jornal o foco ed. 96 - notícia com nitidez

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O FOCO jornalofoco.com.br Ano 5 | Edição 96 06 de maio de 2011 AGORA É SEMANAL!!! Quatro edições por mês para você acompanhar tudo o que acontece em Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba. Toda sexta-feira nas bancas. [OBRAS SOB INVESTIGAÇÃO] [ENTREVISTA] [MÚSICA] CONSTRUTORA EM ITAGUAÍ É SUSPEITA DE IRREGULARIDADES EM OBRAS O FOCO procurou a Lytorânea para responder às acusações que têm sido feitas pela Câmara Municipal, porém não obteve respostas. Segundo vereadores a construtora participou de mais de 90% das obras realizadas pelo governo Charlinho. Nisan César (PV) disse que a empresa é uma das “protagonistas do descalabro administrativo do prefeito de Itaguaí”. CPI pode ser aberta em breve. CONTRA 7 1 Presidente do Grêmio Mangaratibense diz que foi agredido por jogador dispensado em fevereiro Alexandre Garcia declarou com exclusividade a O FOCO que foi cercado por sete homens. Um deles teria sido Davi Kistenmarker Pontes, de 21 anos, com reconhecida habilidade técnica, mas segundo o presidente com histórico de mau comportamento o que teria motivado a sua dispensa. Para Garcia, a emboscada foi uma retaliação. Vereador do PV declara em entrevista exclusiva que a situação política da Câmara faz parte do processo democrático. Silas considera exagerado o número de requerimentos de informação aprovado pelo “G7”. Dienis, sucesso com Me diz por que, se apresenta na TV e promete CD com inéditas para breve. Vaidoso, afinado e cheio de sonhos o cantor mantém a humildade. Seu produtor é Ângelo Rosa do grupo Nosso Sentimento. “G4” sai da toca “Democracia é assim mesmo”, diz Silas Cabral Sucesso à vista: O galã se lança no cenário do pagode-pop Cantor de Itaguaí mostra talento na TV e na internet ARQUIVO/O FOCO ANA CAROLINA BRANDÃO Página 7 Página 10 Página 5 Página 6

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Notícias de Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba.

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Page 1: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

O FOCO

j o r n a l o f o c o . c o m . b r

Ano 5 | Edição 9606 de maio de 2011

AgOrA é SemAnAl!!!Quatro edições por mês para você acompanhar tudo o que acontece em Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba. Toda sexta-feira nas bancas.

[obras sob investigação]

[entrevista]

[música]

Construtora em Itaguaí é suspeIta de IrregularIdades em obras

o Foco procurou a Lytorânea para responder às acusações que têm sido feitas pela câmara municipal, porém não obteve respostas. segundo vereadores a construtora participou de mais de 90% das obras realizadas pelo governo charlinho. nisan césar (Pv) disse que a empresa é uma das “protagonistas do descalabro administrativo do prefeito de itaguaí”. cPi pode ser aberta em breve.

Contra7 1

Presidente do grêmio mangaratibense diz que foi agredido por jogador dispensado em fevereiro

alexandre garcia declarou com exclusividade a o Foco que foi cercado por sete homens. Um deles teria sido Davi Kistenmarker Pontes, de 21 anos, com reconhecida habilidade técnica, mas segundo o presidente com histórico de mau comportamento o que teria motivado a sua dispensa. Para garcia, a emboscada foi uma retaliação.

Vereador do PV declara em entrevista exclusiva que a situação política da Câmara faz parte do processo democrático. Silas considera exagerado o número de requerimentos de informação aprovado pelo “G7”.

Dienis, sucesso com Me diz por que, se apresenta na TV e promete CD com inéditas para breve. Vaidoso, afinado e cheio de sonhos o cantor mantém a humildade. Seu produtor é Ângelo Rosa do grupo Nosso Sentimento.

“g4” sai da toca“Democracia é assim mesmo”, diz silas cabral

sucesso à vista: o galã se lança no cenário do pagode-pop

Cantor de Itaguaí mostra talento na TV e na internet

arqUivo/o Foco

ana caroLina branDão

Página 7

Página 10Página 5

Página 6

Page 2: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 6 de maio de 20112

O FOCO EXPEDIENTEDiretor Geral/Editor-Chefe: thiago melo mtb 25806-rJEditor: Jupy Junior mtb 28085-rJ. Diretora Comercial: verônica Leal.Colaboradora: ana carolina brandãoMatérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal O FOCO e elas são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.

Editado e distribuído por T.M. Comunicações Ltda. O jornal O FOCO é impresso pela Editora Esquema Ltda.

(21) 2687-0694(21) 8254-9275(21) 8400-7848

www.jornalofoco.com.br

FALE [email protected]

[email protected]@jornalofoco.com.br

o jornal o Foco é distribuído gratuitamente às sextas-feiras nas principais bancas e ruas de seropédica, itaguaí e mangaratiba. tem alcance estimado de 40 mil leitores na região.

o p i n i ã o

observatório[thiago melo] [email protected]

[eDitoriaL]

semanaL É corriDo, mas vaLe a Pena!

[Foto DestaqUe]

[caixa-PostaL]

o sol por entre as nuvens na praia de mangaratiba oferece uma inspiração a mais pa-ra quem pode apreciar os esplendores da natureza. este registro, feito pelo jornalista Jupy Junior, dá a exata noção de como a natureza é exuberante no município.

este espaço é reservado para você, leitor. escreva sua carta ou e-mail com sugestões de matérias, elogios, críticas e comentários. se está faltando água na sua rua ou se seu bairro necessita de atenção do Poder Público, este é o seu canal. ajude a fazer um jornal com o seu jeito. envie seu e-mail para [email protected]. as cartas devem ser encaminhadas com nome completo, rg, telefone e endereço do remetente. o Foco reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

o Foco mostra que está preocupado com as cidades onde circula, e acompanha atenta-mente o desenrolar dos acontecimentos. nas páginas desta edição, você, caro leitor, vai en-contrar denúncias, inauguração de empreen-dimento, dicas para uma relação de consumo saudável, uma figuraça de itaguaí que merece uma visita, política, e muita informação.

vamos começar com o caso das obras em itaguaí, que já mereceu algum destaque na edi-ção anterior. Desta vez tentamos – sem suces-so – obter da construtura Lytorânea esclareci-mentos a respeito das sucessivas licitações ven-cidas junto à Prefeitura. telefonamos, enviamos e-mail, fomos até a porta da empresa e toca-mos a campainha. nada. o grupo de oposi-ção ao governo charlinho denuncia na câma-ra: há algo de errado nos processos de licitação das obras municipais. Descobrimos que alguns problemas cercam a empresa, que participou de 92% das obras na cidade do Porto. a repor-tagem está na página 6.

a agressão ao presidente do grêmio mangaratibense também é destaque nesta edição. ele nos contou como foi atacado, em uma emboscada, por sete homens, um deles seria um dos jogadores que o grê-mio dispensou no começo do ano por mau comportamento. o depoimento é exclusivo a o Foco. ainda sobre o grêmio, revela-mos o que está por trás da boa campanha

que o time vem fazendo ao longo da série c do campeonato carioca.

itaguaí está crescendo, e há muito um hotel de qualidade é necessário na cidade. Pois bem o it grande Hotel acaba de abrir suas portas na cidade. na página 4 contamos um pouco sobre o empreendimento. a alternativa dos mototáxis é uma realidade em itaguaí. a colaborada ana carolina brandão conversou com algumas co-operativas e explica como funciona o esquema. também na página 4.

em cultura, entrevistamos o jovem cantor de itaguaí, Dienis. sucesso nas rádios locais, ele desponta no cenário artístico musical no gênero pagode-pop. as fãs vão adorar a matéria, que está na página 10. É lá também que publica-mos uma crítica sobre um dos maiores sucessos de bilheteria no cinema: o filme rio, de carlos saldanha. Para Jupy Junior, faltou poesia à ani-mação. você concorda?

Depois de ler a seção Personagem em Foco desta edição, você terá conhecido um pouco da loura que comanda um dos bares mais popula-res de itaguaí: o bar da Lora. ela recebeu o Fo-co e o papo foi pra lá de agradável. confira.

muitos outros assuntos merecem uma lida: entrevistas com silas cabral, edinho e sidinho. a questão do aumento dos servidores em man-garatiba...não dá para contar tudo neste edito-rial, até porque já estamos preparando a próxi-ma edição. semanal é corrido...mas vale a pena!

Plantão médicoo vereador de itaguaí, Jorginho do charlinho, protocolou na sessão desta terça-feira um pedido de licença médica. o motivo do pedido não foi revelado. com isso, o grupo de apoio ao prefeito charlinho passa a contar com apenas três votos durante os próximos 15 dias: silas cabral, márcio Pinto e robertinho.

mais um convocadoo secretário de indústria, turismo e esporte de itaguaí, alexandre valle, também foi convocado pela câmara para prestar esclarecimentos. no caso de valle, os vereadores querem informações a respeito da expo 2011, tradicional festa que acontece em julho. resta saber se alexandre irá comparecer espontâneamente, ou fará como os secretários de Planejamento, maurício vieira, e assistência social, maria izabel ribeiro, que tiveram que ser intimados pela Justiça.

mulherada presentesuzete, silvia, Denise, vanessa e Letícia, esposas e namora-da dos vereadores carlos Kifer, abelardinho, beto da reta, toni coelho e vicente rocha, marcaram presença na sessão desta terça-feira. mais um reforço para o g7.

Por falar em expo...informações extra-oficiais dão conta que Luan santana, exalta samba e alexandre Pires serão algumas das atrações da festa. restart e Pixote também estão cotatos. a Prefeitura no entando, ainda não divulgou a programação oficial.

repasse o governo Federal en-viará a Prefeitura de ita-guaí verba de cerca r$ 1,1 milhão para aquisi-ção de ônibus escolares e para a construção de uma quadra de esportes. a conferir.

Companheiro bin ladenParace até mentira, mas um vereador de anápo-lis , interior de goiás, interrompeu uma sessão legislativa para pedir um minuto de silêncio “pela morte do companheiro bin Laden”, o responsável pelos ataques as torres gêmas, em 2001, que resultou na morte de mais de 3 mil civis, nos estados Unidos. e olha que o parlamentar não é nem do Pt.

estou a muito tempo pedindo a poda de uma árvore que está a ponto de cair sobre várias casas no condomínio bosque de muriqui, onde moro. Já estive na subprefeitura de muri-qui, mas nada fazem para me ajudar. a Defesa civil esteve no condomínio e alegou que não existe perigo eminente, e só cortam a árvore se a mesma já estiver caida em cima da minha casa. quando cair e acontecer uma tragédia não precisarei mais que podem.

sueli biermann, de muriqui, via e-mail

Árvore ameaça cair em muriqui

Emprego em Mangaratiba tem emprego em

mangaratiba esperando

quem quer trabalhar. a

Prefeitura divulgou as

vagas que surgiram no

balcão de empregos

nessa semana. são elas:

Porteiro (itacuruçá, 3

vagas); vigia (itacuruçá,

3 vagas); guardião de

praia/piscina (conceição

de Jacareí, 4 vagas).

Para se habilitar às

vagas de guardião de

praia/piscina, o candi-

dato precisa ter feito o

curso pelo gmar. o o

telefone do balcão de

empregos é 2789-6023.

grana preta Um dos ganhadores do prêmio de r$ 619, 149 mil da última Lo-tofácil é de itaguaí. ele dividiu o prêmio com outros dois apostado-res, um de mineiros (go) e outro de Limoeiro (Pe). grana boa...

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Sexta-feira, 6 de maio de 2011 O FOCO 3

c o t i d i a n o

[ana carolina brandão][email protected]

Imagina comprar uma cama de casal novinha, to-da bem acabada, e na ho-ra que vai estrear com ma-ridão a cama quebra. Pois é, foi o que aconteceu com a senhora Naurya Lui-za Costermani. Ela com-prou uma cama de R$ 160, no Ponto Frio e, após dias tentando trocar o produ-to, foi orientada pelo pró-prio gerente a procurar o Procon. Naurya não con-seguiu reaver o produ-to, mas, em compensação, ganhou, na justiça, uma indenização no valor de R$ 700,00 - mais que o do-bro do valor da compra.

Para que não sabe, o Procon é um órgão públi-co responsável por asse-gurar, dentro da lei, o di-reito do consumidor de forma que ele não seja prejudicado. Em Itaguaí o Procon já existe há cin-co anos e foi o primeiro

[comPras]

A vez do consumidorProcon pode ajudar a garantir direitos

Procon municipal do esta-do do Rio de Janeiro. De-pois dele surgiram outros, dentre eles o de Angra dos Reis, criado no ano pas-sado. Localizado na Câ-mara Municipal, o Pro-con de Itaguaí é compos-to por quatro funcionários que atendem diariamente, além das ligações telefôni-cas, entre 15 e 20 pessoas.

POnTO FrIO e rICArDO: reClAmAÇÕeSAo recorrer ao Procon,

o cliente deve levar a no-ta fiscal. Caso não tenha o documento em mãos, a se-gunda via é solicitada, e o Procon providencia uma resolução para o proble-ma. De acordo com o co-ordenador Antônio Carlos

Nascimento, em 80% dos casos registrados o pro-blema foi sanado. Mas há situações em que as em-presas se negam a cola-borar e o problema pas-sa para o Poder Judiciário. Exatamente como aconte-ceu com a dona Naurya. Segundo Antônio, as em-presas com maior núme-ro de reclamações em Ita-guaí são as de telefonia ou de produtos eletro-eletrô-nicos. Algumas são bas-tante resistentes às recla-mações. “A empresa OI é a campeã. Depois dela, o Ponto Frio e a Ricardo Eletro: são algumas das que dão mais trabalho pra gente” – comentou.

Procurado por O FOCO, o gerente da Ricardo Ele-tro, Alexandre Santos, dis-se que a loja apresenta altos índices de reclamações de-vido à terceirização de fun-cionários. “A loja não pos-sui montadores próprios, então os montadores ter-ceirizados fazem as coisas

mal feitas, e depois o clien-te vem reclamar. A loja não tem seus próprios monta-dores por alegar ser mui-to caro, mas eu acho muito mais vantajoso gastar um pouco mais, e evitar esses problemas” – afirmou.

O gerente do Ponto Frio em Itaguaí não foi encon-trado pela reportagem na ocasião desta apuração.

negÓCIO (ruIm) DA CHInAA compra de produtos

vindos da China, pela in-ternet, está em alta entre os consumidores atualmente.

Mas muitos não sabem que a comercialização de pro-dutos desse tipo é feita de maneira ilegal, e recorrem ao Procon para solucionar algum tipo de problema. O coordenador Antônio aler-ta: “é preciso tomar muito cuidado neste tipo de com-pra, pois eles não há ne-nhuma garantia”.

Antônio disse ainda que muitas vezes as reclama-ções chegam até o Procon devido à falta de conheci-mento de alguns comer-ciantes, ou dos próprios consumidores. Diante dis-so ele evidencia que tanto consumidor quanto forne-cedor precisam saber dos seus direitos. “Para que não ocorram problemas na hora da troca é preciso que os comerciantes se infor-mem melhor sobre os direi-tos do consumidor. Se for preciso até recorrer ao Pro-con antes de qualquer pro-cedimento” – comentou.

Procon: órgão público

responsável por assegurar o direito

do consumidor

em 80% dos casos registrados

no Procon o problema foi sanado

reProDUção/internet

o Dnit (Departamen-to nacional de infraestru-tura de transportes) calcu-la que em 2015 entregará a duplicação da rodovia rio-

-santos. Há dois meses ve-readores de angra cobra-ram de marcelo cotrim, su-perintendente do órgão, o cumprimento da promessa feita em 2009 de que em dois anos as obras estariam concluídas. na época, ele anunciou que r$ 178 mi-lhões já haviam sido gastos. mas até agora as obras não começaram. cotrim disse que alterações no projeto e as chuvas de verão de 2008 foram os responsáveis pelo atraso. até julho deste ano, de acordo com ele, sai a aprovação para que o pro-jeto entre em licitação.

duplicação enrolada

HOLOFOTE

o Paraty convention & visitors bureau decidiu “botar a mão na massa” depois de perder a paci-ência com Dnit. criou um grupo de trabalho chama-

Desliza, desliza do “br-101 Livre” para ver se consegue resolver es-sa mania nada prática dos barrancos deslizarem na estrada. os pontos de des-lizamento entre mangarati-ba e Paraty, por exemplo, já são mais de 15.

Parar até resolver

Uma ação pública que corre no Ministério Públi-co Federal tem como objeti-vo interromper as obras em Angra 3 – a usina nuclear que, depois de Fukushima, no Japão, se torna preocu-pante – até que a reforma da Rio-Santos esteja con-cluída. O medo, no caso, é da dificuldade em caso de necessidade de remover a população local.

[investigação]

[Pirataria]

A Companhia Siderúrgi-ca do Atlântico (CSA), em Santa Cruz, continua na mi-ra dos órgãos ambientais. Mas desta vez quem busca explicações é a Alerj. Uma audiência pública foi mar-cada para o próximo dia 24, no Palácio Tiradentes, às 9h. Carlos Minc, secretá-rio de meio ambiente do RJ, foi convidado. “A comissão quer ouvir os representantes

da CSA, do INEA [nstituto Estadual do Ambiente], da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e também os mo-radores de Santa Cruz, que são os mais interessados nu-ma solução para os proble-mas causados pela empre-sa desde a sua instalação, há pouco mais de um ano” - in-formou a presidente da co-missão, deputada estadual Lucinha (PSDB).

Desta vez, os questiona-mentos são sobre a cons-trução da siderúrgica, que teria feito um desvio de 90 graus no Canal de São Fer-nando, que passou a de-sembocar no rio Guandu e não mais na Baía de Sepe-tiba. A Comissão quer apu-rar se este é o motivo pelo qual estão ocorrendo inun-dações na comunidade lo-cal. Moradores reclamam.

R$ 18 milhões. Este é mon-tante, somente no mês de abril, do valor das mercadorias falsi-ficadas, vindas da China, apre-endidas em 11 contêineres pe-la Alfândega do Porto de Ita-guaí. A apreensão foi resultado da operação “Porto Seguro”. As mercadorias foram apre-sentadas nesta quarta-feira (4) pela Receita Federal. Dentre os produtos, 15 mil pares de tênis, quase 300 mil camisas de mar-cas famosas e 61 mil bolsas fe-

mininas. O nome das empresas importadoras não foi divulga-do. Em média, a Receita Fede-ral promove uma vez por mês uma operação do tipo no Porto.

Por força do sigilo fiscal, a Receita não divulgou o nome das empresas importadoras O inspetor substituto da Al-fândega do Porto de Itaguaí, Washington Façanha Lotfi, in-formou que, como se trata de mercadoria falsificada, todo o lote apreendido será destruí-

do. “Material falsificado não pode ser leiloado nem doado”.

As empresas importadoras serão intimadas. O inspetor acredita, entretanto, que não há defesa para esse tipo de operação. Todas as informa-ções são repassadas ao Minis-tério Público Federal e os res-ponsáveis poderão ser puni-dos criminalmente. . A Receita Federal promove, em média, uma operação desse porte por mês no Porto de Itaguaí.

CSA de novo na berlinda

muamba à beça no Porto

em itaguaí as empresas com os maiores números de reclamações são as de telefonia e de produtos eletro-eletrônicos

2015: prazo para duplicação

seguimento das obras ameaçado

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O FOCO Sexta-feira, 6 de maio de 20114

[ana carolina brandão][email protected]

Pouca gente sabe, mas as motocicletas são veículos muito mais úteis do que se pensa. Pelo menos é nisso que se acredita quando, no calçadão de Itaguaí, pode--se ver várias cooperativas que prestam serviço de mo-totáxi. A prática, usual por aqui, é uma boa alternati-va para quem não pode pa-gar táxi e tem pouca paci-ência para ônibus. Sete co-operativas - algumas delas com mais de 30 motos de-vidamente legalizadas - es-tão disponíveis para quem quer um transporte fácil, rápido, sempre disponível e barato. A quantidade de empresas e motos disponí-veis mostra que o serviço tem sido cada vez mais uti-lizado pela população.

[transPorte]

duas rodas para quem tem pressamototáxi virou mania no município de itaguaí

COmO FunCIOnACada cooperativa tem

um nome próprio, porém sua melhor identificação é as cores de seus coletes. As cores dos coletes são: branco, laranja, rosa, ver-de, azul e preto (2). A mais antiga delas é a cooperati-va Copermil, pioneira em Itaguaí, com 12 anos de existência. As motos não são das cooperativas. Ca-da motorista apresenta sua moto e carteira, paga uma taxa semanal para o gerente, ou presidente, e pode começar a trabalhar. Dessa forma, fica a crité-rio dos mototaxistas fazer seu horário de trabalho, o que os possibilita ter dois empregos. O dinheiro ar-recadado pelo gerente fi-ca guardado, e é utilizado para alguma necessidade (acidente com a moto, por

exemplo) ou manutenção dos veículos. Todo mês há prestação de contas, den-tro das próprias coope-rativas, para verificar o quanto está sendo gasto.

PreÇOSOs preços são defini-

dos para cada motoris-ta, porém muitos adotam um padrão. Para percor-rer os arredores de Ita-guaí o preço estimado é de R$ 3,00. Já para ir até Coroa Grande ou a Cam-po Grande (zona oeste do Rio de Janeiro) o preço é R$ 5,00. Os motoristas po-dem ir a qualquer lugar, é uma questão de preço. Pe-lo menos é o que dizem os garotos. Estes, são muito jovens, e ficam sentados no meio-fio esperando o próximo cliente. A con-versa entre eles é geral.

Os coletes, bem sujos, e al-guns deles com propagan-das do comércio local. As motos, não são muito con-vidativas. A maioria delas apresenta as mesmas con-dições dos coletes. Porém, com um pouco de sorte, o passageiro pode se sentar em uma moto nova.

rAPIDeZ e SegurAnÇAKesia Moreira, mora-

dora de Itaguaí que esta-va prestes a subir em uma das motos, disse que o ser-viço de mototáxi é muito vantajoso e seguro: “Eu te-nho muito medo de moto, mas como as motos estão sempre em bom estado e só circulam com capacete, eu prefiro esse transpor-te porque quando saio do trabalho eu já estou muito cansada e quero chegar lo-go em casa”- explica.

[Jupy Junior][email protected]

It, em inglês, significa, dentre outras coisas, “atra-tivo pessoal, masculino ou feminino”. Usa-se assim: “ele (ela) tem it, é interes-sante...”. It é o que não fal-ta ao IT Grande Hotel Ita-guaí, um empreendimen-to que abre uma franquia de hotéis alocados em áre-as de grandes polos indus-triais. IT será uma “bandei-ra”, que no jargão da hote-laria define um certo “mo-do de ser” de vários hotéis de uma rede. Charmoso, bem decorado (porém im-pessoal como quase todos os hotéis), IT Grande Hotel supre uma lacuna impor-tante na Cidade do Porto: é o pioneiro em oferecer suí-tes confortáveis, serviços e equipe qualificada para re-ceber hóspedes executivos ou não que precisem pas-sar pela cidade.

DuAS leTrAS e SÓCIOSO Grande Hotel recebeu

as duas letras (IT) não por causa da palavra em in-glês, mas sim por ideia de Rafael Rodrigues, do escri-tório de programação vi-sual PVDI. Segundo o pró-prio, presente na festa de lançamento da “bandei-ra”, realizada no dia 28 de

[HoteLaria]

Charme e conforto pioneirosHotel é lançado em itaguaí para suprir uma lacuna: hospedagem de classe para executivos

abril, o princípio foi o mes-mo que transformou Pe-trobrás em “BR”. IT, então, são as duas primeiras le-tras da palavra “Itaguaí”.

O empreendimento é dos sócios Samuel Bour-guignon, Ernesto Filho,

Nacipe e Alexandre Saver-nine (os dois últimos, pai e filho). Para Samuel, há um diferencial no IT: confor-to e qualidade. Sem reve-lar os custos do negócio, os sócios afirma que há mais hotéis a caminho: outro em

Itaguaí - já em construção - e outro na Barra da Tiju-ca, próximo à area do an-tigo Autódromo. A ideia é aproveitar a demanda de hotelaria nas áreas indus-triais, que, em Itaguaí, não contavam com hospeda-

gem confortável para exe-cutivos ou pessoas que vêm à cidade negociar com as grandes empresas.

62 SuÍTeSO FOCO teve acesso a

algumas das 62 suítes que

o IT Grande Hotel ofere-cerá a partir do dia 9 de maio. Espaçosas, com te-levisores de plasma, ca-mas macias e ar-condicio-nado, o hotel ainda oferece internet sem fio, TV a ca-bo e serviço de quarto (al-guns deles preparados pa-ra receber pessoas com de-ficiência). A categoria do hotel é três estrelas. Há uma área para café da ma-nhã, incluído na diária (va-lor ainda não revelado). O que falta? Restaurante, que segundo uma das geren-tes será projetado em bre-ve, com cardápio prepara-do por um chef. Os planos gastronômicos incluem oferecer mais uma opção de almoço e jantar, este úl-timo, também um proble-ma na cidade.

Em breve O FOCO vai preparar uma matéria pa-ra contar como é a expe-riência de se hospedar no hotel. Aguardem!

A ideia é aproveitar a demanda de hotelaria nas

áreas industriais, que, em Itaguaí, não contavam

com hospedagem confortável

O IT grande Hotel supre uma lacuna na Cidade do Porto:

é o pioneiro em suítes confortáveis, serviços e equipe qualificada

it grande Hotel itaguaí (reservas a partir do dia 9)telefone: 2688-8568acesse o sitegrandehotelitaguai.com

serviço:

Fotos JUPy JUnior

ambientes projetados em detalhes

ernesto, os saverine e alexandre: novos hotéis em breve

mototaxistas na calçada: opção rápida de transporte

ana caroLina branDão

Page 5: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

Sexta-feira, 6 de maio de 2011 O FOCO 5

de que ele constatas-se o sucesso do time (ler matéria “Fênix futebolística”, nes-

ta edição) e pudes-se mais tarde repensar

suas atitudes. Jairo Souza Santos, presi-

dente do Ceres Futebol Clu-be - time da série B do cam-peonato carioca - teria avisa-do a Alexandre quando es-te o contratou: “você tem um jogador que vai lhe tra-zer problemas”. “Em casa [Mangaratiba] a gente con-trola, ele é de casa” – teria res-pondido Alexandre na oca-sião. A reportagem não con-

seguiu confirmar o conselho com Jairo, porque o telefone da sede do Ceres só sinaliza-va ocupado durante toda es-ta quinta-feira (5).

Mas O FOCO conversou com Winston Soares, Dire-tor de Futebol do clube. Ele declarou que a passagem de Davi pelo Ceres foi tranqui-la, sem incidentes. Davi jo-gou como amador durante três anos, e saiu do Ceres em 2009 para tentar uma vaga no Corínthians. A assessoria do clube paulista não confirmou se Davi de fato fez teste para tentar ingressar no Timão.

do presidente, seria uma re-taliação à dispensa de Davi, e os outros agressores e cúm-plices - segundo informações que Alexandre obteve - cole-gas do jogador que moram em Campo Grande (zona oeste do RJ).

A agressão dos sete homens, para o presidente, seria uma retaliação à dispensa de Davi

em fevereiro

[Jupy Junior][email protected]

[ana carolina brandão][email protected]

“Na sexta (29), desci a rua Arthur Pires, em Mangarati-ba, para pegar a minha filha de 18 anos, que desce do ôni-bus que a traz da faculdade, em torno de 23:40h. Todos sabem que eu tenho essa ro-tina. Ao chegar lá, me depa-rei com três rapazes, um de-les era Davi. Me viram so-zinho, atravessaram a rua e Davi começou a me agre-dir. Era a hora da vingança dele. Começamos uma luta, me preocupei com minha fi-lha, por isso não saí de lá. Lo-go em seguida, uma kombi branca parou na rua. Achei que os quatro homens que desceram da kombi iam ten-tar separar a briga. Mas não, eles também começaram a me agredir com chutes e so-

[vioLÊncia no FUteboL]

emboscada fora do campo

cos. Carros pararam, viram o tumulto, tentaram ajudar. Os quatro que vieram na kombi fugiram no mesmo veículo e Davi e os três fugiram para a Praia do Saco.” – este é o de-poimento exclusivo que Ale-xandre Garcia, presidente do Grêmio Mangaratibense, concedeu a O FOCO na ma-nhã desta quarta-feira (4).

DISPenSA POr InDISCIPlInAO agressor do depoimen-

to de Garcia chama-se Da-vi Kistenmarker Pontes, tem 21 anos, e em fevereiro des-te ano foi dispensado do Grê-mio Mangaratibense por in-disciplina, depois de mais de um ano no time. Segundo o presidente, o atleta – que é de Mangaratiba e considerado bom jogador, com passagens por clubes do interior de São Paulo e no clube Ceres, de Bangu (RJ) – foi punido por

indisciplina e mau comporta-mento, definidos por Garcia como uma sucessão de con-flitos com colegas e comissão técnica, problemas com alco-olismo, questões sociais e fa-miliares mal resolvidas.

A emboscada, na opinião

Presidente do g. mangaratibense afirma que foi agredido por jogador dispensado

Alexandre registrou queixa na 165ª DP (Man-garatiba). Sofreu esco-riações, um corte no ros-to, um dedo contundido e, por ter recebido chu-tes na altura dos rins, urinou sangue. Fez exa-me de corpo e delito em Angra dos Reis e este-ve no hospital para ve-rificar a extensão dos fe-rimentos. Não ficaram sequelas. Garcia espera punição para os agres-sores, e quer que a jus-

tiça decida de que ma-neira Davi deve pagar pelo ocorrido. “Quero que ele seja punido pe-la justiça, faça servi-ços comunitários, que-ro que ele aprenda de-finitivamente” – disse.

O FOCO tentou ob-ter, sem sucesso, os te-lefones de contato do jogador. Porém nin-guém no Grêmio Man-garatibense forneceu os números para a re-portagem.

socos e chutes nos rins

AmeAÇA POr TeleFOneDavi teria telefonado pa-

ra Alexandre há cerca de um mês e dito: “vou resolver o problema do meu jeito”. O presidente do Grêmio, na oca-sião, não entendeu como uma ameaça, e sim como “um de-sabafo de garoto”. Um mem-bro da equipe do Grêmio de-clarou que viu Davi bebendo em um bar no começo des-te ano e o advertiu. Depois de um pedido de desculpas, o atleta teria sido reintegra-do ao grupo. Porém, a indisci-plina e o mau comportamen-to teriam continuado a causar problemas para o time.

Alexandre afirmou: “como educador, entendo que ele te-nha tido problemas sociais, uma vida difícil, mas com 21 anos ele deveria ter discerni-mento”. A ideia da dispensa, de acordo com o presidente, era tentar punir o jogador e mais tarde reintegrá-lo, a fim

[Jupy Junior][email protected]

“Quem é a loura?” – perguntamos à mulher de pouco mais de 1,60m, ida-de não revelada (“mais de 30, com certeza”, diz, en-tre risos), olhos azuis fais-

cantes, magra, ágil, voz li-geiramente rouca com so-taque inconfundivelmen-te gaúcho. “A loura sou eu mesma” – responde ela, com uma lógica des-concertante. Esta perso-nagem itaiguense é quem responde pelo estabele-

[Personagem em Foco]

Irmã Coragemum girassol. A Deusa do Bar comanda seus clien-tes e está sempre alerta pa-ra eventuais distúrbios. Vende-se cerveja, princi-palmente. Mas o mocotó e a carne seca com aipim são as opções gastronômi-cas dos finais de semana. E existe um componente a mais nessa história: a co-ragem de, sozinha, dirigir seu bar, sua vida.

HISTÓrIAS ITAIguenSeSRosane nasceu em Ca-

choeiras do Sul. O pai, ca-minhoneiro, veio prestar serviços na década de 1980 para a Nuclep e a família - com 14 filhos na época - fi-cou no Rio Grande do Sul. Dois anos depois, vieram os cinco irmãos para tra-balhar numa borracharia. Em seguida, as moças – exceto as casadas - vieram com a mãe. Rosane, quan-do chegou a Itaguaí, tinha entre 15 e 16 anos. O sota-que foi motivo de chacota. A loura chorava de sauda-des do sul.

Rosane é vítima da violên-cia: seu pai e seu irmão foram assassinados. O primeiro, por ladrões de carga em Belvede-

re; o segundo, em Angra, sob circunstâncias estranhas. Mas a gaúcha não se abalou. O ir-mão do cunhado, proprietá-rio, a chamou para trabalhar no bar que ela hoje coman-da. Em sete ou oito meses ele transferiu o bar para ela. Lá se vão uns oito anos.

“SOu mArrenTA”“Sou muito marrenta,

escolho meus clientes” – confessa ela, entre sorri-sos. A junkie box do bar (aparelho em que o clien-te escolhe as músicas ao inserir notas ou moedas) toca a todo volume Zezé di Camargo & Luciano, forró, dentre outras can-ções populares. O Bar da Lora, escrito assim, sem “u”, virou ponto de refe-rência em Itaguaí. Ela diz que os clientes são de vá-rios lugares do Brasil, al-guns são carentes. “Me tornei quase uma psicó-

loga” – conta. Ela foi ca-sada (“não estou namo-rando nem ficando”, re-vela), tem dois filhos, um rapaz de 20 e uma moça casada de 23 e duas ne-tas (Clara e Leticia, 3 e 9 anos). O bar abre e fecha cedo: de 7:30h às 18h (ela tem medo da violência da cidade).

O APelIDO e O rSEla diz que sente sau-

dades do Rio Grande do Sul. Há 10 anos não volta à sua cidade natal. O no-me do bar surgiu de uma promoção de uma cerve-jaria que cederia o letrei-ro. Os operários que aju-daram a construir a CSA (a Companhia Siderúrgica), clientes maranhenses, fize-ram amizade com Rosane, e sugeriram imediatamen-te: “Bar da Lora”. Faltou o “u”. Quem se importa? Os fregueses que dançam sozi-nhos ao som da junkie box, sob efeito de cerveja ou ca-chaça, certamente não pen-sam nisso. Apenas sabem que ali é uma casa conheci-da, e que a mulher peque-na de cabelos amarelos es-tará sempre ali. Ainda bem.

revelamos quem é a loura do “bar da Lora”

cimento que fica exata-mente na esquina das ru-as Dr. Monteiro Azevedo com Avenida Ayrton Sen-na da Silva, no centro. É ali que outros tantos persona-gens – perdidos, abando-nados, amantes de cacha-ça ou simplesmente pesso-as que gostam de bater pa-po regado à cerveja ou co-mida pesada (mocotó, por

exemplo) – se encontram, interagem, falam (mal ou bem) da vida. Um bar é um universo. E em Itaguaí, tem uma deusa: Rosane Bartmann dos Santos.

O sobrenome nem pre-cisava ser alemão. Rosa-ne, a Loura, é gaúcha dos pés à cabeça. Os cabelos li-sos, escorridos, caem pelos ombros. Amarelos como

O sobrenome nem precisava ser alemão. rosane,

a loura, é gaúcha dos pés à cabeça

Faltou o “u” no letreiro. mas quem

se importa? O bar é referência

em Itaguaí

DivULgação

Davi (em detalhe) é acusado por alexandre garcia de tê-lo agredido

rosane admite ser marrenta e confessa: “escolho meus clientes”

Page 6: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 6 de maio de 20116

p o d e r

As obras na cidade de Itaguaí são suspeitas. Essa é a conclusão da maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Itaguaí, co-mo ficou clara na 16ª Ses-são, ocorrida no último dia 19. Sobre a Construto-ra Lytorânea pesa a acusa-ção de que 92% das obras do município são de sua responsabilidade, o que causa estranheza, dado ao fato de que as contratações da Prefeitura devem ser resultado de um processo de licitação. A construto-ra, então, seria uma cam-peã das licitações feitas na Cidade do Porto. A Câma-ra começa a amadurecer a ideia de criar uma Comis-são Parlamentar de Inqué-rito que investigue a rela-

[obras sob sUsPeita]

Pau para todas as obrasconstrutora em itaguaí é responsável por 92% das obras do município

ção entre a Lytorânea e a Prefeitura, além de apurar obras mal feitas, contratos com empresas de porte co-mo a CSA e a LLX, além de desapropriações, com-pra, venda e doação de ter-renos, dentre outras possí-veis irregularidades.

COnSTruTOrAS nAmIrA De COmISSÃOO presidente da Comis-

são de Obras da Câmara Legislativa de Itaguaí, vere-dor Nisan César (PV), disse que as construtoras Lytorâ-nea e Valesul são “os prin-cipais alvos de investigação sobre as possíveis irregula-ridades em obras no muni-cípio, elas são as principais protagonistas deste desca-labro administrativo”.

o vereador nisan césar (Pv) declarou que aguarda respostas do Poder executi-vo a respeito das possíveis irregularidades. Porém, não descarta a criação da cPi. “a questão das obras é o calcanhar de aqui-les da administração municipal, e há uma dificuldade da Prefeitura em nos respon-der, nós perguntamos a, eles respondem b” – disse o vereador. nisan disse ainda que a câmara solicitou a contratação de um perito para averiguar a qualidade das obras realizadas. Há uma relação de seis escolas para serem vistoriadas, porém o parlamentar não revela quais escolas es-

tão sob suspeita. “quando a comissão [de obras] foi a uma das escolas, notamos que tudo cheirava a tinta, e as rachadu-ras que surgiram foram reparadas, por is-so não divulgaremos os nomes para evitar que isso se repita” – explicou nisan.

a comissão, segundo ele, vai averiguar colocação de manilhas, asfalto com espe-cificação de 10cm aplicado com 4cm, den-tre outras irregularidades. o Parque munici-pal de itaguaí, em construção há onze me-ses, também será alvo da comissão. “nem a placa com informações sobre a obra foi afixada no local” – afirmou nisan.

[PossÍveL cPi em breve]

A Lytoranea também acumula números na Jus-tiça do Trabalho. São mais de uma centena de proces-sos movidos por ex-empre-gados da construtora. Em Angra dos Reis, devido à construção de um prédio residencial do Colégio Na-val, um processo ainda em andamento tem a Lytora-nea como ré. Os trabalha-dores demitidos reclamam que não receberam as in-denizações. Na primeira audiência, em 1º de mar-ço deste ano, os advogados da construtora alegaram que ainda receberiam va-lores do Colégio Naval. Es-te negou que ainda devesse qualquer quantia.

O departamento jurídico do Sindicato dos Trabalha-dores em Construção Pesa-da de Angra dos Reis soli-citou o arresto dos valores, no montante de R$ 50 mil. Além disto, acusou a Lytora-nea de não fornecer equipa-mento adequado à proteção dos trabalhadores. No final de 2010, a construtora en-frentou uma ameaça de gre-ve de cerca de 120 funcioná-rios por causa de atraso no pagamento do 13º salário.

Já o Sindicato dos Traba-lhadores da Construção Ci-vil de Nova Iguaçu (que atende aos afiliados de Ita-guaí) informou, por meio do departamento jurídico, que apenas uma reclamação tra-balhista está em tramitação. Em 2008 foram várias, po-rém diversos acordos resol-veram as pendências.

Em consulta ao site da Justiça do Trabalho (www.trt1jus.br), O FOCO apu-rou que a Lytoranea é ré em mais de uma centena de processos movidos por ex--empregados. O FOCO en-trou em contato por telefone com a construtora Lytora-nêa, que solicitou envio das perguntas por e-mail. Porém até o fechamento desta edi-ção nenhuma resposta che-gou. A reportagem também esteve no endereço da cons-trutura, nesta quinta-feira (5), mas não foi recebida.

Fotos raPHaeL meLo uma centena de processos

[Homenagem]

Lilia mcLaren nogueira chegou em mangaratiba em 1953. o sobrenome é de origem inglesa, assim como a escuderia homônima. a avó ia para a inglaterra para ter os filhos, e depois voltava para o brasil. Por este motivo, o pai de Lilia foi naturalizado brasileiro. quando ele morreu, na década de 1980, Lilia conheceu mangaratiba como veranista. o mari-do, conhecido como “nogueira”, comprou terrenos no ran-chito e montou um posto de gasolina. Passaram a morar no condomínio guity. Há quatro meses o marido de Lilia, com ela viveu durante 56 anos, faleceu. a tristeza da bela mulher arrefeceu um pouco nesta quarta-feira (4), ao receber da câmara municipal de mangaratiba uma homenagem pelo seu aniversário, comemorado ontem (3). “Uma homenagem maravilhosa” – resumiu ela, visivelmente emocionada.

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ela merece... ela merece

Dois portões, nenhuma placa. a construtora Lytorânea tem sede em itaguaí

Page 7: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

Sexta-feira, 6 de maio de 2011 O FOCO 7

[Jupy Junior][email protected]

Sabe aquela quadra de es-portes da escola municipal que fica inativa durante a noite ou nos feriados e finais de se-mana? Pois então, a Câmara de Itaguaí aprovou nesta ter-ça-feira (3) uma lei que permi-te a utilização das dependên-cias das escolas para a prática de esportes. A iniciativa do ve-reador Toni Coelho (PRP) ten-ta dar uma utilidade comuni-tária a esses espaços que ficam ociosos quando não há aulas.

A ideia é estimular a práti-ca de esportes e oferecer mais uma opção de lazer para a po-pulação. A lei foi encaminha-da para o prefeito Carlo Bu-satto Junior, o Charlinho. Caso seja aprovada, entra em vigor imediatamente. Caso o prefei-to decida vetá-la, a Câmara po-de derrubar o veto e a medida passa a valer de qualquer jeito.

Sem PulAr O murONão será mais necessário

pular o muro da escola no sá-

[esPorte & LaZer]

a quadra é nossa

[entrevista - siLas cabraL]

“Sou a favor da transparência”sobre a minoria da câmara, vereador diz que “democracia é assim mesmo”

[Jupy Junior][email protected]

silas cabral (Pv) faz parte de uma minoria na câmara municipal de itaguaí. mais exatamente do “g4”, grupo que reúne, além dele, roberto Lucio guimarães (PsDc, o “robertinho”), marcio Pinto (Dem) e Jorge Luis da silva rocha (Pv, o “Jorginho do charlinho”). Da forma pela qual o último é

conhecido, fica claro que este grupo enfrenta os outro sete vereadores (o “g7”) em franca desvanta-gem, e em declarado apoio ao Prefeito de itaguaí, carlo busatto Junior, o charlinho (PmDb).

a série de acusações, feita principalmente pelo colega nisan césar (Pv), a comissão Parlamen-tar de inquérito sobre o conjunto residencial esmeralda, turmalina e topázio (em chaperó) e as dezenas de requerimentos de informação enviados à Prefeitura podem deixar os quatro vereado-res em ótima forma física. explica-se: para votar contra os ofícios expedidos e as leis propostas pe-lo “g7”, os vereadores precisam levantar-se das cadeiras para protestar contra a aprovação. isso acaba acontecendo durante boa parte das sessões da câmara. silas disse nesta entrevista que não se importa com o exercício, e, muito bem humorado, durante a festa de lançamento do it grande Hotel, disse que a democracia tem dessas coisas. confira as respostas.

tHiago meLo

O FOCO - “G4” contra “G7”. Como está o seu trabalho na Câmara mediante essa situação?Silas Cabral - A democracia precisa disso. Uns contra, outros a favor. Política é assim mesmo. Hoje o prefeito não tem a maioria, amanhã tem. Como estamos a favor do prefeito, levamos a ele as reivindicações do nosso eleitorado para ele.

O FOCO - O senhor concorda que o prefeito em enviado as respostas aos requerimentos da Câmara de forma incompleta, lacônica, como foi men-cionado na última sessão [26/04]?Silas Cabral - Isso é muito relativo. São muitos re-querimentos, um em cima do outro. É assim mesmo, também já entramos no passado. É uma pressão encima do prefeito para que ele chegue a um melhor convívio com a oposição. Mas o prefeito talvez seja

da escola do Lula, acho que ele está com a população, e...acho que ele poderia dar mais atenção. Ele está ao lado do povo.

O FOCO - Os vereadores da situação têm algum plano para tentar reverter a condição de minoria na Câmara?Silas Cabral - A situação da Câmara é a seguinte: nenhuma matéria de 2/3 passa, e toda matéria que for de maioria simples eles

aprovam. Cabe ao prefeito a iniciativa de querer negociar com os vereadores. Acho que quando chegar o meio do ano começam as preparações para as eleições de 2012, cada um tem montar as legendas etc. Aí, como o prefeito tem a maioria dos partidos na mão, eles vão “se chegar”.

O FOCO - É incômodo para o senhor se levantar e sentar várias vezes durante a sessão, para votar contra o “G7”?Silas Cabral - Não, muito pelo contrário. Isso faz parte. Tenho que levantar para dizer que não concordo com essa

enxurrada de requerimentos com fatos de quatro ou cinco anos atrás, eles sabem que não vai levar a nada.

O FOCO - O senhor não acha que o prefeito deveria fornecer as informa-ções à Câmara?Silas Cabral - Nós não conseguimos informações da própria Câmara. O presi-dente [Vicente Cicarino Rocha (PMDB)]

não dá essas informações. O exemplo tem que partir dele. A Câmara também precisa de transparência. Vocês conseguem informações da Câmara? [pergunta ao repór-ter]. Sabe o número de cargos, quanto é gasto, valores das obras? Sou favorável à transparência em tudo.

“A Câmara também precisa de transparência. O

presidente tem que dar o exemplo”

“Cabe ao prefeito Charlinho a

iniciativa de querer negociar com os

vereadores”

[Jupy Junior][email protected]

Funciona assim: a Câma-ra vota uma lei que autori-za o Prefeito a realizar algo. Chama-se “lei autorizativa”. Foi este tipo de lei que a Ca-sa Legislativa de Itaguaí apro-vou na última sessão, realiza-da nesta terça-feira (3), no que diz respeito ao aumento de salário de 30% para todos os funcionários efetivos da pre-feitura. Comissionados, por enquanto, ficam de fora. O Prefeito precisa da aprova-ção da Câmara para tomar atitudes como essa. Nesse ca-so, portanto, o caminho foi in-verso. Cabe agora ao Prefeito Carlo Busatto Junior, o Char-linho, decidir se e quanto da-rá de aumento para o funcio-nalismo municipal.

“g7” PreSSIOnA“Funcionário para o Charli-

nho é lixo” – disparou o vere-

[FUncionaLismo PúbLico]

sinal verde para o aumentocâmara autoriza 30% para o servidor. Falta charlinho assinar

ador Nisan César (PV), quan-do tomou para si a palavra, em aparte ao vereador Si-las Cabral (PV). Este explica-va para a audiência que o au-mento é uma sugestão da Ca-sa ao Poder Executivo. Carlos Kifer (PP) também usou da palavra e disse que a Prefei-tura “tem arrecadação para is-so” – numa clara sugestão de que o aumento não será con-cedido somente se o Prefeito assim desejar. Kifer lembrou ainda que o Prefeito não res-pondeu vários requerimen-tos de informação expedidos pela Câmara a respeito de es-clarecimentos sobre o núme-ro de cargos contratados e co-missionados na Prefeitura.

“VeTO AO VeTO”O vereador Toni Coelho

(PRP) foi irônico ao interpe-lar o vereador Márcio Pin-to (DEM): “se o prefeito ve-tar, o vereador vota conosco ou a favor do veto?”. A per-gunta se refere à esmagado-ra maioria obtida na Câma-ra graças à formação de um grupo que tem sido chama-do de “G7”, em franca oposi-

ção à administração atual da Prefeitura. Isolados, os vere-adores Silas Cabral, Márcio Pinto e Roberto Magalhães (PSDC) protestaram ao votar contra a lei. O quarto compo-nente da situação (a favor do prefeito), vereador Jorge Luis da Silva Rocha (o “Jorginho do Charlinho”, PV), este-ve ausente por motivos de tratamento de saúde.

Cabe agora ao prefeito Charlinho, decidir se e quanto dará de aumento para o servidor.

tHiago meLo

tHiago meLo

tHiago meLo

bado para bater um bolinha com os colegas. A lei prevê que os interessados, porém, preci-sam cadastrar a atividade a ser exercida no espaço que per-tence ao Poder Público. Esta é apenas uma das poucas prer-rogativas da lei, que tem por princípio desburocratizar o uso das quadras das escolas municipais. Atualmente, é pre-ciso encaminhar um ofício pa-ra a Prefeitura e esperar a res-posta, que, devido à burocra-cia, pode levar tempo.

Dentro de pouco tempo, quem sabe, a diversão e o es-porte estarão mais disponíveis na vida em comunidade.

toni: estímulo a prática de esportes

Kifer afirma que a prefeitura tem arrecadaçao para conceder os 30%

Para o vereador silas cabral também falta transparência na câmara

Page 8: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 6 de maio de 20118

O FOCO - Saudades da prefeitura?Edinho - Não, tranquilo. Eu estava lá por deter-minação judicial, é como se eu estivesse aqui no Legislativo. Só fui para lá para poder tentar resgatar a ordem pública por causa da situação que ocorreu na época.

O FOCO - Qual é a sua avaliação do atual mo-

mento da relação entre a Prefeitura e a Câmara?Edinho - A relação está sendo magnífica. A confra-ternização da Páscoa foi um exemplo, fiz um convite ao Prefeito e ele esteve aqui [Câmara] durante toda a sessão. A relação está bacana, estamos dando suporte para que ele faça uma boa administração.

O FOCO - Que tal seu retorno à presidência da Câmara?Edinho - Tranquilo, fui eleito pelos companheiros, sete votos, e estou tocando o trabalho.

o Foco preparou três perguntas para dois verea-dores: edison ramos, o edinho (PmDb) e sidney mar-celo Filho (PHs), o sidinho. o primeiro voltou à presi-dência da câmara depois de ter assumido a Prefeitu-ra de mangaratiba quando o ex-prefeito aarão foi cas-sado pelo tre. o segundo tornou-se líder do governo na câmara, ou seja, representa o governo de evandro capixaba dentro da casa Legislativa. sidinho é irmão de andréia do charlinho, deputada estadual pelo PDt, e entusiasta de carlo busatto Junior, o Prefeito de ita-guaí, seu cunhado. confira as respostas:

[mangaratiba]

SIDneY mArCelO FIlHO (PHS), O SIDInHO

Três perguntas para...edinho e sidinho, presidente da câmara e líder do governo capixaba, comentam a relação executivo x Legislativo

[Jupy Junior][email protected]

O plano de cargos e salá-rios, que já derrubou o pre-feito Aarão, torna-se assun-to na Câmara Municipal de Mangaratiba de novo. Des-ta vez, é possível perceber uma certa ansiedade dos vereadores em votar o pro-jeto, que, segundo fontes do Poder Executivo Municipal, está prestes a ser enviado para a Casa Legislativa. Os vereadores José Carlos Si-mões e Gustavo Busse (am-bos do PSDB) mencionaram o tema na 21ª Sessão, ocorri-da nesta quarta-feira (5).

Simões disse no plená-rio: “ontem foram três pes-soas na minha residência

[cargos e saLÁrios]

Quem espera um dia alcançacâmara aguarda plano de cargos e salários da Prefeitura de mangaratiba

perguntar porque a Câma-ra não vota o aumento do plano de cargos e carreira dos sevidores públicos”.

José Carlos Costa (PS-DB), presidindo a sessão neste momento, declarou: “me questionaram tam-bém e eu disse que isso não aconteceu porque aqui [na Câmara] ainda não chegou, no momento que chegar será votado ime-diamente, como foi com o aumento dos professores”.

SIDInHO eSClAreCeO vereador Sidney Mar-

cello Filho (PHS, o “Sidi-nho”), líder do governo na Câmara (ler matéria “Três perguntas para...”, abaixo), em aparte ao vereador Si-

mões, mencionou a cassação de Aarão, lembrou que o te-ma foi promessa de campa-nha do prefeito Evandro Ca-pixaba (PR) e revelou: “O plano está quase concretiza-do, em breve estará na Ca-sa, em breve as pessoas serão atendidas. O prefeito está fa-zendo um outro plano, e isso confunde as pessoas, fazem com que elas digam que ele já está na Câmara” – esclareceu.

Simões disse a Sidinho que “pessoas do próprio governo é que estão levan-do essa informação para a população”. Disse ainda que quer participar do pla-no, mas refutou a acusação de que a Casa Legislativa está protelando o aumen-to dos servidores.

eDISOn rAmOS (PmDB), O eDInHO

[Jupy Junior][email protected]

A empresa Expresso Mangara-tiba, fundada em 1967, é uma per-missionária do Estado que possui uma frota de 300 veículos rodovi-ários. Esta informação está dispo-nível no site da empresa (www.expressomangaratiba.com.br), e caso seja levada em consideração, é bem possível acreditar que esco-lheu os piores e menores da fro-ta para destinar às linhas que ope-ram na Costa Verde.

Na 21ª Sessão da Câmara de Mangaratiba, os vereadores apro-varam um requerimento de con-vocação do responsável pela em-presa para responder a diversos questionamentos. A motivação foi o abaixo-assinado de 350 mo-radores de Nova Mangaratiba en-caminhado ao vereador José Car-los, protestando sobre o aumen-to de quase 100% da tarifa den-tro do mesmo distrito. Trata-se de uma diferença de 3 reais no preço da passagem do transporte coleti-vo. No km 428,5 da Rio-Santos a passagem custa 3 reais. No km se-guinte da mesma rodovia (429,5) a passagem passa a custar 6 reais.

O requerimento foi aprovado, porém, como é usual na Câmara de Mangaratiba, sem data marca-da para o depoimento. O verea-dor José Carlos Simões (PSDB) so-licitou aos demais parlamentares que outros problemas fossem in-cluídos no requerimento a fim de que a Expresso Mangaratiba pu-desse se explicar sobre os trans-tornos que causa à população da Costa Verde.

DeSCOnFOrTO e APerTOO vereador Gustavo Busse

(PSDB) listou alguns dos pro-blemas que a população enfren-ta com o serviço prestado pe-la empresa: pessoas ficam enta-ladas nas roletas dos coletivos, números excessivos de microô-nibus (que deve ser limitado em cada concessão), término de operação da linha Nova Iguaçú – Itacuruçá (que é lucrativa so-mente durante o verão). Simões complementou, ao mencionar o péssimo estado dos veículos e a rotina de ônibus da empresa en-guiçados na rodovia.

PrOCeSSO lICITATÓrIOOs vereadores porém esque-

ceram de incluir no documento questões como atrasos constantes, motoristas mal-humorados e mal--educados, falta de ônibus em de-terminados dias e horários e as-sentos que não funcionam, janelas emperradas, poltronas rasgadas e demais irregularidades que trans-formam a vida do munícipe em constante aborrecimento no que diz respeito ao transporte público.

Busse questionou o proces-so licitatório do transporte públi-co na cidade. “Talvez tenha sido um descuido da administração ou desinteresse das empresas em explorar as linhas do município” - arriscou – mas insurgiu-se contra a extinção momentânea da linha que liga Nova Iguaçú a Itacuru-çá: “não se acaba com uma linha assim, não. O pacote de licitação prevê lucro e perdas, mas a linha não pode ser extinta de qualquer maneira” – completou.

[transPorte]

expresso para o problemavereadores pressionam empresa responsável pelo transporte em mangaratiba

O FOCO - Que tal o papel de líder do governo na Câmara?Sidinho - Eu estou me sentindo muito confortável, porque eu estou liderando um governo que foi eleito por uma população que estava carente de carinho. Algumas coisas ainda não foram resolvidas, mas acho que é preciso dar um tempo, porque não é fácil tomar conta de um município com os problemas da administra-ção passada. É preciso paciência, e há uma certa ansiedade porque há seis anos não há qualquer resultado. Mesmo com o tempo sendo escasso, o prefeito vai ter que resolver alguns problemas.

O FOCO - Qual é a sua avaliação da relação atual entre a Câmara e a Prefeitura?Sidinho - O prefeito está dando uma condição que eu nunca tive. Todos os vereadores são bem recebidos, ele fez questão de sair para almoçar com os vereadores para colocar o Executivo à disposição para fazermos uma boa parceria. Eu não preciso levar nenhum tipo de recado. Se o vereador é atendido a qualquer tempo pelo prefeito, porque é preciso um intermediário?

O FOCO - Já que existe essa facilidade, a sua função de líder do governo na Câmara não seria desnecessária?Sidinho - Não, a função do líder do governo é exercer uma liderança como representante. Tenho liberdade de tratar com Executivo sobre coisas que não sejam tapar buracos ou algo parecido.

“A relaçã entre Câmaa e Prefeitura está sendo magnífica. estamos dando suporte para que

seja feita uma boa administração”

“O prefeito está dando uma condição que eu nunca tive. O vereador é atendido a qualquer tempo, não

precisa de intermediário”

Fotos tHiago meLo

verônica LeaL

o vereador simões diz estar sendo indagado a respeito do plano de cargos e carreiras

Page 9: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

Sexta-feira, 6 de maio de 2011 O FOCO 9

e s p o r t e s

[Jupy Junior][email protected] [ana carolina brandão][email protected]

A analogia com Fênix, da mitologia grega (pássa-ro que, quando morria, en-trava em auto-combustão e depois renascia das cinzas) é apropriada para o mo-mento em que atravessa o Grêmio Mangaratibense. Classificado para a segun-da fase da série C do cam-peonato carioca, o time tem uma meta bem definida: a série B. A crença no sucesso move uma equipe liderada pelo presidente Alexandre Garcia, que credita a mu-dança de resultados e atitu-de a alguns elementos: pro-fissionalismo, novas con-tratações e boa estrutura.

PrOFISSIOnAlIZAÇÃOGarcia alimentou o so-

nho de construir um clube em Mangaratiba que fos-se celeiro de atletas talen-tosos, e também que tives-se uma importante função social na cidade: permi-tir que garotos pudessem

conquistar um lugar ao sol no mundo futebolístico. Depois de amargar algu-mas decepções, Alexandre mudou de filosofia: enten-deu que a profissionaliza-ção seria o único caminho, e que nem sempre a prata da casa garante resultados positivos.

A partir dessa constata-ção, contratou jovens expe-rientes no ramo e jogado-res de outros clubes, bair-ros, cidades e até estados. Há um jogador da Bahia, um do Rio Grande do Sul e outro de Minas Gerais na equipe, por exemplo. Atualmente, 80% do plan-tel do Grêmio Mangarati-bense é composto por jo-gadores cuja origem não é Mangaratiba. Todos bas-tante jovens, a maioria en-tre 18 e 20 anos. Montou uma estrutura com prepa-rador físico, técnico, psicó-loga, dentre outros espe-cialistas (são 24 no total). Alugou uma casa pintada de vermelho fosco na Praia do Saco para alojar os jo-gadores e estabeleceu de-dicação e disciplina como

[FUteboL]

Fênix futebolísticagrêmio mangaratibense se profissionaliza e ressurge das cinzasfundamentos primordiais para o sucesso do Grêmio.

COnDIÇÕeS FAVOrÁVeISOs patrocínios da Prefei-

tura de Mangaratiba (R$ 24 mil), da empresa Locanty (que cede o ônibus para trân-sito da equipe) e pagamento de salários, segundo Alexan-dre, coloca o Grêmio em uma situação bem diferente dos demais times da terceira divi-são. Os salários e o transporte da equipe, por exemplo, sig-nificam luxos que a maioria dos adversários do time não tem. Estrutura e campo pró-prio, idem.

O presidente explica que Mangaratiba não tinha uma cultura do esporte de alto ní-vel, e que os jogadores locais, por uma série de motivos, acabavam por comprome-ter a performance do time no campo. Ele insiste que a cria-ção de empregos e a geração de renda proporcionada pelo Grêmio são muito importan-tes para o desenvolvimento do município, e que a sonha-da série B pode representar esperança para as centenas de jovens que pretendem in-gressar no esporte de forma sólida e responsável.

O FOCO esteve no alojamento dos jo-vens jogadores do Grê-mio Mangaratibense. É uma casa com dois pavimentos. Na cozi-nha, panelas enormes no fogão. A cada dia, são 10kg de arroz, 4kg de feijão e 7kg de carne para alimentar os rapa-zes. No terraço, camas e colchonetes espalhados sem muita ordem, uma pequena TV, mesa de bar e cadeiras. No pri-meiro pavimento, dois quartos com beliches, e muita, mas muita ba-gunça, típica de adoles-centes do sexo masculi-no, apesar da tentativa de preparar o ambiente para a reportagem. Um ônibus com capacidade para mais de 50 pesso-as estava junto à porta do alojamento.

Os garotos parecem bem acomodados. Con-versamos com alguns deles: William Souza Pereira (20 anos, de Se-nador Camará, golei-ro), Derick William (17, Irajá, volante), Douglas Cabral (18, Bangu, meio campo) e Gustavo Fer-reira (18, Paciência, go-leiro reserva). Jogavam cartas no terraço. Inter-romperam o jogo pa-ra contar um pouco da rotina deles. Acordam aproximadamente às 8h, seguem para o trei-no, voltam às 11h, almo-ço, descanso, às 14:30h, treino até as 17:30h. Jan-tam às 18h e às 23h vão dormir. Quem estiver na rua depois desse úl-timo horário não vol-ta, o portão é trancado. Folgas às segundas, ge-ralmente. Quando per-guntados sobre possí-veis atrasos de paga-mento de salário, entre-olharam-se e hesitaram na resposta.

A VAgA COmO meTAOs garotos se decla-

raram muito satisfeitos e esperançosos na con-quista da vaga na se-gunda divisão. “A es-trutura é boa, e a meta é se classificar” – disse-ram. William, o golei-ro, disse que ainda não pensa no Real Madrid ou no Barcelona e se mostrou muito focado no campeonato: “o im-portante é a gente con-seguir a vaga, o resto vem depois”.

rotina pesada

o grêmio mangaratibense começa sua participação na segunda fase da série c do cariocão já neste domingo (8). o jogo de estréia é em casa, contra o búzios, às 15:30h, no estádio da Praia do saco. os ingressos para o jogo se-rão vendidos a r$ 6,00 nas bilheterias do estádio.

“espero que a torcida lote o estádio para incentivar o ti-me da cidade. o apoio que vem das arquibancadas é

fundamental para os jogadores” - disse o técnico do time Hugo sátyro.

entre os 28 times que disputaram a primeira fase da série c do campeonato carioca, o grêmio terminou na sétima posição na classificação geral. os três primeiros colocados na competição garantem vaga na segundona do ano que vem.

[grÊmio estreia na segUnDa Fase Da sÉrie c Do cariocão]

Alexandre entendeu que a

profissionalização seria o único

caminho, e que a prata da casa não garante

resultados positivos

treinos duas vezes por dia preparam os jovens para a sonhada vaga na série b do campeonato carioca

DivULgação/Pmm

Fotos ana caroLina branDão

alguns dos atletas que compõem o time do grêmio mangaratibense

alojamento na Praia do saco: bagunça adolescente

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O FOCO Sexta-feira, 6 de maio de 201110

do: é preciso tornar o filme inteligível para espectadores de culturas diferentes.

Não há tempo para mui-ta coisa além da frenética per-seguição, e as pobres aves mal podem curtir o carnaval que aparece na tela. Alguns mo-mentos promissores são inter-rompidos para manter o cli-ma de Bem X Mal.

Zé CArIOCA e CArmenImpossível não associar

Blu com o papagaio Zé Ca-rioca, personagem criado por Walt Disney na déca-da de 1940 depois de uma visita dele ao Brasil. Zé re-presenta a malandragem carioca: sempre se safava de situações difíceis gra-ças ao “jeitinho brasileiro”. Zé e Blu são diferentes, mas

são elementos de uma vi-são estereotipada do Rio: be-lezas naturais, samba, a fal-ta de pudores e uma certa vocação para o crime. É um modo de ver a cidade que contribui para o preconceito.

Carmen Miranda (1909-1955), também ofereceu exo-tismo e sua imagem se popu-larizou tanto nos EUA que a portuguesa de nascimento foi uma estrela durante muito tempo. Sua função, muitas ve-zes, era dar um tom pitoresco a histórias românticas.

AVe Que nÃO VOAA questão mais interessan-

te acaba sendo a frustração de Blu em não voar, por ter sido domesticado. Eis aí uma boa ideia que produz algum en-cantamento. Porém, para os espectadores menos exigen-tes, Rio é diversão na certa.

c u l t u r a

[Jupy Junior][email protected]

O jovem de 23 anos - ca-belo espetado para o alto, sobrancelhas expressivas - fala com bastante calma e é extremamente bem hu-morado. Ele já esperava a reportagem no Teatro Mu-nicipal de Itaguaí com mo-chila a tiracolo e muita his-tória para contar. Seu no-me: Dienis de Almeida, ou, como prefere ser cha-mado, simplesmente “Die-nis”. Em homenagem ao cantor já existem três fãs--clubes (em Santa Catari-na, São Paulo e Rio de Ja-neiro), ele prepara seu pri-meiro CD - somente com inéditas - e se apresenta pela segunda vez na televi-são, no Programa Raul Gil (SBT), no quadro “Jovens Talentos”. Dienis escolheu para a sua carreira um gê-nero bastante popular no Brasil: o pagode-pop.

gAlà e YOuTuBeEle começou a galgar os

degraus do estrelato gra-ças à internet. O convi-te para o programa de te-levisão, por exemplo, veio da pesquisa de uma das produtoras no Youtube, que procurava alguém que cantasse algo mais brasi-leiro – muitos candidatos teimam em cantar em in-glês. O “channelOficial-Dienis” no site de vídeos mais popular do mundo apresenta uma lista de vá-rias apresentações do mo-rador de Itaguaí, e alguns clips um tanto amadores. Porém, o jovem cantor usa sua beleza para conquistar fãs e prestígio. No clip de “Me diz porque” - um su-cesso depois que rádios lo-cais reproduziram a can-ção - ele posa sem camisa em uma praia.

TImBre CArACTerÍSTICODienis tem tudo para

conquistar ainda mais su-cesso. O timbre caracterís-tico do pagode-pop (gêne-

[música]

“eu canto o que eu vivo”Dienis, cantor de itaguaí, tenta se afirmar no pagode-pop

ro musical que alia percus-são suave de samba com letras românticas) está lá: os agudos, a voz melodio-sa e as marcações bem de-finidas. Ele conta com a ajuda profissional de An-gelo Rosa (AR Produções é o selo que aparece no iní-cio do clip de “Me diz por-que”) e de uma empresá-ria. Também foi aconselha-do a seguir orientações de uma personnal stylist (pro-fissional que sugere rou-pas, acessórios, cabelo). Musicalmente, Angelo Ro-sa decidiu para Dienis se-guir a cartilha do gênero: as letras são simples (fim de romance, juras de amor, incompreensão) e os arran-jos sem muitas inovações.

DeuS e HumIlDADeVaidoso, extremamen-

te gentil e sorridente, Die-nis enveredou por um rit-mo já bastante desgastado pela quantidade de gru-pos que se lançam todos os meses neste cenário musi-cal. Mas isso de modo al-gum parece ser um obstá-

culo. Quando o repórter pergunta qual é seu dife-rencial, ele responde pron-tamente: “canto o que eu vivo”. Segundo ele, a sin-ceridade das composições abre um caminho que su-gere uma estrada brilhante e sem sobressaltos.

Parece que vem dando certo. A casa onde mora, em Itaguaí, já está em re-forma (“estou orgulho-so em poder ajudar meu pai” – diz). Dienis se en-contra justamente na eta-pa da carreira na qual não se admite hesitação. Co-meçou a cantar na igreja, estudou na atual Escola Chiquinha Gonzaga em Itaguaí, e hoje frequen-ta televisores de todo o Brasil em um concurso nacional de cantores. Fa-la em Deus, pensamen-to positivo e em manter a humildade. Talento ele demonstra na voz firme e afinada, e sua beleza cer-tamente é um bom passa-porte. O primeiro CD po-derá levá-lo ao olimpo do pagode-pop. Assim seja.

O timbre característico está lá: os agudos, a voz melodiosa e

as marcações bem definidas

uma produtora assistiu os vídeos

de Dienis na internet e o

convidou a se apresentar na TV

rio associa favela ao crime: são de lá que os vilões perseguem os protagonistas

arqUivo PessoaL Dienis

DivULgação

ana caroLina branDão

[Jupy Junior][email protected]

Não é de hoje que o des-lumbrado (e muitas vezes, equivocado) olhar estrangeiro se ocupa em entender as be-lezas brasileiras, em especial, do Rio de Janeiro. O vilão fo-ge para o Rio, impune. Ou os mocinhos decidem – dentre tantas possibilidades – viver felizes para sempre em terras cariocas. Porém a animação Rio (em cartaz no shopping PátioMix, Itaguaí) é curiosa sob esse aspecto. Seu diretor, Carlos Saldanha (que dirigiu A Era do Gelo), é brasileiro.

ÚlTImO DA eSPéCIeBlu, o protagonista, é o úl-

timo macho arara-azul. Nas-cido no Rio, ainda filhote foi contrabandeado e, por aci-dente, encontrou conforto com Linda, em Minessot-ta (EUA). Graças a um or-nitólogo brasileiro, a dona de Blu é convencida a levar a ave ao Brasil, a fim de pro-mover um encontro com a última fêmea da mesma es-pécie, Jade. Os fins (repro-dutivos) justificam os meios (a viagem) e a história mes-cla aventura, romance, sus-pense, humor e drama. To-dos os ingredientes de uma animação de alto nível estão lá: capricho, carisma, musi-cais, um vilão. Porém faltou criatividade e poesia ao fil-me de Saldanha.

VIlÕeS DA FAVelAA fim de criar tensão, o ro-

teirista Don Rhymer associa a favela ao crime: é de lá que os contrabandistas partem pa-ra perseguir as aves duran-te boa parte do filme. O Rio de Janeiro aparece apenas co-mo pano de fundo, de ma-neira exótica para Blu – que faz o tipo apatetado – e às ve-zes um tanto didaticamente. Cabe lembrar que uma ani-mação de um estúdio como a 20th Century Fox corre mun-

[crÍtica]

rio “brazileiro”animação se inspira no espírito carioca, mas falta poesia

música clássicaA Orquestra Sinfônica de

Itaguaí tem apresentação marcada para esta sexta-feira

HOLOFOTE(6), em Mangaratiba, na Pra-ça Robert Simões, no Centro. A apresentação dos 50 músi-cos faz parte do projeto Com os Olhos na Arte, da Funda-ção Mario Peixoto. O espetá-

culo começa às 19h. “Com a música, conseguimos aproxi-mar as pessoas da arte. É mui-to importante a inclusão so-cial através da música. A pes-soa tem um crescimento inte-

lectual” - destacou o diretor de cultura da fundação, Getú-lio da Silva Xerém. No reper-tório, compositores famosos. Mais informações pelo telefo-ne (21) 3789-0717.

rodrigo sant’anna, o admilson do Zorro total, se apresenta no teatro municipal de itaguaí neste sábado (7).

o cantor nos bastidores do sbt: juventude pagodeira

Dienis: sucesso à vista

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Sexta-feira, 6 de maio de 2011 O FOCO 11o

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Page 12: Jornal O Foco Ed. 96 - Notícia com Nitidez

O FOCO Sexta-feira, 6 de maio de 201112

g a s t r o n o m i a

[Jupy Junior][email protected]

A Calábria é uma magnífica região montanhosa ao sul da Itália. Imagine a “bota” que caracteriza a geografia italiana. A Calábria (capital Catanza-

ro) é o “dedo” dessa bota. Acontece, porém, que não é to-do dia que podemos largar o cotidiano atribulado da re-dação e ir conferir as delícias italianas in loco (no local). Pa-ra isso, o chefe teria que nos dar férias, e, claro, o cartão de embarque em um cruzeiro bem bacana (ideia excelente, porém fantasiosa). Não, nossa intenção não é reclamar. Pe-lo contrário: na simpatisíssima Itacuruçá há um lugar on-de se come muito bem, e, se não podemos ir à Itália, a Itá-lia vem até nós (nada a ver com Maomé e a montanha, mas se aplica bem aqui).

CHArme e COnFOrTOCalábria é o nome do restaurante que faz o prodígio

de nos aproximar da esplêndida Itália. Obra de Ricar-do Borghi, cujo sobrenome deixa claro: ele tem origens na Bolonha. A mãe, Suelane, já trabalhava com comida no distrito, e da sua fama nasceu a vontade de Ricardo de enveredar pelo mesmo caminho. Sábia decisão. O es-tabelecimento que ele dirige há poucos meses é de um charme irresistível: aconchegante, confortável, cores bem escolhidas, tudo muito limpo, arejado e agradável. O in-vestimento no ambiente foi grande. A casa que hoje abri-ga o restaurante é requintada, e já está em expansão.

Ricardo resolveu que Itacuruçá merecia uma opção aos frutos do mar, gênero abundante na região. E mas-sas, que a princípio poderia parecer improvável por essas bandas, tem um representante de classe: o Calábria se dá ao luxo de oferecer um cardápio tipicamente italiano. Al-gumas massas são de fabricação própria (nhoque, canelo-ni, rondeli) e ingredientes são rigorosamente testados. “Al-guns italianos que comeram aqui me disseram que esta-mos bem próximos do que há lá [na Itália]” – conta Bor-ghi. Quanto às pizzas, paulistas das empresas da região também elogiaram: “me disseram que eles se sentiram em casa, e a melhor pizza do Brasil é feita em São Paulo” – acrescenta, orgulhoso. Na falta da nossa sonhada via-gem de cruzeiro, arriscamos o Calábria e ficamos agradavelmente surpresos, como o leitor pode con-ferir no box. A palavra “Itáliacuruçá” começou a fa-zer sentido para nós.

[restaUrante caLÁbria]

ITÁlIACuruÇÁFotos tHiago meLo

calábria é a síntese do bom gosto e da boa gastronomia

mesmo com horário de funcionamento restrito (apenas à noite), o calábria é a garantia de uma refeição perfeita. Fomos recebidos já com um aroma irresistível que vinha do forno a lenha. Foi só um preâmbulo para o que provamos: tudo o que recebemos na nossa mesa estava absolutamente irretocável. começamos com melanzane (pasta com beringela, azeitonas pretas, alho, pimen-tão e especiarias) e sardella (pimentão vermelho com aliche) que degustamos com pizza branca e focaccia. se tivéssemos ficado nisso, já estaríamos felizes da vida. na mesa ao lado, as pessoas bebiam cerveja com prazer em canecas refrigeradas. estávamos a trabalho, caro

leitor. mas é impossível invejar qualquer pessoa com a porção de presunto de Parma, copa e salame que che-gou até nós: tudo divinamente bem cortado e apresen-tado. a pizza, que justifica a ida de muita gente ao res-taurante, veio apimentada (“Da casa”, a nosso pedido) e também com as características que, dentre outras, toda pizza deveria ter: macia, fina, feita na hora, mussarela de qualidade. ainda arrumamos um jeito de experi-mentar o fetutine com camarão e brócolis (sugestão de ricardo): inigualável. a sensação de que a calábria é aqui foi total, assim como a certeza de que voltaremos para conferir o restante do cardápio. arrivederci!

[a PerFeição tem nome]

- excelente - muito bom - bom - razoável - ruim

Fetutine com camarão e brócolis é uma das delícias do cardápio