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Edição 135 de O Minuano, revista do Veleiros do Sul de Porto Alegre, RS, Brasil, publicada em janeiro de 2015.

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Prezados Associados

O destino me proporcionou ser o comodoro do Veleiros do Sul justamente quando completou 80 anos. Confesso que foi uma das maiores honras que eu tive e sempre terei em toda a minha vida. Vim para o Clube como velejador e passei a defender as cores de nossa bandeira nas regatas. Era bem mais jovem, não que ago-ra me considere tão velho, mas, apesar de passados os anos, mantenho a mesma alegria e emoção de quando cheguei, e o propósito que me trouxe até aqui. E com o qual seguirei até os últimos dias de minha vida.

O Veleiros do Sul passa por um momento singular de sua vida! Sem dúvida, chegamos a um ponto de mutação que dará uma nova dinâmica ao Clube. Os convênios com as entidades governamentais e patrocínios com empresas de renome mostram a força da marca Veleiros do Sul. Nossa imagem, construída ao longo dos anos, nos in-seriu nos cenários nacional e internacional de forma muito positiva e séria. A nossa tradição não permite espaço para oportunismos.

As conquistas nestes dois últimos anos confirmam o que eu digo. A flotilha Minuano tornou-se a principal da classe Optimist nacional. Tivemos o renascimento da Escola de Vela Minuano e o projeto Veleiros do Sul Formação Olímpica I com recursos da Confederação Brasileira de Clubes, por meio da Lei Pelé, na ordem de R$ 1.202.010,95 para a compra de 45 embarcações.

O apoio ao projeto Vela Olímpica – em andamento –, com patrocínio do Banrisul, no valor R$ 173.000,00, e com a empresa Tradener, R$ 250.000,00, por meio da Lei de Incentivo do Mi-nistério dos Esportes. E ainda o patrocínio direto com a Multiplan de R$ 400.000,00, sendo R$ 260.000,00 destinados à Escola de Vela Minuano em 2015. Na vela olímpica temos três tripula-ções em franca campanha, e o significativo número de títulos conquistados por todas as flotilhas do clube, nas esferas nacional e internacional, e em todas as gerações ativas da vela.

A reformulação na parte administrativa, investimentos em nosso quadro funcional, dentro de nossa política de valorização do capital humano, implantando novas rotinas e de controles internos dessa área, controle de associados, cobrança, tesouraria e portaria, e a criação da Secre-taria de Porto, fundamental à estrutura náutica. Todo o trabalho, sempre voltado a prestigiar os associados, com austeridade e rigorosos controles financeiros, nos permitiram um valor recorde de investimentos.

No Patrimônio, a nossa gestão fez diversas mudanças, criando a Secretaria de Patrimônio, que controla as aquisições de materiais, evitando desperdício de dinheiro e alinhada com o planeja-mento financeiro. Isso nos permitiu investir em obras, como as reformas dos vestiários e sede da piscina, vestiários e sauna da sede, guincho rápido e o nosso píer da piscina, renovado para dar mais segurança e aproveitamento de lazer aos associados, e por último o novo playground da área leste.

No social, iniciamos com a implantação da Secretaria Social para dinamizarmos mais esse setor do Clube. Alcançamos grande êxito com os eventos inovadores que trouxeram os mais jovens para curtir o VDS.

Agradeço muito aos meus pares, os vice-comodoros e diretores, que foram meus irmãos, meus professores, eventualmente meus alunos. Ao Conselho Fiscal e também ao consultor admi-nistrativo, Cláudio Kretzmann, e a relações públicas, Daniele Carlini.

Meus agradecimentos a todos os associados que também contribuíram com esta Comodoria, e o barco segue seu rumo nas boas mãos do novo comodoro Eduardo Ribas, um experiente co-mandante, pessoa gabaritada para a função.

Que os ventos continuem favoráveis a todos nós em 2015!Cícero Hartmann

EXPEDIENTEPALAVRA DO COMODORO

ComodoroCícero Hartmann

Vice-Comodoro EsportivoGuilherme Schramm Roth

Vice-Comodoro AdministrativoPaulo A. Hennig

Vice-Comodoro PatrimônioLuis Antonio SchneiderVice-Comodoro Social

Carlos Alberto TreinDiretor de Porto

Luiz Vinícius M. de MagalhãesDiretor de Monotipos

Kadu BergenthalDiretor de Oceano

Augusto MoreiraDiretor Motonáutica

Celestino GoulartDiretor de SUP

Geraldo G. Gomes da SilveiraEscola de Vela Minuano

Coordenador: Cássio do CantoPrefeito da Ilha Chico Manoel

Roberto A. SchmitzDiretor Jurídico

Lúcio Pinto RibeiroConselho Deliberativo

PresidenteNewton Roesch Aerts

Vice-PresidenteLuiz A. MorandiConselho Fiscal

Titulares: Newton R. Aerts, Luiz Alberto Morandi e Flávio Neumann

Suplentes: Ricardo Englert e Homero Jobim Neto

O Minuano é uma publicação do clube Veleiros do Sul.Fones: 55 (51) 3265-1717 3265-1733 / 3265-1592

Endereço: Av.Guaíba, 2941 Vila Assunção Porto Alegre – Brasil

CEP: 91.900-420E-mail: [email protected]

Site: www.vds.com.br

Editor:Ricardo Pedebos - MTB 5770/RS

Textos e Fotos:Ricardo Pedebos e Ane Meira

Foto Capa: Memória VDSProjeto Gráfico e Diagramação:

Renato NunesFotolitos e Impressão:

Gráfica CalábriaTiragem: 1.300 exemplares

Distribuição: Sócios do VDS, diretorias dos clubes náuticos e marinas do Brasil. Clubes da

Argentina, Chile e Uruguai.

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Retratos de uma históriaO Veleiros do Sul comemorou em 13 de dezembro de 2014 os seus 80 anos de fundação. Selecionamos algumas fotos para fazer uma espécie de viagem no tempo. Imagens que congelaram fatos e pessoas do nosso passado na tentativa de não serem apagadas da nossa frágil memória - 1ª PARTE

1) Barcos do grupo autodenominado “veleiros avulsos”, que posteriormente veio fundar o Veleiros do Sul. Na foto, tirada na beira do Guaíba por volta do começo dos anos 30, aparecem as ioles Mary Rose, de propriedade do Sr. Carwell e o Gluckauf, de Hans Salm, que fizeram parte da flotilha pioneira quando da inauguração do Clube; 2) Regatas Farroupilhas com tripulações do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre; disputadas em frente ao caís em dezembro de 1935 e tornaram-se a primeira competição interestadual; (3) Trapiche do Yacht Club de Porto Alegre, na Tristeza (extinto), durante a primeira regata internacional (Brasil e Uruguai) realizada em comemoração ao Centenário da Revolução Farroupilha em novembro de 1935. O Veleiros do Sul foi parceiro do evento; (4) Barcos fazendo evolução em frente a sede no dia da inauguração; (5) Em abril de 1935 o VDS começou o “Curso de Pilotagem de barco à vela”, com duração de quatro meses. O barco escola foi batizado com o nome de Commandante

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Gonçalves. Fotos de sua primeira viagem de instrução, que foi a Itapuã, em 27 de abril de 1935; (6) Madrinha Inge Krahe na inau-guração da sede em 31 de março de 1935; (7) Construção do trapiche e do galpão. A obra iniciou em 18 de outubro de 1934; (8) Trapiche no “1º Concurso de Vela” - abril de 1936; (9) Barco Escola: no primeiro plano sentado, Roberto Bromberg; (10) Batismo do Cayru feito pela madrinha Sra. Clothilde Luederitz, em março de 1936; (11) Lançamento do veleiro Cayru, de projeto alemão e construído no estaleiro do Clube. Foi o marco da classe oceano no estado; (12) Regata de Longo Curso “Volta em frente ao farol de Itapuã” em 1936; (13) Barco Escola no arroio em Itapuã; (14) E.Ritter, R. Krahe, Becker, Kircheis, Herzfeld e Ivers, preparação da Regata de Longo Curso; (15) VDS foi convidado pelo Yacht Club Uruguayo para participar da Copa Atlântida em Montevidéu, em 1937. Foi a primeira vitória do VDS fora do país. Nossa delegação foi chefiada por Leopoldo Geyer;

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(16) Foto da Delegação do VDS na Copa Atlântida em 1938; (17) Em 1941 competiu nas regatas em Montevidéu e Buenos Aires; (18) Em 1942 as mulheres também começaram a competir. Em 12 de abril o Clube realizou a primeira regata feminina. Na ver-dade as tripulações eram mistas. As timoneiras (foto) foram: Hildegard Hennig, Lise Hillmann, Lori Tyedmers, Vera Melchers, Vera Tyedmers,Wibke Bolten, Hansi Ortenberg e “Frau” Leske. Vencedoras: Joana Albig, Ingeborg Müller e “Frau” Leske; (19) Troféu Bronze Amizade entre gaúchos e catarinenses; (20) Regatas no Yacht Club Argentino na classe Zirefly e 5 metros; (21) Lançamento do Moá, janeiro de 1944;

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(22) Batismo de barcos da flotilha de oceano: Pinguim, Guará, Alcatraz, e Albatroz, setembro de 1944; (23) Porto do Veleiros do Sul nas regatas comemorativas dos 10 anos; (24) Uma das primeiras fotos de festas registradas no Clube: Oktoberfest de 1940; (25) Oktoberfest de 1948: Hildegard Hennig, Maria Elizabeth Baumann e Erika Sokolowski; (26) As excursões feitas por associados pelo Guaíba e Delta do Jacuí; (27) Torneio de Aquaplano realizado em 11 de março de 1951;(28/29) Barcos da classe Guanabara na regata de longo curso Copa Brisa em 1950; (30) Excursão do veleiro Umuarama pela Lagoa dos Patos em 1950; (31) O veleiro Guará velejando no través no morro da Assunção em 1950;

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(32) Os picnics com bailes no Capão do Lages; (33) Grupo dos Cruzeiristas começou suas atividades em 1956; (34) Pátio da sede do Navegantes com velejadores ao lado do barco Micróbio; (35) Largada da I Regata Porto Alegre - Feitoria no dia 26 de fevereiro de 1954; (36) Provas de motonáutica promovidas pelo VDS em 1956; (37) VI Campeonato Brasileiro de Vela de 1953 Participantes: RS, MG, SP, SC, RJ e RS; (38) II Regata Feitoria em 1956; (38) Tripulação do Yara, barco vencedor da I Regata Porto Alegre - Feitoria.

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Comandante Bruno Altreiter, (40) Cerimônia de lançamento das primeiras pedras que formaram o enrocamento da área do Clube; (41) Local onde seria a nova sede do Veleiros do Sul. Foto do costado do morro da Assunção, sem a Av. Guaíba; (42) Festa da posse do terreno no Cristal em 1956; (43/44) As linhas de pedras prontas; (45) Aterro concluído; (46/47 e 48) Construção feita pela Esmara dos hangares.Uma nova página seria escrita na vida do Clube.

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Uma linda estrutura montada à beira da água foi o local ideal para abrigar o evento memorável de aniversário

Uma celebração para não esquecerUma celebração para não esquecer

ANIVERSÁRIO 80 ANOS

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A festa dos 80 anos do Veleiros do Sul ocorreu no dia 13 de dezembro com a presença de cerca de 450 pessoas

entre associados, convidados e autoridades. O ambiente muito bem decorado, o colorido das luzes, e potentes canhões externos que ilumina-vam o céu completaram o lindo cenário de co-memoração do aniversário.

O Comodoro Cícero Hartmann saudou a to-dos os presentes na abertura do evento e em se-guida passou a entrega dos Destaques Esportivos do Clube em 2014. Ao término da premiação ser-viram o jantar especial da Barcelos Gastronomia e todo o serviço foi muito elogiado por todos.

As duas comodorias reunidas para a cerimônia da posse

Um dos pontos altos da noite foi à posse da nova comodoria e do Conselho Fiscal para o biênio 2015 e 2016. O presidente do Con-selho Deliberativo Newton Roesch Aerts passou o timão ao comodoro eleito Eduardo Ribas, ato que simboliza a condução do Clube. Junto na solenidade o comodoro Cícero Hartmann, que deixou o cargo depois de dois anos na liderança no VDS.

Com Eduardo Ribas estavam presentes os membros da sua Comodoria e esposas. Na vice-comodoria Esportiva assumiu Diego Quevedo, na social Christian Willy, Patrimônio André Huyer e na Administração Renato Poy da Costa, Prefeito

O presidente do Conselho Newton Aerts (C), com Cicero Hartmann (E), e Eduardo Ribas (D) no ato de passagem do timão que simboliza o comando do Clube

O associado Ricardo Habiaga entregou em nome do Rio Grande Yacht Club uma placa em homenagem aos 80 anos do Veleiros do Sul

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ANIVERSÁRIO 80 ANOS

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da Ilha Chico Manoel, Luiz Morandi e Ouvidor Eduardo Scheidegger Jr. Conselho Fiscal para o biênio - 2015/2016: Titulares - Frederico Roth, Cícero Hartmann e Flávio Neumann; Suplentes - Luiz Gustavo Tarrago de Oliveira, Ricardo Englert e Paulo Hennig.

Ao falar sobre sua gestão, Cícero Hartmann ressaltou o papel importante dos membros de sua comodoria, fez um balanço das realizações nas pastas administrativa, esportiva, social e pa-trimonial. E também destacou a nova Comodo-ria. “Tenho certeza que o Clube está em boas mãos”, disse Cícero a respeito do seu sucessor.

Eduardo Ribas agradeceu pela confiança e unanimidade de votos do Conselho Deliberativo que o elegeu. O comodoro empossado comen-tou alguns aspectos dos projetos para o Clube e definiu o lema de seu grupo em três palavras: “União, Motivação e Planejamento”. No final os comodoros e vices receberam da empresa Vinhos do Mundo, do associado Leocir Vanazi, garrafas de espumantes e as esposas flores.

Outro momento muito aguardado era o show da The Hard Working Band que se reuniu especialmente para a festa dos 80 anos. Do iní-cio ao fim da apresentação o ambiente foi toma-do pelo ritmo emotivo dançante da Soul Music e outros sucessos do pop internacional. E ninguém poderia ficar indiferente num clima musical ele-trizante desses. A pista lotou e a banda que tem um carinho especial pelo Clube foi ovacionada durante todo o show. E finalizando à noite o DJ Paulinho Sabóia manteve a alegria da festa.

A festa de Aniversário contou com a presen-ça de autoridades e representantes dos clubes Jangadeiros, Iate Clube Guaíba, Sava Clube. O Rio Grande Yacht Club presentou o comodoro Cícero Hartmann com uma placa em homena-gem aos 80 anos que foi entregue por Ricardo Habiaga em nome do comodoro Sérgio Rocha Paixão Cortes do RGYC.

Entre os convidados estavam: o secretário estadual de Esporte e Lazer do RS, Ricardo D. de Souza Petersen, o secretário municipal de Esportes, Recreação e Lazer, Cláudio Gutierrez, presidente da Fundergs, José Edgar Meurer que também abraçou o VDS em nome do prefeito José Fortunati, o Delegado da Capitania dos Por-tos em Porto Alegre, capitão-de-fragata Carlos Henrique Zampieri, a presidente da Federação dos Clubes Sociais do RS (Federaclubes), Maria da Conceição Pires, o vice-presidente da FE-VERS Paulo Ruano, o presidente da Associação

O show da The Hard Working Band eletrizou a festa

A banda tocou o “Parabéns a você” que foi acompanhado pelos presentes para em seguida a Comodoria puxar o brinde ao aniversariante

Comodoro, vices e esposas para a gestão 2015/2016

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das Federações Esportivas do RS, Nelson Ilha, o supervisor da Secretaria Municipal de Meio Am-biente de Porto Alegre, Mauro Gomes de Moura e o Gerente Regional Multiplan no RS, Carlos Kripka, patrocinadora do evento e da Escola de Vela Minuano em 2015.

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ANIVERSÁRIO 80 ANOS

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A escolha dos Destaques da Vela ocorre tradicionalmente ao final do ano para homenagear os velejadores e equipes

que se sobressaíram em suas classes, levando em consideração a participação e desempenho nas competições. São velejadores que pelo empe-nho e garra enaltecem o nome do Veleiros do Sul com as suas conquistas.

Os prêmios foram entregues durante a festa dos 80 anos no sábado à noite. Nesta edição, foram escolhidos:

Destaque Vela Olímpica Monotipos: Gei-son Mendes Dzioubanov e Gustavo Canal Thie-

Homenagem para os Destaques da Vela de 2014

Os velejadores do Clube receberam os troféus na festa dos 80 anos

sen – Classe 470; Campeões Estaduais da Classe 470, Mundial Santander, Bicampeão Sulameri-cano de 470, Aquece Rio, Semana de Vela de Garda Trentino, campeões Italianos da Classe 470 de 2014

Destaque Oceano: Barco Camiranga, pelo destaque na Classe ORC nacional, fita azul e campeão da Regata Recife - Fernando de Noro-nha de 2014. Tripulação representada pelo co-mandante Samuel Albrecht.

Destaque Vela de Base Monotipos: Tiago Loch Quevedo, da classe Optimist, Campeão Brasil–Centro, Campeão Brasileiro de 2014, campeão gaúcho e 5° lugar no Campeonato Mundial na Argentina.

Destaque Monotipos: Cicero Hartmann, Flávio Quevedo, André Renard, Classe Soling: vice-campeões mundiais, vice-campeões Gaú-chos, vice-campeões do Troféu Amizade e Bi-campeões Sul-americanos.

Revelação Monotipos: Ricardo Welter Lis, classe Hobie Cat 16: Campeão Sul-americano categoria Junior

Revelação Monotipos feminino: Marília Pinto Gomes Bassoa e Michelle Pandolfo Olivei-ra, classe Hobie Cat 16: campeãs sul-americanas na categoria feminina.

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A dupla da 470 foi representada por Person Thiesen que recebeu o prêmio do secretário estadual de Esporte e Lazer do RS Ricardo Petersen

Samuel Albrecht recebeu do Delegado da Capitania dos Portos em Porto Alegre, Carlos Henrique Zampieri

Tiago recebe das mãos do comodoro Cícero Hartmann

Cícero, Flávio e André com o secretário municipal de Esportes Recreação e Lazer, José Edgar Meurer

Gustavo Lis recebeu pelo Ricardo o prêmio da presidente da Federaclubes Maria da Conceição Pires

Marília e Michelle receberam os troféus do Gerente Regional Multiplan no RS Carlos Kripka

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programação esportiva sempre fez parte das co-memorações de aniversário do Clube. São 80 anos de competição na vela. E nesta edição não foi diferente. Compareceram na raia 73 barcos monotipos: Soling, Hobie Cat 16 e 14, Laser Standard, Laser Radial e 4.7, Snipe, 420 e Opti-mist veteranos e estreantes.

As classes largaram juntas, com exceção da Optimist, às 14h35min, numa linha bem próxi-ma a orla do Clube. O vento era de intensidade média, de direção sudeste. No meio da prova caiu uma pancada de chuva e depois o vento au-mentou a velocidade para rajadas de até 20 nós.

No canal do Cristal a regata tornou-se um atrativo para as pessoas que passavam próximas ao Museu Iberê Camargo, pedestres e ocupan-tes dos carros ficaram assistindo. E até o ônibus da linha de Turismo da Cidade parou por algum tempo para que os passageiros fotografassem os barcos.

O Guaíba ficou repleto de velas brancas e coloridas dos barcos, que se cruzaram durante o percurso. As marcas da regata eram nas boias próximas ao píer do antigo estaleiro Só, a 142

Oito décadas de regatasdo Canal do Cristal. A chegada também foi em frente Clube. Todos os competidores receberam medalhas de participação que foram entregues na água após cruzarem a linha de chegada.

O vento sudeste favoreceu a disputa na baía do Cristal Largada foi em frente ao Clube

A regata foi de percurso ida e volta até a boia 142 A gurizada em enfrentou a pancada forte de chuva durante a competição

VENCEDORES POR CLASSESLaser Standard – Adrion Santos (VDS)Radial - Henrique Silva Dias (VDS)4.7 – Guilherme Perez (CDJ)Soling – Cicero Hartmann, Flávio Quevedo e André Renard (VDS)Hobie Cat 16 - Gustavo Lis e Cláudia Welter (VDS)Hobie Cat 14 - Márcio Tozzi (VDS)Snipe - Diego Quevedo e Eduardo Ribas (VDS)420 - Thiago Ribas e Erik Hoffmann (VDS)Optimist veteranos – Breno Kneipp (CDJ)Optimist estreantes – Rafael Rocha (CDJ)

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PREMIAÇÃO DAS REGATAS DE MONOTIPOS

Soling: 1º Cícero Hartmann, Flávio Quevedo e André Renard, 2º George Nehm, Frederico Sidou e Lúcio Pinto Ribeiro e 3º Roger Lamb, Carlos Trein e Daniel Glomb

Hobie Cat 16: 1º Gustavo Lis e Cláudia Weter, 2º Eduardo Ekmann e Francisco Ekmann e 3º Cláudio Mika e Alex Vasconcellos

Optimist Estreantes Juvenil: 1º Gabriel Autran, Infantil: 1º Rafael Rocha, Mirim: Leonardo João Caminha e Feminino: 1º Isabel Coelho

Optimist Estreantes: 1º Rafael Rocha, 2 º Isabel Coelho, 3º Bruna Haimi, 4º Gabriel Autran e 5º Lucas Stolf

Optimist Veteranos: 1º Breno Kneipp, 3º Guilherme Plentz e 4º Tiago Quevedo

Optimist Veteranos feminino: 1º Luiza Moré e Infantil: Gabriel Rimoli

Laser Radial Junior: 1º Bryan Mattew LuizHobie Cat 14: 1º Márcio Tozzi

Laser 4.7: 1º Guilherme Perez e 2º Diego Falcetta

420: 1º Thiago Ribas e Erik Hoffmann e 2º Phillip Rump e Thomas Rodrigues

Laser Radial: 1º Henrique Dias, 2º Marcello Guedes Pinto e 3º Rodrigo Quevedo

Snipe: 1º Diego Quevedo e Eduardo Ribas e 2º Vilnei Goldemeier e Marília Bassoa

Laser Standard Master: Roberto Bortolaso

Laser Standard: 1º Adrion Santos e 3º Andre Passow

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disputa da classe Oceano e Veleiraço Marinha do Brasil para barcos de cruzeiro encerrou a competição de aniversário. A largada ocorreu em frente ao Clube, às 14h05min, com 38 bar-cos das classes: ORC, J/24, Micro19 e Veleiraço. A linha foi entre o barco da Comissão de Regata do VDS e o mastro principal do rebocar de Alto-Mar “Tritão” da Marinha que veio prestigiar as comemorações dos 80 anos.

O primeiro barco a cruzar a linha de che-gada foi C’est la vie, de Henrique Dias, às 15h11min01s e também ficou com o título da ORC. Na classe RGS, o vencedor foi o Alga, de

Uma regata de muita beleza no Aniversário

A grande presença da flotilha da Oceano deu brilho da competição

Adrion Santos. Na classe J/24 o ganhador foi o Meu Guri, de André Streppel, e na Micro 19, Ceomar Meyner. No Veleiraço Marinha do Bra-sil, o campeão foi o Maná, de Márcio Lima, que chegou às 15h11min40. Por ter sido o Fita Azul – primeiro a cruzar a linha de chegada - ele ficou com o troféu rotativo da Marinha do Brasil.

A regata foi com vento sul de intensidade média e na hora da largada os barcos seguiram de vela balão, dando um toque especial na pai-sagem do Guaíba. Os veleiros navegaram em direção a baía do Cristal até a boia a laranja pró-xima do canal de acesso a Estação do Catamarã do Barra Shopping Sul, que era a primeira marca do percurso.

Depois os barcos foram até a boia nº 142 do Canal do Cristal e seguiram até o rebocador que ficou fundeado como marca. Os barcos contor-naram a boia inflável laranja fundeada próximo ao farol do Clube e repetiram o percurso até a linha de chegada em frente ao Veleiros do Sul. Todas as tripulações receberam medalhas de participação dadas pelo Papai Noel levadas de bote até os barcos após a chegada.

No final da tarde houve a premiação com uma festa Garden Party na área da piscina com a presença de associados, velejadores e convi-dados.

O rebocador de Alto-Mar Tritão participou das comemorações do VDS e no domingo foi marca de percurso na regata

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PREMIAÇÃO DA REGATA DE OCEANO

VELEJAÇO MARINHA DO BRASIL

Classe J24: 1º Meu Guri, André Streppel; 2º Vento Negro, Thiago Ribas e 3º Angela, Boris Ostergren

Microtoner 19: 1º Sofia, Ceomar Meyner e 2º 14 Bis, Humberto Black

ORC Internacional: 1º C’est la vie, Henrique Dias; 2º Patron, João Remédios; 3º Noa Noa, Ivano Vargas

RGS: 1º Alga, Adrion Santos

26’: 1º Bora Bora, Kadu Bergenthal 30’: 1º Aquário II, Henrique IlhaCruzeiro 23: Vira e Mexe, Augusto Altreiter

35’: 1º Tempest, Luís Fernando Colling 40’: 1º Shogun, Marcelo Caminha

D36’: Friday Night, Frederico Roth Força Livre: 1º Tereza Rump Tripulante mais jovem: Leonardo Englert

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ANIVERSÁRIO 80 ANOS

A entrega dos troféus e meda-lhas das Regatas dos 80 anos foi no encerramento do ani-

versário num clima descontraído de Garden Party à beira do Guaíba com grande presença dos velejadores, as-sociados e convidados. Antes da pre-miação foram entregues os diplomas para as crianças que concluíram os cursos da Escola de Vela Minuano.

Garden Party encerrou a festa dos 80 anos

Os sócios jubilados com seus diplomas de veterania

A festa na orla do Clube foi num final de tarde muito agradável tendo o visual do Guaíba como cenário

O associado Leonid Streliaev concedeu muitos autógrafos do seu livro fotográfico

Após o Comodoro Cícero Hartmann realizou a diplomação dos sócios ve-teranos, associados que contribuíram durante 30 anos para o Clube. O co-modoro Cícero entregou o diploma e o pin do VDS aos veteranos. Neste ano os jubilados foram: Amílcar Rossi, Eduardo Secco Hofmeister, Niels Charles Rump, Michael Noel, Paulo Roberto Ott Fon-tes, Reinaldo Luiz Koetz Bernardes e

Ricardo Titoff Salvador.A festa também teve uma sessão de

autógrafos do fotógrafo e editor Leonid Streliaev da edição especial do seu li-vro fotográfico de Porto Alegre com o encarte da história do Veleiros do Sul, que está sendo presenteando aos as-sociados titulares. Após, foi realizada a premiação das regatas de 80 anos ao som do músico Duda Velasquez.

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m dezembro a EVM entregou certificado de con-clusão de curso a 18 novos velejadores durante o Garden Party de 80 anos. Após as boas vindas aos presentes, o comodoro Cícero Hartmann agradeceu ao coordenador da Escola Minuano Cássio Lutz do Canto e aos professores Mauro Ferreira, Antônio Cavalcanti e Marcelino Rodri-gues pelo trabalho deles no ano. Cícero saudou e agradeceu também à Multiplan, que em 2015 será a patrocinadora da Escola de Vela Minuano, quando também passará a oferecer aulas duran-te a semana.

Um ano de vento em popa para a EVMEscola de Vela Minuano encerrou 2014 com 40 crianças formadas nos cursos de Optimist e Pré-flotilha e 90 adultos, o melhor resultado dos últimos tempos

A turma do curso de Optimist foi diplomada em dezembro. Pelo menos sete crianças passarão para a flotilha de Estreantes

Depois, passou a palavra ao ex-comodoro Jorge Vidal. Um dos comandantes mais expe-rientes do Clube, Vidal fez um discurso motiva-dor aos jovens velejadores, ressaltando a garra e a bravura com que os pequenos enfrentam as ondas e o vento e os estimulou falando sobre o espírito aventureiro que instiga todos a seguirem velejando.

Foi realizada a entrega com a participação do comodoro Eduardo Ribas, do Delegado da Capitania dos Portos de Porto Alegre, o capitão de fragata Carlos Henrique Zampieri e da pri-meira capitã da Flotilha Minuano, Rita Richter, além dos pais velejadores que entregaram as me-dalhas diretamente aos filhos: Carlos Henrique Zampieri, Denis Koch, Luciana Scarrone, Marcus Vinícius Caminha e Guilherme Nunnenkamp.

Receberam seus diplomas: Bernardo Dal-molin, Bruno Scarrone Barbieux, Daniela Be-cker, Davi Moreira, Frederico Nunnenkanp, Gio-vanni Meneghetti, Henrique Becker, Henrique Cassini de Moraes, Henrique Pandolfo, Lucas Flores, Mathias da Silva Lisboa, João Pedro Ca-minha, Mateus Koch, Theo Colombo Zart, Pe-dro Poyastro Rosa, Lucca Muller, Luiz Henrique Zampieri e Sofia Pauletti Saltz.

A vela como fator de crescimento pessoal foi destacado por Vidal ao falar para os pais e alunos da EVM

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ESCOLA MINUANO

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Com a aprovação do Projeto Veleiros do Sul Formação Olímpica I pela Confederação Bra-sileira de Clubes (CBC) uma nova etapa co-

meça a se tornar realidade ao ser efetivada o repasse do edital que liberou a quantia de R$ 1.202.010,95 para o projeto esportivo. A verba tem destino único para a compra de Equipamentos (barcos – cascos, bo-tes) e Materiais (velas, coletes, etc. menos duráveis), também com as despesas administrativas e gastos téc-nicos na formação de velejadores. O processo de li-citações já foi iniciado pelo Clube e a finalização será após 12 meses. Dos 37 clubes que se submeteram a cadastro, o Veleiros do Sul ficou entre os 16 que tive-ram propostas aprovadas. Os clubes totalizaram 24 projetos – 22 olímpicos e dois paraolímpicos – que somam R$ 23 milhões.

Foi um trabalho bem sucedido realizado pela comodoria que precisou inclusive readequar os Es-tatuto do VDS, conforme a exigência da Lei Pelé, em tempo recorde para ficar apto no Cadastro Geral de Entidades de Prática Desportiva (EPDs), além de estar quites com a União. Em novembro de 2014 o como-doro Cícero Hartmann e o gerente de esporte Odé-cio Adam compareceram ao Congresso Brasileiro de Clubes, promovido pela CBC e Federação Nacional de Clubes (FNC) quando houve a solenidade de assi-

VDS e CBC oficializam convênioO Clube deu um passo importante no contexto nacional para a sustentabilidade do esporte da vela

Comodoro Cícero na solenidade de assinatura do protocolo de convênio com a CBC ocorrido em Campinas (SP)

natura dos protocolos de convênios com a presença do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. E em dezem-bro saiu o chamamento dos editais da CBC.

“A formação de velejadores de base e Olímpicos é uma atribuição originária dos clubes. Com o apoio da CBC e também do Ministério do Esporte, em ou-tros projetos olímpicos patrocinados pelo Banrisul (R$ 173.000) e Tradener (R$ 250.000) por meio da lei de incentivo, teremos uma mudança substancial no esporte da vela em 2015. E ainda com o patrocí-nio direto da Multiplan para a Escola de Vela no valor de R$ 260,000. Nosso objetivo não é restrito a Olim-píada de 2016 no Rio, mas é um trabalho de médio e longo prazo”, comentou Cícero Hartmann.

Em 2011, uma mudança na Lei Pelé, feita pela Lei 12.395/11, incluiu a CBC como beneficiária de 0,5% do total da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal, ao lado do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). Desde 2011, até o fim de julho de 2014, o montante acumulado foi de R$ 150 milhões, que se destina a subsidiar projetos de formação de atletas de base. Para que fosse possível a inclusão do CBC nos repasses da Lei Agnelo/Piva, o Ministério do Esporte abriu mão de porcentagem do que lhe cabe das lo-terias.

Ministro Aldo Rebelo recebeu o livro do VDS no Congresso em novembro de 2014

PROjEtO VElA OlíMPICAAlém do convênio com a CBC em 2015, o Veleiros do Sul renovou o patrocínio com o Banrisul para o projeto Vela Olímpica

- em andamento - no valor R$ 173.000 e teve a entrada de mais um parceiro, a empresa Tradener, com R$ 250.000, ambos por meio da Lei de Incentivo do Ministério do Esporte. E ainda o patrocínio direto com a Multiplan de R$ 400.000, sendo R$ 260.000 destinados à Escola de Vela Minuano. Em 2015 o Clube continuará com duas tripulações na Equipe Brasileira de Vela Olímpica, da CBVela: nas classes 470, com Geison Mendes e Gustavo Thiesen, e na Nacra 17, com Samuel Albrecht e Geórgia Silva.

PROJETO OLÍMPICO VDS

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Os labirintos do mar chileno

nosso associado Paulo Silveira percorreu com o comandante José Zanella esses labirintos a bordo do veleiro Guga Buy, de Florianópolis, de outu-bro a novembro de 2014. Eles ficaram amigos durante a Regata Recife - Fernando de Noronha de 2010 quando Paulo competiu com seu Delta 36, Riacho Doce. O veleiro catarinense seguiu viagem pelo Caribe, cruzou para o Pacífico pelo canal de Panamá e foi descendo a costa sul-ame-

ricana. Convidado por José para navegar com ele e seu filho Eduardo Zanella na viagem de retor-no ao Brasil, Paulo fez a perna de Valdívia, no Chile, até Ushuaia, na Terra do Fogo. A jornada durou 42 dias.

“Partimos dessa cidade portuária às 6 ho-ras da manhã com destino a Puerto Montt que fica 190 milhas para o sul. A perna entre essas duas cidades é em mar aberto. Após 35 milhas

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OO sul do Chile é de uma beleza impressionante. No seu estreito território entre o mar e as montanhas da Cordilheira dos Andes que se estendem da Patagônia até parte da região de Magalhães e Antártica chilena há uma profusão de canais, fiordes, ilhas e geleiras que deixam qualquer pessoa com desejo de se aventurar por essa geografia.

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navegadas, a previsão de vento fraco falhou. Entrou um ventão com rajadas de 32 nós e on-das altas que impediam que o Guga Buy, um Bruce Farr de 40 pés, andasse mais que duas milhas por hora mesmo a motor. Como não havia nenhum abrigo próximo tivemos que re-tornar a Valdivia.

No dia seguinte nossa tentativa foi bem su-cedida e dois dias depois chegamos a Puerto Montt, capital e principal porto da região dos Lagos e ponto de partida para explorar os canais para o sul. Desse ponto até Puerto Natales, cer-ca de 1.500 km, não é acessível por via rodoviá-ria ou ferroviária, praticamente não é habitada. Em Puerto Montt ficamos cinco dias e zarpamos em direção a Caleta Porcelana. Navegamos pe-los golfos de Ancud e Corcovado, entre a costa

sudeste da ilha Chiloé e a costa continental. Ve-lejar neste golfo não é fácil devido às condições de vento forte e correntes. No caminho deu-se a nossa primeira ancoragem numa caleta, no Es-tero Quintupeu, que é um fiorde, aonde chega-mos num maravilhoso entardecer.

A ancoragem nas caletas tem suas peculia-ridades, pois consiste em jogar a âncora de proa e pela popa, dois cabos de cerca de 100 metros cada um são amarrados em pedras ou árvores, para o caso de ventos fortes. O declive nas ca-letas é bem acentuado, próximo a margem fica em torno de 10 metros de profundidade, en-quanto o leito chega a 400 metros. Enquanto José controlava o barco no leme, Eduardo e eu fomos até a margem fazer a amarração. Tivemos sorte, pois naquela noite não entrou nenhum

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Fotos: Paulo Silveira

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Quintupeu tem uma estreita entrada e grandes cascatas que caem de paredes de 600 metros de altura

vento maluco, comum nesta região. Mas quando saímos daquele abrigo, o bi-

cho pegou. Rajadas de 45 nós de vento sul. En-tretanto, aquele ventão não levanta ondas no mar. Ele desce pela cordilheira e faz umas maro-linhas. Mas, assim como o vento aparece, logo desaparece. Pouco tempo depois a situação normalizou e seguimos para a caleta Porcelana, onde havia uma fonte de águas termais, com temperatura de 38º.

De caleta Porcelana atravessamos o golfo para a ilha Chiloé, um lugar lindo de forte tradi-ção na carpintaria naval e berço da mitologia in-dígena. Ficamos na marina Quinched, perto da cidade de Castro, conhecida por suas igrejas de madeira, que são patrimônio da Humanidade. De Chiloé rumamos pelo sul do golfo para Isla Ascención. O tempo ficou ruim e ficamos retidos em Puerto Melinka por quatro dias devido a pés-simas condições de tempo. Pegamos uma chuva de granizo que cobriu de gelo o convés do barco. A Armada Chilena fechou o porto para saída de qualquer embarcação. Diversas vezes ao dia a estação meteorologia da Armada dá as previsões meteorológicas. Um dia levamos um susto com a previsão de rajadas de 100 nós no Golfo Corcovado. A marinha chilena tem mui-

to controle dos barcos que navegam por essa região devido a condições climáticas. Ninguém pode sair sem comunicar a sua rota e deve en-trar em contato via rádio dando sua posição. Como estamos bem abrigados, as rajadas che-garam a 36 nós, provocando inclinação na em-barcação. Colocamos uma segunda âncora para garantir. E o Guga Buy aguentou bem o tranco. Com a melhora do tempo seguimos nossa na-vegação pelos canais de Moraleda, passamos por diversas ilhas. Mais ao sul cruzamos pelas ilhas Humos, onde na foz do rio Humos havia uma grande salmoneira, e Fitz Roy, seguimos pelo canal Pulluche em direção ao mar aberto, deixamos a ilha Guerrero, entramos nas caletas Canaveral e Suarez na península de Taitao.

Devido ao mau tempo tivemos que ficar uns cinco dias neste lugar bem abrigado dos ventos. Lá também estavam barcos pesqueiros que esperavam a melhora do tempo. Ficamos a contrabordo deles. As tripulações eram pessoas muito amigas, fizemos peixes assados juntos e foram ótimas companhias. No fundo da caleta Suarez tem um cemitério com mais de vinte ba-leias mortas, algumas com carcaças recentes.

Depois cruzamos o Golfo de Penas, um dos mais temidos do Chile pelas condições traiço-

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A contrabordo dos pesqueiros abrigados na caleta Suarez esperando o tempo melhorar

Tripulação do Guga Buy: Paulo Silveira, José e Eduardo Zanella

eiras do tempo. No sul do golfo estão os canais que conduzem ao Estreito de Magalhães. Pega-mos o canal Messier na baía Tarn, Seno Iceberg, aonde na sua entrada a água do mar mais es-cura contrastava com a mais clara das geleiras. Na ilha Wellington nós chegamos a Puerto Éden sem vento, mas com chuva. Cidade bem sim-ples, não tem ruas, apenas um deck de madeira que serve de passarela a todas as casas. Como sempre está chovendo a madeira fica muito es-corregadia. Todo cuidado é pouco. A povoação está localizada numa região inóspita e remota sem qualquer ligação rodoviária com resto do país. Na viagem enfrentamos temperaturas bai-xas e precisávamos colocar várias blusas por bai-xo da roupa de tempo e dentro do barco tínha-mos aquecedor e desumidificador.

De Puerto Éden o Guga Buy continuou a na-vegar para sul. Os canais dos fiordes percorrem longitudinalmente toda a extensão do Campo de Gelo Sul, a maior área de gelo permanen-te no hemisfério sul fora da Antártica. Saímos

pelo Passo del Índio, canalete Angostura White, este bem estreito com 80 metros de largura e grandes paredões, seguimos pelo canal Concep-cion cruzamos pela ilha Madre de Dios, canal Sarmiento, Isla Esperaranza e Puerto Maynes na Isla Evans.

Ao entrarmos pelo canal Ultima Esperanza, Bahia Ladrillero e Golfo Almirante Montt está-vamos em Puerto Natales. Chegamos por volta das 20 horas, brindados com um vento de 36 nós. Conseguimos fazer 103 milhas em um dia, com muito vento e rajadas de até 45 nós. Quan-do nos aproximamos uns 200 metros do píer, onde estavam os barcos da marinha chilena, o motor falhou. Abrimos rapidamente a genoa até o motor pegar, mas não conseguimos encostar por causa do vento, largamos a âncora que gar-rou e aí pensando rápido nós vimos uma boia de fundeio da Armada Chilena. Não vacilamos e amarramos o Guga Buy nela. Achamos melhor passar um rádio para avisar, mas ninguém nos deu resposta e ali ficamos. A parada em Puer-

O povoado remoto de Puerto Éden que está dentro no Parque Nacional Bernardo O’Higgins

Ushuaia à beira do Canal de Beagle, nosso ponto de chegada

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Os glaciares se estendem pelas margens dos canais

to Natales foi só mesmo para abastecermos de combustível o veleiro.

No dia seguinte partimos com destino para Ushuaia. O comandante Zanella precisava ir pa ra o Brasil e por isso aceleramos a navega-ção. Só parávamos à noite e na manhã seguinte zarpávamos cedo. Fomos navegando em senti-do sudoeste pelo canal Smyth até entramos no Estreito de Magalhães. Seguimos por ele pelo Paso Largo (Península de Cordova), isla Carlos III, até a isla Clarence, e fomos indo mais em direção ao Pacífico, pelo canal Cockburn, isla Aguirre na península Brecknock, passamos en-tre as ilhas Obrien, Londonderry já no canal Bal-lenero, pegamos o Braço Noroeste do canal de Beagle, ventisqueiros Paso Darwin, Romanche e chegamos a Ushuaia. O Guga Buy ficou na Terra do Fogo enquanto nós seguimos para o Brasil. Em abril de 2015 o dono pretende levar até Florianópolis.

Esta navegada foi algo indescritível, de uma

beleza exuberante. Os locais um mais belo do que o outro. Hoje eu não conseguiria dizer qual o mais bonito. A cada dia que passava, eu acha-va que naquele dia era o mais bonito que tinha visto, no dia seguinte, se repetia tudo, e assim por diante. São paisagens que ficarão comigo para sempre, pois é impossível descrevê-las. O desejo de navegar nas latitudes mais al-tas já era antigo. Somente agora tive a opor-tunidade de realizá-lo. Foi uma experiên-cia ímpar, tivemos vários momentos difíceis com tempestades, ventos de 100 km/h, cor-rentezas, gelo, granizo, neve, muita chuva e frio. Estas mudanças climáticas são muito rápidas, aconteciam várias no mesmo dia o que nos obrigava a estarmos sempre ligados. É uma emoção muito grande, a paisagem é fan-tástica, respira-se um ar muito puro, avistasse vários animais: orcas, lobos marinhos, pinguins, albatrozes e uma infinidade de aves, além da solidão e do silêncio.”

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Entrada de um canal com duas enormes pedras aflorando numa profundidade de 400 metros

Guga Buy ancorado próximo a uma cascata de desgelo

Os estreitos canais não permitem a navegação com segurança à noite. E por eletrônicos não é confiável

Paulo em frente a um ventisqueiro

Cemitério de baleias no fundo da caleta Suarez

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om vistas a participar da I Regata Porto Buceo (Montevidéu) – Rio Grande de 1975, eu (Hen-rique Ilha) e Marco Aurélio Cavalli fomos con-vidados a integrar a tripulação do barco Garoa, do Lindolfo Hartz Filho (Deco). Além do coman-dante e sua mulher Vera, completava a equipe, Edwin Rudyard Wolf (Centauro).

A preparação do barco foi no Veleiros do Sul e quando já recebia os arremates finais com ferramentas de todos os tipos e materiais diver-sos, o Deco observou que estava partindo o ve-leiro Inca, com Alfredo Bercht e família, rumo ao Uruguai. “Vamos atrás deles”, resolveu. Jogamos todo o ferramental para dentro do barco e, após uma rápida cerimônia de batismo, partimos na esteira do Inca.

Navegada tranquila até o Rio Grande Ya-cht Club. Deixamos os molhes no dia seguinte, com ventos leves, que aos poucos foram cres-cendo. Já na costa uruguaia entrou o tradicional “carpinteiro”, vento de SW com ondas cada vez maiores. Numa caturrada mais violenta, o apoio do mastro sobre a cabine foi arrancado, vindo abaixo o velame.

Era fim de tarde e estávamos longe da costa. Antes de ligar o motor, tratamos de recolher para

Desventura de uma tripulação no Uruguai

Por Henrique Sommer Ilha

A tentativa frustrada de correr a Regata Porto Buceo – Rio Grande tornou-se um caso de improviso que os homens do mar conhecem bem

cima do convés todas as velas, estaiamento, ca-bos e o mastro dobrado em 90°. Já anoitecera e mantendo o barco aproado com a máquina liga-da, identificamos o farol de La Paloma na nossa popa. Como não tínhamos carta da região resol-vemos ficar ao largo até o amanhecer.

Com a aurora fomos chegando a costa, até acessarmos o porto pesqueiro de La Paloma. Atracamos no trapiche, onde estava o Inca per-noitando. Após uma manhã de sono iniciamos os planos e trabalhamos na recuperação dos da-nos no barco:

- Cortar fora o trecho dobrado do mastro- Emendar os dois pedaços usando talas de

alumínio rebitadas- Compensar o comprimento perdido com

umas pilhas de pranchas de madeira unidas por parafusos passantes (fogueirinha)

- Reposicionar a retranca e o burroCom o nosso ferramental e materiais que

dispúnhamos, e uma providencial tomada elé-trica no início do trapiche, nos atacamos nas ta-refas com muita disposição, contando também com os palpites e apoio moral da tripulação do Inca.

Aproveitamos as pranchas de madeira do

O batismo do Garoa no trapiche do VDS Chegada no RGYC

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Barco desarvorado em La Paloma Início dos consertos. Jorge Bercht (em pé) observando o trabalho no mastro

O mastro já com a emenda feita Ilha, Centauro e Deco

trapiche que estava em reforma e depois de ser-radas foram unidas com parafusos adquiridos no comércio local. Para os deslocamentos alugamos uma motoca pilotada pelo Centauro. Dias antes do dia da largada da regata, o Inca seguiu para Montevidéu com a família Bercht, acompanha-do pelo tripulante Taltibio.

Montamos a mastreação, adicionando al-guns reforços. Um dia antes da largada, Deco ainda queria seguir para porto Buceo, no que foi dissuadido pela tripulação. Então, no dia da lar-gada da regata partimos pela manhã velejando de La Paloma rumo a Rio Grande. Entramos nos molhes às 11 horas com violento vento carpin-teiro.

O vencedor da Regata Porto Buceo – Rio Grande foi o Macanudo, do Ery Bernardes, que chegou às 14 horas. O László Böhm foi o juiz de chegada. Ele teve que gatinhar até a ponta do

molhe para não ser arremessado na água. Nossa tripulação se dispersou em Rio Grande com a satisfação de apesar das avarias, ter conseguido com recursos próprios (alguns insumos locais) voltar para casa velejando.

Regata Porto Buceo – Rio Grande A Associação Brasileira de Vela de Oceano

-Sul organizou a denominada “I Regata de Oce-ano Porto Buceo – Rio Grande” com partida no dia 02 de fevereiro de 1975. O Yacht Club do Uruguai e o Rio Grande Yacht Club eram copar-ticipantes do evento junto com o Veleiros do Sul. Compareceram na largada 13 veleiros do Brasil, Argentina e Uruguai, todos enquadrados na fór-mula IOR classes A e B. O grande vencedor foi o Macanudo da classe B, de Ery José Bernardes, o 2º lugar geral foi o Rajá de Gastão Altmayer classe A, ambos do Veleiros do Sul.

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GESTÃO

Uma administração voltada para o quadro social

A busca de aperfeiçoamento da gestão do Clube foi contínua nos dois anos da Comodoria que encerrou em dezembro de 2014

etas foram traçadas e estratégias aplicadas para os setores administrativo, patrimonial, social e es-portivo. Durante este período estes procedimen-tos foram se tornando visíveis, mostraram-se de fundamental importância para o futuro do Clube e proporcionaram maior satisfação aos associa-dos.

No patrimônio foi criada uma secretaria es-pecífica para o setor que passou a controlar as aquisições de materiais e verbas que propiciaram mais investimos em obras. Mudanças no trata-mento de manutenção patrimonial foram apli-cadas, modernizando instalações e equipamen-tos, evitando desta forma as obras emergenciais por falta de planejamento. Houve a fiscalização direta do patrimônio, em obras e serviços, num trabalho integrado com a vice-comodoria admi-nistrativa, na parte de sistema de fluxo de caixa, planejamento anual e revisões semanais.

Diversas obras destacaram-se nessa gestão,

entre as quais os vestiários que passaram por uma grande remodelação com ganho de no-vos espaços - sauna mista e banheiro familiar - substituição total das colunas hidráulicas, que apresentavam vazamentos crônicos, boxes de vidro para os chuveiros, vasos com duchas ín-timas, equipamento de aquecimento de água. O Bar Náutico passou por uma reforma que o deixou com ar contemporâneo, com remodela-ção na sua decoração e melhoria no espaço in-terno. A área da piscina passou uma moderniza-ção, o bar e os vestiários foram ampliados para maior conforto dos associados.

Na marina o píer em madeira deu melhor aproveitamento para atracação e beleza ao local. O prolongamento do trapiche 1 e 3 e novo orde-namento das estacas que ampliou o número de vagas molhadas. E em dezembro a criançada ga-nhou um novo playgroud completo em madeira na área leste do Clube.

Marina de cara nova com o píer de madeira de 89 metros de comprimento no total e mudança paisagismo na área da piscina

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Na área esportiva houve o renascimento da escola de vela que teve sua estrutura física e de ensino revitalizada. Os efeitos da mudança logo apareceram com o aumento considerável de alu-nos. Os projetos Olímpicos e formação de vele-jadores em convênio com a Confederação Brasi-leira de Clubes no valor de R$ 1.2002.010,95, a participação de empresas pela Lei de Incentivo ao Esporte com o Banrisul, no valor de R$ 175.000 e Tradener, R$ 250.000 e ainda o patrocínio da Multiplan, com total de R$ 400.000, sendo R$ 240.000 destinados a Escola de Vela Minuano. A inédita campanha olímpica que conta com três equipes, o crescimento da vela de base, o sig-nificativo número de títulos conquistados, alguns inéditos, por todas as flotilhas do clube nas esfe-ras nacional e internacional, e em todas as ge-rações, comprovaram a franca atividade da vela esportiva nestes dois anos.

Na pasta Social houve uma reformulação com a criação de uma Secretaria que passou a gerenciar os eventos sociais do Clube, incluindo também neste setor os esportivos e locações. Os dois anos foram marcados por avanços na quali-dade de nossos eventos. Os números da Secreta-ria Social:

Institucionais 2013/2014Queijos e Vinhos: 400 pessoas cada, Okto-

berfest: 300 pessoas cada, Aniversário: 250 pes-soas em 2013 e 450 pessoas em 2014, Dia das mães: 500 pessoas cada e Dia dos pais: 300 pes-soas cada e Namorados: 150 pessoas cada.

Esportiva 2013Aberturas, encerramentos e confraterniza-

ções: Brasileiro de Laser Radial, OPTISULAM, Troféu Amizade Soling, Circuito CONESUL, Sul Brasileiro de SNIPE, Brasileiro de J24, Match Race, Nacra 17 e Regata de Aniversário 79 anos. Locações 2013: 31 eventos

Esportiva 2014Aberturas, encerramentos e confraterniza-

ções: Brasileiro de Soling, Regata 80 anos Foern-ges, Sulamericano de Soling, Festa junina, Troféu Amizade de Soling, Conesul, Regata de aniversá-rio 80 anos e Sul-Americano de 420.

locações em 2014 41 eventosNa parte da Comunição foi atingido ampla

cobertura na mídia, em torno de 203 notícias com menções do Veleiros do Sul nos principais jornais da Capital e inserções semanais nos prin-cipais sites náuticos. As redes sociais dinamiza-

Crianças contam com outro playground no Clube

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ram a comunicação com o público geral, levando o dia-a-dia e conquistas do Clube ser acompa-nhado por milhares de pessoas. A página do VDS no Facebook (facebook.com/veleirosdosul) con-ta com mais de 7 mil curtidas e atualmente é a fanpage de clube náutico “mais curtida” do país.

Site: 590 mil pageviews em dois anos. E o principal meio de comunicação do Clube com o associado é a revista O Minuano que teve seis edições publicadas no biênio totalizando 136 edições desde 1953.

No setor administrativo do Clube foi implan-tada uma gestão com métodos modernos e novo organograma funcional. O sistema de gerencia-mento eletrônico com diversos módulos: finan-ceiro, controle de marina, embarcações, armários e portaria deu maior segurança nas informações. Foram contratados consultores na área de gestão e pessoal RH. E ainda a promoção de cursos para funcionários na busca de aprimoramento e valo-rização do capital humano.

A qualidade do atendimento ao associado foi aperfeiçoada com a implantação da ferramenta de Autoatendimento no site, onde estão disponíveis as informações sobre a situação financeira do sócio no Clube, a emissão da 2ª via dos boletos das men-salidades e outros serviços. A criação da Secreta-ria do Porto melhorou o atendimento da náutica, dispondo de informações atualizadas das embar-cações, o mapeamento do trapiche, controle da localização dos barcos nos boxes e ainda um me-lhor remanejamento e aproveitamento das vagas. Ao implantar um sistema de gestão eficaz, a Co-modoria alcançou contínuas melhorias na eficácia operacional e proteção da marca e imagem do Clube.

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A cerca da RitaPor Norton Aerts

Nos idos dos anos 80 a piscina do Clube era cerca-

da por tela e muitos associados não gostavam dela

porque restringia a circulação no local. Num encontro dos

churrascos das segundas-feiras no Clube um grupo deba-

tia o assunto até que alguns deles (Almiro Barichello, Nego

Márcio, Norton e Victor Barth) decidiram ajeitar as coisas

por conta própria.

O Nego Márcio pegou sua Chevrolet Caravan foi até a

piscina enquanto o resto do grupo arranjou um cabo que

foi amarrado entre a camionete e a “cerca da Rita”, como

era chamada por ser a sua principal defensora, e foi arran-

cada por partes. No dia seguinte o comodoro Lászlo Böhm

tomou conhecimento do fato e ponderou antes de tomar

alguma decisão.

Ele tinha quer dar alguma punição ao grupo, embora

também fosse a favor de tirar a cerca. Só não tinha feito para

não se indispor com a associada Rita. Dizia na época “pre-

O roubo da boiaPor Astélio Bloise dos Santos

Por volta de 1979, a disputa pelo título do Campeonato Estadual de Snipe andava bem acirrada entre os

clubes de vela de Porto Alegre. Naquele fim de semana a autoridade organizadora era o Clube dos Jan-

gadeiros. Dia quase sem vento, o CDJ comunicou que estava com Recon em terra (bandeira de retardamento).

Como de praxe os velejadores ficaram esperando por novo aviso.

Depois de um tempo veio uma ligação telefônica comunicando que a Recon tinha sido baixada e os com-

petidores chamados para a raia. Bruno Richter, vice-comodoro esportivo do Veleiros do Sul na época, seguiu no

barco Roberto Funck rebocando os Snipes para a raia. Quando ele chegou à altura da antiga rampa das barcas

viu que a CR já tinha dado a largada da regata, somente com os barcos do CDJ. Tomou uma rápida decisão:

soltou os cabos de reboque e foi com todo motor até a raia, pegou a boia de contravento e tirou-a do percurso.

Alegou não havia sido respeitado o tempo de uma hora, conforme a regra.

A regata foi suspensa e deu um grande bafafá na vela. No Veleiros do Sul o caso passou pelo comodoro Ery

Bernardes e foi até o Conselho Deliberativo para tratar da expulsão do Bruno. Acontece que o vice-comodoro

esportivo gozava de grande prestígio no clube e entre os velejadores, além de pessoa de alta credibilidade por

seu trabalho. O assunto foi muito debatido e depois as coisas apaziguadas, tornando-se apenas um caso hilário

da vela de competição no RS.

ciso fazer algo com esses guris”. Então buscou uma solução

nem muito ao mar nem muito a terra. Deu uma suspensão

de apenas 15 dias para o grupo infrator, assim não deixou

passar em branco o caso, e ficou satisfeito com a piscina sem

a cerca, agradando a maioria dos associados.

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BOM A BORDO

Surubi a Cylon Por Luiz Morandi

INGREDIENtES PARA 30 PESSOAS:- corte as cebolas, batatas, pimentões e tomates em rodelas

- unte generosamente com azeite o fundo da panela de ferro

- comece a montagem espalhando uma camada de batatas no fun-do, após coloque as cebolas, o alho, o louro, o surubi os pimentões, os tomates e por último o tempero verde.

- o açafrão que já está diluído no vinho branco deve ser colocado, pouco, sobre cada camada da montagem.

- regue com azeite de oliva.

- após, coloque por cima as azeitonas e aí leve a panela ao fogo máximo (até levantar fervura, depois pode baixar o fogo) por +/- 50 minutos.

- a cada 15 minutos inclinar a panela de um lado para outro, para que se homogenize o líquido em todos os ingredientes.

- se sentir que tem pouco líquido adicionar mais vinho com aça-frão.

- quando as batatas estiverem quase prontas, verificadas através de um garfo, coloque as ervilhas tortas, tampe e deixe abafar até ficar “al dente”

Esta é uma das receitas que publi-camos no Popa (do amigo Da-nilo), e que foi feita na Ilha Chi-

co Manoel, um lugar lindo, que o VDS cuida com muito carinho e atenção. Lá brincamos, a Carmen e eu, com as pa-nelas, curtindo os finais de semana de navegadas.

Num destes finais de semana, re-cebi um convite do amigo Cylon e da Simone para fazer um peixe para ami-

gos da Ilha em um sábado à noite. Um Surubi! Como conheço bem o espí-rito da Ilha e seus frequentadores, pe-guei minha bela panela, que consegue dar conta dos convidados, e os que vão chegando, sem ficar prejudicada. Não deu outra: o peixinho do Cylon tinha mais de 10 kgs e os convidados foram mais de 30 amigos que ficaram curtin-do muito o convite que íamos fazendo. Confesso que fiquei preocupado, mas a

minha panela nunca me deixou mal.Foi muito agradável e fizemos par-

te inclusive do livro do Cylon, Manhã de Domingo, com direito a fotos e tudo mais.

Aos amigos Cylon e Simone e nossos leitores do Minuano, nosso brinde. Bom apetite. Saúde!

A receita pode ser feita com qual-quer tipo de peixe de estrutura, como bacalhau, surubi, garoupa, etc.

10 kg de postas de surubi de mais ou menos 6 cm de largura

20 cebolas

20 tomates

6 dentes de alho inteiros

6 pimentões vermelhos

2 pimentas dedo de moça

sal e pimenta do moinho

20 batatas

1,5 pacotinhos de açafrão

3 cálices de vinho branco, para diluir o açafrão

azeitonas pretas a gosto

azeite de oliva extra virgem

vagem para cobrir a panela

5 folhas de louro

tempero verde a gosto

O PREPARO A fRIO:

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ompetidores do Brasil (RJ, RS e SP), Argentina e Chile enfrentaram dias de vento forte no Guaí-ba, mas no final o título continental ficou com a dupla Eric Belda e Rodrigo Dabus, do Yacht Club de Santo Amaro (SP). Os vice-campeões foram Daniel Lombardi e Gabriel Nad Sequeira, do Clube Naval Charitas (RJ) e em terceiro André Fiuza e Stephan Kunath (YCSA).

Entre os representantes gaúchos, a tripula-ção do Veleiros do Sul formada por Thiago Ri-bas e Erik Hoffmann (VDS) se destacou ao ficar em quarto lugar no campeonato. O Clube ainda teve a participação de Nicolas Mueller/ Marcelo Gallicchio e Camila Maia/Ana Paula do Canto. Ao término da disputa o timoneiro Thiago Ri-bas avaliou a participação no evento. “Foi meu

Classe 420 encerrou ano com campeonato em Porto Alegre

Jovens velejadores disputaram o Sul-americano realizado de 17 a 22 de dezembro no Veleiros do Sul

Eric e Rodrigo venceram a nona regata e garantiram o título do campeonato de 2014

terceiro sul-americano, mas o primeiro corren-do com o Erik, que embora não tenha muita experiência com tão pouco tempo na 420 fez um ótimo trabalho, então esse quarto lugar no campeonato foi um saldo positivo.”

Os campeões Eric e Rodrigo se mantive-ram na segunda posição na classificação geral até o último dia, quando alcançaram a virada sobre a tripulação de Niterói, adversária dire-ta deles. Eric relatou como aconteceu a vitória. “Nós começamos o dia em segundo lugar e com o Fiúza atrás da gente na classificação. Na se-gunda regata já encostamos no Daniel Lombardi, mas o Fiúza ganhou e continuou perto. Mas aí na última regata nos superamos os líderes e vence-mos”, comentou Eric.

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COMPETIÇÕES

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“Agora no Brasileiro (Ilhabela, em janeiro) vamos ter os mesmos adversários, só muda o lu-gar. Já velejo aqui há algum tempo, conheço bem a raia do Guaíba, dessa vez a água estava quen-te, mas o vento foi é complicado, ronda muito, deixa a disputa difícil, mas mais interessante.”

Na categoria feminina a dupla Clara Vide-la e Sofia, da Argentina, foi campeã (8º no ge-ral) depois de liderar todo o campeonato. “Es-tamos super felizes porque aprendemos muito, uma pena todo esse vento, mas nos divertimos bastante. É meu primeiro sul-americano como proeira da minha irmã Clara (que já correu no Sul-americano de 2013) e como não discuti-mos tanto a bordo eu achei que foi ótimo!” O Sul-americano também teve uma intensa programação social para os competidores, com churrascos, festa jovem e coquetéis. No final da competição o Clube recebeu a visita do presi-dente da Associação Internacional da classe 420, o israelense Nino Shmueli que elogiou a estrutura do Clube e o profissionalismo da execução das

Thiago e Erik foram os gaúchos melhores classificados e velejaram com velocidade na raia

regatas. No campeonato compareceram 20 tri-pulações do Brasil (RJ, RS e SP), Argentina e Chile e teve nove regatas realizadas no total.

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A foto de encerramento do Sul-americano no VDSClassificação geral: 1º Eric Belda/Rodrigo Dabus (SP), 2º Daniel Lombardi/Gabriel Nad (RJ), 3º André Fiuza/Stephan Kunath (SP), 4º Thiago Ribas/Erik Hoffmann (RS) e 5º Leonardo Lombardi

Categoria feminina: 1º Clara Videla/Sofia Videla (ARG), 2º Olívia Belda/Marina Arnt (SP) e 3º Luísa Gandolpho/Marcela Moura (RJ)

Categoria Junior: 1º Eric Belda/Rodrigo Dabus (SP), 2º André Fiuza/Stephan Kunath (SP) e 3º Thiago Ribas/Erik Hoffmann (RS)

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Confederação Brasileira de Vela realizou em de-zembro na praia de São Francisco, em Niterói (RJ), a segunda edição da Copa Brasil de Vela com a participação de 160 velejadores de 20 países, mais um evento-teste para a Olimpíada de 2016.

Duas duplas do Veleiros do Sul confirmaram permanência na Equipe Brasileira de Vela Olím-pica de 2015: Geison Mendes e Gustavo Thie-sen (Banrisul/Corsan) na classe 470 masculino e Samuel Albrecht e Geórgia Silva na classe Nacra 17, por serem os brasileiros melhor colocados nas suas classes.

Para os bicampeões sul-americanos de 470, a Copa Brasil rendeu mais uma conquista, o bi-campeonato brasileiro, pois a competição vali-dou a disputa nacional para a classe. Embora o saldo tenha sido positivo, Geison crê que a dupla pode melhorar. “Avaliamos que poderíamos ter ido muito melhor, mas algumas opções táticas em determinadas regatas, e a velocidade do ven-to prejudicaram o nosso resultado”, afirmou.

Samuel e Geórgia também viram pontos a corrigir. “Precisamos melhorar nas largadas, na velocidade e nas manobras. Percebemos que o nível técnico dos brasileiros vêm crescendo, nós evoluímos muito. Ainda não estamos no top 10, mas é notório que fomos melhores que no últi-mo ano”, conclui Samuca.

Ainda disputaram a Copa Brasil pelo Velei-

Duplas do VDS permanecem na EBVO de 2015

As vagas nas classes 470 e Nacra 17 para a Equipe Brasileira de Vela Olímpica foram confirmadas na Copa Brasil no Rio

Geison e Gustavo também foram bicampeões brasileiros de 470 no evento que validou como título nacional da classe

ros do Sul, a dupla Marcos Pinto Ribeiro e Valé-ria Fabiano na Nacra 17 (Água de Arcanjo) que encerrou a competição em 20º lugar. “Fizemos algumas boas regatas, mas concluímos que no nosso caso, que somos amadores e treinamos sozinhos, é bem duro competir contra os profis-sionais. Lutamos até o final e foi uma experiência muito legal competir ao lado dos melhores do mundo”, avaliou Marcos. E na Laser Masculino, Antônio Cavalcanti Rosa fez o 23º lugar.

No fim do evento, a CBVela anunciou os primeiros nomes dos velejadores brasileiros com vaga garantida para as Olimpíadas do Rio 2016: Jorginho Zarif (Finn), Ricardo ‘Bimba’ Winicki e Patricia Freitas (RS:X) e as melhores velejadoras de 2014 eleitas pela ISAF Martine Grael e Kahe-na Kunze (49er FX).

Marcos e Valéria tiveram dificuldades na raia olímpica

Na avaliação de Samuca e Geórgia a flotilha está evoluindo tecnicamente

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OLIMPÍADA

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Equipe Don’t let Me Down é vice-campeã Mundial

SOLING

Cícero Flávio e André eram os lideres até o último dia do campeonato

Os canadenses Peter Hall, Johan Offer-mans e William Hall ficaram com o tí-tulo do Campeonato Mundial da classe

Soling que encerrou neste sábado em Punta Del Este. Na vice-colocação ficaram os brasileiros Cí-cero Hartmann, Flávio Quevedo e André Renard e em terceiro os argentinos Martin Busch, Edu-ardo Zimmermann e Máximo Feldtmann.

A tripulação do Canadá venceu o campe-onato com apenas um ponto de diferença (31 pontos) para o time do barco Don’t Let Me Down (32). A última regata foi muito emocionante. Pe-ter vinha mais atrás e perderia o campeonato para o seu adversário direto, mas a 400 metros da linha de chegada ele conseguiu ultrapassar dois barcos e garantiu o título ao ficar em oita-vo lugar, roubando a chance de vitória de Cíce-ro Hartmann, que cruzou a linha em 12º lugar. Os vencedores da regata foram os alemães Ro-man Koch, Martin Zeileis e Gregor Bornemann. Peter, um veterano timoneiro da Soling conquis-tou o seu tricampeonato mundial: 2011, 2012 e 2014. Já o trio do Veleiros do Sul, que perdeu a liderança da competição no penúltimo dia, re-petiu o mesmo resultado do Mundial de 2007 em Buenos Aires quando ficou em segundo lugar. O Mundial teve nove regatas realizadas no Yacht Club de Punta Del Este. A flotilha gaúcha viajou ao Uruguai com o apoio da FUNDERGS.

A CLASSIFICAÇÃO DAS EqUIPES BRASILEIRAS

4º - George Nehm, Frederico Sidou e Lúcio Pinto Ribeiro (VDS) 376º - Nelson Ilha, Carlo de Leo e Gustavo Ilha (VDS) 51

8º - André Warlich, Eduardo Rocha e Rafael Paglioli (CDJ) 6810º - Kadu Bergenthal, Eduardo Cavalli e Renan Oliveira (VDS) 7112º - Guilherme Roth, Roger Lamb, Carlos Alberto Trein (VDS) 82

18º - Henrique Ilha, Alexandre Mueller e Fernando Ilha (RGYC) 13222º - José Horácio Ortega, Philipp Grotchmann, Matheus Lamb (VDS) 169

25º - Marcelo Chade, Manfredo Floricke e Pedro Ilha (VDS) 181

VEnCEDORES POR CATEGORIACampeões Classic: Guilherme Roth, Roger Lamb, Carlos Alberto Trein (BRA)

Troféu Tony Clare, de melhor tripulante feminina: Michael Dietzel, Hannes Ramsmoeser e Anna Dietzel (GER)

Grand Master: Gernot Heller, Gerhard Auerswald e Leonardo Selva (GER)

A flotilha gaúcha em Punta

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foi uma conquista inédita para o Veleiros do Sul. Pela primeira vez a Flotilha Minu-ano alcançou o Top 5 com Tiago Queve-

do no Campeonato Mundial de Optimist reali-zado em outubro em San Isidro, na Argentina. O jovem velejador empilhou títulos em 2014 e ficou em quinto lugar na competição que reuniu 207 velejadores de 50 países. O clube, que já comemorava a classificação de dois dos seus ve-

tiago Quevedo entre os top 5 do Mundo

lejadores entre cinco vagas brasileiras, também foi representado por Gabriel Lopes, campeão sul-americano de 2013, foi o oitavo na flotilha prata.

“Tinha confiança que conseguiria chegar ao final da competição entre os cinco melhores do mundo”, disse Tiago, de 14 anos, campeão bra-sileiro da classe Optimist em 2014. Para Gabriel, que participou do Mundial pela segunda vez, o campeonato foi difícil. “Penso que poderia ter ido melhor, mas a gente aprende muito. A opor-tunidade de disputar um evento assim é muito legal”, disse.

Tiago também avaliou a participação posi-tivamente. “Foi uma grande experiência. Não é nada fácil você chegar num campeonato desse nível e executar o que aprendeu. Eu acho que consegui acertar boa parte, mesmo com o nível muito alto dos adversários. Você acerta tudo, faz um bom contravento e acaba montando em 15º. Acha que tá dando o teu máximo, mas ainda não é suficiente. Ainda que o saldo tenha sido satisfatório”, disse Tiago. O campeão brasileiro pensa em melhores resultados. “Ganhei experi-ência para um próximo Mundial e vou tentar ser melhor que fui nesse ano. Vou continuar treinan-do para ir cada vez melhor”, finalizou.

Tiago confirmou sua confiança num bom desempenho

Mundial serviu como “aprendizado”, afirmou Gabriel

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Hobie Cat 16: 17º Ricardo Lis/Victor Moura Dubeaux (1º Open – Estreantes Jr.), 23º Gus-tavo Lis/Cláudia Welter, 26º André Huyer/Mi-chelle Pandolfo Oliveira, 28º Guilherme Borges/Jussara Ifarraguirre. Hobie Cat 14: 6º Márcio Tozzi. A assembleia da classe decidiu que próxi-mo Campeonato Brasileiro da Classe Hobie Cat ocorrerá entre os dias 31 de outubro e 07 de novembro de 2015, em Porto Belo (SC).

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Em novembro a classe Hobie Cat reali-zou os campeonatos Brasileiro e Sul-americano no Cabanha Iate Clube de

Pernambuco na sua sede em Maria Farinha. O Veleiros do Sul competiu nos dois eventos e se destacou na vela jovem do Hobie Cat 16 no Sul-americano ao conquistar os títulos feminino, com Michelle Oliveira e Marília Bassôa, e na categoria Júnior, Ricardo Lis e Victor Dubeux.

A competição valia vaga nos Jogos Pan-Ame-ricanos 2015 e a dupla paraibana André Mon-tenegro Henriques e Isabelle Crispim confirmou o Brasil ao terminar na vice-colocação. Os três últimos países classificados para o Pan de 2015 foram México, Brasil e Venezuela. Canadá, Por-to Rico, Guatemala e Estados Unidos já haviam garantido vaga nos Jogos Pan-Americano na clas-se Hobie Cat 16.

O Campeonato Brasileiro ocorreu antes do Sul-americano. O Veleiros do Sul contou com quatro tripulações na Hobie Cat 16 e um veleja-dor na HC 14. A competição teve a disputa de oito regatas das nove inicialmente programadas. Os vencedores foram: Bernardo Arndt/Diogo Zabeu (SP) na HC 16 e Diogo Monteiro (PB) na HC 14. Os resultados dos nossos velejadores:

títulos para o VDS na Hobie Cat 16

Michelle e Marília tornaram-se campeãs sul-americanas de HC16

A dupla jovem garantiu a vitória na categoria Junior

COMPETIÇÕES

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Os laseristas do Veleiros do Sul disputaram em outubro o Campeonato Centro-Sul Americano de Laser Radial de 2014 em Paracas no Peru. Antônio Cavalcanti Rosa encerrou a competição em quarto lugar enquanto Alan Willy foi 19º e Rodolfo Strei-bel foi o 33º. O campeão foi o peruano Stefano Peschiera.

Totó fez um bom campeonato, chegando a vencer duas regatas das doze disputadas. Ele ainda conquistou o título de campeão na categoria Sub 19. A flotilha alcançou o seu objetivo de conquis-tar um lugar no top 10 da competição. Ainda entre os brasileiros, Fernanda Decnop foi a 5ª colocada geral. O Veleiros do Sul será a sede do Centro Sul-americano em outubro de 2015.

Uma estreia sensacional em uma das regatas longas mais impor-tantes e tradicionais do Brasil,

esse foi o batismo do Camiranga, Soto 65 do Veleiros do Sul, fita azul com o tempo 24h14min32s (quase uma hora a frente do segundo colocado) e campeão da ORC na Regata Recife – Fernando de Noronha, realizada em setembro.

Comandante Samuel Albrecht con-tou na sua tripulação com velejadores experientes: Alejandro Comas, Alexan-dre da Rosa, Alexandre Rimoli, Augusto Streppel, Diego Garay, Eduardo Plass, Eduardo Ribas, Fabrício Streppel, Gei-son Mendes, Gustavo Thiesen, Matias Bevacqua, Ney Amaral, Pedro Cruz, Renato Plass e Ricardo Englert.

“A regata foi espetacular, como tra-dicionalmente é, num bordo só e com vento entre orça folgada e traves. Nes-te ano tivemos mais condições de orça folgada, o que fez com que a regata fos-se um pouco mais dura que nas demais edições. O Camiranga, devido a sua

Totó ficou em quarto lugar no campeonato

Tripulação do Camiranga na Regata Recife – Fernando de Noronha

Camiranga foi o mais veloz da Refeno 2014

grande estabilidade, conseguiu ter boa vantagem sobre seus concorrentes. Nos-sa média de velocidade ficou na casa dos 13 nós, chegando a alguns picos de

22 nós. Acho que ainda podemos tirar muito do barco, talvez tenhamos tirado uns 85% do que ele permite”, comen-tou Samuca.

flotilha competiu no Sul-americano de laser no Peru

COMPETIÇÕES

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Foto: Jossie Mori

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A Regata Porto Alegre – Pelotas, a de maior percurso da vela gaúcha de oceano na distân-

cia de 120 milhas foi realizada de 7 a 9 de novembro. A largada ocorreu na sexta-feira às 16h35min na baia do Cristal em frente ao Veleiros do Sul. O veleiro Congere,do comandante Sérgio Neumann (VDS) foi o fita azul ao cru-zar a linha de chegada na entrada do Canal da Feitoria na Lagoa dos Patos às 14h43min46s no sábado com o tempo de regata de 22h08min46s e venceu na classe Força Livre Cruzeiro.

O veleiro Maná, de Márcio Lima (CDJ), foi segundo a chegar, às17h38-min07s e ficou com o título da clas-se RGS ao obter o tempo corrigido de 25h29min07s. Seis dos 10 veleiros que largaram de Porto Alegre conseguiram completar a regata. O último barco a cruzar a linha foi o Five Stars, Luiz Fer-nando da Silveira (ICG), à 1h24min16s da madrugada de domingo. A regata teve momentos de calmaria na Lagoa dos Patos, o que levou a desistência

Congere foi fita azul na Regata Porto Alegre-PelotasManá ficou com o título da classe RGS

dos barcos que navegavam mais atrás na flotilha. Os competidores foram recebidos com uma animada roda de samba e depois a festa de encer-ramento e premiação no Veleiros Sal-danha Gama, em Pelotas. A Regata Porto Alegre - Pelotas foi uma realiza-ção do Veleiros do Sul e Saldanha da Gama, com patrocínio da DeltaYates e Equinautic e apoio da Marinha do Brasil, Rio Grande Yacht Club, Clube dos Jangadeiros e Iate Clube Guaíba. Resultados: Classe RGS: 1º Maná, Már-cio Lima - 25h29min07s; 2º Gaivota,

Márcio Coutinho (ICG), 28h51min34s e 3º Pedevento, Ricardo Ramos (ICP) DNF. Força Livre Cruzeiro: Conge-re, Sérgio Neumann (VDS) F. Livre - 22h08min46s; 2º Tranquilo II, Edison Thomé (VDS) Delta 45 - 29h03min22s; Desafio 32, Reinaldo Roesch (CDJ) Delta 32 - 31h41min38s; Five Stars, Luis Fernando da Silveira (ICG) Cruz 30 - 32h49min16; Fúria, Adroaldo Costa Neto (VDS) Cruz 48 - DNF; Re-galo Mariana Teixeira (VDS) Cruz 30 - DNF; Improviso, José Antônio Lemos (CDJ) Cruz 40 – DNF.

Largada da regata no VDS

A dupla Geison Mendes e Gustavo Thiesen (Banrisul/Corsan) venceu o Campeonato Estadu-al da classe 470 disputado no Veleiros do Sul de 25 a 27 de novembro. Em segundo lugar ficaram Fernanda Oliveira e Ana Barbachan. O Estadual teve seis regatas realizadas na raia do Cristal no Guaíba.

“Tivemos poucos barcos, mas todas as tripu-lações muito competitivas. O Estadual serviu para reativar a classe 470 e também para mantermos nossa preparação na campanha olímpica já que fazemos parte da Equipe Brasileira de Vela Olím-pica”, disse Geison Mendes.

Geison e Gustavo conquistaram título gaúcho da 470

Os campeões também integram a Equipe Brasileira Olímpica de 2015

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Largada da Funrace que contou com 23 competidores Supistas da Race montando uma das boias do percurso na enseada do Cristal

O Veleiros do Sul sediou a primeira edição do Campe-onato Gaúcho de Stand Up Paddle (SUP) no dia 11 de outubro. A competição contou com a participa-

ção de 30 atletas nas modalidades Race e Funrace. Embora o céu tenha permanecido nublado, a chuva não apareceu, garantindo aos competidores boa visibilidade e mobilidade com o vento fraco e a corrente calma fluindo na raia do Cristal. A largada das duas modalidades ocorreu na frente do farol do VDS com um intervalo de cinco minutos.

Participaram da modalidade Race sete atletas que re-maram em um percurso de quase 9 quilômetros com três

voltas entre a boia de largada e a boia do antigo Estaleiro Só. Na categoria Feminino e Feminino 12.6 Lessara Barbosa de Aguiar (Walea Canoa) foi a campeã. No masculino 12.6, André Torelly (Iate Clube Guaíba) foi o vencedor. Na classi-ficação Geral venceu Eduardo Braz Carrard (CDJ), com Leo-nardo Rancich (GetSup/Walea Canoa) em segundo e André Torelly em terceiro lugar.

Após, houve a largada agitada da modalidade Funrace com 23 empolgados remadores disputando o melhor lugar entre as boias. O percurso foi de quase três quilômetros com apenas uma montada de boia. O Estreante mais rápido

SUP teve seu primeiro Campeonato Gaúcho

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O VDS também formou sua equipe para o Estadual de SUP Os premiados na classificação geral e categorias

foi Nicola de Araújo Fiedler e o Master foi vencedor Rafael Coelho Machado. Na Gran Master o Veleiros do Sul levou uma medalha com Ricardo Titoff Salvador. No feminino Ariane Lautert (Kitesul/GetSup) foi a vencedora com Maju Erst (Kitesul/GetSup) em segundo e Cláudia Ribeiro Freitas (SAVA) em terceiro. Na categoria Geral, Matheus Rodrigues Albernaz (Kitesul/GetSup) foi o campeão com Cristiano de Oliveira Roeche (Kitesul/GetSup) em segundo e Jerônimo Roveda em terceiro.

O Veleiros do Sul tem apoiado sistematicamente a prá-tica do SUP e a realização do evento foi uma iniciativa do

associado pioneiro na prática do esporte no VDS, nosso Di-retor desta modalidade Geraldo Gomes da Silveira. “É um evento marcante na história do SUP no RS, uma vez que é o primeiro campeonato gaúcho após a constituição ofi-cial da Federação Gaúcha de Stand Up Paddle, realizado-ra do evento. Para nós do VDS representa uma experiência interessante, integrando o SUP, o esporte náutico que mais cresce no mundo, à estrutura de um grande clube náutico”, ressaltou. O primeiro Campeonato Gaúcho de Stand Up Pa-ddle contou com apoio de GET SUP, Art in Surf, AB Esportes de Praia e Luís Reis.

COMPETIÇÕES

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Largada da Funrace que contou com 23 competidores Supistas da Race montando uma das boias do percurso na enseada do Cristal

O Veleiros do Sul sediou a primeira edição do Campe-onato Gaúcho de Stand Up Paddle (SUP) no dia 11 de outubro. A competição contou com a participa-

ção de 30 atletas nas modalidades Race e Funrace. Embora o céu tenha permanecido nublado, a chuva não apareceu, garantindo aos competidores boa visibilidade e mobilidade com o vento fraco e a corrente calma fluindo na raia do Cristal. A largada das duas modalidades ocorreu na frente do farol do VDS com um intervalo de cinco minutos.

Participaram da modalidade Race sete atletas que re-maram em um percurso de quase 9 quilômetros com três

voltas entre a boia de largada e a boia do antigo Estaleiro Só. Na categoria Feminino e Feminino 12.6 Lessara Barbosa de Aguiar (Walea Canoa) foi a campeã. No masculino 12.6, André Torelly (Iate Clube Guaíba) foi o vencedor. Na classi-ficação Geral venceu Eduardo Braz Carrard (CDJ), com Leo-nardo Rancich (GetSup/Walea Canoa) em segundo e André Torelly em terceiro lugar.

Após, houve a largada agitada da modalidade Funrace com 23 empolgados remadores disputando o melhor lugar entre as boias. O percurso foi de quase três quilômetros com apenas uma montada de boia. O Estreante mais rápido

SUP teve seu primeiro Campeonato Gaúcho

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O VDS também formou sua equipe para o Estadual de SUP Os premiados na classificação geral e categorias

foi Nicola de Araújo Fiedler e o Master foi vencedor Rafael Coelho Machado. Na Gran Master o Veleiros do Sul levou uma medalha com Ricardo Titoff Salvador. No feminino Ariane Lautert (Kitesul/GetSup) foi a vencedora com Maju Erst (Kitesul/GetSup) em segundo e Cláudia Ribeiro Freitas (SAVA) em terceiro. Na categoria Geral, Matheus Rodrigues Albernaz (Kitesul/GetSup) foi o campeão com Cristiano de Oliveira Roeche (Kitesul/GetSup) em segundo e Jerônimo Roveda em terceiro.

O Veleiros do Sul tem apoiado sistematicamente a prá-tica do SUP e a realização do evento foi uma iniciativa do

associado pioneiro na prática do esporte no VDS, nosso Di-retor desta modalidade Geraldo Gomes da Silveira. “É um evento marcante na história do SUP no RS, uma vez que é o primeiro campeonato gaúcho após a constituição ofi-cial da Federação Gaúcha de Stand Up Paddle, realizado-ra do evento. Para nós do VDS representa uma experiência interessante, integrando o SUP, o esporte náutico que mais cresce no mundo, à estrutura de um grande clube náutico”, ressaltou. O primeiro Campeonato Gaúcho de Stand Up Pa-ddle contou com apoio de GET SUP, Art in Surf, AB Esportes de Praia e Luís Reis.

COMPETIÇÕES

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Durante o Sul-americano de 420 o Veleiros do Sul recebeu a visita ilustre do presidente mundial da classe Nino Shmueli que também é o Principal Race

Officer da Vela na Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016. Ele aproveitou sua vinda à segunda edição da Copa Brasil de Vela para acompanhar o campeonato e foi recebido pelo comodoro Eduardo Ribas e pela esposa Carla Splettstosser.

fale-nos sobre a importância da classe 420 É a mais importante classe da base da vela de alto ren-

dimento. As pessoas têm uma ideia errada, acham que ela é apenas a preparação para a 470. Mas não é verdade. Re-pare nos nomes dos velejadores do Nacra 17 em campanha olímpica. No Brasil, a Martine Grael e a Kahena Kunze, por exemplo. Elas foram campeãs mundiais de 420 e agora são campeãs mundiais na 49erFX. A 420 dá conhecimento geral, torna o velejador olímpico safo com suas técnicas e táticas. Investigue a formação dos grandes velejdores que estão na America’s Cup, Volvo Ocean Race, Extreme Sailing Series e você vai encontrar a 420.

Como está o desenvolvimento da classe em âmbito mundial?

Os países que investem na vela decidiram que a 420 será a principal classe entre juniores e olímpicas. Se você for à Austrália, Nova Zelândia, França, Alemanha, verá que a 420 tem uma flotilha numerosa. Os velejadores ingressam nela e por dois anos aprendem efetivamente a velejar. Na Optimist você tem o básico e além de o barco ser pequeno, você veleja sozinho. Já na 420 aprende-se como trimar com vento forte e fraco, velejar com genoa e vela balão, como montar e des-montar o spinnaker. Há países em que se vê o velejador indo direto do Optimist para uma classe olímpica, sem um estágio intermediário. Um erro, porque você não constrói uma pirâ-mide evolutiva. Se o desejo é formar velejadores olímpicos no seu país, você tem que fazer essa pirâmide. Começa no Optimist, depois vai para o 420 e aí sim pode seguir para as classes Olímpicas. Cerca de 50 países têm barcos de 420 e a classe vêm crescendo no mundo todo. Procuramos não fazer mudanças nela, achamos que a classe está muito bem. Além do mais, sairia caro para os velejadores, queremos manter os custos no mesmo nível.

E como o senhor vê a 420 no Brasil?Estamos trabalhando pelo desenvolvimento da 420 em

dois continentes: Ásia e América do Sul. Os velejadores sul-americanos são muito talentosos. Vemos que o principal pro-blema aqui é não termos quem construa os barcos. Estamos tentando conseguir alguém que faça barcos para a classe no Brasil. Os clubes de vela precisam deles, se tivermos os bar-

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CINCO PERGUNTAS

De olho no futuro da vela

Nino Shmueli é a autoridade máxima da classe 420

cos, as coisas vão andar, a classe vai crescer. Hoje os barcos são poucos e há restrição para trazê-los,

há dificuldades na importação, na liberação. Eu sinto que as coisas vão mudar com as Olimpíadas, as autoridades vão mudar as regras. Conversei com membros da CBVela e eles dizem que esse não é só um problema da 420, mas sim de todas as classes olímpicas no país. Se não construirmos no Brasil, teremos problemas.

O que o Brasil precisa seguir se destacando na vela?

Vejo grandes chances de medalhas para o Brasil. Mas em minha opinião, o Brasil precisa estruturar e fortalecer a base, sempre. Isso é o básico. A Olimpíada ocorre a cada quatro anos, mas vela não é só para a Olimpíada. Vela é modo de vida, é cultura.

O senhor afirmaria então que além do esporte, a vela ajuda a educar?

No meu país (Israel) costuma-se dizer que se você nun-ca velejou, não é um cidadão completo. Porque quando se veleja, você aprende a observar com paciência, a ponderar, aprende a ter mais responsabilidade.

Uma criança que cresce no ambiente da vela será um ci-dadão melhor, sem dúvida. Veja as crianças aqui neste cam-peonato, velejar não é só um dia e acabou ao contrário de outros esportes. Um evento de vela dura uma semana, nesse período eles trabalham muito, mas também fazem muitos amigos de diferentes países e culturas. A vela amplia os ho-rizontes.

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SOCIAL

A cerimônia de aposição floral reuniu no Clube associados, Comodoria e Marinha do Brasil no

dia 12 de dezembro e abriu oficialmente as festi-vidades dos 80 anos de fundação do Veleiros do Sul. A aposição de uma coroa de flores no busto do Almirante Tamandaré foi realizada pelo comodoro Cícero Hartmann, acompanhado do comandan-te da Delegacia da Capitania dos Portos em Porto Alegre, Carlos Henrique Zampieri e do comodoro eleito Eduardo Ribas.

Em seguida, conforme a tradição marinheira foi realizada no mastro naval o cerimonial do arriar a bandeira. Foram feitas as sete vivas de apito e continências pelo grupo de oficias e praças da Ca-pitania dos Portos. Participaram do arriamento de bandeiras o comodoro Cícero Hartmann, o coman-dante Zampieri, o presidente do Conselho Newton Aerts, e o comodoro eleito Eduardo Ribas.

O comodoro Cícero Hartmann foi agraciado com a meda-lha “Amigo da Marinha” na sede do Comando do 5º Distrito Naval em Rio Grande. A cerimônia realizada no dia 5 de de-zembro foi presidida pelo comandante do 5º Distrito Naval, vice-almirante Leonardo Puntel, também presentes o Delega-do da Capitania dos Portos em Porto Alegre, Capitão de Fragata Carlos Henrique Zampieri e o presidente da SOAMAR Porto Alegre, Geraldo Sperb.

Homenagem no Dia do Marinheiro

Zampieri, Cícero e Sperb

Cícero é “Amigo da Marinha”

Num clima descontraído de clube náutico, a Oktoberfest do Veleiros do Sul foi alegre e manteve a tradição da festa ger-

mânica, que começou a ser realizada nos primeiros anos após sua fundação. O salão social e um toldo na área externa foram decora-dos com guirlandas e motivos com as cores nacionais alemãs.

Os associados e convidados aproveitaram o bonito fim de tar-de de clima primaveril no pátio em frente à marina para curtirem a festa, que iniciou às 17 horas. A animação ficou por conta da bandinha tradicional Goela Seca e do Grupo de Danças Folclóricas Alemãs, ambos da cidade de Feliz. A gastronomia germânica tam-bém foi mais uma atração da noite com pratos típicos e petiscos saborosos.

tradição germânica na Oktoberfest

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Uma amizade cinquentenáriaA vida de Roque Moraes não pode ser contada sem o referencial do Veleiros do Sul. E isso vale para os dois.

A construção de uma flotilha de Optimist para o Clube no início da década de 80

Montando as cavernas de um Pinguim

Roque veio para o Veleiros do Sul em 1964

Afinal nos últimos 50 anos tem sido um convívio diário com o Clube, exercendo seu trabalho

de mestre marceneiro, seja como autô-nomo ou funcionário. Natural de Ca-choeira do Sul, Roque veio aos 20 anos para Porto Alegre em busca de trabalho e acabou conhecendo o VDS. “Cheguei aqui em 13 de novembro de 1964, na Comodoria do Mário Hofmeister”, lem-bra Roque, como prestador de serviço.

Sua experiência na carpintaria co-meça aos 8 anos na oficina do pai que construía carretas e carroças. Em 1967 já funcionário, tem contato com a carpin-taria naval, reparos em barcos de ocea-no e também na construção de lanchas. “Meus mentores foram Marinho Vieira e Plínio Froener, homens que se distin-guiam na construção de embarcações e com eles aprendi muita coisa”.

Nessa atividade, Roque se notabili-zou pela construção de barcos da classe Optimist em madeira, considerados nos anos 70 e 80 como os melhores do país. Embora também seja lembrado pelos seus ótimos barcos das classes Pinguim e Snipe. Roque gosta de dizer que sem-pre levou a construção naval como uma arte e por isso se dedicou a ela. Por suas mãos foram feitos cerca de 560 barcos no total para várias flotilhas no Brasil.

- Uma vez só para São Paulo fiz 45, a maioria para o Yacht Club Paulista. O Clube Cota Mil, de Brasília, o Naval do RJ, também fizeram grandes enco-

mendas. Assim como Minas Gerais, Per-nambuco, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Recebia cartas de vários lugares com encomen-das. Também foram para fora do Brasil: Argentina e Portugal.

Roque foi o pioneiro no país na construção de Optimist em madeira. E o diferencial do seu trabalho era a pesquisa das plantas para melhorar o rendimento dos barcos: “Naquela época se conse-guia fazer um optimist mais personaliza-do conforme o biótipo do timoneiro.”

Tudo começou em 1973 numa competição em Buenos Aires quando ele acompanhou a flotilha de Pingüim, do Veleiros do Sul.

- Lá conheci o Optimist e a capitã de flotilha, Rita Richter perguntou se eu po-deria construí-los. Em seguida ela conse-guiu um projeto e passei a fabricá-los em Porto Alegre. Eram feitos com estrutura de cedro e louro freijó e o casco de com-pensado naval. Logo a coisa se espalhou. Nesse tempo começaram a surgir outros construtores, o Luís de Oliveira (SP) e depois o Alberto Lineburger (SC). Meu relacionamento com os barcos sempre foi bem mais que apenas construí-los, eu buscava acompanhar o desempenho deles na água. Queria meu ‘cavalo’ an-dando na frente, diz Roque.

O carpinteiro ficou orgulhoso quan-do no Brasileiro de Optimist de 1981 nove entre os 10 primeiros colocados eram seus barcos. A partir da metade

dos anos 80 Roque conta que começou a diminuir as encomendas com a chega-da dos barcos de fibra. “O de madeira era tão competitivo quanto o de fibra, mas era a modernidade do material que contava. Atualmente é raro se construir um veleiro de madeira, somente reparos nos que ainda existem”.

A trajetória profissional no Clube foi importante na sua vida, mas Roque faz questão de ressaltar outro aspecto que também lhe proporcionou um grande ganho. “Cheguei aqui ainda jovem, sem vivência. O contato com os sócios foi fundamental para meu crescimento pessoal”. Conta que aprendeu bastan-te nas conversas e orientações com as famílias dentro do Clube. “Desde que estou aqui algumas já estão na terceira geração. Vejo que isso se perdeu, quase não há mais esse contato, ficaram dis-tanciadas, porém entendo que essas mudanças fazem parte das transforma-ções da nossa sociedade.”

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