto, coordenador técnico do Senai, Ishikawa disse estar emocionado com a presença do público que, mesmo diante do mau tempo, atravessou a cidade para prestigiar o evento. “Vocês são a ra-zão de estarmos aqui. A festa é de vocês, aproveitem”, afirmou.

Também compareceram Alexandre de Oliveira, presidente do CompraCon-SP; Mário Brito, diretor do setor de Obras do Sintracon-SP; Valdir Timóteo, presidente do Movimento Inclusão Já; Marielza Mila-ni, diretora da Central de Serviços (Ceser) da Fiesp; Cláudio Zinni, presidente da Pormade; e Cristina Mekitarian e Lara Mel, da Nova.e Projetos Educacionais.

Além de gincanas, show de talentos, workshops e oficinas, a inovação neste ano foi o “Circuito Viva Melhor – Qualidade de Vida”: uma exposição monitorada e ofici-nas para levar os participantes a refletirem sobre seu estilo de vida e convidá-los a repensar a relação que estabelecem com a casa, as pessoas e o entorno.

Ao longo da exposição, o público aprendeu a fabricar objetos domésticos a

Fabiana Holtz

Page 8: Nossa Causa

8 revista notícias da construção / Maio 2013

partir de materiais recicláveis, a fazer pintu-ras decorativas, além de receber dicas sobre organização de geladeira, guarda-roupa e coleta seletiva.

Arte e informaçãoNa área de workshops, a oficina ‘Agora

o artista é você’ conquistou a atenção do encanador Paulo Leonardo Rosado e da esposa Elisabete dos Santos Rosado. “Vou deixar minhas amigas e minha mãe mais bonitas com os colares que aprendi a fazer aqui”, comentou Elisabete, com um sorriso. Morador do Itaim Paulista, o casal afirmou que nem mesmo o sábado chuvoso o fez desistir do passeio. “A organização está de parabéns, o ConstruSer é nota 10”, disse Rosado.

Já as amigas Elaine Silva Mendonça, 17 anos, e Priscila Sarquis, 25, estavam empenhadas em aprender a fazer colares com materiais descartados. “Vamos fazer colares para ajudar a arrecadar fundos para o bazar da igreja do meu bairro”, contou Priscila, que veio do Parque Zoológico acompanhada de 14 pessoas, entre amigos e familiares.

Na espera para cortar o cabelo no Espaço Sesi, o ser-vente de pedreiro Luciano Ribeiro da Silva elogiou a ini-ciativa do setor, que lhe proporcionou um descontraído dia em família. Acom-panhado da esposa Valdilene Pedro e da filha Loany, de qua-tro meses, Ribeiro trouxe também dois irmãos para curtir o sábado no Sesi Ar-tur Alvim. Apesar da chuva, Valdilene disse estar animada para ficar até o último minuto. “Estou impressionada com o tamanho do evento”, acrescentou, ao se mostrar maravilhada com o número de atividades oferecidas ao longo do dia.

Presente em todas as edições do Cons-truSer, a funcionária da cantina do Sesi, Leila Ali, 59 anos, afirmou que irá usar as técnicas de pintura para incrementar a sua casa e presentear os amigos. “Vou arrasar nos presentes”, afirmou.

O operador de retroescavadeira Francisco Ailton Lima, 34 anos, saiu bem cedinho de Mogi das Cruzes com a esposa e os dois filhos a convite do amigo, o pedreiro Valdir Barros Franco, 45 anos. “As crianças estão loucas para entrar na piscina, mas enquanto o tempo não melhora estamos aproveitando tudo que é oferecido nas áreas cobertas. Já fiz os exames de pressão e glicemia e está tudo ok”, afirmou Antônia Cícera Soares de Lima, esposa de Francisco, encantada

luciano, que veio acompanhado da esposa Valdilene e da filha, aproveitou o dia para cortar o cabelo

Após a oficina, Elizabete pretende

presentear as amigas

rESPonSAbilidAdE SoCiAl

Page 9: Nossa Causa

9revista notícias da construção / Maio 2013

com o espaço reservado para os pequenos, com direito a oficina de artesanato e gastro-nomia, tatuagem de hena para as crianças, mágica e jogos.

Presentes na festa pela segunda vez, a família do colocador de mármore Manuel Rosado de Souza, 38 anos, e Maria do Patrocínio Lopes Rosado, 42 anos, veio de Itapevi empolgada com a programação do evento, em especial o show. “A banda está excelente este ano”, afirmou Souza, que liderou uma ‘caravana’ de 13 pessoas, in-cluindo a sogra cadeirante Angela Rosado, 63 anos.

Residente do Itaim Paulista, o encana-dor aposentado Osmar Ciribelli, 67 anos, aproveitou pela quarta vez a festa ao lado da esposa, de duas filhas e do neto. “É tudo muito bem organizado, nem chegamos a esperar muito tempo em fila para pegar a comida, fazer os exames, participar das oficinas ou cortar o cabelo”, elogiou. Até o pequeno Vinícius, seu neto, aprendeu os truques de uma boa escovação dos dentes, acrescentou.

Talentos da construçãoAcompanhado apenas de um violão ao

som de Primeiros Erros, de Kiko Zambian-chi, o garoto Gabriel dos Santos de Oliveira, de 14 anos, conquistou a plateia. “Eu vim pra jogar bola e entrar na piscina, mas acabei não fazendo nada disso. Tenho duas paixões na vida, futebol e música. Agora acho que estou começando a acreditar mais

interior é prestigiado em aberturaA abertura solene do ConstruSer feita pelo presidente do Sindus-

Con-SP, Sergio Watanabe, e pela vice-presidente de Responsabilidade Social, Maristela Honda, ocorreu em Votorantim. Watanabe, agradeceu a todos os parceiros e ressaltou a importância do trabalho de mais de 4 mil voluntários “para que o evento fosse um sucesso”.

Nas palavras da responsável pelo ConstruSer, Maristela Hon-da, promover a inclusão social dos trabalhadores da construção, fortalecendo o vínculo familiar e a autoestima, é a principal meta do evento.

Ao Sesi local também compareceram o prefeito da cidade, Erinaldo Alves da Silva; o presidente da Câmara Municipal, Heber Almeida Mar-tins; os vice-presidentes Cristiano Goldstein e Luiz Antonio Messias; o diretor da Regional Sorocaba, Elias Stefan Junior; o presidente do Seconci-SP, Antonio Carlos Salgueiro de Araujo; o diretor da Escola Senai Tatuapé, Abílio Weber; o diretor do Senai de Sorocaba, Jocilei Oliveira; o diretor do Sesi de São Paulo, Ricardo Oliva, o diretor do Sesi local, Julio Cesar de Souza Martins; o deputado estadual e pre-sidente do Sintracon-SP, Antonio de Sousa Ramalho; o presidente da

Feticom-SP, Emílio Alves Ferreira Junior; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Sorocaba, Vitorino Gabriel.

No encerramento do ConstruSer, em Campinas, além de Sergio Watanabe e Ma-ristela Honda, participaram o vi ce-presidente Luiz Claudio Amoroso; o diretor Jurídico, Paulo Brasil Batistella, e o diretor da Regio-nal Campinas, Márcio Benvenutti.

(Simone Marquetto e Lívia Lopes)

Watanabe e Maristela recebem prefeito de Votorantim, Erinaldo (de terno cinza) no Sesi

Vencedor do Show de Talentos, Gabriel agora pensa em investir na carreira musical

Page 10: Nossa Causa

10 revista notícias da construção / Maio 2013

na música”, afirmou o menino, emocionado com a vitória. Na trilha para se profissiona-lizar no meio, o garoto já participa de duas bandas, assumindo a guitarra e microfone em um grupo de rock e o violão em um grupo sertanejo.

Zenilton Rodrigues, 34 anos, contou que entrou no concurso aconselhado por um funcionário do SindusCon-SP que visitou a obra onde trabalha para falar do evento. “Ficar em segundo lugar me pegou de surpresa”. A aposentada Eliana Pereira Prado, 60 anos, compareceu a convite de uma amiga e acabou conquistando o terceiro lugar no show de talentos. “Não esperava que fosse me divertir tanto.”

Sortudas S u e l i d o s

Santos Pereira, 30 anos, veio do Jardim Peri com o marido e um ami-go para assistir ao show, cortar o ca-belo, fazer limpeza

rESPonSAbilidAdE SoCiAl

Ao longo do dia, além de atividades esportivas, o público aproveitou as dicas do circuito ‘Viva Melhor’ e de oficinas como ‘Agora o artista é você’. Além da pintura em madeira, dicas de culinária, pula-pula e pintura de rosto, as crianças receberam a visita de Shrek e Fiona (trazidos pelo IPOG).

Page 11: Nossa Causa

11revista notícias da construção / Maio 2013

de pele e exames como glicemia, colesterol e acuidade visual. Só não esperava deixar o evento com a betoneira que ganhou no sorteio. “É a terceira ou quarta vez que venho ao ConstruSer, nem a chuva me im-pediu de vir. Aproveitei de tudo um pouco enquanto meu marido jogava bola e dava uns mergulhos. Sair daqui premiada, então, é ainda melhor”, comentou, ainda incrédula com o brinde recebido. Sobre o prêmio inusitado, Sueli disse que inicialmente não estava interessada, mas quando o marido lhe contou o valor de mercado da máquina, mudou de ideia.

A professora de educação infantil Odileide Barbosa Silva, 31 anos, pode se dizer uma mulher de sorte. Premiada com um televisor no ConstruSer de 2011, nesta edição ela levou um micro-ondas.

Ishikawa e Oliveira (de branco) entregam betoneira para Sueli dos Santos

Page 12: Nossa Causa

12 revista notícias da construção / Maio 2013

rESPonSAbilidAdE SoCiAl

Circuito Viva Melhor é sucesso em Campinas O clima mais frio e a chuva que atingiu

a região de Campinas não tirou o ânimo de quem participou das atividades programadas para atender os trabalhadores e familiares durante o ConstruSer. A alegria, especial-mente das crianças, que brincaram até o final do dia nos equipamentos montados dentro do Ginásio de Esportes e na quadra do Sesi Santos Dumont, confirmou o sucesso do evento, que já se transformou em tradição para os trabalhadores do setor na região.

Sucesso de público, o “Circuito Viva Melhor – Qualidade de Vida” motivou os participantes a refletirem sobre o estilo de vida e a repensarem a relação que têm com a casa e as pessoas.

“Agradeço aos que fizeram esse dia especial em que trabalhamos para conscien-tizar todos a serem felizes onde moram”, destacou o diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Márcio Benvenutti.

A festa ficou ainda mais animada com

o sorteio dos prêmios na solenidade de encerramento do evento, que contou com o presidente Sergio Watanabe e a vice--presidente Maristela Honda. “Agradeço a todos os que apoiaram o ConstruSer e aos trabalhadores que compareceram nesse que é o maior evento da construção”, ressaltou.

(Vilma Gasques)

orquestra é destaque em Santos

A apresentação da Orquestra do Institu-to Pão de Açúcar foi o ponto alto do Cons-truSer em Santos. A combinação de música clássica com popular atraiu o interesse do espectador pouco acostumado a este tipo de apresentação. Apesar da chuva, a festividade dedicada aos trabalhadores da construção e seus familiares não foi prejudicada, e teve seu foco voltado mais às áreas de cultura e entretenimento.

Conforme o diretor da Regional, Ricar-do Beschizza, na sexta edição, os trabalhado-res já esperam o evento inclusive para tirar suas dúvidas nas áreas de direito de família e consumidor e para obter informações sobre

crédito imobiliário. “Propiciar acesso à cultura através da

música é muito gratificante”, disse o maestro Daniel Misiuk, explicando que a orquestra também é formada por jovens que tiveram a oportunidade de aprendizado por intermédio do Instituto, que lhes fornece os instrumen-tos e as aulas gratuitamente.

Outros destaques foram o grupo de percussão Arte no Dique; a apresentação do grupo de dança da professora Renata Rodrigues; da peça de teatro Abandono de Animais pelo grupo de alunos da USP; e do grupo Cantores do Rádio, do Centro de Convivência Isabel Garcia. (Giselda Braz)

Orquestra comandada por Daniel Misiuk combinou o clássico com o popular

Maristela e Watanabe sortearam brindes para o público presente em Campinas, entre Antonio Lombardo (diretor do Sesi local) e Benvenutti

Page 13: Nossa Causa

Apresentações artísticas emocionam em bauruDiversas apresentações culturais ani-

maram o público que compareceu ao Sesi de Bauru, incluindo o Coral D’Angellus, a banda do Senai, o grupo Dança do Cowboy (Sesi), teatro de fantoche, Clube da Viola, aulas de gafieira e forró e a participação inédita da Escola de Samba Águia de Ouro, vice-campeã do Carnaval 2013 de Bauru.

“Não há valor em uma obra sem que se reconheça a importância do seu executor. A missão do Senai é ajudar esse ser a se especializar cada vez mais”, acrescentou o diretor do Senai em Bauru, Ademir Redon-do, parceiro constante do SindusCon-SP. “O Sesi é um lugar de educação, esporte, lazer e saúde. É um lugar voltado para a qualidade de vida da população”, destacou Clóvis Cavenaghi, diretor da unidade que sediou o encontro.

“Hoje é um dia de festa, dia de valorizar o trabalhador e a família da construção. O SindusCon-SP valoriza o seu trabalho e de-fende que uma família saudável é essencial para o seu bem-estar”, completou o diretor da Regional Bauru do SindusCon-SP, Renato Parreira. (Sabrina Magalhães)

Rio Preto festeja dia em família

A chuva forte e o frio mexeram com o clima em São José do Rio Preto, mas não foram suficientes para tirar a animação do público que compareceu ao ConstruSer realizado no Sesi.

O local foi tomado por tendas com oficinas de artesanato, jogos, atividades de recreação para crianças, cabeleireiro, orien-tações sobre controle de dengue, reciclagem, além de espaços para massagem e exames de saúde.

Uma unidade do Corpo de Bombeiros e um Caminhão da Saúde da Prefeitura para orientação e exames de saúde também participaram da ação.

Uma das mais animadas era Talita Freitas dos Santos, 27 anos, que veio acom-panhada do marido, o operador de guinchos Cícero José dos Santos. Além dos três filhos, a família trouxe vários amigos da vizinhan-

ça. “Quero aproveitar para cortar o cabelo”, afirmou. Cícero também é fã do ConstruSer. “Venho há três anos. Já deixo a data reserva-da para trazer a família”, disse ele.

Andréia Vanessa Rolão veio pela pri-meira vez ao evento e pretende voltar. “Estou aprendendo sobre arrumação da geladeira para preservar mais os produtos e economi-zar energia. Trouxe meus filhos e adorei o evento”, disse ela.

Para o diretor da Regional, Emilio Pinhatari, o ConstruSer é um evento con-solidado dentro da área social. “É o melhor momento que podemos proporcionar para o trabalhador na convivência com sua famí-lia”, afirmou. (Ester Mendonça)

Além de estações com dicas de saúde e oficinas, a festa em Rio Preto também foi musical

O Coral D’Angelus estava entre as atrações especiais da festa

Page 14: Nossa Causa

14 revista notícias da construção / Maio 2013

rESPonSAbilidAdE SoCiAl

Saúde é destaque em São josé

O público lotou o CAT Ozires Silva, no Sesi de São José dos Campos. Na aber-tura, o evento contou com as presenças do vice-prefeito Itamar Coppio, que na ocasião representou o prefeito Carlos Almeida; a vereadora e presidente da Câmara Munici-pal, Amélia Naomi; o secretário de Serviços Municipais, Antônio Carlos Wolff Naldony; o diretor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Claudio Caldas; o delegado do SindusCon-SP em Mogi das Cruzes, Mauro Rossi; o diretor do Sesi, Sérgio Antonio Al-ves de Oliveira; o diretor do Senai, Carlos Ortunho Serra, e a coordenadora administra-tiva do Seconci, Ana Carolina Prado.

Para a estudante Fabíola Avelino da Sil-va, o ConstruSer é um momento para reunir a família e aproveitar os serviços oferecidos aos participantes. “Eu gostei muito de tudo,

principalmente do Espaço Saúde. Estou aproveitando para checar o colesterol, a pressão e a visão”, conclui.

Na opinião da aposentada Cecília Ga-briel de Castro, de Taubaté, a oferta de servi-ços importantes e de qualidade é o principal atrativo. “Essa é a terceira vez que participo e o ConstruSer contribui muito, com ações que ajudam no nosso dia a dia, sem contar que a organização é ótima”, disse.

O diretor da Regional, José Luiz Bote-lho, afirmou que desde o princípio o Cons-truSer busca a valorização do funcionário da construção civil e de sua família. “Temos a cada dia atingido nosso objetivo. Entendo que o SindusCon-SP, assim como um todos os parceiros, estão de parabéns por mais esse excelente acontecimento”, afirmou.

(Elizânio Silva)

Santo André destaca ações educacionaisA Regional Santo André mobilizou um

grande público no CAT Sesi Theobaldo de Nigris. “É uma satisfação ver o evento cada vez maior. É importante que os trabalhado-res e seus familiares não guardem apenas a recordação de um dia feliz, mas também os conceitos que viram aqui”, afirmou o dire-tor da Regional, Sergio Ferreira dos Santos.

Para Sergio Moretti, diretor do Sesi, esse espaço também passou a mensagem de harmonização dos indivíduos com o ambiente que ocupam, além da importância do bem-estar da família.

“O ConstruSer passou a ser uma re-ferência para a classe trabalhadora”, disse Luiz Carlos Biazi, presidente do Sindi-cato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Santo

André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

O evento contou com a participação de voluntários do Tiro de Guerra de Santo André, sob a supervisão dos sargentos Er-nani Pereira da Silva e Eugênio Gurski, que colaboraram em todos os setores.

(Ivone Teixeira)

O conselheiro Delfino de Freitas (2º à esq.), Botelho (com microfone) e o diretor de Mogi das Cruzes, Mauro Rossi (3º à dir.) com autoridades locais

Público aprendeu a fazer colares com materiais que seriam descartados

Page 15: Nossa Causa

15revista notícias da construção / Maio 2013

Prudente comemora resultados

O número de trabalhadores e seus fami-liares que compareceram ao Sesi Furquim, em Presidente Prudente, superou em mais de 10% o registrado no ano passado. No total, entre participantes e voluntários foi registrado um salto de mais de 7%. Vale ressaltar que o resultado foi atingido apesar da chuva que atingiu a região.

Nos vários serviços prestados e nas di-ferentes atividades, o total de atendimentos foi de 35.211.

Ao comemorar os bons resultados o diretor da Regional, Luís Gustavo Ribeiro, disse que evento dessa magnitude não seria

possível sem o apoio incondicional de vo-luntários e de parceiros.

“Há um reflexo positivo no ambiente de trabalho e no lar, com a família”, avaliou o dirigente, que esteve acompanhado do o prefeito Milton Carlos de Mello ‘Tupã’ (PTB), e dos diretores adjuntos Paulo Pere-go e Luiz Bonifácio Urel, da coordenadora regional Cláudia Rezende Dória e do diretor do Sesi, Laércio Doglas Rodrigo.

(Homero Ferreira)

Público lota o Sesi de ribeirão PretoNem mesmo a chuva que insistiu em

cair durante todo o sábado em Ribeirão Preto tirou a alegria e a animação das famílias que lotaram as dependências do CAT José Villela de Andrade Júnior (Sesi Castello Branco) no ConstruSer 2013.

A abertura do evento contou com a pre-sença dos diretores adjuntos do Sindus Con-SP, Fernando Junqueira e João Theodoro Feres Sobrinho, que deram as boas-vindas aos trabalhadores e suas famílias em nome do diretor da Regional Ribeirão Preto, Edu-ardo Nogueira. O palco também contou com as presenças do coordenador do Seconci-SP Aguinaldo Silva, e do diretor do Sintra con-SP, Carlos Miranda.

Adultos e crianças de todas as idades participaram de diversas oficinas e ativida-des, entre elas o Show de Talentos, que acon-teceu ao lado da piscina com apresentações musicais e de dança, e o desfile de moda com

as peças criadas nas oficinas de artesanato. Ao final, as famílias ainda participaram

do sorteio de brindes, entre eles bicicletas, ta-blets, geladeira, fogão, fornos micro-ondas, rádios e mochilas. "Foi um dia pensado do começo ao fim para o bem-estar do traba-lhador da construção e seus familiares", co-mentou a coordenadora da Regional, Maria Cecília Rocha. (Márcio Javaroni)

Ribeiro (com o microfone) comandou o sorteio de brindes em Prudente

Oficina de artes encantou as crianças de Ribeirão

Page 16: Nossa Causa

OBRIGADO A TODOS OSPARCEIROS, APOIADORES

E PATROCINADORES

PARCEIROREALIZAÇÃOPROGRAMA

ANOS

F I N A L ano agradecimento 42cmx28cm - 6º Construser 2013.pdf 1 25/04/2013 12:02:19

Page 17: Nossa Causa

OBRIGADO A TODOS OSPARCEIROS, APOIADORES

E PATROCINADORES

PARCEIROREALIZAÇÃOPROGRAMA

ANOS

F I N A L ano agradecimento 42cmx28cm - 6º Construser 2013.pdf 1 25/04/2013 12:02:19

Page 18: Nossa Causa

18 revista notícias da construção / Maio 2013

C A PA

Workshop discute principais entraves ao minha Casa

Reunidos em um workshop pela primei-ra vez desde o lançamento do Minha Casa, Minha Vida, em 2009, membros do governo, de entidades da indústria da construção, representantes dos trabalhadores, da Caixa e do Banco do Brasil debateram no final de abril, na sede do SindusCon-SP, os principais

entraves para investimentos no programa.Ao abrir o evento, Sergio Watanabe,

presidente do sindicato, instou todas as par-tes envolvidas a agirem para que programas como o Minha Casa, que ainda são de gover-no, se transformem em uma política de Es-tado, portanto, perene. “Vamos dizer às 5,3 milhões de famílias que constituem o déficit habitacional brasileiro que o SindusCon-SP reafirma seu compromisso histórico: a sua casa é a nossa causa”.

Segundo Watanabe, “chegamos a um ponto em que o programa tornou-se

indispensável para a erradicação do dé-ficit habitacional e o desenvolvimento socioeconômico do país. Consideramos imprescindível a participação dos go-vernos locais, por di-versos meios: doação de terrenos; agiliza-ção das aprovações; isenções de tributos, e aportes financeiros para complemen-tar os subsídios que garantem habitação

FABIAnA HOLTz E RAFAEL MARkO

intenção do setor é transformar programa em política de Estado

É preciso transformar o Minha Casa em uma política de Estado, disse Watanabe

Fotos: Gabriel Pevide

Page 19: Nossa Causa

19revista notícias da construção / Maio 2013

para as famílias de menor renda”, afirmou o presidente. No caso do Estado de São Paulo, o SindusCon-SP considera que a contra-partida financeira oferecida pelo governo estadual é fundamental para viabilizar o alcance da meta de contratação de moradias para essas famílias.

O workshop “Minha Casa, Minha Vida e Parcerias: Gargalos e Propostas” realizado pelo sindicato junto com a CBIC, com o apoio de Secovi-SP e da Apeop, reuniu cerca de 200 pessoas no auditório do sindicato.

Falta de terrenosNa sequência, o vice-presidente de

Habitação Popular do SindusCon-SP, João Claudio Robusti, apresentou os resultados de uma pesquisa realizada pelo sindicato, em parceria com a CBIC e a FGV, com uma amostra qualificada de 66 construtoras de todo o país que atuam no programa. Para 92% das empresas consultadas o progra-ma foi considerado importante (30%) ou muito importante (62%) para seu horizonte de negócios. Com relação à satisfação da empresa com o programa, 79% declararam estar satisfeitos em parte e 11% totalmente satisfeitos.

O levantamento mostrou que a falta de disponibilidade de terrenos é vista como a principal dificuldade. Este gargalo atingiu 78,8 pontos – em uma escala de zero a 100, sendo que valores acima de 50 indicam mais dificuldade e abaixo de 50 pouca dificuldade. Dos 14 obstáculos citados na pesquisa, 13 atingiram resultado acima de 50 pontos. Ao comentar os dados, Robusti ressalvou que a pesquisa foi feita antes do lançamento do “Programa de Olho na Qualidade” da Cai-xa, que incluiu a criação de um serviço de atendimento ao cliente (0800) para registro de reclamações. Entre as ações apontadas para aprimoramento do programa, o vi ce-presidente destacou a criação de um balcão único na prefeitura para aprovação e libera-ção de projetos. “Essa ideia precisa seguir adiante”, afirmou.

Outro ponto apontado como fundamen-

tal por Robusti para a boa evolução do Minha Casa está no reconhecimento da importância do trabalho terceirizado para o setor. “Temos um amplo leque de problemas para atacar, mas precisamos deixar claro que é essencial para o programa a manutenção do trabalho terceirizado”.

“Entre as diversas dificuldades aponta-das pela pesquisa vemos que a mão de obra ainda é considerada um problema, mas já não lidera a lista de preocupações”, desta-cou Robusti. A contratação de mão de obra qualificada ficou em terceiro (75,3 pontos) entre os principais gargalos.

Robusti apresentou os resultados da pesquisa realizada pelo SindusCon-SP em parceria com a CBIC

42,7

55,1

56,8

58,1

69,2

69,2

69,9

71,3

72,7

73,0

73,5

75,3

77,3

78,8

- 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Fiscalização das obras

Adequação da renda dos compradoresàs condições do programa

Fiscalização do Ministério do Trabalho

Documentação dos compradores

Morosidade burocrática das instituiçõesfinanciadoras na contratação

Processos de aprovação junto às Prefeituras

Processo de desligamento e Repasse

Concessionárias - ligação à rede deenergia elétrica e saneamento

Viabilização do empreendimentono valor estabelecido pelo programa

Serviços de cartórios

Legalização para entrega dos empreendimentos

Contratação de mão de obra qualificada

Processos de aprovaçãojunto a órgãos do governo do Estado

Disponibilidade de terrenos

QuEStionário - difiCuldAdES

Page 20: Nossa Causa

20 revista notícias da construção / Maio 2013

No topo da lista foram apontados ainda os processos de aprovação junto a órgãos do governo do Estado (77,3 pontos) e legaliza-ção para entrega dos empreendimentos (73,5 pontos) e serviços de cartórios (73 pontos). O único item apontado como tendo pouca dificuldade foi a fiscalização das obras (42,7 pontos).

Referência internacional Ao ressaltar que o programa tem servi-

do como referência para outros países, Paulo Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), disse que uma das grandes vitórias do Minha Casa foi ter estimulado a formalidade. “Estamos diante de um sistema em constante mutação e seus avanços têm de ser reconhecidos: saímos de 1,5 milhão de trabalhadores formais no setor para 3,4 milhões em um curto espaço de tempo. São 2,6 milhões de unidades contratadas, 1,2 milhão entregues”, acrescentou.

Simão concordou ainda com o desafio lançado por Watanabe, que pediu por avan-ços na PEC da Habitação, a qual vincula recursos do Orçamento para a moradia. “Ele tem razão. Isso é muito importante para que os próprios empresários possam se organizar para investir”.

Também presente na mesa de debates, José Carlos Martins, vice-presidente da CBIC, considerou importante fazer um ba-lanço de quatro anos de programa para que sejam definidos os próximos passos. Ele

chamou a atenção ainda para a demora dos cartórios na entrega dos empreendimentos, o que acaba levando a algumas invasões. Nes-se contexto, Martins listou algumas ações que estão sendo trabalhadas pela CBIC, como a questão da competitividade, com um estudo de custo, prazos e segurança jurídica. “A parceria com a Caixa já tem diminuído a burocracia e agilizado os processos de aprovação”, afirmou.

Durante o evento, em sua apresen-tação a coordenadora de projetos de construção civil da FGV, Ana Maria Castelo, demonstrou em números como o Minha Casa, Minha Vida contribuiu para a geração de emprego e renda e permitiu a famílias de baixa renda acesso à mora-dia, reduzindo o déficit. De acordo com cálculo feito pela FGV em 2012, sem a contratação de cerca de 300 mil moradias da faixa 1, entre 2011 e 2014 a economia do país deixaria de gerar R$ 15,7 bilhões em valor agregado. Isso também represen-taria menos 400 mil postos de trabalho. “Conseguimos potencializar o número de beneficiados ao estabelecer um novo arranjo na relação entre o setor público e privado”, afirmou Ana.

Segundo a coordenadora da FGV, ao consolidar essa política habitacional, o governo reconheceu definitivamente a im-portância do setor como um grande gerador de emprego e renda.

Veja as apresentações do workshop em www.sindusconsp.com.br .

Ribeiro da Silva, Azevedo Marques, Urbano Duarte, Simão, Watanabe, Penido, Maria do Carmo, Ramalho e Alves, na mesa de debates do evento.

Page 21: Nossa Causa

21revista notícias da construção / Maio 2013

Evento trazboas notíciaspara o setor

no auditório lotado do SindusCon-SP, em primeiro plano a partir da direta: Ribeiro da Silva, Azevedo Marques, Ramalho, Watanabe, Urbano Duarte, Torres e Maria do Carmo

O governo do Estado de São Paulo am-pliou de 100 mil para 124 mil o número de moradias que pretende construir pela via da Casa Paulista até 2014, em parceria com o programa MCMV. Foi o que anunciou o se-cretário estadual da Habitação, Silvio Torres, no workshop realizado no SindusCon-SP.

O secretário da Habitação de São Paulo, José Floriano de Azevedo Marques, anun-ciou que a Prefeitura licitará até outubro 28 mil unidades habitacionais, das quais 8,6 mil até junho, dentro do MCMV, com aportes suplementares de até R$ 20 mil por moradia.

Poucas queixasO vice-presidente de Habitação e

Governo da Caixa, José Urbano Duarte, classificou de “residuais” os problemas de qualidade do programa. Segundo ele, apenas 15% das ligações recebidas pelo 0800 da Caixa referem-se a imóveis, sendo que dois terços destes relativos a dúvidas em relação às faixas 2 e 3. “Em relação à faixa 1, 9 entre 10 reclamações referem-se à qualidade de empreendimentos dos chamados ‘formigui-nhas’, cuja execução não é acompanhada pela Caixa.”

Ele se dispôs a formar um grupo dentro da Caixa para contribuir com a remoção dos gargalos. E anunciou que a instituição terá uma Vice-presidência exclusivamente voltada à Habitação.

Em relação à pouca disponibilidade de terrenos, Maria do Carmo Avesani, diretora de Produção Habitacional do Ministério das Cidades, propôs que as prefeituras desapro-priem imóveis ociosos, com indenizações justas. Ela negou que o governo esteja

pensando em reajustar o valor pago pelas moradias da faixa 1 em função do aumento de custos proporcionado pela Norma de Desempenho.

Qualificação no canteiroPara o deputado estadual e presidente

do Sintracon-SP, Antonio Ramalho, há pro-blemas não na terceirização mas em precari-zação do trabalho: informalidade, sonegação e falta de qualidade. Ele defendeu o aumento de verbas para qualificação dentro dos can-teiros de obras, a reativação da Fundacentro e a contratação de engenheiros de segurança para serem auditores do trabalho.

Já o presidente da Feticom, Emilio Alves Ferreira Jr., defendeu que o MCMV passe a ser um projeto de todo o setor, in-cluindo os trabalhadores da construção, que em sua grande maioria se encaixam na faixa 1 do programa.

O diretor de Crédito Imobiliário do Banco do Brasil, Hamilton Ribeiro da Silva, reafirmou o compromisso da instituição com o programa. Ele manifestou a expectativa de que a carteira de crédito do banco dobre em pouco tempo, uma vez que a relação entre o volume dos financiamentos imobiliários e o PIB já ascendeu a 7,1%.

O diretor de Habitação Econômica do Secovi-SP, Flávio Prando, propôs que o go-verno reconheça que o MCMV é fiscalmente sustentável, ao recuperar em arrecadação o que gasta em subsídios. Já o vice-presidente de Habitação Popular da Apeop, Luiz An-tonio Zamperlini, sugeriu que os gargalos e suas soluções sejam compartilhados entre todas as entidades do setor.

Page 22: Nossa Causa

22 revista notícias da construção / Maio 2013

Maria angeLiCa CoVeLo SiLVa é engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da ngi Consultoria e Desenvolvimento

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna:[email protected]

mudança necessária

G E S t à o d A o b r A

Algo está errado na administração pública ou privada quando, havendo instâncias ante-riores que deveriam ter cuidado da questão, a presidente da República solicita a instalação de pisos cerâmicos nas moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Seria importante que a presidente também soubesse que grande parte das obras deste e de outros programas não atende a normas técnicas básicas como as de projeto de fundações, de estruturas e de drenagem; usa materiais e com-ponentes não conformes, e seus responsáveis não sofrem exigências de cumprimento das normas por parte de órgãos públicos.

A grande maioria das obras brasileiras ainda tem seu controle tecnológico realizado por laboratórios sem acreditação, com procedi-mentos e equipamentos inadequados. Grande parte dos fornecedores de serviços não tem engenheiros ou arquitetos como responsáveis. Serviços que afetam diretamente a segurança são realizados de modo informal sob o aspecto técnico.

Este quadro leva à concorrência preda-tória e ameaça a segurança dos usuários. Sem ter os custos decorrentes da engenharia de fato em todos os elos da cadeia produtiva, as em-presas que assim atuam inviabilizam o acesso ao mercado daquelas que cumprem tudo nos programas habitacionais de interesse social (ou outras obras).

Não há como um escritório de projeto que conheça todas as normas e as aplique, que invista em ter profissionais capacitados, ter o mesmo preço de serviços de alguém que “não precisa” deste conhecimento. Não há como

um laboratório que passa por todo o processo de acreditação do Inmetro, que tem pessoal capacitado/certificado, ter o mesmo preço de outro sem controle de qualquer processo.

Não há como uma construtora que siga todas as normas técnicas em seus projetos, ma-teriais, serviços e atendimento ao cliente (para não falar da conformidade fiscal e trabalhista) ter o mesmo custo de quem ignora tudo isso.

Assim, o revestimento no piso é o de menos. Aliás, entenda-se de uma vez por todas que não é o piso cerâmico que resolve universalmente a necessidade de desempe-nho das unidades. Falando em desempenho, o revestimento tem papel em uma série de requisitos, mas só para dar um exemplo, ele pode não ser a melhor solução do ponto de vista do desempenho térmico no dormitório de um empreendimento na zona bioclimática 1 (cidades mais frias do país).

O Programa Minha Casa, Minha Vida precisa urgentemente partir para a conformi-dade completa e a garantia de desempenho

ao longo da vida útil. Que tal, em vez do revestimento de piso, começar a exigir a demonstração de con-formidade verdadeira

de projeto, materiais e construção? Com evidências de atendimento. Dá para fazer. É só querer ter um sistema sério e inteligente de qualificação de empresas para participa-rem do programa.

Mas o governo precisaria estar pre-parado para a depuração que isso traria. Muitas empresas que estão construindo no MCMV teriam que se adequar. A sociedade brasileira veria seu dinheiro ser empregado adequadamente e os riscos à segurança e vida útil das edificações diminuiriam sig-nificativamente.

Em vez de piso cerâmico, o mCmvdeveria exigir atendimento às normas

Page 23: Nossa Causa
Page 24: Nossa Causa

24 revista notícias da construção / Maio 2013

FernanDo aUgUSto Corrêa Da SiLVa é coordenador de Projetos do CtQ (Comitê de tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

o bim avança

Q u A l i d A d E

Em 2007, o Comitê de Tecnologia e Qua-lidade (CTQ) do SindusCon-SP iniciou um projeto visando estimular a implementação de um sistema de projeto de obras de edificações em 3 dimensões. Visava-se melhorar a produ-tividade do setor para atender a pressão imo-biliária que antevíamos para os anos seguintes.

Começávamos assim a impulsionar a adoção do BIM (Modelagem da Informação na Construção). Realizamos ou apoiamos uma série de eventos de aquisição e disseminação de conhecimentos, em conjunto com outras entidades. Destes, destacaram-se a Missão Técnica à Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos, e os três seminários organi-zados pelo SindusCon-SP entre 2010 e 2012.

O BIM vem sendo implementado de forma constante e paulatina em empresas de projeto, construtoras e incorporadoras. Consi-derando 2010 como ano do início da implanta-ção dentro das construtoras, quando somente tínhamos cases de Matec, Método, Gafisa e Sinco Engenharia, hoje outras empresas como Odebrecht, Tecnisa, Hochtief, JHSF, Engevix, Rossi e CCDI o incorporaram.

O mercado já consegue contratar um time completo de projetistas das principais disciplinas (arquitetura, estrutura, instalações hidroeletromecânicas, HVAC) que desenvol-vem projetos em BIM. Empresas de projeto começam a oferecer soluções integradas, dentro de valores compatíveis e bem similares aos projetos 2D. Alguns projetos já modelados saíram dos escritórios e vão para as obras ge-rando facilidades de controle e planejamento. Cada vez mais teremos o BIM inserido na

produção da edificação.Na área governamental, DNIT, Metrô

de São Paulo, CPTM, Exército, Petrobras, Prefeitura do Rio e Inpi são alguns dos órgãos que já possuem contratos de projetos de obras em BIM. Juntos, os Ministérios das Cidades e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vêm incentivando e implementando diversas ações para disseminá-lo.

Por meio do Instituto Brasileiro de In-formação em Ciência e Tecnologia (Ibict), que auxilia a finalização do Sistema de Clas-sificação da Informação da Construção (NBR 15.965), firmou-se contrato com o Exército para a criação de Bibliotecas de Componentes Nacionais. Também será uma contribuição ao ABNT/CEE 134, que, junto com o Grupo de Trabalho de Componentes BIM, vem desen-volvendo as Diretrizes para Desenvolvimento de Bibliotecas de Componentes BIM.

Estas ações fazem parte de um grande movimento governamental, observado e acom-panhado pela Caixa Econômica Federal, que objetiva sua implementação dentro Programa Minha Casa, Minha Vida e de futuros contratos

voltados à infraestru-tura, pois foi possível constatar a melhoria na produtividade e dos níveis de controles de planejamento e de cus-to em obras pilotos em

BIM executadas pelo Exército.Alguns fabricantes como Deca e Tigre

deram passos à frente em seus mercados, criando e disponibilizando bibliotecas de seus produtos. Em fevereiro, o Grupo BIM capita-neado pela NGI apresentou às Câmaras Seto-riais, que participam do Programa Setorial da Qualidade do PBQP-H e reúnem fabricantes de diversos setores da construção, uma proposta para alinhar o papel da indústria de produtos

o governo tem grande interesse naadoção da modelagem na construção

Page 25: Nossa Causa

25revista notícias da construção / Maio 2013

e componentes para construção em relação ao BIM. Ficaram claras as grandes vantagens do processo que facilitará as especificações de produtos, dando agilidade às cotações, criando os produtos virtuais que acompa-nharão as edificações virtuais, do projeto à sua manutenção.

Apesar dos passos já dados, ainda há muito por se fazer na implantação do BIM no Brasil. Será necessária uma nova agenda, com ampla discussão quanto à formatação dos novos contratos de projetos e de obras, identi-ficando as obrigações e informações a serem fornecidas por cada um dos envolvidos, relação dos entregáveis em cada um dos possíveis níveis de desenvolvimento (LODs) de projetos.

Como o processo BIM mudará profunda-mente as atuais formas de trabalho e relaciona-mento entre os players, digitalizando históricos e responsabilidades, deve estar presente nesta agenda a discussão sobre mitigação de riscos, agregação de valor, e deverão nela ser envolvi-das também empresas seguradoras, tanto para a fase de construção como para as de utilização e manutenção das edificações.

Manuais de implantação do processo BIM em escritórios de projeto, construtoras e incorporadoras, como os desenvolvidos pela Pennstate University, devem ser adaptados aos formatos nacionais, o que auxiliará na discus-são e na descrição de funções e obrigações dos times operacionais em todas as fases.

Com a entrega de edificações virtuais, estes modelos deverão ser monitorados de forma manual, mecânica ou digital ao longo de sua construção e em sua operação, devendo ser discutidos os níveis de informação e sua dis-ponibilização para as built, comissionamento e manutenção, com foco também no monitora-mento de sua sustentabilidade e desempenho.

Acompanhando a escola americana, devem ser discutidos, entre outros: a criação de índices como retorno sobre investimento ROI em empresas que implementaram BIM, medição de atividades com perdas, e/ou ativi-dades que não agregam valor, para monitora-ção de eficiências no processo de construção após a introdução do processo, objetivando

um monitoramento preciso do progresso de implementação no Brasil.

Um dos principais pontos desta agenda diz respeito à formação de mão de obra técnica e acadêmica, na qual devem ser analisados e propostos novos currículos universitários, pois, com a inserção da modelagem na construção, o trabalho de times interdisciplinares sobre um mesmo modelo exigirá profissionais diferen-ciados dos que temos no mercado.

O aumento de produtividade está diretamente ligado ao BIM, pois a organi-zação e a disponibilidade de informações, a realização de pré-construção, o KanBIM gerarão elementos e processos construtivos produzidos fora do canteiro, possibilitando a diminuição de cronogramas, de desperdício de materiais, e, consequentemente, de recur-sos. Os cronogramas de acompanhamento deverão ser diários e os entregáveis deverão ser just in time.

Portanto, a discussão de uma moderna indústria da construção, cada vez mais modu-lada, pré-fabricada e sistêmica, deverá fazer parte desta agenda, pois o canteiro de obra se aproximará de uma linha de montagem.

O CTQ continuará atuante, para que este trabalho seja colaborativo, gere a maior disse-minação de novas tecnologias BIM, e minore os investimentos iniciais de implantação.

O Seminário SindusCon-SP BIM 2013, em outubro próximo, continuará tendo como objetivo principal o fornecimento de infor-mações do estado da arte BIM, apresentando cases nacionais e internacionais de obras, e trazendo os principais acadêmicos envolvidos com o desenvolvimento do processo no Brasil e no mundo.

Page 26: Nossa Causa

26 revista notícias da construção / Maio 2013

QuAlidAdE

Consultores darão impulso ao bimA disponibilização, a partir de maio, de

três consultores que darão apoio técnico às empresas na utilização do BIM (Building Information Modeling) é a maior novidade que dará novo impulso à implementação da ferramenta na construção civil brasileira.

Fernando Correa, coordenador do grupo de trabalho de BIM do CTQ (Comitê de Tec-nologia e Qualidade) do SindusCon-SP e da Comissão Especial de Estudos sobre o tema da ABNT, conta que os três profissionais são fruto de tratativas do SindusCon-SP com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o que gerou um acordo entre MDIC, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Mi-nistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para prover recursos que sustentarão o apoio necessário.

Segundo o diretor do Departamento das Indústrias Intensivas em Mão de Obra e Recursos Naturais do MDIC, Marcos Otávio Bezerra Prates, a implantação e difusão da tecnologia BIM no Brasil “é prioridade na agenda estratégica do Plano Brasil Maior”. Prates coordena o Conselho de Competiti-vidade da Construção Civil, que considera que o BIM traz precisão e integração das diferentes disciplinas, dando qualidade aos projetos, segundo ele, “um dos maiores gar-galos na construção civil brasileira”.

Projeto pilotoPrates revela que os consultores atuarão

em um projeto piloto com DEC/EB (De-partamento de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro) e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), pelo desenvolvimento de biblio-tecas BIM, a serem implementadas pelo Exército e disponibilizadas pelo IBICT em um portal para download gratuito.

Segundo ele, a equipe será composta por arquitetos e engenheiros e terá 18 meses

para contemplar, além do piloto, ações que definirão diretrizes para componentes e estudos (quantificação de serviços e de materiais para uso em BIM; especificações de serviços, pro-cessos construtivos e materiais; orçamentação; e incorporação de parâmetros de responsabili-dade socioambiental nos tem­plates da biblioteca.

“A parceria será funda-mental para a dinamização da implantação da tecnologia BIM, equacionando e favore-cendo mudanças de paradigma importantes como a Norma de Desempenho e o desafio da implantação da coordenação modular e da sustentabilidade ambiental”, afirma Prates.

Outras iniciativasFernando Correa diz que também vêm

avançando com velocidade os trabalhos da ABNT e da Asbea.

Segundo Eduardo Toledo Santos, professor da Poli-USP e coordenador do grupo de trabalho da norma de diretrizes de biblioteca da CEE-134, os entendimentos caminham para a elaboração de uma nor-ma voltada à questão do uso dos objetos. “Queremos entender quais parâmetros do componente são relevantes para cada fim”, explica. “A partir destas definições, teremos uma espécie de ‘selo de validação’ dos com-ponentes”, completa.

Já a Asbea dedica-se a elaborar um Guia de Boas Práticas e ao estudo de formatação de contratos do modelo tridimensional. Esta questão documental, afirma a arquiteta Miriam Addor, coordenadora do Grupo de Trabalho BIM da Asbea, talvez seja uma das mais atrasadas. “O avanço é incipiente”, diz.

(Nathalia Barboza)

MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

Page 27: Nossa Causa
Page 28: Nossa Causa

28 revista notícias da construção / Maio 2013

m E i o A m b i E n t E

renovado convênio para rastrear resíduos

O compromisso de disponibilizar em 2014 um sistema informatizado para rastre-amento de resíduos da construção no Estado de São Paulo foi renovado no início de abril com a assinatura de um Termo Aditivo ao Convênio celebrado entre a Secretaria Esta-dual de Meio Ambiente e o SindusCon-SP. No novo documento, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) pas-sou a figurar como partícipe. O termo foi assinado por Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP; Bruno Covas, secretário do Meio Ambiente; Otávio Okano, diretor presidente da Cetesb; e Nelson Roberto Bugalho, diretor vice-presidente da Cetesb.

A cerimônia foi acompanhada pelo vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos; pelo coordenador do Comasp (Comitê de Meio Ambiente), André Aranha; e pela coordena-dora técnica do comitê, Lilian Sarrouf.

Watanabe ressaltou a importância do convênio “pioneiro”, firmado em fevereiro de 2010. Para ele, “o trabalho é importante para dimensionar os resíduos produzidos no Estado e demonstra nosso empenho em tirar do papel boas ideias para o desenvolvimento paulista”.

O projeto objetiva centralizar e facilitar o acesso às informações referentes à gestão de resíduos da construção no Estado e será desenvolvido para atender os requisitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da Política Estadual de Resíduos Sólidos e da Resolução Conama 307 e suas alterações. Também atenderá às legislações federal e estadual referentes ao Sistema Declaratório e

Diagnóstico de resíduos da construção civil.O plano de trabalho dessa fase do

projeto recebeu um novo cronograma que detalha as ações visando a implementação do sistema de rastreabilidade de resíduos envolvendo geradores, transportadores, áreas de destinação, recicladoras e áreas de dispo-sição final. Os municípios serão envolvidos dentro de suas responsabilidades.

No convênio, os partícipes compro-meteram-se a coordenar e desenvolver as ações para a realização deste projeto, entre elas a disponibilização do sistema no site da Cetesb e a realização de testes até dezembro de 2013. Depois do sistema pronto, a SMA e a Cetesb deverão fazer o seu gerenciamento e sua homologação. Ficou acertado que isso deverá acontecer até o início de 2014.

A Secretaria também será responsável pela aquisição, com recursos próprios, da infraestrutura (hardware/software) e pela impressão de manuais para treinamento e de folhetos orientativos.

O SindusCon-SP irá contratar a em-presa de tecnologia da informação que desenvolverá o sistema e este será entregue integralmente à SMA e à Cetesb que terão todo o domínio e licença para uso do mesmo.

O gerenciamento do projeto será feito por um Grupo de Acompanhamento que será responsável pela conteúdo técnico e elabo-ração de normas de utilização do sistema, além da criação dos manuais de uso e trei-namento dos multiplicadores e organização dos eventos que deverão ocorrer no primeiro semestre de 2014, na sede e nas Regionais do SindusCon-SP. (Nathalia Barboza)

Bruno Covas e Sergio Watanabe assinam o aditivo que dá prosseguimento ao convênio, iniciado em 2010

Page 29: Nossa Causa
Page 30: Nossa Causa

30 revista notícias da construção / Maio 2013

mEio AmbiEntE

SindusCon-SP confere soluções de eficiência energética alemã

nATHALIA BARBOSA

O vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos, representou o sindicato na Missão Técnica “Eficiência Energética em Edifícios”, que aconteceu de 21 a 28 de abril, nas cidades de Frankfurt, Munique e Freiburg, na Ale-manha, a convite da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) gmbh, agência de cooperação do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).

A agência alemã implementa os pro-gramas e projetos relacionados ao acordo básico de cooperação técnica de 1996 com vistas à consolidação das fontes de ener-gia renováveis e eficiência energética na matriz energética brasileira e ao acordo de cooperação no Setor de Energia de 2008 assinados entre Brasil e Alemanha. A GIZ realizou essa Missão Técnica no âmbito de sua parceria com a Caixa.

Ao lado de Vasconcellos, que também é diretor da DOX Planejamento e Gestão, viajaram: Sergio Geraldo Linke, gerente executivo de Engenharia e Arquitetura da Caixa, e Mara Luísa Alvim Motta, gerente de Meio Ambiente; Carlos Eduardo Sartor, do Departamento de Tecnologias Sociais, e Ana Maria Barbosa Silva, da Área de Tec-nologia para o Desenvolvimento Social da Finep; Junia Maria Santa Rosa, secretária Nacional Substituta da Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades;

Prof. Roberto Lam-berts, do Laboratório de Eficiência Energé-tica em Edificações, da UFSC; Angela Marcia Andrade, engenheira e jornalista da Rede Bahia; profª Dalia Mai-mon, do Instituto de Economia, da UFRJ; Ana Christina Roma-no Mascarenhas, assessora de Eficiência Energética da Neoenergia; Arnd Helmke e Tatiana Cyro Costa, respectivamente coordenador da Componente Eficiência Energética e gerente de Projetos da Agên-cia GIZ; e Tabea von Frieling de Valencia, gerente de Projetos Energia do Banco KfW.

Agenda extensaA programação da Missão Técnica foi

extensa. “Foi tudo muito interessante. Para os alemães a questão da eficiência ener-gética em edifícios é estratégica, pois até

missão técnica levou brasileiros a três

cidades na Alemanha

no alto, Vasconcellos (quarto, da dir. para a esq.) com o grupo de brasileiros que participaram da Missão Técnica à Alemanha, em visita à sede do Banco kfW, em Frankfurt

Page 31: Nossa Causa

31revista notícias da construção / Maio 2013

2.020 eles têm como meta, abolir o uso da energia gerada em centrais nucleares. Muito diferente da realidade brasileira em função do clima, o principal ponto a ser tratado por lá é o consumo de energia nos sistemas de calefação dos edifícios, desta forma não dá simplesmente para aplicarmos aqui o que vimos. Entretanto, a viagem serviu para aprendermos como eles atacam o problema, quais soluções estão sendo adotadas e qual a tendência tecnológica no uso da energia solar como fonte de energia renovável para edifícios”, comentou Vasconcellos.

O objetivo maior da Missão foi de-monstrar soluções tecnológicas e institucio-nais e experiências exitosas para fomentar a troca de experiências entre as duas nações, especialmente que tenham foco em habita-ção, incluindo a de interesse social.

DestaquesAlém da oportunidade de conviver

e discutir, com os demais membros da Missão Técnica, a eficiência energética de edifícios no Brasil, em contraponto ao que estava sendo visto na viagem, Vasconcellos destacou a forma organizada e pragmática como a questão é tratada na Alemanha, envolvendo sociedade, governo, institui-ções financeiras e instituições de pesquisa e desenvolvimento.

Segundo Vasconcellos, outro destaque da agenda foi a visita ao Passiv House Institut, em Darmstadt, Frankfurt. O instituto é centro de referência mundial em arquitetura passiva e bioclimática, e ofereceu um seminário sobre o exemplo do México no uso do conceito de arquitetura passiva e discussões sobre potenciais desta modalidade para o Brasil e para habitações de interesse social.

Também em Frankfurt, os participantes da Missão puderam debater e discutir sobre a realidade brasileira e sobre a experiência do Banco KfW (similar ao nosso BNDES) em termos de financiamento de medidas de eficiência energética em edifícios na Europa e no Mundo. Uma visita guiada ao

edifício- sede do KfW também detalhou o modelo de retrofit em edifício comercial vencedor do prêmio Best Tall Building Award 2011, do Conselho Internacional de Prédios e Habitação Urbana (CTBUH).

Em Munique, os brasileiros partici-param da Conferência Sustainable Buil­ding 13, com palestras, mesas-redondas e reuniões com equipes da Universidade Técnica de Munique (TU München), da Sociedade Alemã para a Construção Sus-tentável (DNGB), do Fraunhofer Building Innovation Alliance e do International Initiative for a Sustainable Built Environ­ment (iiSBE). O evento faz parte de uma série de conferências preparatórias para a Conferência Global, que acontecerá em 2014 em Barcelona (Espanha). “A visita ao hotel Campo dei Fiori foi também um bom exemplo de como o conceito do edifício de consumo quase zero de energia pode ser aplicado também a edifícios de serviços, notadamente hotéis”, afirmou Vasconcellos.

Em Freiburg, o grupo realizou visita guiada ao distrito de Vauban, conhecido mundialmente como modelo de bairro re-sidencial solar e sustentável, e conversou com representantes do Fraunhofer Institut für Solare Energiesysteme (ISE), um dos principais centros de vanguarda mundial na pesquisa aplicada de sistemas solares.

Os detalhes da Missão Técnica e as observações dos brasileiros na Alemanha estarão na próxima edição de Notícias da Construção.

Jardins da sede mundial da GIz, em Eschborn, Frankfurt

Page 32: Nossa Causa

32 revista notícias da construção / Maio 2013

mEio AmbiEntE

moído, não queimado

Um estudo da Poli-USP mostrou ser possível mudar a forma como se fabrica cimento, concretos e argamassas reduzindo as emissões de gás carbônico. Os professo-res da Politécnica Vanderley John e Rafael Pileggi divulgaram em abril que descobriram ser possível aumentar a proporção de filler na fórmula do cimento Portland, adicionando dispersantes orgânicos que afastam as par-tículas do material e possibilitam menor uso de água na mistura com o clínquer.

Para dar certo, o calcário cru (ou outro filler inerte utilizado) é moído em porções “mais finas até do que talco” e passa “por um processo rigoroso de tratamento e controle de qualidade”, explica Pileggi.

John lembra que o cimento Portland tradicional é composto basicamente por argila e calcário, fundidos no forno em alta temperatura, transformando-se em peque-nas bolotas (clínquer), que são moídas com gipsita (matéria-prima do gesso). “Esti ma-se que para cada tonelada de clínquer são emitidos entre 800 e 1.000 quilos de CO

2,

incluindo aquele gerado pela decomposição do calcário e pela queima do combustível fóssil”, diz o professor.

O filler é uma matéria-prima à base de pó de calcário que dispensa tratamento térmico, processo responsável por mais de 80% do consumo energético e 90% das emissões de CO

2 na fabricação do cimento.

Empregado desde 1970, acreditava-se até agora que a quantidade de filler na fórmula não poderia ser alta pelo risco de compro-meter a qualidade do produto. “Atualmente, o teor de filler está em cerca 10%, atingindo, na Europa, 30% em casos especialíssimos. Em laboratório, conseguimos chegar a teores

de 70%”, afirma John. Pileggi aponta que novos estudos irão desenvolver tecnologias que permitam a moagem e a seleção de partículas em larga escala e de forma competitiva. “É preciso desenvolver uma tecnologia de moagem sofisticada em escala industrial”, diz.

MaleabilidadeA chave do método proposto pela Poli

é o controle rigoroso e a seleção das subs-tâncias que compõem o cimento. O método realiza de forma mais racional o controle, seleção e combinação das matérias-primas usadas para produzir o cimento, aumentando a qualidade e sua malea bilidade e permitindo substituir grande parte do material responsá-vel pelo CO

2. Por meio da reologia (ciência

que estuda o escoamento dos fluidos), os pesquisadores obtiveram misturas fluidas com baixo teor de clínquer e outros ligantes. A técnica também provou aumento da resis-tência do concreto em laboratório.

“A indústria busca alternativas para aumentar a ecoeficiência do processo subs-tituindo parte do clínquer por escória de alto- forno de siderurgias e cinza volante (resíduo de termelétricas a carvão). O problema é que a indústria do aço e a geração de cinza crescem menos que a produção de cimento, o que inviabiliza essa estratégia no longo prazo”, diz John. “E alternativa do sequestro de carbono é muito mais cara.”

Segundo ele, a demanda mundial anual por cimento é de 3,6 bilhões de toneladas por ano e o consumo deve aumentar 2,5 vezes até 2050, devido à demanda dos países em desenvolvimento. “Sem inovações, o setor poderá ser responsável por até 20% do total de CO

2 emitido”, destaca.

A Poli negocia parceria com cimentei-ras para aperfeiçoar a tecnologia e aplicá-la na produção. (Nathalia Barboza)

nova técnica produz cimento com menor

emissão de Co2

Page 33: Nossa Causa
Page 34: Nossa Causa

34 revista notícias da construção / Maio 2013

MarCoS HaSHiMoto é coordenador do Centro de empreendedorismo e professor da Faap, e pesquisador da Facul-dade Campo Limpo Paulista. É autor de Práticas de empreen-dedorismo, Lições de empreendedorismo e espírito empreende-dor nas organizações

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

derrubando mitos

Tudo o que desperta grande interesse público acaba gerando muitos equívocos. O mesmo acontece com empreendedorismo. Muitos mitos foram criados sobre o tema nos últimos anos e quero aproveitar este espaço para esclarecer alguns deles:

- Plano de negócio é tudo. Este é um documento que consolida, de forma integrada, todo o conceito de negócio, para comunicar e buscar apoio de pessoas e entidades. Quem nunca fez um curso de Administração ou Gestão de Negócio realmente sente falta desta ferramenta. Mas é perfeitamente possível fazer um excelente plano de negócio de uma ideia ruim, ou a ideia é até boa mas não está na mão da pessoa certa para concretizá-la.

- Tem que ter perfil empreendedor. Nenhum grande empreendedor é completo. Não existe um perfil empreendedor, existem diferentes tipos de empreendedores. É preciso saber quais são seus talentos e fazer bom uso deles. Para fazer o que você não sabe, deve bus-car ajuda de quem saiba, seja na forma de um sócio, um parceiro ou um funcionário-chave.

- Empreendedorismo não se aprende. Pode ser difícil ensinar empreendedorismo, mas com certeza é possível aprender. Empre-ender é correr riscos, promover mudanças, desenvolver rede de contatos, vender uma ideia, lidar com recursos escassos e improvisar, assimilar erros e fracassos. Estas competências empreendedoras são desenvolvidas com a prática empreendedora.

- É preciso muito capital para começar. No começo de um novo negócio, é mais im-

portante começar a fazer algo, com os poucos recursos que o empreendedor possui, do que sair em busca de muito dinheiro. O investidor só vai investir se o negócio já estiver de alguma forma caminhando com as próprias pernas. Ele não vai apostar em uma ideia que está só no papel. É possível começar pequeno e crescer devagar. Talvez seja até mais recomendável do que ter um investidor.

- Qualquer pessoa com um negócio próprio é empreendedor. Nem todo mun-do que tem um negócio próprio tem perfil empreendedor, assim como já vi o perfil empreendedor presente em donas de casa, crianças, aposentados e funcionários públicos. Empreender é atitude e uma delas, por acaso, é estabelecer um negócio próprio.

- É preciso ter uma ideia absolutamente fantástica para empreender. A maioria dos negócios é aberta com apenas uma identifica-ção de uma boa oportunidade e uma oportuni-dade nem sempre tem uma inovação associada. Esta oportunidade pode ser melhorar algo que já existe ou levar um produto atual para um

mercado novo.- Empreende-

dores se matam de trabalhar. O empre-endedor tem uma con-cepção diferente do trabalho. Para ele, fazer

o que gosta não é trabalho. Mesmo que ele acabe se dedicando mais ao seu negócio do que ao seu antigo emprego, ele encara como diversão e não como trabalho.

- Empreendedores são jovens. Não há idade certa para empreender. Pessoas mais experientes e maduras têm a seu favor o co-nhecimento do mercado e melhor capacidade para tomar decisões e compartilhar uma visão do todo. O importante é ser jovem de espírito e não de idade.

recicle suas ideias sobre o queé preciso saber para empreender

E m P r E E n d E d o r i S m o

Page 35: Nossa Causa
Page 36: Nossa Causa

36 revista notícias da construção / Maio 2013

r E l A Ç Õ E S C A P i t A l - t r A b A l H o

Planejamento reduz riscos em altura

Planejar é fundamental quando o assun-to são os riscos de um trabalho em altura. A afirmação é do auditor fiscal da Superinten-dência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo e coordenador do Programa Es-tadual da Construção de São Paulo, Antonio Pereira. No Sobratema Workshop 2013, em abril, ele reafirmou ainda a importância da etapa de manutenção.

“O primeiro conceito básico para diminuir os riscos destes acidentes é o pla-nejamento da atividade por um profissional responsável, se possível ainda no projeto”. O plano deve ser baseado em uma boa “análise de risco” e projetar a manutenção. Os pontos de fixação das linhas de vida, por exemplo, precisam estar disponíveis”, completou.

Quando se inicia uma obra, diz, é neces-sário saber quem e como vai mantê-la, para que isto seja feito adequadamente. “Como vamos trocar as lâmpadas em auditórios com mais de 2 metros de altura? Alguém tem de pensar como fazer a limpeza de fachadas de shoppings e a troca de materiais em cober-turas de estádios”, questionou.

O auditor fiscal destacou outros pontos: capacitação do trabalho, uso correto dos equipamentos, plano de emergência para minimizar o impacto quando acontece o aci-dente e permissão e autorização de trabalho.

Outro fator fundamental: o treinamento de 8 horas exigido pela NR 35. “O profis-sional de segurança define quem deverá fazê-lo, e o curso precisa ser dado por gente com experiência prática”, disse. Além disso, recomendou que o curso seja ministrado no início do horário de trabalho, quando o trabalhador está mais alerta.

Plataformas aéreasO workshop mostrou que, se usadas de

forma correta, as platafor-mas aéreas (PTA) são um método seguro para traba-lhos em altura –em 2012, no mundo, foram 31 aci-dentes fatais envolvendo esse tipo de equipamento.

O gerente nacional do Ipaf (International Po­wered Access Federation, federação inter-nacional que representa os fabricantes), Antonio Barbosa, lembrou que as PTAs foram desenvolvidas para a movimentação de pessoas e, no máximo, das ferramentas. A conscientização e o treinamento do ope-rador, apontou, são fatores primordiais. “A capacitação adequada fornece subsídios para que ele conheça a operação e os fatores de risco, avaliando corretamente todo o entorno da plataforma” finalizou.

Pereira já havia mostrado uma imagem de trabalhadores “pegando carona” em um guindaste. “Cadê o encarregado? Que tipo de cobrança tem um trabalhador destes?”, provocou.

Segundo ele, embora o número de aci-dentes fatais por queda de elevadores tenha baixado, as demais causas, como o excesso de horas trabalhadas, preocupam. “Para a segurança do trabalho, tão importante quanto o operador da grua é o sinaleiro, que também precisa ter um treinamento diferenciado”.

MercadoO mercado de PTAs está em ascensão

no país, chegando a movimentar cerca de US$ 300 milhões ao ano. Raphael Cardoso, diretor da Terex, conta que a entrada desses equipamentos passou de 80 unidades, em 2002, para 6.035, só em 2012, somando 22 mil plataformas em operação no Brasil.

Planejamento, manutenção e treinamento são pontos fundamentais contra acidentes de queda, afirma Antonio Pereira

Foto:

Divu

lgaçã

o Sob

ratem

a

Page 37: Nossa Causa

37revista notícias da construção / Maio 2013

Apoio ao trabalho seguroTodas as ações do SindusCon-SP em

prol do meio ambiente e da saúde, segu-rança e qualidade de vida do trabalhador

da construção civil foram divulgadas no evento “Valorizando Nossos Bens Mais Preciosos: A vida e a saúde”, que o TRT-2/SP realizou no Vão Livre do Masp e no Fó-rum Rui Barbosa. O evento foi promovido no âmbito do Programa Trabalho Seguro (Programa Nacional de Prevenção de Aci-dente de Trabalho), do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A participação do SindusCon-SP é fruto da sua adesão, em maio de 2012, ao Protocolo de Cooperação Técnica celebrado entre TST, Conselho Superior da Justiça do Trabalho, Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego e Previdência Social e AGU.

O SindusCon-SP dividiu o estande com o Seconci-SP, que promoveu exames gratui-tos de pressão arterial e glicemia.

(Nathalia Barboza)

Vídeos mostram boas práticasA participação da equipe de técnicos de

segurança do trabalho do SindusCon-SP foi fundamental para a estruturação das infor-mações contidas na coleção de 100 vídeos do Programa 100% Seguro, lançada por Sesi, CNI, CBIC, Seconci Brasil e Sinduscons.

Os vídeos educativos com dicas sobre proteção individual, choques elétricos e trabalho em altura, entre outros, serão distri-buídos pelo SindusCon-SP às suas Regionais e a entidades do setor em quatro DVDs.

O vice-presidente de Relações Capital- Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishika-wa, explica que, embora os vídeos ainda não contemplem todos os itens da Norma Regulamentadora 18, a expectativa é de que iniciem um trabalho que complete a coleção. “Nosso esforço é pela massificação da cultura da saúde e segurança do trabalho nos canteiros do Brasil e pela compreensão do que as NRs trazem de valor para o setor.” Segundo ele, os vídeos têm também como

importância disseminar as normas entre as pequenas construtoras. “É o dinheiro do Sesi retornando efetivamente para o setor”, diz.

O lançamento coincidiu com as come-morações do Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, promovido pela OIT, e fez parte do Acordo de Governança do Programa Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da Constru-ção (PNSST-IC), assinado em novembro de 2012 por Sesi, CBIC e Seconci-Brasil. Ishikawa é membro efetivo do Comitê Estra-tégico do programa, cuja linha de ação está focada no acesso ao conhecimento, diagnós-tico, serviço e solução técnica, e assessoria e consultoria. O comitê foi responsável por validar as informações contidas nos vídeos do Programa 100% Seguro.

O material está com acesso livre no Canal do Sesi do YouTube, em: www.youtu­be.com/playlist?list=PL4_wpZsopCJJ­18x­ DI2hes_FW_UHaSDX .

no Masp, SindusCon-SP distribuiu material de divulgação das ações de segurança e Responsabilidade Social

Fotos: Gabriel Pevide

Page 38: Nossa Causa

38 revista notícias da construção / Maio 2013

CeLSo PetrUCCi é economista-chefe do Secovi-SP

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

f i n A n C i A m E n t o

boas novas na Caixa

operações do SbPE e do mCmv:tabela Price e Amortização mista

A Caixa encerrou 2012 com mais de R$ 205 bilhões de saldo de financiamento imobiliário. Nada mal para quem, em 2003, acumulava apenas R$ 16,8 bilhões nessas ope-rações. São mais de 3,850 milhões de contratos ativos, com prazo médio de 206 meses, 74% concedidos a pessoas com menos de 45 anos, e inadimplência de apenas 1,2%. A quota média dos financiamentos do SBPE é de 71%, e do FGTS, 75%. Isso significa que os devedores da Caixa, na média, fazem uma poupança para a aquisição do imóvel de cerca de 28% do valor da aquisição, um baixo risco para a credora.

Os financiamentos para imóveis de valor acima de R$ 200 mil representam só 11% da carteira, e os imóveis com valor abaixo de R$ 50 mil, 20%. Os contratos para famílias com renda acima de 10 salários mínimos na concessão de crédito representam 21% das operações, e os direcionados às famílias com até 5 s.m., 74%.

A Caixa tem como meta para 2013 contra-tar R$ 126 bilhões, e pretende ampliar seu ma-rket share para 74% – em 2012 foi de 70%. Os financiamentos destinados à produção, que em 2007 representavam 14% das contratações da instituição, em 2012 atingiram 41%. Melhorou a distribuição de financiamentos pelo Brasil, com forte crescimento no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Foram 4.500 operações/dia, na média, processadas no ano passado.

Quanto ao MCMV fases 1 e 2, até 28 de março as contratações haviam atingido mais de 2,455 milhões de unidades, sendo 1,089 milhão na faixa 1; 1,070 milhão na 2; e 296

mil na 3, das quais mais de 45% em produção por empresas com faturamento anual de até R$ 15 milhões. Das unidades contratadas até março, mais de 1,113 milhão foram entregues.

A Caixa firmou duas parcerias com empresas privadas visando originar negócios imobiliários e operacionalizá-los com mais agilidade e conveniência. O agente financeiro propõe que um contrato seja processado em 48 horas após a entrega da documentação, o que poderá ser feito inclusive pela internet.

Mais: a Caixa vai adotar de imediato o uso da Tabela Price e do SAM (Sistema de Amor-tização Misto) nas operações enquadradas no SBPE e no MCMV. Para o banco, o momento é propício à adoção dessas medidas, pois com a mesma renda o comprador poderá financiar 12% a mais pelo SAM, e 29% usando a TP.

Já a contratação feita com os clientes an-tes da formação do grupo, o “pré-repasse”, terá cláusula suspensiva, caso não seja alcançada a

demanda mínima.Por último, a

Caixa pretende mo-dernizar sua relação com os clientes pes-soas jurídicas de me-nor porte, evoluindo

para a plataforma utilizada para as grandes empresas, e vai oferecer taxa nominal de juros para produção imobiliária de 8% ao ano para o FGTS, a 11,38% ao ano para empreendimentos comerciais produzidos com recursos do SBPE.

Tudo indica estarmos entrando em uma nova fase do crédito imobiliário. Fechamos o primeiro ciclo de retomada dos financiamen-tos, e agora iniciamos um período de cresci-mento sustentado, com modernidade, agilidade e cristalização da parceria com a Caixa, que atravessou anos de recessão e incertezas com os empresários do setor.

Page 39: Nossa Causa
Page 40: Nossa Causa

40 revista notícias da construção / Maio 2013

r E l A Ç Õ E S i n t E r n A C i o n A i S

“baumafest”

Entre os mais de 530 mil visitantes de mais de 200 países que prestigiaram, de 15 a 21 de abril, a Feira Internacional Bauma 2013, em Munique (Alemanha), 20 brasileiros visitaram o evento em um grupo formado pela agência Interbusiness Tours, com o apoio da Diretoria de Relações Inter-nacionais (DRI) do SindusCon-SP.

Cleuton Gomes, gestor da Blocolit (fábrica de blocos de cimento da Votorantim Cimentos), participou do grupo e elogiou a iniciativa do SindusCon-SP. “Minhas expec-tativas foram superadas. Tudo saiu dentro da normalidade, o que em uma viagem deste tipo, com pessoas que não se conheciam, é muito raro. O trabalho da agência foi irrepre-ensível e o SindusCon-SP está de parabéns por facilitar às empresas do setor visitarem uma feira desta importância”, disse.

A Bauma é a maior e mais importante feira internacional de máquinas, equipa-mentos, materiais e veículos para obras de construção e mineração e, neste ano, contou com 3.420 expositores (nacionais e inter-nacionais) de 57 países, que se espalharam por uma área de 570 mil metros quadrados.

Para Mario Vitor da Rocha Paulino, gerente de produção da Usicon Constru-ções Pré-Fabricadas, a ida à Bauma trouxe informações significativas, foi muito pro-dutiva e deverá resultar em bons negócios. “Pude-mos estreitar o contato com uma empresa alemã de pré-moldados,

conhecer sua linha completa de produ-tos e seu método de aplicação, o que agilizou bastante o processo de parceria para transferência tecnológica que pretendemos fechar”, disse.

Segundo Paulino, a empresa alemã é detentora de um novo conceito de fábrica de painéis de concreto leve pré-moldados, que não existe no Brasil.

ProdutividadeSegundo Cleuton Gomes, a Bauma

revelou novidades em produtos, processos e tecnologia que podem ajudar o Brasil a superar a falta de mão de obra para o setor por meio de ganhos de produtividade. “Foi possível enxergar muitas soluções de me-canização para as mais diferentes etapas de produção. São inovações que ainda não se vê no mercado brasileiro”, contou.

“Na feira, vimos produtos e sistemas que só conhecíamos pela internet, e tiramos nossas dúvidas”, completou Paulino.

Entre as soluções que chamaram a atenção estão equipamentos mais eficientes para controle de qualidade do concreto e para seu bombeamento, um robô para fechar as fôrmas metálicas –para a indústria de pré-moldados– e até máquinas para colocação de guias, trabalho que no Brasil só é feito manualmen-te. “Também vi um tubo de concreto para esgoto sanitário interno”, comentou Gomes.

SindusCon-SP apoiou grupo que foi a

munique para a feiraRobótica esteve presente em vários estandes da Bauma 2013

Expositores apresentaram muitas soluções em fôrmas para moldar concreto e de sistemasde paredes monolíticas

Fotos

: Bau

ma P

ress

Page 41: Nossa Causa

41revista notícias da construção / Maio 2013

Entre as novidades de concreto, Gomes destacou a variedade de pro-dutos com cores diferentes, formas e texturas. “Muitos dos equipamentos expostos eram voltados a obter estes efeitos”, contou.

Ergonomia e meio ambienteMelhorias na eficiência de cus-

tos, controle de ruído, design e ergo-nomia ambiental também foram destaque nos lançamentos da feira.

O desejo de mais conforto e ergonomia, um dos maiores desafios da inovação para os fabricantes de máquinas de construção, teve num lançamento da Atlas Copco um bom exemplo. A empresa apresentou um martelo de vibração reduzida como o mais leve da categoria equipado com mecanismo flutuan-te que reduz as vibrações transmitidas para as mãos e os braços do operador e o ruído.

Evitar ruídos desnecessários na opera-ção de bate-estacas foi o desafio enfrenta-

do pela ABI, que mostrou um novo vibrador ajustável

para guias telescópicas.A marca Genie, feita pela Terex, levou

à Bauma novos manipuladores telescópicos para terrenos acidentados, como o modelo GTH-4014 fixo, com desempenho de eleva-ção de 14 m na categoria de 4 toneladas, e o recém- projetado GTH-2506, com altura de trabalho de cerca de 6 metros.

A próxima edição da Bauma acontecerá de 11 a 17 de abril de 2016, em Munique.

Antes disso, em novembro, a DRI do SindusCon- SP organizará uma visita à feira Batimat, em Paris. (Nathalia Barboza)

À esq., fabricante alemã expõe seus novos painéis de concreto leve; acima, maquete em estande de caminhões

Foto:

Mar

io Pa

ulino

Page 42: Nossa Causa

42 revista notícias da construção / Maio 2013

rElAÇÕES intErnACionAiS

diretora da batimat Paris visita o sindicato

A Batimat Paris – Salão Internacional da Construção, que acontecerá de 4 a 8 de novembro, se realizará em novo local, no Parque Paris Norde Villepinte, junto com outras duas feiras: a Interclima+Elec, voltada à eficiência energética e a edificações inteli-gentes, e a Ideo Bain, do segmento de banho.

Foi o que anunciou a diretora da Divisão de Construção da Reed Expositions France, Stéphanie Auxenfans, ao visitar o sindicato em 11 de abril, acompanhada da diretora da Promosalons Brasil, Marie-Ange Joarlette. Elas foram recebidas pelo diretor de Rela-ções Internacionais, Salvador Benevides, acompanhado do superintendente José Luiz Machado e da coordenadora de Estratégia e Produtividade, Roseane Petronilo.

Stéphanie chamou a atenção para os destaques dos três eventos, nos quais cerca de 3 mil expositores deverão mostrar seus produtos e lançamentos a um público estima-

do em 400 mil pessoas. Na última Batimat, o Brasil foi o primeiro país da América Latina em número de visitantes e o 7º do mundo.

Os eventos paralelos terão como des-taques um seminário com visitas virtuais e presenciais a 50 empreendimentos de Paris e região, um evento sobre as soluções arqui-tetônicas de Londres após as Olimpíadas, outro sobre as novas construções alemãs com alta eficiência energética, novidades e porta-bilidade do BIM e o Concurso de Inovação.

Segundo Stéphanie, a participação de expositores da China será limitada a um número de 6 empresas por segmento, que sigam as normas europeias.

Benevides manifestou o interesse do SindusCon-SP em integrar uma missão brasileira ao evento e solicitou sugestões de programações específicas, como visitas e tradução em português para alguns dos eventos paralelos. (Rafael Marko)

Benevides, Marie-Ange, Stéphanie, Machado e Roseane, no SindusCon-SP

SindusCon-SP recebe visitantes da DinamarcaInteressados em detalhes da operação

do programa Minha Casa, Minha Vida, os economistas dinamarqueses da Realdania, Curt Liliegreen e Christian Deichmann Haagerup, visitaram em março a sede do SindusCon-SP. Acompanhados dos con-selheiros comerciais do Consulado Geral

da Dinamarca em São Paulo, Clara Akie Yoshino e Jimmy Olsen, os visitantes foram recepcionados por Salvador Benevides, dire-tor de Relações Internacionais do sindicato.

Com foco em incentivar projetos sociais estratégicos no setor, os representantes da associação Realdania demonstraram curio-sidade sobre o atual cenário da construção civil, implantação de novas tecnologias e soluções para a falta de profissionais qualifi-cados no mercado. Benevides prestou todas as informações solicitadas.

Olsen e Clara, do Consulado, Haagerup e Liliegreen, da Realdania, são recepcionados por Benevides

Page 43: Nossa Causa

Para atender a demanda crescente, o SindusCon-SP oferece mais de 130 cursos aplicados em diversos horários, inclusive à noite e aos sábados, além de treinamentos In Company.

Mais de 10 mil profissionais passaram pela entidade.

Acompanhe nosso calendário e inscreva-se.

São Paulodia 5 | Atualização dos Requisitos do Referencial Normativo SIAC do PBQP-H/2012dia 5 | Desoneração da Folha de Pagamento no Segmento da Construção Civil

dia 8 | ISS - Município de São Paulo – Uma abordagem ampla, inclusive a recente exigência da NFTS e a Nota Fiscal Paulistana, pela Lei 15.406/11

dias 10 e 11 | Etiqueta Procel - Comercial

dias 12 e 13 | Norma de Desempenho

dia 15 | Procedimentos Administrativos para Engenheiros e Administração de Obras

dia 17 | Técnica de Liderança para Mestres de Obras

dia 19 | Gestão das obras de infraestrutura urbana para empreendimentos horizontais

dia 19 | Gestão Organizacional em Canteiro de Obra

dia 20 | Profissionalização e Sucessão em empresas familiares

dia 22 | Técnicas de Negociação em Compras na Construção Civil

dia 27 | Conceitos, Técnicas e Aplicações do Concreto Dosado em Central (palestra gratuita)

dias 24 a 27 | Cálculo para Negociações Imobiliárias (noturno)

Baurudias 14 e 15 | Planejamento e Controle de Obras - MS Project 2010dia 18 | Segurança do trabalho: NR18 - Normas regulamentadoras para aplicação nos canteiros de obrasdia 25 | Como elaborar um PCMAT eficaz

Campinasdia 4 | Técnicas Financeiras para avaliação de Projetos de Investimentodia 18 | Técnicas de Liderança para Mestre de Obras

Mogi das Cruzesdia 27 | Técnicas de Negociação em Compras na Construção Civil

Santo Andrédia 6 | Gestão de Contratos Públicos dia 20 | Gestão de Projetos

Santosdias 7 e 8 | Gerenciamento da Cadeira de Suprimentos - SCNdia 24 | Classificação Fiscal de Mercadorias (NCM) e os impactos no Sped Fiscal, EFD Contribuições e NF-edia 29 | Fundamentos Fiscais sobre o ICMS, IPI e ISS, aplicados à construção civil

Programação de Junho / 2013descontosespeciais

para empresasassociadas

Informações: (11) 3334-5600

facebook.com/sindusconspwww.sindusconsp.com.br @sindusconsp

anuncio 21cm x 28cm TREINAMENTOS 2013 (ESPECIAL) - JUNHO 2013.indd 1 03/05/2013 16:45:26

Page 44: Nossa Causa

44 revista notícias da construção / Maio 2013

Maria angeLiCa LenCione PeDreti é professora de Contabilidade e Finanças da FgV e mestra em administração de empresas; trabalha em Planejamento estratégico

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

Globalizando-se

Custos menores e mercado pesam naopção pelo modelo de multinacional

G E S t à o E m P r E S A r i A l

Na última edição, discutimos que as com-panhias se adaptaram às mudanças das últimas décadas adotando os modelos multinacional ou internacional, e assim capacitando-se a enfrentar as novas situações que a globalização ajudou a emergir.

Recordemos: a multinacional tem um negócio que aloca seus recursos globalmente e possui uma administração centralizada, ao contrário da internacional, em que cada re-gional tem administração independente. Ela decide em função do que será melhor para a companhia como um todo, não apenas uma região. Já a companhia internacional possui as mesmas características de expansão mundial referente a clientes e fornecedores, mas suas subsidiárias são independentes umas das ou-tras para tomarem decisões, e os resultados, da mesma forma, serão avaliados separadamente.

Mas a adaptação das companhias aos modelos multinacional ou internacional não acontece de repente nem por acaso. Em todos os casos, há fatores motivadores que impulsio-nam as mudanças na organização. E em cada indústria, a importância da globalização dos recursos é diferente (por exemplo, empresas de petróleo são tipicamente mais globalizadas).

O avanço da multinacional foi facilitado por queda de barreiras regulatórias entre os países (especialmente os que pretendem atrair investimentos externos e gerar empregos), queda de custos de comunicação e transpor-tes (tornando mais interessante a opção de produzir em outras localidades) e liberação dos mercados de capitais internacionais, com possibilidade de financiar novos projetos e

mitigar (hedgear) riscos, o que acontece com o Brasil neste ano.

Entre as principais motivações para as companhias adotarem o modelo multinacio-nal, inclusive com a aquisição de companhias nacionais, citamos:• busca por matérias-primas, como compa-nhias de petróleo: British Petroleum;• busca por mercados consumidores: Coca Cola;• busca por economias de escala, já que podem atender a um mercado consumidor maior, como as empresas farmacêuticas, a própria Ericsson: nestes casos, o mercado era peque-no demais para absorver os investimentos em pesquisa e desenvolvimento;• redução de custos, nas fábricas e em servi-ços como os SACs (Serviços de Atendimento ao Consumidor) terceirizados na Índia: esta internacionalização pode acontecer tanto se a empresa abrir filiais fora do país quanto se contratar prestadores de serviços fora do país;• busca por conhecimento: Cisco;• manutenção de um cliente importante: neste caso, o cliente se internacionalizou e a compa-nhia que fornece a ele se obrigou a acompa nhá-lo, tornando-se também uma multinacional,

como os fornecedores do Wal Mart;• Exploração de imper-feições de mercado: a companhia decide manter operações em

países em que a carga tributária é favorável, além de aproveitar oportunidades de diversi-ficar riscos econômicos, de câmbio, de taxas de juros etc.

Nas próximas edições, apresentaremos as fases mais comuns, como acontece este processo de internacionalização, bem como as habilidades necessárias para um administrador participar de todo este processo.

Page 45: Nossa Causa
Page 46: Nossa Causa

46 revista notícias da construção / Maio 2013

antonio JeSUS De britto CoSenza é consultor de empresas e professor da eaeSP-FgV e da bbS

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

É preciso entender

A realidade virtual é útil, mas nãodeverá mudar a natureza humana

m A r k E t i n G

Muitas pessoas acham que as novas tendências, as inovações, sejam de susten-tação ou de ruptura, venham para “enterrar” a forma como é satisfeita uma necessidade e levar à falência toda ou parte de uma cadeia produtiva.

Um hábito não se modifica com rapi-dez. As pessoas extremamente inovadoras representam apenas 2,5% da população. Não são líderes de opinião porque mudam a sua tão logo uma novidade aparece.

Já as pessoas inovadoras representam 13,5% da população e são líderes de opinião por serem capazes de estudar, avaliar, expe-rimentar e refletir sobre as efetivas vantagens de adoção das novas opções de satisfação de suas necessidades. Somente quando chegam a uma conclusão positiva, adotam as novas tendências e divulgam seus benefícios, hoje pelas redes sociais e antigamente pelo “boca a boca”, que passou a ser conhecido como marketing viral.

Quais são a possibilidade e a efetivida-de de se “criar” artificialmente o marketing viral para acelerar a adoção de uma novida-de? Depende de quanto a inovação contribui para melhorar conforto, comodidade, con-veniência, segurança, economia, integração grupal, reconhecimento social etc. Quando a inovação é apenas um discurso vazio, haverá um movimento de aquisição inicial para teste, mas não se transforma em hábito e se autodestrói.

Vejamos. A telefonia celular não aca-bou nem enterrou a fixa. O e­reader não destruiu o livro impresso. Ao contrário, os

jovens de colégio, cursinho preparatório para vestibular e cursos de graduação com-pram livros acadêmicos e estudam neles. Gostam de imprimir o material que os pro-fessores colocam à disposição deles pelos blackboard learning. O uso da bicicleta como meio de transporte cresce. Fontes de energia ancestrais, solar e eólica, regressam com a força da pós-modernidade e como a forma inteligente de contribuição para a preservação do meio ambiente.

O sistema de aprendizagem à distância ressurge vigoroso, só que não mais pelo correio para que o estudante tenha acesso ao material das aulas, e sim por plataformas digitais, mais potentes e rápidas que o cartei-ro. As redes sociais, por mais que cresçam, não tomarão o lugar de um bom papo entre amigos, regado a cerveja, vinho ou algum destilado, acompanhado do tira-gosto prefe-rido. Os aplicativos para mobile games não tomarão o lugar de boas partidas de xadrez,

tênis, bilhar etc.Não há como

um simples Blu­ray substituir a emoção de uma sala de cinema. É impossível imaginar

o fim das salas de espetáculos, das salas de concerto, dos teatros, das arenas de shows. A convivência humana, por mais que o mundo digital facilite o contato à distância, requer a presença física para usufruir da transmissão de energia positiva.

Profissionais de marketing, não seja-mos cavaleiros do apocalipse. Assim como não criamos necessidades, por não sermos O Criador, não esperemos romper com o convívio social porque criamos a comodi-dade da realidade virtual. Ela está aí, é útil, veio para ficar e ser aperfeiçoada, mas não mudará a nossa natureza humana.

Page 47: Nossa Causa

47revista notícias da construção / Maio 2013

C A r G A t r i b u t á r i A

desoneração: tire suas dúvidasA Assessoria Jurídica do SindusCon-SP

disponibiliza, no site da entidade (www.sindusconsp.com.br), Perguntas e Respostas de orientação sobre a desoneração da folha de pagamentos da construção. Os associados poderão solicitar orientações pelo e-mail [email protected] .

Código do DarfAs empresas da construção inseridas na

desoneração deverão utilizar o código 2985 do Darf para recolher a nova contribuição previdenciária de 2% sobre a receita bruta (das obras com matrícula CEI aberta a partir de 1º de abril). É o que dispõe o Ato Decla-ratório Executivo Codac 33, de 14/4//2013.

Simples incluídoOutra novidade: as empresas optantes

pelo Simples Nacional que prestarem os serviços enquadrados no Anexo IV da Lei Complementar 123/2006, que pertençam

aos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0, estão incluídas na desoneração da folha de pagamento e deverão passar a recolher a contribuição previdenciária à alíquota de 2% sobre a Receita Bruta.

Foi o que estabeleceu a Receita por meio da Solução de Consulta 35, de 25/3/2013. Portanto, estas empresas deverão recolher a nova contribuição a partir de 1/4/2013 e as empresas infraestrutura a partir de 1/1/2014.

Em abril, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) levou ao coor-denador-geral de Tributação da Receita, Fer-nando Mombelli, e sua equipe, uma série de dúvidas suscitadas pela desoneração. Parte delas havia sido levantada por representantes de construtoras no evento realizado pelo sindicato em conjunto com CBIC, Apeop e Secovi-SP, em abril, no SindusCon-SP. Convidados, alguns desses representantes participaram posteriormente da reunião com a Receita. (Rafael Marko)

Page 48: Nossa Causa

48 revista notícias da construção / Maio 2013

S i n d u S C o n - S P E m A Ç Ã o

Painel jurídico destaca o protesto de dívida ativa

O SindusCon-SP realizou em 18 de abril o Painel Jurídico, com a participação de José Orivaldo Peres Júnior, juiz do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) e membro do Conselho Jurídico do sindicato, e de Rodolfo Rubens Martins Corrêa, do escritório Peres e Aun Advogados. Na abertura, o presiden-te Sergio Watanabe e o diretor Jurídico do sindicato, Paulo Batistella, ressaltaram a importância dos temas abordados. “É fun-damental estar atualizado sobre mudanças na legislação tributária, que é complexa e sujeita a diversas interpretações”, afirmou Watanabe, ao agradecer a presença de Peres e Corrêa.

Na ocasião, os dois especialistas deta-lharam questões relacionadas a processo ad-ministrativo tributário, protesto de certidão

de dívida ativa (CDA) e redes de cooperação empresarial. “Entre os assuntos que tratamos aqui hoje, acredito que o mais urgente é a questão do protesto da dívida. Os empresá-rios em geral ainda não têm conhecimento sobre esse dispositivo, que é recente (de dezembro de 2012). Muita gente ainda não sabe de suas consequências”, disse Peres, ressaltando que, com a CDA protestada, o empresário fica impedido de participar de licitações e até perde acesso a financiamento.

Peres se referiu a um dispositivo da Lei 12.767, que inclui entre os títulos su-jeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. “Com a dívida protestada, a empresa não consegue operar”, acrescentou o especialista. (Fabiana Holtz)

Watanabe e Batistella (ao centro) recepcionam Peres Júnior e Corrêa na abertura do Painel Jurídico

Sindicato participa do Conselho da Cidade de São PauloNa qualidade de membro do Conselho

da Cidade de São Paulo, o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, participou da primeira reunião do órgão consultivo.

Ao abrir os trabalhos, o prefeito Fernan-do Haddad expressou a intenção de “promo-ver a política em que as pessoas expressam seus pensamentos a respeito de São Paulo, ajudam a desenhar seu futuro, a encurtar os caminhos de superação das dificuldades”.

A Prefeitura apresentou o Programa de Metas da gestão e o Simesp, sistema informatizado que irá controlar o fluxo de implementação de projetos e metas.

Segundo Haddad, o órgão consultivo pretende aprofundar e tornar mais participa-

tiva a democracia na cidade. “O Conselho tem também um papel pedagógico de en-volver os cidadãos nos negócios da cidade.”

Formado por 138 membros, o Conselho reúne representantes dos movimentos so-ciais, entidades de classe, empresários, cien-tistas e pesquisadores, artistas e lideranças religiosas. O órgão deverá se reunir quatro vezes ao ano e analisará assuntos relevantes para a capital paulista, como a revisão do Plano Diretor e o projeto urbanístico do Arco do Tietê. Os conselheiros escolherão a melhor forma de organizar a sua participação e os tópicos a serem abordados. “A liberdade é o que deve marcar a nossa convivência”, disse Haddad.

Page 49: Nossa Causa

49revista notícias da construção / Maio 2013

Bianchi participou de painel que apontou os problemas na contratação e na gestão dos riscos

SindusCon-SP debate segurosO vice-presidente de Relações Institu-

cionais do SindusCon-SP, Maurício Bianchi, participou do Seminário “Seguros na Cons-trução Civil”, que o Secovi-SP realizou, com apoio da CBIC, em abril.

Ao lado de Carlos Borges, vice-pre-sidente do Secovi-SP, Bianchi debateu o tema “Gestão de riscos na construção e a necessidade de seguros específicos”.

Custo elevado, a demora do Brasil para entender a importância dos seguros como instrumento de mitigação de riscos, a falta de gestão adequada na sua contratação e de análise de risco por parte das empresas foram elencadas ao longo do debate. “Não sabemos contratar seguros e não temos profissionais com conhecimento no tema em nossas empresas. Devemos ler cuidadosamente os contratos e lutar para melhorar as condições junto às seguradoras para termos relações

mais equilibradas”, apontou Borges.“Com a chegada da Norma de Desem-

penho, as reclamações por parte do compra-dor, referentes à qualidade na construção, vão aumentar e os empresários precisam se proteger”, afirmou Rossana Costa, coorde-nadora do Convênio de Seguros CBIC.

André Glogowsky, membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do Sin-dusCon-SP, afirmou que “as construtoras não estão satisfeitas com as seguradoras e vi ce-versa. Deve-se exigir mais das seguradoras, mas, em contrapartida, devemos (construto-ras e incorporadoras) ser mais transparentes, informar mais”, disse Glogowsky.

No mesmo dia, Rossana Costa apresen-tou as modalidades do Convênio de Seguros CBIC ao presidente do SindusCon-SP, Ser-gio Watanabe, e a representantes da diretoria, na sede da entidade.

Page 50: Nossa Causa

50 revista notícias da construção / Maio 2013

dengue:bastam 10 minutos

P r E v E n Ç Ã o E S A Ú d E

O verão passou, mas a dengue permane-ceu. Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos triplicou em 2013, quando comparado com o mesmo período do ano passado. No pe-ríodo de 1º de janeiro a 16 de fevereiro, foram confirmados 204.650 pacientes com a doença.

Falando mais especificamente de São Paulo, em 2012, foram identificados 3.464 casos. Apenas nos primeiros 45 dias de 2013, foram registrados 21.691 casos, o que repre-senta uma variação de 526%.

Esses números não poderiam ser mais alarmantes, porém ainda há outros motivos para preocupação. A dengue é uma doença infeciosa causada por um vírus, que possui quatro sorotipos e é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

No Brasil, circulavam apenas os tipos 1, 2 e 3. Durante 28 anos, ficamos livres do sorotipo 4 até que, em 2010, ele entrou no país pelo Estado de Roraima, vindo da Venezuela e se espalhou por 12 estados, incluindo São Paulo.

Ainda de acordo com o Ministério da Saú-de, o aumento no número de casos em ritmo de progressão geométrica deve-se exatamente à circulação desse sorotipo 4. Não é mais grave do que os demais, mas como a população pouco tivera contato com ele, não desenvol-vendo imunidade ao vírus, há um risco maior de epidemia, o que, aliás, vem ocorrendo em algumas regiões.

As recomendações sobre como evitar o contágio são conhecidas e amplamente divul-gadas, porém é sempre bom relembrar alguns cuidados básicos. A dengue não é transmitida pela água, nem por alimentos ou animais. Não

há contágio direto de pessoa para pessoa e o mosquito ataca, preferencialmente, durante o dia.

Os sintomas da dengue podem ser con-fundidos com os da gripe: febre alta, dor de cabeça, especialmente na região ocular, dores nas articulações, ossos e músculos. Também são comuns dor de garganta, náusea e falta de apetite. Esses sintomas surgem de 3 a 15 dias após a picada do transmissor, mas a intensi-dade varia muito.

O importante é que toda pessoa que já teve algum tipo de dengue, na presença de al-gum desses sintomas, deve procurar o serviço de saúde o mais rápido possível.

Enquanto os cientistas não descobrem uma vacina contra a doença, a solução é evi-tar o seu contágio, combatendo os criadouros tanto em casa como no local de trabalho.

O setor de Serviço Social do Seconci-SP ministra palestras sobre esse tema nas salas de espera dos seus ambulatórios e, não raro,

alguns usuários comen-tam que já tiveram a doença.

O trabalho pre-ventivo promovido pelo Seconci-SP há

mais de 10 anos se estende também aos cantei-ros de obras, mostrando in loco os potenciais criadouros. Eles vão desde a água parada na laje até um simples copo descartável jogado em um canto, passando por pontos mais críti-cos, como o fosso do elevador, as masseiras, tambores e bombonas.

Nessas ações de sensibilização e mo-bilização, o discurso adotado é: “Bastam 10 minutos contra a dengue”, enfatizando que não é preciso gastar muito tempo nem seguir estratégias complexas para ficar longe desse mal. A dengue continua à espreita e cabe a cada um de nós combatê-la.

angeLa nogUeira braga Da SiLVa é coordenadora de Serviço Social do Seconci-SP, pós-graduada em administração Hospitalar e em gestão de Pessoas, com Mba em gestão estratégica do 3º Setor

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

Saiba como cuidar dos canteiros deobras para evitar o risco da doença

Page 51: Nossa Causa
Page 52: Nossa Causa

52 revista notícias da construção / Maio 2013

JoSeLita borba é doutora em Direito do trabalho e professora de Pós-graduação da PUC-SP, membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP e procuradora do trabalho aposentada

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

O Estado de São Paulo editou a Lei 14.946, em 28/1/2013, que inviabiliza a ope-ração comercial da empresa apanhada direta ou indiretamente, por meio de parcerias ou de processo de terceirização, abrigando a inconcebível prática de trabalho escravo ou análogo ao de escravo.

O problema é que não há um conceito ou parâmetro seguro para saber exatamente o que é trabalho escravo ou a ele assemelhado.

Quando se pensa em trabalho escravo, tem de se pensar em não trabalho. São diversas as suas formas. A Organização Internacional do Trabalho posiciona-se sob a ótica do trabalho forçado. No nosso siste-ma o conceito é mais amplo, nele incluído o trabalho análogo ao de escravo, como se lê no art. 149 do Código Penal. A noção vai muito além da privação da liberdade de ir e vir para abranger também o trabalho em condições degradantes e jornada excessiva.

Para orientar os auditores fiscais, o Ministério do Trabalho editou a Instrução Normativa 91, em 9/10/2011, desenvolven-do conceito objetivo. Na sua percepção, jornada excessiva é a que leva o trabalhador à exaustão; seria o caso do trabalho extenu-ante. Trabalho em condição degradante é o que desrespeita a dignidade humana pelo descumprimento aos direitos fundamentais da pessoa do trabalhador, notadamente em matéria de segurança e saúde; seria o caso do trabalho mediante servidão por dívida e em condição insegura e insalubre.

A normatização é providencial para se evitar possíveis excessos, inclusive pela

banalização dos danos morais, dentre eles o dano moral coletivo e seus valores despro-porcionais. Excessos vêm sendo coibidos pela jurisprudência, mas com visível ten-dência de se incluir na noção de condição indigna até a prestação habitual de trabalho em jornadas extras além do limite legal.

Merece aprovação a repressão ao traba-lho escravo, feita pelos agentes do Estado. O trabalho serve à subsistência do homem, e subsistência com dignidade, contexto em que a empresa tem papel de destaque. Exata-mente por sua importância socioeconômica, a empresa tem a responsabilidade social e o dever de praticar o chamado trabalho decen-te, com respeito aos direitos fundamentais e à dignidade do trabalhador.

Essa a regra, isso o que deve ocorrer no mundo do trabalho. Se, no entanto, a empresa for acusada pela prática de uma das modalidades do crime do art. 149 do Código

Penal, diante da ga-rantia constitucional do devido processo legal, a severa punição que bane sua atividade econômica deve ser

precedida da certeza da prática do crime, não só atestada pelo agente de repressão ou fiscalização, mas por decisão judicial, até porque, assim como a ampla defesa, a inafastabilidade da jurisdição é garantia constitucional.

Assim, a partir do sistema jurídico vigente, notadamente o constitucional, tra-balho escravo ou a ele análogo é prática a ser combatida como, aliás, providencialmente vem ocorrendo, mas diante da acusação da prática desse crime, a empresa, antes de ser banida do mercado produtivo pela cassação de sua inscrição estadual no ICMS, tem direito de defesa e de acesso à Justiça.

terreno minadoj u r Í d i C o

Empresa acusada de trabalho escravotem direito de defesa e de ir à justiça

Page 53: Nossa Causa
Page 54: Nossa Causa
Page 55: Nossa Causa

55revista notícias da construção / Maio 2013

PA r C E i r o S d o S i n d u S C o n - S P

Hospitais obtêmreconhecimentopela qualidade

No final de 2012, três dos hospitais ad-ministrados pelo Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo) obtiveram reconhecimento pela qualidade do atendimento prestado.

O Hospital Geral de Itapecerica da Serra (HGIS) tornou-se o primeiro hospital geral público do Brasil a receber a certificação da Joint Commission International (JCI), líder mundial em certificação na área da saúde, presente em 90 países.

O Hospital Estadual Vila Alpina (Heva) que em dezembro de 2011 havia conquista-do a Acreditação Canadense, do Canadian

Council on Health Services Accreditation (CCHSA), recebeu em 2012 a certificação de Acreditado com Excelência (Nível 3) pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Esse mesmo feito foi alcançado pelo Hospital Regional de Cotia (HRC).

“Essas conquistas são resultado de mui-to trabalho, comprometimento das equipes e investimento em capacitação e tecnologia. Os nossos recursos são dirigidos para uma única meta: promover saúde, oferecendo atendimento digno e de qualidade”, destaca Antonio Carlos Salgueiro de Araujo, presi-dente do Seconci-SP. (Fatima Cardoso)

Page 56: Nossa Causa

56 revista notícias da construção / Maio 2013

r E G i o n A i S

Novo diretor de Sorocaba querexpandir a base de associados

O administrador de empresas Elias Stefan Júnior é o novo diretor da Regional Sorocaba do SindusCon-SP. Ele assumiu o cargo no lugar de Antonio Carlos Ribeiro Abibe, atual titular da Secretaria de Plane-jamento de Votorantim.

Stefan afirmou estar confiante na eco-nomia regional e anunciou que trabalhará para estreitar os laços entre o sindicato e suas associadas, além de buscar a adesão de novas empresas e parcerias com grandes instituições, em linha com a missão do Sin-dusCon-SP de fortalecimento das diretorias regionais e de união e trabalho em equipe.

“Os associados devem aproveitar ao máximo todos os benefícios que o sindicato oferece e a que têm direito”, frisou. Entre as vantagens proporcionadas estão treinamen-tos gratuitos de mão de obra em parceria com o Senai Sorocaba e assessoria jurídica e técnica às empresas.

Stefan ressaltou a grande representa-

tividade do sindicato em vários setores da economia, no Estado de São Paulo e no Brasil, além do prestígio que a entidade usufrui na sociedade e a importante par-ticipação nos assuntos relativos ao desenvolvimento da cidade, como discussão do Plano Diretor e dos sistemas de qualidade.

Formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Uni-so), o diretor é sócio-proprietário do Grupo Alavanca e atua na construção há mais de 40 anos. Nas décadas de 70 e 80, dirigiu a Construtora 2 Irmãos e a Master Comercial Construtora, construindo unidades residenciais. Em 1986 ingressou na Alavanca, trabalhando inicial-mente em obras públicas e depois no ramo imobiliário.

(Livia Lopes e Simone Marquetto)

Stefan: associados devem aproveitarao máximo osbenefícios oferecidospelo sindicato

Prudente debate a desoneraçãoA Regional Presidente Prudente do

SindusCon-SP promoveu em abril curso so-bre a desoneração da construção. O consultor Mariano Carneiro de Souza ofereceu orien-tações para 28 participantes com relação às medidas que vigoram desde o mês passado.

Foram abordadas questões como a nova contribuição previdenciária com base no faturamento, regras de recolhimento para atividades mistas, critérios para definição da receita bruta, empreitada por meio de con-sórcio, desonerações em empreitadas total e

parcial, retenção dos subcontratados e responsabilidade solidária.

“Mostramos as novidades dentro do programa do governo que objetiva estimular a inovação, a competição e o crescimento”, disse Souza. Ele elo-giou a iniciativa do SindusCon-SP de esclarecer o assunto para as empresas associadas. (Homero Ferreira)

Curso teve a participação de 28 representantes de associadas

Page 57: Nossa Causa

57revista notícias da construção / Maio 2013

Santo André forma mestres

Mais uma turma de 22 formandos recebeu em abril o certificado de Mestre de Obras, após ter participado do curso realizado pela Regional Santo André do SindusCon-SP, em parceria com o Senai.

“Esta turma mostrou o que é ser soli-dário, já que se prontificou a construir uma casa em Suzano para uma família sem ne-nhuma condição financeira, que ainda mora sob uma cobertura de lona plástica” contou o professor Carlos Falcão. “À medida que íamos fazendo a construção, discutíamos sobre alguns princípios construtivos.”

Para o aluno Ednaldo Nunes da Silva, “o curso foi importante, um complemento à minha profissão. Aprendi a ser atento do início até a conclusão da obra”, disse.

Para o diretor da Regional Santo André, Sergio Ferreira dos Santos, o curso para mes-tre de obras está cada vez mais fortalecido, qualificando profissionais num momento de tanta escassez de mão de obra. “A colocação destes profissionais, além de atender à forte demanda, incentiva outros trabalhadores, atingindo plenamente nosso objetivo.”

Na opinião de Jorge José Nunes, diretor

do Senai, o que mais chamou a atenção nesta turma foi ter se especializado na construção participando de outros cursos da instituição, capacitando-os à função de mestres nas construtoras da região. “Lembro-me de que muitos já tinham alguma experiência na área, entretanto faltava o conhecimento técnico necessário”, ressaltou. (Sueli Osório)

A turma de 22 formandos, na entrega dos certificados

Rio Preto abre cursoUm grupo de 30 trabalhadores da construção iniciou em abril

o curso de Mestre de Obras em São José do Rio Preto. Na aber-tura realizada na Escola Senai local, a coordenadora da Regional, Mércia Godoy, afirmou que os futuros mestres “praticamente têm emprego garantido graças à qualidade e à demanda do mercado por estes profissionais qualificados”.

A oportunidade de aprender a trabalhar de forma profissional, com forte potencial de empregabilidade, também foi destacada pelo coordenador e agente de treinamento do Senai Robson Perei-ra Marques Junior: “Todos terão a oportunidade de sair preparados tecnicamente em um curso de alto padrão, proporcionado por esta parceria junto ao SindusCon-SP.” (Ester Mendonça)

Page 58: Nossa Causa

58 revista notícias da construção / Maio 2013

rEGionAiS

Santos debate Lei do Aprendiz

A Regional Santos promoveu em abril um de-bate sobre a Lei do Aprendiz com a delegada regio-nal do Trabalho, Rosângela Men-des Ribeiro Silva, o auditor fiscal Paulo Rogério de Oliveira, e repre-sentantes das em-presas associadas e do Senai.

Segundo o diretor da Regional, Ricardo Beschizza, o evento objetivou esclarecer dú-vidas sobre a legislação e encontrar formas de viabilizar sua aplicação sem transtornos para os empresários.

“Diante da obrigatoriedade prevista em lei de as empresas terem em seus quadros de funcionários de 5% a 15% de aprendi-zes, o encontro foi importante para os em-presários tirarem dúvidas e se prepararem adequadamente para cumprir as exigências da legislação”, disse Beschizza.

A possibilidade de o Senai criar um curso de aprendiz para a construção também chegou a ser levantada durante o encontro e será estudada por sua diretoria. “Como a construção conta com poucos cursos de qualificação, o que dificulta a preparação do aprendiz principalmente para o canteiro de obras, a possibilidade de criação de um curso do Senai abriu horizontes”, afirmou o diretor, destacando que as novidades possivelmente serão divulgadas em novo encontro. (Giselda Braz)

Beschizza: preparação adequada paracumprir a legislação

Page 59: Nossa Causa

59revista notícias da construção / Maio 2013

bauru sedia reunião de regionais

A Regional Bauru sediou em março a reunião periódica de diretores regionais do SindusCon-SP. Além de discutir os assuntos habituais de pauta, os participantes puderam conhecer a rotina de trabalho local e interagir com empresários da região.

A reunião também contou com uma rápida palestra do consultor Valério Brisot, coordenador do curso de “Formação de Consultores em Gestão da Qualidade”, que está em andamento na cidade e tem atraído empreendedores da construção. Com oito meses de duração, o curso objetiva capacitar profissionais para implementar, auditar e gerenciar atividades de manutenção de um

sistema de gestão de qualidade, com base em normas como 5S, ISO e NBR.

“É muito produtiva a realiza-ção dessas reuniões em Regionais diferentes, pois isso favorece ain-da mais a troca de experiências.

Esperamos receber este grupo em nossa cidade outras vezes”, comentou o diretor da Regional Bauru, Renato Parreira.

PresençasAlém de Parreira, participaram do en-

contro os vice-presidentes João Lemos da Silva e Luiz Claudio Amoroso; os diretores regionais José Luiz Botelho (São José dos Campos), Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente), Marcio Benvenutti (Campinas), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes) e Ricardo Beschizza (Santos); os adjuntos Marcelo Segura e Ângelo Joaquini Neto (Bauru), Fernando Junqueira (Ribeirão Preto) e Re-nato Monteiro (Santos); o superintendente José Lu iz Machado e a assessora da Diretoria Márcia Lau-rino.

(Sabrina Magalhães)

Encontro reuniu vice-presidentes e diretores para troca de experiências e debate sobre qualidade

Page 60: Nossa Causa

60 revista notícias da construção / Maio 2013

A Norma de Desempenho ABNT NBR 15575-5:2013 especifica diversos requisitos e seus respectivos critérios, para avaliar siste-mas de cobertura de edifícios sob diferentes condições. Dentre tais requisitos, ressalta-se o atendimento à estanqueidade à agua do sistema de cobertura durante sua vida útil.

Os sistemas de cobertura têm as fun-ções de proteger as edificações contra a ação das intempéries – chuva, vento, raios solares, e impedir a penetração de poeira e ruídos, além de ter influência importante no desempenho termoacústico da edificação. As coberturas incluem a parte resistente (laje, estrutura de madeira, estrutura metálica, etc.) e, no caso de telhados, um conjunto de telhas com função de vedação, podendo apresentar ainda forro, camadas de isolação térmica e outras.

Os componentes dos sistemas de cober-tura com telhas são:

• estrutura: elemento de apoio do te-lhado (pode ser de madeira, aço, concreto ou outro material adequado para funções estruturais);

• telhado: provê a estanqueidade à água de chuva, com peças fixadas ou apoiadas na estrutura (pode ser de telhas cerâmicas, de fibrocimento, chapas galvanizadas, shingles asfálticos etc.);

• forro: instalado sob a estrutura do telhado, pode ser de placas de gesso, PVC, madeira, lã de rocha ou lã de vidro etc.);

• subcoberturas: mantas sob as telhas para proteção adicional no que tange à es-tanqueidade e à isolação;

• sistemas de captação de águas pluviais e sua condução para fora dos limites da edi-ficação (rufos, calhas, condutores verticais, rincões);

• outros eventuais: camadas isolantes térmicas, barreiras de vapor etc.

A seguir mostramos os critérios de desempenho relativos à estanqueidade na cobertura, e os métodos para avaliar em laboratório o atendimento a esse requisito.

A estanqueidade deve ser verificada pela análise de projetos e, eventualmente, por ensaios, especialmente para os casos em que se desconhece o comportamento de um dos produtos do sistema de cobertura, como nos sistemas construtivos inovadores.

Quando se realiza ensaio, segundo a norma, não deverá ocorrer penetração ou infiltração de água pelo telhado que acarrete escorrimento, gotejamento ou manchamento na face interna, considerando as condições

de exposição indica-das no texto norma-tivo.

Também não pode ocorrer deste-lhamento ou arranca-

mento dos componentes devido à pressão de ar exercida no corpo de prova da cobertura durante o ensaio.

O ensaio consiste em submeter um trecho do sistema de cobertura (corpo de prova) a determinada vazão de água, sob a condição de uma diferença estática de pressão. Deve-se usar uma câmara estanque ao ar, que possibilite montar o trecho da cobertura em seu interior. Dentro dela são instalados bicos aspersores de água e de ar, para simular as chuvas sem a interferência do meio externo. O equipamento também possibilita reproduzir as inclinações a que o sistema de cobertura obedecerá, de acordo

EstanqueidadeS o l u Ç Õ E S i n o v A d o r A S

HenriQUe banDeira FaCCio é técnico do Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos do iPt, tecnólogo em construção civil pela Fatec e cursando engenharia Civil na Universidade Mogi das Cruzes

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

Ensaios evitam vazamentos e avaliamdurabilidade do sistema da cobertura

Page 61: Nossa Causa

61revista notícias da construção / Maio 2013

com o projeto. A norma estabelece a incor-poração no ensaio de todos os componentes ou dispositivos do sistema de cobertura.

A diferença de pressão de ensaio varia de acordo com as condições de exposição às quais será submetida a cobertura. Tal di-ferença é calculada em função das diversas regiões do Brasil, considerando as isopletas de vento da norma ABNT NBR 6123:1888 .

O Laboratório de Componentes e Siste-mas Construtivos do IPT possui uma câmara para avaliar a estanqueidade à agua de cober-turas, tendo capacidade para ensaiar corpos de prova com áreas de até 10m². Pode-se montar uma cobertura amostral, em tamanho reduzido de 2,5m x 4m por exemplo, dentro da própria câmara. Acima do corpo de prova é posicionado o sistema de bicos aspersores, sendo possível regular sua vazão de água.

O sistema de cobertura instalado na câmara fica sobre uma área vedada para receber a pressurização de ar, submeten do-se o corpo de prova a uma pressão negativa (sucção) na face interna, enquanto a água é lançada na face externa.

A face superior da zona de pressuri-zação é o próprio corpo de prova. Sua face inferior é constituída por caixilhos que possi-bilitam a visualização das ocorrências duran-te o ensaio como, por exemplo, vazamentos, gotejamento e outras falhas eventuais.

A câmara de estanqueidade de cober-turas possibilita também a regularização da inclinação do corpo de prova, tornando o en-saio mais real, podendo simular as diversas configurações de telhados das obras reais.

A câmara é ainda dotada de aspersores na extremidade superior, que podem ser utilizados para avaliar a estanqueidade no caso de volumes de água superiores aos que incidem diretamente sobre a cobertura (ca-sos de panos mais extensos que a capacidade do equipamento).

A simulação em laboratório ajuda a compreender o potencial comportamento dos sistemas de coberturas em telhados, podendo-se considerar a ação simultânea dos ventos e das chuvas e a pluviometria típica

de cada região. O ensaio possibilita avaliar a eficiência dos encaixes entre telhas, destas com peças complementares, risco de escor-rimentos ou gotejamentos sob tempestades, risco de instabilizações ou deformações dos panos etc.

Além do ensaio descrito anteriormente, podem ser realizados outros específicos de envelhecimento acelerado nos componentes dos sistemas, visando avaliar a durabilidade dos materiais ao longo da vida útil da cober-tura. Por exemplo, no caso de sistemas que empreguem telhas com material betuminoso, são necessários ensaios para se verificar a estabilidade do material quando exposto a temperaturas elevadas, com possibilidade de ocorrerem amolecimentos, eliminação de voláteis e outros. Em sistemas que usam material polimérico, devem ser feitos estu-dos da reação do material quando exposto à radiação solar (simulação em câmara de CUV-B / Wheather-O-Meter). Para os que utilizam madeira, há necessidade da verifi-cação da resistência ao ataque de organismos xilófagos e à ação da umidade.

A maior vantagem de se verificar a estanqueidade é a possibilidade de anali sar-se e aperfeiçoar-se a relação entre os com-ponentes (parafusos, calhas, vigas-calha, encontros com paredes, arremates, espigões, águas furtadas, oitões, regiões de cumeeiras, subcoberturas etc.), e avaliar o desempenho para suas condições reais de uso, inclusive sob o aspecto da vida útil de projeto.

Inclinação da câmara de ensaio simulando a inclinação do telhado torna o ensaio mais real

Page 62: Nossa Causa

62 revista notícias da construção / Maio 2013

FeLiPe SCotti CaLbUCCi égraduado em Comunicação Social e gerente de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtorase incorporadoras

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

O mercado evolui constantemente e como consequência a demanda por profis-sionais mais completos é cada vez maior.

Foi-se o tempo em que ser tecnicamente competente em sua função bastava. Além disso, agora é preciso ter visão financeira, comercial e do seu mercado.

Os motivos são simples. Sem conheci-mento financeiro, a chance de conceber um projeto maravilhoso e não rentável aumenta. Sem visão comercial, será mais difícil trazer parceiros e engajar fornecedores. E a falta de percepção de mercado pode colocar seu produto ou serviço fora de contexto.

Por outro lado, a lacuna de profissionais existentes frente à necessidade de contra-tação das empresas é grande. A mesma dificuldade é enfrentada por empresas que pretendem contratar apenas bons técnicos, sem mais requisitos.

É verdade que o mercado já não está altamente pujante, mas também está longe de ter esfriado a ponto de diminuir sensivel-mente tal lacuna.

Como ter este profissional completo em seu time sem oferecer uma remuneração acima da média?

A melhor opção é formar pessoas da base e prover treinamentos que desenvolvam tais características, mas isso leva tempo.

Outra maneira é contratar profissionais com ausência de algumas destas caracterís-ticas e formá-los. Novamente levará tempo, menor, mas ainda assim não se resolve a questão na hora.

A solução mais eficaz que tenho per-

cebido no mercado tem sido o job rotation, em que o profissional técnico passa alguns meses nas áreas financeira e comercial antes de ir a campo e atuar na área técnica. Desta vez, o entrave existente é o custo envolvido em ter um profissional em sua folha de pagamento sem que ele produza desde o primeiro dia.

Não há como fugir do custo, pois qual-quer solução acarretará despesas. A grande diferença é mudar o pensamento e passar a analisar tais ações de desenvolvimento como investimento.

Desta forma, ao realizar o processo orçamentário do ano seguinte, o melhor a fazer é contemplar uma quantia razoável para investir nas pessoas de sua empresa.

Um dos bons exemplos que temos no mercado é a Ab Inbev. O livro “So-nho Grande”, lançado recentemente pela escritora Cristiane Correa, a respeito da saga de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira (acionistas da em-presa) mostra que, entre outras filosofias

que valorizam, eles destacam o valor de investir em pessoas e lhes proporcionar grandes desafios.

A demanda mais constante que tenho recebido em meu trabalho é encontrar o melhor profis-sional possível pela remuneração mais baixa, obviamente seguindo parâmetros de mercado.

Não existe solução fácil para se ter a melhor equipe, mas a resposta é simples e sua implementação também. Para ter um negócio rentável e duradouro, é preciso investir nas pessoas, mesmo que isso re-presente diminuição de rentabilidade no curto prazo.

Prata da casaC o n S t r u Ç Ã o d A C A r r E i r A

Conheça várias formas de investirno treinamento do seu profissional

Page 63: Nossa Causa
Page 64: Nossa Causa

1,2 milhão demoradias entregues,820 mil empregosdiretos e indiretos.

Minha Casa,Minha Vida:

ABRAINCAssociação Brasileira De Incorporadoras

O Programa Minha Casa, Minha Vida, com as suas parcerias, tornou-se vitorioso ao

possibilitar o acesso de milhões de famílias brasileiras à casa própria. Em 29 de abril,

no evento “Minha Casa, Minha Vida e Parcerias: Gargalos e Propostas”, realizado em

São Paulo, empresas da construção civil, entidades do setor e trabalhadores, com a

presença de agentes do Governo Federal, Estadual e Municipal convidados, iniciaram

um esforço para discutir e colocar em prática um grande conjunto de soluções que

visam agilizar e propor novos caminhos. O Programa Minha Casa já contratou 2,6

milhões de moradias, das quais entregou 1,2 milhão, gerando 820 mil empregos

diretos e indiretos. O Minha Casa, Minha Vida significou uma verdadeira mudança de

paradigma para a política de produção de moradia no Brasil, contribuindo para a

formalidade do setor. Modelo de qualidade que hoje é referência em vários países. E é

por isso que a indústria da construção civil está unida para superar os gargalos e as

dificuldades, aperfeiçoar e ampliar o Programa e cumprir a sua meta principal de

eliminar o déficit habitacional brasileiro.