o foco ed. 104 - notícia com nitidez

O FOCOj o r n a l o f o c o . c o m . b r

Ano 6 | Edição 10401 de julho de 2011Diretor: Thiago Melo

[cpi das casinhas]thiago melo

A suspeitA morA em ChAperó

a câmara dos vereadores de itaguaí finaliza os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito que investigou o suposto esquema de privilégios na "doação" de casas dos conjuntos turmalina, esmeralda e topázio a 23 funcionários da prefeitura. o relatório aponta suposto envolvimento de servidores, procurador-geral do município e da agora deputada estadual pelo pdt andreia Busatto. o Foco entrevistou ilcéia Vicente, uma das quatro pessoas que receberam as casas e que têm ou tiveram relação direta com o prefeito charlinho e a primeira-dama. Relatório será encaminhado ao ministério público.

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Alexandre Valle comparece a convocação da Câmara e se irrita com jornalista

Audiência Pública debate impactos ambientais na Ilha da Madeira

thiago melo jupy junioR

No aniversário de Itaguaí certamente há motivos para celebrar os inúmeros investimentos realizados pela administração atual. Po-rém, as questões urbanas ainda são urgentes: falta saneamento, lixeiras, praças estão abandonadas, o trânsito é caótico e falta sina-lização, principalmente no Centro. Blog fez a pergunta: "Você tem vergonha do Centro de Itaguaí?"

Página 2

Assessoria de comunicação da empresa não esclarece pontos impor-tantes sobre caso dos terrenos da Ilha da Madeira e sobre construção do Parque Municipal de Itaguaí. Página 4

A internet banda larga em Itaguaí não tem nada de "larga": conexão depende de sorte ou variáveis técnicas incompreensíveis para o con-sumidor. Lan-houses divergem quanto a qualidade. Página 4 Página 3 e 10

[itaguaí 193 anos] [expo 2011]

[dúVidas] ["leRdox"]

LLX seLeCionA perguntAs

oI ofereCe SerVIço InStáVel

Cidadão tem motivos para comemorar?

ana caRolina BRandão

Festa poderá custar até r$ 3 milhões aos cofres públicos

organização nega credenciamento a o Foco

surpresa!elza soares se apresenta na lona cultural

O FOCO Sexta-feira, 01 de julho de 20112

c o t i d i a n o

[jupy junior][email protected]

[ana carolina Brandão][email protected]

Imagine um turista, ou mesmo trabalhador que se mude para Itaguaí a fim de assumir emprego em um dos grandes empreendi-mentos da Cidade do Por-to. Qual será a sua primei-ra impressão ao chegar ao Centro de Itaguaí? Pres-tes a completar 193 anos, o centro da cidade foi alvo de uma enquete no blog “Política de Itaguaí”, que, de acordo com o seu autor, começou como uma brin-cadeira, traduzida pela pergunta “você tem vergo-nha do centro de Itaguaí?”. Porém a realidade aí está, e é feia: ruas esburacadas e alagadas, calçadas estrei-tas demais e sem revesti-mento, poeira, trânsito ca-ótico, esgoto a céu aberto. A cidade que tem um orça-mento que beira os R$ 40 milhões mensais é feia, su-ja, desorganizada e não re-flete a sua importância no estado do Rio de Janeiro.

FOTOS CONFIRMAMVários são os flagrantes

possíveis para atestar a si-tuação urbana precária em que se encontra Itaguaí, e o centro é apenas uma re-ferência. Lama e lixo espa-

[aniVeRsÁRio itaguaí]

Você tem vergonha do centro de itaguaí?

a pergunta foi feita em blog dedicado à política, e reflete uma condição urbana incompatível com a importância da cidade

lhados pelas ruas são uma constante. Camelôs ocu-pam calçadas e a poluição sonora – tema de uma ma-téria recente em O FOCO – também provoca irrita-ção nas pessoas, que, pelo menos na internet, concor-dam que sentem vergonha do centro. Sinais de trânsito também são um problema: algumas esquinas precisam deles. Quanto à segurança, a cidade acumula tristes co-locações em vários rankin-gs de incidência de crimes. A feiúra, no caso, não é só uma questão estética – per-feitamente visível nas pra-ças abandonadas, cães sol-tos pelas ruas e falta de pa-dronização geral – mas sim uma falta de cuidado com as questões urbanísticas em geral. Para o munícipe, o ditado “quem ama o feio bonito lhe parece” é total-mente improcedente.

SEM LATAS DE LIXO O FOCO estendeu a en-

quete às ruas. Para a cida-

dã Sandra Mara, a cidade está crescendo, mas falta planejamento para melho-rias no trafego de veícu-los. “Há muitos carros cir-culando pelas ruas, mas as ruas continuam muito es-treitas. O trânsito é horrí-vel” – alegou Sandra. Ou-tro dos problemas de tor-nam a cidade mais feia é o lixo. Em Itaguaí, as lixeiras são praticamente inexis-tentes nas ruas. Para Ana Lúcia dos Santos, funcio-nária da Locanty que há algum tempo trabalha na limpeza urbana, se existis-sem mais lixeiras seu tra-balho seria muito mais fá-cil. “Muitas vezes as pes-soas não têm onde jogar o lixo e jogam no chão, o que entope os bueiros. A água não tem pra onde correr e fica tudo alagado” – desa-bafou a funcionária.

Nos dias de chuva, quem precisa caminhar pelas ruas do centro têm que desviar das poças d’água para po-der seguir em frente. Tatia-ne Perreira, de 22 anos, mo-ra no bairro Chaperó des-de que nasceu, mas ainda fi-ca indignada com o desca-so pelo município: “As ru-as estão sempre alagadas, é só dar uma chuvinha que fi-cam cheias de poças”. Além das poças, Tatiane destaca o “excesso” de moradores de rua na cidade.

Sobre a questão dos bueiros, alvo de muitas reclamações dos muní-cipes, a Secretaria de Ur-banismo informou que a limpeza é feita a partir de reclamações dos mo-radores ou lojistas. “A pessoa encaminha uma

solicitação para a secre-taria, dizendo o nome da rua e a situação, que nós mandamos uma equipe para fazer a limpeza no local” – disse Alessandra Aguiar, funcionária da secretaria. Quanto à fal-ta de lixeiras a secretaria

alegou tratar-se de ser-viços terceirizados. Pa-ra esclarecer a situação do trânsito O FOCO entrou em contato com a Secretaria de Trânsi-to, mas até o fechamen-to dessa edição não ob-teve resposta.

o que dizem as autoridades

Fotos FaBiano Bastos/Blog política de itaguaí


lixo, poeira, desordem urbana e falta de padronização... ...são visíveis em itaguaí: cidade de precisa de mais atençaão

Vala negra no centro de itaguaí: questões urbanas são urgentes

“Muitas vezes as pessoas não têm onde jogar o lixo e jogam no chão, o que entope os

bueiros” ana lúcia,

funcionária da locanty

Sexta-feira, 01 de julho de 2011 O FOCO 3

entrada da expo 2011: o principal evento da cidade não tem contas divulgadas publicamente


A informação surgiu na sessão da Comissão de Fi-nanças da Câmara de vere-adores de Itaguaí (ler ma-téria “Escreva o que qui-ser” nesta edição): Ale-

xandre Valle, responsável pela organização da Ex-po Itaguaí 2011, disse que a festa poderá custar até R$ 2,5 milhões aos cofres da Prefeitura. Desse total, R$ 327,30 mil serão gastos com o show de Luan San-tana – principal atração

[expo 2011]

Festa caraexpo itaguaí pode custar até R$ 3 milhões aos cofres municipais, 42% do orçamento da secretaria responsável pelo evento

da festa – que se apresen-tará na terça (5). Todos os shows – exceto o do Gru-po Monobloco - são banca-dos pela Prefeitura. A cer-vejaria Itaipava, que tem a exclusividade do comér-cio de bebidas da Expo, vai pagar aos artistas do Mo-nobloco pela apresentação no domingo (3). Valle de-clarou que espera arreca-dar com a Expo 2011 apro-ximadamente R$ 500 mil, renda obtida com venda de espaços a expositores.

42% DO ORÇAMENTOA Expo 2011 é o maior

evento anual da cidade, e a estimativa de públi-co, segundo o site oficial, é de 600 mil pessoas nos seis dias de festa. Além dos shows no palco prin-cipal (ver matéria “Para dançar e curtir”, nesta edi-ção), a Expo abriga exposi-tores com comida, venda de roupas, acessórios, biju-terias, chapéus e até mes-mo carros e caminhões.

A festa, muito aguarda-da pela população, é uma alternativa às poucas op-ções de lazer na cida-de. Porém ela sai cara pa-ra os contribuintes: o cus-to pode consumir em mé-dia 42% do orçamento des-tinado à secretaria de in-dústria, turismo, esporte e eventos da Prefeitura.

CERVEJA, SÓ ITAIPAVANa sessão da Comissão de

Finanças da Câmara, o se-cretário Alexandre Valle dis-se que procurou várias cer-vejarias para oferecer a ex-

clusividade da comerciali-zação de bebidas na Expo. “Procurei a Ambev, mas não houve interesse” – disse Val-le. A Itaipava vai custear o show do Monobloco – e só. Outro patrocínio via incenti-vo fiscal organizado pela Se-cretaria de Cultura do Esta-do, da empresa Light, ain-da não havia sido confirma-do até terça-feira (28), a dois dias da abertura do evento. A SEC-RJ informou que o patrocínio da Light foi de R$ 300 mil, porém não esclare-ceu quando houve a aprova-ção pelo governo estadual.

O processo de licitação da festa, informou Alexan-dre, envolve a quantia to-tal de R$ 3 milhões. Deste total, somente um levanta-mento posterior poderá in-formar quanto efetivamente foi gasto. A descontar a ren-da obtida com os exposito-res, a conta pode ser abatida em R$ 500 mil, mas mesmo assim as despesas podem chegar a R$ 2,5 milhões.

DIVERSÃO E AZARAÇÃOApesar dos problemas

urbanos, de organização e do custo, para a grande


A Expo é uma reliza-ção da Prefeitura de Ita-guaí, organizada e cus-teada, portanto, com di-nheiro do contribuinte (ler matéria acima). Um evento desse porte não pode prescindir da im-prensa, mas este não é o entendimento da Prefei-tura, que, por meio da sua assessoria de comu-nicação, deixou o jornal O FOCO sem creden-ciais para o evento.

O FOCO entregou ofí-cio na Assessoria de Co-municação da Prefeitu-ra de Itaguaí na segunda (27), de acordo com ins-truções dadas por tele-fone. No ofício, o jornal solicitou seis credenciais para os profissionais que fariam a cobertura da festa e apresentou três argumentos. Eis parte do texto do documento: “Es-

‘porteira’ fechada para a imprensaprefeitura de itaguaí nega a o Foco credenciais para a cobertura da expo

tamos certos de que o sr. secretário atenderá a O FOCO, baseado em três argumentos: 1) no traba-lho que esta publicação tem executado nas ques-tões prementes do mu-nicípio; 2) na tradição de seis anos e mais de 100 edições; 3) no respeito que O FOCO tem ame-alhado junto a autorida-des e seus leitores”.

O documento foi rece-bido pela funcionária Fa-biana Rosa Carvalho, que avisou: “o fato de entre-gar o documento não sig-nifica que vocês vão con-seguir as credenciais” – disse ela enquanto assi-nava o recibo.

FALTA DE CLAREZA E TRANSPARÊNCIAA Prefeitura de Ita-

guaí não divulgou qual-quer critério de distri-buição de credenciais pa-ra profissionais de im-prensa ou qualquer ins-

trução a respeito das so-licitações. Também não fez qualquer nota, texto ou coletiva de imprensa - como é comum em even-tos de grande porte – pa-ra fornecer informações úteis aos munícipes, co-mo por exemplo esque-ma de trânsito, negocia-ção com artistas, atrações e seus horários, lista com expositores ou presença de autoridades munici-pais ou estaduais nos ca-marotes oficiais (há um espaço exclusivo reser-vado para a Prefeitura).

O FOCO entrou em contato por telefone com a Assessoria de Comuni-

cação para obter as cre-denciais dada a proxi-midade com a festa, que começou na quinta (30). A cobertura jornalísti-ca pautada por O FOCO tem como princípio in-formar aos leitores so-bre os detalhes da fes-ta, entrevistar os artis-tas que vão se apresentar e as autoridades que es-tarão nos camarotes ofi-ciais. Sem as credenciais, o acesso aos camarins e camarotes será restrito.

“AS CREDENCIAIS ACABARAM”O diretor do jornal

O FOCO, jornalista Thia-go Melo, entrou em conta-to por telefone na quinta--feira (30) com o assessor de comunicação da Pre-feitura, Enos Lage, e de-le obteve a seguinte expli-cação: “as credenciais aca-baram”. Melo questionou Lage no sentido da Pre-feitura não ter reserva-

do as credenciais para O FOCO, notadamente um dos mais importantes jor-nais da região. Lage res-pondeu: “vocês não vie-ram antes, então não tem mais credencial” [Thiago Melo esteve pessoalmente na assessoria ao meio dia de quinta (30)].

O FOCO tem dado des-taque para a cobertura na Câmara Legislativa, que investiga supostas irre-gularidades do gover-no de Carlo Busatto Ju-nior (“Charlinho”). Em especial a “CPI das Casi-nhas” (ler matérias desta edição) e a matéria publi-

cada em O Globo sobre a suposta relação entre au-toridades municipais e a LLX - de Eike Batista - que constrói o SuperPor-to Sudeste na Ilha da Ma-deira (ler “Massacre pú-blico”, na página 7).

O FOCO também pu-blicou na edição 100 ma-téria em que mencio-na as seguidas negativas do prefeito Charlinho em conceder entrevis-ta (“Charlinho e Capixa-ba ignoram O FOCO”). Na matéria, O FOCO co-menta que há quase um ano a assessoria de co-municação da Prefeitura não envia material para a redação, e que não há di-vulgação de informações oficiais sobre o prefeito ou sobre eventos, convê-nios e atos oficiais.

maioria das pessoas o saldo parece ser positivo. A entra-da franca e as atrações mu-sicais principais funcionam como uma espécie de alen-to para a carência de atra-ções de porte na cidade. A expectativa é de muita ani-mação, azaração nos cama-rotes, cultura e comida. Di-fícil manter-se indiferente, e, afinal, Itaguaí comemo-ra 193 anos. Neste ano, a ce-lebração será embalada por “Meteoro”, sucesso de Luan Santana, na terça (5) – mete-oro que custará mais de R$ 300 mil aos contribuintes.

A festa, muito aguardada pela

população, é uma alternativa às poucas opções de lazer na cidade. Porém ela sai cara para os

contribuintes

Não houve critério de distribuição

de credenciais ou qualquer instrução

a respeito das solicitações

opinião

jupy junioR

a alegação do assessor de imprensa da prefeitura de itaguaí enos lage de que a procura por credenciais para a cober-tura da expo foi maior do que a oferta, reflete, no mínimo, a falta de competência dos profissionais responsáveis por tal tarefa. esforçamos-nos para crer que a negativa de credecia-mento de o Foco não tenha sido uma tentativa covarde de retaliação ao desempenho dos profissionais deste jornal.


[juliana torres][email protected]

Queda na conexão, In-ternet lenta e oferecimen-to de serviços não dispo-níveis para a região es-tão dentre as reclamações mais recorrentes quando o assunto é banda larga em Itaguaí. Na Cidade do Por-to, este serviço é disponibi-lizado por uma única ope-radora: a Oi Velox. Segun-do o coordenador de Pro-grama de Defesa e Orien-tação ao Consumidor (Pro-con) de Itaguaí - Antônio Carlos F. do Nascimen-to - são computadas cerca de trinta reclamações por mês da empresa de telefo-nia. Ele disse que as pesso-as procuram o Procon para agilizar a vinda de técni-cos da operadora para re-paros de serviços. Além de moradores, outros que so-frem com estes problemas são os empresários de lan houses, que perdem clien-tes por causa da falha no serviço.

OSCILAÇÕES NA VELOCIDADEAs opiniões sobre os ser-

viços prestados pela Oi Ve-lox divergem entre aque-les que trabalham em lan houses. O gerente da Fal-cão Fliperama, William de Moraes, disse que enfren-ta problemas com a ban-da larga, como a constan-te queda de conexão. De acordo com ele, a conexão é de dois mega, um para cada modem, e esta velo-cidade não é suficiente pa-ra atender a demanda de clientes. “Eles costumam reclamar que a Internet es-tá lenta. Tem clientes que vieram uma vez, reclama-ram, e nunca voltaram” – disse Willian.

Bem diferente da Fal-cão Fliperama, a lanchone-te e lan house Gulla.com é considerada a melhor em velocidade de Internet da região. De acordo com a técnica de informática da casa, Simone Rodrigues, o

[Banda laRga]

falha na conexãoitaguaí sofre com frequentes problemas na internet

estabelecimento possui co-nexões de oito e dez me-ga e os clientes nada têm a reclamar. “O dono fez um plano que possibilitou este aumento da velocidade”- disse ela.

De acordo com um dos atendentes da Oi Velox, a velocidade da conexão de-pende do terminal. Exis-tem linhas com capacidade superiores, outras inferio-res e aquelas que são invi-áveis. Para o leigo, porém, fica a indefinição, uma vez que o cidadão não tem acesso às caixas com as li-nhas, e, mesmo que tives-se, não compreenderia o emaranhado de fios e su-as respectivas velocidades.

SATURAÇÃO Antonio, do Procon, afir-

ma que a Oi Velox ainda não ampliou o “armário” para novos clientes, e isto se torna ainda mais proble-mático porque a empresa é a única que oferece o servi-ço na cidade. Antonio Car-los disse que falta disponi-bilidade técnica do serviço (impossibilidade de assina-tura). “Os funcionários da Oi Velox entram em conta-to para oferecer o serviço de banda larga, as pessoas ad-quirem o modem e quan-do vão instalar não conse-guem” – disse ele. Essas si-tuações são particularmen-te irritantes para o consumi-dor, que se sente lesado por-que busca um serviço que é oferecido mas que é tecnica-mente inviável.

A reportagem de O FOCO entrou em contato com a As-sessoria de Comunicação da telefonia Oi para esclarecimen-tos, mas até o fechamento des-ta matéria não obteve resposta.

O FOCO EXPEDIENTEDiretor Geral/Editor-Chefe: thiago melo mtB 25806-RjEditor: jupy junior mtB 28085-Rj. Diretora Comercial: Verônica leal.Colaboradores: ana carolina Brandão, juliana torres e Raphael meloMatérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal O FOCO e elas são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.

Editado e distribuído por T.M. Comunicações Ltda. O jornal O FOCO é impresso pela Editora Esquema Ltda.

(21) 2687-0694(21) 8254-9275(21) 8400-7848

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o jornal o Foco é distribuído gratuitamente às sextas-feiras nas principais bancas e ruas de seropédica, itaguaí e mangaratiba. tem alcance estimado de 50 mil leitores na região.

[cpi llx]


A despeito da aura de es-cândalo que cerca a venda de terrenos na Ilha da Ma-deira pelo secretário de Tu-rismo, Esporte e Comércio de Itaguaí – Alexandre Val-le –, pelo Procurador-geral do município – Alexandre Oberg e por Fernando Aze-vedo Ramos - um dos sócios da pedreira local para a LLX, a empresa, que constrói o SuperPorto Sudeste, escolhe quais respostas vai fornecer para a imprensa e dúvidas continuam no ar, carentes de resposta. O FOCO tem feito tentativas sucessivas de ob-ter esclarecimentos sobre a operação, e a assessoria de comunicação da LLX insis-te em responder com o tex-to publicado no jornal O Globo

Essas sim, as outras não

no dia 15 de junho. Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi instaurada, e a Câmara de Itaguaí já enca-minhou vários ofícios a fim de apurar as denúncias.

TRÊS DEMANDASO FOCO procurou a

assessoria de comunica-ção da LLX a fim de ob-ter esclarecimentos sobre três demandas. A primei-ra delas diz respeito ao ca-so dos terrenos. De acor-do com denúncias, Valle e Oberg teriam se valido de informações privilegiadas – por serem funcionários públicos – sobre as inten-ções da LLX de construir o porto em Itaguaí. De pos-se dessas informações, eles teriam adquirido terrenos por R$ 50 mil e vendido à LLX por R$ 10 milhões.

llx/mmx escolhe quais perguntas responder a o Foco, e dúvidas pairam no ar, sem resposta

Os questionamentos de O FOCO foram relativos à negociação com a Prefei-tura de Itaguaí. A empre-sa insiste que os primeiros contatos se deram no final de 2007, porém não revela quem foram os intermedi-ários e os contatos de am-bas as partes.

A segunda deman-da é relativa à constru-ção do Parque Munici-pal, anunciado como uma das contrapartidas do in-vestimento de R$ 1,8 bi-lhão que a empresa fez na Ilha da Madeira. O Par-que está em construção há um ano, e, segundo o contrato com a Prefeitu-ra, já deveria estar pron-to há aproximadamente 15 dias. Esta demanda de O FOCO foi sumariamen-te ignorada pela LLX. As

dúvidas pairam sobre a participação da empresa na contratação da cons-trutora Lytorânea (alvo de várias denúncias de irre-gularidades), sobre a des-tinação dos R$ 20 milhões anunciados e sobre o acompanhamento do cro-nograma das obras.

A terceira demanda é so-bre a contratação de profis-sionais de Itaguaí, que su-postamente estariam sen-do preteridos pelas empre-sas no município. Somen-te esta foi respondida na quarta-feira (29): a LLX in-formou que contratou cer-ca de 1,5 mil pessoas de Itaguaí e região, o que sig-nificaria 68% do efetivo.

TROCA DE COMANDOA demora nas respostas

teve como alegação a tro-ca de comando do porto: a MMX adquiriu cerca de 92% das ações da PortX, e, por este motivo, ainda não havia decidido quais as di-retrizes de informação se-riam seguidas. “A aquisi-ção do Superporto Sudeste é um marco na história da MMX. Hoje, com a conclu-são da OPA [oferta públi-ca para aquisição de ações], nos consolidamos como uma mineradora integra-da com um porto que au-menta a competitividade de nossa operação e permi-te maior acesso ao mercado transoceânico” - declarou na ocasião Roger Downey, Presidente da MMX.

Há aproximadamente duas semanas a LLX de-cidiu concentrar os conta-tos com a imprensa dire-tamente com a MMX, dis-pensando a empresa de comunicação terceirizada. Na audiência pública des-ta quarta, porém, a empre-sa terceirizada mandou re-presentante. Nem mes-mo assim todos as pergun-tas foram respondidas. Em duas ocasiões assessores diretos da MMX agenda-ram reuniões na redação de O FOCO, porém elas foram desmarcadas.

a llx publicou no dia 15 de junho informe publicitário no jornal o globo para firmar posição sobre as denúncias. porém várias perguntas ainda não foram respondidas:

a llx estipulou para a prefeitura de itaguaí que área ocuparia na ilha da madeira? anunciou que precisaria de mais áreas? Quando, e como isso foi feito?

Quem foram os responsáveis pela negociação com a prefeitura de itaguaí sobre a construção do superporto sudeste? e quem negociou a compra dos terrenos citados por o globo?

a prefeitura concedeu vantagens à llx para que esta se decidisse por itaguaí e não por outro município? Quais?

informe não esclarece

lan house em itaguaí


Raphael melo/aRQuiVo o Foco

terreno da llx na ilha da madeira: empresa seleciona explicações públicas


p o d e r


[thiago melo][email protected]

Depois de cinco meses, chega ao fim a chamada “CPI das Casinhas”. O rela-tor da Comissão Parlamen-tar de Inquérito da Câmara de Itaguaí - vereador Carlos Kifer (PP) - apresentou o re-latório final em plenário na terça-feira (28), e disse que o documento é uma indi-cação ao Ministério Público Estadual para que o órgão aprofunde as investigações.

Oito pessoas - dentre elas a deputada estadual pelo PDT e primeira-dama de Itaguaí, Andreia Busatto – foram apontadas como responsá-veis principalmente por im-probidade (desonestidade) administrativa, prevaricação (ato contra o dever do car-go) e falso testemunho. No caso de Andreia (“do Charli-nho”), além dos já menciona-dos, o relatório aponta a sus-peita de crime eleitoral.

SELEÇÃO POLÊMICAA CPI foi instaurada por

causa da denúncia da Fe-deração das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (Famerj). Os ve-readores decidiram investi-gar como se deu o processo de seleção dos contemplados com casas dos conjuntos Tur-malina, Topázio e Esmeralda em Chaperó (Itaguaí). As ca-

Conclusão: improbidade, falso testemunho e prevaricação

sas foram incluídas no pro-jeto “Operações Coletivas”, da Caixa Econômica Federal, em parceria com a secretaria municipal de Assistência So-cial da Prefeitura de Itaguaí. No final de 2010, 185 famílias receberam casas.

Dentre os contemplados há Marcelo Augusto Borges - que teria trabalhado como motorista para Andréia Bu-satto -e Marcia Chaves de Souza - que trabalhou para o prefeito de Seropédica, Alcir Fernando Martinazzo (PSB). Ilcéia Vicente – ler matéria ao lado - e Cássia Regina Burgo de Mendonça trabalharam como empregadas domésti-cas para os Busatto. Os qua-tro foram convocados pela CPI, porém não comparece-ram na Câmara para prestar esclarecimentos.

TELEFONES DE ANDREIA Cássia e Ilcéia preenche-

ram o cadastro da secreta-ria de Assistência Social e ambas incluíram o telefone de Andreia Busatto. A re-

portagem ligou para o nú-mero, Cássia atendeu, con-firmou seu nome, e quan-do soube que falava com o repórter, desligou. Marcia Chaves também conver-sou com o repórter por te-lefone: ela confirmou que trabalhou para Martina-zzo. Fontes informaram a O FOCO que o número de telefone celular forneci-do por Marcelo pertenceu à deputada Andreia, que foi secretária de Educação.

CONTAS NA CEF Nisan César (PV), pre-

sidente da CPI, assim re-sumiu a operação: “O município entrou com o terreno. As casas custa-ram em torno de R$ 15 mil. A Caixa pagou 90% desse total. Cada benefi-ciado ficou credor de R$ 1,67 mil sem saber, pois deram uma procuração para o banco, que abriu contas no nome delas. Os contemplados nunca foram avisados que têm uma dívida com o banco, e dizem que a casa que foi dada pela Prefeitura”.

A CPI não conseguiu apurar como são utiliza-das as contas abertas na CEF. As prestações estão sendo pagas, porém Ni-san declarou que não sa-be quem faz os depósitos ou qual é a procedência da verba que paga o valor das prestações ao banco.

[RelatóRio]thiago melo

"cpi das casinhas" chega ao fim e relatório recomenda que mp denuncie secretários, servidores e primeira-dama de itaguaí por prática de crimes

Ilcéia Vicente, 40 anos, mãe de três filhos, abriu a porta da casa 59 do residencial Esme-ralda, em Chaperó, para O FOCO. Ela é uma das perso-nagens mais importantes da “CPI das Casinhas”, pois tra-balhou por dois anos na resi-dência de Carlo Busatto Ju-nior (“Charlinho”, PMDB) e de Andreia Busatto (“do Charlinho”, deputada esta-dual pelo PDT), a primeira--dama do município. Quatro pessoas diretamente ligadas aos Busatto foram contempla-das no projeto.

Ilcéia a princípio decla-rou: “Saí de lá [casa dos Bu-

“eu mereci a minha casa”ex-empregada dos Busatto nega favorecimento

satto] no começo do ano passado”. Ao final da con-versa com O FOCO, dis-se: “saí em julho de 2010”. Quanto à inscrição para o projeto da CEF e da secre-taria municipal, confundiu as datas e não confirmou quando afinal se inscreveu:

“não lembro” – disse ela. Ilcéia alega que deixou

de trabalhar na casa do prefeito porque ficou doen-te e porque queria “descan-sar”. Segundo ela, Andreia propôs que a empregada fi-casse 15 dias pelo INSS pa-ra voltar em seguida. Ela recusou e preferiu ficar de-sempregada. “Hoje me ar-rependo” – lamentou.

A ex-empregada afirma com convicção que ter traba-lhado na casa do prefeito não ajudou em nada. E comen-tou sobre Cássia, outra bene-ficiada que trabalhou para os Busatto: “Ela mereceu a casa também. Vi Cássia chorar di-zendo que não poderia sair para trabalhar porque a casa dela estava alagada.”

AUSÊNCIA NA CPI E CONTA NA CEFEla justicou assim a sua

ausência na CPI: “Não fui porque eu não vou ficar no meio de briga política. Charlinho é excelente co-mo prefeito e foi excelen-te como patrão.” – disse Il-céia. Para ela, as contas na CEF são mentira, mas con-firmou ter assinado vários papéis: “Só se a procura-ção para o banco estava no meio. A gente estava feliz de receber alguma coisa, ainda vai questionar? Se existir uma conta no meu nome, se tem dinheiro, é meu, eu vou lá tirar. Na minha geladeira não tem nada.” – declarou.

Os contemplados têm em mãos um

documento de compra e venda, e

nunca foram avisados que têm uma dívida

com o banco” nisan césar, presidente da

“cpi das casinhas”

“Não fui na CPI porque eu não tenho

nada a ver com isso. Não vou ficar no meio de briga

política” ilcéia Vicente

thiago melo

casa de ilcéia no conjunto esmeralda

Kifer apresenta o relatório final da cpi: vereadores apuraram denúncia por cinco meses e sugerem esquema de distribuição de casas em chaperó


[paRtido VeRde]

os verdes não se entendemmarina silva expõe disputas internas e pode deixar o pV. Vereadores locais comentam a crise

Ruy Quintanilha – as pessoas foram nomeadas para os diretórios do pV de acordo com as conveniências da direção, e não eleitas democraticamente. concordo com o que a marina reivindica, são as mesmas pessoas, é preciso renovação. no nível municipal os vereadores não são ouvidos, não há eleição para nada, apenas

somos informados sobre quem é o presidente, não é nada demo-crático. marina fez uma carreira política brilhante, foi bem votada

num partido nanico, ela pode muita coisa, acho que ela pode fundar um partido. me decepcionei com o pV, não tive apoio nenhum nas últimas eleições, o presidente sequer me deu um telefonema. estou entristecido em relação ao partido.

maRQuinho da ilha – “eu e Ruy [Quintanilha] já fomos muito mal atendidos pela direção do pV, e queremos sair do partido. o presidente de mangaratiba [amilton lemos] não apoiou o Ruy [nas últimas eleições municipais]. lemos alega que marina conseguiu votos somente para si, e que isso não ajudou o pV. implicitamente, disse que eu e Ruy não ajudamos, mas a votação dela foi maior em

mangaratiba do que em angra. É claro que ajudamos nesse sentido. Regionalmente, o pV não me apoia. não posso sair do pV agora porque

senão perderia o mandato, mas tenho planos de sair do partido, sim.”

[VEREADORES VERDES DE ITAgUAí E MANgARATIBA COMENTAM]

silas caBRal – “acho que todos vão chegar a um consenso, e en-tendo que marina deve permanecer no partido. o presidente disse que os quase 20 milhões de votos na eleição para presidente não aumentaram a bancada, que isso não ajudou, mas eu acho que ela deve ficar nos quadros do pV. temos que permanecer unidos para

sermos mais fortes.”

nisan cÉsaR – sou “marineiro”, e acho que marina já deveria ter saído do partido. sei que existe um convite do pps que está sendo analisado. junto com ela, saem grandes nomes. o pps tem quali-dades, tem história, discurso. acho que é uma questão que tem que ser conversada até o último momento. Quanto a eu sair do pV, sei

que as questões municipais são diferentes, é impossível avaliar hoje.


A ex-senadora Marina Silva, terceira colocada na última eleição para presi-dente da república, está in-satisfeita. O grupo encabe-çado por ela – chamado de “marineiros” – entrou em rota de colisão com o pre-sidente do Partido Verde, José Luiz Penna, e ameaça fundar outro partido. O au-ge da crise começou quan-do o presidente do parti-do, José Luiz Penna, liderou uma manobra na Executi-va Nacional para prorro-gar seu mandato por mais um ano. Os “marineiros” perderam a eleição e Mari-na deixou transparecer que pode abandonar a legen-da. Em Itaguaí e Mangara-tiba, vereadores verdes co-mentam a situação. Em Ita-guaí, Silas falou em união e Nisan falou em um convite que teria sido feito a Marina pelo PPS. Em Mangaratiba, Marquinho da Ilha e Ruy estão decepcionados.

SIRKIS DESANIMADOEmbora Marina prefi-

ra não comentar a crise, o deputado Sirkis chama de

“golpe" a estratégia de Pen-na em permanecer na pre-sidência. “Estamos viven-do um pesadelo verde" – comentou o deputado, e acrescentou: "Penna deu um golpe para tentar ser presidente vitalício. Se não conseguirmos mudar isso, o único caminho será fundar outro partido."

Sirkis havia sido escala-do para tentar apaziguar os

ânimos, mas agora amea-ça também deixar o PV. Ele tem postado em seu blog al-guns dos argumentos utili-zados pela “Transição De-mocrática” – assim se inti-tula o grupo ligado a Mari-na. Sirkis fez duras críticas à direção do partido. Outro que pode sair do PV é uma figura muito conhecida – Fernando Gabeira.

NOVO PARTIDOA insatisfação de Marina

reside principalmente no iso-lamento do seu grupo den-tro do PV, que não teria voz ativa e encontraria dificulda-des em emplacar propostas e candidatos para as eleições de 2012. Ela deve anunciar a sua saída do PV no próxi-mo dia 6. A aliados, Marina comunicou sua intenção na noite de domingo (26), em reunião no apartamento do ex-deputado Fernando Ga-beira (PV-RJ), no Rio de Ja-neiro. A ex-senadora viaja na próxima quinta-feira (7) para encontro do PV alemão, on-de buscará respaldo interna-cional ao novo projeto. Em conversas com aliados, Ma-rina disse que perdeu a es-perança num recuo do pre-sidente do PV, deputado José Luiz Penna (SP), com quem disputava desde março o co-mando do partido.

O movimento “Transição Democrática” conta com mui-tos adeptos no PV, e possivel-mente nesta semana haverá uma reunião para lançar as bases do manifesto. Eles rei-vindicam a realização de uma convenção nacional dentro de seis meses, e a convocação de eleições diretas para a escolha de novos dirigentes.

“Não posso sair do PV agora porque senão perderia o

mandato, mas tenho planos de sair do

partido, sim” marquinho da ilha


massacre público


A hostilidade dos mora-dores da Ilha da Madeira em relação à MMX é maior do que se pensava. Esta é uma das conclusões a que se pode chegar depois da ex-tensa (mais de quatro horas) audiência pública sobre os impactos ambientais na Ilha da Madeira, na quarta-feira (29), na Câmara de Itaguaí. Além de vereadores e po-pulares que lotaram a pla-teia, estiveram presentes re-presentantes da Marinha do Brasil, Odebrecht, Compa-nhia Siderúrgica Nacional, Fapesca, Associação de Pes-cadores Artesanais da Ilha da Madeira (Apaim), Asso-ciação de Pescadores e La-vradores da Ilha da Madei-ra (Aplim), ONG Mongue Proteção ao Sistema Cos-teiro (de Peruíbe-SP) e da MMX. Na pauta, os proble-mas ambientais da locali-dade que abriga atualmen-te dois grandes empreen-dimentos: o SuperPorto Su-deste, pela MMX; e o estalei-ro da Marinha, cujas obras são realizadas pela Odebre-cht. As ausências mais nota-das foram de representan-tes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Prefei-tura de Itaguaí.

MARINHA PROPÕEO comandante Gilberto

Huet representou a Marinha do Brasil e propôs a criação de um conselho formado por to-dos os interessados: “O conse-lho poderia se reunir em um workshop de três dias a fim de colocar todos na mesma mesa para que um olhe nos olhos do outro”. O gerenciamento cos-teiro foi um dos vários temas que permearam a audiência por causa das reclamações dos

audiência na câmara revela hostilidade da população à mmx, e moradores confirmam ligação do procurador-geral alexandre oberg com a empresa

pescadores em relação às limi-tações de áreas de pesca no lo-cal. Lico, da Apaim, esbrave-jou: “estamos encurralados”.

PESCADORES OPINAMAlém de Lico, Sérgio Hi-

roshi (da Aplim), em discurso mais ameno, explicou que os pescadores deveriam se pro-fissionalizar a fim de mante-rem o sustento das suas famí-lias. Hiroshi deixou claro que a Aplim entende a pesca na re-gião como algo sem solução, e que o aluguel dos barcos e cur-sos promovidos pela Marinha seriam alternativas para man-ter a renda dos pescadores.

“Os pescadores, ao fazerem o curso, se formam e podem ser moços de convés” – disse ele.

MMX APRESENTA DADOSMárcio Redivo, represen-

tante da MMX - controladora do SuperPorto – recebeu uma saraivada de críticas, tanto dos vereadores quanto dos representantes das associa-ções de pesca. Na sua fala ini-cial – pontuada por gritos de “é mentira”, vindos da pla-teia – Redivo listou progra-mas ambientais e investimen-tos na Ilha da Madeira que estariam sendo tocados pela

empresa. Depois respondeu perguntas cujas respostas, na maioria das vezes, remetiam ao licenciamento inicial con-ferido pelo Inea. Ao ser sa-batinado por pessoas da pla-teia, insistiu no telefone 0800-0212565 para atendimento da população pela empresa.

ATAQUES E DENÚNCIASA MMX foi o alvo de

quase todos os presentes. O vereador Nisan César (PV) fez breve discurso no qual relacionou o gover-nador Sérgio Cabral a Ei-ke Batista, dono do grupo EBX ao qual pertencem a LLX e a MMX. Redivo por alguns momentos ficou desatento ao que diziam os palestrantes e vez por outra ria com outra fun-cionária da empresa, que o acompanhava. Foi asses-sorado por um funcioná-rio do departamento jurí-dico, que falou pela MMX em alguns momentos.

A tensão ficou mais cla-ra quando duas pessoas da plateia se dirigiram aos pre-sentes. Carlos Santana Viana e Simone Cristina Bragança Prazeres usaram o microfone para fazer queixas em rela-ção ao tratamento dado pela LLX aos moradores. Ambos disseram que a negociação dos imóveis que possuíam foi feita no escritório manti-do em Itaguaí pelo Procura-dor-geral do município, Ale-xandre Oberg, na rua Gene-ral Bocaiúva (centro). “Eles ofereceram táxi para levar a gente até o escritório pa-ra negociar as casas, no va-lor que eles queriam” – dis-se Simone. A MMX negou que Oberg tenha negociado os imóveis: “O escritório de Oberg fez apenas os trâmites legais” – disse o representan-te jurídico da empresa.

[ilha da madeiRa]

O representante da MMX recebeu uma saraivada de críticas, tanto dos

vereadores quanto dos representantes das associações de pesca. A sua fala

inicial foi pontuada por gritos de “é mentira”, vindos

da plateia

Fotos jupy junioR

marcio Redino, da mmx: críticas por todos os lados

carlos: protesto emocionado



A principal motivação anunciada pelos vereadores do “G7”: buscar explicações sobre a Expo 2011. Porém a sessão de terça-feira (28) da Comissão de Finanças da Câ-mara serviu como o primeiro contato dos vereadores com Alexandre Valle - secretário de Indústria, Turismo, Espor-te e Eventos de Itaguaí – de-pois das denúncias expostas pelo jornal O Globo na maté-ria “O ‘X’ do negócio”.

O jornal da capital expôs que Valle, juntamente com Alexandre Oberg (Procura-dor-geral do município), po-deriam ter se valido de in-formações privilegiadas. A transação teria envolvido também Fernando Azevedo Ramos, um dos sócios da pe-dreira local. Os três adquiri-ram terrenos na Ilha da Ma-deira por R$ 50 mil e os re-venderam à LLX de Eike Ba-tista por cerca de R$ 10 mi-lhões. O tenso interrogatório abordou não somente a Ex-po, mas todos os temas rela-tivos à pasta comandada por Valle, que, depois da sessão, se recusou a fazer declara-ções a O FOCO. Irritado, o secretário segurou o repór-ter pelos ombros e disse: “es-creva o que você quiser”.

42% DO ORÇAMENTO Valle acompanha o pre-

feito Carlo Busatto Junior (“Charlinho”) há 15 anos. Ele comanda em Itaguaí a secretaria responsável por indústria, turismo, esporte e eventos de Itaguaí. Val-le também responde pe-la Expo, festa que ocor-re há 18 anos para cele-brar o aniversário da cida-de (em 5 de julho) e que to-mou grandes proporções nos últimos anos. Segun-do o próprio Valle disse aos vereadores na sessão, o orçamento da secretaria é de R$ 7 milhões, e a pre-visão de gastos para a Ex-po é de R$ 3 milhões. Ou seja, a festa consome 42% do orçamento anual desti-

[comissão de FinanÇas cÂmaRa itaguaí]

“escreva o que quiser”

nado a investimentos mu-nicipais na indústria, co-mércio, turismo e eventos – categoria em que se en-quadra a Expo.

KIFER PERgUNTA SOBRE TEMAS DA PASTAO vereador Carlos Kifer

(PP) tentou entender co-mo funciona a secretaria. Perguntou sobre esportes e turismo. Alexandre dis-se que comandou a refor-ma de quadras e campos de futebol (mais tarde, ao vereador Toni Coelho, rei-terou que foram somente quadras) e que montou es-colinhas na cidade. Quan-to ao turismo, Valle decla-rou que a vocação de Ita-guaí é para o turismo de negócios, e que a refor-

câmara interroga alexandre Valle, secretário de indústria, turismo, esporte e eventos de itaguaí, que se irrita com o Foco

ma da orla de Coroa Gran-de constitui em um atrati-vo turístico a mais. “Não existem projetos específi-cos para o turismo, faze-mos melhorias e a própria Expo atrai gente de mui-tos lugares” – disse o se-cretário. Quanto à indús-tria, o secretário nada afir-mou, apesar de Itaguaí se-

diar algumas das mais im-portantes empresas do ra-mo no estado.

UNIDOS DE VILA KENNEDY MAIS CARA QUE BEIJA-FLORNisan voltou à carga,

desta vez para mencionar os valores de um evento carnavalesco patrocinado pela Prefeitura - e de res-ponsabilidade direta da se-cretaria - que reuniu bate-rias e componentes de es-cola de samba apresenta-dos por Sérgio Loroza em Coroa Grande. Os valores mencionados pelo verea-dor: o show da Unidos de Vila Kennedy, agremiação que ficou em décimo lugar no grupo de acesso no car-naval 2011 com enredo so-

bre a Cidade do Porto, cus-tou R$ 8 mil. Preço da Bei-ja-Flor (campeã do gru-po especial) para o mes-mo evento: R$ 5 mil, pagos a Cristiano Isal Teixeira Umura. Nisan disse a Ale-xandre: “O senhor Umura não sabe sequer onde fica a quadra da Beija-Flor, e é amigo de Daniel, que tra-balha na secretaria”.

Dejair Manoel da Silva, vice-presidente da Unidos de Vila Kennedy, conver-sou com a reportagem de O FOCO na manhã de quin-ta-feira (30) e disse que o show mais caro da agremia-ção custa R$ 2 mil. Ele, po-rém, não soube dizer quan-to a escola de samba recebeu da Prefeitura de Itaguaí pe-lo evento em Coroa Grande.

VALLE IRRITADOAo final da sessão, Ale-

xandre Valle se dirigiu ime-diatamente ao gabinete do vereador Jorge Luis da Silva Rocha (“Jorginho do Char-linho”). Ao sair, O FOCO abordou o secretário para ouvir declarações e ele, en-quanto segurava o repórter pelos ombros, afirmou: “to-da vez que eu dou entrevis-ta você escreve o que quer, então faça isso, escreva o que quiser”. A última en-trevista que Valle concedeu a O FOCO foi em maio de 2010 para o jornalista Thia-go Melo, portanto, há mais de um ano. O secretário não retorna ligações da redação há mais de duas semanas, apesar dos insistentes pedi-dos e recados.

“Toda vez que eu dou entrevista

você escreve o que quer, então faça isso, escreva o

que quiser”alexandre Valle, secretário

de indústria, turismo, esportes e eventos de itaguaí

alexandre Valle respondeu aos vereadores perguntas sobre a secretaria que comanda na prefeitura

thiago melo


O belíssimo resort Por-tobello vai sediar, entre os dias 1 e 3 de julho, a última etapa do circuito Oi Serra & Mar, considerado o melhor circuito hípico do Brasil.

Com 100% de ocupação para o evento, o torneio vai reunir 75 cavaleiros que irão disputar 25 vagas para o Oi Athina Onassis Horse Show, maior evento hípico da América Latina, que aconte-ce em setembro no Rio.

portobello Resort & safári sedia a final do circuito hípico oi serra & mar

O Portobello investe na realização de eventos pa-ra incrementar a ocupação na baixa temporada. Atual-mente o segmento de even-tos representa 43% da receita e 47% da ocupação do resort.

seRViÇo:portobello Resort & safariRodovia Rio-santos, km 434 – mangaratibatel.: 0800-2820868

[hipismo]

alexandRe Vidal

Belo animal salta obstácuo: evento hípico em mangaratiba

[FuteBol]


Vida que segue: o julga-mento motivado pelo Ar-raial do Cabo não deu em nada. O Grêmio Mangara-tibense continua firme e for-te na série C do Campeona-to Carioca e empatou com o Búzios na quinta (30), já na fase decisiva. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) decidiu que o time da Costa Verde não cometeu irregularidades, e por este motivo, a equipe continua em busca do tão sonhado título.

RESULTADO FAVORÁVELDepois da vitória do

Grêmio por 2x0 (dia 12), o presidente do Arraial do Cabo - Walquir Pimentel –

Firme e forte, quase na semifinalarraial do cabo não consegue anulação de partida, e grêmio mangaratibense empata com o Búzios na fase decisiva

pediu anulação da partida junto à Federação. Ele ale-gou que o Grêmio havia fornecido serviço de mé-dicos da ambulância den-tro do campo, o que con-traria o regulamento. Por este motivo o campeonato havia sido interrompido.

Com a resposta favorável do julgamento, o Grêmio mantém a sua classifica-ção para a terceira fase, des-ta vez no Grupo “K”, junta-

mente com Búzios, América de Três Rios e Carapebus. O próximo adversário do Grêmio na semifinal está no grupo “J”, formado pelos ti-mes Goytacaz, Duqueca-xiense, Yasmin e Juventus.

EMPATE NA FASE DECISIVAEm jogo válido pela pri-

meira rodada da fase deci-siva da série C do Campe-onato Estadual de futebol, o Grêmio Mangaratibense empatou com o Búzios, sem gols, no Estádio da Praia do Saco, na quinta-feira (30). Além do bom público que prestigiou o time da cidade, o Grêmio ainda contou com o apoio do prefeito Evan-dro Capixaba e do vice-pre-feito Jorge Luiz, que assisti-ram ao jogo. Com o resulta-do o time está em segundo

lugar no grupo “K” ao la-do do Búzios com um pon-to, enquanto que o América de Três Rios lidera com três.

O jogo foi muito trunca-do, com a bola parando mui-to no meio campo, com pou-cas chances de gol para am-bos os lados. Ao final da par-tida, Hugo Sátyro, técnico do Grêmio, analisou o resul-tado. “O time recuou mui-to, talvez por medo de so-frer gols não nos arriscamos

muito, já que a fase é decisiva e perder em casa é péssimo. Agora é trabalhar forte para domingo recuperarmos esse ponto perdido” - disse Hugo.

No próximo domingo (3), o Grêmio enfrenta o Juventus às 15:30h, fora de casa, e uma vitória pode dar a liderança do grupo.

* com informações da assessoria de imprensa do grêmio mangaratibense

O grêmio empatou com o Búzios na fase decisiva. O

jogo foi truncado, com poucas

chances de gol para ambos os lados

O próximo jogo será

fora de casa, no domingo (3).

Uma vitória pode dar a

liderança do grupo para o

time da Costa Verde

em jogo truncado, grêmio mangaratibense e Búzios, ficam no 0 a 0

diVulgaÇão gRêmio mangaRatiBense

e s p o r t e


c u l t u r a



Foi difícil, mas O FOCO conseguiu obter respostas de quase todos os artistas que vão se apresentar no palco principal da Expo 2011. A ideia foi tentar antecipar o que eles prepararam para o público de Itaguaí, sempre tão ca-rente de grandes atrações. O grupo Cidade Negra é prati-camente inacessível, ninguém atendeu no telefone divul-gado, embora a reportagem tenha feito várias tentativas. A banda Cheiro de Amor prometeu enviar respostas mas até o fechamento desta edição o e-mail não havia chega-do. Todos responderam via internet, exceto Elza Soares (ler abaixo), que conversou com O FOCO por telefone. Confira.

[shoWs da expo 2011]

Para dançar e curtiro Foco conversou com as principais atrações musicais da expo 2011

“Escondida” em meio à programação da lona cultural da Expo 2011 – atração da Secretaria de Educação e Cul-tura de Itaguaí – a cantora Elza Soares (sim, ela mesma!) vai se apresentar com o grupo Toque de Linha no dia 4 (segunda), às 22h. Incrível que no site da Expo deste ano (www.expoitaguai.com.br) não haja qualquer menção à cantora famosa por seu timbre único. Elza merecia mais.

A fim de tentar reparar a injustiça, O FOCO procurou por ela, que atendeu à reportagem ao telefone de manei-ra muito gentil. Eis as perguntas e respostas:

O FOCO - Como surgiu o convite para cantar na Ex-po em Itaguaí?

Elza - Nasci em Padre Miguel, fui criada em Cam-

po Grande, já fui em rádio em Itaguaí. Sou da área e es-tou com saudades. Não conheço o grupo com quem vou cantar. O convite veio por meio de um encontro no estú-dio onde eu ensaio. Um dos rapazes me convidou e eu aceitei. Em breve vou me apresentar em Itaguaí em gran-de estilo, esta será apenas uma pequena apresentação.

O FOCO - Qual será o repertório ?Elza - “Malandro” com certeza vai estar no repertório.

Tenho algumas surpresas, mas surpresa a gente não con-ta, não é?

O FOCO - O que significa samba de raiz para você?Elza - Eu sou negaça, mulheraça. Tem tudo a ver comigo.

estrela em programação alternativa:elza Soares vai se apresentar na expo

ludmila FeRBeR

O FOCO - É a primeira vez que você se apresenta em Itaguaí?

Ludmila - Sim.

O FOCO - Qual será o repertório? Qual música não pode faltar?

Ludmila - Geralmente, é praticamente impossível não ministrar músicas como “Nunca pare de lutar”, “Os so-nhos de Deus”, “O verdadeiro amor” e “Os matadores da unção”.

O FOCO - Quais são suas espectativas para o show? Está preparando algo novo, especial?

Ludmila - Minha expectativa é que, mais uma vez, a presença e a glória de Deus possam estar presentes ali, trazendo cura, libertação e avivando os propósitos divi-nos para os corações.

gRupo pixote

O FOCO - A banda está elaborando algo especial pa-ra o show em Itaguaí?

Pixote - Algumas surpresas. Não percam!

O FOCO - Qual será o repertório?Pixote - O repertório é uma mescla de sucessos do

DVD 15anos e do Obrigado Brasil. Não podendo fal-tar grandes sucessos como "Insegurança", "Meu Amor", "Beijo Doce" e "Brilho de Cristal".

O FOCO - Qual é a espectativa do Pixote para esse show?

Pixote -A expectativa é a de um grande show, deixar todos com um gosto de “quero mais” para assim compa-recerem CitiBank Hall no próximo dia 8.

maestRo celso alVim, do monoBloco

O FOCO - A banda está elaborando algo especial pa-ra o show em Itaguaí?

Celso - Será um grande passeio pelos vários gêneros da música brasileira, o que caracteriza os nossos shows.

O FOCO - Qual será o repertório?Celso - Tem “Sonhar não custa nada”, samba clássico

da Mocidade; “Do Leme ao Pontal” ( Tim Maia ), “Festa no Morrão” e marchinhas de carnaval.

O FOCO - A banda já se apresentou em Itaguaí? Qual a espectativa para esse show?

Celso - Já tocamos em Itaguaí e Seropédica. A nossa expecta-tiva é botar a galera pra dançar e se divertir com o nosso baile.

O FOCO - O que os fãs podem esperar para a noite do show?

Celso - Muita diversão, alegria e boa música.

alexandRe piRes

O FOCO – Você elaborou algo especial para o show em Itaguaí?

Alexandre - Estou muito feliz com a oportunidade de voltar a Itaguaí, terra que há muitos anos não faço show. Essa será a primeira vez que me apresentarei com o no-vo show “Mais Além” na cidade e com certeza haverá muitas surpresas para o público.

O FOCO - Qual será o repertório? Alexandre - O repertório contará com grandes suces-

sos desde a época do SPC, passando pela sua carreira in-ternacional e os grandes hits da carreira solo. “Sissi”, “Quem é você”, “Depois do prazer”, “Usted se me llevo la vida”, “Sai da minha aba” e outras estão no repertório.

O FOCO – Alexandre já se apresentou em Itaguaí? Qual a espectativa para esse show?

Alexandre -Em carreira solo é a primeira vez me apre-sento em Itaguaí.

luan santana

O FOCO – Você elaborou algo especial para o show em Itaguaí?

Luan - Estamos viajando com o novo show que leva o cenário parecido com o que usamos na gravação do DVD “Ao Vivo no Rio”, com fire ball, jatos de CO2, fogos e mui-tas novidades que acho que a galera de Itaguaí vai curtir.

O FOCO - Qual será o repertório?Luan - Bom, “Meteoro” não pode faltar, mas também terá no

show “Adrenalina”, “Um beijo”, “Tô de cara” e “Amar não é pecado”, e muita coisa boa. Moda de viola também, gravei com Zezé Di Camargo e Luciano para o DVD a música “Inquilina de violeiro” e está no repertório, com certeza.

O FOCO - Qual é a sua expectativa para o show?Luan - A melhor possível. Tô sabendo que o pessoal de Ita-

guaí está esperando muito esse show, e quero muito colocar a galera pra cantar e dançar com a gente. Espero que gostem.

O FOCO - O que as fãs podem esperar para a noite

do show?Luan - Muita música sertaneja, e com certeza a escolha da

“garota chocolate”, quando uma fã é escolhida pela produção para subir ao palco e dançar comigo a música “Chocolate”. Gosto de interagir com o público, ter os fãs próximos de mim.

O FOCO - Como você se sente ao encerrar o evento,

marcando o dia do aniversário da cidade?Luan - Fiquei muito feliz. Será uma grande festa com mui-

ta música sertaneja para Itaguaí comemorar muito esta data.

*Cidade Negra e Banda Cheiro de Amor não enviaram as respostas até o fechamento dessa edição.

a grande dama e musa da mpB canta ao lado do grupo toque de linha na lona cultural

Sexta-feira, 01 de julho de 2011 O FOCO 11o

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