o foco ed. 103 - notícia com nitidez

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Alunos e professores apresentam diferentes visões do complexo caminho do ensino. Convivência dentro das salas de aula nem sempre é harmônica. O FOCO pesquisou cursos para você se preparar e conquistar uma das vagas do concurso público para a prefeitura de Itaguaí. Acidente de helicóptero na Bahia acaba por revelar suspeitas de tráfico de influência da Construtora Delta junto ao governador Sérgio Cabral. Lytorânea, em Itaguaí, já havia despertado as mesmas suspeitas no cenário municipal. CONSTRUTORAS E PODER PÚBLICO: relações entre empresários e políticos envolvem milhões de reais O FOCO jornalofoco.com.br Ano 6 | Edição 103 24 de junho de 2011 Diretor: Thiago Melo Página 9 Página 11 Página 6 Página 3 [RELAÇÕES PERIGOSAS] [TRANSPORTES] [OPORTUNIDADE] [EDUCAÇÃO] [PODER] De volta à vida: São João Marcos, em Rio Claro, vira Parque Arqueológico e atração cultural/turística Página 13 Detro apreende 14 ônibus da empresa mais problemática da Costa Verde Mesmo após acidente, kombis são alternativa ao transporte público em Itaguaí Toni é mais Toni Veredor ressurge a partir do “G7” e diversifica seus temas em plenário. Coelho é fundamental na CPI da LLX JUPY JUNIOR Toni é da Ilha da Madeira e vai ajudar nas investigações ARQUIVO O FOCO/RAPAHEL MELO COMECE JÁ A ESTUDAR! CONFLITOS NA ESCOLA Página 5

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Notícias de Itaguaí, Seropédica e Mangaratiba

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Page 1: O FOCO Ed. 103 - Notícia com Nitidez

Alunos e professores apresentam diferentes visões do complexo caminho do ensino. Convivência dentro das salas de aula nem sempre é harmônica.

O FOCO pesquisou cursos para você se preparar e conquistar uma das vagas do concurso público para a prefeitura de Itaguaí.

Acidente de helicóptero na Bahia acaba por revelar suspeitas de tráfico de influência da Construtora Delta junto ao governador Sérgio Cabral. Lytorânea, em Itaguaí, já havia despertado as mesmas suspeitas no cenário municipal.

Construtoras e Poder PúbliCo: relações entre empresários e políticos envolvem milhões de reais

O FOCOj o r n a l o f o c o . c o m . b r

Ano 6 | Edição 10324 de junho de 2011Diretor: Thiago Melo

Página 9

Página 11

Página 6 Página 3

[ReLAçõeS peRIgoSAS]

[tRAnSpoRteS]

[opoRtunIDADe] [eDuCAção]

[poDeR]

De volta à vida:

são João Marcos, em rio Claro, vira Parque arqueológico e atração cultural/turística Página 13

detro apreende 14 ônibus da empresa mais problemática da Costa Verde

Mesmo após acidente, kombis são alternativa ao transporte público em itaguaí

Toni é mais ToniVeredor ressurge a partir do “g7” e diversifica seus temas em plenário. Coelho é fundamental na CpI da LLXJupy JunIoR

toni é da Ilha da Madeira e vai ajudar nas investigações

ARquIVo o FoCo/RApAheL MeLo

CoMeCe Já a estudar!

confliTos na escola

Página 5

Page 2: O FOCO Ed. 103 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 24 de junho de 20112

O FOCO EXPEDIENTEDiretor Geral/Editor-Chefe: thiago Melo MtB 25806-RJEditor: Jupy Junior MtB 28085-RJ. Diretora Comercial: Verônica Leal.Colaboradores: Ana Carolina Brandão, Juliana torres e Raphael MeloMatérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal O FOCO e elas são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.

Editado e distribuído por T.M. Comunicações Ltda. O jornal O FOCO é impresso pela Editora Esquema Ltda.

(21) 2687-0694(21) 8254-9275(21) 8400-7848

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Page 3: O FOCO Ed. 103 - Notícia com Nitidez

Sexta-feira, 24 de junho de 2011 O FOCO 3

mam que gostam de estudar e que falta carinho dos professo-res. Segundo elas, sempre tem um aluno que é melhor tratado na turma. Para a aluna A.C.S., 13 anos, os professores tratam os estudantes de maneira ríspi-da e grosseira. Ela contou que um dia reclamou que estava com fome e a professora disse que ela estava de “gracinha”. Por este motivo, a teria manda-do para a direção. A.C.S. tam-bém disse que tem problema de memória e dificuldade na leitura de textos. A aluna do 5º ano disse que os professores não têm paciência de explicar a matéria quando algum alu-no não entende. O FOCO per-guntou a ela sobre suas difi-culdades, e ela respondeu com energia: “Queria que os profes-sores procurassem saber mais sobre a vida dos alunos pa-ra tentar ajudar, e não piorar o que já está ruim”.

As questões da educação, ao que parece, devem também passar pelo tratamento social. Não é mais possível conceber discussões sobre currículos, por exemplo, se a família onde vive o aluno é desestruturada e sem perspectivas. Assim como é inconcebível falar em educa-ção quando o laço entre profes-sor e aluno parece estar cada vez mais frouxo. Fica a cargo dos especialistas e governantes encontrar as melhores soluções a fim de que o futuro seja mais possível a partir da escola.

de preocupação dos pais. Se-gundo ele, o professor não se sente competente para tentar mudar o pensamento dos alu-nos. O professor de matemá-tica João Vilagelim concorda com os colegas, e acrescenta: “a falta de perspectivas pro-fissionais causa o desinteres-se deles”. Para Suelen Pinto – que leciona português e inglês - uma parte dos alunos vai pa-

c o t i d i a n o

[Juliana torres][email protected]

A situação precária do ensi-no no Brasil apresenta persona-gens que podem definir o que falta para a excelência na edu-cação. Os professores do Colé-gio Estadual José Maria de Bri-to (Itaguaí) afirmam que falta o interesse dos estudantes pelas matérias dadas em sala de au-la. Professoras da Escola Mu-

nicipal Coronel Moreira da Sil-va (Mangaratiba) contam que sofrem agressões verbais qua-se sempre. Já os alunos do Ciep Maestro Francisco Mignone, em Itaguaí, apontam a impa-ciência dos professores como motivo para o desinteresse nas aulas. O FOCO apurou a quan-tas anda a relação entre alu-nos e professores. O resultado é conflitante: professores insa-

[eDuCAção]

o difícil caminho do ensinoA relação professor-aluno é difícil. para professores, apatia na sala de aula. para alunos, falta compreensão

tisfeitos e alunos que se dizem desmotivados e sem incentivo. A equação parece insolúvel.

Os prOFessOresA maioria dos professo-

res possui a mesma opinião quando o assunto é convivên-cia com os alunos: falta diálo-go em casa e eles são apáticos. O professor de biologia An-derson Cézar reclama da falta

O vereador Toni Coellho (PRP) comentou em plená-rio, recentemente, sobre um trabalho realizado por aluno de uma escola municipal da região. Apesar deste traba-lho ter vários erros ortográfi-cos - “peiche” [peixe], “laran-ga” [laranja] e “cadapio” [car-dápio], por exemplo – o estu-

Descaso na educaçãodante tirou nota máxima. Se-gundo o vereador, este caso demonstra uma precarieda-de no ensino, no qual os alu-nos são aprovados mesmo sem apresentar mínimas res-postas de aprendizado. Esta situação se agrava com o sa-lário recebido pelos profes-sores (mínimo) e impossibi-

lidade desses profissionais se alimentarem na escola. Quanto ao transporte, a Câ-mara aprovou recentemente uma ajuda de custo de 15% do salário, porém as condi-ções ainda são muito ruins e poucos são os professores qualificados que se dispõem a trabalhar no município.

“Os alunos se encontram apáticos,

sem perspectivas profissionais”

João Vilagelim, professor de matemática

“Os professores não têm paciência de explicar a matéria

quando algum aluno não entende

o que foi dito” A.C.S., aluna da rede municipal de Itaguaí

ra o colégio “por obrigação”. Ou seja, os estudantes apenas se preocupam em alcançar a média para passar de ano.

Os aluNOsAulas mais dinâmicas e

atenção dos professores: es-tas são as reclamações dos alu-nos. As estudantes A.L.S.R. e C.A.V., 13 e 14 anos - do 6º e 5º ano, respectivamente- afir-

[Ana Carolina Brandão][email protected]

O projeto da ronda escolar – que consiste no patrulha-mento das escolas de Itaguaí a fim de coibir delitos e trá-fico de drogas – estava para-do há um ano, mas voltou a operar no começo deste mês (9). De acordo com o capitão

[RonDA eSCoLAR]

de olho nas escolasprojeto da ronda escolar volta a operar em Itaguaí

Átila dos Santos - responsá-vel pelo DPO municipal – a atuação policial é muito im-portante entre os jovens lo-cais, principalmente quanto ao tráfico de entorpecentes: “Nós recebemos muitas re-clamações dos moradores in-satisfeitos com os alunos se drogando em frente às esco-las” – disse o capitão.

A PM agirá juntamente com o Conselho Tutelar mu-nicipal, a fim de recuperar os jovens itaguaienses. Para a operação foi disponibilizada uma viatura, que percorre-rá todas as escolas da região. “‘Teoricamente’ a ronda es-colar passa todos os dias pe-las escolas com um livro a fim de registrar as assinatu-

ras de diretores como pro-va da atuação dos policiais. Assim esses profissionais se sentem mais protegidos, o que é fundamental” – disse Luís Machado, presidente do Conselho Municipal de Se-gurança. Dados da PM indi-cam que os bairros mais pre-ocupantes são Engenho, Bri-samar e Carvão.

a ronda escolar voltou a operar na região, e tem como missão proteger as escolas e coibir o tráfico de drogas

Ciep Francisco Mignone, em Itaguaí: professores e alunos têm relação conflituosa nas escolas

JuLIAnA toRReS

Page 4: O FOCO Ed. 103 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 24 de junho de 20114

[Jupy Junior][email protected]

A Comissão Espe-cial da Alerj se reu-niu nesta terça (21) pe-la terceira vez para de-bater os supostos pro-blemas ambientais da ThyssenKrupp CSA - a Companhia Siderúrgi-ca do Atlântico – que fi-ca em Santa Cruz, capi-tal do Rio de Janeiro. A diferença em relação às duas audiências públi-cas anteriores foi a pre-sença de Marilene Ra-mos, presidente do Ins-tituto Estadual do Am-biente (Inea). Segundo

Ramos, a CSA só obte-rá a licença definitiva de operação a partir do re-sultado de duas audito-rias encomendadas pe-lo órgão, sob o qual pe-sam suspeitas de pouco rigor na concessão da li-cença prévia. Dia 27 se-rá a vez de Itaguaí se-diar mais um evento so-bre o mesmo tema.

liCeNÇa sOB CONdiÇÕesMarilene Ramos pro-

curou demonstrar que o Inea está atento à si-derúrgica: “A empresa só vai ter a licença de-

Inea dá explicações à Alerj em terceira audiência pública sobre a CSA

[CSA]

terceiro ato

finitiva quando se ade-quar a todas as normas ambientais e corrigir os eventuais problemas que poderão ser apre-sentados pela auditoria que está sendo feita na companhia” - informou.

A deputada Lucinha (PSDB) avisou que a Co-missão vai receber nova-mente o Inea após anali-sar toda a documentação recebida nesta terça, que inclui relatórios com pes-quisas feitas com mora-dores sobre a qualidade do ar e documentos em que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Iba-ma) transfere para o Inea a responsabilidade pelo licenciamento ambiental, dentre outros.

audiTOriasSegundo o Inea, a li-

cença de instalação con-cedida aponta que o empreendimento está em fase de pré-opera-ção onde possíveis pro-blemas devem ser iden-tificados e corrigidos. “A CSA está operando com a licença de instala-ção, que tem como pra-zo final o dia 28 de se-tembro de 2012. Apenas após serem cumpridas todas as nossas exigên-cias na fase atual é que vamos conceder a licen-ça de operação” - rela-tou Marilene. Segundo ela, o Inea solicitou a re-alização de duas audi-torias, uma para apon-tar problemas na CSA e outra para avaliar im-pactos na saúde de tra-balhadores e moradores dos arredores.

* com informações da

assessoria de imprensa da Alerj

“a empresa só vai ter a licença

definitiva quando se adequar a

todas as normas ambientais e corrigir os eventuais

problemas” Marilene Ramos,

presidente do Inea

[ILhA DA MADeIRA]

Pescadores X Pescadores“Lico tonelada” (Apaim) e Sérgio hiroshi (Aplim) estão longe de serem unanimidades

[Jupy Junior][email protected]

A Baía de Sepetiba já viu dias melhores. Po-luída e fruto de inten-sas disputas, a bucóli-ca e ainda bela Ilha da Madeira revela contor-nos até então escondi-dos sob a tranquilidade do local. Esta tranquili-dade, porém, é apenas aparente: além das sus-peitas de especulação imobiliária e promessas de contrapartidas am-bientais que não foram cumpridas, uma guerra surda corre solta entre os pescadores. As lide-ranças das associações de pescadores são alvos de denúncias, suspeitas e insatisfações.

“HIROSHI TRAÍRA”Durante o protes-

to contra a LLX na ter-ça (14) nos portões da empresa – manifestan-tes atravessaram carros a fim de evitar o trânsi-to de caminhões e má-quinas – vários eram pescadores e membros de associações. Alguns deles aproveitaram a reportagem para fazer reclamações de algu-mas lideranças. Den-tre elas, a de Sérgio Hi-roshi, presidente da As-sociação de Pescadores e Lavradores da Ilha da Madeira (Aplim). A as-sociação foi retratada na edição anterior de O FOCO, que apontou a disparidade das sedes da Aplim e da Apaim.

“Antes ele participava do movimento, agora que aluga barcos para a LLX, nem aparece mais por aqui” – disse um manifestante a respeito de Hiroshi. Dois partici-pantes da manifestação combinaram de amar-rar bóias na Baía de Se-petiba para impedir que os barcos de Sérgio pu-dessem passar. “Ele ga-nha 30 mil por mês alu-gando barcos para a em-presa, por isso não tem interesse em protestar, é um traíra” – disse outro manifestante.

“LICO TONELADA” ameaÇadOOutro líder da região,

Carlos Nascimento (co-nhecido como “Lico To-

nelada”) - da Associa-ção de Pescadores Ar-tesanais da Ilha da Ma-deira (Apaim) - tam-bém é acusado de im-pedir que os pescadores recebam verbas ou van-tagens das contraparti-das ambientais supos-tamente oferecidas pe-las empresas que efetu-am empreendimentos no local. “Esse Lico não vale nada, tem que sair da presidência” – disse o pescador Altair Mo-desto Guimarães. Re-centemente, conforme publicado em O FOCO, Pedro Santos, tesourei-ro da Apaim, publicou edital em que convoca-va os demais associados para votarem pela desti-tuição de Lico.

o presidente da Aplim apresenta um discurso confuso quando confrontado com as insatisfações, mas explicou que os pescadores deveriam se pro-fissionalizar para continuarem a obter subsistência da Baía. “Já briguei muito, fui contra o prefeito, mas não tem jeito, a saída é buscar trabalho pela profis-sonalização” – declarou. Disse ainda que os pesca-dores rejeitam a ideia para não perderem o “defe-so”, verba federal na forma de subsídio cuja inten-ção é evitar a pesca de camarões e outros frutos do mar em determinadas épocas de reprodução. hi-roshi menciona ainda que a principal insatisfação dos pescadores é em relação aos valores de venda das casas para a LLX, confirmando que a especula-ção ocorre indiscriminadamente na região.

Lico tonelada está indignado, e repete que não se venderá à LLX. ele credita o descontentamen-to ao fato de que ele “não se dobra aos podero-sos”. quanto ao edital publicado por pedro San-tos, nascimento se mostra revoltado e lamenta que os pescadores não compreendam sua posi-ção em relação à LLX. ele publicou outro edital recentemente para revogar o primeiro e continu-ar sua luta apesar das discordâncias.

o peixe continua dividido. enquanto isso, a Baía morre a cada dia, e as obras na região não param. As investigações sobre possíveis ir-regularidades ainda estão no início, e há o ris-co de até o fim das apurações as obras estarem prontas. quem viver, verá.

[hIRoShI Se eXpLICA] [LICo InDIgnADo]

Visão da CSA: siderúrgica polêmica

ARquIVo o FoCo/Jupy JunIoR

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Sexta-feira, 24 de junho de 2011 O FOCO 5

presa, porém até o mo-mento nada aconteceu. Os passageiros preci-sam conviver diariamen-te com o desconforto de poltronas e janelas que-bradas, além de verem o orçamento cada vez me-nor por causa das passa-gens caríssimas.

OperaÇÃO “TOMAHAWK”De acordo com regis-

tros do Detro, a empre-sa da Costa Verde é uma das que mais apresenta irregularidades desde o início da operação “To-mahawk” (nome inspi-rado no míssel do exér-cito dos EUA), lança-da este mês. A opera-ção, que tem como obje-tivo combater irregulari-dades nas empresas que apresentam maior quan-tidade de registros de reclamação, já infracio-

nou mais de 100 ônibus e apreendeu 20 – ape-nas nessa última sema-na. Desse total, 14 são da empresa Expresso Man-garatiba, além de seis que sofreram infrações por irregularidades no funcionamento do GPS.

apreeNsÕesAs ações acontecem

em dias consecutivos, nas regiões onde trafe-gam as linhas operadas pela empresa. Na gara-gem da Expresso, em Itaguaí, foram recolhi-dos sete ônibus com si-tuação irregular. Em Mangaratiba e Itacuru-çá mais quatro carros foram tirados de circu-lação por não apresen-tarem boas condições. Em Muriqui, o Detro também apreendeu um veículo sem selo de vis-toria, com documenta-

[Ana Carolina Brandão][email protected]

Alteração de caracte-rísticas, parabrisas trin-cados e com limpadores inoperantes, luzes de ré e freio queimadas e fa-lhas na documentação. Esses são alguns dos pro-blemas encontrados pelo Departamento de Trans-portes Rodoviários do Estado do Rio de Janei-ro (Detro) nos ônibus da Expresso Mangara-tiba. A empresa tem si-do alvo de uma série de reclamações já relatadas em O FOCO, como por exemplo ônibus enguiça-dos na Rio-Santos, mo-toristas mal-humorados, preço abusivo e excesso de microônibus, além de cancelamento de linhas. A Câmara Legislativa de Mangaratiba já chamou os responsáveis pela em-

[tRAnSpoRte]

detro apreende ônibus da expressooperação fiscaliza e constata má qualidade da empresa mais problemática da Costa Verde

ção irregular e altera-ção de característica. O órgão também fez du-as apreensões em Nova Iguaçu. O FOCO pro-curou a Expresso Man-garatiba para esclareci-mentos, mas até o fecha-mento dessa edição não houve resposta.

para reClamarQualquer pessoa que

se sinta prejudicada pe-la Expresso Mangara-tiba pode fazer recla-mações direto ao De-tro. Basta telefonar para 2332-9535 ou enviar um e-mail para [email protected]. A asses-soria de imprensa do ór-gão declarou que ainda não há planos de confis-co da licença da empre-sa, porém afirmou que estará disposta a inves-tigar qualquer denúncia ou irregularidade.

[Ana Carolina Brandão][email protected]

Devido a um acidente com uma kombi na últi-ma segunda-feira (20) – ler box, O FOCO pro-curou saber como anda a realidade do transpor-te alternativo em que se utilizam esses veícu-los. O resultado, mes-mo que prévio – novas matérias a respeito se-rão publicadas – mos-tra que o serviço até que vai bem, embora uma das fontes tenha revela-do que uma cooperati-va ainda atue de forma irregular. Os passagei-ros estão satisfeitos e os

[tRAnSpoRte]

a kombi nossa de cada diaServiço de transporte alternativo em Itaguaí é bom, com algumas exceções

veículos em bom esta-do, e as kombis podem ajudar a melhorar a pre-cária situação em que se encontra o transporte público na região.

COOperaTivasAs kombis que circu-

lam por Itaguaí são de cooperativas, todas de-vidamente legalizadas pela prefeitura. Das oi-to cooperativas existen-tes, duas circulam pa-ra outras regiões – como por exemplo, para a zona oeste do Rio de Janeiro - e as demais apenas pelo município. Cada coope-rativa tem um nome pró-prio, e devido à concor-

rência algumas percor-rem determinadas áreas e outras não. Os nomes de algumas das coope-rativas são: Rota do Sol, Cooporto, CTAPA, Co-opec, Cooperita, Cooper Vida e Tropical.

De acordo com decla-rações de passageiros, a Cooper Vida é a coope-rativa mais organizada. Nela os funcionários são uniformizados e as kom-bis sempre estão em per-feitas condições. “Todo dia eu pego a Kombi da Cooper Vida, seu estado de conservação é ótimo, elas não demoram a pas-sar e os motoristas mui-to são atenciosos” – disse

Beatriz da Silva, morado-ra do bairro Califórnia.

COmO FuNCiONaPara circular com a

kombi é necessário que o motorista possua cartei-ra de habilitação com ca-tegoria D, e que o veícu-lo esteja com o IPVA em dia. Além de pagar, anu-almente, o Imposto So-bre Serviço (ISS) para a prefeitura, a fim de con-seguir autonomia. Se-gundo a funcionária da Cooper Vida, Elaine da Silva, as kombis são dos próprios motoristas, mas cabe ao dono ou gerente da cooperativa verificar as irregularidades para

que não recebam multas.Mesmo com a fiscali-

zação da prefeitura há cooperativas que des-respeitam a lei e circu-lam com motoristas de-sabilitados. “Eu tra-balho na Cooper Vida há muitos anos, mas já trabalhei algum tem-po na Coopec e posso afirmar que lá têm mo-toristas dirigindo sem carteiras” – disse Car-los Roberto Morais, um dos fundadores da Co-oper Vida. A equipe de O FOCO procurou a direção da Coopec para prestar esclarecimento, mas ninguém pode fa-lar sobre o assunto.

Uma kombi da Coope-rativa Tropical bateu em um poste Rua Dona Eli-sabeth, no bairro Santa Cândida, em Itaguaí. O acidente ocorreu por vol-ta das 11h, na altura do nº 320. Cogita-se que a cau-sa do acidente tenha sido um mal súbito do moto-rista, Sérgio Grinaldo, de 33 anos. Ele teria perdi-do o controle do veícu-lo ocupado por 10 pesso-as além dele. Exceto Vitó-ria (oito meses) e Walace (3 anos) - filhos de Cin-thia Lopes, que os levava no colo - todos os demais ficaram feridos. A kom-bi fazia o trajeto Itaguaí--Santa Cândida. A maio-ria dos passageiros teve apenas escoriações leves e fraturas. Mas Delma Rosali do Nascimento, 63 anos, foi ferida com mais gravidade: sofreu fratu-ras nas costelas e trauma na face. Ela foi transferi-da de helicóptero para o Hospital Miguel Couto, na Gávea. Os demais fo-ram atendidos no Hospi-tal São Francisco Xavier, em Itaguaí, e o caso foi registrado na 50ª DP.

Acidente deixa nove feridos

AnA CARoLInA BRAnDão

expresso: autoridades aumentam o cerco à empresa

ARquIVo o FoCo/RAphAeL MeLo

o acidente em Santa Cândida foi com uma das kombis da tropical

Page 6: O FOCO Ed. 103 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 24 de junho de 20116

[Ana Carolina Brandão][email protected]

Depois de anunciado o concurso para a pre-feitura de Itaguaí, che-gou a hora de se pre-parar. Porém encon-trar um curso prepara-tório para concurso pú-blico municipal na ci-dade não é tarefa fá-cil. Mas O FOCO foi às ruas atrás de informa-ções. O concurso ainda não tem edital – previs-to para sair no início de julho – mas a expectati-va é que a prova acon-teça em setembro des-te ano. Por este motivo, para os interessados o tempo já começou a correr: é hora de buscar apoio para se preparar para a prova.

CursOComo O FOCO pode

constatar, Itaguaí é defi-

[ConCuRSo pÚBLICo]

Concurso para a prefeitura de Itaguaí já foi anunciado, agora é só estudar

ciente de cursos prepa-ratórios para o concur-so público municipal. O curso “Sistema de ensi-no GPI” é o único pre-paratório da cidade que irá montar turmas espe-cíficas. De acordo com o coordenador Milton Costa, no dia 11/07 se-rá montada a primeira turma do curso, mas a previsão é que haja três. “Desde a divulgação do concurso nós temos re-cebido muita procura, não só de moradores de Itaguaí, mas também de pessoas que trabalham na cidade” – disse Mil-ton.

O curso, que terá du-ração de três meses, custa R$ 600,00. Mas há desconto de 50% para funcionários da prefei-tura e de 40% para mo-radores do município. Enquanto não sair o edital, as primeiras au-

las serão de língua por-tuguesa, matemática e informática, além de lei orgânica do município e história de Itaguaí – es-tas últimas baseadas em concursos anteriores. Para Marcelo Oliveira, morador de Itaguaí, há algum tempo desem-pregado, essa será uma ótima oportunidade de conseguir um bom em-prego com salário fi-xo. “Eu não tenho na-da a perder fazendo es-sa prova. Quem sabe eu passo e mudo de vida” – almejou Marcelo.

vagas e CONCursOO concurso será ela-

borado pelo Centro de Produção da Uerj (Ce-puerj), e terá um total de 2083 vagas, algu-mas delas reservadas para deficientes. Os cargos têm salários en-tre R$ 545,00 e R$ 2,94

mil. As vagas estão distribuídas por níveis de escolaridade: 587 para quem tem curso superior; 827 para os níveis médio e médio/técnico; 167 para o ní-vel fundamental com-pleto; e 175 para in-completo; 58 para de-ficientes, além das áre-as de educação e cul-tura. A área da saúde – para disputa de nível superior – é que mais apresenta disponibili-dade de vagas: clínico geral e pediatria.

Para os interessados, todas as informações sobre o concurso esta-rão no site da Ceperj (www.cepuerj.uerj.br), a partir da publicação do edital. Caso o con-curso realmente acon-teça, as inscrições pode-rão ser realizadas via in-ternet ou no Teatro Mu-nicipal de Itaguaí.

Preparação é tudo

[SAntA CRuz]

A Comunidade São Fernando, em Santa Cruz, zona oeste do Rio, está a nove meses de se livrar das constantes en-chentes que vem sofren-do há mais de ano. A Prefeitura do Rio anun-ciou, na manhã de do-mingo (19), o início das obras um reservatório de águas das chuvas, uma elevatória e uma Estação de Tratamen-to de Esgoto. Além dis-so, o conjunto ganhará 2,6 mil metros de nova rede de drenagem e 7,8 mil metros de rede de esgoto.

10 mesesO projeto foi elabora-

do por técnicos da Rio--Águas e será executa-do pela empresa Cohi-dro. Os custos da obra são de responsabilida-de da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em contrapartida pelos im-pactos ambientais cau-sados na zona oeste.

O termo de compro-misso foi assinado pelo vice-presidente da CSA, Rodrigo Tostes, e pelo secretário de Obras da Prefeitura do Rio, Ale-xandre Pinto. “Quere-mos resolver um pro-blema que aflige os mo-radores deste conjun-to desde abril de 2010. Trouxemos uma solução que será executada em duas etapas e levará de nove a 10 meses para fi-car pronta, enquanto is-so o sistema de bombe-amento continua” - afir-mou Alexandre, referin-do-se às quatro bombas

alagamentos com os dias contados

de drenagem que ficam no meio da rua e são li-gadas sempre que há si-nal de cheia do canal ou de chuva.

“OBRIGAÇÃO DA CSA”A deputada estadu-

al Lucinha (PSDB), en-gajada na luta pela so-lução que a CSA pode estar causando à comu-nidade, enfatizou que a causa dos alagamentos se deu por causa da al-teração do curso do ca-nal São Fernando, fei-ta em 2007. “Se isto não tivesse acontecido a co-munidade não tinha so-frido duas enchentes. A empresa tem suas res-ponsabilidades sociais e quando ela vem exe-cutar essas obras aqui, ela não faz mais que sua obrigação” – afir-mou Lucinha, que ain-da não esqueceu a polê-mica sobre a emissão do pó de ferro expelido pe-la CSA.

Centenas de pessoas assistiram à solenidade, que foi realizada na Rua Principal da Comuni-dade São Fernando. Os moradores receberam bem a notícia do início das obras, mas ainda estão apreensivos. “To-da vez que chove eu te-nho que dar um jeito de suspender meus mó-veis para não estragar. Eu espero que essa seja uma boa solução” - de-clarou Maria das Graças dos Santos, de 65 anos, moradora de São Fer-nando há 23.

* com informações do gabinete da deputada estadual Lucinha

obras para conter enchentes em São Fernando começam

Rua alagada em S. Fernando: obra será custeada pela CSA

Candidatos concentrados prestam concurso: em breve será a vez de Itaguaí

DIVuLgAção

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Sexta-feira, 24 de junho de 2011 O FOCO 7

Page 8: O FOCO Ed. 103 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 24 de junho de 20118

p o d e r

[Jupy Junior][email protected]

Os homens estão sérios, sentados à mesa de reuni-ões da Câmara Legislati-va de Itaguaí, na quinta--feira (16), por volta das 20h. Momentos antes, um dos acontecimentos mais importantes da política itaguaiense acabara de acontecer: a aprovação da instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar a LLX e autoridades do poder executivo municipal. Eles se reúnem para a primei-ra reunião dos membros da CPI, a fim de verificar quais serão as providên-cias mais emergenciais a serem tomadas. Carlos Kifer (PP), Toni Coelho (PRP), Nisan César (PV), Lenilson Rangel (PV), Be-to da Reta (PMDB) e o presidente Vicente Cicari-no Rocha (PMDB) são os parlamentares presentes. O FOCO acompanhou parte da reunião e conta com exclusividade as im-pressões iniciais.

iNFOrmalidadeNisan César, embora

aparentasse tranquilidade, estava agitado: não conse-guia se sentar à mesa jun-to com os outros. Preferiu ficar em um dos três sofás que cercam a mesa com aproximadamente 10 ca-deiras. Falou ao telefone com duas pessoas enquan-

[CpI LLX][MAngARAtIBA]

Nos bastidores do podero FoCo acompanha momentos da primeira reunião da CpI LLX

to a reunião acontecia, e também agachou-se junto ao presidente Vicente Ro-cha para cochichar algo. Rocha já havia tirado o pa-letó e afrouxado a gravata vermelha. Havia um paco-te de biscoitos cream-cra-cker, Nisan comeu dois. Toni Coelho, a princípio sentado em uma das ca-deiras, também se sentou em um dos sofás logo de-pois. Sua esposa veio tra-zer um celular para o vere-ador atender, mas ele dis-pensou a ligação.

prOXimidade COm O FeriadOUm assessor anotava as

providências a serem to-

madas. As primeiras di-zem respeito principal-mente a informações. Os parlamentares discutiam sobre possíveis convoca-ções, e a proximidade com o feriado de quinta-feira (23) representava um en-trave. Surgiram conside-rações – logo resolvidas - sobre o poder de convo-cação da CPI. Muitos do-cumentos serão solicita-dos, e muitas pessoas se-rão investigadas – é tudo o que se pode dizer por enquanto. Kifer lembrou que a “CPI das Casinhas” (que trata dos conjuntos habitacionais em Chape-ró) já teve 15 oitivas (de-poimentos para esclarecer

dúvidas dos vereadores). A CPI da LLX, certamen-te, terá mais.

BarulhO dO ladO de FOraSobre o barulho no cor-

redor onde ficam os ga-binetes de Coelho e Kifer, Nisan disse: “parece que tem 200 pessoas lá fora, não é?” Muitas pesso-as realmente falavam al-to, e a reportagem fechou a porta oposta ao plená-rio que dá acesso ao inte-rior da Câmara. Kifer es-tava concentrado, e de-batia com Rocha sobre a validade de alguns docu-mentos e oitivas. Eles es-tudavam quem chama-

riam primeiro para pres-tar esclarecimentos. Dois nomes estão no topo da lista: Valle e Oberg.

a pOrTas FeChadasDepois das conside-

rações iniciais, solicita-ram à reportagem que deixasse a sala. Os ve-readores iriam discutir procedimentos que não podem ser divulgados a fim de não prejudicar a investigação. Nisan atendeu a mais um tele-fonema. O FOCO saiu da sala, com a sensação de que esta foi apenas primeira de muitas reu-niões, e o começo de al-go muito maior.

CpI não economizará nos pedidos de informação, documentos e convocação dos envolvidos

Jupy JunIoR

Crianças e jovens em situações de risco que possam lhes trazer pre-juízo físico, emocional e psíquico são enca-minhadas pelo Conse-lho Tutelar para o abri-go Lar Mariliza. O pro-blema era que a anti-ga sede não atendia as necessidades dos usu-ários. A Prefeitura de Mangaratiba vai resol-ver o problema e en-tregar na segunda-fei-ra (27) uma nova sede para o abrigo.

A casa dispõe de dois andares, berçário, alojamentos femininos e masculinos, banhei-ros, salas para aten-dimento psicológico e assistência social, ad-ministrativas, de es-tar e jantar, além, de uma enorme área de lazer com parque in-fantil, sala para acesso a computadores e la-vanderia.

Miriam Pontes, guar-diã do abrigo, come-morou a nova sede: “As nossas crianças e ado-lescentes realmente precisavam de um local que oferecesse todo o suporte necessário.” O abrigo fica na Rua João Doce, lote 88, em Ibicuí.

Prefeitura inaugura nova sede do abrigo lar Mariliza

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Sexta-feira, 24 de junho de 2011 O FOCO 9

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Sexta-feira, 24 de junho de 2011 O FOCO 11

[Jupy Junior][email protected]

Antes ele era mais co-nhecido como o Toni da “Galera do Esporte”. Mas depois da eleição da Me-sa Diretora da Câmara Legislativa de Itaguaí, em 2010, o vereador Luiz An-tonio Vieira Coelho, o To-ni Coelho (PRP) pode, se-gundo suas próprias pa-lavras, “dizer a que veio”. Mais do que o engaja-mento no esporte da re-gião – no site do verea-dor ainda aparecem ima-

[eXeCutIVo e ConStRutoRAS]

[Jupy Junior][email protected]

O exemplo não é bom: matéria publicada no jornal O Globo nesta ter-ça-feira (21), que o go-verno do Rio de Janei-ro mantém relações pa-ra lá de suspeitas com a Delta Construções, uma das maiores prestado-ras de serviço do estado que, de 2007 até hoje, es-tabeleceu contratos que, somados, chegam a R$ 1 bilhão. O acidente de helicóptero que vitimou seis pessoas – uma delas a namorada do filho do governador Sérgio Ca-bral - estava a caminho do aniversário de Fer-nando Cavendish, do-no da Delta, que acon-

Construindo bilhões

teceria no Jacumã Ocean Resort (BA), de proprie-dade do piloto, Marce-lo Mattoso de Almeida. Em Itaguaí, a construto-ra Lytorânea vence pra-ticamente todas as lici-tações e, em uma análi-se superficial, acumulou cerca de R$ 60 milhões em apenas dois anos.

de r$ 67 para r$ 506 milhÕesO Globo revelou que

Cavendish obteve uma “generosa fatia” do bo-lo de recursos do estado nos últimos anos e está prestes a participar tam-bém das obras da refor-ma do Maracanã e do Ar-co Rodoviário (R$ 1 bi-lhão cada). A Delta Cons-truções faturou em 2007,

graças às obras enco-mendadas pelo governo do Rio, R$ 67,2 milhões. Em 2010, o faturamen-to saltou para R$ 506 mi-lhões. Ainda de acordo com a publicação, os da-dos do Sistema Integra-do de Administração Fi-nanceira do estado (Sia-fem) foram levantados pelo gabinete do deputa-do Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB).

CONTraTOs sem eXpliCaÇÃOEm Itaguaí, o grupo de

oposição ao prefeito Car-lo Busatto Junior (“Char-linho”) na Câmara Legis-lativa (o “G7”) investiga a relação entre a Lytorânea e a Valesul, empresas res-ponsáveis pela quase to-

talidade das obras feitas no município principal-mente entre 2008 e 2010. Uma CPI das obras já foi cogitada. Os vereadores suspeitam dos processos licitatórios vencidos pe-las empresas e a “amiza-de” entre Marcos Aba-de - sócio da Lytorânea - e o prefeito. Nisan Cé-sar (PV), em entrevista a O FOCO, afirmou que Charlinho “viaja para a Europa com Abade”.

Os vereadores tam-bém classificam de “es-tranha” a ausência de placas indicativas das obras no município. As placas são obrigatórias, e trazem informações como valor da obra, en-genheiros responsáveis e prazo para conclusão.

não é só em Itaguaí: relação do poder executivo estadual com construtora envolve muito dinheiro

Além de destacar o motivo da viagem de Cabral, O Globo ressal-tou que o piloto do he-licóptero que caiu na Bahia, dono do resort para onde iria o gover-nador, era ex-doleiro acusado de fraude cam-bial há 15 anos e de cri-me ambiental de sua empresa, a First Class, na Praia do Iguaçu, na Ilha Grande, em Angra

dos Reis. O Dia publicou nesta terça (21) que Ca-vendish, dono da Delta, terá que se explicar no Se-nado: ele é acusado de trá-fico de influência para ven-cer licitações, mesma sus-peita dos vereadores em Itaguaí em relação a Mar-cos Abade, da Lytorânea.

Tanto O Globo quanto O Dia ressaltam que Ca-bral viajou para a Bahia no jatinho de Eike Ba-

tista. Foi o mesmo jato emprestado a Madonna, quando esta esteve no Rio para “passar o cha-péu” para a sua entida-de filantrópica (a Raisin Kids). Por sinal, a canto-ra pop é investigada pe-la Polícia Federal Ame-ricana por suposto ar-recadamento ilícito. O jatinho já serviu a Ca-bral em outra ocasião, segundo O Dia: para o

evento da escolha da cidade-sede dos Jogos Olímpicos em 2016. Eike também enfrenta problemas em Itaguaí: sua empresa, a LLX, é tema da recém-aberta CPI na Câmara, moti-vada pelas suspeitas de tráfico de influên-cia do Procurador-ge-ral Alexandre Oberg e do secretário muni-cipal Alexandre Valle.

Imprensa destaca relação entre Cabral e eike Batista

[CÂMARA ItAguAÍ]

Muito além da “galera”toni Coelho obtém mais visibilidade com “g7”

gens de esporte e a men-ção à “Galera”, espécie de grupo que agiliza compe-tições populares no mu-nicípio – Toni tem se pro-nunciado no plenário so-bre temas espinhosos co-mo a CPI da LLX e au-mento salarial do funcio-nalismo público.

“agOra sOu UM VEREADOR”Assim Toni disse a

O FOCO um pouco an-tes da oitiva de Leonar-do Ramos - ex-gerente da agência da Caixa Econô-

mica Federal de Itaguaí – na que tem sido chamada “CPI das Casinhas”, sobre os conjuntos habitacionais em Chaperó: “agora sou um vereador”. Toni está à vontade na sua legisla-tura, e seu papel de coad-juvante ficou para trás. Na sessão do dia 16 fez um discurso para rebater a pá-gina comprada pela LLX em O Globo sobre a polê-mica da compra dos terre-nos na Ilha da Madeira que resume bem a sua atuação no “G7”: argumentativa, incisiva e contundente.

KiFer CONCOrdaOutro vereador que

tem se destacado, Car-los Kifer (PP) – que acumula a presidên-cia de duas CPIs na Câ-mara – concorda: “To-ni é da Ilha da Madei-ra, conhece como nin-guém a realidade de lá e tem sido fundamen-tal nas investigações sobre a LLX”. Coelho, que é um sujeito boa praça, sempre com um sorriso no rosto, trocou as palavras amenas do esporte pela indigna-

ção com as denúncias. E não deixa ponto sem nó: na última sessão da Câmara (16) rebateu Si-las Cabral (PV), vere-ador considerado pró--Charlinho, ao justificar a CPI da LLX com o en-volvimento de autori-dades municipais: “po-de até não ter dinheiro público, mas tem fun-cionário público, isso é o suficiente” – disse ele. O esporte, pelo que pa-rece, continua impor-tante. Mas Toni Coelho quer mais, muito mais.

Cabral terá que explicar relação com empresário

Jupy JunIoR

toni: destaque no “g7”

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O FOCO Sexta-feira, 24 de junho de 201112

e s p o r t e s

[Juliana torres][email protected]

Locutor, animador de palco, webdesign e atle-ta. Este é Raniel Ferrei-ra Cunha, o taekwon-dista de 47 anos que, além de outros títulos, é bi-campeão brasileiro e pentacampeão cario-ca. Mais conhecido co-mo Hani Lee, ele per-deu a chance de parti-cipar do Campeonato Brasileiro de Taekwon-do, que aconteceu nos dias 18 e 19 de junho em Santa Catarina. O moti-vo foi a falta de patrocí-nio. Mesmo após se pre-parar bastante, ele não conseguiu viajar para o sul. Chegou inclusive a treinar junto a outros atletas no dia 11 de ju-nho na conhecida escola de boxe Delfim, na Tiju-ca. A vitória daria a va-ga para o Campeonato Mundial em Londres.

NO espOrTe pOr aCasOMas nem tudo está

perdido. Hani disse que ainda há chances de par-ticipar da disputa em Londres. Ele precisa en-tão de dois campeonatos – o Cidade Maravilhosa

[tAekwonDo]

Golpe no pessimismoAtleta de Mangaratiba não participa de campeonato por falta de investimento, mas mesmo assim investe na juventude

Open e o Copa Brasil. So-mente assim ele pode ga-rantir a vaga para com-petir no mundial.

Há 12 anos no espor-te, Hani faz lutas des-de jovem. Antes do ta-ekwondo, o atleta já se aventurou no judô e muay thai. Por achar que a luta dá disciplina e desenvolve as habili-dades em equipe, Ha-ni colocou seu filho ain-da criança - hoje com 21 anos - no taekwondo. Era ele quem o levava e buscava. Assim, deci-diu treinar e gostou tan-to que não parou mais.

“TaeKWONdO e CIDADANIA”O atleta é o idealiza-

dor e professor de um projeto social que bus-ca por meio do taekwon-do dar a possibilidade a crianças e jovens apren-der um esporte de luta. Segundo Hani, os futu-ros atletas são cobrados quanto à disciplina e bo-as notas (ele faz questão de acompanhar). O pro-jeto “Taekwondo e Ci-dadania” é realizado no centro de Mangaratiba e em Conceição de Jacareí. O total de alunos chega a quase quarenta.

O projeto dá gratui-dade a crianças na fai-xa etária de cinco a 16 anos. Acima desta ida-de, o pagamento men-sal é de R$ 30. Mas, se-gundo Hani, os jovens interessados que não puderem pagar po-dem receber uma bolsa. As aulas acontecem às quartas, de 19:30h às 21h, e sex-ta, de 18h às 21h, na Aca-demia do Hugo, no centro de M a n g a -ratiba. E, as terças e quintas, de 18h às 20h, na Quadra Ely Ferreira Ceia, em Con-ceição de Jacareí.

Hani Lee busca patrocínio para cus-tear suas viagens nas competições e para o projeto “Taekwondo e Cidadania”. Quem quiser ajudar o atleta pode ligar para (21) 8545-9234 ou enviar um e-mail para [email protected].

hani Lee perdeu a chance de participar do Campeonato Brasileiro de

taekwondo por falta de patrocínio

O atleta é o idealizador e

professor do projeto “Taekwondo e

Cidadania”, voltado para a prática de taekwondo para crianças e jovens

ARquIVo peSSoAL/hAnI Lee

[Ana Carolina Brandão][email protected]

A terceira fase do

Campeonato Carioca está suspensa por tem-po indeterminado. A decisão de suspender o campeonato partiu do conselho arbitral, de-

[FuteBoL]

Campeonato suspensoArraial do Cabo pede anulação do jogo contra o grêmio Mangaratibense e esfria a disputa do Cariocão

pois de recurso do Ar-raial do Cabo contra o Grêmio Mangaratiben-se. A reunião aconte-ceu na última terça-fei-ra (14), na sede da Fe-deração de Futebol do Estado do Rio de Janei-ro (Ferj), e contou com a presença do presiden-

te da federação, Rubens Lopes, e dos dirigentes dos 16 clubes que parti-ciparam da segunda fa-se do torneio.

aNulaÇÃO e JulgameNTONo domingo (12), o

Grêmio Mangaratibense

venceu o Arraial do Ca-bo por 2 a 0, dentro de casa, e se classificou para a terceira fase da série C. Mas, de acor-do com informações do site www.espor-tes.opovo.com.br, o presidente do Arraial do Cabo, Walquir Pi-mentel, quer a anula-ção da partida. Para Pimentel, a equipe da Costa Verde utilizou o médico da ambulân-cia para fazer atendi-mento dentro de cam-po, procedimento não permitido pelo regu-lamento da competi-

ção. Ainda de acordo com o site, o presiden-te do Grêmio Manga-ratibense, Alexandre Garcia, negou as acu-sações e disse que os médicos que atende-ram os jogadores não eram os da ambulância.

O julgamento do pe-

dido encaminhado pe-lo Arraial do Cabo pa-ra a Ferj ainda não ha-via sido concluído até o fechamento desta edição. Por causa da suspensão, o jogo Ar-raial do Cabo X Grê-mio Mangaratibense – que seria disputa-do no último domingo (19) pela primeira ro-dada da terceira fase - foi cancelado. Ago-ra, a Ferj estuda colo-car os jogos da com-petição durante a se-mana para não preju-dicar o calendário das equipes.

O presidente do arraial do Cabo, Walquir pimentel, pediu a anulação

da partida contra o grêmio mangaratibense

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Sexta-feira, 24 de junho de 2011 O FOCO 13

c u l t u r a

[Juliana torres][email protected]

O estado do Rio de Ja-neiro acaba de ganhar mais um ponto turísti-co. No dia 9 de junho foi inaugurado o Parque Arqueológico e Ambien-tal de São João Marcos, em Rio Claro. São João Marcos, recentemente elevado a distrito de Rio Claro, faz divisa com Mangaratiba e tornou-se conhecida pela sua trá-gica história de extinção. Após ficar em ruínas, a Light S/A junto à Secre-taria de Estado de Cul-tura realizaram um pro-jeto para revitalizar a re-gião. O objetivo é preser-var a história, a cultura e o meio ambiente de São João Marcos.

hisTÓriaNo século XIX, São

João Marcos foi uma das maiores produtoras de café do Brasil e sua localização era estraté-gica: ficava na conver-gência de importantes rios da região. Por suas características históricas e arquitetônicas, a cida-de foi tombada em 1939 e logo depois, destom-bada. O motivo de São João Marcos estar pró-ximo à barragem de Ri-beirão das Lajes foi um dos principais motivos para o destombamento.

Segundo a assesso-ria da Light, após estu-dos feitos durante a pre-sidência de Getúlio Var-gas, foi concluído que de-vido a demanda de abas-tecimento de água para o

[RIo CLARo]

portas abertas para a históriaparque Arqueológico valoriza a cultura de São João Marcos

Rio de Janeiro - na épo-ca capital do Brasil – seu reservatório deveria au-mentar. Com isso, hou-ve a discussão de que a cidade poderia ser alaga-da com as reformas. Para diminuir possíveis trans-tornos, os moradores fo-ram orientados a se des-locar para as cidades vi-zinhas, como Mangara-tiba, Itaguaí e Piraí. Al-guns se recusaram a sair: ficaram os que não po-diam ou não acreditaram no alagamento.

Algum tempo depois, a cidade – que não foi alagada – começou a ser demolida. Os que resis-tiram finalmente deixa-ram São João Marcos, que se tornou um con-junto de ruínas.

parque arqueOlÓgiCOSegundo Luis Felipe

Younes, coordenador do

projeto, o Parque Arque-ológico e Ambiental de São João Marcos demo-rou quatro anos para ser consolidado. Em 2007, uma equipe formada por historiadores, arqueólo-gos e outros estudiosos fez sua primeira ida ao local para traçar estraté-gias para a recuperação da cidade.

Foram investidos no projeto R$ 5,8 milhões, aportados pela Light S/A e pela SEC, por meio da lei de incentivo à cultu-ra. Os grandes parceiros do projeto são a Prefei-tura de Rio Claro, o Ins-tituto Estadual do Patri-

mônio Cultural (Inepac), o Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artísti-co Nacional (IPHAN) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

TurismOEmil de Castro - pre-

sidente da Funda-ção Mário Peixoto em Mangaratiba que já escreveu sobre a ci-dade - afirma que o Parque Arqueológico é uma excelente for-ma de divulgar a his-tória. Ele esteve pre-sente na inauguração e disse que foi um tra-balho muito bem fei-to. Segundo Castro, as exposições das pesso-as que ali viveram e a maquete da cidade an-tes de ser demolida es-tão entre as atrações do Parque.

O Parque Arqueo-lógico e Ambiental de São João Marcos pos-sui uma área de 930 mil metros quadrados e os visitantes poderão percorrer por até três quilômetros sinaliza-dos com tratamento museológico e museo-gráfico. O Parque fica na Estrada RJ 149 (Rio Claro - Mangaratiba), Km 20, em Rio Claro. A visitação é aberta de quarta a domingo, no horário de 10h às 16h, com entrada gratuita. Mais informações no site www.saojoaomar-cos.com.br.

a transformação da cidade

abandonada em uma área

de preservação ambiental, cultural

e histórica dará novo incentivo

econômico, turístico e cultural

à região

FotoS RepRoDução/InteRnet

Ruinas na cidade que não foi alagada: resgate cultural e incentivo ao turismo

Vista da cidade na década de 1930, período em que foi tombada Igreja resistiu a marteladas: foi ao chão com dinamite

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O FOCO Sexta-feira, 24 de junho de 201114o

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Sexta-feira, 24 de junho de 2011 O FOCO 15

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O FOCO Sexta-feira, 24 de junho de 201116