o mirante de olinda edição nº 11

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Olinda, junho de 2012 - ano 02 nº 11 Distribuição GRATUITA/DIRIGIDA Historiador Marcelo Lins O Colégio da Companhia de Jesus. Pág. 3 Gilberto Marques O Ocaso do Sonho Pág. 5 ICEI Brasil II Seminário Municipal do Coco de Olinda Pág. 13 Esquina do Mar Em dois anos a casa já é sucesso em Olinda pág. 12 Perfil Contos e Crônicas Historiando Resgate Cultural Entrevista ROTEIRO MENSAL DE CULTURA E TURISMO de Olinda Find here the best places in Olinda Selma do Coco “Sempre digo que os novatos tem que continuar. Espero que minha família continue esse trabalho.” Pág. 7, 8 e 9 Foto: Fred Jordão

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Roteiro de Cultura, Turismo, História e Gastronomia - Olinda-PE / Brasil

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Page 1: O Mirante de Olinda Edição nº 11

Olinda, junho de 2012 - ano 02 nº 11 Distribuição GRATUITA/DIRIGIDA

Historiador Marcelo Lins O Colégio da Companhia de Jesus. Pág. 3

Gilberto Marques O Ocaso do Sonho Pág. 5

ICEI Brasil II Seminário Municipal do Coco de Olinda Pág. 13

Esquina do Mar Em dois anos a casa já é sucesso em Olinda pág. 12

Perfi l

Contos e Crônicas

Historiando

Resgate Cultural

Entrevista

ROTEIRO MENSAL DE CULTURA E TURISMO

de OlindaO MiranteO MiranteO MiranteFind here the best places in Olinda

Selma do Coco“Sempre digo que os novatos tem que continuar. Espero que minha família continue esse trabalho.” Pág. 7, 8 e 9

Foto: Fred Jordão

Page 2: O Mirante de Olinda Edição nº 11

EditorialDaniela Câmara

Junho é mês de forró, coco de roda,

sambada, baião. É também mês de namorar. E porque não fazer as duas coisas juntas? Um namo-ro de cantinho de sala de reboco, um apertinho na cintura, um che-ga pra cá. Como é bom o acon-chego do arrasta pé. A dança mais sensual dos ritmos nordestinos. O cheiro dos fogos e das fogueiras, as superstições da nossa cultura, o cheiro da comida de milho, um beijo bem beijado no meio do sa-lão. “Tá danado! Danado de bom seu Lula!” Pois bem. Não faltará op-ção. Temos um leque de diversões em Olinda e Recife. É só acessar os sites das prefeituras locais e curtir esse período encantador, de preferência com aquela compa-nhia querida. Trazemos nesta edição um texto rico sobre o forró escrito pelo músico Zé da Flauta, o perfil de D. Selma do Coco, que é uma figura que tem a cara do São João per-nambucano e que o Mirante faz questão de homenagear. Assim podemos prestigiar mais ainda, as nossas manifestações populares. No mais, temos a crônica riquíssima de Gilberto Marques, o cordel de Misael Godoy que a cada edição nos surpreende, as histórias de Marcelo Lins, nosso querido historiador e grande pes-quisador, as ilustrações de Wam Nick, que é um talento! Não fos-se esse timaço de colaboradores, não teríamos feito tanto sucesso. Nossa equipe está a todo vapor, pronta para o calor do pe-ríodo junino, só esperando a hora de dançar um tradicional forró, de preferência agarradinho. E viva São João!

Uma figura antiga das tocadas do baião está em evidência neste São João. É Toinho do Baião, parceiro do veio Lula. Sim. Quando o Rei do

Baião, Luiz Gonzaga cansava da sanfona pedia a Toinho seu auxílio, para continuar a levada do forró. Ele dizia: “Canta daí, que eu vou tocando daqui”. Com inúmeros shows agendados Brasil afora, ele é conhecido como o maior cover de Luiz Gonzaga. E não é à toa. A equipe do Miran-te de Olinda quis comprovar tal boato e conferiu um show na Sala de Reboco semanas atrás. Ele é autêntico e feliz em palco. Assim como todo bom forrozeiro de Pernambuco. Tudo começou quando Toinho foi convi-dado no ano de 1976, a cantar em uma casa de forró. Nessa mesma época, Gonzagão o apeli-dou de Toinho do Baião. Ele ficou impressionado com a semelhança do timbre vocal do forrozeiro ao dele. Gonzaga então o convidou a ser par-ceiro em seus shows. A partir daí, estendeu-se uma longa amizade. Toinho participou de vários shows do Veio Lua em locais distintos, inclusive

esteve presente no último show dele em 1989, no Centro de Convenções, ao lado de Domingui-nhos, Elba Ramalho, Fagner, entre outros. Atualmente vem sendo protagonista de abertura e fechamento do especial “Gonzagão 100 Anos”, exibido diariamente nos intervalos da programação da TV Jornal- SBT, que vem mos-trando depoimentos não só dele, mas de Domin-guinhos, Gilberto Gil e Zé Ramalho. Em 2010 gravou o CD “Tributo ao Rei”, durante uma apresentação no Sala de Reboco, em Recife, onde presta uma homenagem can-tando alguns clássicos do Rei. Toinho tem agenda lotada o ano todo e tem sido contratado, por aqueles que querem de fato, matar a saudade de Luiz Gonzaga. Muitos nordestinos tem no sangue o amor ao forró, tan-to que o artista tem se apresentado não só em eventos públicos, mas em festividades privadas. O show deste ano, “Tributo ao Rei” é muito bem vindo neste momento, em primeiro lugar por ser tempo de São João, além disso, o centenário de Luiz Gonzaga.Contato para shows: (81) 8723 8395.

TOINHO DO BAIÃO

No ano de 1976, Toinho foi convidado a cantar em uma casa de forró. Nessa mesma época, Gonzagão o apelidou de Toinho do Baião.

Nordestinos têm no sangue o amor ao forró

Page 3: O Mirante de Olinda Edição nº 11

33Olinda, junho de 2012

Marcelo Lins

03Historiando

No ponto mais alto das co-linas da cidade de Olin-da destaca-se o edifício do antigo Colégio Real

da Companhia de Jesus, depois Se-minário de Olinda. Durante mais de três séculos este prédio marcou a paisagem olindense, até a constru-ção em 1934 da nova Caixa D’Água, no Alto da Sé. Em princípios da década de 1550, chegaram a Pernambuco os padres jesuítas Manuel da Nóbrega, provincial da ordem no Brasil, e An-tonio Pires, que desembarcaram no porto do Recife em meados do mês de julho de 1551, como podemos ver da carta endereçada por Nóbrega ao rei, data de 13 de setembro daquele ano, onde diz: “Haverá um mês pou-co mais ou menos que chegamos a esta capitania de Paranambuco [sic] o padre Antônio Pires e eu, a qual nos faltava por visitar e tinha mais necessidade que nenhuma outra por ser povoada de muito e ter os pe-cados mui arraigados velhos.1 Logo de sua chegada foram os padres da Companhia agraciados pelo donatá-rio Duarte Coelho com a doação da capela Nossa Senhor da Graça, jun-tamente com as terras do morro ao seu redor. Com o retorno de Manuel da Nóbrega à Bahia, em março de 1552, fi cou o padre Antonio Pires encarregado da construção de uma residência para abrigar os padres da companhia que deveriam vir habitar em Pernambuco. Com suas próprias mãos o padre Pires limpou o terreno em torno do templo e levantou al-gumas casas de taipa que serviram por muitos anos como convento e colégio da Companhia de Jesus em Olinda. Já a capela, cuja construção fora iniciada ainda pelo donatário Duarte Coelho, só teve suas obras concluídas na década seguinte, du-rante a administração do padre su-perior João de Melo (1562-1567). Entre 1584 e 1592, a pequena ca-pela foi alvo de novas obras sobre o comando do irmão jesuíta Francisco

José de Anchieta escrevendo sobre a casa de Olinda dizia “O edifício é velho, tem 19 câmaras de sobrado, as janelas ao mar para o oriente, as ofi cinas pequenas e velhas e não tão acomodadas, e a igreja pequena mas ornada de bons ornamentos”. No entanto, obras foram le-vadas a efeito entre os anos fi nais do século e princípios da década de 1630, pois o edifício encontrado pelo predicante calvinista João Baers, em nada se parecia com o prédio descri-to por Anchieta meio século antes. Mesmo depois dos danos provoca-dos pelo incêndio de 24 novembro de 1631, o edifi co se apresentava como uma “muito grande e de bela construção, em forma de quadrado, e tem no centro um pátio; é alto e [tem] dois andares com galerias duplas ao longo dos mesmos, dos quais entra-se em todos os quartos situados em redor, em número de aproximadamente quarenta”.4 Durante os anos da admi-nistração do conde de Nassau, entre 1637 e 1644, curto período de paz, em que foi tolerada a livre prática da religião, a igreja de Nossa Senho-ra da Graça continuou a ser usada para as práticas religiosas católicas. Como se pode ver da legenda de um dos quadros do pintor fl amen-go Frans Post, doado pelo próprio conde ao rei da França Luis XIV, em

Dias, arquiteto e piloto renomado, que uso como modelo a Igreja de São Roque de Lisboa, onde havia trabalhado sob a direção de Afonso Álvares. A antiga capela Duartina ganhou nova feição com nave úni-ca, frontão triangular e cobertura em duas águas, a exemplo de sua con-gênere lisboeta.2 Em 1573, habitavam no convento quatro padres e cinco ir-mão. Neste ano já se encontrava em funcionamento no colégio uma aula de latim ministrada pelo padre Amaro Gonçalves. No ano seguinte a classe de latim já contava de trinta alunos e a de ler e escrever setenta. Neste mesmo ano de 1574, um rela-tório enviado à Roma sob o título de História da Fundação dos Colégios e Residências do Brasil menciona que os alunos do colégio de Olinda ajudavam a descarregar os ladrilhos, telhas e madeiras trazidos pelas car-retas para a obra do edifício. 3 O que faz crê que sofriam alguma reforma os antigos alojamentos de taipa, que abrigavam residência e colégio dos padres da Companhia de Jesus. A situação precária de acomodação do colégio e convento manteve-se ainda por mais de uma década, mesmo depois da resolução régia de 1576 que ordenava a construção de um novo e regular edifi co para o colégio. Ainda em 1585, o padre

1679: “Ruína da bela igreja dos pa-dres jesuítas na vila de Olinda, a qual é ricamente colorida em ouro por dentro: onde ainda rezam a missa e fazem os seus serviço religiosos”.5 Com a eclosão da Guerra de Res-tauração Pernambucana, em 1645, fi caram a igreja e o convento aban-donados até a expulsão defi nitiva dos holandeses, em 1654. No ano seguinte, o edifício já se encontrava novamente habita-do, quando em 28 de maio de 1655, o padre Francisco Avelar, vice- rei-tor do Colégio Jesuíta de Olinda, recebeu da fazenda real 400$000, por ordem do governador Francisco Barreto. Não se sabe quando foram iniciadas as obras de restauração do conjunto, mas a inscrição sobre o arco da capela-mor tem a data de 1661, uma indicação de que prova-velmente foi neste ano que se con-cluíram, ao menos, as obras da igre-ja. Em 1974, prospecções ar-queológicas conduzidas pelo Labo-ratório de Arqueologia da Universi-dade Federal de Pernambuco, sob a coordenação do professor Marcos Albuquerque, escavou a igreja na sua totalidade fornecendo os ele-mentos da evolução construtiva do edifício. Os resultados da pesquisa arqueológica, subsidiaram a restau-ração do monumento, conduzidas pelo arquiteto José Luiz Mota Mene-zes. As linhas primitivas desta igreja foram recuperadas, com a supres-são do acumulo e superposições das ordens devolvendo a fachada principal, as suas linhas simples e restaurando o óculo da fachada. Já o prédio do colégio, separado da igreja por um pequeno pátio, apre-senta dois pavimentos e janelas ali-nhadas com vidro, vestígios de uma provável reforma de fi ns do século XVIII. A igreja de Nossa Senhora da Graça, assim como o antigo co-légio jesuíta anexo, foram tombados em 17 de maio de 1938, sendo re-gistrados no Livro das Belas Artes v. 1, sob o n.º 69, Processo 131-T/38.

1 Cartas Jesuíticas I – Manuel da Nóbrega Cartas do Brasil (1549 -1560); Rio de Janeiro: Academia Brasileira, Offi cina Industrial Graphica, 1931 (Biblioteca de Cultura Nacional, II – História); p. 118.2 SILVA, Leonardo Dantas, Pernambuco Preservado: Histórico dos bens tombados no Estado de Pernambuco. L. Dantas Silva Editor, 20083 COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Anais pernambucanos 1493-1850. Edição fac-similar. Recife: FUNDARPE; Diretoria de Assuntos Culturais; 1983. 10 v. (Coleção Pernambucana, 2ª fase, v. 2-11).

4 BAERS, João. Olinda conquistada. Tradução de Alfredo de Carvalho. Recife: Lith. De Laemert & Cia. Editores, 1898.5 C’est la ruine de la belle église des péres jesuites dans la ville d’Olinda, laquelle était for tornée d’or en dedans: ils ydisent encore la messe, et font leur service.

O Colégio da Companhia de Jesus

Page 4: O Mirante de Olinda Edição nº 11

Misael Godoy

04

Leia mais cordeis no portalwww.omirantedeolinda.com.br

Poesia e Cordel

Todos os direitos reservados. Obra registrada no EDA/FBN. Não é permitida a reprodução total ou parcial desta obra, sem o consentimento do autor.

[email protected]

Andando e dançando nas pontes do céuSeguindo três anjos, de tons femininosTrês bruxas, quais fadas, guiando destinosNa bel natureza, despindo seus véusAs crenças renascem nos homens incréusCom pingos de vida que caem das nuvensTão leves, tão soltos, tais quais as penugensQue finas, brilhantes nos seres aladosLevitam seus corpos na cor do nubladoCingindo seus ventos velozes que rugem

Os trilhos antigos, de cores ferrugemPor sobre dormentes ainda sentadosEncerram caminhos que d’antes trilhadosNo fecho espinhoso dos braços da mataOs raios do dia colorem de prataAs águas tranquilas e fundas de um lagoO vento que passa, lhes faz um afagoPequenas marolas se elevam faceirasSe movem, deslizam de toda maneiraQual fossem tocadas por mãos de um mago

As duas bruxinhas, branquinha e morenaDisparam sorrisos pra todo o lugarSe fosse o poeta podê-las rimarTeria que sê-lo com mágica penaBelezas tão grandes, letrinhas pequenasNum antigo papiro de lá do OrientePalavras suaves em rimas fluentesDispostas ao vento quais fossem as floresDispersam poesia, decantam primoresJogando nos versos, pensares ardentes

Um anfitrião vem trajando madeiraEncarapitar-se na bruxa do bemQue com mãos de fada acolhe-o tão bemQue faz uma pose pra fotografarNa tez reluzente daquele lugarDe mágicas cenas que se descortinamAs vidas da vida nos tocam, fascinamE o “Grande Maestro” dedilha um tocarNos toma por pares, querendo mostrarQue as cordas do mundo conosco se afinam.

NO VALE DABRISA LEVE

Quando digo que... “Eu sou cabra

homem de muitas façanhas, não sou Don Quixote nem sou da Espanha,

cruzei os agrestes por vales

montanhas, andei por planícies

em terras estranhas...”, é a

mais pura verdade! Desta vez, entrei

numa aventura de conto de fadas! Num vale lindo

e encantado, na companhia de

bruxinhas do bem, de bichos-pau, de

brisas, de águas, e tudo que é natureza mágica... Tornei-me o Shrek do sertão,

apaixonado por minha Fiona do

agreste... Leia aí pra entender...

Há quem queira acreditar que a palavra forró vem do inglês “for all” (para todos). Tudo bem, quem quiser acreditar que acredite, mas pra mim isso é conversa pra boi dormir. Só falta

dizer que foram os ingleses que inventaram o forró. Quando eles chegaram ao Brasil, com a Great Western, para construir estradas de ferro, no início do século XVIII, o forrobodó já existia, assim como o pagode, o samba e o arrasta-pé - que eram expressões para designar as festas populares movidas à música, dança e aguardente. O forrobodó, por ser uma palavra nascida no Nordeste, foi que deu origem à palavra forró. O primeiro registro data de 1733, num jornal chamado O Mefistófolis (o satanás), no número 15: “Parabéns ao Dr. Artur pelo grande forró realizado em sua casa...” . A construção das estradas de ferro no Nordeste deu origem, também, a algumas palavras do nosso vocabulário como baitola, que vem de bitola; sulipa (“dei uma sulipa nele”), vem de sliper (dormente) e algumas outras que não me recordo agora. O forró também não é um gênero de música, como muitos pensam. Se observarmos um disco de forró, por exemplo, vamos encontrar vários gêneros musicais como côco, xote, xaxado, marchinhas, baião etc. Forró é o coletivo da musicalidade popular do nordestino, a junção da música que vem da sanfona, da zabumba e do triângulo, originalmente, com a cachaça e a dança. Se você diz: “vai ter forró lá em casa”, todo mundo vai ficar sabendo que a festa vai ter essas características e vai ser legal. Vários artistas fizeram e fazem sucesso cantando e tocando essa música alegre e contagiante: Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Almira Castilho, Marinês e sua Gente, Trio Nordestino, Jacinto Silva, Toinho de Alagoas, Biliu de Campina, Edmílson do Pífano, Dominguinhos, Alceu Valença, Fagner,Elba Ramalho etc. E vão surgir muitos outros, pois o forró é uma música verdadeira, que fica. Entra moda, sai moda e o forró tá lá (não confundir com o forró brega como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Calcinha Prêta (olha o nome da banda!) e outras do gênero - que só tem o mérito de empregar vários músicos, bailarinos e técnicos num show de puro apelo sexual. Pra mim, o forró mais gostoso de se ouvir é o pé-de-serra instrumental; cada vez mais raro, pois nos lugares aonde chegava para fazer shows, Luiz Gonzaga era muito procurado por sanfoneiros os quais, pra mostrar serviço, tocavam Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho e outras similares, cheias de notas e de difícil execução. Seu Luiz olhava pra eles e dizia: “Sanfoneiro que não canta, não ganha dinheiro nem mulher”. Essa postura influenciou muitos músicos bons. Pra mim isso é errado, pois esses instrumentistas tocam bem, mas cantam mal. Por outro lado, há aqueles que ainda dão mais ênfase ao forró instrumental quando gravam um disco. É o caso do grande sanfoneiro Duda da Passira. É comum nos discos de Duda encontrar apenas uma música cantada (normalmente, a última); todas as outras são instrumentais. Quando produzi o disco de Edmílson do Pífano, tive o cuidado de não o deixar cantar. Minha intenção era mostrar ao público a sua verdadeira arte: o dom de tocar aquele canudinho de bambu. O mesmo prazer e sensassão de alegria que sinto ao ouvir o pífano de Edmilson, eu tenho quando escuto a voz ritmada de Jacinto Silva. Grande parte da sociedade ainda não assimilou o forró. Acham que é música de pobre, de gentinha, que sanfona é instrumento de cego e coisas assim. Porém, não sabem o que estão perdendo. O forró é a dança mais sensual que já vi em minha vida. Aquele bate-coxa enlouquece qualquer um; a música é alegre e contagiante.

FORRÓ?Por Zé da Flauta

VOCÊ SABE O QUE É

Page 5: O Mirante de Olinda Edição nº 11

05Olinda, junho de 2012

Conheci Lula em setem-bro de 1979, no dia da volta do Dr. Arraes. Tes-

temunhei, portanto, o primeiro aperto de mão entre o velho e o novo. Aconteceu no quintal da casa de Eduardo, Ana Ar-raes e Maximiano Campos, na Torre. Lula queria o PT, Dr. Arraes pedia calma, recomen-dava prudência. Naquela noite voltei a encontrar Lula, no bar Veleiro. Suado, vermelho, ain-da vestia a camisa do encon-tro. Estive com ele inúmeras vezes, da fundação do PT em Pernambuco no ano seguinte até o velório do Governador Arraes. Falamos juntos em Alagoa Grande, Caruaru, Olin-da e noutros comícios. Sem nunca ter sido petista, votei nele desde Collor até a vitória, finalmente. Estava no ar com Mané Queiroz, na Rádio Clu-be, na consolidação do resul-tado. Ao vivo, exaltei exaltado o encontro do sonho do operá-rio com o sonho do Brasil: ter um governo diferente. Pedro, o primeiro e o segundo, Deo-

Imperador, democratas e di-tadores. Um líder, que era e fazia diferente. Vez por outra passava pelo Planalto. Foi ganhando o jogo. No entan-to, passaram-se dois man-datos e muita coisa ficou no lugar de antes. Na educação fundamental, professores, sa-las de aula, escolas e alunos continuam sem ter a Garantia constitucional do ensino pri-mário nos termos da mudança da lei. A universidade, no en-tanto, cresceu. Como pode? O prédio precisa de alicerces para subir aos ares. O déficit habitacional é outra lacuna in-disfarçável. Reflete-se nas fa-velas espalhadas por todos os recantos do País. A casa pró-pria dos programas públicos já vem rachada de fábrica. Com quase unanimidade de apro-vação criou Dilma à moda anti-ga, como fazia o coronelato. A gente via e ouvia o Presidente Lula quase todo dia. Enquanto Dilma subia a rampa, porém, Lula escapava em plena fes-ta e sumia na Esplanada. Vi-

doro e Floriano chegaram até Getúlio, o ditador, sem qual-quer projeto social. Por incrí-vel que pareça foi nos 15 anos ouvindo do gaúcho: trabalha-dores do Brasil, que alguma evolução aconteceu. A CLT deu garantias nunca antes na história deste País ousadas. Deposto em 1945, Getúlio vol-ta à presidência nos braços do povo. Ainda hoje o jingle da campanha incomoda: Bota o retrato do velho outra vez/Bota no mesmo lugar/O sor-riso do velhinho/Faz a gente trabalhar. Getúlio saiu da vida pelas próprias mãos para en-trar na história como preten-dia. Outra ditadura, em 1964, maculou o sossego do País. Na movimentação das ruas surge Lula, que andou no pau de arara, vendeu amendoim na rodoviária, passou tarde pela escola, pela cadeia e nos braços do povo, comemorou o porvir do século XXI. No começo, comprou um avião e voou pelo mundo. Foi recebido por Rei, Rainha,

rou Doutor Honoris Causa e conferencista. A preço de dia-mante o ex-presidente brilha nos auditórios. O dito popular, porém, surge como fantasma: alegria de pobre dura pouco. Álcool, cigarro, charuto e mui-to discurso deixariam-no rou-co. O tratamento, insidioso, turvou a expressão familiar, do vídeo e dos ouvidos do País. Sem barba e sem cabelo, Lula tira o chapéu e mostra a outra face da doença. A rouquidão afeta dos pés à cabeça, o ope-rário lépido e fagueiro. Apoia-do numa bengala surge um novo Lula, carcomido em tão breve tempo. O filho do Brasil teve tudo que sonhou e até mais. Talvez seja isso. Como caminhar sem ter um projeto e um sonho? Afinal, ele deve à banca tosca da escola, o menino nutrido, bem vestido, olhando o novo tipo de mes-tre que a educação brasileira almeja, desde a carta de Pero Vaz. Lula, joga essa bengala fora. Levanta-te e anda, basta reacender o sonhar.

O OCASO DO SONHO

Contos e Crônicas

Page 6: O Mirante de Olinda Edição nº 11

Coco Raízes de ArcoverdeShows - (87) 9926.6831 / 9168.9530

Olinda / Pernambuco

Page 7: O Mirante de Olinda Edição nº 11

707

Olinda, junho de 2012Daniela CâmaraPerfil

Selma do Coco“Quando subo no palco é uma alegria medonha”.

Fotos: Emanuel Sacramento

Page 8: O Mirante de Olinda Edição nº 11

08

Rever D. Selma do Coco me comoveu. Um ar triste em seu semblante reve-lou-me que algo acontecera. “Depois que meu fi lho morreu passei a so-

frer muito”. Foi o que ela respondeu quando ao notar sua fragilidade perguntei o que tinha acontecido. Selma afi rmou estar com catarata, pressão alta e “problema nos nervos”. Natural de Vitória de Santo Antão, ain-da criança, ela frequentava junto aos seus pais as tradicionais rodas de coco do interior. Enquanto eles trabalhavam na roça, ela conta que já tinha o coco em seu pensamento. Seu pai cantava coco junto aos nativos dos outros sítios próximos em noitadas divertidas. Da fa-mília grande, ela foi a fi lha que mais puxou ao pai. Chegou ao Recife aos 12 anos de idade acompanhada do irmão mais velho. Ingressou na escola, mas não conseguiu aprender a ler. A coquista diz que a escola era para a brinca-deira. Da mesma forma, já mais crescida co-meçou a cantar por brincadeira, no tempo que ela vendia tapioca no Alto da Sé de Olinda, onde muitas vezes, os turistas paravam para escutar a toada. “Eu levava brincando, não sa-bia que era tão sério. Sei que nessa brincadei-ra fui pegando o ritmo”. Passou a trabalhar profi ssionalmente aos 20 anos, quando recebeu seu primeiro cachê. “Foi nessa época que Sônia Medeiros me chamou para cantar e me apresentar em público. Devo minha profi ssão a ela”. A artista popular foi bem casada e diz

que teve um bom marido. Deu à luz 14 fi lhos, mas nenhum está vivo. São 20 ne-tos e 15 bisnetos. Da tradição do original coco de roda, as parentes que seguem o caminho da matriarca são Jaqueline que é nora, viúva do fi lho mais querido que faleceu e Adriana Andrade, que é sua neta. O fi lho, mesmo já falecido, não pode deixar de ser citado aqui em nos-sas linhas de perfi l, porque era ele quem participava do processo criativo com a mãe, desde as composições das músi-cas, até a difícil tarefa de produzir a artis-ta, que de fato anda desgostosa depois da sua partida, devido ao grau de impor-tância que ele tinha em sua vida pessoal e profi ssional. “Meu fi lho falou. Tá na hora do coco. Aí surgiu a música. Nessa época nós tínhamos acabado de aprovar um projeto. Ele intitulou na hora. Sempre digo que os novatos tem que continuar. Espero que minha família continue esse trabalho.” D. Selma do Coco tem 9 discos lançados e um DVD e já fez tournée na Europa, EUA e em todo o Brasil. Uma das temporadas mais bem vistas de Sel-ma no Brasil foi a do Projeto Pixinguinha ,segundo ela. No carnaval deste ano, ela foi ho-menageada no Guadalupe e no Amaro Branco, dois bairros da cidade alta. Ela diz estar querendo abrir o espaço cultural Selma do Coco, ótima oportunidade para quem quiser patrocinar, porque D. Sel-ma é patrimônio vivo. O espaço estará aberto para visitação e para um coco de roda uma vez por mês. Ela apresentou-se recentemente na Festa da Lavadeira, a qual já faz parte do seu calendário anu-al de shows. O dom, segundo ela foi Deus quem a deu. Aos poucos vai se soltan-do um pouco mais. Aí volto a reconhe-cer a verdadeira Selma de tempos atrás, quando ela abre uma boa gargalhada e solta o famoso rá rá rá rá. “Quando subo no palco é uma alegria medonha”. Em 1996, a coquista apresentou-se no Abril pro Rock e em 1997, no car-naval, a música “A Rolinha” tornou-se hit

da temporada de verão. Já em 1998, a PARADOXX lançou o disco Minha His-tória, que também foi lançado na Euro-pa. Ano passado, no mês de dezembro aconteceu mais uma homenagem a D. Selma. Esta foi no seu aniversário. Mui-tos grupos estiveram juntos em frente à sua casa para tocar. Nação Pernambu-co, Zuza Miranda e Taís, Rala Coco de Aurinha, entre outros. Selma conta que tem uma pro-dutora que está querendo empreender novos projetos e que vai tocar em Olin-da, Recife e no interior do Estado no São João. Selma fez várias apresentações no carnaval deste ano. “Antigamente o coco tinha mais frequência. Hoje em dia tem muito coquista por aí. Quando comecei era eu e Deus”. Ela recebeu o prêmio da ordem do mérito nacional pelas mãos do ex -presidente Lula e diz que nunca partici-pou de nenhum movimento político, por-que é cantora e não mistura as coisas. Disse ainda que pagode estilizado não é coisa de gente. Por esse ponto de vista nota-se que a coquista sabe o que é a música de boa qualidade, mesmo sem ter formação acadêmica. Nessa declara-ção ela afi rma que o seu saber intuitivo preserva a autenticidade em suas can-ções, sem decaracterizar o universo da brincadeira e dos brinquedos e folgue-dos populares. Perguntei pela música da moreni-nha e ela rebateu cantando: “Moreninha do dente de ouro, parece um tesouro a boquinha dela, se eu pudesse, tivesse dinheiro eu ia à Barreiros e casava com ela”. E voltei a perguntar: Essa música fala de você não é? É sim. concordou com sua risada pitoresca e simpática. D. Selma ainda não acredita que tenha um talento à sua altura dentro de casa. “Ninguém teve essa ideia que eu tive não. É tudo fraco”. Posso então sugerir e provocar aqui o desafi o. Que venha com gosto de gás essa grande substituta de D. Selma. Seja quem for, que venha com vontade. Ou que venham duas. E muito bem uni-das, ambas. Neta e nora. Jaqueline e Adriana.

Selma do Coco “Meu fi lho

falou. Tá na hora do coco.

Aí surgiu a música.

Nessa época nós tínhamos

acabado de aprovar um projeto. Ele intitulou na

hora. Sempre digo que os novatos tem

que continuar. Espero que

minha família continue esse

trabalho.”

Perfi l

Page 9: O Mirante de Olinda Edição nº 11

9O MiranteO MiranteO Mirante de Olinda 09

“Meu fi lho falou. Tá na

hora do coco. Aí surgiu

a música. Nessa época nós tínhamos

acabado de aprovar um projeto. Ele intitulou na

hora. Sempre digo que os novatos tem

que continuar. Espero que

minha família continue esse

trabalho.”

Page 10: O Mirante de Olinda Edição nº 11

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Percorrendo a orla marítima temos um leque de opções. Para quem quer cur-tir um namoro

à beira-mar degustando dos seus frutos fresquinhos, co-meçamos o passeio pelo Ma-risqueira, que tem uma ex-celente cozinha e está para além das comidas marítimas. No restaurante do empresá-rio Piauí, o casal pode apre-ciar uma costela de porco ou carne de sol, dentre tantas outras delícias. O interessan-te é que lá podemos pedir que o garçon ponha a mesa à beira-mar, de onde se vê o quebrar das ondas, degus-tando um bom vinho.

Walking along the shoreline have a wide range of options. For those who want to enjoy dating in front of the ocean while tasting a fresh seafood, we started the tour with the Marisqueira

Roteiro OlindenseOlinda está para quem gosta de dançar, ouvir MPB, degustar da alta

gastronomia, ou passear descompromissadamente pela

orla ou pelo sítio histórico. Neste roteiro, o turista

encontra as melhores opções.

Restaurant, which has an ex-cellent cuisine going beyond the sea food. In the Piaui’s Reastaurant, the couple can enjoy a pork chop or a deli-cious “Carne de Sol”, among many other delights. Interest-ingly, there we can ask the waiter to set the table by the seaside, where you see the breaking waves, enjoying a good wine.

Ainda à beira-mar de Olinda, encontramos o Hotel Costeiro. Esse hotel tem 79 partamentos climatizados e cozinha internacional. O hós-pede desfruta de banho de piscina, enquanto pode so-licitar um drink a sua borda. Além dessas características, fica próximo ao Centro de Convenções, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shop-pings centers, bancos e sítio histórico, o que torna ainda mais favorável a estada do turista.

Still on the ocean front, we find the Hotel Costeiro. This hotel has 79 air-conditioned suites and international cuisine. There you can enjoy a swimming pool, while sipping on your favorite drink. Besides these features, it’s near the Con-ventional Center, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shopping malls, banks and historical sites.

Adiante, na altura do Fortim do Queijo, A Fábrica Bar tem promoções todas as terças-feiras com clone de cerveja e nas quintas, de whisky. Tem espaço para se dançar, além de poder es-cutar MPB. Os proprietários da casa, Robson e Gustavo, cuidam da programação cul-tural. A Fábrica Bar tem um público fiel e “habituée”. Os frequentadores dos clubes não deixam de dar aquela passada semanal na casa.

Olinda is for those who like to dance, listen to MPB, taste of haute cuisine, or simply stroll

along the seashore, or historic site. In this tour, tourists find the

best options.

Find here the best places in Olinda

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1111O MiranteO MiranteO Mirante de Olinda

Soon after, next to the Fortim do Queijo we’ll fi nd the Fábrica Bar with its famous Tuesdays Special buy one and get one free beer and on Thursdays buy one get one free whisky. It has space for dancing, in ad-dition to being able to listen to MPB. The owners, Gusta-vo and Robson are in charge of the cultural program. The Factory bar has a loyal and “habitué” clientele.

Um lugar agradável para o turista visitar e com-prar lembranças é a Galeria São Salvador, que fi ca no Alto da Sé e tem os artesa-natos mais engraçados e in-teressantes, além de poder conhecer as melhores ca-chaças brasileiras.

A nice place for tou-rists to visit and buy souvenirs is the Gallery São Salvador, located in the Alto da Sé and has the funniest and interes-ting crafts, also you can learn the best Brazilian cachaça.

São inúmeras as op-ções. Nas sextas-feiras ain-da pode-se caminhar pelas ladeiras de Olinda, ao som de uma típica seresta, que nos remete aos tempos de outrora.

There are a wide range of options. On Fridays you can still walk the hills of Olinda, enjoying the sound of a typical songs, which takes us back in time.

Olinda, junho de 2012

Se for amante da MPB co-nheça o Bar e Restaurante Art e Grill, no alto da Sé de Olinda. Além de ouvir

o som contemplando o visual pano-râmico, come -se e bebe-se muito bem. O atendimento da casa é efi ciente, a cerveja gelada e ainda a simpatia da equipe, nos faz querer fi car por mais tempo na cidade pa-trimônio. A programação de lá traz às segundas e quartas Cleyton (voz) e Paulo Henrique (percussão). Às quintas e domingos Zé Baracho (voz e violão) e Paulo Hen-rique (percussão). Às sextas Flávio Souza (voz) e Paulo Henrique (per-cussão). Aos sábados a programação da semana encerra com Flávio Sou-za (voz) e Ozéas Magalhães (per-cussão e voz). Os repertórios das músicas que Zé Baracho trouxe à casa são de uma MPB rara e de excelente quali-dade, que quase não se vê mais por aí. Flávio Souza e os demais também não deixam a desejar. A execução no tocar é sutil e remete ao intimismo dos shows acústicos. Ainda melhor é ter a certeza, que lá no alto da cidade de Olinda podemos encontrar essa música plural e de extremo bom gosto.

A MÚSICA DO ART E GRILLA execução

no tocar é sutil e

remete ao intimismo

dos shows acústicos.

Zé Baracho

Ozéas Magalhães e Flávio Souza

Art e Grill

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12 O MiranteO MiranteO Mirante de Olinda

ANIVERSÁRIODE DOIS ANOS

10 DE JUNHOCOM AS MELHORES BANDAS

DE SAMBA E PAGODE.

Dia 10 de Junho, o Bar e Restauran-te Esquina do Mar faz dois anos. A festa já está encomendada. Os grupos Aborto do Cavaco, Gru-

po Família, Leno Simpatia, Eran Rouche e Sem Razão farão a alegria dos clientes. A domingueira promete sacudir Olinda inteira num grande encontro de samba e pagode. Além da festa do domingo 10, o Es-quina do Mar tem uma programação espe-cial às quartas feiras. Ensaio com roda de samba do Grupo Família e Leno Simpatia. O cliente bebe três Devassas e a quarta é por conta da casa. Também às quartas, o bar oferece clone de caipirinha e caipiros-ca. Em comemoração ao níver do bar contamos em nossas páginas um pouco da história do Esquina do Mar. Até chegar ao nome original, um grande caminho foi trilha-do. O empresário Fábio Sérgio, proprie-tário da casa abriu o Restaurante em 2010. Ele vem de uma tradição familiar, de empre-

endedores de bares e restaurantes. O pai dele, Sr. Clayton Geraldo de Souza, sempre teve restaurante na orla de Olinda. O famo-so Caiçara era um dos mais movimentados da beira mar. Sua mãe, D. Carmem Lúcia Moraes de Souza trabalha com fornecimen-to de alimentação há muitos anos. Já Da-nielle Moraes, sua irmã é a gerente geral do bar. Sua esposa Érica Alves Cavalcante, também cuida do Esquina e da administra-ção do mercadinho que Fábio tem em Caixa D’água. Com esse time, o negócio só pode-ria ter dado certo. O empresário dedica com afi nco suas horas do dia e da noite, aos cui-dados que a função demanda. “Se for preci-so ir para a cozinha em caso de algum fun-cionário faltar o serviço, eu encaro o fogão sem maiores problemas”. No começo da empresa, seu obje-tivo não era colocar grupo de pagode para tocar na casa, mas depois de ter colocado uma roda de samba, o bar foi ganhando pú-blico e se formatando dessa maneira.

Fábio, natural de Minas Gerais, veio cedo para Pernambuco. Passou 11 anos trabalhando como técnico em radiologia no Rio de Janeiro, um hiato em sua carreira de maior talento, que é a administração em ba-res e restaurantes. Mas o empresário logo percebeu a necessidade de retornar ao Es-tado, para cuidar dos negócios por aqui. O Esquina do Mar, inicialmente levou o nome do antigo Caiçara, mas a marca foi desgas-tada com o tempo. Logo depois renomeou-a com o atual nome. Hoje o Esquina do Mar é o bar da família olindense e daqueles que curtem um bom samba. A especialidade da casa são os fru-tos do mar que combinam com o visual da orla, os petiscos e um fi lé maravilhoso re-cheado com queijo coalho. Uma delícia!

SERVIÇO:O bar e Restaurante Esquina do Mar fi ca na Av. Ministro Marcos Freire (Beira-mar), Bairro Novo,

Olinda. Fone: 3011.3811 / 3429.7754

O empresário Fábio Sérgio, proprietário da casa abriu o Restaurante em 2010. Ele vem da tradição

familiar de donos de bares e restaurantes.

Participações:ABORTO DO CAVACOGRUPO FAMÍLIALENO SIMPATIAERAN ROUCHESEM RAZÃOInf. por telefone: 3429.7754 / 3011.3811

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Site: www.turismodagente.com.br / Fone: (81) 3493.9990 / E-mail: [email protected]ço: Ladeira da Misericórdia, N° 58, Carmo, Olinda

II Seminário Municipal do Coco de OlindaTexto - André Soares

O Mercado da Ribeira será o palco de rodas de diálogos, apresentações culturais, ex-posições fotográfi cas, home-

nagens e degustações gastronômicas no próximo dia 20 de junho, durante a realização do II Seminário Municipal do Coco de Olinda, data instituída pela pre-feitura da cidade em 2009, com a fi nali-dade de comemorar o “Coco de Roda”. A grande homenageada desse ano será “Dona Jovelina”, falecida em 2001, aos 86 anos, famosa coquista do bairro do Amaro Branco, responsá-vel por iniciar a vivência coquistas em diversas mulheres do bairro, a exemplo da Mestra Ana Lúcia, inserida na cultura desde os três anos de idade e musical-mente no estilo aos 17 anos, organizan-do além do coco, o Pastoril Estrada de Belém e a Procissão do Acorda Povo. As atividades terão início a partir das 16 horas, com a exibição de víde-os contendo imagens da própria Dona

jovelina, contando com uma exposição fotográfi ca que retrata diversos momen-tos importantes na vida dos coquistas da cidade, que aproveitam do momen-to para expor e comercializar diversos materiais de divulgação, como camisas, CDs e DVDs. Roda de Diálogo – “O Coco -Tradição e valorização da cultura popular da cidade. É preciso conhecer para preser-var” e “O Coco - Uma identidade cultural da cidade de Olinda” se-rão os temas abertos dentro de duas rodas que contarão com a presença dos próprios represen-tantes da cultura: os coquistas, e representantes da FUNDARPE (Fundação do Patrimônio Histó-rico e Artístico de Pernambuco), Casa do Carnaval do Recife e Secretária de Patrimônio e Cultura de Olinda, onde a mesa será mediada por Diego Di Niglio, Coordenador da ONG

ICEI Brasil (Instituto Cooperação Econô-mica Internacional), instituição que orga-niza pelo segundo ano o Seminário, no âmbito do projeto “Turismo da Gente”, que visa contribuir ao fortalecimento do setor do turismo enquanto instrumento de luta contra a pobreza e redução da exclusão social, difundindo um modelo de turismo sustentável baseado no en-volvimento direto da comunidade. Além de Dona Jovelina, diversos coquistas da cidade também serão ho-menageados no local, para então a par-tir das 19 horas, dar início ao momento festivo do Seminário, onde a parte ex-terna do Mercado da Ribeira abrigará a Sambada dos Coquistas, em celebração ao Dia Municipal do Coco, valorizando também através de degustações gastro-nômicas, a culinária regional.

SERVIÇO:II DIA MUNICIPAL DO COCO DE OLINDA20/06/2012 – 16 HORASMERCADO DA RIBEIRA, RUA BERNARDO VIEIRA DE MELO, OLINDA, PE.ENTRADA: GRÁTIS

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14 As Últimas

Colaboração do ilustrador Wamberto Nicomedes de Oliveira, WamNick, que mora em Olinda e trabalha com ilustrações de livros e histórias em quadrinhos para o mercado norte americano.

Ilustração

Foto

Música

Poesia Homenagem

Literatura

Exposição

Comissão da Verdade

FOTO - de Vitorino Cuca Maia, fotó-grafo e cidadão

do bairro de Casa Forte. Atualmente mora em Salvador

na Bahia.

Participe também. Envie colaborações para a curadoria do Mirante pelo e-mail:[email protected]

Alunos na Escola

LANÇAMENTO - À venda nas boas casas do ramo o novo CD de Ari de Arimatéia, intitulado “Um Ensaio Diferente”. O CD é composto por músicas do autêntico forró pé de serra.

QUINTAS POÉTICAS - Acontecem a cada 15 dias, das 19:30 às 23h. O evento é realizado no Bar Terraço de Olinda, Rua Sete de Setembro, 109- Carmo. Após a matriz de São Pedro.

HOMENAGEM - Alceu Valença faz temporada de shows em São Paulo, em homenagem ao centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. O show Lua e Eu tem três apresentações exclusivas em 1º de junho no SESC Rio Preto e dias 2 e 3 no SESC Pinheiros. No espetáculo, Alceu ressalta a obra de Gonzagão e explicita a infl uência do Rei em sua própria obra. O cantor se apresenta ao lado dos músicos Paulo Rafael (guitarra e violão), Tovinho (teclados), Nando Barreto (baixo), Cássio Cunha (bateria) e Lucyane (acordeón).

CULTURA E EDUCAÇÃO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS - O projeto do poeta e escritor Alberto Oliveira intitulado Livraria Expressa, vai de vento em popa. O projeto estimula alunos e professores a tornarem-se agentes de cultura. para maiores informações acesse o site do poeta: www.livrariaexpressa.com.br ou envie e-mail para:[email protected]

Olinda, junho de 2012

LANÇAMENTO - À venda nas boas casas do ramo o novo CD

“Um Ensaio Diferente”. O CD é composto por músicas do autêntico

NOSSO CRONISTA - Dr. Gilberto Marques foi empossado no último dia 27. Ele fará parte da Comissão da Verdade, que será instalada em Pernambuco.A comissão irá investigar os casos locais dos presos políticos, que foram vitimados pela tortura da ditadura militar.

Exposição Desconstrução de Pragana no Centro Cultural Correios. A abertura acontece quarta-feira, dia 06/06, às 19h. Sempre de terça à sexta-feira. A exposição fi ca em cartaz até 29 de Julho.

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ExpedienteEdição / Diagramação: Emanuel Sacramento

Editora Chefe / Redação: Daniela CâmaraDesenvolvimento / Arte: Saulo de Tarso

ColaboradoresFotografi a: Fred Jordão

Texto: Zé da FlautaHistoriador: Marcelo Lins

Cronistas: Gilberto MarquesCordelista: Misael Godoy

Tradutor: Gabriel SacramentoRevisão: Rubens Sacramento

Agenciadores Gabriel Sacramento

9449.9770 (Tim) / 8552.2919 (Oi) / 9309.1890 (Claro)Lion Antônio

9684.4384 (Tim)

Pontos de distribuição (Olinda):EMPETUR / Secretarias de Turismo e Cultura da Prefeitura de Olinda / Pontos de

Informação Turística da Praça do Carmo e dos Quatro Cantos / Lojas Moto Mais Honda de Olinda e Abreu e Lima

Bibliotecas: Biblioteca Pública de Olinda / Biblioteca da Facotur

Museus:MAC / Museu do Mamulengo - Espaço Tiridá Bares, restaurantes e pousadas:

Marisqueira, Tribuna Bar e Restaurante, Restaurante Marisqueira, A Fábrica Bar, Restaurante Flor do Coco, Dogão, Estação

Maxambomba, Sargação, Olinda Art e Grill, Gomes Cachaçaria e Artesanato, Pousada do Amparo, Pousada D’Olinda, Hotel Costeiro, Esquina do Mar, dentre outros.

Bancas de Revista: Banca Visão Comercial / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 236 (Bairro Novo / Olinda) - Banca Ler e Lazer / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 “A” (Bairro

Novo / Olinda) - Banca Olinda Revistas / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 (Bairro Novo / Olinda) - Banca Circular / Av. Getúlio Vargas, 166 (ao lado da Sorveteria Bacana / Olinda) - Banca Varadouro / Largo do Varadouro, 35

(Varadouro / Olinda) - dentre outras.

Pontos de distribuição (Recife):AABB / Aeroporto Gilberto Freyre / Casa da Cultura Recife Antigo / Livraria Jaqueira /

Passadisco

E-mail: [email protected]: (81) 30832588 - 87870020- 98102822

Sócios-DiretoresEmanuel Sacramento

Daniela CâmaraSaulo de Tarso

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Em Cartaz

Stund Up “Viver de Rir”, tem gravação de DVD do humorista Ivanildo Silva, dia 15 de junho às 19h. no teatro do colégio da Damas, na Avenida Ruy Barbosa. O espectador paga um ingresso de 20,00 e leva o DVD de presente. Informações pelo fone: 32217639.

Teatro 1

Teatro 3

Teatro 2TEATRO- Em cartaz o

espetáculo “Um Rito de Mães, Rosas e Sangue”

de García Lorca no teatro Arraial, sextas e sábados às 20h. A peça estará em temporada até dia 16 de

junho.

HOMENS E CARANGUEJOS - Espetáculo teatral inspirado na obra de Josué de Castro acontece nos dias 16 e 17 de junho, no SESC de Santo Amaro em Recife.

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