O Juiz de Paz na Roa Martins Pena

Personagens:

JUIZ DE PAZ ESCRIVO DO JUIZ DE PAZ MANUEL JOO, lavrador (guarda nacional). MARIA ROSA, sua mulher. ANINHA. sua filha. JOS (DA FONSECA), amante de Aninha. Lavradores: INCIO JOS JOS DA SILVA FRANCISCO ANTNIO MANUEL ANDR SAMPAIO TOMS JOSEFA. GREGRIO (Negros)

Enredo

A pea passa-se na roa e aborda com humor o jeito particular de passaser da gente roceira do Brasil do sculo XIX, focando as cenas em XIX, torno de uma famlia da roa e do cotidiano de um juiz de paz neste ambiente e explorando uma srie de situaes em que transbordam a simplicidade e inocncia daquelas pessoas. Na comdia, o juiz de paz um pequeno corrupto que usa a autoridade e inteligncia para lidar (e suportar) com a absurda inocncia dos roceiros, que lhe trazem os mais cmicos casos. O escrivo aparece como servo mais prximo do juiz e viabiliza suas ordens; no entanto, no intencionalmente corrupto e chega a surpreendersurpreender-se com algumas decises de seu superior. A famlia de Manoel Joo (incluindo o negro Agostinho) mais Jos da Fonseca formam o ncleo mais importante da pea. Os outros personagens so roceiros que servem para apresentar ao juiz de paz as esdrxulas situaes que ele deve resolver.

Espao / Tempo

Rio de Janeiro - casa de Manuel Joo e casa do Juiz de paz. A pea de 1837. O momento histrico da ao o mesmo da Revoluo Farroupilha, acontecida no Rio Grande do Sul, em 1834: da convocao militar que Jos, noivo de Aninha, vem fugindo. 0 casamento seria justificativa legal para seu no recrutamento. Coincidentemente, Manuel Joo o encarregado de conduzir o recruta ao servio militar - o que no acaba acontecendo, naturalmente ( A cena na roa ).

Estrutura da pea: pea:

Ato nico com 23 cenas (incluindo a Cena ltima)

Temtica

Criticar as convenes sociais, o casamento, a famlia, o governo e satirizar figuras como padres, juzes, polticos inescrupulosos e novos ricos.

Biografia Martins Pena

Lus Carlos Martins Pena nasceu em 5 de novembro de 1815, no Rio de Janeiro. Estudou pintura, escultura e arquitetura e desde muito jovem comeou a escrever comdias. Colaborou na imprensa com artigos sobre espetculos lricos e teatrais e ingressou na carreira diplomtica em 1847, ano em que seguiu para Londres. considerado o fundador da comdia de costumes no Brasil iniciando sua carreira de dramaturgo com a pea "Juiz de paz na roa". Cognominado por Joo Caetano e Arthur Azevedo como o Molliere brasileiro diz dele Silvio Romero: "Se se perdessem todas as leis, escritos, memrias da histria brasileira dos primeiros cincoenta anos deste sculo XIX e nos ficassem somente as comdias de Martins Penna, era possvel reconstruir por elas a fisionomia moral de toda essa poca".

Fundador da comdia de costumes no Brasil, Martins Pena caracterizou pioneiramente, e com bom humor, as graas e desventuras da sociedade brasileira. A obra de Martins Pena evolui da stira em torno dos tipos e situaes de provncia, como em "O juiz de paz na roa", "Um sertanejo na corte" e "A famlia e a festa da roa" (as trs publicadas em 1842) para um vivo panorama burlesco dos costumes cariocas, como em "O Judas no sbado de Aleluia" (1844), "O irmo das almas" (1846), "O diletante" (1846), "Quem casa quer casa" (1845), "O novio" (1853), e "Os dois ou o ingls maquinista" (1871), em que ridiculariza a hipocrisia profissional ou religiosa, a corrupo e o oportunismo, j ento muito enraizados na vida social brasileira.

O dramaturgo realizou essas obras em dilogos que domina com mestria e que permanecem como vigoroso testemunho da linguagem coloquial do Brasil do sculo XIX. Martins Pena deixou ainda uma novela indita, O rei do Amazonas. Morreu em Lisboa, onde se encontrava de passagem, em 7 de dezembro de 1848. Trechos da Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes Ltda.

De sua autoria o Teatro de Amadores de Pernambuco encenou, comemorando o sesquicentenrio do seu nascimento a pea "O Capito do mato", com direo de Valdemar de Oliveira em 1965.

Alunos (as): Lucas de Jesus Lucas Assuno Vanessa Saraiva