o desafio da regulamentação
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Sexta feira, 15/08/2014 às 14h Debate: O Marco Civil da Internet Marcelo Bechara - Anatel e conselheiro do CGI.brTRANSCRIPT
O Desafio da Regulamentação
Marcelo Bechara15/08/2014 – 14h às 16h30
O Desafio da Regulamentação
Marcelo Bechara15/08/2014 – 14h às 16h30
• "Os americanos têm necessidade de telefones, mas nós não. Temos um monte de mensageiros." Sir W. Preece, engenheiro-chefe do Escritório Postal Britânico
(1878)
• "Não há razão para que alguém ter um computador em casa" Ken Olsen, presidente e fundador da Digital Equipment Corp.
(DEC)
• "As pessoas vão ficar cansadas de olhar para uma caixa de madeira todas as noites." Darryl Zanuck, produtor de cinema, sobre o futuro da TV (1946)
• "Tudo que podia ser inventado já foi inventado." Charles H. Duell, oficial do escritório de patentes dos EUA (1899)
. "Eu entrava na Internet, mas a Internet parece ser uma grande lata de lixo. Eu não leio mais o que está escrito lá".
Axl Rose (Rock In Rio, 2001)
•Privacidade, dados pessoais e aspectos processuais (arts. 10 ao 17);
•Liberdade de Expressão e responsabilidade civil ou imputabilidade (arts. 18 ao 23).
•Neutralidade (art. 9º);
Temas:
Rede nacional
entre entidades de ensino
•MCT•MC•Sist. Telebrás•CNPq•RNP•Provedores de Serviços
•Comunidade AcadêmicaEmpresarialUsuários
1988
•MCT/ MC/ MD/ MDIC/ MPOG•Casa Civil •CNPq•Anatel•Fórum Nacional de Secretários Est. p assuntos de Ciência e Tecnologia
•Notório saber •Setor empresarial (4)•Terceiro setor (4)•comunidade Científica e tecnológica (3)
Dec. 4.829
Internet Discada
Discado
Banda larga Fixa
BL 20,2 milhões no
2T2013
201320062005200420031991 1995 1998
NORMA nº 04/95 (redes evoluíram
gradativamente para o acesso comercial)
BRASIL
2014
Lei 12.965
•A discriminação ou degradação do tráfego;
•Da Proteção aos Registros, aos Dados Pessoais e às Comunicações Privadas: as medidas e os procedimentos de segurança e de sigilo devem ser informados pelo responsável pela provisão de serviços de forma clara a atender a padrões definidos.
•Informações que permitam a verificação referente à coleta, à guarda, ao armazenamento ou ao tratamento de dados, bem como quanto ao respeito à privacidade e ao sigilo de comunicações.
O Que Regulamentar?
•O procedimento para apuração de infrações no caso de descumprimento;
•Na provisão de conexão à internet, cabe ao administrador de sistema autônomo respectivo o dever de manter os registros de conexão, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 1 ano.
•Manter os respectivos registros de acesso a aplicações de internet, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 6 meses.
O Que Regulamentar?
Art. 5º, CF
• Privacidade e Intimidade X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
• Liberdade de Expressão IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
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Segurança da InformaçãoX
Privacidade
• Declaração Universal dos Direitos do Homem UN – Paris – 1948- Art. 12. Ninguém será objeto de ingerências arbitrárias em sua vida
privada, sua família, seu domicílio ou sua correspondência, nem de ataques a sua honra ou reputação.
- Art. 19. Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.
• 1950 – Convenção Europeia dos Direitos do Homem “Qualquer pessoa tem direito ao respeito a sua vida privada e familiar,
do seu domicílio e da sua correspondência”.
Teoria Alemã da Intimidade
segredo
confidencial
Dados que a pessoa deseja preservar do conhecimento de terceiros
Dados levados ao conhecimento de pessoas de sua confiança
vida privada
Esferas
Dados que o indivíduo reserva para si
Direito ao Esquecimento• “para a Internet não há passado. Um site de busca volta no tempo e expõe, no
presente e em milésimos de segundos, o que dissemos, fizemos e, não raro, do que nos arrependemos. O Direito ao Esquecimento é a mais nova fronteira da personalidade”.
Um negócio chamada liberdade de expressão
M. Bechara (O Globo, 06/02/2014)
• Decisão União Europeia Tribunal europeu reconhece "direito ao esquecimento" na Internet.
Utilizadores podem exigir a motores de busca como o Google que retirem links para resultados de pesquisas.
• Brasil VI Jornada de Direito Civil (2013). Enunciado 531: “A tutela da dignidade da
pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento”.
Decisão STJ (2013): Ao julgar dois recursos especiais ajuizados contra reportagens de uma emissora de televisão, o tribunal assegurou que as pessoas têm o direito de serem esquecidas pela opinião pública e pela imprensa se assim desejarem.
Visão Geral – Marco Civil da InternetCap. 3
PRIVACIDADE, DADOS PESSOAIS E ASPECTOS PROCESSUAIS
REGRAS GERAISProteção de Registros, Dados Pessoais e
Comunicações Privadas• Guarda e disponibilização de:
registros de conexão e de acesso a aplicações de internet dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas
• Devem respeitar: Intimidade e vida privada honra e imagem
• Provedor responsável pela guarda obrigado a disponibilizar os registros somente mediante ordem judicial, respeitados os direitos do usuário (art. 7º).
• A regra não impede acesso aos dados cadastrais que informem qualificação pessoal, filiação e endereço, na forma da lei, pelas autoridades administrativas que detenham competência legal para a sua requisição.
Guarda de Registros de Conexão• Responsável: administrador de sistema autônomo
• Responsabilidade: manter os registros de conexão, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança. Não poderá ser transferida a terceiros.
• Regulamento específico para a regra.
• Prazo: um ano
• Autoridade policial ou administrativa ou o Ministério Público:
Requerimento cautelar guarda dos registros por maior prazo provedor deve manter o pedido em sigilo.
prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir do requerimento, para ingressar com o pedido de autorização judicial de acesso aos registros previstos no caput.
Perde eficácia se não protocolado no prazo ou não acolhido pela autoridade judicial.
Guarda de Registros de Acesso a Aplicações de Internet
• Na Provisão de Conexão Art. 14. Na provisão de conexão, onerosa ou gratuita, é VEDADO
guardar os registros de acesso a aplicações de internet.
• Na Provisão de Aplicações Responsável: provedor de aplicações de internet constituído na forma
de pessoa jurídica e que exerça essa atividade de forma organizada, profissionalmente e com fins econômicos
Responsabilidade: manter, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança registros de acesso a aplicações de internet.
Prazo: seis meses Nos termos do regulamento
Guarda de Registros de Acesso a Aplicações de Internet
• Na Provisão de Aplicações (cont.) Art. 16. Na provisão de aplicações de internet, onerosa ou gratuita, é
VEDADA a guarda:
I - dos registros de acesso a outras aplicações de internet sem que o titular dos dados tenha consentido previamente, respeitado o disposto no art. 7º (direitos dos usuários); ou
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular.
Art. 17. Ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei, a opção por não guardar os registros de acesso a aplicações de internet não implica responsabilidade sobre danos decorrentes do uso desses serviços por terceiros.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E RESPONSABILIDADE CIVIL OU
IMPUTABILIDADE
Da Responsabilidade por Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado por Terceiros
• Danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros Provedor de Conexão: Sem Responsabilidade Provedor de Aplicação: somente após ordem judicial específica, não
tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário.
• Poderão Juizados Especiais as causas: ressarcimento por danos decorrentes de conteúdos disponibilizados na
internet relacionados à honra, à reputação ou a direitos de personalidade
indisponibilização desses conteúdos por provedores de aplicações de internet.
• Possibilidade de antecipação de tutela.
NEUTRALIDADE DE REDE
Art. 9º, caput
Conteúdo
Origem/Destino
Serviço
Terminal
Aplicação
TRATAMENTO ISONÔMICO DOS
PACOTES TRAFEGADOS
NEUTRALIDADE ISONOMIA
Neutralidade transmissão, comutação e roteamento
MODELO MODELO DE DE
FRASMANFRASMAN(2007)(2007)Comércio
Global
Mercados
Regulação
Padronização
Prestadores de Conexão à Internet
SCM SMP SCI como SVA (STFC)
§1º Hipóteses de Quebra
• Priorização de serviços de emergência.
• Requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações.
• Executivo regulamentação – hipóteses de quebra.
• Oitiva CGI.br e a Anatel
• Decreto nº 8243/2014 Política Nacional de Participação Social - PNPS
§2º§2º
§2º Atuação do responsável na hipótese de quebra
• I - Dano ao usuário não poderá prejudicar o serviço usufruído pelo consumidor
• II - PRINCÍPIOS VISÃO USUÁRIO Proporcionalidade Isonomia Transparência
• III – Transparência, inclusive segurança
• IV – Isonomia entre concorrentes
• Telemedicina
• Defesa civil
• Resgate de vítimas
• Ambulância
Serviços de Emergência
NEUTRALIDADE ANTICONCORRENCIAL
RESTRITIVARESTRITIVA
SISTEMÁTICASISTEMÁTICA
LINHAS DE INTERPRETAÇÃO IDENTIFICADAS
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:[...]II - propriedade privada;III - função social da propriedade;IV - livre concorrência;V - defesa do consumidor;
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
INTERPRETAÇÃO DE VALORES CONSTITUCIONAIS
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: [...];
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:[...]d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho[...]
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da CF), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;[...]V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
NEUTRALIDADE ANTICONCORRENCIAL RESTRITIVA
• Isonomia ampla paridade
• Segurança = única hipótese de quebra decorrentes de requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada, devido ao vocábulo “inclusive” art. 9º, §2º, III
NEUTRALIDADE ANTICONCORRENCIAL RESTRITIVA
• Qualidade prejuízo à ampla e justa concorrência
• (violação ao art. 9º, §2º, IV)
• Maior restrição da liberdade negocial prevista pelo art. 3º, VIII
• X Gratuidade de acesso a algumas aplicações.
NEUTRALIDADE ANTICONCORRENCIAL SISTEMÁTICA
• Isonomia maior oportunidade por meio da transparência
• Sistematização compatibilização das premissas enumeradas pelo art. 9º frente ao ordenamento jurídico pré-existente
• Segurança = apenas uma das hipóteses de quebra decorrentes de requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada, devido ao vocábulo “inclusive” art. 9º, §2º, III.
NEUTRALIDADE ANTICONCORRENCIAL SISTEMÁTICA
§3º Proibição de Interferências sobre o acesso a qualquer conteúdo
• Vedação
• Independência temática em relação ao caput.
• Amparo do usuário e da democracia.
• Acesso a qualquer conteúdo sem bloqueio
• Grande vitória da sociedade civil
NOVAS FORMAS DE OFERTA
• Operadora virtual Virgin Mobile dos EUA.
• Forma inédita de comercialização dos planos de dados: usuário poderá escolher opções baseadas no conteúdo. Ex.: Adicional de US$ 5 para uso ilimitado a serviços de streaming
de música, ou um pacote de US$ 15 para acesso ilimitado às redes sociais mais comuns, sem que isso represente qualquer tipo de consumo da franquia contratada.
• Virgin Mobile: “ter ou não esses pacotes diferenciados é uma decisão do cliente”.
Fonte: teletime 30/07/2014.
NEUTRALIDADE DE REDE
FLEXIBILIDADEFLEXIBILIDADE
Obrigado
Marcelo [email protected]