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Edição 136 de O Minuano, revista do Veleiros do Sul de Porto Alegre, RS, Brasil, publicada em maio de 2015.

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ANUNCIO O MINUANO versao final

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EXPEDIENTEPALAVRA DO COMODORO

ComodoroEduardo Ribas

Vice-Comodoro EsportivoDiego Quevedo

Vice-Comodoro AdministrativoRenato Poy da Costa

Vice-Comodoro PatrimônioAndré Huyer

Vice-Comodoro SocialChristian Willy

Prefeito da Ilha Chico ManoelLuiz A. Morandi

OuvidoriaEduardo Scheidegger Jr.Escola de Vela MinuanoDiretor: Christian WillyConselho Deliberativo

PresidenteNewton Aerts

Vice-PresidenteLuiz A. MorandiConselho Fiscal

Titulares: Frederico Roth, Cícero Hartmann e Flávio Neumann

Suplentes: Luiz G. Tarrago de Oliveira, Ricardo Englert e Paulo A. Hennig

O Minuano é uma publicação do clube Veleiros do Sul.Fones: 55 (51) 3265-1717 3265-1733 / 3265-1592

Endereço: Av.Guaíba, 2941 Vila Assunção Porto Alegre – Brasil

CEP: 91.900-420E-mail: [email protected]

Site: www.vds.com.br

Editor:Ricardo Pedebos - MTB 5770/RS

Textos e Fotos:Ricardo Pedebos e Ane Meira Mancio

Foto Capa: Fred HoffmannProjeto Gráfico e Diagramação:

Renato NunesFotolitos e Impressão:

Gráfica CalábriaTiragem: 1.300 exemplares

Distribuição: Sócios do VDS, diretorias dos clubes náuticos e marinas do Brasil. Clubes da

Argentina, Chile e Uruguai.

Prezados Associados

Passados quatro meses desde que assumimos a Comodoria dirijo-me aos nossos associados pela primeira vez neste espaço editorial do O Minua-no. Nesse período procuramos dinamizar a gestão para implementar nossos projetos. Algumas pro-postas estão sendo concretizadas e já conhecidas pelos sócios. Iniciamos com a revitalização na nossa sede, a criação do espaço de convivência, nova mobília para a varanda, recuperação do assoalho do salão social e ampliação do Trapiche 3, além de obras contínuas de manutenção.

Dando sequência, a Escola de Vela aumentou o número de alunos e suas ativi-dades têm integrado as crianças e suas famílias no ambiente do Clube. As flotilhas estão fortalecidas e os projetos esportivos se encontram em pleno andamento. No final de abril recebemos a visita do ministro do Esporte George Hilton e os dirigentes da Confederação Brasileira de Clubes para a cerimônia de assinatura da Ordem de Início do Convênio CBC-Clubes, no qual o Veleiros do Sul é um dos conveniados. O clube recebeu um repasse de R$ 1.202.010,95 da CBC proveniente da Lei Pelé para o seu Projeto de Formação Olímpica I.

O compromisso de toda Comodoria é trabalhar para manter o Clube como um local de lazer prazeroso, amistoso e seguro. Um espaço onde todos possam principal-mente desfrutar daquilo que amamos, que é a náutica. Acredito que a grande con-tribuição para o bem-estar da vida social do Clube é compreendermos o sentimento dos seus associados. Por isso mantemos um diálogo franco e aberto com todos e constantemente estamos investindo no que é necessário para nossa estrutura. E tudo acompanhado de uma boa gestão, dinâmica equilibrada, como deve ser.

Adotamos o gerenciamento inédito de trabalhar com orçamento anual, com re-visões trimestrais para termos o controle financeiro exato da nossa gestão e podermos desenvolver projetos consistentes no Clube. Também ressalto que mantivemos as me-didas administrativas aplicadas pelas comodorias passadas visando a continuidade do gerenciamento. E todo esse trabalho também tem sido compartilhado com o nosso Conselho Deliberativo.

Nesta edição de O Minuano trazemos uma conquista inédita para a história do VDS, que é o bicampeonato Brasileiro de Optimist pelo nosso velejador Tiago Queve-do, destacando também o Sul-Brasileiro de Classe Hobie Cat que definiu a dupla na HC 16 para a equipe brasileira de vela que irá aos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015. E ainda as participações nas competições internacionais das nossas flotilhas e de nossas duplas em busca da vaga Olímpica para Rio 2016. Para completar, boas matérias de leitura sobre navegadas e mergulho histórico.

Ao finalizar gostaria de convidar todos os associados e familiares para participarem das atividades sociais do Clube.

Bons ventos,Eduardo Ribas

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Retratos de uma históriaNesta edição trazemos a parte final da galeria de fotos que retrata um pouco da história do Veleiros do Sul, período que vai do início dos anos 60, quando o Clube iniciou nova etapa na Vila Assunção até dezembro de 2014, ano que completou 80 anos de fundação.

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1) Sede do Clube no início dos anos 60; 2) Vista aérea do Clube e do morro da Vila Assunção e o antigo desmanche de navios; 3) Sharpie velejando dentro da marina em 1964; 4) Movimentação da sede em 1964; 5) O molhe do Clube já com a colocação do seu tradicional farol. O barco Orion II entrando na marina para o seu batizado no dia 14 de abril de 1965; 6) Barcos montando uma boia em frente ao Clube no II Troféu Seival em 1971; 7) Vista aérea da sede com a piscina em 1971; 8) Campeonato da classe Pinguim em 1971; 9) Trapiche da Ilha Chico Manoel no começo dos anos 70. O Clube recebeu a concessão em 1966 na comodoria de Mário Bento Hofmeister; 10) Lançamento da flotilha de Optimist no Veleiros do Sul em 1972. (Esq.) Ralph, Werner e Carlos Henrique Hennig, Ernesto Neugebauer, Bruno e Rita Richter, Roberto Gomes, Jorge Bertschinger, Werner Neugebauer, e Cláudia e Walquíria Flöricke; 11) Batismo da flotilha de Laser do Clube, em abril de 1975;

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12) Grand Prix Internacional de Motonáutica realizado pelo Clube em 1973; 13) Movimentação na marina durante a Semana de Vela Internacional que ocorreu em novembro de 1974 em comemoração aos 40 anos do Veleiros do Sul. Classes: 470, Snipe, Optimist e Oceano; 14) Em plena atividade, a Escola de Vela Minuano sob a direção do comandante Carvalho Armando formou sua primeira turma de Optimist no dia 25 de julho de 1975; 15) Construção do Hangar Gigante, inaugurado em 13 de maio de 1972; 16) Leo-poldo Geyer com Suzana Geyer e amigas no Cairu 1 atracado no Clube. Década de 70; 17) I Regata Puerto Buceo (Montevidéu) – Rio Grande. Largada em 2 de fevereiro de 1975. Vencedor na IOR: Macanudo, de Ery Bernardes (VDS); 18) Orion III, de Egon Barth, sendo embarcado no navio Lloyd Liverpool em Porto Alegre em 1977 para representar o VDS na Admiral’s Cup na Inglaterra, uma das principais competições da vela de oceano mundial na época;

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19) A urbanização do lado oeste do Clube em 1989; 20) Primeira competição de Match Race disputada no estado em julho de 1986, promovida pelo VDS; 21) Largada do Troféu Seival no Circuito Conesul de 1993; 22) O V Conesul de Vela também valeu como Brasileiro da classe Oceano em 1996; 23) A dupla Boris Ostergren e Ernesto Neugebauer conquista para o Veleiros do Sul o título Mundial da classe Snipe de 1977 em Copenhagen; 24) Homenagem a Leopoldo Geyer (esq.) pelos seus 91 anos de idade no extinto Bar Liliput, local onde nasceu a vela gaúcha. No encontro, em 1979, Geyer recebeu o título de “Patrono da Vela”. Presentes: Rose Linck, Terezinha Rosa, Cecília Hecktheuer, Geraldo Linck, Augusto Hecktheuer, Mário Hofmeister e Adroaldo Rosa; 25) Vista da marina do Clube em 1979; 26) Em 1980 o VDS criou sua flotilha da classe Star. No dia 7 de dezembro teve o batismo da flotilha com a presença do secretário da Star na América do Sul, Peter Siemsen. Em 1982 realizou o Campeonato Sul-americano da classe Star;

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27) Regata do Campeonato Sul-americano da classe 470 realizado no Clube em 1996 com a participação de velejadores de quatro continentes; 28/29) Campeonato Brasileiro da classe Optimist em 2004; 30/31) Campeonato Mundial da classe Soling em 2004. Primeira competição mundial realizada no Veleiros do Sul; 32) Batismo da flotilha de Optimist da Equipe de Vela feito pelo Netuno László Böhm em 23 de agosto de 2003; 33) Tripulações do VDS no Mundial de 2007 com os prêmios de campeão e vice-campeão conquistado por Cícero Hartmann, Flávio Quevedo e André Renard; 34) Equipe formada por George Nehm, Marcos Pinto Ribeiro e Lúcio Pinto Ribeiro, campeã Mundial de Soling em 2007 em Buenos Aires; 35) Porto Alegre Match Race Cup em 2007. O norte-americano Dave Perry derrotou Cícero Hartmann na final e conquistou o título da 4ª etapa do South American Match-Race Tour; 36) Regata de Aniversário dos 70 anos do Clube; 37) Campeonato Sul-americano de Snipe em 2004. O ano teve 15 competições comemorativas dos 70 anos;

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38) Grand Final Nations Cup ISAF 2009; 39) Brasil fez a final masculina com a França; 40) As festas da Copa do Mundo foram em-polgantes, como a cerimônia de encerramento; 41) Campeonato Mundial de Soling no VDS em 2010; 42) Largada da nona regata no dia de encerramento da competição; 43) Premiação do Mundial; 44) Mundial teve a participação de quatro países. Montagem de boia na raia de Ipanema; 45) Batismo dos Elliott em 2011 com a presença de velejadores e associados;

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46) 3º Campeonato Ibero-americano de Match Race em 2011; 47) Brasil foi campeão nas divisões feminina e Open; 48) Troféu Seival completou 40 anos de disputa em 2010; 49) Campeonato Brasileiro de Laser em janeiro de 2013; 50) Disputa nas classes Laser Stan-dard, Radial e 4.7; 51) Campeonato Sul-americano de Optimist em março de 2013; 52) VDS foi a sede do primeiro Sul-americano de Nacra 17, com Brasil, Argentina e Uruguai; 53) Torcida na água; 54) Comemoração da vitória de Gabriel Lopes no Sul-americano; 55) A festa dos 80 anos feita na orla do Clube.

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O imbatível Tiago QuevedoVelejador da Flotilha Minuano conquistou o bicampeonato brasileiro e apresentou um desempenho avassalador no Sul-americano de Optimist

Tiago Quevedo saudado pelo pai Diego e pelos velejadores de Optimist e Laser do Clube, após a última regata

Flotilha Minuano vive o melhor momento da sua história. O Optimist do Veleiros do Sul tem alcançado êxitos nunca antes conquista-dos, graças ao desempenho dos seus veleja-dores. Se o ano de 2014 foi bom com Tiago Quevedo como o quinto melhor optimista do mundo, o de 2015 está sendo muito melhor.

Tudo começou com a presença de 11 ve-lejadores na Copa Brasil de Estreantes no Iate Clube do Rio de Janeiro. Foi o primeiro cam-peonato nacional da turma de estreantes e Lu-cas Stolf foi o melhor colocado em 13º.

“A flotilha de estreantes foi maravilhosa com pais e familiares muito integrados, com boa liderança e equipe técnica. Mas o nosso maior prêmio foi ver nossos pequenos guer-reiros na água enfrentando todas as adversi-dades”, relatou a capitã da Flotilha Minuano, Míriam Loch.

Com os estreantes arrebentando, os vete-ranos tinham a responsabilidade de dar show. E como missão dada é missão cumprida, Tiago Quevedo conquistou o bicampeonato brasi-leiro da classe, confirmando sua posição de

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melhor velejador na classe Optimist no país ao liderar o campeonato do início ao fim e repetir o bom desempenho de 2014 em Per-nambuco. Ele abriu uma considerável diferen-ça de 32 pontos sob o segundo colocado e na primeira fase manteve uma média de 1º e 2º nas regatas. Ainda pelo VDS, o campeão sul-americano de 2013 Gabriel Lopes foi o 3º colocado.

“Sentia que me encontrava num bom mo-mento e conhecia meus adversários. Me pre-parei muito, fiz clínicas no Rio antes do even-to. Meu foco era vencer” disse o bicampeão que também venceu o título Brasileiro por Equipes de 2015 no RS1 com Gabriel Lopes, além de João Emílio Vasconcelos e Guilherme Plentz do Clube dos Jangadeiros.

Esta é a primeira vez que um velejador gaúcho vence dois campeonatos brasileiros consecutivos na Optimist. O último bicam-peão do RS foi Frederico Rizzo em 1994 e 1996. Desde o ano passado Tiago tem lidera-do o ranking nacional de Optimist e colocou o Brasil em evidência no Campeonato Mundial de 2014 ao terminar em quinto lugar na com-petição realizada na Argentina. Após a vitória, Tiago ainda representou o Optimist brasileiro Mussanah Race Week em Oman.

CAMPEõES AbSOLuTOS NO SuL-bRASILEIRO

O sucesso da flotilha se repetiu no Cam-peonato Sul-Brasileiro de Optimist no Iate Clube de Santa Catarina. O Veleiros do Sul venceu no Veterano e Estreante, além de con-quistar pela terceira vez consecutiva classifi-cação para o Mundial de Optimist. Imbatível entre os veteranos, Tiago Quevedo arrebatou mais um troféu, enquanto o estreante Lucas Stolf conquistou a sua primeira vitória em um campeonato de Optimist e teve a companhia de Pedro Amine no pódio em terceiro.

Tiago também foi o melhor colocado na Seletiva para participar do Mundial de Op-timist que ocorre de 25 de agosto a 05 de setembro na Polônia. Junto com o campeão sul-americano de 2013 Gabriel Lopes — cor-rendo seu terceiro Mundial — mais uma gran-

de marca foi conquistada para o VDS: são quatro anos consecutivos que o Clube vem representando o país no Mundial de Opti-mist. Em 2012 com Thiago Ribas, em 2013 com Gabriel Lopes e em 2014 e 2015 com Tiago e Gabriel. Além da dupla do VDS, nes-te ano representam o país no Mundial Tiago Monteiro (Cabanga Iate Clube Pernambuco), João Emílio Vasconcellos e João Pedro Tats-ch, do Clube dos Jangadeiros. A conquista de quatro das cinco vagas pelos clubes de Por-to Alegre mostra o bom momento da vela de base gaúcha.

Nossa delegação que esteve presente no Rio de Janeiro

Estreantes e Veteranos brilharam no Sul-brasileiro

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Gabriel e Tiago mostraram preparo técnico na competição

SuL-AMERICANO DE OPTIMIST: VICE-CAMPEõES POR EquIPES E TOP 10 PARA O VDS

Realizado em Paracas no Peru, o Sul-americano de Optimist de 2015 contou com 150 velejadores das Américas e teve o Brasil como Vice-campeão por Equipes. Representando o VDS, Tiago Queve-do e o campeão de 2013 Gabriel Lopes mostraram preparo, alto nível e excelência.

Com garra e espírito coletivo, a delegação brasi-leira conquistou o vice-campeonato Sul-americano por equipes. A equipe BRA 1 de Tiago Quevedo e Gabriel Lopes, que também contou com João Emí-lio Vasconcelos, João Pedro Tatsch e Tiago Montei-ro, foi a segunda melhor do continente entre 16 times. Os vencedores foram a ARG 1 da Argentina e em terceiro lugar ficou a CHI 1 do Chile.

Porém edição não vai ser esquecida tão cedo por uma polêmica que envolveu Tiago Quevedo na disputa individual. O velejador apresentou um desempenho notável e esbanjou talento vencendo cinco das nove regatas disputadas. A vitória já era esperada, contudo no penúltimo dia de competi-ções, Tiago sofreu uma penalização excessiva que culminou com sua desclassificação em duas regatas, comprometendo a conquista do título. Tiago não se deixou abater com a penalização e mostrou supera-ção ao encerrar sua participação com mais um pri-meiro e um segundo lugar nas duas últimas regatas, deixando claro a qualidade técnica na raia.

Tiago foi o oitavo colocado geral e quinto sul-americano. O campeão de 2013 Gabriel Lopes não deixou por menos e completou o top 10 para o VDS na décima colocação geral e sétima no sul-america-no. A organização entregou o troféu de campeão ao argentino Juan Ignácio Queirel, com vice para o chileno Benjamin Fuenzalida Court e o terceiro lugar ficou com o argentino Dante Cittadini.

CAMPEõES bRASILEIROS DE OPTIMIST

Campeonato Ano CAMPEÃO 43º 2015 Tiago Quevedo (VDS) 42º 2014 Tiago Quevedo (VDS) 41º 2013 Pedro Correa (YCSA) 40º 2012 Leonardo Lombardi (CNC) 39º 2011 Gabriel Elstrod (YCSA) 38º 2010 Martin Lowy (YCSA) 37º 2009 Caio Freitas (RYC) 36º 2008 Carlo Mazzaferro (YCSA) 35º 2007 Carlo Mazzaferro (CCC) 34º 2006 Alexandre Alencastro (ICRJ) 33º 2005 Ronion Silva (GVI) 32º 2004 Gabriel Melchert (YCSA) 31º 2003 Marco Grael (RYC) 30º 2002 Gabriel Lorenzo (CCRJ) 29º 2001 Matheus Dellagnelo (LIC) 28º 2000 Matheus Dellagnelo (LIC) 27º 1999 Bernardo Araripe (ICRJ) 26º 1998 Gustavo Mascarenhas (CCRJ) 25º 1997 Rafael Godoy de Lima (CNC) 24º 1996 Frederico Plass Rizzo (CDJ) 23º 1995 Frederico Vasconcellos (CCRJ) 22º 1994 Frederico Plass Rizzo (CDJ) 21º 1993 Mario Urban (YCB) 20º 1992 André Otto da Fonseca (ICSC) 19º 1991 Rodrigo Amado (CNC) 18º 1990 Rodrigo Amado (CNC) 17º 1989 Marcelo Reis da F. (CCRJ) 16º 1988 Ricardo Dias Paradeda (CDJ) 15º 1987 Alexandre Paradeda (CDJ) 14º 1986 Luis Felipe Wrelantd (YCSA) 13º 1985 Luis Felipe Wrelantd (YCSA) 12º 1984 Edson Medeiros Jr. (ICSC) 11º 1983 Edson Medeiros Jr. (ICSC) 10º 1982 Sergio Machado (ICSC) 9º 1981 Carlos Henrique Vanderlei (YCSA) 8º 1980 Carlos Henrique Vanderlei (YCSA) 7º 1979 Carlos Henrique Vanderlei (YCSA) 6º 1978 Otávio Almeida (CCSP) 5º 1977 Helio Hasselmann (RYC) 4º 1976 Otávio Almeida (CCSP) 3º 1975 Eduardo Melchert (YCSA) 2º 1974 Marcelo Maia (ICB) 1º 1973 Eduardo Melchert (YCSA)

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No final de abril a sede ganhou novo mobiliário e um espaço de convivên-cia na área do mezanino. Uma boa

surpresa aguardava os associados ao chegarem no domingo, dia 26, no Clube. As mesas e ca-deiras de plásticos da varanda foram substituí-das por móveis de fibra e madeira desenhados especialmente para o VDS pela empresa Srhi Lanka.

Enquanto o mezanino externo foi repa-ginado com poltronas, namoradeiras e sofás para os associados desfrutarem de um espaço de encontro e integração. “A Comodoria tem como meta oferecer maior conforto e comodi-

Sede com novo mobiliário na varanda e lounge

Mesas e cadeiras mais charmosas e confortáveis Espaço de convivência no mezanino

dade para os sócios e por isso demos um novo aproveitamento para o mezanino e substituí-mos o mobiliário da varanda,” comentou o vi-ce-comodoro social Christian Willy. O projeto foi concebido pela Idea Design, da associada Eliane Willy e Carla Alessi Diaz, sem custos para o Clube.

O domingo ainda teve nails salon no me-zanino com serviço de manicure gratuito das 10h às 16h. As mulheres gostaram tanto da ação de beleza que pediram bis. E o almoço, com cardápio especial da Barcelos Gastrono-mia, foi com música ao vivo da dupla Clóvis e Daniela.

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Parceria com CBC garante verba para Projeto Olímpico do VDS

Ministro do Esporte George Hilton e políticos compareceram ao Clube para a cerimônia de convênios esportivos

Comodoria do Veleiros do Sul liderada por Edu-ardo Ribas foi a anfitriã do evento que recebeu o ministro do Esporte George Hilton em Porto Ale-gre para as assinaturas de convênios com o Minis-tério do Esporte e a Confederação Brasileira de Clubes (CBC). O encontro ocorreu no dia 30 de abril e oficializou a liberação de recursos para os clubes Veleiros do Sul, Grêmio Náutico União e Sogipa.

Os tradicionais clubes gaúchos passaram a contar com a ajuda de recursos públicos para for-mação de seus atletas olímpicos e paralímpicos. O ato de descentralização de recursos para a forma-ção de atletas nos clubes selecionados no Edital nº 1 de Chamamentos Internos de Projetos (chama-da pública) da CBC destinou ao Veleiros do Sul o valor de R$ 1.202.010,95, a Sociedade de Ginás-tica Porto Alegre (Sogipa) R$ 1.783.000,00 e ao Grêmio Náutico União R$ 973.129,49.

A cerimônia de assinatura iniciou por volta das 20 horas no salão social do Clube. Na mesa das autoridades estavam presentes, além do mi-nistro George Hilton e do comodoro Eduardo Ri-bas, o Diretor de Formação de Atletas da CBC, Fernando M. de Matos Cruz, o presidente da CBC, Jair Alfredo Pereira, os presidentes da Sogi-pa, Ricardo Schwarz e do Grêmio Náutico União

Francisco Miguel Schimidt, os deputados federais, Carlos Gomes e João Derly, e o deputado esta-dual Sérgio Peres. No evento também estavam o secretário municipal de Esportes, Recreação e La-zer, José E. Meurer, o vereador Professor Garcia, representando o prefeito José Fortunati, e as vere-adoras Séfora Mota e Lourdes Sprenger.

O Comodoro Ribas foi o primeiro dos dirigen-tes de clubes a falar. Ele comentou sobre a tradi-ção do Clube na vela nacional e explicou a desti-nação da verba para o projeto esportivo olímpico. “Nosso projeto é para a formação de atletas das classes de base, intermediárias e olímpicas. Essa ajuda nos permitirá a aquisição de materiais e equipamentos, barcos completos que atendam o propósito do projeto. Estamos adquirindo 25 bar-cos importados. É um esporte que acaba tendo uma dificuldade de ampliação da base, por ques-tões de custos”, explicou Ribas que também agra-deceu ao comodoro Cícero Hartmann, presente no evento, pela participação no convênio com a CBC.

O ministro do Esporte George Hilton des-tacou a importância da parceria com o Veleiros do Sul para massificar a prática esportiva no país. “Os clubes são a base principal da propagação dos esportes. As federações e confederações es-

George Hilton, Jair Pereira, Eduardo Ribas e João Derly naassinatura do convênio no VDS

O bicampeão brasileiro Tiago Quevedo falou em nome dos atletas e foi saudado pelo ministro

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Ministro George Hilton, Comodoro Eduardo Ribas e presidente da CBC Jair Pereira com o cheque simbólico

Lei PeléEm 2011, uma mudança na Lei Pelé, feita pela Lei 12.395/11, incluiu a CBC como beneficiária de 0,5% do total da

arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal ao lado do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Paralím-pico Brasileiro (CPB). O Governo Federal apoiou os clubes, tradicionalmente os grandes formadores de atletas do país, em sua reivindicação de receber parte da arrecadação das loterias federais. Para que fosse possível a inclusão da CBC nos repasses da Lei Agnelo/Piva, o Ministério do Esporte abriu mão de porcentagem do que lhe cabe das loterias.

A CBC aprovou em novembro de 2014 os primeiros 24 projetos que passaram a contar com recursos da arrecadação das loterias. Desde 2011, até o fim de julho de 2014, o montante acumulado era de R$ 150 milhões, que se destina a subsidiar projetos de formação de atletas de base.

Entre os aprovados estava o Veleiros do Sul com o seu Projeto de Formação Olímpica I. Dos 37 clubes que se sub-meteram a cadastro, 16 tiveram propostas aprovadas, totalizando 24 projetos - 22 olímpicos e dois paraolímpicos - que somam R$ 23 milhões. O Veleiros do Sul também passou a integrar o Cadastro Geral de Entidades de Prática Desportiva (EPDs) e o Conselho de Interclubes da CBC-FNC, órgão de planejamento estratégico e especializado com atribuições de fomentar a formação de atletas olímpicos e paralímpicos.

tão mais focadas nos atletas profissionais, de alto rendimento. Os clubes têm a visão de chegar à base, cooptar a criança e prepará-la”, comentou George Hilton.

O velejador Tiago Quevedo, 14 anos, bi-campeão brasileiro de Optimist pelo VDS repre-sentou os atletas na cerimônia. “Em nome dos velejadores do Veleiros do Sul gostaria de mani-festar o nosso agradecimento ao Ministério dos Esportes e à Confederação Brasileira de Clubes por este apoio ao nosso esporte. Neste ano me

tornei bicampeão brasileiro de Optimist, que é a classe base da vela de competição. O apoio do meu clube foi fundamental para essa conquista. Na força de clubes como o nosso está a forma-ção de base e olímpica “, disse o jovem campeão da vela.

Ele foi muito aplaudido e cumprimentado pelo ministro George Hilton e por toda mesa. Em seguida foram dados os cheques simbólicos das verbas e encerrado o evento houve uma jantar de confraternização no salão do Clube.

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Momento decisivo na campanha das duplas olímpicas do Veleiros do Sul. Firmes na disputa pela vaga na Olim-

píada do Rio de Janeiro em 2016, Geison Men-des e Gustavo Thiesen na classe 470 masculino com Samuel Albrecht e Geórgia Silva na classe Nacra 17 estão a todo o vapor no aguardo da Confederação Brasileira de Vela na definição das equipes para a Olimpíada.

As duplas vêm participando de campeo-natos internacionais visando qualificação, como nas etapas da Copa do Mundo da Federação In-ternacional de Vela (ISAF) o que garante maior ritmo e técnica às nossas equipes.

Samuca Albrecht e Gica Silva vêm apresen-tando desempenho favorável como os melho-res brasileiros do Nacra 17 nas etapas da Copa do Mundo em que correram e no Troféu Prin-cesa Sofia. “Muitos países já definiram as suas vagas, a flotilha vêm ficando mais seleta. Então aguardamos o próximo Evento Teste em agosto, pois será o momento de chegarmos mais perto e aprendermos mais”, indica Samuel. A dupla realizará treinos em Porto Alegre e em julho re-torna ao Rio.

Enquanto isso, Geison e Gustavo aparecem como os melhores brasileiros do ranking de 470 masculino da ISAF. Os bicampeões sul-america-nos e brasileiros subiram três posições. “Esse é o resultado do trabalho da nossa dupla que tem feito um esforço muito grande para competir no

Tá chegando a horaDuplas olímpicas do Veleiros do Sul lutam pela indicação à vaga olímpica

Samuca e Geórgia estão na frente pela disputa da vaga brasileira para os Jogos Rio 2016

Geison e Gustavo depois de competirem em Hyères, Marcélia, irão para Waymouth em junho

circuito mundial para aumentar o nível técnico com foco na participação na Olimpíada” destaca o proeiro Gustavo Thiesen.

Neste ano a dupla, que conta com apoio de Banrisul, Corsan, Vipal, Ritter e Tradener, parti-cipou das etapas de Miami e Hyères da Copa do Mundo, além do Troféu Princesa Sofia, Copa da Primavera de 470 em Marselha na França e Norte-americano de 470. A etapa de Waymouth é o próximo desafio da dupla antes dos eventos em julho e agosto no Rio de Janeiro.

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Nas águas geladas da AntárticaO arquiteto naval argentino navegou no veleiro Kat, projetado por ele para a expedição Oriente da família Schurmann

Por Nestor Völker

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Desde minha adolescência eu sempre quis conhecer pessoalmente a Antár-tica, mas claro, quem iria levar uma

criança quando nenhum veleiro argentino ain-da tinha chegado até lá. O conhecido Hormi-ga Negra fez isso, recentemente, em 1987. Agora, mais crescido e portanto com pou-

co tempo disponível, fui convidado para ir no navio quebra-gelo Comandante Irizar , claro que eu teria que ficar ao longo de toda a ex-pedição Antártica lá, o que me era impossível. Eu corri a regata Fastnet com o veleiro alemão Nordwind e fui convidado pelo comandante para fazer a Passagem do Noroeste (ou seja, a

Baía Paraíso, próximo da base argentina Almirante Brown

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passagem entre o Canadá e o Pólo Norte) algo que me deu uma grande alegria (se eles não podem ser o gelo do sul será o norte, dizia a mim mesmo). Isso foi em 2012. Por ironia, nes-te ano ficou apenas um dia aberta a passagem de gelo, onde nós passamos com mais cinco barcos e desde então não foi reaberto até hoje. Mas a vida nos dá satisfações, no Brasil a família Schurmann me encarregou de projetar um ve-leiro de 80 pés para viajar pelo mundo com o objetivo de produzir um filme referente a desco-berta da América pelos chineses, em 1421 (para aqueles que querem saber mais sobre o assunto, há um livro chamado apenas 1421, de um pes-quisador em inglês).

Acontece que, aparentemente, os chineses também teriam chegado na Península Antárti-

ca e por isso os Schurmann decidiram ir para lá para também filmar este lugar. Então, tinha sido me dado a oportunidade, e eu não hesitei ne-nhum momento para embarcar em Ushuaia no Kat, nome do barco dado em memória a menina adotada por eles, falecida na sua adolescência e que passou grandes momentos ao redor do mundo com a família nas viagens anteriores. O barco foi lançado em Itajai, Brasil, e essa foi sua viagem inaugural. Por um inconveniente na instalação de um de seus motores, o barco pas-sou um tempo em Puerto Deseado, Ushuaia, portanto, em vez de partir em janeiro, só pode zarpar no final de fevereiro, época que o normal seria estar voltando e não indo para a Antártica. Partimos de Ushuaia ao anoitecer do dia 23, chegando a Puerto Williams na manhã seguinte.

Fotos: Nestor Völker

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Navio baleeiro Governoren na Baía Enterprise, da Ilha Nansen Sul

Baía Dorián, onde invernou Amir Klynk

Neste local fizemos os papéis para atravessar o Estreito de Drake, já que o controle é feito dalí e do Cabo Horn.

Neste povoado também há um simpático clube instalado um navio onde se reúnem os navegadores trotamundos. Eu fui até a aldeia Ukika, último povoado de descendentes Yama-nas e ao museo Gardiner, moderno e excelen-te para uma cidade tão pequena. De ali par-timos no dia 27 para Caleta Martial, perto do Cabo Horn, para esperar por uma boa janela de tempo e cruzar o Drake. Enquanto isso fo-mos para o Cabo Horn, no qual cruzamos por ida e volta, além de desembarcamos em terra. Nós fomos para o farol e arredores e carimba-mos nossos passaportes. Por este tempo pas-

saram os dois primeiros barcos da Barcelona World Race, uma regata de volta ao mundo non stop com apenas dois tripulantes por barco, entre eles o meu amigo José Munoz, do Chile. Finalmente veio o tempo bom e partimos em 02 de março para a Antártica, onde chegamos com vento franco, depois de atravessar um Drake bastante tranquilo, no dia 5. Entramos pelo canal Nelson entre as ilhas Shetland e fundeamos em Media Luna, onde há uma base argentina que fecharia dentro de alguns dias. Nós passeamos por terra, vi muitos pinguins e um navio bale-eiro abandonado. De lá, cruzamos para Puerto Yankee com espetaculares paredes de gelo. Nos deslocamos até um iceberg para obter fotos e fil-mar com o drone.

De lá fomos para a Ilha Deception, que na verdade é uma cratera de vulcão inundada pou-co ativo, uma vez que em várias partes da cos-ta sai um vapor quente. Há partes que não se aguenta caminhar sobre as pedras. Nós também aproveitamos para nos banhar no mar, é sim na Antártica, e com água super quente. Em Baía Bal-lenera vimos uma grande instalação abandonada da época de comercialização do óleo de baleia. Toda a ilha é preta e branca (neve e pedra vulcâ-nica), muito curioso. Ao fundo da cratera está a Baía Telefon, cujo fundo sobe um metro por ano, ou seja, onde nós fundeamos em três anos será terra, embora agora não pudessemos descer em terra firme. De lá fomos para Baía Péndulo, onde o nome já diz tudo, não é muito estável. Uma noite, fomos convidados para conhecer um navio de pesquisa brasileiro e jantar a bordo. Curiosa-mente não usa âncoras no fundeio e mantém a proa e sua posição, por mais mais vento que haja, com seus motores de maneira automática.

Vista desde o Porto Lockroy

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De Deception fomos pelo estreito de Graham para caleta Enterprise, onde estava um navio fa-brica (de processamento de baleias) Governoren semi-afundado. O local é muito interessante, nos arredores há muitos botes baleeiros abandonados da época que somente neste lugar eram caçadas mais de 500 baleias por ano. Com um bote fomos a uma baía próxima espetacular com uma pe-dra no meio, as bordas da baía são todas geleiras, com muitas estalactitas de gelo e água, com uma camada fina congelada. Foi provavelmente o lugar com o maior intensidade geográfica que eu já vivi. De Enterprise fomos para Cuverville Island. Outro sonho, cheio de pinguins, icebergs e uns matizes espetaculares provocados pelos raios do sol que passavam entre o céu nublado, dando contras-tes incríveis. Sim, mas havia uma foca-leopardo que nos complicou na hora de tirarmos o cabo que tínhamos amarrado numa pedra/ilha. Ela nos olhava feio desde a água, mostrando seus dentes, e estarmos com o bote próximo a ela, não era muito animador.

De lá, fomos pelo Canal Herrera até Baía

Paraíso. Alí a uma base chilena e argentina cha-mada Almirante Brown. Piso no sólo Antártico, pois até então tudo era apenas ilhas ao largo da península. Na manhã ficamos presos entre os gelos, por isso não foi fácil tirar a âncora sob o gelo e sair entre eles, porém com muito esforço conseguimos.

A próxima parada foi Puerto Lockroy. No caminho fomos sendo acompanhados por ba-leias, que inclusive passaram por debaixo de nós. A base britânica está em uma ilha de pe-dra toda invadida por pinguins. De lá, segui-mos a Baía Dorian, onde há outra base argen-tina, mas como em todas bases que passamos, exceto Media Luna (que já estava perto), já tinham sido encerradas pelo término da tem-porada. Na Baía Dorian foi onde Amir Klynk, o brasileiro que cruzou o Atlântico a remo, pas-sou um inverno antártico. O lugar é fantástico para descer e andar pela neve. De um lado se vê Lockroy e pelo outro Baía Dorian. Com mui-ta coragem, o filho do comandante Schurmann, entrou na água com a prancha de stand up para

Baía da Ilha Nansen

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Stand Up na Antártica Kat cercado por gelo na Baía Paraíso

um passeio. Voltamos a fundear em Lockroy porque a previsão do tempo era de noite bem ventosa e não havia melhor ancoragem por alí. No dia seguinte fomos para o ponto mais ao sul de nossa navegada, que foi a base americana Palmer, em Puerto Arturo. Esta estava aberta, mas não baixamos nela. Na manhã seguinte, 18 de março, com bom prognóstico, começamos a cruzar o Drake novamente.

A travessia foi de contravento, com vento aumentando de intensidade gradualmente para 35 nós, com rajadas de 45, próximo ao Cabo Horn. Chegamos a Puerto Toro, a cidade mais austral do mundo, no dia 21, à noite. No dia se-guinte, fomos a Puerto Williams, para novamen-te fazer os papéis e, em seguida, para Ushuaia, onde chegamos no dia 23 no final da tarde.

Curiosidades: Tivemos até 14ºC negativos

de noite e 10ºC negativos de dia. Quando neva e com estas baixas temperaturas, todos os cabos ficam congelados, as adriças e escotas tornam-se barras de gelo, que não podem passar através das roldanas, ou seja, rogue para que elas con-sigam ficar presas ou conte só com os motores. As previsões do tempo são muito precisas, com as quais pode-se atravessar o Estreito de Drake hoje em dia, sem grandes inconvenientes. Eu recomendo ir à Antártica antes de 5 ou 10 de março. Fizemos isso bem mais tarde, todavia não me pareceu perigoso; igual não recomendo. Em comparação, a Passagem Noroeste é mais aventura e ainda tem ursos polares. Porém a An-tártica é muito mais bonita e possui mais vida selvagem. Por outro lado, na Antártica chegamos aos 65º S e no Norte chegamos aos 75º N, muito mais perto do Pólo.

Canal Herrera, entre Cuvervielle e Baía Paraíso

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Base inglesa em Porto Lockroy

Nestor em meio as estalactitas de gelo Foca-Leopardo e aves da Antártica

Cuvervielle com sua enorme pinguinera

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esde longa data vinha fermentando a idéia de des-cobrir lugares desconhecidos. Por força da minha profissão, seguidamente voava sobre a Lagoa dos Patos. Ficava fascinado com o suntuoso delta do Rio Camaquã com seus inúmeros canaletes e ilho-tas de todos os tamanhos, aparentemente isolados do resto do mundo. Poderia ser o nosso destino nas próximas férias. A carta 2140 da Marinha, a melhor existente na ocasião, trazia poucos deta-lhes, estes é que nós iríamos descobrir.

Decisão tomada. Sem vias de acesso terrestre o caminho evidentemente teria que ser por água. O meio de transporte a nossa lancha Butterfly de 26 pés com cabine, motor Volvo Penta com rabeta e um motor de popa auxiliar para “emergências”. Era 1979 e ficamos aguardando as férias de 1980.

Note que as “facilidades” eram nulas. Não havia GPS, plotter nem pensar, nem VHF, nem re-ferências sobre acidentes geográficos e muito me-nos previsão do tempo. Havia um rádio “banda do cidadão” que nunca funcionou.

Os preparativos. Minha mulher e marinheira Regina foi tratando da alimentação para no míni-mo 6 dias. Quanto a mim, fui logo traçando os ru-mos, contornando os bancos de areia e medindo as distâncias na venerável carta 2140. Aí surgiu a primeira dificuldade: o delta do Camaquã tem aproximadamente 5 MN de extensão e uma infi-nidade de pequenas barras secundárias além das

Muito antes da virada do Século

Por Geraldo Knippling

3 barras principais, todas bem visíveis do alto. Mas ao nível do mar era tudo um descampado já que não havia morros por perto. Seria preciso chegar bem próximo para visualizar a entrada. Tarefa di-fícil para quem vem da Lagoa precisando de uma precisão de meio grau na bússola, impossível de manter, para eventualmente encontrar a entrada. Observei então que a última barra, para W, era a Barra Falsa com acesso ao Braço Morto (não con-fundir com a Barra Falsa de Bojuru). Nome algo tétrico mas certamente nosso destino. A tática se-ria a seguinte: aproar a costa com um rumo me-nor para chegar lá com a certeza que a dita barra estaria para a direita, mais perto ou mais longe, dependendo do erro da navegação. Curvando en-tão para a direita (boreste, desculpe) e navegando junto à margem, até aparecer a primeira abertura que seria a Barra Falsa.

22/2/1980 6ª FEIRA14:15, partida para pernoite na Chico Ma-

noel. Para garantir bebidas geladas passamos an-tes pela fábrica de gelo da rua Edu Chaves e en-chemos uma caixa grande de isopor de paredes duplas com gelo seco industrial. O procedimento era colocar diariamente um punhado deste gelo na geladeira de uso. A temperatura do gelo seco é de 78 graus negativos. É uma beleza mas deve-se ter o cuidado de não pegar com as mãos para evi-

A beleza do delta do rio Camaquã é lembrada pelo navegador e autor do livro O Guaíba e a Lagoa dos Patos

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tar queimaduras. Como a evaporação desse gelo é muito lenta isto nos garantia bebidas e mais alguns itens gelados por 5 a 6 dias. Ainda nos Veleiros do Sul completamos 516 litros de gasolina azul nos 3 tanques da lancha. Na Chico ultimamos os pre-parativos para o “grande cruzeiro”. Protegemos os pára-brisas dianteiros com uma lona especial para proteção de impacto de grandes ondas na lagoa. Também enchemos o dingue e o amarramos no topo do pilot house. Às 04:15 do dia seguinte, ain-da escuro, soltamos as amarras tomando rumo de Itapuã, por instrumentos. Inicialmente com veloci-dade reduzida por questão de segurança, passan-do a planar ao raiar do dia.

05:53, passamos pelo farol de Itapuã. Quan-do raiou o sol, descortinou-se um lindo dia de ve-rão. O vento era fraco e as “grandes ondas” fica-riam para o próximo cruzeiro. Na medida em que as horas iam passando, olhando para trás víamos os morros de Itapuã desaparecendo na bruma ma-tinal. A esteira deixada pelo barco em movimento precisava ser uma linha reta como prova da habi-lidade do timoneiro para chegar ao destino. Não tínhamos piloto automático. A rabeta era muito ruidosa e dificultava a comunicação entre os tripu-lantes mas seu ronco não deixava de impor uma certa confiança no equipamento, tipo ganhar no grito. Tínhamos que manter os rumos com a máxi-ma precisão para acertar a foz do Braço Morto lá no Camaquã. Regina era habilidosa em manter o rumo da bússola. Passamos pelo través do impo-nente farol de Cristóvão Pereira e pela bóia Dona Maria antes do meio-dia.

Ofereci uma Coca-Cola (gelada) à Regina enquanto apreciava a esteira e a marola na nos-sa popa. Vi então que em vez de ser uma linha reta descrevia um ziguezague preocupante. Como Coca-Cola não tem álcool fui ver o que havia com a marinheira. Ela tomava um gole e colocava a lata ao lado da bússola. Cada vez que fazia isto a bússola desviava uns 20 graus para o lado, atrapa-lhando a navegação sem que ela percebesse. Logo pensei na barra do Braço Morto. Apresso-me a di-zer que nessa época as latinhas de refrigerante e

A lancha Butterfly fundeada no braço da Barra Falsa

cerveja eram de material ferroso, latas mesmo. Isto não aconteceria hoje com as latas de alumínio.

Nem com binóculo e muito menos sem ele avistamos o farolete do Vitoriano na ponta do ban-co do mesmo nome, onde deveríamos mudar o rumo para a direita (boreste, desculpe). Era só céu e água. Acendeu a luz amarela da preocupação! Será que o farolete foi recolhido para manutenção ou arrancado por um temporal? O episódio da lata de Coca -Cola foi muito curto para ocasionar um desvio tão grande. Na posição estimada pelo log o ecobatímetro não acusou a diminuição da profun-didade pelo banco de areia. Concluímos que está-vamos à esquerda da rota. Fazendo uma pequena correção para a direita e seguimos em frente com muita fé no Braço Morto.

Perto das 15:00 avistamos um tênue risco no horizonte. Estávamos nos aproximando da costa. Pouco mais tarde a rabeta deu uma estrondosa ba-tida no fundo de areia dura. Chegamos à costa. Por sorte a rabeta estava destravada e não houve maiores danos. E o Braço Morto? Forçosamente deveria estar para a direita. Levantamos a rabeta e baixamos o motor de popa auxiliar pra ir costean-do, paralelo à margem, à procura do nosso destino que seria a primeira entrada a aparecer. O tempo foi passando e a nossa preocupação aumentando. A paisagem não mudava. Depois de quase uma hora apareceram algumas figueiras, um casebre abandonado sem presença humana e logo adiante nossa almejada entrada. Ao chegar mais próximo, encalhamos. Descemos do barco e com água pela cintura fomos procurar um local que desse passa-gem pela barra. Tudo muito raso, mas ariscamos entrar com o casco roçando no fundo. Se estives-se soprando um nordestão ou lestão, ventos pre-dominantes da região, a situação seria bem mais complicada.

Entramos. Tudo deu certo. Baixamos nova-mente a rabeta e lentamente fomos subindo o sinuoso curso do rio, empolgados pela natureza virgem e a beleza natural do lugar. Este Braço Mor-to que escoa pela Barra Falsa não tem nada de morto. Apresenta uma razoável correnteza devido

Explorando o braço morto da Barra Falsa

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à interligação com os demais braços e canaletes rio acima. As margens são totalmente inacessíveis devido à espessa vegetação nativa. Subimos cau-telosamente 3 MN.

17:00. Hora de parar e preparar o pernoite. Amarramos a proa numa parruda árvore e a popa numa âncora quase na metade do curso. Sensa-ção de dever cumprido. Veio à noite e com ela os mosquitos de todas as raças e tamanhos. O barco estava todo fechado com as lonas mas sempre ha-via uma frestinha por onde os bichos passavam. Remediamos isto com papel higiênico, amassando pedacinhos e preenchendo as frestinhas traiçoei-ras. Assim evitamos o uso de spray por motivos óbvios. Finalmente uma maravilhosa janta feita pela marinheira e um merecido descanso.

Durante a noite ouvimos os mais estranhos ruídos. É verdade que a escuridão e o isolamento sempre aumentam os sons e a expectativa. Ora era o estridente canto de um pássaro noturno (para mim era um guincho). Peixes saltando na água e o lampejo de alguns vaga-lumes que parecia um re-lâmpago. Mesmo assim, uma tranqüilidade total.

Ficamos mais dois dias neste maravilhoso re-canto. Lançamos o dingue para uma exploração mais abrangente, sempre rio acima para não ter que remar contra a correnteza no caso de uma pane no motorzinho de popa. Note que durante todo este cruzeiro não encontramos viva alma em lugar algum.

Quando então retornamos para Lagoa segui-mos para São Lourenço do Sul, onde nos aguarda-

vam. Ficaram as saudades desse maravilhoso SPA de 1980.

Posteriormente a lancha foi substituída pelo veleiro “Magana”, de quilha retrátil, propiciando muitas incursões no delta e possibilitando a mar-cação pelo GPS. Pouco mudou 35 anos mais tar-de, conforme texto abaixo. Que maravilha que é o GPS. Quanto à navegação, é importante lembrar que ao acompanhar as inúmeras curvas do curso, é aconselhável manter-se no lado externo delas, onde a profundidade sempre é maior. Lembre-se que o rio é “manhoso” e não é aconselhada a na-vegação em período de cheia pois a forte corrente-za pode levar o barco, sem o efeito da quilha, para o emaranhado de vegetação na margem de uma curva mais acentuada.

AS bARRAS DO RIO CAMAquãBarra Grande – A entrada é pelo lado W do

braço, aproximadamente na posição BRGR. É bas-tante rasa e às vezes está demarcada por uma ou outra taquara. Existem muitos baixios. Mas adian-te o rio é largo e oferece boas condições de na-vegação. Observe o fio elétrico. A umas 6 milhas da foz, há uma bifurcação e o rio começa a ficar estreito. A parte que faz ligação com o braço prin-cipal oferece muitos obstáculos e não é adequada para navegação, exceto canoas.

Barra Funda – É a do braço principal. Como diz o nome, é a mais funda; mesmo assim a pro-fundidade dificilmente passa a um metro do pon-to crítico, na entrada. O ponto de entrada pode modificar-se, em função da correnteza do rio. É, fora de dúvida, a entrada mais adequada.

Barra Falsa – Tem o acesso menos complicado, mas é raso; dificilmente acima de 80 cm com o nível médio. Essa barra dá acesso ao Braço Morto, que indiscutivelmente é o braço mais bonito. Atravessa uma verdadeira selva, com grandes árvores e den-sa vegetação. É possível subir tranquilamente umas 4 milhas, acompanhando as sinuosas curvas. Mais para cima, na posição CORW S 31º 14,160 e W 51º 47,100, há uma misteriosa e traiçoeira passa-gem que liga o Braço Morto ao braço principal.

Carta com a rota de Itapuã até a Barra Falsa

O Cortado que liga o Braço Morto, em plano superior, ao braço principal do rio Camaquã em primeiro plano

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Page 29: O Minuano 136

O sumiço da colherPor Nestor Magalhães

Tinha mergulhado nos destroços do encoura-

çado alemão Tirpitz, além do Círculo Polar Ártico,

bombardeado ao largo da Ilha Hakoy por aviões

ingleses no dia 12 novembro de 1944. Um final

wagneriano: o navio atingido por duas bombas

Tallboy de 5.400 kg, emborcou e explodiu. Cer-

ca de 1.000 marinheiros morreram no naufrágio,

inclusive centenas deles ficaram presos nas entra-

nhas do encouraçado.

Em agosto de 2014, acompanhado por um

guia norueguês, mergulhei no que sobrou des-

te poderoso navio. A água estava a 9°C e o lei-

to do mar era um verdadeiro ossuário de ferros

enferrujados e retorcidos, entre algas e ouriços.

Encontramos ossos humanos, sapatos, uma bota

de marinheiro, fuzis Kar 98 K, granadas de artilha-

ria, botões, a corrente da âncora e... uma colher.

Incrível, ainda impressa na colher, ameaçadora, a

águia nazista. Que souvenir!

Cerca de duas semanas depois, já no Bra-

sil, estava na agradável companhia do meu ami-

go velejador e mergulhador, Cylon Rosa Neto e

respectivas esposas, jantando no Veleiros do Sul.

Conosco também mais dois casais. Mostrei então

a todos a colher do Tirpitz, com a águia nazista

marcada firmemente no cabo, provocando curio-

sidade e admiração. A parte côncava da colher

tinha sido corroída pela ação intensa do fogo e

da água salgada, após ficar enterrada na areia por

cerca de 70 anos.

Depois de todos examinarem, coloquei a co-

lher na mesa, junto com os outros talheres. Eis

que apareceu o garçom e viu a tal colher. Bastan-

te constrangido e até embaraçado, acreditando

O MINUANO 29

que ela pertencia ao restaurante do clube e que

por descuido havia sido colocada na mesa, pegou

o instrumento discretamente e enfiou sob a man-

ga. Pisando macio, caminhou disfarçando para a

cozinha onde jogou a colher no lixo! Foi por um

triz, mas consegui recuperá-la. Seria um fim um

tanto insólito para a histórica colher. Passado o

susto foram só risadas.

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Mergulho no SS ThistlegormPor Nestor Magalhães*

SS Thistlegorm era um cargueiro inglês com as linhas clássicas da década de 1930 e com uma moderna máquina a vapor: a roda de proa reta, quatro grandes porões, os castelos de proa e popa eram mais elevados, tinha uma só chami-né. A superestrutura da ponte de comando era curta, porém, larga e dois mastros principais com guindastes de carga. Ele media 126,5 m e tinha quase 5 mil ton. de deslocamento. Foi construí-do no estaleiro Joseph L. Thompson & Sons Ltd, Escócia, batizado Thistlegorm pela Sra K.W. Bla-ck e lançado ao mar em 9 de abril de 1940.

Esse navio aparelhou do Porto de Glasgow em agosto de 1941 com uma carga completa de material bélico para as forças britânicas no norte da África. Era a sua quarta e última viagem. En-fim, um suprimento vital destinado a um exérci-to que se preparava para a Operação Crusader, uma contraofensiva destinada a deter o coman-dante alemão Rommel na sua marcha para o Egi-to. No deck principal, havia duas locomotivas a vapor e vagões-tanques para água.

O seu destino final era o Porto de Tawfiq, na entrada sul do Canal de Suez e, por segurança, o Thistlegorm incorporou em um comboio de 16 navios, que seguiu rumo ao sul até a ponta da África e navegou pelo Canal de Moçambique na

direção do novo porto que foi em Aden. Por fim, penetrou no Mar Vermelho, seguindo na di-reção do Canal de Suez.

Em 24 de setembro de 1941, o vapor jun-tou-se a outro comboio no Mar Vermelho, pas-sando a navegar, a partir desse momento, com 20 navios, que não chegaram a ir muito longe. Um petroleiro já na região da saída do Canal de Suez dera com uma mina alemã e a passagem ficara temporariamente fechada. O SS Thistle-gorm e outros navios lançaram ferros no lado oriental do Golfo de Suez, um local bem perto de Sha’be Ali, em um ponto conhecido como Inner Channel, onde ficaram por dez dias. Havia uma impressão de paz e segurança, aumentada pela presença protetora do cruzador HMS Car-lisle, fundeado nas proximidades.

Falsa sensaçãoNa madrugada de 6 de outubro de 1941,

dois bombardeiros Heinkel 111, pertencentes ao Kampfgeschwader KG 26, baseado em Creta, re-alizavam uma busca tentando localizar o grande navio da Cunard, o Queen Mary, que transporta-va milhares de soldados australianos. Um trans-porte de tropas constituía-se sempre uma presa tentadora, saborosa.

Os bombardeiros atacaram então o maior dos navios, o Thistlegorm. Surpresa total. Foi um mergulho suave, perpendicular à meia-nau do cargueiro e as bombas de grosso calibre, com espoleta de retardo, foram dar direto no costa-do de boreste. Pelo menos uma delas acertou o enorme alvo. Eram 01h39min, quando uma explosão cataclísmica, acompanhada por grossa coluna de fogo, rompeu do porão Quatro: um estremecimento atroador e uma pressão quente e sufocante, logo seguida por uma bola de fuma-ça negra sulcada de clarões vermelhos e ama-relos. Com certeza, parte da munição explodiu junto. Um estilhaço de ferro, afiado como um punhal, atingiu o cruzador HMS Carlisle, abrindo um buraco de meio metro na blindagem. O SS Thistlegorm começou a afundar rapidamente e o Capitão Willian Ellis deu a ordem de abandonar navio. Por incrível que pudesse parecer, somente nove tripulantes pereceram na catástrofe.

Por volta de 1955, Jaques Cousteau – sem-Os sobreviventes da tripulação atacada pelos alemães

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Parte do convés do Thistlegorm afundado no Mar Vermelho

pre ele, o Capitão Planeta –, ajudado por informa-ções de pescadores, descobriu o naufrágio do Thistle-gorm, o que o levou a publicar, posteriormente, um artigo sobre o achado na National Geographic Ma-gazine. Todavia, naqueles tempos, o mergulho como se conhece nos dias atuais não existia. Era algo um tanto exótico e destinado a muito poucas pessoas. O naufrágio então ficou esquecido por muito tempo até que em 1974, um mergulhador israelense chamado Machiah, entusiasta de naufrágios, redescobriu o ve-lho Thistle, assentado no fundo de areia clara, bem na entrada do Golfo de Suez .

Foi somente à noite que finalmente cheguei a Sharm El Sheik, cidade que se situava na ponta sul da Península do Sinai e base do Ghazala I, a embarcação na qual faríamos o liveaboard e que se encontrava fundeada no porto. Fui recebido então pela Natas-cha Scheffler, experiente mergulhadora e que seria nossa guia. Outros dois mergulhadores já haviam se apresentado. Seríamos então somente três, e eu fui o último a chegar. Era um número pequeno, devido à instabilidade política no Egito. A situação do país havia espantado os turistas.

Conheci meus colegas mergulhadores no outro dia pela manhã. O Jie Wang era um jovem chinês, magro, com cara de figurante do filme “O Tigre e o Dragão”; o outro, um alemão, meia idade, muito for-mal, com a aparência de respeitável professor uni-versitário, chamava-se Roland Unger. Ambos eram mergulhadores excepcionais.

A vida marinha era exuberante, a temperatura da água em 29 ºC, visibilidade de 30 m e corais mul-ticolores por toda a parte. Sendo um entusiasmado mergulhador de naufrágios, destaquei também nos-sas visitas ao Dunraven, ao Kingston e ao Kormoran e, em especial, ao SS Thistlegorm. Foram 18 mergulhos emocionantes.

Amanhecia com muito calor, quando o Ghazala I manobrou sobre o naufrágio do velho Thistle. Tinha chegado o grande momento, o motivo da minha via-gem ao Egito. Descemos, os quatro mergulhadores, pelo cabo-guia; desde o primeiro instante, já enxer-guei o enorme navio. A visibilidade estava excelente e a cada metro que avançávamos em sua direção, maiores eram os detalhes, maior era o encantamen-to. Um peixe-napoleão veio nos dar as boas-vindas. Um animal manso, enorme, de uma beleza exótica surpreendente. Foi o primeiro que vi em toda a mi-nha vida de modesto mergulhador. Que começo es-petacular!

A corrente era fraca e nadamos até popa, onde foi possível ver o estrago no porão Quatro. A explo-são ocorreu de forma tão violenta que nos deu a im-

pressão de que o navio fora quase cortado no seu terço posterior. A popa estava torcida para bombordo. No fundo do porão Qua-tro, no meio de uma desordem absoluta de chapas torcidas, vigas, tubos e destroços, consegui ver perfeitamente dois carros blin-dados leves Bren Gun Carrier. Cada um pe-sava quatro toneladas, mas estavam jogados entre os destroços como se fossem brinque-dos. Um estava de lado, e o outro, comple-tamente virado. Pelo tamanho do buraco no porão Quatro, o naufrágio ocorreu muito rápido; a água deve ter invadido as entra-nhas do navio como um tsunami. Nadamos até os canhões que ainda estavam nas suas plataformas, bem na popa. As armas esta-vam cobertas por muita vida marinha, e uma delas ainda exibia pedaços do escudo ou casamata; contudo, esta camada de vida

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marinha era menor do que as que envolviam os canhões de Truk, onde as esponjas e corais colo-ridos faziam o contorno da arma desaparecer.

Descemos até o hélice, que era enorme, e a guia passou a mão no fio da pá. Muito simpática, ela nos convidou para fazermos a mesma coisa. Acho que esse ritual era frequente, pois o fio es-tava brilhando, como se muita gente passasse a mão com frequência na lâmina. Corria a história de que quem tocasse no fio, retornaria ao This-tle. Na dúvida, também passei a mão. Chegamos ao fundo de areia e consultei meu profundíme-tro: 32 m. Subimos, nadando sobre um buraco escuro que era o porão Quatro, e penetramos no porão Três onde tinha muita munição: cunhe-tes de granadas de mão Mills, minas terrestres, munições de artilharia e outros engenhos que não reconheci. Exploramos a cabine do Capitão Ellis, onde havia uma banheira, um vaso sanitá-

rio e mais alguns objetos que também não iden-tifiquei. Voltando ao convés, encontrei algumas placas regulares de concreto, provando que era verdade o que eu havia lido, que o Thistlegorm tinha recebido painéis de concreto à guisa de blindagem para aumentar a proteção da ponte. Estavam lá as tais placas, que tinham perto de 100 mm de espessura, sendo que algumas ha-viam caído para um compartimento logo abaixo do deck. Nosso mergulho chegava ao fim. Tinha ainda 80 bar no cilindro, mas era hora de emer-gir. Da posição onde estava, consegui ver um pe-queno vagão de carvão sobre o convés a boreste e, à frente, um objeto fuselado, como se fosse um pequeno avião ou espécie de torpedo um tanto rechonchudo. Não dava mais tempo para explorar, ficaria para o outro mergulho. Reunir. Emergir.

Após determinado intervalo de superfície, retornamos ao naufrágio. Consultei meu relógio na água: 13h40min. Logo recebemos o coman-do da guia: “mergulhar!”. Imergimos pelo cabo, direto ao porão Dois. Aproveitei e fui conferir o tal de torpedo esquisito. Algumas batidas de nadadeiras e cheguei perto o bastante para des-cobrir que o estranho objeto era um paravane, engenho destinado a limpar campos de minas de fundeio, cortando seus cabos ao ser rebocado pelo draga-mina.

Penetramos no porão Dois, um verdadeiro labirinto vertical, pleno de armamento e veícu-los, constituído de diversos andares. No superior, encontravam-se alguns automóveis, acho que do modelo Morris e dúzias de motocicletas BSA. Nadei sobre elas que, na sua maioria, estavam com o tanque de combustível destruído. Seria um efeito da pressão, ou simplesmente a ação corrosiva se fez mais intensa por ser uma chapa fina de metal? Imagens impressionantes! Desce-mos ainda mais, Não havia gravidade e a sen-sação era maravilhosa. Surgiram diversos cami-nhões Bedford e peças de reposição para aviões e blindados. Bem embaixo, havia centenas de fuzis Lee Enfield Mk III. Fiquei tentado a coletar um cartucho .303 de fuzil ou de metralhadora Bren. Estavam em cunhetes apodrecidos ou es-palhados aos milhares na areia.

A seguir, vi feixes de cartuchos de artilha-ria presos quatro a quatro. O latão do estojo era mais resistente à água salgada e foi só limpar um pouco que se conseguia ler o calibre, o fabrican-te e distinguir a espoleta. Lembro que em um deles constava a data de 1929, e acredito que

Caminhões nos porões do navio

A popa do navio com o hélice

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seria munição do famoso canhão 25 Libras Mk II. Em seguida, encontramos colossais obuses, talvez de 380 mm, para os canhões dos encoura-çados de Alexandria, que estavam dispersos por toda a parte. Era extasiante!

Nadamos em direção ao porão Um. Antes da penetração, consegui localizar outro vagão que estava quase na borda do convés a bom-bordo. Ele era arredondado, para transporte de água. Voltando a cabeça, também vi o mastro que estava partido ao meio; pedaço dele caiu no costado de boreste.

No porão Um, também havia andares. O primeiro estava cheio de Morris e motos BSA ou Norton, não consegui distinguir. Mais abaixo, encontramos dezenas de pneus, de todos os ta-manhos, botas de borrachas, mais fuzis Lee En-field e suprimentos diversos. Encontrei também algumas ampolas de vidro ainda com o medica-mento dentro e que jaziam na areia do fundo do porão. Um quadro comovente, ímpar, mas para um mergulhador de naufrágio, isso era um retorno extraordinário no tempo.

Uma volta na proa e nos deparamos com um enorme cabrestante, ainda com a corrente engastada. Não existia nenhuma arma no castelo e a âncora de bombordo estava firme, enfiada no seu escovém. Já o ferro de boreste permanecia unhando a areia do leito marinho, ainda preso na sua amarra, fato que confirmava o naufrágio com o navio fundeado nesse mesmo lugar.

Eu conhecia muito bem a história das loco-motivas. Com a explosão, ambas haviam sido ar-remessadas no mar, uma por cada bordo. O tem-po estava terminando, mas eu queria muito uma foto mais perto da locomotiva. Vi uma sombra lá embaixo na areia. Estava na altura do porão Quatro, o arrombado, um pouco mais avante. Desvencilhei-me da guia e nadei nos destroços da locomotiva. Maldição! A locomotiva não es-tava inteira, só existia um pedaço da frente da máquina e as rodas que faziam parte dela. Acho que foi a bomba que provocou isso. Um fiasco! Na sequência, teve aquele ritual de sempre: su-bir a bordo pela plataforma de popa, tirar o cole-te, o cilindro e a roupa de exposição. Guardar o lastro e as nadadeiras, tomar uma chuveirada de água doce, secar o corpo e sentar em um canto qualquer para preencher o logbook.

Foram mergulhos excepcionais os que reali-zamos no naufrágio do SS Thistlegorm; todavia, tivemos sorte. Éramos somente nós quatro e o navio nos pertencia. Isto normalmente nunca

acontecia. Em tempos pacíficos no Egito, havia grande quantidade de mergulhadores que ex-ploravam diariamente o naufrágio. Diversas em-barcações de apoio fundeavam no local e se o mergulhador não prestasse muita atenção, podia correr o risco de emergir em outro barco.

Essa multidão de gente tem preocupado as autoridades egípcias, na medida em que vem acelerando a corrosão das estruturas em virtude do acúmulo de bolhas de ar em bolsões e a re-tirada de objetos dos locais originais. Inclusive, ouvi o Mandoh Abokarin, capitão do Ghazala I, comentar de uma possível limitação diária de mergulhadores ou, simplesmente, o fechamento por tempo indeterminado desse ponto de mer-gulho. A ideia seria proteger esse fantástico mu-seu submerso.

*Nestor Magalhães é mergulhador e autor do livro De Truk a Narvik - Mergulhando na História.

Granadas e destroços de veículos militares

Motos dentro do porão 1

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ESCOLA DE VELA MINuANO

O ensino da vela aliado à convivência familiar

A Escola iniciou 2015 com novos projetos e manteve sua pedagogia de ensino baseada no esporte, educação e diversão.

A vela abrange muitas áreas do conhecimento e estimulam as crianças no desenvolvimento físico e mental

EVM montou um programa de aulas e conteú-dos para este ano que traz algumas novidades. Eles foram apresentados numa reunião para os pais em abril. Atividades com pais e filhos fo-ram reformuladas para estimularem maior con-vivência das famílias no Clube. Acampamentos, formaturas e dias com eventos especiais estão igualmente previstos. Os métodos da EVM não buscam somente a formação de atletas, mas desenvolve uma pedagogia mais abrangente da vela como atividade de lazer, contato com a natureza e orientação educacional para as

crianças. A criação da Turma Jovem, curso inédito

voltado para jovens entre 14 e 18 anos e a parceria com escolas que trarão seus alunos para os cursos de vela também são algumas dessas ações. O primeiro evento de encontro com país foi realizado em abril com cerca de 90 pessoas. Elas compareceram para sabore-ar o choripan oferecido pela escola e pude-ram conversar com os seus diretores. Após o almoço também houve o test drive, que são passeios de barcos com os pais que ainda não

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A

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haviam velejado. O comodoro Eduardo Ri-bas, o vice-comodoro Social e Diretor da EVM Christian Willy e o professor da EVM Mauro Ferreira além de promoverem a integração do grupo conversaram com os pais sobre os pro-jetos da EVM.

A Turma Jovem iniciou também em abril com aulas às sextas-feiras destinadas para clas-ses monotipos e oceano. A Vela Jovem busca formar tripulantes capacitados para suprir as classes atuantes do Clube e também proporcio-nar a uma nova geração de velejadores a convi-vência em nosso ambiente. Para participar não há necessidade de saber velejar ou já ter feito algum curso da EVM.

A estrutura da Escola foi ampliada com a contratação de mais instrutores para atender a demanda de alunos. Os cursos ganharam no-vos nomes conforme os níveis, designados pela cores: branco, amarelo, verde, laranja e preto. As turmas contam com 34 alunos no total, que somados aos das flotilhas chegam ao número de 50.

E as turmas de vela para Adultos: Iniciação (monotipos) com cinco alunos e Iniciação Oce-ânica com cinco. A EVM mantém a programa-ção dos cursos de habilitações. E março ocor-reu o Arrais amador com oito alunos e maio com seis. E o Mestre amador teve uma turma com 10 alunos, de março a maio.

No verão foi realizado a tradicional Co-lônia de Férias com a participação de 210 crianças no total nas cinco semanas, janeiro e parte de fevereiro. O contato com natureza e as brincadeiras na água foram os pontos fortes. Elas fizeram trilhas no pátio, passeios de bote, remadas de SUP, rampa de sabão, banhos de piscina, arvorismo, torta na cara e sessões de pinturas e desenhos. Para as crianças de fora do Clube foi uma oportunidade de conhece-rem melhor o Guaíba. A Colônia de Inverno está confirmada para julho, entre os dias 28 e 31.

As parcerias com escolas estão sendo de-senvolvidas. Depois do Colégio Militar em março, a EVM e o colégio Leonardo da Vin-ci, da Zona Sul, acertaram um convênio para o segundo semestre no qual os alunos farão os nossos cursos de vela durante a semana e além deles será aberto também para os pais, promo-vendo mais uma forma de integração. Almoço da EVM com pais e filhos

Primeira turma da Vela Jovem com o professor Ricardo Titoff

Na confraternização as famílias também experimentaram a sensação de velejar

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epois de uma final dramática para os velejado-res de Ilhabela (SP), a vaga ficou com a dupla Cláudio Teixeira e Bruno Oliveira, vencedores da competição. Em segundo lugar ficaram José Roberto de Jesus e Otávio Cardoso (SP) e em ter-ceiro Bernardo Arndt e Adriana Overgoor (SP).

Ao cruzar a linha de chegada o timoneiro Cláudio Teixeira, 47, que irá pela primeira vez aos Jogos Pan-americanos abraçou fortemen-te o seu proeiro Bruno Oliveira, medalha de prata nos Jogos de Guadalajara em 2011 com Bernardo Arndt, num gesto que mostrou muito do sentimento naquela hora. A emoção não era para menos. Qualquer um dos três primeiros co-locados tinha chance de levar o título e a única possibilidade para Cláudio e Bruno era vencer a última regata. Largaram mal, mas foram recupe-rando posições, de sexto lugar até ao primeiro.

Dupla de Ilhabela garantiu vaga para os Jogos de Toronto

Os representantes brasileiros da classe Hobie Cat 16 para os Jogos Pan-americanos de 2015 foram conhecidos no Campeonato Sul-brasileiro realizado no Clube em março.

Ainda assim, terminaram empatados em 16 pon-tos com os vices, porém sabiam que ganhariam o título no critério de desempate.

“Viemos para ganhar, mas sabíamos que seria difícil. No campeonato nós tivemos que superar o mito da HC 16, Bernardo Arndt, e o experiente Jesus, dois nomes fortes da classe e possuidores de vários títulos. Foi muito tenso, mas teve um final feliz,” disse Claudinho.

Ao chegar à terra, o campeão abraçou o vice e lamentou tirar a vitória do seu amigo de 30 anos que o ajudou nesta campanha. Roberto, que perdeu pela quarta vez a chance de ir ao Pan-americano, disse que mesmo assim estava satisfeito porque “os representantes são do gru-po de Ilhabela”. Cláudio e Bruno começaram a velejar juntos há um ano e meio e o timoneiro atribuiu à conquista a experiência do seu proeiro

Só a vitória interessava a Cláudio e Bruno na última regata

D

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e a evolução técnica que a dupla vinha obtendo neste período.

O Sul-brasileiro também teve a disputa do Hobie Cat 14. O vencedor foi o catarinense Adam Max Mayerle, que ganhou o título por antecipação. Em segundo lugar ficou o gaúcho Márcio Tozzi, do Veleiros do Sul. Adam, 31 anos, conquistou o seu terceiro título do SulCat ao vencer sete das oito regatas do campeonato. No último dia foi para raia só para fotografar a regata.

“Nós temos uns 15 velejadores de HC 14 atuantes e isso faz a diferença. Aqui em Porto Alegre, com exceção do Tozzi e do Lindau, é gente que está começando na flotilha, como o grupo de velejadores do Clube Náutico de Ita-puã”, disse Adam, 31 anos. Dos 10 competido-res no SulCat, cinco eram de Santa Catarina.

Com a definição da classe HC 16, a equipe de vela brasileira que competirá nos Jogos Pan-

americanos de Toronto ficou completa com os seguintes velejadores: Snipe: Alexandre Parade-da e Lucas Aydos; Sunfish: João Hackerott; Li-ghtining: Cláudio Biekarck, Gunnar Ficker e Ma-ria Hackerott; Laser Radial: Fernanda Decnop; Laser Standard: Robert Scheidt; RS:X masculino: Ricardo Winicki e feminino: Patrícia Freitas e J24: comandante Maurício Santa Cruz.

A competição teve a participação de 30 barcos na classe HC 16 e 10 na HC 14 de oito estados. A flotilha do Veleiros do Sul contou com a participação de sete tripulações na HC 16 e uma na HC 14. A cerimônia de premiação e encerramento do campeonato ocorreu com a presença do presidente nacional da ABCHC Luiz Gonzaga Machado e do presidente da Confederação Brasileira de Vela Marco Aurélio de Sá Ribeiro, que veio para acompanhar a de-finição da última vaga da equipe de vela para o Pan de Toronto.

Jesus e Otávio perderam o título e a vaga para o Pan-americano no desempate

Abraço para comemorar título e desabafar depois de uma regata tensa

A dupla do Clube com Ricardo Lis e Gustavo Azambuja venceu na categoria Júnior

Adam Max foi absoluto na disputa do Hobie Cat 14

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Galera do Hobie Cat reunida no encerramento

Márcio Tozzi foi vice-campeão

CLASSE HObIE CAT 14

GeralCampeão: Adam Max Mayerle (SC)2º Márcio Tozzi (VDS/RS)3º João Carlos Lindau (RS)

Campeões por categoriasEstreante: Vinícius Dall’Agnol (RS)Gran Master: Márcio Tozzi (VDS/RS)Master: Klaus Mueller (SC)Junior: Richard Klafke (RS)

CLASSE HObIE CAT 16

GeralCampeão: Cláudio Teixeira e Bruno Oliveira (SP)2º José Roberto de Jesus e Otávio Cardoso (SP)3º Bernardo Arndt e Adriana Overgoor (SP)4º André Montenegro Henriques e Isabelle Crispim (PB)5º Marcos Ferrari e Caroline P. Sylvestre (SP)

Campeões por categoriasEstreantes: Allan Godoy e Eliseu da Silva (PR)Júnior: Ricardo Lis e Gustavo Azambuja (VDS-RS)Barco Nacional: Allan Godoy e Eliseu da Silva (PR)Super Gran Master: Luiz Gonzaga Machado e Eluisio Biancarde (ES)Grand Master: Carlos Afonso Sodré e Liane Sodré (RJ)Master: Cláudio Teixeira e Bruno Oliveira (SP)

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Como está a preparação para a Olimpíada do Rio?

A vela nunca teve tanta estrutura pra se preparar. Temos bons veleja-dores, uma boa comissão técnica. E a Olimpíada vai trazer visibilidade para a vela, para bem e para o mal. Mas a gente acredita que a vela vá ser o es-porte dessa Olimpíada. Primeiro por-que apostamos em pelo menos seis fi-nais com brasileiros com possibilidade de medalha. Segundo que o público vai poder assistir as disputas. Moram 800 mil pessoas em torno do local das me-dal races.

Como está evoluindo o projeto com a Vela Jovem?

Temos uma preocupação grande com 2020 em diante. Temos o comitê da Vela Jovem, uma equipe que a gente identificou e está procurando desenvol-ver. Isso é uma grande novidade, um in-vestimento de R$ 350 mil por ano. Além disso a gente está com um programa de popularização da vela, fortalecendo as federações. Tínhamos cinco federações e hoje são 15. Cada federação tem um projeto de vela jovem. Esse é um traba-lho que se começa na base. Se investe na base para formar um campeão. Ale-xandre Paradeda é nosso diretor e tem feito um excelente trabalho como dire-tor e como técnico. É um trabalho de longo prazo.

Nós temos uma classe Optimist muito forte, de nível muito alto. O sul está com uma safra fantástica, como o Tiago Quevedo, um atleta com grandes chances de medalha. Nosso Optimist tem um dos melhores níveis técnicos do mundo e a gente só não consegue reproduzir isso em nível mundial por-que mandamos parte das crianças pro Norte-americano, parte pro Europeu, enquanto tem equipe que corre os três e o cara chega preparado no Mundial.

CINCO PERGuNTAS

Marco Aurélio Sá, presidente da Confederação Brasileira de Vela

qual os principais desafios na vela de alto rendimento no brasil?

A verdade é que o quadro da vela é muito bom. O quadro do país não é tão bom assim e isso tem repercussão na vela. Os preços dos equipamentos são altos, a gente não produz aqui no Brasil. Mas temos uma Olimpíada no nosso país, isso pode nos favorecer.

Hoje não tem como enfrentar essa falta de material. O nosso velejador vai ter que ser mais eficiente, mais econô-mico, ter um planejamento mais criati-vo. Sempre tivemos essa dificuldade. O velejador brasileiro só via uma vela nova quando corria um mundial. Teve cara que correu mundial e ia razoavelmente bem com vela que não era nova. Hoje em dia o novo velejador gasta uma vela nova por campeonato internacional. A classe Finn gasta 12 velas por ano. Eu acho que vela tem recursos suficientes, mas o problema é a eficiência no uso desses recursos. O dinheiro têm de ser melhor gasto.

O ideal seria investir mais no atleta e menos em estrutura para atleta. Por exemplo, a CBVela paga viagem, bar-cos. Devíamos focar mais no atleta e menos em distribuir benefícios. A gente distribui muito benefício e não se tem aquela contrapartida exata do atleta.

Como a CbVela está trabalhando com a definição da equipe olímpica?

Na vela tem uma discussão recente sobre objetividade e subjetividade, uma discussão absolutamente mal posta, porque na verdade só há subjetividade. Na Seletiva e nas decisões em geral, as decisões são subjetivas. Meu sonho é que o Torben tomasse decisões como ele toma num barco.

A decisão fica com o diretor técni-co como é em qualquer confederação.

Ele pode errar, mas pelo menos é o cara mais gabaritado pra errar. A minha intenção original era essa, entregar na mão do Torben e ele escolher, ele mon-ta o time. Mas aí foi criado um conse-lho técnico, criaram uma série de coisas que gera um sistema híbrido, que leva a questionamentos.

O senhor acha que os clubes estão fazendo a sua parte em manter o esporte da vela?

O que acontece hoje é que os clu-bes estão em crise no Brasil inteiro. Eles foram tomados pela parte social e o es-paço da vela vai diminuindo cada vez mais. Aqui no Sul vemos uma excessão. Por isso é que os resultados estão vindo aqui pelo Sul. Veleiros do Sul e Clube dos Jangadeiros mantêm a tradição da vela. Mas isso não é a realidade do res-to.

O futuro da vela passa pelo forta-lecimento das marinas públicas e das federações. Senão a vela vai morrer em vários outros estados. Aqui ainda vai durar e claro que os clubes têm um pa-pel importantíssimo nisso.

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A vez do Coringa ganhar o troféu do Brasileiro de Soling

Campeonato também contou com a participação de estrangeiros

campeonato era brasileiro, mas tinha gringos na disputa e justamente os caciques da Associação Internacional de Soling: o canadense presidente da classe e tricampeão mundial Peter Hall e o alemão Michael Dietzel, vice-presidente. Mas o destaque na competição foi a vitória inédita da equipe Coringa formada por Lucas Ostergren, Carlos Alberto Trein e Roger Lamb.

Este título foi o segundo do timoneiro Lucas Ostergren que ganhou o brasileiro pela primeira vez em 2004 com a tripulação comandada por Ernesto Neugebauer. Desde então, Lucas veleja-va mais de Laser e assumiu o posto de timoneiro no Coringa na véspera do campeonato iniciar. “Nós velejamos bem durante toda a competição, tivemos apenas uma regata ruim, mas isso é nor-mal, não dá para acertar todas. Foi divertido por-que o Trein e o Roger são ótimos companheiros

e bons velejadores. Sem o entrosamento deles ficaria difícil chegar à vitória”, comentou Lucas, de 36 anos.

Carlos Trein e Roger Lamb compõem a equipe Coringa há mais de 10 anos, juntos com Guilherme Roth que neste ano saiu da classe. E dessa vez deu tudo certo para eles. “Velejamos atentos aos movimentos dos nossos adversários e de olho nos rumos. Nunca tínhamos velejado juntos, ao contrário da maioria das outras tripu-lações. Por isso, de certa maneira, foi uma sur-presa esse resultado”, avaliou Carlos Trein, do time Coringa.

O Brasileiro de Soling teve seis regatas rea-lizadas em três dias. A disputa acabou mais con-centrada entre os barcos Coringa e Don’t Let Me Down (vice-campeão) com uma diferença entre eles na classificação final de apenas um ponto.

O

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Uma situação normal em se tratando da flotilha de Soling, pois sua principal característica é o equilíbrio entre as tripulações nas competições.

Fato reconhecido pelo canadense tricam-peão mundial e presidente da classe, Peter Hall, que correu em Porto Alegre com os gaúchos Marcus Silva e Régis Silva no barco Insano e terminou em quinto lugar. Na entrega de prê-mios ele destacou o nível da flotilha brasileira que possui diversos velejadores entre os cinco melhores do mundo. Em 2014 ele foi campeão mundial e a equipe do Don’t Let Me Down foi vice, no Uruguai.

“Este campeonato é o primeiro grande evento de 2015 da classe que comemora 50 anos de fundação. Nós iremos publicar um livro e o Veleiros do Sul estará presente na obra por fazer parte da história do Soling”, disse Peter. A tripulação alemã com Michael Dietzel mais a sua filha Anna e Hannes Ramoser terminaram em 9º lugar.

“Esta foi a minha primeira vez no Brasil, vim a convite do Nelson Ilha. Gostamos tanto de ve-lejar em Porto Alegre que desejamos voltar no

Tripulação da Alemanha gostou tanto da hospitalidade que pretende voltar a Porto Alegre

Canadense Peter Hall, tricampeão mundial e presidente mundial da classe correu no timão com os gaúchos Marcus Silva e Régis Silva

ano que vem. É uma boa raia para o Soling, com condições maravilhosas, mas antes de tudo, o que a gente mais curtiu foram as pessoas. Isso porque o campeonato é feito pelos seus competidores e aqui temos grandes velejadores”, destacou o vice-presidente.

O 45º Campeonato Brasileiro de Soling teve a participação de 11 barcos e o apoio da Água de Arcanjo.

CLASSIFICAçãO FINAL

1º Lucas Ostergren, Carlos Alberto Trein e Roger Lamb (VDS) 10 2º Cícero Hartmann, Flávio Quevedo e André Renard (VDS) 11

3º Marcos Pinto Ribeiro, Frederico Sidou e Lúcio Pinto Ribeiro (VDS) 17 4º Nelson Ilha, Gustavo Ilha e Carlo De Leo (VDS) 18

5º Peter Hall, Marcus Silva e Régis Silva (CAN) 19 6º Kadu Bergenthal, Eduardo Cavalli e Renan Oliveira (VDS) 25

7º Roberto Paradeda, Leonardo Mayrhofer e Rafael Paglioli (CDJ) 29 8º Henrique Horn Ilha, Alexandre Mueller e Fernando Horn Ilha (RGYC) 30

9º Michael Dietzel, Anna Dietzel e Hannes Ramoser (GER) 44 10º José Horácio Ortega, Ismael Rocket, Edgar Oppitz (VDS) 49

11º Victor Hugo Schneider, Manfredo Floricke e Pedro Ilha (VDS) 58

Entrosamento da tripulação do Coringa levou à vitória na competição

Don’t Let Me Down ficou atrás por um ponto de diferença

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O trio El Demolidor foi o vencedor do Campeonato Sul-brasileiro da classe Soling, realizado nos dias

11 e 12 de abril. Kadu Bergenthal, Eduar-do Cavalli e Renan Oliveira comemoraram o primeiro título da equipe, após um de-sempenho consistente nas quatro regatas realizadas no sábado e domingo na raia da Pedra Redonda no Guaíba.

Em segundo lugar ficou o barco Don’t Let Me Down com Cícero Hartmann, Flá-vio Quevedo e André Renard e em tercei-ro o time do Coringa, formado por Lucas Ostergren, Beto Trein e Roger Lamb. A dis-puta não fugiu do nível da flotilha gaúcha, que em todas as competições tem mostra-do equilíbrio entre as equipes.

“Foi um campeonato excelente para nós. A última regata foi a mais difícil por-que estourou o moitão da vela grande e perdemos um pouco de potência, mas ainda sim conseguimos administrar a desvantagem para não sermos ultrapas-sados pelo Don’t Let Me Down, que po-deria nos tirar o título. Por isso agradeço ao bom trabalho da minha tripulação”, comentou o timoneiro Kadu, 33 anos. No Sul-Brasileiro o vento foi de intensida-de fraca a média no sábado e no domin-go com a entrada do sul as rajadas che-garam até 16 nós. As equipes do barco El Demolidor e do Equilibrium, dos três Ilhas (Nelson, Gustavo e Felipe) representarão o Brasil no Campeonato Mundial da classe Soling que ocorrerá em maio na Itália.

El Demolidor venceu o Sul-brasileiro de Soling

CLASSIFICAçãO FINAL

1º El Demolidor - Kadu Bergenthal, Eduardo Cavalli e Renan Oliveira (VDS) 7

2º Don’t Let Me Down - Cícero Hartmann, Flávio Quevedo e André Renard (VDS) 10

3º Coringa - Lucas Ostergren, Beto Trein e Roger Lamb (VDS) 13

4º Bossa Nova – Marcos Pinto Ribeiro, Frederico Sidou e Lúcio Pinto Ribeiro (VDS) 14

5º Calidris – Henrique Horn Ilha, Alexandre Mueller e Carlo De Leo (RGYC) 19

6º Equilibrium – Gustavo Ilha, Philipp Grochtmann e Felipe Ilha (VDS) 24

7º Insano – Marcus Silva, Carlos Felipe e Régis Silva (VDS) 25

8º Vento e Alma – José Ortega, Inácio e Pedro Ilha (VDS) 32

El Demolidor obteve seu primeiro título no Sul-brasileiro

Regatas com boas condições de vento compensaram as tripulações no dia final do campeonato

Pódio do Sul-Brasileiro com os três primeiros colocados

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O Campeonato Brasileiro da classe Laser foi disputado em janeiro no Iate Clube do Rio de Janeiro. Na classe Standard a flotilha do VDS teve dois velejadores no top 10 do Brasil. André Passow terminou em 14º lugar na geral e em sexto na classificação entre os brasileiros, enquanto Philipp Grochtmann foi o 17º geral e sétimo nos resultados nacionais.

Rodolfo Streibel em 24º (13º) e Alan Willy em 30º (18º). O catarinense Bruno Fontes foi o vencedor.No Brasileiro das classes Laser Radial e 4.7 o VDS ficou com três velejadores entre os dez primeiros colocados na Radial.

Alan Willy terminou em sexto lugar, seguido por Antônio Rosa (Totó) em 7º, Henrique Dias, em 10º e Marcelo Gallicchio em 28º. Na Radial o vencedor foi João Hackerott, de São Paulo. Na Laser 4.7 Diego Falcetta ficou em 28º na classificação.

Nossa flotilha no Brasileiro de Laser

A schooner brasileira Atrevida participou de dois grandes desafios internacionais em águas do Caribe levando a bandeira do Veleiros do Sul. Em março competiu na 35ª St.Maarten Heineken Regatta e ficou em terceiro lugar na classe Lottery. No mês seguinte na 11ª Panerai Classic Yacht Challenge, no Antigua Classic Ya-cht Regatta e terminou em 2° lugar na Vintage B, e 9° no geral. A tripulação do lendário barco de 95 pés foi composta em parte por associa-dos do Veleiros do Sul, com o comandante Átila Bohm, Miguel Virgílio Petikovicz e André Gick. Um dos maiores barcos a participar dos eventos, a Atrevida foi lançada em Bristol Rhode Island em 1923 (EUA) e trocou o nome de Wildfire para Atrevida, depois que passou a navegar no Rio de Janeiro em 1946. “É legal velejar com os amigos que apreciam boas regatas e ao mesmo tempo contar com o trabalho de uma tripula-ção qualificada”, comentou o comandante, Ati-la Bohm.

Bandeira do VDS no Caribe

André Passow foi o melhor no Laser Standard Alan Willy foi o 6º colocado na Radial

Atrevida com as cores do VDS

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VOLVO OCEAN RACE

O slogan da Volvo Ocean Race é “A vida no extremo”. Uma boa definição para retratar a rega-

ta de volta ao mundo, um desafio lon-go e difícil. A prova dura nove meses, considerada a maior entre os eventos esportivos mundiais, passa por quatro oceanos e cinco continentes, totalizan-do 38.739 milhas náuticas. A cidade de Itajaí foi pela segunda vez a Stopover da regata na América Latina e tem re-forçado a sua imagem de pólo náutico internacional.

O CEO da Volvo Ocean Race, Knut Frostad, considerou novamente a cidade como a principal parada da regata pela organização, números de visitantes e principalmente o carinho dos brasileiros com os velejadores. A Vila da Regata bateu recorde de públi-

A paixão de Itajaí pela regata de volta ao mundo

Itajaí foi “a melhor de todas as paradas”, segundo a organização da VOR

co ao receber 320.205 visitantes, e os molhes de Itajaí e Navegantes 32 mil, totalizando um público de 352.205 pessoas, sem contar as centenas de em-barcações no mar. Na Vila da Regata também circularam celebridades do fu-tebol, modelos internacionais e de TVs. “Fiquei impressionada com a quantida-de de visitantes em Itajaí. Nossa cidade é muito pequena, e vai ficar difícil su-perar essa marca”, falou a prefeita de Newport Jeanne-Marie Napolitano du-rante cerimônia de despedida.

O Veleiros do Sul certamente foi um dos clubes brasileiros com maior número de visitantes em Itajaí. Diversos grupos de associados alugaram barcos - alguns foram em seus próprios velei-ros - para assistirem as regatas Inport e a largada para a sexta perna até Newport,

além de circularem pela Vila Volvo.Os associados Leandro Ries e Da-

niel Müeller fizeram parte da tripulação do barco Brunel nas regatas Pro Am. A parada da Volvo Ocean Race mo-vimenta não só Itajaí, mas as cidades vizinhas. Durante os 17 dias teve uma intensa programação cultural, artística, sustentabilidade e esportiva. A mini re-gata Volvo Academy para velejadores da classe Optimist, atraiu 32 velejado-res de até 15 anos da região, divididos em oito times. O velejador olímpico Bruno Fontes ajudou na preparação dos pequenos velejadores. A iniciativa estimula a prática esportiva, a paixão pelo mar, o trabalho em equipe.

Ricardo Navarro, coordenador náu tico da Parada de Itajaí, liderou uma equipe de 60 pessoas somente da parte

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André “Bochecha” Fonseca, único velejador brasileiro à bordo da VOR virou ídolo e anfitrião da regata em Itajaí. Ele recebeu no Mapfre a turma do Veleiros do Sul

de água. “Nossa preparação aqui come-ça com um ano de antecedência e são muitos detalhes, como alugar um guin-cho especial para 200 toneladas, alugar helicópteros e logística na Vila da regata. O Porto de Itajaí é nosso parceiro, com eles conseguimos dragagem para man-termos o calado de 5 metros no ancora-douro, movimentação de poitas, entre outras coisas, e tudo isso é de grande contribuição”, conta Navarro. O evento também tem a parceria institucional dos governos estadual e municipal. Segun-do a organização o valor do custo desta edição foi de cerca de R$ 9 milhões.

“A Vida no Extremo”, como ele-mento de marketing para a Volvo alia a imagem da empresa sueca à ideia de força, inteligência e desafio. E isso serve para os seus consumidores Volvo. Por-que afinal de contas, uma vida extre-mada é sempre admirada!

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Os VOR 65: velocidade e segurança

A 12ª edição da Volvo Ocean Race anunciou como destaque os novos veleiros one design

de 65 pés, uma novidade na regata de volta ao mundo, que substituíram os VOR 70 utilizados em 2012. “Para ter-minar em primeiro, primeiro você tem que terminar a regata”, esse foi um dos fatores na hora da concepção do proje-to desenvolvido pela Farr Yacht Design, um barco robusto, mais veloz que os anteriores e custo acessível.

O veleiro tem 19m80cm de compri-mento por 5m60cm de largura, calado de 4m78cm, peso de 12,4 toneladas e casco em fibra de carbono. O barco con-

ta com um conjunto de 12 velas, mas apenas oito podem ser embarcadas em cada etapa. Nada pode ser reparado ou modificado sem permissão dos medido-res da VOR. As substituições são proibi-das e por isso a equipe do Mapfre perdeu dois pontos após a quinta perna por ter colocado umas talas de reforço na proa do barco e mexido nos outriggers (ben-galas que ficam para fora da amurada do casco) por onde passam as escotas.

Todos os controles das velas do barco são manuais, feitos através dos grinders. O nível de carga é alto e exige muita força e resistência por parte dos velejadores. A tripulação é composta

pelo capitão, navegador e mais seis tri-pulantes que se dividem em turnos. No barco das mulheres (SCA) vão 11 vele-jadoras. Os barcos possuem uma esta-ção de navegação e também acompa-nham por satélite a previsão do tempo.

Eles carregam modernos equipa-mentos de comunicação. Em cada ve-leiro vai a bordo um jornalista, chamado de OBR, que produz diariamente mate-rial de texto e imagens para divulgação. As câmeras a bordo mostram imagens em tempo real, as reações dos veleja-dores, sem edições. Eles dizem que é importante que as pessoas vejam o que acontece numa regata.

Os VOR 65 construídos com tecnologia de ponta Estação de navegação

Bochecha mostrando como são feitas as refeições em con-dições de mar grosso, escorado na beira da compacta cozinha

As câmeras que mostram toda a movimentação da equipe no convés

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Após liderar a disputa de ponta a ponta o velejador André Passow do Veleiros do Sul conquistou o título do Campeonato Estadu-al de Laser Radial realizado de 1 a 3 de maio em Rio Grande pelo Rio Grande Yacht Club. Além do campeão Bingo no topo, o Veleiros do Sul completou o pódio com o vice-campeão Allan Willy e com Antônio Cavalcanti Rosa em terceiro. Também representaram o VDS na dis-puta Phillipp Grochtmann (4º), Henrique Dias (6º), Rodolfo Streibel (7º), Bryan Matthew Luiz (10º) e Rodrigo Quevedo (12º). O campeonato contou com 19 velejadores.

O barco Crioula29 representou o VDS no Mitsubishi Motors Soto 40 WC, o Mundial da

classe S40 realizado em abril no Iate Clube de Santa Catarina, em Jurerê. O campeonato contou com a parti-cipação de 11 tripulações da Amé-rica do Sul e Europa. O Crioula Sai-ling Team, comandado por Samuel Albrecht, terminou em oitavo lugar. O Mundial teve disputadas 10 regatas

Crioula Sailing Team disputou o Mundial de S40

Equipe do Veleiros do Sul foi um dos barcos brasileiros no Campeonato que ocorreu na raia de Jurerê

Sul-americano no Uruguai

e o título foi para o argentino Patagô-nia, do comandante Norberto Alvarez. O brasileiro Pajero, de Eduardo Souza Ramos foi o vice-campeão e o chileno Itau, de Dag von Appen foi o terceiro colocado. A equipe do Veleiros do Sul foi composta por George Nehm, Sa-muel Albrecht, Alexandre Rosa, Ale-xandre Rimoli, Fabrício Streppel, Re-nato Plass, Eduardo Plass, Bruni Zirilli e Diego Garay na tripulação.

Bingo é campeão gaúcho de Laser Radial

Campeonato foi realizado em Rio Grande

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CAMPEONATOSO Crioula Sailing Team também

disputou a terceira etapa do Sul-ame-ricano da classe Soto 40, em março, no Uruguai. A tripulação terminou em quinto lugar. O vencedor foi o Patagô-nia de Norberto Alvarez. E no Circuito Atlântico Sur Rolex Cup, em fevereiro em Punta Del Este, disputou na classe ORC Internacional e ficou em segundo lugar.

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O Veleiros do Sul foi represen-tado no Campeonato Sul-americano da classe 420, rea-

lizado na Páscoa no Club Nautico San Isidro na Argentina, pela dupla Thiago Ribas e Erik Hoffmann. Eles finaliza-ram em 14º lugar geral e tiveram um início de campeonato difícil, com o rompimento da adriça da vela mestra e uma desclassificação numa boa re-gata. Com a chegada dos ventos mais firmes a dupla conseguiu terminar o campeonato com a melhor média das três regatas do último dia entre todas as tripulações e recebeu medalhas em reconhecimento.

“O campeonato foi muito disputa-do, sendo que o barco argentino cam-peão foi definido após a última regata e depois de julgado o último protes-to”, comentou o timoneiro Thiago. A dupla argentina vencedora foi Felipe Diniz e Ivan Aranguren, em segundo ficaram os gaúchos Tiago Brito e An-drei Kneipp (CDJ) e em terceiro os ca-

Thiago e Erik participaram do Sul-americano de 420

Thiago e Erik na raia do rio da Prata

riocas Leonardo Lombardi e Rodrigo Luz.

Em fevereiro a dupla do VDS viajou para Portugal e treinou com a equipe do Centro de Vela Sport Clu-be do Porto, comandada pelo técnico Hugo Pontes. Na Europa eles com-

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petiram no 41º Torneio Internacional Carnival Regatta 2015 no Algarve e fi-caram em 5º lugar. Depois disputaram a X Semana Olímpica da Andaluzia - Campeonato da Andaluzia de 420 e terminaram em 22º lugar realizado em Cádiz, Espanha.

A equipe formada por Geison Mendes, Gus-tavo Thiesen e Diego Quevedo foi a vencedora do Match Race Radimagem. Em segundo lugar ficaram Nelson Ilha, Manfredo Flöricke e Gustavo Ilha. E em terceiros George Nehm, Marcos Pinto Ribeiro e Rodolfo Streibel. A competição ocorreu em fevereiro e teve a participação de seis tripu-lações. As regatas foram disputadas na raia do Centro Histórico de Porto Alegre e foram acom-panhadas pelo público que costuma passear na orla do Guaíba. “O nível técnico ficou dentro de nossa expectativa já que o torneio foi destinado somente a velejadores convidados pela organiza-ção. Agradecemos o patrocínio da Radimagem e ao Veleiros do Sul que proporcionaram a realiza-ção do Match Race”, disse Geison.

Match Race Radimagem

Geison, Gustavo e Diego foram os campeões da disputa entre barcos

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CLASSE OCEANO

O retorno do Circuito Porto Alegre - Tapes

Delirium cruzando e linha de chegada na manhã de sábado em Tapes

C’est La vie, único representante do VDS nas classes medidas

Tripulações da regata reunidas na premiação

Uma navegada agradável marcou a retomada da Regata e Passeio Náutico Porto Alegre – Tapes, entre os dias 23 e 25 de abril. A largada da regata foi na noite de sexta-feira às 22h05 em frente

do Veleiros do Sul com a participação de nove barcos. O San Chico, de Francisco Freitas (CDJ), foi o fita azul ao cruzar a linha às 8h12min43 da manhã de sábado em Tapes, mas no tempo corrigido ficou em segundo lugar na classe OR.

O vencedor na ORC foi o barco Delirium, de Darci Rebello Júnior (CDJ). Na terceira colocação ficou o C’est la Vie, de Henrique Dias (VDS) . O Maná, de Márcio Lima (CDJ), ganhou na classe RGS, seguido pelo Gaivota, de Márcio Coutinho (ICG). Na classe Cruzeiro o vencedor foi o barco Catavento II, de Claus Tröger Pich (ICG). A distância da regata foi 62.6 milhas com vento sul a sudoeste e intensidade média.

Sem vento no domingo na Lagoa dos Patos, as regatas barlasotas não puderam ser realizadas e ficou valendo apenas os resultados da regata longa. Junto com a competição ocorreu o Passeio Náutico até Tapes com a participação de cinco barcos, veleiros e lanchas. A realização do even-to foi do Veleiros do Sul e Clube Náutico Tapense. No sábado à noite teve um churrasco de confraternização com a presença do comodoro Eduardo Ribas do VDS e da comodoria do clube anfitrião. A premiação da regata foi realizada no final da manhã de domingo no CNT. O evento teve o apoio da Marinha do Brasil e da Equinautic.

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