o foco - notícia com nitidez - ed. 91

O FOCO

[fim de ano]Confira suplemento encartado nesta edição

[gastronomia]Novidade em Itaguaí: Picanha do Cheff é avaliada na página mais deliciosa deste jornal

[ponto convergente]Perfil de Augusto Teixeira, homem da Cultura, em Itaguaí

j o r n a l o f o c o . c o m . b r

Página 6Página 16

[BOAS COMPRAS] [UM LUXO SÓ]Dicas de presentes para quem quer agradar no fim de anoPágina 2

As sugestões dos resorts para um fim de ano inesquecível

Páginas 4 e 5

[NATAL COM GRIFE]

[SIMPATIAS]

[LUZ E MAGIA]Receitas de especialistas da região para ceias inovadorasPágina 3

Basta acreditar: experimente atrair bons fluidosPágina 7

Decoração, símbolos natalinos e os seus

significadosPágina 6

Ano 5 | Edição 91Sexta-feira,22 de dezembro de 2010

[denúncia]

[especial]

[eleições suplementares]

[legislativo] Na mira do mPFcharlinho, andreia, Jorginho e dois jornais da região às voltas com denúncia do ministério público Federal

Página 12

Página 7

Páginas 10 a 12

Quintanilha, do Posto, Busse e Capixaba na disputa pela Prefeituracandidatos protocolaram registro no cartório da 54ª Zona

José Luiz e Evandro estão confiantes. Gustavo diz que pretende “colocar ordem na casa. Ruy re-clamou da burocracia. O FOCO ouviu as primeiras declarações dos candidatos e fez enquete com ci-

dadãos. Eleição suplementar decidirá o futuro po-lítico da cidade e o sucessor do interino Edinho. Apoios já começam a ser articulados e instabilida-de política está perto do fim. Será?

[novo round]

Página 11

Página 3

Página 4 Página 5

Página 3

Páginas 8 e 9

O requerimento da discórdiasimões não consegue reverter a aprovação do

requerimento de Kabeça que anulou a sua pre-sidência para 2011. É sua segunda derrota con-secutiva, e o vereador até apelou para manifesto com tema circense. em entrevista exclusiva decla-ra que uma página negra da política mangarati-bense acabou de ser escrita.

Câmaras elegem Mesas Diretoras para 2011Em Mangaratiba ses-

são tumultuada preci-sou de força policial pa-ra acalmar os ânimos. Manifestantes vestiram--se de palhaço. Em Se-ropédica vitória fácil da chapa de oposição enca-beçada por Dedé Bana-neiro (PSB). Minutos an-tes da sessão, vereado-res receberam telefone-mas que evidenciaram pressão política. Em Ita-guaí teve até queima de fogos para comemorar a reeleição de Vicente Ro-cha (PMDB).

Felizes da vida: plenário em itaguaí foi só comemoração. rocha segue presidente

carla araúJo

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de

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Retrô 2010 é tema da seção especial

edições anteriores de o Foco servem como fer-ramenta para entendermos o ano que está terminan-do. Bastidores da notícia são revelados aos leitores

[educação]

[concurso] [seropÉdica]

[religião]

Cefet inaugura novo prédio em Itaguaí

ibge abre vagas. inscrições até 14/01

pedestres ignoram passarela no KM 49

matriz de Nª Srª da guia é reformada

2

o p i n i ã o

T.M. CoMuniCações LTDa. CNPJ: 07.600.975/0001-08 INsCrIção MuNICIPal: 6077

Diretor Geral/Editor-Chefe: Thiago Melo (MTB 25.806/RJ) [email protected] Comercial: Marina [email protected]: Jupy Junior (MTB 28.085/RJ)Reportagens: Thiago Melo, Jupy Junior Colaboradora: Carla AraújoDiagramação e Projeto Gráfico: T.M. ComunicaçõesImpressão: NewsTech

Circulação:Seropédica, Itaguaí e MangaratibaRedação: Avenida Cândido Jorge, nº 167, Sobreloja, Muriqui - Mangaratiba, RJ, Cep.:23.870-000

Matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal O FOCO sendo as mesmas de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.

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observatório[thiago melo] [email protected]

[editorial] [Foco no leitor] participe desta seção: [email protected]

mais um ano cHega ao FimParabéns pelo jornal ,es-

tou muito feliz por ter hoje em Mangaratiba um tablóide voltado especialmente para o cidadão, sempre apreciei seu trabalho ,sua capacidade ím-par em desenvolver matérias levaram o Foco a categoria de leitura com credibilidade na minha opinião, parabéns pe-

la matéria” Personagem em Foco - Soninha da Empa-da” essa mulher maravilhosa além de guerreira sempre foi uma pessoa do bem e lutado-ra incansável.

Um grande abraço, Roberto Monsores

[ Uma edição recheada de

matérias interessantes, dedicada a você, leitor

] [Foto destaque]

Você, que nos lê, não se esqueça:

esperamos seu e-mail!Mande a sua contribui-ção para O FOCO. Ela pode inclusive dar ori-gem a uma reportagem

sobre o seu bairro. Mande cartas ou e-mail

O FOCO Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

difícil definir um ano. mas tentamos fa-zer isso na nossa reportagem especial des-ta edição, que é a última de 2010. usamos o que publicamos para lembrar como a re-gião de nossa abrangência direta foi cha-coalhada por turbulências políticas, cresci-mento econômico (que não se traduziu em melhoria social, na maior parte dos casos), e muitos outros fatos que O FOCO tentou trazer e explicar para vo-cê, leitor.

não sabemos se deve-mos sentir de 2010. o que sabemos é que nos aproxi-mamos mais do que de fa-to interessa: a população, suas demandas, suas vozes que sempre encontrarão eco nas nossas páginas. É por este motivo que a nos-sa retrospectiva de um ano tão importante para as cidades que retra-tamos – e para o Brasil, também – traz um pouco do que nos marcou, enquanto im-prensa.

como também gostamos de festa, apro-veitamos a ocasião para trazer um suple-mento com aquilo que julgamos adequa-do nesta época do ano: os significados dos símbolos natalinos, curiosidades sobre os

resorts, receitas dos restaurantes que rece-beram estrelas da página de gastronomia de O FOCO, boas compras como suges-tões de presentes, filmes que evocam o es-pírito desta época etc.

difícil não se envolver nesse clima de ce-lebração. e ao mesmo tempo difícil deixar de trazer os bastidores políticos que já pre-nunciam muita agitação para o ano que

vem, que, em mangarati-ba, vai ser de eleição mu-nicipal suplementar. can-didatos já estão lançan-do suas candidaturas. aqui o leitor terá uma cobertu-ra completa de cada deta-lhe desta eleição, a come-çar por hoje.

o que não podemos dei-xar de dizer também: que o natal seja o começo de

tempos melhores para os cidadãos. e que 2011 seja pleno de realizações, seja tam-bém o começo de uma transformação so-cial profunda. podemos dizer que O FOCO vai ainda trazer muitas novida-des. enquanto você, que nos lê estiver nos acompanhando, aqui nós estaremos tam-bém, produzindo cada vez mais.

Feliz natal! até 2011!

diNáStia Perto do Fim?

a denúncia oferecida pelo ministério público Federal contra o pre-feito de itaguaí, char-linho, e sua esposa - a deputada eleita an-dreia cristina - deixam no ar uma pergun-ta: será que o reinado da família Busatto es-tá prestes a ruir? Bom, não sabemos. mas o fato é que charlinho é o único prefeito do Brasil em seu quarto mandato consecutivo. são 16 anos no poder. rumores dão como certa a saída de char-linho da prefeitura em 2011. quem deve es-tar muito feliz com isso é o presidente reelei-to da câmara, vicen-te rocha. É, caro leitor, tudo tem um fim...

cobertura

É com muita alegria e expectativa que esta co-luna anuncia que a par-tir da primeira semana de janeiro, o Foco vai começar uma cobertura intensiva à campanha pela prefeitura de man-garatiba. a publicação pretende dar subsídios aos eleitores para esco-lherem o novo prefeito. candidatos já estão si-nalizando interesse em participar. estendemos o convite aos leitores para que enviem perguntas e sugestões.

piu piu flamenguista e foguetórioalguns poderiam se perguntar: por que o bo-

lo de aniversário do vereador Kifer (foto) veio com

um piu piu em cima? Bem, este é o apelido do le-

gislador na câmara de itaguaí, revelado pelos

próprios colegas. ele fez aniversário justamente na

sessão que elegeu a mesa diretora para 2011 na

cidade do porto. ele integra o “grupo dos quatro”

com toni coelho, Beto da reta e abelardinho. a

reeleição de vicente da rocha foi uma festa, e te-

ve até queima de fogos. a certeza da vitória era

tão grande que alguém do lado de fora do prédio

estava com o fósforo aceso para dar início ao fo-

guetório. o clima era tão ameno que vicentinho,

quase sempre muito sério, sorriu. Fácil, fácil.

Xadrez políticoa segunda-feira (20) foi marcada por reuniões entre os vereadores de mangaratiba. nunca se viram tantas reuniões. em jogo,

a escolha do vice do candidato José luiz do posto. estava cotados ruy quintanilha (que recusou e se lançou candidato), edison ramos (prefeito interino, é um mistério o que houve), vitinho e sidinho, que decidiram, diante da escolha de Kabeça, apoiar ca-pixaba. esse apoio tem cara de retaliação. esperamos que este não tenha sido o motivo, e sim a identificação com a proposta do candidato do pr. não podemos admitir que políticos sejam tão passionais a ponto de esquecer suas convicções.

na segunda-feira (20), quem passou pela orla de mangaratiba se espantou com a quantidade de tonéis que, tudo indica, armazenavam óleo diesel. du-rante todo o dia embarcações chega-vam ao cais trazendo o material. al-guns tonéis chegaram à praia boian-do, ao sabor das marés. de acordo com informações preliminares, o bar-co transportava os tonéis teria naufra-gado. autoridades não se pronuncia-ram a respeito e não há registro de va-zamentos. um sargento do corpo de Bombeiros de mangaratiba, presente no local, foi truculento com a reporta-gem. será que há algo a esconder?

tHiago melo

JupY Junior

3

c o t i d i a n o

Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 O FOCO

[carla araújo][email protected]

Na sexta-feira (17), Itaguaí ganhou a pri-meira escola técnica fe-deral da Costa Verde. A solenidade de inaugu-ração foi marcada pe-la parceria entre as ins-

tituições e pelo orgulho da conquista. O CEFET, que funcionava no Cen-tro de Educação Conti-nuada (CEC), agora tem um novo prédio, próxi-mo ao CIEP 300 (no tre-vo da zona industrial da cidade). O novo CE-FET é o resultado de um

[escola tÉcnica]

Mais conforto para aprender técnicaceFet inaugura novo prédio no trevo de itaguaí

convênio firmado entre a Vale e a prefeitura de Itaguaí em 2008. A pre-feitura cedeu o espa-ço e a Vale investiu 12 milhões de reais para a construção.

Várias autoridades estavam presentes na solenidade. O prefei-to Carlo Busatto Júnior, o Carlinho (PMDB), e Gleisson Cardoso Ru-bin (diretor de articula-

ção e projetos especiais do Ministério da Edu-cação) discursaram. As-sim como o professor Luiz Diniz, diretor da unidade de Itaguaí; Mi-guel Prades Filho, dire-

tor do CEFET do Rio de Janeiro; Anderson Cas-tro, gerente de RH da Vale e outros.

EXCELÊNCIAOs discursos lembra-

ram a qualidade do en-sino do CEFET, sua re-putação nacional, e a necessidade da educa-ção gratuita de quali-dade para o crescimen-to do país. “Uma nação só consegue ser sobera-na quando existem ins-tituições de ensino pú-blico de qualidade para formar cidadãos” - de-clarou Miguel Prades, diretor do CEFET Rio.

O prefeito Charlinho ressaltou o valor de em-presas que vão além de formar o profissional. “Empresas de excelên-cia criam um vínculo com o aluno e com o tra-balhador. Vínculo que faz a pessoa amar e ter orgulho de fazer parte daquele grupo. Empre-sas assim só têm a cres-cer” - declarou.

FORMATURANo prédio recém-

inaugurado ocorreu na noite de sexta a formatu-ra da primeira turma do curso técnico de Portos da Vale. A escola da Va-

le é uma parceria de lon-go tempo com o CEFET – afirma Anderson Cas-tro, gerente de RH da mi-neradora. Ele contou a O FOCO que “todos os alu-nos que se formam hoje [dia 17] já estão contrata-dos pela Vale” – e come-morou: “nós formamos nossos próprios profis-sionais de qualidade”.

O PRÉDIONo novo prédio o CE-

FET vai oferecer os cur-sos de Técnico em Mecâ-nica, Técnico em Portos e o curso superior de En-genharia Mecânica (pri-meiro curso superior ba-seado em Itaguaí). Após os discursos e cerimônia de placas e fitas foi con-cedido um passeio pelos corredores, salas de au-la e laboratórios. Já es-tava tudo pronto para o uso dos alunos do próxi-mo ano letivo e algumas máquinas dos laborató-rios foram ligadas para demonstração. O prédio tem 3,8 mil m² e capaci-dade para 1,2 mil alunos, contando com 15 salas de aula, auditório para 250 pessoas, além de bi-blioteca e laboratórios de mecânica elétrica e segu-rança do trabalho.

Matriz de cara e roupa novas

[reinauguração]

igreja de mangaratiba reabre após final das obras

[carla araújo]redaçã[email protected]

Terminou a obra de restauração da Igreja Nossa Senhora da Guia. Após quase três anos o mangaratibense voltará a frequentar um dos mar-cos da cidade e da reli-gião católica. A reinaugu-ração, com a presença do bispo Dom Ubiratan – da diocese de Itaguaí – ocor-reu no sábado (18).

A obra é do Institu-to do Patrimônio Histó-rico e Artístico Nacional (IPHAN), com a ajuda da ONG Angra Brasil e financiamento de várias empresas, em especial o Banco Nacional de De-senvolvimento (BNDES).

RESTAURAÇÕESO telhado, o piso, o al-

tar e a pintura externa e interna foram restau-rados. Os bens móveis,

imagens e outros objetos de uso da igreja foram catalogados e restaura-dos pelo IPHAN.

A igreja já passou por diversas restaurações ao longo dos seus mais de três séculos de existência.

Antes o altar estava bran-co com detalhes doura-dos. A igreja que os fi-éis encontraram apresen-tou o colorido original. “Penso que o azul faz re-ferência ao mar, os deta-lhes em verde represen-

tam a natureza da região e as flores são em verme-lho como as rosas” – ex-plica o jovem padre Sér-gio, líder da congregação mangaratibense.

O padre conta que fo-ram restauradas ima-gens de origem francesa, portuguesa e algumas produzidas na primei-ra fábrica de imagens do Brasil. Outra curiosidade é que há muitos anos ha-via um cemitério em tor-no da igreja: durante as obras foram encontradas três ossadas. A Universi-dade Estadual de Cam-pinas (Unicamp) estuda a origem dos ossos.

SAUDADEDurante o tempo em

que a igreja esteve fecha-da as missas, aulas de ca-tecismo e quaisquer ou-tras celebrações eram re-

alizadas no Centro Cul-tural Cary Cavalcanti. O padre agradeceu pelo es-paço cedido, mas diz que é muito bom finalmente voltar a celebrar na igre-ja. Na quarta (15), padre Sérgio contou ao O FO-CO: “Fico contando as horas até sábado”.

A cidade de Mangarati-ba teve início com a cons-trução da igreja Nossa Se-nhora da Guia pelos por-tugueses em 1700. Segun-do Padre Sérgio, os por-tugueses tinham devo-ção pela santa que repre-sentava a estrela guia dos navegantes. As missas de Natal e de véspera já es-tão marcadas para aten-der aos fiéis da cidade.

As obras do IPHAN

devolveram à igreja seu

colorido original, datado de 1700

O novo CEFET é o resultado de um convênio firmado entre a Vale e a prefeitura de

Itaguaí em 2008

autoridadesvistoriam laboratório

representante do mec e do ceFet junto ao prefeito

Fotos carla araúJo

Fotos carla araúJo

o altar reformado: beleza de volta à matriz

o jovem padre sérgio

4

falando de saúde[ruy quintanilha] [email protected]

O FOCO Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010cotidiano

Cuidado com o uso excessivo de adoçante

Ele está no chocolate, bolo, café, refrigerantes, doces e muitos outros alimentos. Não se pode negar: o adoçan-te é muito popular e há tempos deixou de ser usado só

por quem não pode consumir açúcar. Mas atenção: é preciso termos cuidado. Estudos de nutricionistas afirmam que o uso exagerado do produto pode causar problemas para a saúde e até prejudicar quem pretende emagrecer.

Os adoçantes agem “enganando” o corpo. As substân-cias contidas nos adoçantes induzem a liberação de insu-lina no organismo por meio do pâncreas e o corpo reage como se estivesse recebendo um alimento rico em açúcar. Já que não é açúcar de verdade, este aumento na liberação de insulina consome a glicose circulante no sangue e pode provocar uma hipoglicemia (baixa na concentração de glicose no sangue), com sensação de visão turva, sudorese, palidez da face e até mesmo desmaio. E como reação a esta hipoglicemia a pessoa sente mais vontade de comer alimen-tos ricos em açucares (carboidratos). Isso se torna um ciclo vicioso em pessoas com alimentação restrita a alimentos

diet, podendo atrapalhar na dieta.É preciso moderar o consumo dos produtos adoçantes. Em

excesso, o adoçante pode causar problemas gastrointestinais, mal estar, vermelhidão no corpo e dores de cabeça. O que sabemos é que não adianta colocarmos adoçante em tudo que consumimos, pois ao final do dia a pessoa estará mal-humora-da e com fome.

O adoçante ainda é um dos melhores aliados para quem quer emagrecer. O ideal, na verdade, é aproveitar os próprios doces das frutas, os sabores naturais. Se o objetivo é a perda de peso, não adianta continuar consumindo o açúcar refinado. Quem para de usar o açúcar pode reduzir a ingestão calórica em cerca de 350 calorias por dia.

Para que a perda de peso seja eficiente, o ideal é investir em uma dieta rotativa, na qual todos os grupos de ali-mentos estejam presentes em quantidades controladas. É preciso que as refeições sejam balanceadas com proteínas, carboidratos e saladas. E sempre associar à prática de exer-cícios físicos, como as caminhadas.

PRÓS E CONTRAS DOS PRODUTOS:

ASPARTAME: Contraindicado para quem tem fe-nilcetonúria. Se aquecido perde a propriedade adoçante. Não é calórico e não causa cáries.

CICLAMATO: Não deve ser usado por grávidas. Não perde a propriedade adoçante em altas temperatu-ras. Não é calórico e não causa cáries.

ESTÉVIA: Adoçante natural das folhas da Stevia. Não é calórico e não causa cáries.

AÇÚCAR MASCAVO E CRISTAL: Estes açú-cares são mais saudáveis que o açúcar refinado, pois não tem aditivos químicos. O mascavo tem proteínas e vitaminas. Em excesso causam cáries e são calóricos.

AÇÚCAR REFINADO: Tem muitas calorias. Cau-sa cáries. Não têm nutrientes, mas é fonte de energia. Em excesso, causa obesidade.

[Jupy Junior][email protected]

O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) infor-mou que um tratado de cooperação técnica entre o órgão, a Cedae e a Se-cretaria Estadual do Am-biente (SEA) foi assinado na terça-feira (14) no Pa-lácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio de Janeiro. O objetivo do acordo é elaborar projetos para recuperação e/ou ex-pansão do sistema de tra-tamento sanitário de oito municípios da região hi-drográfica do Guandu.

RECURSOSOs recursos para os pro-

jetos – R$ 14,2 milhões do Fundo de Recursos Hídri-cos (FUNDRHI) - são pro-venientes da cobrança pe-

[saneamento]

Projetos por um esgoto tratadosea, inea e cedae assinam acordo que beneficia municípios

lo uso da água. A Cedae ficará responsável por li-citar e contratar os proje-tos, que futuramente vão embasar as obras de sane-amento básico na região. A aplicação dos recursos foi aprovada pelo Comi-tê Guandu, a quem cabe decidir sobre a destinação dos recursos provenien-tes da cobrança pelo uso da água.

BENEFICIADOSOs projetos para Quei-

mados, Paracambi, Sero-pédica e Itaguaí contem-plarão 100% da área urba-na. Para as cidades de No-va Iguaçu, Miguel Perei-ra, Piraí e Barra do Piraí a cobertura será parcial. Em Seropédica, estima-se que será saneada toda a área urbana, inclusive a área próxima da Universidade

carla araújo[redaçã[email protected]]

A infovia agora passa por Seropédica. Na quar-ta-feira (15), a prefeitura inaugurou o primeiro te-lecentro da cidade. Com 20 computadores, o centro permite o acesso gratui-to à internet, sem necessi-dade de cadastro ou qual-quer outra burocracia. Em qualquer hora do dia o ci-dadão pode usar um dos computadores, e duran-te uma hora e não paga-rá nada. Após esse perío-do, caso seja necessário, o usuário precisará ceder o lugar a outro. Tudo sob a coordenação de monito-res. É a oportunidade de acessar sites e serviços na internet para quem não pode comprar um com-putador ou gastar muitos reais em lan-houses.

SITE OFICIAL RUIMA prefeitura de Seropé-

dica, embora tenha inau-gurado o telecentro, não dá a mesma atenção aos seus serviços na rede. O site oficial não oferece aos cidadãos acesso a servi-

[inauguração]

telecentro Seropedigital

ços ou informações que de fato possam contribuir para a melhoria da cida-de. O que está no ar - pelo menos por enquanto - são matérias que procuram repercutir as ações do governo: asfaltamento, eventos etc. O internauta no telecentro não poderá contar com as facilidades da rede para exercício da cidadania na própria ci-dade de acesso.

ERA DIGITALA obra foi uma parce-

ria da prefeitura com a secretaria de Ação Social, Trabalho e Renda do mu-nicípio e contou com o apoio do governo do es-tado. O prefeito Martina-zzo (PSB) – que esteve na inauguração com seu vi-ce, Zealdo Amaral (PDT) – falou ao O FOCO que este telecentro é o primei-ro de muitos. “Queremos abrir um em cada comu-nidade, e colocar Seropé-dica na era digital“ – pro-meteu.

O telecentro funciona 24 horas por dia e fica na Rua Joana Resende, 483, no Centro de Seropédica.

Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Em Ita-guaí toda a área urbana e de expansão urbana, cole-ta e tratamento de esgoto terão obras planejadas.

O Inea, por meio de no-ta, afirmou que “são pro-jetos que possuem o du-plo impacto de levar salu-bridade ambiental e saúde para os municípios e me-lhorar em muito a quali-dade de água de abaste-cimento da grande região metropolitana”.

SEM PREVISÃOAinda não há previsão

para início de obras, in-forma também o Inea, por meio de sua assessoria. O termo de cooperação é o primeiro passo para tra-tar o esgoto que aflui pa-ra a captação da Cedae, no manancial Guandu.

[oportunidade]

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE) abriu edital pa-ra o processo seletivo que oferece vagas para o car-go de Codificador Cen-sitário. Quem organiza o concurso público é a Con-sulplan, e é no site des-ta empresa que os candi-datos devem buscar in-formações: www.consul-plan.net. As inscrições de-verão ser feitas entre 3 e 14 de janeiro, e a taxa é de R$ 11,82. Pode concorrer quem tem o nível médio completo.

CODIFICAÇÃOO Codificador Censi-

tário vai trabalhar na co-dificação do questioná-rio aplicado no Censo De-mográfico 2010. Os con-vocados participarão de treinamentos ministra-dos por técnicos do IB-GE. O salário é de R$ 600 (com auxílio alimentação e transporte) por 30 horas semanais para trabalhar em um dos dois turnos: 7h às 13h ou 13h às 19h.

PROVASAs provas estão pre-

vistas para o dia 6 de fe-vereiro de 2011 (domin-go), das 13h às 17h, no município do Rio de Ja-neiro. Os locais serão di-vulgados uma semana antes da prova. Os can-didatos responderão a 60 questões de Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Conhecimentos Gerais e Noções de In-formática. Informações pelo telefone 0800-283-4628 (atendimento: 9h às 17h, de segunda a sex-ta) ou por e-mail: [email protected].

Vagas no IBGE

corte não afeta arco O secretário estadual

de Desenvolvimento Eco-nômico, Julio Bueno, as-segurou que o corte de R$ 12 bilhões do orçamento da União para 2011 não afetarão as obras do Arco Metropolitano.

Bueno declarou que a obra é custeada pela pri-meira fase do Programa de Aceleração do Crescimen-

to (PAC) do governo fe-deral. Os cortes foram efe-tuados no PAC 2. O secre-tário afirmou também que as obras estão no seu an-damento normal. O Arco Metropolitano ligará Ma-nilha (Itaboraí) a Itaguaí, cortará 17 cidades ao in-terligar trechos norte e sul da BR-101 com a BR-040 e BR-116. Isto desafogará as principais vias de acesso à capital fluminense, como por exemplo a Ponte Rio--Niterói e a Avenida Brasil.

Sob nova direçãoMudou a direção do

hospital Victor de Souza Breves. Rafael Figueire-do Pereira não responde mais pela administração. Ele sofreu um acidente de carro e está em casa se recuperando de fratu-ras, informou a secretá-ria Amelinha. Quem as-sumiu o cargo foi o Dr. Marcelo de Araujo Cos-ta Barbosa.

[HoloFote]

prefeito (d) prestigiou a inauguração

carla araúJo

5Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 O FOCO

oi responde


Se o leitor precisa ins-talar a internet na sua casa, é melhor ir antes à farmácia e comprar uma boa dose de com-primidos. A julgar pe-la situação da telefo-nia em Mangaratiba, as dores de cabeça se-rão muitas. Omissão, falta de investimentos, serviços, equipamentos e comunicação com-põem o quadro que o consumidor da cidade precisa enfrentar para ter acesso à rede.

“INDISPONIBILIDADE TÉCNICA”A expressão “indispo-

nibilidade técnica” pode dar arrepios em quem já teve que ouvi-la algu-mas vezes na tentativa de instalar a internet em casa ou na loja. Este é o termo empregado pela empresa de telefonia Oi para justificar a impos-sibilidade de instalação do serviço. Ocorre po-rém que leitores têm da-do o seguinte depoimen-to a O FOCO: só depois de instalado o telefone fi-xo é que a empresa infor-

ma que não há disponi-bilidade técnica no local.

A “indisponibilidade técnica” é um mistério, praticamente uma abs-tração. As informações sobre os motivos que im-pedem a instalação não são esclarecidos, nem os investimentos necessá-rios para que as instala-ções sejam feitas. Cabe lembrar que as empre-sas de telefonia devem prestar esclarecimen-tos às agências regula-doras do governo quan-to aos seus serviços. Por que ainda existem pon-tos do município cujas

instalações são impossí-veis? Pergunta ainda não respondida.

SEM GARANTIASUma vez instalado o

serviço, a dor de cabe-ça ainda pode acontecer. Na redação de O FOCO, apenas 600 kilobytes es-tavam disponíveis, ape-sar de 10 megas terem si-do contratados. A oferta era maior e o serviço ofe-recido parcialmente. So-mente depois de uma re-clamação o contrato po-de ser obedecido.

Orelhões, quando exis-tem na cidade, não fun-cionam. As ligações de Mangaratiba para Ita-guaí só podem ser feitas por DDD. Mas em sen-tido inverso, não preci-sam. O FOCO denun-ciou e até hoje não obte-ve resposta.

[consumidor]

Velox ou Lerdox?serviço de internet e telefonia em mangaratiba é problemático

a empresa de telefonia respondeu o seguinte: “a oi ainda não oferece cobertura 3g em mangarati-ba, mas tem disponibilidade para o serviço oi velox com velocidades até 1 mbps. a companhia acres-centa que a disponibilidade e a velocidade para contratação do oi velox dependem de uma análise

prévia da linha telefônica do cliente, da capacidade da central telefônica a qual ele está ligado e da in-fraestrutura do endereço em que o serviço será ha-bilitado. com objetivo de atender a crescente de-manda por banda larga no país, a oi realiza am-pliações e melhorias contínuas em sua rede.”

[oBras]


Morte ou propagan-da? A escolha cruel pa-rece bem próxima da realidade em Seropé-dica. Pedestres se arris-cam no km 49, no cen-tro, ao simplesmente ig-norar as passarelas que, em tese, serviriam pa-ra diminuir o risco de acidentes. Porém du-rante todo o dia cente-nas de pessoas atraves-sam a BR-465, antiga ro-dovia Rio - São Paulo, em meio a carros, cami-nhões e ônibus. As pas-sarelas funcionam como varal de propagandas, o que deturpam o seu uso e evidenciam o descaso da população pela se-gurança.

Segundo informações da prefeitura do muni-cípio, as passarelas fo-ram construídas no iní-cio dos anos 1990 pe-lo DNER – atual DNIT (Departamento Nacio-nal de Infraestrutura de Transportes). Hoje as passarelas são mais usa-das para pendurar fai-xas de festas do que pa-ra a travessia.

Os moradores de Se-ropédica sabem que o ato é imprudente, mas a maioria prefere o risco. “Tenho que andar mui-

[trÂnsito]

passarela outdoorpedestres preferem correr risco para atravessar a rio-sp

to mais quando subo a passarela, por isso atra-vesso por baixo” – conta a dona de casa Maria de Lourdes. Alguns mora-dores priorizam a segu-rança das crianças, co-mo o comerciante Wal-ter Rodrigues: “uso a passarela quando estou com meus filhos. Não vou colocá-los em risco e tenho que dar exem-plo”.

PROPAGANDASO grande número de

faixas penduradas na grade é um fator curio-so. São anúncios de fes-tas, avisos de audiên-cias públicas e mani-festações contra o li-xão. “São muitas faixas penduradas, é engraça-do. Quer saber o que vai acontecer na cidade? É só olhar aqui” – comen-ta a universitária Caroli-na Ferreira.

O trânsito é inten-so no trecho do Km 49. Alguns veículos tran-sitam pelo acostamen-to, o que aumenta ain-da mais o risco para os pedestres. A redação de O FOCO procurou da-dos de acidentes e atro-pelamentos na rodovia, mas não obteve respos-ta do Corpo de Bombei-ros e da Polícia Rodovi-ária Federal.

A inauguração da duplicação da BR-101/RJ, trecho que vai de Santa Cruz a Manga-ratiba (RJ) na terça (21) contou com a partici-pação do presidente Lula. Direto do Com-plexo do Alemão o presidente se fez pre-sente via transmissão simultânea.

A duplicação da ro-dovia conta com a construção de cinco viadutos, três passa-gens inferiores e no-ve pontes, além de ru-

Duplicação da BR-101

as laterais e passarelas e a restauração da pis-ta existente ao acesso

lula participa de ato via vídeo-conferência

do Porto de Itaguaí. A BR-101/RJ liga An-

gra dos Reis a Parati. A

estrada conta com um volume médio diário de 35 mil veículos, com aumento nos feriados e fins de semana pa-ra cerca de 50 mil veí-culos.

As obras fazem parte do Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC) e foram execu-tadas em duas etapas, com início em outubro de 2006. O investimen-to total é de R$ 260,8 milhões, dos quais R$ 233,2 milhões foram investidos até 2010.

reprodução internet

trecho entre santa-cruz e mangaraiba foi duplicado

carla araúJo

em seropédica, passarela serve de varal para propaganda

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A Fundação Ceperj (Centro Estadual de Es-tatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Ja-neiro) lançou o Anuário Estatístico 2010 e o Ma-pa Oficial do Estado do Rio de Janeiro. O anuá-rio traz informações que abrangem dimensões sociais, territoriais, eco-nômicas, ambientais e institucionais da realida-

de fluminense. O mapa incorpora as recentes al-terações geográficas do Estado, dentre elas a de-limitação da nova com-posição da região metro-politana e localização do traçado do Arco Metro-politano.

INFORMAÇÕES IMPORTANTESO presidente da Fun-

dação Ceperj, Jorge Bar-

reto, abriu o evento que marca o jubileu de ou-ro da instituição e os 30 anos da Faperj (Funda-ção Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Ja-neiro). Barreto explicou que estes produtos vi-sam fornecer informa-ções gerais sobre o terri-tório fluminense que po-dem interessar institui-ções públicas e privadas,

pesquisadores, professo-res, estudantes e usuá-rios em geral.

Epitácio Brunet, dire-tor do Centro de Estatís-ticas, Estudos e Pesqui-sas (Ceep/Ceperj), frisou a importância do anuário e do mapa para conhecer melhor as estruturas do estado a partir do cru-zamento de informações sobre economia, meio ambiente, educação, da-dos populacionais, den-tre outros. “A produção desses trabalhos vai mui-to além de um simples anuário ou de um mapa para ser pendurado na parede. Esses trabalhos são informação, conhe-cimento. Eles falam da construção de uma cida-dania” – afirmou.

ARCO E COSTA VERDEA mais recente edição

do mapa traz como no-vidades a delimitação da nova composição da re-gião metropolitana e das baixadas litorâneas, a de-limitação da Costa Ver-de, da área oficial do es-tado atualizada e da loca-lização do traçado do Ar-

co Metropolitano. O arco será uma rodovia de 145 km de extensão, que li-gará o município de Ita-boraí ao Porto de Itaguaí, passando por outros seis municípios. A construção ainda não terminou e as obras – que começaram em 2008 – são feitas com recursos do PAC (Pro-grama de Aceleração do Crescimento).

Os municípios de Ita-guaí e Maricá voltaram a pertencer à Região Me-tropolitana em 2009. Com isso, o novo mapa apre-senta a região da baixada litorânea com uma área menor, já que perdeu Ma-ricá. O mesmo acontece na Costa Verde, que tam-bém ficou reduzida com a saída do município de Itaguaí da área. A última edição do Mapa Oficial do Rio de Janeiro foi lan-çada em 2001.


[ponto convergente – antonio augusto da silva teiXeira]

Vibrante, polêmico e culturalaugusto não deixa espaço para dúvidas: é um homem marcante

As informações do anuário e do

mapa podem interessar

instituições e pesquisadores

DetRAN em Mangaratiba

[vistoria]

No dia 23/12 o DE-TRAN chega à cidade para oferecer diversos serviços como vistoria anual, segunda via do CRLV e alteração de ca-racterísticas. Os docu-mentos serão emitidos no local da vistoria. Pa-ra agendar o serviço, os motoristas devem estar com o IPVA pago e li-gar para 0800-0204040 ou 0800-0204041, de se-gunda a sexta-feira, das 6h à meia-noite e aos sábados, das 8h às 18h.

O serviço telefônico 192 – responsável pe-las chamadas ao Servi-ço de Atendimento Mó-vel de Urgência na ci-dade – ainda não está em funcionamento. Se-gundo a assessoria da prefeitura de Mangara-tiba a empresa de tele-fonia Oi ainda não ati-vou o serviço. Enquan-to o sistema não é regu-larizado, quem precisar do Samu pode ligar pa-ra 9588-9809.

telefonesamu

[inFormações do estado]

RJ com geografia diferenteinstituto de pesquisa lança novos anuário e mapa do estado

divulgação/ceperJ/ceep

2002

2010

[ Somos um pouco reféns das certezas

desse homem, de posições inabaláveis

]

carla araúJo


A pele tem sulcos profundos em torno dos olhos. Es-tes são firmes e penetrantes, escuros. Difícil enfrentá--los. Assim como deve ser difícil enfrentar as convic-ções de Antonio Augusto da Silva Teixeira. Seu sotaque é indefinido, apesar de ter nascido em Pena Fiel, Cida-de do Porto, em Portugal, há 60 anos. Chegou ao Bra-sil aos 12. Itaguaí também é a Cidade do Porto, e me espanto com a coincidência. Mas diva-gações não são possíveis quando se es-tá frente a frente com Augusto Teixei-ra. Dele emana um poder indefinido: algo que lhe parece tão natural quan-to o ar que respiramos. Há uma clare-za na voz, uma tal personalidade, que o magnetismo da sua presença imedia-tamente toma de assalto as pessoas ao redor. Somos um pouco reféns das cer-tezas desse homem, de posições políti-cas inabaláveis ao enaltecer a figura do prefeito Charli-nho e pontos de vista que podem parecer chocantes pa-ra os menos avisados.

Augusto é polêmico. E ele não parece se incomodar com isso. O pouco contato que tivemos, dentro de uma sala pequena do Teatro Municipal de Itaguaí, foi o su-ficiente para perceber que há uma bravura intensa nes-te homem. Tudo para Augusto é muito nítido, não há lugar para vacilações. Ele sabe e acredita no que está fa-lando. Augusto não é recomendável para pessoas de-

licadas: ele pouco se importa com o choque que pode provocar nas sus-cetibilidades alheias. Ele sente-se bem dentro da sua própria pele. Gosta de si, sabe se valorizar, embora não haja traço de vaidade. Seria um sentimen-to menor, não combina com ele. Alti-vez, sim. Ele não sabe ser carinhoso, mas a generosidade genuína não pre-cisa desses detalhamentos. Augusto é assim: direto ao ponto, sem escalas.

Chegou a Itaguaí em 1975. Começou com boutiques, manteve--se nesse ramo por 30 anos. É testemunha das transformações pelas quais passou o municí-pio. Vendeu as lojas, desiludido pela de-gradação de Itaguaí (“não se vendia na-da” – conta ele). Executou o projeto de abrir uma pousada/restaurante em Coroa

Grande, a Casa do Porto. Convidado pelo atual prefei-to e pela primeira-dama, assumiu em 2005 uma posição na Secretaria de Educação e Cultura. Augusto fala com muita propriedade dos problemas e soluções que a cul-tura do município enfrenta e executa.

São vários projetos que esbarram nas condições so-ciais críticas nas quais ainda vive a maioria da popula-ção. Há um conflito entre a oferta e a fruição do cultu-ral. É o que se repete Brasil afora, constatamos. As pes-

soas ainda não estão preparadas para vivenciar a cultu-ra a partir da transformação que ela sempre empreen-de. Há um quê de comicidade e tragédia quando Au-gusto conta como é difícil conciliar as expectativas dos produtores com as experiência dos espectadores.

Talvez para o observador menos atento Augusto pa-reça rude, direto demais, de uma objetividade cortante, e, sob certo aspecto, de uma aspereza a que poucos es-tão acostumados. Mas estamos diante de um lutador, de um obstinado. Essa é a impressão que fica. Por mais que a política ou o social sejam vistos por ele sob uma ótica muito particular e polêmica, sabemos que deste homem emana algo que, por falta de uma palavra me-lhor, definimos como “força”.

augusto no teatro de itaguaí, onde recebeu o Foco

uma mudança significativa: a costa verde foi reduzida

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p o d e r


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O PMDB e o PV saíram na frente na corrida pe-la sucessão da prefeitura de Mangaratiba. José Luiz do Posto (PMDB) e Ruy Quintanilha (PV) proto-colaram ontem no cartó-rio eleitoral (54ª zona) as respectivas candidaturas. Francisco José, chefe do cartório, confirmou a O FOCO que estes já oficiali-zaram o pedido. Gustavo Busse e Dr. Simões (am-bos do PSDB) tentaram fazer o mesmo, mas um

[eleições mangaratiBa]

corrida à prefeitura já tem candidatos

Lá vem a campanha

problema no sistema im-pediu o protocolamento. O cartório abriu novo pra-zo – até quarta (22), mas, segundo Francisco, ain-da nesta terça (21) os tuca-nos apresentarão o pedi-do. Este também é o caso de Evandro Capixaba.

ELEIÇÃO SUPLEMENTAREstes são os primeiros

movimentos oficiais pa-ra disputa pelo cargo de prefeito de Mangaratiba, eleição suplementar que ocorrerá no dia 6 de feve-reiro de 2011. O novo plei-

to, marcado pelo TRE--RJ, tornou-se necessário devido à cassação de Aa-rão de Moura Brito Ne-to (PMDB) em julho (27). Aarão efetivamente dei-xou a prefeitura em outu-bro (6), e o presidente da Câmara de então, Edison Ramos (PMDB), assumiu interinamente o executi-vo. A nova eleição, portan-to, escolherá o substituto de Edinho.

PRIMEIRAS DECLARAÇÕESDe acordo com as re-

gras do TRE-RJ, os pedi-

dos de candidaturas de-vem ser julgados até o dia 17 de janeiro. Nesta quarta (22) será publicada a lista com a relação dos pedidos de registro de candidatu-ra. O TRE-RJ marcou o co-meço da campanha para esta terça (21). Portanto, O FOCO já começou a ouvir os candidatos.

RUY QUINTANILHA E MARQUINHO DA ILHAa dupla encabeça a coligação “por uma mangaratiba

com mais saúde” (pv-psB-ptdoB). portanto, saúde é o te-ma principal da sua campanha. quintanilha, que é do pv, reclamou dos entraves para conseguir protocolar a candi-datura: “a burocracia tem sido o principal desafio até en-tão, o sistema é de 2008, e precisamos de certidões que só o Forum emite, mas com o recesso fica tudo mais difí-cil”. ruy também mencionou a dificuldade em registrar a abertura de comitê financeiro. “a campanha de todos es-tá prejudicada” - disse. ele declarou também: “célio da ti-gresa está na caminhada conosco”.

JOSÉ LUIZ DO POSTO E KABEÇAJá têm um plano de governo pronto. pretendem realizar

uma revitalização urbanística e trabalhar pela educação, saúde e meio-ambiente, cultura e turismo. o apoio to-tal do governo do estado, segundo José luiz, trará investi-mentos importantes para a cidade. ele disse que não hou-ve qualquer constrangimento em ter Kabeça como vice: “Foi um entendimento, ele tem um trabalho grande apre-sentado ao longo dos anos, pensamos igual”. o candi-dato do pmdB disse a o Foco que está muito confiante, pois sente a mobilização da população em torno do seu nome. e declarou: “nossa candidatura é de paz”.

GUSTAVO BUSSE E DR. SIMÕESo candidato do psdB disse a o Foco que a candida-

tura estava sendo protocolada nesta terça (21). disse que o tema principal da sua campanha é “botar ordem na ca-sa”. “a política está indefinida, a administração está sem rumo, queremos retomar a tranquilidade política e melho-rar os serviços à população” – disse. Busse declarou tam-bém que o tempo é o principal desafio da campanha, por ser muito curto. segundo ele, o psdB está unido em torno do seu nome. José carlos costa - presidente da câma-ra que votou a favor do requerimento que anulou a elei-ção de simões, o então candidato a vice-prefeito - mani-festou apoio à chapa. o candidato tucano disse que ele e simões não têm mais diferenças com costa.

EVANDRO CAPIXABA E JORGE LUISo candidato do pr disse que os temas principais da

sua campanha são saúde, educação e transporte. segun-do ele, o seu plano de governo estava saindo da impres-sora no momento da entrevista com o Foco. declarou também que tem os seguintes apoios à sua candidatura: do vereador sidney marcello Filho (pHs) - o sidinho, e de emil de castro. capixaba disse também que os eventos de campanha são “caminhar, caminhar, caminhar”, e que ele está confiante na eleição. como desafio neste momen-to, apontou que é “fazer caminhada no sol de 40 graus”. evandro também afirmou que a cassação de aarão não foi obra sua, mas sim da justiça. a oposição a aarão de moura Britto neto deu-se por uma série de motivos, dentre eles o descumprimento do plano de cargos e salários dos servidores do município.

O povo anda meio dividido, é verdade. Alguns nem mesmo sabem que uma no-va eleição foi marca-da pelo TRE-RJ para fevereiro de 2011. Po-rém os rumos políticos com certeza estarão mais exaltados, se le-varmos em conta a en-quete que O FOCO fez nas ruas de Mangara-tiba. Vários nomes fo-ram citados, e as pes-soas, por vezes, se mostraram reticentes. Existem os frustrados com o prefeito cassado Aarão de Moura Brit-to e outros descrentes em um futuro político mais tranquilo. Como em outras enquetes, o cidadão tem um medo danado de se compro-meter ao declarar pre-ferências ou simpatias políticas.

DEBATE EM LANCHONETEEntrevistados aris-

cos se soltaram aos poucos, e até mesmo um debate improvisa-do aconteceu em uma lanchonete. O clima, porém, ainda é de in-

Na boca do povopopulação comenta sobre candidatos

certeza.Na praça Robert Si-

mões, Cléa Claudino, assessora do verea-dor José Luiz do Pos-to (PMDB), declarou seu apoio pelo vere-ador que certamente será um dos candida-tos: “Meu voto é do Jo-sé Luiz, confio no tra-balho dele”. Erivaldo Bonfim, 31 anos, disse o seguinte sobre o ve-reador: “conheço ele, nele eu confio”. A do-méstica Ana de Olivei-ra, que mora em Praia Grande e tem 33 anos não esconde sua prefe-rência pelo candidato, embora tivesse ficado sabendo das eleições suplementares pela re-portagem.

Marcisolaine, balco-nista, foi uma das que se decepcionaram com Aarão, mas declara seu voto em José Luiz. “Lamento pelo Célio” – disse ele, que era fã do vereador assassina-do. Na lanchonete on-de Marci trabalha uma cliente – sobrenome Valverde, ela não quis revelar primeiro no-me – declarou prefe-

rência por outro can-didato: Evandro Capi-xaba. Quase todos fo-ram cautelosos em res-ponder à enquete.

PACIÊNCIA E INDEFINIÇÃOO pipoqueiro Valnei

Simões demonstrou paciência: “Vou espe-rar as coisas se acer-tarem. Na hora cer-ta decidirei qual me-rece o meu voto”. Al-guns moradores não sabiam da nova data das eleições. “Ah é, o Aarão foi cassado né?” – relembrou a vende-dora Mayane Tainara. “Gosto do Dr. Ruy ou o José Luiz do Posto. Vou escolher um dos dois” – revelou.

Cristiane da Silva, colega de trabalho de Mayane, espera mais do novo prefeito. “Vou votar em quem trazer turismo para a cidade. Acabaram com as fes-tas, com os shows, não tem mais nada da ci-dade” – reclamou.

Quem também não sabia das eleições su-plementares era a pe-dagoga Sandra, con-

versando animada-mente com outras du-as pessoas na praça. Certamente ela não se interessa por política, porque nesse meio não se fala em outra coisa na cidade. Com o iní-cio da campanha, os eleitores vão ter mais elementos para fazer a escolha certa.

[os candidatos e seus vices]

[enquete]

Fotos tHiago melo

O novo pleito tornou-se necessário devido à

cassação de Aarão

marquinho e ruy Zé luiz e Kabeça gustavo Busse peregrino, Jorge e capixaba

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o ano de 2010 foi surpreendente em muitos sentidos. a turbulência política que se abateu sobre mangaratiba, seropédica e itaguaí deu o tom a uma sucessão de acontecimentos políticos que trouxeram muita instabilidade para essas cidades. mas outros fatos também foram notícia em o Foco, e o próprio jornal foi notícia. em julho, passamos por uma grande modificação

editorial e visual, e hoje você, leitor, experimenta essas mudanças no jornal que acompanha fielmente.como uma maneira de demonstrar nossas posições e de revelar um pouco da forma como trabalhamos – curiosidades na elaboração das matérias – o Foco preparou este especial na

tentativa de promover uma retrospectiva criativa do ano de 2010. relembre algumas das matérias que ocuparam nossas páginas e como elas foram sentidas e preparadas por o Foco.

RETROSPECTIVA 2010assassinato, cassação, erro médico – um pouco de tudo em ano difícil

opinião: ao longo de toda a via são de-zenas de lugares em que toneladas de pedras e lama invadiram às pistas. vale ressaltar que angra dos reis abriga duas usinas nucleares. em caso de qualquer acidente, a principal ro-ta de evacuação da região é a rio-santos, que infelizmente está em péssimas condições.

Bastidores: a reportagem foi ao local, que ficou interrompido por 12 horas. É impres-sionante ver como as forças da natureza são poderosas. uma montanha de pedra e lama obstruiu toda a pista.

opinião: o perigo ronda a rio-santos, que é uma das estradas mais perigosas do Brasil. a irresponsabilidade dos motoristas também é um desafio para as autoridades.

Bastidores: É sempre ruim ter que noticiar acidentes nas estradas. Hoje mesmo, ao prepa-rar esta matéria, ficamos sabendo de mais um acidente no túnel que liga muriqui a itacuruçá. uma pessoa da nossa equipe chegou em esta-do de choque à redação.

opinião: muitas pessoas tem dito que a invasão da polícia ao complexo do alemão vai trazer mais bandidos para itaguaí. não sabemos se há um fundo de verdade nisso, mas sabemos que o número de bandidos já é suficiente para clas-sificar como alarmante a situação do município.

Bastidores: estamos sempre em contato com a polícia, e com as di-ficuldades na investigação sobre os crimes. os de violência contra a mulher, por exemplo, sempre são dificultados pela família do agressor ou pela própria vítima. sempre nos confrontamos com as dificuldades de equipamento e com os casos insolúveis por falta de dedicação. É um problema de difícil solução.

opinião: a empresa sempre se defende, e sempre há gente com disposição para denunciar. É preciso es-tabelecer no Brasil uma legislação mais clara a respeito das questões ambientais. ainda há bre-

chas relativas à poluição do ar, por exemplo.

Bastidores: o inea esclareceu sobre a questão ambiental no Brasil a O FOCO. Fi-camos sabendo que só é perigoso aquilo que afeta diretamen-

te a saúde das pesso-as, sem que se leve em conta a atua-

ção dos poluentes ao longo do tempo.

ed. 80 | aBriled. 78 | Fevereiro

ed. 81 | maio

ed. 79 | março

opinião: o crime revelou uma face ainda obscu-ra na política de mangaratiba: a violência. chocou toda a cidade e instaurou um clima de medo jun-to à população.

Bastidores: o mais difícil foi cobrir o velório: presenciar o sofrimento dos familiares, o sofri-mento da filha e dos pais com a morte de célio. não temos ainda a definição do caso. espera-mos que um dia possamos publicar algo mais conclusivo, com a punição dos responsáveis.

opinião: o lixão tem que sair de seropédica, mas vai para onde? será que todas as providências estão sendo tomadas para evitar os problemas ambientais? existem alternativas que não estão sendo discutidas pe-las autoridades. É preciso ouvir os especialistas.

Bastidores: levamos spray de pimenta na cara, testemunhamos tiro para o alto e agressões da polícia a um jovem estudante. a população estava realmen-te mobilizada e dispos-ta naquele dia a fa-zer ouvir o seu protesto. uma matéria que nos cansou bastante, pois foi um corre-corre para conseguir pegar a ma-nifestação de vários ân-gulos. nossa foto de capa foi uma flagrante incrível, comemoramos muito quando conse-guimos.

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o ano de 2010 foi surpreendente em muitos sentidos. a turbulência política que se abateu sobre mangaratiba, seropédica e itaguaí deu o tom a uma sucessão de acontecimentos políticos que trouxeram muita instabilidade para essas cidades. mas outros fatos também foram notícia em o Foco, e o próprio jornal foi notícia. em julho, passamos por uma grande modificação

editorial e visual, e hoje você, leitor, experimenta essas mudanças no jornal que acompanha fielmente.como uma maneira de demonstrar nossas posições e de revelar um pouco da forma como trabalhamos – curiosidades na elaboração das matérias – o Foco preparou este especial na

tentativa de promover uma retrospectiva criativa do ano de 2010. relembre algumas das matérias que ocuparam nossas páginas e como elas foram sentidas e preparadas por o Foco.

RETROSPECTIVA 2010assassinato, cassação, erro médico – um pouco de tudo em ano difícil

opinião: o clima de instabilidade política é ruim para qualquer cidade. o Foco gostaria de noticiar grandes inves-timentos e obras na região, além de melhorias no atendimento à população. sabemos que é possível um consenso. ele parece difícil de alcançar, mas é preciso acreditar que um governante possa trazer paz e dias melhores para todos os cidadãos.

Bastidores: a redação era sempre surpreendida com al-guma nova informação a respeito do assunto. Foi preciso muito jogo de cintura para acompanhar cada passo, cada decisão. a dificuldade em conseguir declara-ções dos envolvidos sempre foi um problema para nós, também.

opinião: um grande conflito, este caso do lord Jim. o casal de estrangeiros sofre muito com a sua “casa” pre-sa no cais. sem querer saber quem tem razão, vimos so-frimento nos olhos deles, e nos identificamos, embora não possamos tomar partido.

Bastidores: tracy ficou muito contente por poder falar inglês com o repórter, e sempre pediu que voltássemos pa-ra um coffee (café). ela disse que tem muita dificuldade em encontrar alguém que fale a sua língua (literalmente).

ed. 85 | agosto

ed. 87 | setemBro

opinião: incrível saber que tem gen-te que vive até hoje sem luz elétrica. mais incrível ainda é saber que é tão perto, e dentro de mangaratiba. tomara que a luz seja o princípio de outras coisas muito bo-as para estas pessoas.

Bastidores: as dificuldades de apu-ração constituem o maior desafio da atu-ação de o Foco na região. neste ca-so, não foi diferente. o agora ex-secretá-rio giovanni Kede nunca esteve muito dis-ponível para a reportagem.

opinião: a política local encheu mui-tas páginas de o Foco. estivemos bem perto das agitações e dos bastidores do poder, que nunca foram tão animados.

Bastidores: muito corre-corre nas ses-sões. telefonemas que nunca são aten-didos, assessores que prometem e não cumprem: este é o dia a dia da reporta-gem política. o Foco está bastante in-teressado na sucessão do executivo muni-cipal, e uma grande cobertura está sen-do preparada para que, a partir de janei-ro, o lei-tor possa acompa-nhar.

opinião: acadêmicos de medicina não podem assinar receitas, nem se comprometer com o atendimento. as pedia-tras até hoje não explicaram o sumiço no dia da tragédia. as autoridades parecem querer esquecer o caso. nós, não.

Bastidores: o mais difícil foi ver o pai segurando o caixão da filha no cemitério. complicado separar o pro-fissional do humano. queríamos dizer tantas coisas, mas faltaram palavras frente a tanto sofrimento. presen-ciar o enterro de um bebê de 3 meses não é algo que se esqueça facilmente.

opinião: estamos satisfeitos, porém ainda em constante adaptação. Às vezes achamos que não vai acabar nunca essa busca pelo melhor formato. a bri-ga entre forma e conteúdo é uma constante na reda-ção, e buscamos sempre o equilíbrio. É muito bom olharmos para trás e ver o quanto evoluímos.

Bastidores: várias noites na redação até 2, 3 horas da manhã. pessoas da equipe dormiram no chão. muita discussão, muitos testes. o projeto foi feito com a própria equipe, pois não havia meios de terceirizar. cada página foi pensada com mui-

to cuidado, e havia uma preocupação em manter o padrão depois. Foi com algum receio que lançamos, mas hoje sabemos que funciona e mantemos um bom nível de produção com o padrão.

ed. 89 | novemBro

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[novo presidente]


Nunca se viu tanta gente. Eram tantas que várias pessoas acoto-velavam-se na porta de vidro que permitia uma visão parcial do plená-rio. “Vendaval” é uma boa palavra para defi-nir o que se passou na Câmara de Mangara-tiba no dia 15. Tentou--se organizar uma elei-ção para a Mesa Direto-ra da Casa que assumi-rá a partir de janeiro de 2011. Tudo consequên-cia da aprovação do re-querimento do verea-dor Gilmar Abrahão (o Kabeça) no dia 6, que anulou a eleição feita em agosto na qual o ve-reador Dr. Simões (PS-DB) foi escolhido pa-ra o cargo máximo da Câmara. “Organizada” não é um bom adjetivo para classificar a elei-ção vencida por Mar-quinho da Ilha (PV), Jo-sé Carlos Costa (PSDB, vice-presidente), Ruy Quintanilha (PV, pri-meiro secretário) e José Luiz do Posto (PMDB, segundo secretário).

SEM SURPRESASSimões e Busse, isola-

dos, assistiram à vitória que havia sido costurada um dia antes por Kabe-ça, conforme o próprio contou a O FOCO: “nós nos reunimos ontem pa-ra decidir isso, hoje con-firmamos”. José Luiz do Posto – que se decla-rou candidato à prefei-

tumulto, voto e circomarquinho da ilha é eleito sob um vendaval político

tura nesta segunda (19) - fez com Abrahão (can-didato a vice) uma du-pla que conseguiu ele-ger Marquinhos da Ilha com uma boa margem de votos.

PALHAÇOS, BANDA E BAGUNÇAUma banda tocava, a

título de manifestação, em frente à Câmara du-rante a tumultuada ses-são. O FOCO apurou que Alexandre Motta, 39 anos, havia sido con-tratado para fazer gra-ça no local. Pergunta-do sobre quem o con-tratou, ele respondeu: “foi alguém da Câma-ra”. Motta ainda apon-tou para um rapaz na rua e disse que ele sabia quem o tinha contrata-do. O rapaz disse a O FOCO: “Foi alguém que esta dentro da Câmara, de camisa verde”. Nin-guém assumiu a con-tratação da banda, dos músicos e dos palhaços.

Vários manifestantes usavam acessórios car-navalescos, portavam faixas e cartazes e ma-nifestavam-se anima-damente. Alguns deles foram visto mais tarde no gabinete do verea-dor Simões, que usou óculos de plástico du-rante a sessão que ele definiu como “o dia do circo” (ver matéria nes-ta edição). Ele, porém, negou que tenha con-tratado torcida, banda ou palhaços. “Tem que apurar, saber quem fez isso” – declarou.


O dicionário onli-ne Michaelis informa: “Vulgo: substantivo masculino - 1) o povo; a plebe. 2) o comum dos homens. Advérbio - se-gundo o uso comum; vulgarmente”. Este ter-mo esquentou nova-mente a disputa insta-lada na Câmara desde que o vereador Gilmar Abrahão da Silva, o Ka-beça, conseguiu apro-var um requerimen-to (por 7 votos a 0) que anulou a eleição da me-sa diretora da Câma-ra de Mangaratiba pa-ra 2011, realizada em agosto deste ano. José Carlos Simões (PSDB), que tomaria posse co-mo presidente da Casa Legislativa a partir de janeiro próximo, reali-zou uma investida con-tra o requerimento e usou o termo na leitura da sua defesa, referin-do-se ao vereador do PMDB. Mais uma vez

Polêmica, vulgo confusãovocábulo provoca novo round entre Kabeça e simões

os ânimos ficaram exal-tados na Câmara.

“NÃO GOSTEI”Simões leu no plená-

rio um requerimento de defesa contra a anu-lação, assinado por ele e pelo vereador Gusta-vo Busse (também do PSDB). Durante a lei-tura, Simões disse: “...o vereador vulgo Kabe-ça...”. Este pediu ao plenário, verbalmente, que Busse e Simões fos-sem indicados ao Con-selho de Ética: “não sou vulgo. Quando leio uma notícia sobre ban-didos no jornal, apare-ce ‘vulgo’, não gostei”. Por conta do tumulto que se criou depois dis-so, o vereador Nelson Bertino (PMDB) pediu para suspender a ses-são por 10 minutos.

Dentro de um dos ga-binetes, conta Kabeça, os vereadores Simões e Busse se compromete-ram a voltar para o ple-nário e, a fim de se re-dimirem, concordaram

em apagar o que estava no requerimento.

CONSULTA AO DICIONÁRIO No auge da polêmica,

uma funcionária da Câ-mara trouxe à mesa um dicionário a fim de que os vereadores consultas-sem o verdadeiro signi-ficado da palavra “vul-go”. Porém, os vários empregos possíveis da palavra não ajudaram a esclarecer a questão. De-pois da decisão dos au-

tores do requerimen-to de excluir a palavra, Kabeça retirou a indica-ção de Busse e Simões ao Conselho de Ética, e pe-lo menos essa diferença ficou resolvida.

“É igual à palavra ‘pi-ranha’” – compara Ka-beça – “pode ser o peixe ou...”. “No meu requeri-mento” – prossegue ele – “não usei nada pejo-rativo que pudesse atin-gir em nenhum momen-to o caráter e a idoneida-de deles”.

o vereador Bertino foi bem direto: “isto aqui é uma porcaria” – disse, apontando para o docu-mento. outros vereadores foram mais sutis. porém parece haver na câmara um consenso de que o regimento interno da câmara precisa de uma re-formulação. o vereador simões é uma voz soli-tária nesse contexto: ele se ampara no regimen-to para tentar manter a eleição que o consagrou presidente da casa legislativa em agosto. porém

os demais se uniram, e até o atual presidente, Jo-sé carlos costa, também do psdB, votou contra o seu colega de partido. “não sei porque estão me isolando desta forma, não sei o que pretendem” – diz simões. os vereadores prometem debater a possibilidade de um novo regimento em breve. se-gundo a maioria, há pontos conflitantes entre os artigos. sobre costa, simões disse: “ele vai ter que explicar ao partido a sua posição” – refletiu.

[regimento interno É alvo de críticas dos vereadores]

carla araúJo

renata Flávia

JupY

Ju

nio

r

manifestantes lotaram o plenário e até banda com palhaços foi contratada. sessão tumultuada marcou eleição

Kabeça não gostou da palavra “vulgo”

plateia fantasiou-se com chapéus e narizes de palhaço

renata Flávia

11


A audiência públi-ca contra o “Lixão” foi marcada por ausências, críticas à administra-ção anterior e cobrança de atitudes. A comis-são de meio ambiente dos vereadores de Se-ropédica organizou na quarta-feira (8) audi-ência para discutir co-mo embargar a obra da Central de Tratamento de Resíduos (CTR San-ta Rosa) e propor alter-nativas que não pre-judiquem o meio am-biente.

Os vereadores Valti-nho (PSDB), Max Gou-lart (PC do B), Maria José (PT), Huguinho (PRP), Marquinho Sero-pédica (PMDB) e Flávio Alves (PRP) receberam Zealdo Amaral (PDT), vice-prefeito de Seropé-dica; e Ademar Quin-tela, secretário de Meio Ambiente. A comunida-de acadêmica também se fez presente. Ricar-do Motta Miranda, rei-tor da Universidade Fe-deral Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), acom-panhou os professores


Cercado de papéis e argumentos, José Carlos Si-mões (PSDB) teve atuação incisiva nos incidentes que movimentaram a Câmara Municipal de Man-garatiba. Ele vem empreendendo esforços para combater o que considera um “golpe de estado”. Para tentar reverter a situação causada pelo re-querimento de Kabeça (sessão no dia 6) - que anu-lou a eleição de Simões para presidente da Câma-ra a partir de janeiro - o vereador convocou a mi-litância e até usou um óculos de plástico para de-nunciar o que considera “palhaçada”. A sessão, então, foi uma das mais tumultuadas do ano.

Seus argumentos foram solenemente ignora-dos pelos colegas na eleição de Marquinho da Ilha (sete a zero, novamente) que o deixou ainda mais longe da sua ambição política. Ele concedeu a O FOCO esta entrevista em seu gabinete, cercado de pessoas ainda parcialmente fantasiadas que es-tavam minutos antes na plateia.

Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 O FOCO poder

[entrevista: JosÉ carlos simões]

[eleição cÂmara seropÉdica]

Uma ilha chamada Dr. Simões

vereador se isola e sofre duas derrotas sucessivas

Qual é a sua avaliação da sessão de hoje (16)?

Foi o dia do circo. Não tem outra avalia-ção. O Regimento In-terno não foi obedeci-do, a Lei Orgânica não foi obedecida. Fizeram uma votação que de-veria ser aberta, mas foi fechada. O vereador do PSDB que deveria

acompanhar a bancada [José Carlos Costa] vo-tou em outro candida-to, então não tem outra palavra.

Em quê o Regimen-to Interno foi desobe-decido?

O requerimento de Gilmar Abrahão de-veria ter sido apresen-

tado 48 horas antes da eleição, ele não respei-tou o artigo 172. O arti-go 136 diz a mesma coi-sa, não pode apresentar fora do prazo. O artigo 94 diz que é assegurado ao vereador o direito de votar salvo quando é in-teressado na matéria. O vereador Kabeça é inte-ressado, ele cita isso no requerimento dele.

O vereador Kabeça tem interesse na anu-lação da sua eleição porque ele quer man-ter Edison Ramos na prefeitura para per-manecer na Câmara?

[Kabeça assumiu a vaga de suplente depois que Edi-nho assumiu a prefeitura]

Com certeza, es-tá escrito no requeri-mento dele [mostra o documento], com to-das as palavras: “(...) com a dança das ca-deiras, indo o presi-dente da Mesa Dire-tora ocupar interina-mente o executivo, continua o vereador Kabeça no exercício do seu mandato”.

O Regimento Interno foi criticado hoje pelos vereadores. Você con-corda que ele tem que ser revisto?

É a mesma coisa que o Presidente da Repúbli-ca criticar a Constituição Federal. Acho que hou-ve desrespeito. Primei-ro você faz um juramen-to, depois diz que é uma porcaria? O Regimento foi burlado. Mangarati-ba hoje não tem lei. Se a Casa que faz as leis não respeita, quem vai res-peitar? Estou estranhan-do a posição de algumas pessoas nessa Casa.

Cidadãos, acadêmicos e

políticos discutiram como impedir o aterro de Seropédica

[carla araújo]redaçã[email protected]

Diferente de Mangara-tiba, Seropédica teve uma votação tranquila da mesa diretora para o próximo bi-ênio da Câmara Municipal. Tranquila apenas na super-fície. Na quarta-feira (15), houve uma tentativa de im-pedir que a chapa “Reno-vação e Compromisso” – que recebeu os votos de to-dos os vereadores da casa – realizasse a inscrição e desa-fetos do passado foram tra-zidos à tona.

A chapa eleita – com-posta por Dedé Bananei-ro (PSB), presidente; Max Goulart (PC do B), vice; Huguinho (PRP), primei-ro secretário e Valtinho (PSDB), segundo secre-tário – foi a única inscri-ta e recebeu os votos dos 10 vereadores da casa. A chapa “Renovação e com-

tranquila, mas nem tantochapa de oposição é eleita por unanimidade em seropédica

promisso” é de oposição à Mesa composta pelos ve-readores Brito (PPS), Pau-lo César Cruz (PDT), Flá-vio Alves (PRP) e – curio-samente – Max.

Segundo Goulart, ten-taram impedir a composi-ção e inscrição de sua cha-pa para manter a anterior no poder. Ele falou ao O FOCO que, minutos an-tes do início da sessão, os componentes de sua cha-pa receberam ligações de presidentes de parti-dos e lideranças políticas de Seropédica e estadu-ais que tentaram “interfe-rir na eleição da chapa ‘re-novação e compromisso’” – disse, porém sem revelar nomes ou siglas.

Outro pequeno atrito na sessão aconteceu quan-do vereador Valtinho afir-mou: “Não vou sentir sau-dade dessa mesa destituí-da hoje”. Ele lembrou que

a emenda 015 foi votada no exercício da mesa dire-tora em vigor. Justamen-te a emenda que permi-tiu a construção do lixão, assunto polêmico e que desperta paixões, ódios e omissões no município.

TRANSPARÊNCIA E LIXÃOTransparência foi a pa-

lavra de ordem nos dis-cursos dos vereadores. Maria José (PT) lembrou aos seus colegas que eles são “apenas 10 que repre-sentam 70 mil”. E comple-mentou: “é para essas pes-soas que devemos traba-lhar, e sermos transparen-tes, principalmente quan-to aos três milhões de or-çamento da Câmara Mu-nicipal”.

O vereador Max afir-mou que o primeiro “compromisso” da nova mesa diretora é a constru-

ção de um site da Câma-ra. Nele serão divulgados todas as leis, atos e docu-mentos aprovados pelos vereadores. “Nossa pro-posta é trazer o povo para o legislativo” – declarou. Max contou ao O FOCO que até o final de janeiro o site já estará pronto e no ar.

Dedé Bananeira, presi-dente eleito da casa, afir-mou que manterá o com-promisso com o legislati-vo e com os munícipes, in-clusive na questão do li-xão. “Afirmo para vocês: continuarei na luta contra o aterro sanitário de Sero-pédica!” – bradou Dedé. “Sendo presidente desta casa não mudarei minhas ações” – prometeu.

PASSADOOs vereadores Valtinho,

Max e Maria José afir-mam que a reputação da Câmara de Seropédica es-tá desgastada. Atos como a emenda do lixão, cita-da por Valtinho, e a liga-ção com o prefeito cassa-do – Darci – pairam sobre os membros da mesa des-tituída e sobre a instituição como um todo. “A casa es-tá um pouco sem credibi-lidade” – diz Max. E disse também: “nosso trabalho é tornar a Câmara a casa do povo, e não a casa dos interesses financeiros”.

[liXão]

Lenha na fogueiraaudiência pública reacende debate sobre aterro sanitário

Jorge Xavier, Maria Hil-de Góes e Hélio Júnior, que apresentaram alter-nativas ao CTR. Adecto Otoni, engenheiro am-biental do Conselho Re-gional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ), esteve presente para ou-vir os seropedicenses.

AUSÊNCIASSegundo os verea-

dores, os representan-tes da Haztec e Ciclus – empresas responsáveis pela construção e ges-tão do aterro – não res-ponderam ao convite. Os prefeitos do Rio de Janeiro e de Itaguaí não compareceram, assim como Sérgio Cabral, governador do estado. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) não enviou representante. Os discursos deixaram clara a indignação com as faltas, consideradas evidência de descaso com a situação.

“Foi o dia do circo. Não tem outra avaliação.

O Regimento Interno não foi

obedecido”dr. simõesvereador

JupY Junior

simões com óculos de plástico: apelos aos regimento

Huguinho, dedé Bananeiro, max goulart e valtinho: nova mesa diretora para 2011

carla araúJo

12 O FOCO Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A procuradora re-gional eleitoral Mônica Campos de Ré denun-ciou o prefeito de Ita-guaí, Carlo Busatto Jú-nior (o Charlinho) e a primeira-dama, a depu-tada eleita pelo PDT An-dreia Cristina Marcello Busatto (a Andreia “do Charlinho”) por abuso de poder político e eco-nômico nos meios de co-municação. Também fo-ram denunciados o ve-reador de Itaguaí Jor-ge Luis da Silva Rocha

(o “Jorginho do Charli-nho”) e o diretor do Jor-nal Atual, Marcelo dos Santos Godinho. O Jor-nal Impacto também foi mencionado na denún-cia. A informação foi pu-blicada no site do Minis-tério Público Federal - Procuradoria Regional da República – 2ª região.

MARKETING ELEITORALDe acordo com a ma-

téria, os denunciados fi-zeram da prefeitura um

comitê eleitoral em favor de Andreia. O Ministé-rio Público considerou irregular o que chamou de “marketing eleitoral” promovido pelos jornais Atual e Impacto, em cir-culação na cidade. O fato do segundo ser de distri-buição gratuita caracte-riza abuso do poder eco-nômico, na visão da pro-curadora Mônica Cam-pos de Ré. Na denúncia há ainda menção ao uso da estrutura de cargos comissionados e contra-

tações sem concurso co-mo meios de obter apoio à primeira candidatura de Andreia, que sagrou--se eleita com mais de 60 mil votos e obteve uma cadeira na Alerj.

Devido ao recesso de final de ano, a assessoria de imprensa do MP Fe-deral não soube precisar quais serão os próximos trâmites relativos à de-núncia. Durante a cam-panha, Andreia se de-clarou a mais direta re-presentante do povo da

[situação política]

Charlinho e Andreia na mira do Mpprocuradora regional denuncia prefeito e deputada eleita

Costa Verde e de Itaguaí que buscaria melhorias para as respectivas cida-des.

“PANFLETO DE PROPAGANDA”Ainda de acordo com

a matéria publicada no site do MP Federal, Mô-nica de Ré afirma que “se os periódicos dese-

jam expressar suas pre-ferências, devem fazê--lo de forma clara e ex-pressa, inclusive edito-rialmente. Não se po-de permitir em campa-nhas eleitorais, por parte da imprensa, a manipu-lação da informação de molde a travestir de no-tícia um verdadeiro pan-fleto de propaganda”.

carlo Busatto soma aos 26 processos do tse ou-tros 22 pelo tre-rJ. além dos requerimentos re-ferentes à troca do título de eleitor de município, charlinho também soma algumas ações contra o partido social cristão (psc) e uma acusação de Benedito marques de amorim (psc) por abuso de poder e uso indevido de meio de comunicação. o único processo tramitando é um inquérito de inves-

tigação de crime eleitoral. andreia soma ao casal a denúncia recém-apresentada pelo mp Federal que pode se transformar em um inquérito. a dupla - muito querida pelo povo, poderosa em manga-ratiba e itaguaí - pode perder o poder caso os pro-cessos e inquérito sigam seus cursos normais até a segunda instância. o que aconteceu com aarão pode se repetir em itaguaí.

[cHarlinHo e andreia, proBlemas com a Justiça]


Silvia, Denise, Mariu-za, Fernanda, Suzete, Vanessa e Leticia. Es-ses são os nomes das esposas e namorada dos vereadores vitorio-sos na sessão desta ter-ça (21) que escolheu a Mesa Diretora da Câ-mara de Itaguaí para 2011. As sete mulheres foram mencionadas em vários discursos e votos dos vereadores. Para a plateia que lotou o ple-nário ficou a sensação de que elas foram fun-damentais no consen-so que reelegeu Vicen-te Cicarino da Rocha (PMDB) presidente da Casa Legislativa. O vi-ce-presidente será To-ni Coelho (PRP), o pri-meiro secretário Nisan César (PV) e o segundo secretário Beto da Reta (PMDB).

[eleições cÂmara itaguaí]

A casa das sete mulheresrocha é reeleito. esposas foram decisivas, dizem vereadores

DIVISÃO NÍTIDAA divisão do grupo

que elegeu a Mesa Di-retora ficou clara antes mesmo do início da ses-são. Toni Coelho, Abe-

lardinho (PDT), Beto da Reta e Carlos Kifer (PP) sentaram-se à esquer-da do plenário. À direi-ta estavam Robertinho (PSDC), Marcio Pinto elas estavam bem sorridentes

com vitória dos seus maridos e na-morado. denise, mulher de Be-to da rocha, disse que elas foram em parte responsáveis pelo sucesso na votação desta terça. É um no-vo movimento político na cidade? – quis saber O FOCO. elas não ne-garam. suzete disse que antes não houve esse tipo de participação tal-vez porque elas, as sete mulhe-res, são “mais politizadas”. o vere-ador nisan césar, marido de Fer-

nanda, disse que elas foram muito importantes porque deram “a liga” no grupo que articulou a reeleição de cicarino. alguma pretensão a cargo público? – arrisca o repór-ter. silvia, esposa de abelardinho, faz uma careta: “nunca!” – excla-ma, convicta. mariuza (esposa de lenilson rangel) e Fernanda não estavam presentes na sessão, mas compõem um grupo que promete novidades para o mandato que se inicia em 2011. quem viver, verá.

[ao lado de um grande Homem...]

(DEM), Jorginho e Lenil-son Paes Rangel. Do gru-po da direita, apenas Pa-es Rangel votou em Vi-cente Rocha. Os demais se abstiveram. Silas Ca-bral (PV), Nisan César e Vicente compunham a Mesa da sessão: o pri-meiro também se abste-ve; César e Vicente vo-taram na chapa em que eram candidatos. Resul-tado: sete votos para a chapa vencedora e qua-tro abstenções.

TONI PROVOCA GARGALHADASO vereador Toni Coe-

lho foi o primeiro a votar. Seu discurso antes do vo-to provocou gargalhadas generalizadas. Disse que o grupo ali reunido (To-

ni, Beto da Reta, Kifer e Abelardinho) foi “esque-cido” por Vicente Rocha, e que eles se sentiram co-mo “donzelas abando-nadas no altar”. Logo em seguida Toni expli-cou que um consenso co-meçou a se formar com a ajuda das esposas e da namorada de Rocha (Le-ticia, que o vereador clas-sificou como “estagiária de esposa”). Novas gar-galhadas e aplausos. Co-elho disse ainda que não tinha pretensões de ser presidente da Câmara, não por medo de assu-mir a responsabilidade, mas porque “não que-ria a presidência para si neste momento”. O fato é que o “grupo dos qua-tro” definiu a reeleição

de Cicarino com o apoio das “sete mulheres”.

PELA SÉTIMA VEZ Vicente disse que a O

FOCO que a eleição foi muito difícil. “Vim de um outro grupo que me abandonou no meio do caminho, e fui agregan-do valores” – avaliou. Graças ao investimento no relacionamento com o “grupo dos quatro” Ro-cha conseguiu ser recon-duzido à presidência pe-la sétima vez. Segundo ele, o trabalho de aproxi-mação durou quatro me-ses: “fui muito bem rece-bido por eles”. Entre as próximas providências está a convocação de ses-sões extraordinárias pa-ra votação do orçamento para a Câmara e mudan-ças do Regimento Inter-no. Vicente promete tam-bém incrementar a rela-ção da Câmara com a im-prensa, a partir da con-tratação de uma assesso-ria especializada.

arquivo/JupY Junior

Fotos

cinco das sete mulheres: suzete, silvia, denise, vanessa e letícia

coelho, Kifer, rocha, Beto, nisan, paes e abelardinho: vitória

os Busatto: tempestade à vista

13Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 O FOCO

c u l t u r a


Existe uma máxima no mundo do espetá-culo: “sucesso não se explica”. São misterio-sos os elementos que, combinados, produzem uma tal reação a ponto de perpetuar os efeitos de qualquer arte. Como explicar O Surto? A pe-ça está em cartaz há se-te anos, já acumula um público difícil de calcu-lar (a produção diz que passa de 1 milhão de pessoas) e rodou várias capitais e cidades do interior do Brasil. Al-guns dos personagens foram transpostos para a televisão, no humo-rístico Zorra Total, da TV Globo. São apenas quatro atores, nenhum cenário, seis esquetes e figurinos funcionais. Mas O Surto, apresen-tado na última terça (14) no Teatro Munici-pal de Itaguaí, é um es-petáculo arrebatador.

TRADIÇÃO DO BESTEIROLA companhia Os

Surtados é compos-ta por Rodrigo Fagun-des, Wendell Bendela-ck e Mariana Santos. Eles dão vida a diferen-tes tipos de “surtados”, e a proposta é fazer rir. Conseguem. Se uma das explicações para o sucesso é atingir a me-ta do espetáculo, esta pode ser a explicação para O Surto. O talen-to dos atores está a ser-viço da tradição do tea-tro besteirol, cujo auge ocorreu na década de 1980. O besteirol foi um movimento teatral que veio refrigerar o clima instaurado na ditadu-

[teatro – crítica]

Anatomia de um sucessoo surto, em cartaz há sete anos, é arrebatador

ra militar. Uma gera-ção de atores se formou a partir da ideia de que era possível fazer rir do cotidiano, com um tex-to ágil, rápido, e iden-tificação imediata dos personagens por parte do público. Terça Insa-na, projeto teatral pau-lista que inspirou O Surto, segue o mesmo padrão: o público ime-diatamente identifica os tipos nos esquetes e percebe o ridículo de certas situações.

TV COMO OBJETIVOA reportagem ouviu

os atores enquanto eles se preparavam para en-trar em cena. Fagundes disse que sua vida mu-dou muito depois do espetáculo. Bendela-ck afirmou que a ener-gia da cena permanece a mesma após sete anos

de sucesso. Santos, que substitui Flávia Gue-des, disse que a agilida-de do espetáculo per-mite uma troca inten-sa com o público. Fa-gundes, que interpreta Patrick Pax (“olha a fa-ca!”) - personagem que foi incorporado ao hu-morístico da Globo – considera curioso que O Surto retrate, de for-ma indireta, o univer-so da disputa por um lugar ao sol no univer-so da TV. Metalingua-gem?, sugere o repór-ter. “Sim, claro” – res-ponde ele. Bendelack confirma: “todos nós atores queremos ir pa-ra a TV”. Para Santos, o poder da TV é inegável.

ATORES DÃO SHOWCuriosamente, Patri-

ck é mais engraçado no palco. Não há desgas-

Revelação de novos autores fluminenses: es-te é o objetivo do edital aberto pela Secretaria de Estado de Cultura, cujas inscrições devem ser feitas até 14 de janei-ro de 2011. É a primei-ra edição do programa que tem o objetivo de estimular a produção intelectual fluminense. As categorias são as se-guintes: poesia, ficção (romance e conto) e li-teratura infanto-juvenil. Serão R$ 360 mil oriun-dos do orçamento da Secretaria: cada um dos 12 projetos será contem-plado com R$ 30 mil, li-berados em apenas uma parcela. É a chance para quem produz literatura e nunca foi publicado.

Os projetos deverão ser apresentados por pessoas físicas ou jurí-dicas, residentes ou se-diadas no estado do Rio de Janeiro. Somen-te serão aceitos proje-tos inéditos, que não te-nham sido publicados, mesmo parcialmente, de forma impressa ou virtual e/ou aprovados por outras instituições. Os candidatos também precisam estar em dia com as suas obrigações fiscais, serem maiores de 18 anos e apresen-tar somente um projeto por categoria.

Para qualquer escla-recimento sobre a Cha-mada Pública nº 029 - Novos Autores Flumi-nense – Edição 2010, es-creva para [email protected] ou telefone para (21) 2333–1346 ou 2333-1412.

[edital]

Incentivo às letras

o surto veio a itaguaí por obra de outro sucesso: uma linda Kua-ze mulher. mário cardona, que protagoniza e produz a comédia, recebeu um convite da administra-ção do teatro e aceitou. sua fun-ção: trazer para itaguaí peças de qualidade do eixo rio-são paulo. mário trabalha junto com adria-

no Balluz (também ator de uma linda...), e recentemente rapha-el monteiro juntou-se à dupla. a equipe montou uma base de pro-dução na cidade do porto, e nego-cia outros espetáculos para o tea-tro. segundo cardona, itaguaí será definitivamente incluída no roteiro de grandes espetáculos. a conferir.

[novidades À vista]

te do personagem por conta da TV. É impres-sionante como Fagun-des consegue compor um tipo que tem força no seu ridículo. Patri-ck é caricato, mas não estúpido. Defende-se e protesta, e sua fragili-dade não pode ser con-fundida com submis-são. Para Santos, resta a parte mais enérgica e corporal do espetácu-lo. Sua Marília Sanches é hiperativa e traduz o conflito entre o sonho de ser atriz e a total fal-ta de talento da candi-data. Bendelack faz da sua professora de te-atro uma patética ex-pressão entre o respeito ao teatro e o esculacho da TV. A brincadeira do texto com os títulos de novela chega a ser poé-tico. Renato Bavier par-ticipa de modo correto. Todos com domínio to-tal de cena, e um tem-po de comédia perfeito.

CHORAR DE RIRQuantas vezes o lei-

tor pode dizer que cho-rou de rir em um espe-táculo? O Surto pode proporcionar isso. São alguns momentos em que se esquece de fa-

to dos problemas. Se o entretenimento puro e simples pode ser con-denado por alguns pu-ristas, não o será por este motivo. Se talen-to, simplicidade e em-patia explicam O Sur-to, as teorias sobre hu-mor e sobre o teatro em geral caem por ter-ra quando o espectador enxuga as lágrimas de-pois de uma gargalha-da. Elas vêm de dentro, sem controle, sem fil-tros. Assim é O Surto: de chorar de rir.

[sorridentes]

dienes e raquel soares (ex-ídolos) encontra-ram a reportagem de o Foco no teatro de itaguaí. ele lança single em breve.

JOVENS CANTORES

JupY Junior

Fagundes como Ângela Botox: esquete premiado

Bendelack dá vida a Jezebel, professora de teatro patrick pax, personagem caricato sem ser estúpido

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se alguém souber de algum impedimento, acuse-o, na forma da lei.Mangaratiba, 22 de dezembro de 2010.

15Quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 O FOCO classificados

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Juventude promissora

pedimos ao leitor que seja sincero. quando foi a última vez em que você chegou a um restaurante, pediu a comida, ela veio em 10 minutos, estava saborosa e o lugar era agradável? pois bem, foi o que nos aconteceu no picanha do cheff. incrível, não? mas é vero. Flávio enviou à nossa mesa a especialidade da casa, uma das picanhas (r$ 64,50 - serve 3 pessoas). acompanhava arroz a grega, farofa de ovo, molho à campanha, banana e batatas fritas. quase irrepreensível. dizemos “quase” porque faltou sim um pequeno recheaux (fogareiro) embaixo da travessa que serve a carne (com capa de gordura um pouquinho alta demais). manter a picanha quente é

importante, e mais carne que gor-dura idem. esses detalhes tiraram a quinta estrela. mas quem se importa quando tivemos o prazer de comer uma banana frita absolutamente inesquecível? a carne estava macia e muito bem temperada. os acompanhamentos corretos, servidos com beleza e simplicidade. a rapidez e a discrição no atendimento conferem uma paz dos deuses para comer, algo também quase raro de se encontrar. ainda não era natal, mas foi uma noite feliz.

Rápido, gostoso e agradável

CaSa reCém-aberta iNova e ateNde Com PerFeição


O escritor inglês Oscar Wilde era mestre em criar frases irônicas de efei-to. É dele a frase que usamos para ilustrar nossa incursão gastronômi-ca na noite de Itaguaí: “a juventude é uma coisa maravilhosa, pena des-perdiçá-las em jovens”. Com isto em mente, fome e um calor perto do in-suportável, fomos muito bem rece-bidos pelo proprietário Junior e pelo consultor Flávio Azevedo, 37 anos. Ele foi contratado pelo primeiro para dar suporte ao que se come em uma casa simplesmente linda, toda em madei-ra e mármore, afastada do tumulto da rua Curvelo Cavalcante (que alívio!).

O restaurante Picanha do Cheff – assim é que se chama – é uma grata surpresa. A juventude, que muitas vezes é associada à impetuosidade, rebeldia e inexperiência, aqui é uma qualidade. Com apenas quatro me-ses de existência, o estabelecimento oferece conforto (ambiente adequa-damente refrigerado, raro por es-tas bandas, banheiros muito limpos, mesas e cadeiras confortáveis), aten-dimento atencioso e cardápio bem variado. Este item merece atenção, porque Azevedo decidiu usar sua experiên-cia no Outba-ck (ins-pirado

nos australianos) e no Belugga (das batatas roesti) para montar suges-tões de pratos que de fato são inova-dores na região. A ideia era oferecer a popular comida a quilo no almoço e à noite uma versão do que rola nos cardápios da Barra e Zona Sul da capital para quem curte um happy hour mais incrementado. O double drink (o cliente pede um drink e re-cebe outro, com o preço de apenas

um) completa o sistema levemen-te inspirado nas franquias estran-geiras.

A picanha, porém, já é bem bra-sileira. E é ela quem dá nome à ca-sa. E é nesse espírito de sugestão e um pouco de “teste” de audiência que Flavio e Junior vão levando es-te jovem estabelecimento por

um caminho ain-da incerto. Mas o que podemos adiantar é que tudo começou muito bem, obrigado. Bas-ta conferir no box abaixo.

o foco - notícia com nitidez - ed. 91

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