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 MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA TRÁFEGO AÉREO ICA 100-40 SISTEMAS DE AERONAVES REMOTAMENTE PILOTADAS E O ACESSO AO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO 2015 

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    MINISTRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONUTICA

    TRFEGO AREO

    ICA 100-40

    SISTEMAS DE AERONAVES REMOTAMENTEPILOTADAS E O ACESSO AO ESPAO AREO

    BRASILEIRO

    2015

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    MINISTRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONUTICA

    DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAO AREO

    TRFEGO AREO

    ICA 100-40

    SISTEMAS DE AERONAVES REMOTAMENTEPILOTADAS E O ACESSO AO ESPAO AREO

    BRASILEIRO

    2015

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    ICA 100-40/2015

    MINISTRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONUTICA

    DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAO AREO

    PORTARIA DECEA No415/DGCEA, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2015.

    Aprova a edio da ICA 100-40, quetrata dos Sistemas de Aeronaves

    Remotamente Pilotadas e o Acesso aoEspao Areo Brasileiro.

    O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE CONTROLE DOESPAO AREO, de conformidade com o previsto no artigo 19, inciso I, da EstruturaRegimental do Comando da Aeronutica, aprovada pelo Decreto n 6.834, de 30 de abril de2009, e considerando o disposto no artigo 10, inciso IV, do Regulamento do DECEA,aprovado pela Portaria n 1.668/GC3, de 16 de setembro de 2013, resolve:

    Art. 1o Aprovar a edio da ICA 100-40 Sistemas de AeronavesRemotamente Pilotadas e o Acesso ao Espao Areo Brasileiro, que com esta baixa.

    Art. 2oEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

    (a)Ten Brig Ar CARLOS VUYK DE AQUINODiretor-Geral do DECEA

    (Publicado no BCA n 212, de 19 de novembro de 2015)

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    SUMRIO

    1 DISPOSIES PRELIMINARES ..................................................................................... 91.1 FINALIDADE ..................................................................................................................... 9

    1.2 COMPETNCIA ................................................................................................................. 91.3 MBITO .............................................................................................................................. 92 DEFINIES E ABREVIATURAS................................................................................. 102.1 DEFINIES .................................................................................................................... 102.2 ABREVIATURAS ............................................................................................................ 15

    3 PRINCIPAIS QUESTES E PREMISSAS BSICAS.................................................. 173.1 PRINCIPAISQUESTES ................................................................................................ 173.2 PREMISSASBSICAS .................................................................................................... 184 CERTIFICAO DE TIPO E APROVAES DE AERONAVEGABILIDADE..... 205 REGISTRO DA RPA ......................................................................................................... 21

    6 RESPONSABILIDADES DO EXPLORADOR/OPERADOR DE RPAS.................... 227 LICENA DE PESSOAL .................................................................................................. 238 COMUNICAES ............................................................................................................ 248.1 GENERALIDADES .......................................................................................................... 248.2 ENLACEDEPILOTAGEM .............................................................................................. 24

    8.3 ENLACEDACARGATIL ............................................................................................ 268.4 COMUNICAOCOMOSRGOSATS .................................................................... 268.5 OUTROSENLACES ......................................................................................................... 268.6 PERFORMANCEDOENLACE ....................................................................................... 279 ESTAO DE PILOTAGEM REMOTA....................................................................... 28

    9.1 GENERALIDADES .......................................................................................................... 28

    9.2 CATEGORIASDERPS .................................................................................................... 289.3 IMPLICAESDAPERFORMANCEHUMANA ......................................................... 2910 REGRAS DE ACESSO AO ESPAO AREO............................................................. 3110.1 REGRASGERAIS .......................................................................................................... 31

    10.2 REGRASESPECFICASPARARPAS .......................................................................... 3310.3 VOOEMCONDIESEXTRAORDINRIAS ........................................................... 3711 PROCESSO DE SOLICITAO DE AUTORIZAO............................................. 4311.1 AUTORIZAOESPECIAL ......................................................................................... 4311.2 SOLICITAODEAUTORIZAOPARAOPERAODERPAS ........................ 43

    11.3 PARECERDORGOREGIONAL............................................................................. 4411.4 EMISSODAAUTORIZAO .................................................................................... 45

    11.5 NOTAM ........................................................................................................................... 4512 SEGURANA OPERACIONAL .................................................................................... 4612.1 GENERALIDADES ........................................................................................................ 46

    12.2 GERENCIAMENTODORISCO .................................................................................... 4612.3 INVESTIGAOEPREVENODEACIDENTESEINCIDENTES ....................... 4713 EMERGNCIAS E PLANO DE TERMINAO DE VOO....................................... 4813.1 EMERGNCIAS ............................................................................................................. 4813.2 PLANODETERMINAODEVOO ........................................................................... 48

    14 PROTEO E SALVAGUARDA.................................................................................. 5114.1 PROTEO .................................................................................................................... 5114.2 RESPONSABILIDADEPELASALVAGUARDA ........................................................ 51

    15 QUESTES LEGAIS...................................................................................................... 5215.1 SEGURO ......................................................................................................................... 52

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    15.2 IMPUTAODERESPONSABILIDADE ................................................................... 52

    15.3 INFRAES ................................................................................................................... 5215.4 RESPEITOAOSDIREITOSINDIVIDUAIS ................................................................. 53

    15.5 TRANSPORTEDEARTIGOSPERIGOSOS ................................................................. 53

    16 DISPOSIES FINAIS ................................................................................................... 54REFERNCIAS............................................................................................................... 55

    Anexo A Solicitao de Autorizao para Operao RPAS.................................. 57Anexo B Fluxograma da Solicitao de Autorizao para Operao de RPAS.. 66Anexo C Modelo de Parecer do rgo Regional para Operao RPAS.............. 67Anexo D Fluxograma para Emisso de Parecer pelo rgo Regional para

    Operao de RPAS ...................................................................................... 69

    Anexo E Modelo de Autorizao para Operao de RPAS................................... 70Anexo F Modelo de NOTAM para Espao Areo Condicionado para Operao

    RPAS ........................................................................................................... 72Anexo G Lista de Contatos dos rgos Regionais do DECEA.............................. 73

    Anexo H rea de Jurisdio dos rgos Regionais do DECEA ...........................74

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    PREFCIO

    Sistemas de Aeronaves No Tripuladas, em ingls Unmanned Aircraft Systems(UAS), so um novo componente da aviao mundial que operadores, indstria e diversas

    organizaes internacionais esto estudando e trabalhando para compreender, definir e,finalmente, promover sua completa integrao no Espao Areo.

    Contando com variados tipos (asas fixas, asas rotativas, dirigveis, ornitpterosetc.), tamanhos, performances e aplicaes, a regulamentao para o emprego de umaAeronave No Tripulada tem-se mostrado complexa, sendo um desafio em todo o mundo pordiversas questes, principalmente as relacionadas ao fato de no haver piloto a bordo.

    No Brasil, as Aeronaves No Tripuladas ainda so amplamente conhecidascomo Drones (do ingls Zango, termo muito utilizado pelos rgos de imprensa) ouVeculos Areos No Tripulados (VANT), nomenclatura oriunda do termo Unmanned Aerial

    Vehicle (UAV), hoje obsoleto na comunidade aeronutica internacional. A mudana se feznecessria por dois motivos: primeiro, porque as principais organizaes relacionadas aviao no empregam o termo veculo, mas sim, aeronaves, de forma que, aps vriasdiscusses, ao longo dos ltimos anos, foi estabelecido que assim seriam definidas; segundo,porque, como esse tipo de aeronave necessita de uma estao em solo, de enlace de pilotageme de outros componentes para a realizao do voo, alm do vetor areo, de modo que todo osistema precisa ser considerado.

    Tambm foi estabelecida a diferena bsica entre um Sistema de AeronavesNo Tripuladas e aeromodelos, sendo estes ltimos utilizados apenas com propsitosrecreativos, no fazendo parte do escopo desta Instruo.

    O artigo 8 da Conveno sobre Aviao Civil Internacional, assinada emChicago em 7 de dezembro de 1944 e alterada pela Assembleia da OACI (Doc 7300), referidacomo Conveno de Chicago, estipula que:

    Nenhuma aeronave, capaz de ser voada sem piloto, deve ser voada sem pilotosobre o territrio de um Estado Signatrio sem autorizao especial emitida por esse Estadoe de acordo com os termos de tal autorizao. Cada Estado Signatrio compromete-se aassegurar que o voo dessa aeronave sem piloto em regies abertas s aeronaves civis devaser to controlado de modo a evitar perigo para as aeronaves civis.

    Baseada nesse conceito e na evoluo desses sistemas, a Organizao deAviao Civil Internacional (OACI) criou um Grupo de Estudos (Unmanned Aircraft SystemsStudy Group(UASSG) com o objetivo de assessorar a entidade para a adequao das normasexistentes. Nesse processo, a OACI deixou claro que no regulamentar as aeronavestotalmente autnomas, ou seja, aquelas que, aps programadas, executam o voo de formatotalmente independente, sem a possibilidade de interveno por parte do piloto. Isto porque,no havendo a figura do piloto em comando, todas as suas responsabilidades previstas emnormas estariam comprometidas. Com isso, foram consideradas apenas as aeronavesremotamente pilotadas, em ingls, Remotely Piloted Aircraft (RPA), e seus sistemasassociados, em inglsRemotely Piloted Aircraft System(RPAS).

    Aps quinze reunies de trabalho do UASSG, dada a complexidade eimportncia do assunto e a sua representatividade na Organizao, em 2014, a OACI elevou o

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    status e as responsabilidades do Grupo de Estudos, reconfigurando-o como um Painel Remotely Piloted Aircraft Systems Panel(RPASP).

    O RPASP, representado por vrios Estados Signatrios e as principais

    organizaes da aviao mundial, tem trabalhado para a elaborao de SARP StandardsAnd Recommended Practices, de forma a alterar o seu principal documento e seus Anexos,objetivando permitir que esta integrao seja realizada de forma harmnica em mbitointernacional.

    consenso, que a regulao deste novo tipo de aeronave afeta a maioria dosAnexos existentes, sendo que algumas mudanas so significativas. Por isso, o RPASP temainda a tarefa de interagir com os outros painis e grupos de estudos, para que o trabalho sejaalinhado com as novas tecnologias da aviao mundial e no seja tratado de forma isolada.

    O Brasil um dos pases signatrios mais atuantes na OACI e participa

    diretamente dos seus principais painis e grupos de estudos. Com representantes do DECEA,em conjunto com representantes da ANAC, tem participado das reunies no UASSG e doRPASP desde o princpio e tem contribudo ativamente nos trabalhos desenvolvidos.

    Por esse fato, neste documento ser seguida a linha de ao adotada na OACI,com base nas emendas aos Anexos da Conveno de Chicago e, principalmente, no Manualon RPAS (Doc 10019), regulamentando, desta forma, o acesso dos Sistemas de AeronavesRemotamente Pilotadas ao espao areo brasileiro.

    A principal meta final , sem dvida, servir como guia para permitiroperacionalmente e tecnicamente a total e segura integrao do RPAS em espao areo no

    segregado e aerdromos, compartilhando-os com aeronaves tripuladas. Esta ser umaatividade de longo prazo, com muitos colaboradores adicionando seus conhecimentos sobrediversos aspectos, como as tecnologias para detectar e evitar colises com outras aeronavesou obstculos, operao em condies meteorolgicas adversas, utilizao do espectroeletromagntico nos enlaces com confiabilidade e segurana de suas frequncias contrainterferncias (tanto as de pilotagem e telemetria quanto as de trfego de dados), aregulamentao para separao de outras aeronaves e clara definio de responsabilidades dopiloto remoto, entre vrias outras questes.

    Cabe ressalvar que, se percebe, no mbito de operadores, pilotos e mesmo daindstria, relacionados com o desenvolvimento e emprego do RPAS, que, de uma forma geral,

    a cultura aeronutica e o conhecimento de regras e regulamentos relacionados atividadearea, como regras de trfego areo, navegao, meteorologia etc., esto ainda aqum do nveldesejado. Portanto, um dos objetivos dessa instruo ter um forte apelo educacional,contribuindo para que se evitem violaes e se fortalea a conscincia de SeguranaOperacional em todos os envolvidos na operao do RPAS.

    Assim como o Manual on RPAS considerado um documento vivo, estaInstruo tambm no pretende esgotar o assunto, haja vista que algumas das questes citadasencontram-se em estudo em todo o mundo. No momento, sua finalidade , em conjunto comoutros rgos nacionais, como ANAC e ANATEL, viabilizar a acomodao da operaoRPAS no territrio nacional dentro de altos padres de segurana j praticados, caracterstica

    marcante do Sistema de Controle do Espao Areo Brasileiro.

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    1 DISPOSIES PRELIMINARES

    1.1 FINALIDADE

    A presente Instruo tem por finalidade regulamentar os procedimentos eresponsabilidades necessrios para o acesso seguro ao Espao Areo Brasileiro por Sistemasde Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS).

    1.2 COMPETNCIA

    de competncia do DECEA, rgo Central do Sistema de Controle doEspao Areo Brasileiro (SISCEAB), legislar acerca dos procedimentos para o acesso aoEspao Areo, cabendo aos demais rgos Reguladores o trato do assunto dentro de sua reade atuao.

    1.3 MBITO

    A presente Instruo aplica-se aos requerentes, s equipes dos Sistemas deAeronave Remotamente Pilotada que utilize o espao areo sob jurisdio do Brasil, bemcomo aos rgos componentes do SISCEAB.

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    2 DEFINIES E ABREVIATURAS

    2.1 DEFINIES

    Os termos e expresses abaixo relacionados, empregados nesta Instruo, tmos seguintes significados:

    2.1.1 AERONAVE

    Qualquer aparelho que possa sustentar-se na atmosfera a partir de reaes do arque no sejam as reaes do ar contra a superfcie da terra.

    NOTA: De acordo com o Cdigo Brasileiro de Aeronutica (CBA), uma aeronave um bemmvel registrvel para o efeito de nacionalidade, matrcula, aeronavegabilidade,transferncia por ato entre vivos, constituio de hipoteca, publicidade ecadastramento geral.

    2.1.2 AERONAVE NO TRIPULADA TOTALMENTE AUTNOMA

    Aeronave no tripulada que apresenta parmetros e perfil de voo previamenteprogramados, no sendo possvel interveno externa na conduo do voo.

    2.1.3 AERONAVE DE ACOMPANHAMENTO

    Aeronave tripulada capaz de acompanhar voos experimentaisde RPA, com afinalidade de transmitir informaes equipe de RPAS.

    NOTA: a nica aeronave que poder ser autorizada a compartilhar um espao areoreservado para uma RPA.

    2.1.4 AERONAVE REMOTAMENTE PILOTADA (RPA)

    Aeronave no tripulada pilotada a partir de uma estao de pilotagem remota.

    2.1.5 ALCANCE VISUAL

    Distncia mxima em que um objeto pode ser visto sem o auxlio de lentes(excetuando-se lentes corretivas).

    2.1.6 REA PERIGOSAEspao areo de dimenses definidas, dentro do qual possam existir, em

    momentos especficos, atividades perigosas para o voo de aeronaves.

    2.1.7 REA PROIBIDA

    Espao areo de dimenses definidas, sobre o territrio ou mar territorialbrasileiro, dentro do qual o voo de aeronaves proibido.

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    2.1.8 REA RESTRITA

    Espao areo de dimenses definidas, sobre o territrio ou mar territorialbrasileiro, dentro do qual o voo de aeronaves restringido conforme certas condies

    definidas.2.1.9 CARGA TIL (PAYLOAD)

    Todos os elementos da aeronave no necessrios para o voo e pilotagem, masque so carregados com o propsito de cumprir objetivos de uma misso especfica.

    2.1.10 COMIT RPAS

    Comisso constituda por profissionais de trfego areo, dos efetivos dosrgos Regionais (CINDACTA e SRPV-SP), com a finalidade de analisar e emitir pareceresacerca da viabilidade do espao areo sob sua jurisdio por Sistemas de AeronavesRemotamente Pilotadas.

    2.1.11 CONDIES METEOROLGICAS DE VOO POR INSTRUMENTOS (IMC)

    Condies meteorolgicas expressas em termos de visibilidade, distncia denuvens e teto, inferiores aos mnimos especificados para o voo visual.

    2.1.12 CONDIES METEOROLGICAS DE VOO VISUAL (VMC)

    Condies meteorolgicas, expressas em termos de visibilidade, distncia denuvens e teto, iguais ou superiores aos mnimos especificados.

    NOTA: Os mnimos especificados esto dispostos na ICA 100-12 Regras do Ar.

    2.1.13 DETECTAR E EVITAR

    Capacidade de ver, perceber ou detectar trfegos conflitantes e outros riscos,viabilizando a tomada de aes adequadas para evit-los.

    2.1.14 EQUIPE DE RPAS

    Todos os membros de uma Equipe com atribuies essenciais operao deum Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada.

    2.1.15 ENLACE DE PILOTAGEM

    Enlace entre a Aeronave Remotamente Pilotada e a Estao de PilotagemRemota para a conduo do voo. Este enlace, alm de possibilitar a pilotagem da aeronave,poder incluir a telemetria necessria para prover a situao do voo ao piloto remoto.

    NOTA: O enlace de pilotagem difere dos enlaces relacionados carga til (como sensores),assim como daqueles relacionados aos sistemas embarcados destinados funo dedetectar e evitar.

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    2.1.16 ESPAO AREO CONDICIONADO

    Espao areo de dimenses definidas, normalmente de carter temporrio, emque se aplicam regras especficas. Pode ser classificado como rea Perigosa, Proibida ou

    Restrita.2.1.17 ESPAOS AREOS ATS

    Espaos areos de dimenses definidas, designados alfabeticamente, dentro dosquais podem operar tipos especficos de voos e para os quais so estabelecidos os servios detrfego areo e as regras de operao.

    NOTA: Os espaos areos ATS so classificados de A at G.

    2.1.18 ESPAO AREO CONTROLADO

    Espao areo de dimenses definidas, dentro do qual se presta o servio decontrole de trfego areo de conformidade com a classificao do espao areo.

    NOTA: Espao areo controlado um termo genrico que engloba as Classes A, B, C, D e Edos espaos areos ATS.

    2.1.19 ESPAO AREO DE ASSESSORAMENTO

    Espao areo de dimenses definidas, ou rota assim designada, onde seproporciona o servio de assessoramento de trfego areo.

    2.1.20 ESPAO AREO SEGREGADO

    rea Restrita, normalmente publicada em NOTAM, onde o uso do espaoareo exclusivo a um usurio especfico, no compartilhado com outras aeronaves,excetuando-se as aeronaves de acompanhamento.

    2.1.21 ESTAO DE PILOTAGEM REMOTA (RPS)

    Componente do sistema de aeronave remotamente pilotada (RPAS) contendoos equipamentos necessrios pilotagem da aeronave remotamente pilotada (RPA).

    2.1.22 EXPLORADOR

    Pessoa, organizao ou empresa que se dedica ou se prope a se dedicar explorao de aeronaves.

    NOTA 1: No contexto de Aeronaves Remotamente Pilotadas, a explorao da aeronaveinclui todo o Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas.

    NOTA 2: Em algumas regulamentaes, o Explorador tambm poder ser definido pelotermo Operador, assim como a explorao, pelo termo operao.

    2.1.23 FABRICANTE

    Pessoa ou organizao que manufatura o RPAS, criando-o a partir decomponentes e peas. O Fabricante pode ou no ter produzido os componentes do RPAS.

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    2.1.24 FALHA DE ENLACE DE PILOTAGEM

    Falha de enlace entre a Aeronave Remotamente Pilotada (RPA) e a Estao dePilotagem Remota (RPS) que impossibilite, mesmo que momentaneamente, a sua pilotagem.

    NOTA: A Falha de Enlace de Pilotagem tambm conhecida como Falha de Linkde C2.

    2.1.25 NOTAM

    Aviso que contm informao relativa ao estabelecimento, condio oumodificao de qualquer instalao aeronutica, servio, procedimento ou perigo, cujo prontoconhecimento seja indispensvel para o pessoal encarregado das operaes de voo.

    NOTA: Um NOTAM tem por finalidade divulgar antecipadamente a informao aeronuticade interesse direto e imediato para a segurana e regularidade da navegao area. Adivulgao antecipada s no ocorrer nos casos em que surgirem deficincias nos

    servios e instalaes que, obviamente, no puderem ser previstas.2.1.26 OBSERVADOR DE RPA

    Observador designado pelo Requerente, devidamente treinado e qualificado,conforme as orientaes da ANAC, como membro da equipe de RPAS que, por meio daobservao visual de uma Aeronave Remotamente Pilotada, auxilia o piloto remoto naconduo segura do voo.

    NOTA: A observao visual, aos moldes do estabelecido para operao VLOS, dever serestabelecida sem o auxlio de outros equipamentos ou lentes, excetuando-se ascorretivas.

    2.1.27 OPERAO EM LINHA DE VISADA VISUAL (VLOS)

    Operao em VMC, na qual o piloto, sem o auxlio de Observadores de RPA,mantm o contato visual direto (sem auxlio de lentes ou outros equipamentos) com aAeronave Remotamente Pilotada, de modo a conduzir o voo com as responsabilidades demanter as separaes previstas com outras aeronaves, bem como de evitar colises comaeronaves e obstculos.

    2.1.28 OPERAO EM LINHA DE VISADA VISUAL ESTENDIDA (EVLOS)

    Refere-se situao, em uma operao em VMC, na qual o piloto remoto, semauxlio de lentes ou outros equipamentos, no capaz de manter o contato visual direto com aAeronave Remotamente Pilotada, necessitando dessa forma do auxlio de Observadores deRPA para conduzir o voo com as responsabilidades de manter as separaes previstas comoutras aeronaves, bem como de evitar colises com aeronaves e obstculos, seguindo asmesmas regras de uma operao VLOS.

    2.1.29 OPERAO ALM DA LINHA DE VISADA VISUAL (BVLOS)

    Operao em que o Piloto Remoto no consiga manter a AeronaveRemotamente Pilotada dentro do seu alcance visual, mesmo com auxlio de Observadores de

    RPA.

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    2.1.30 OPERAO EM LINHA DE VISADA RDIO (RLOS)

    Refere-se situao em que o enlace de pilotagem caracterizado pela ligaodireta (ponto a ponto) entre a Estao de Pilotagem Remota e a Aeronave Remotamente

    Pilotada.2.1.31 OPERAO ALM DA LINHA DE VISADA RDIO (BRLOS)

    Refere-se a qualquer outra situao em que o enlace de pilotagem no sejadireto (ponto a ponto) entre a Estao de Pilotagem Remota e a Aeronave RemotamentePilotada. Nesse contexto, o enlace eletrnico estabelecido de forma indireta, por meio deoutros equipamentos (como antenas repetidoras de sinal, outras RPA ou satlites).

    2.1.32 RGO DE CONTROLE DE TRFEGO AREO

    Expresso genrica que se aplica, segundo o caso, a um Centro de Controle derea (ACC), a um Centro de Operaes Militares (COpM), a um Controle de Aproximao(APP) ou a uma Torre de Controle de Aerdromo (TWR).

    2.1.33 RGO REGIONAL

    So rgos que desenvolvem atividades na Circulao Area Geral (CAG) e naCirculao Operacional Militar (COM), responsveis por coordenar aes de gerenciamento econtrole do espao areo e de navegao area nas suas reas de jurisdio.

    NOTA: So rgos Regionais do DECEA os CINDACTA I, II, III e IV e o SRPV-SP.

    2.1.34 PILOTO EM COMANDO o piloto, portador de habilitao especfica, com base nos critrios

    estabelecidos pela ANAC (Registro, Certificao, Licena etc.), designado pelo Requerente,sendo o responsvel pela operao e segurana do voo.

    2.1.35 PILOTO REMOTO

    o piloto, portador de habilitao especfica, com base nos critriosestabelecidos pela ANAC (Registro, Certificao, Licena etc.), designado pelo Requerente,que conduz o voo com as responsabilidades essenciais pela operao da Aeronave

    Remotamente Pilotada.NOTA: O Piloto Remoto o profissional responsvel pelo manuseio dos controles de

    pilotagem, podendo ou no ser o Piloto em Comando.

    2.1.36 PLANO DE TERMINAO DE VOO

    Conjunto de procedimentos, sistemas e funes preestabelecidos e planejadospara finalizar um voo, da maneira mais controlada possvel, diante de situaes anormais queimpossibilitem sua conduo em condies seguras.

    2.1.37 REQUERENTE

    Explorador ou Fabricante que solicite a aprovao necessria operao doRPAS.

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    2.1.38 SISTEMA DE AERONAVE NO TRIPULADA (UAS)

    Aeronave que empregada sem piloto a bordo e seus elementos associados.Pode ser remotamente pilotada ou totalmente autnoma.

    2.1.39 SISTEMA DE AERONAVE REMOTAMENTE PILOTADA (RPAS)

    A aeronave remotamente pilotada (RPA), sua(s) estao(es) de pilotagemremota, o enlace de pilotagem e qualquer outro componente, como especificado no seuprojeto.

    2.1.40 SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAO AREO BRASILEIRO (SISCEAB)

    Sistema que tem por finalidade prover os meios necessrios para ogerenciamento e o controle do espao areo e o servio de navegao area, de modo seguro eeficiente, conforme estabelecido nas normas nacionais e nos acordos e tratados internacionaisde que o Brasil seja parte. As atividades desenvolvidas no mbito do SISCEAB so aquelasrealizadas em prol do gerenciamento e do controle do espao areo, de forma integrada, civile militar, com vistas vigilncia, segurana e defesa do espao areo sob a jurisdio doEstado Brasileiro.

    NOTA: O DECEA o rgo Central do SISCEAB.

    2.1.41 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANA OPERACIONAL (SGSO)

    Sistema que apresenta objetivos, polticas, responsabilidades e estruturasorganizacionais necessrias ao funcionamento do Gerenciamento da Segurana Operacional,

    de acordo com metas de desempenho, contendo os procedimentos para o Gerenciamento doRisco.

    2.1.42 VOO IFR

    Voo efetuado de acordo com as regras de voo por instrumentos.

    2.1.43 VOO VFR

    Voo efetuado de acordo com as regras de voo visual.

    2.2 ABREVIATURAS

    AGL - Acima do Nvel do Solo

    ANAC - Agncia Nacional de Aviao Civil

    ANATEL - Agncia Nacional de Telecomunicaes

    ATM - Gerenciamento do Trfego Areo

    ATS - Servios de Trfego Areo

    BRLOS - Alm da Linha de Visada Rdio

    BVLOS - Alm da Linha de Visada Visual

    CAG - Circulao Area Geral

    CINDACTA - Centro Integrado de Defesa Area e Controle de Trfego Areo

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    COM - Circulao Operacional Militar

    COMDABRA - Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro

    DECEA - Departamento de Controle do Espao Areo

    DGRSO - Documento de Gerenciamento de Risco Segurana OperacionalEVLOS - Linha de Visada Visual Estendida

    FPV - First Person View

    IFR - Regras de Voo por Instrumentos

    IMC - Condies Meteorolgicas de Voo por Instrumentos

    NOTAM - Notice to Airmen

    OACI - Organizao de Aviao Civil Internacional

    PBN - Navegao Baseada em Performance

    RLOS - Linha de Visada Rdio

    RNAV - Navegao de rea

    RNP - Performance de Navegao Requerida

    RPA - Aeronave Remotamente Pilotada

    RPAS - Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada

    RPS - Estao de Pilotagem Remota

    RVSM - Separao Vertical Mnima Reduzida

    SARP - Standards and Recommended PracticesSDOP - Subdepartamento de Operaes do DECEA

    SISCEAB - Sistema de Controle do Espao Areo Brasileiro

    SISDABRA - Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro

    SGSO - Sistema de Gerenciamento da Segurana Operacional

    SRPV-SP - Servio Regional de Proteo ao Voo de So Paulo

    UAS - Sistema de Aeronave No Tripulada

    UASSG - Grupo de Estudos sobre Sistemas de Aeronaves No Tripuladas

    VANT - Veculo Areo No Tripulado (termo obsoleto)

    VFR - Regras de Voo Visual

    VMC - Condies Meteorolgicas de Voo Visual

    VLOS - Linha de Visada Visual

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    3 PRINCIPAIS QUESTES E PREMISSAS BSICAS

    3.1 PRINCIPAIS QUESTES

    Uma aeronave qualquer aparelho que possa sustentar-se na atmosfera apartir de reaes do ar que no sejam as reaes do ar contra a superfcie da terra. Aquelasque se pretenda operar sem piloto a bordo so chamadas de aeronaves no tripuladas e, dentreas no tripuladas, aquelas que so pilotadas por meio de uma Estao de Pilotagem Remota(RPS) so Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA).

    As Aeronaves Remotamente Pilotadas podem se adequar a qualquerclassificao de aeronave existente, como bales livres, cativos ou dirigveis (mais leves que oar) e aeroplanos, de asas rotativas, ornitpteros e planadores (mais pesados que o ar).

    Desde o surgimento dos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas, as

    principais organizaes da aviao mundial tm se preocupado em estabelecer regras parapermitir o seu emprego, mas mantendo o alto nvel de segurana da circulao area.

    Inicialmente, o seu desenvolvimento foi incentivado para aplicaes militares,sendo amplamente empregado em conflitos recentes. Porm, imediatamente, foi percebidauma variedade enorme de oportunidades de aplicao tambm na esfera civil, tais como:

    Monitoramento de linhas de gs e linhas de transmisso;

    Monitoramento patrimonial;

    Monitoramento de trnsito;

    Avaliao de catstrofes naturais; Plataforma de desenvolvimento de sistemas;

    Segurana Pblica;

    Suporte areo para busca e salvamento;

    Repetidor de telecomunicaes;

    Vigilncia martima, area e terrestre;

    Ferramenta de inteligncia; e

    Ferramenta de Comando e Controle (C2).

    Algumas caractersticas so as grandes motivadoras do emprego do Sistema deAeronaves Remotamente Pilotadas, reconhecidas por apresentarem importantes vantagens,tais como:

    No oferecer perigo tripulao, j que no est a bordo;

    Furtividade, pois, dependendo da altura do voo e do nvel de rudoapresentado por uma RPA, possvel tornar o voo muito menos perceptvelque o de uma aeronave tripulada;

    Em alguns casos, longa autonomia, tambm chamada de persistncia; e

    Baixo custo operacional, quando comparado ao emprego de aeronavestripuladas, associando a longa autonomia, o menor consumo e o valor dosistema.

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    Porm, justamente o fato de no haver piloto a bordo aponta para importantesquestes tcnicas e operacionais necessrias total integrao do Sistema no espao areo,mantendo os nveis de segurana compatveis com a atividade area. Sem o piloto a bordo,sua conscincia situacional para manter a separao de outros trfegos e impedir colises

    bastante prejudicada quando comparada a uma aeronave tripulada. Alm de ver, perceber edetectar trfegos conflitantes e obstculos, igualmente importante que seja visto, percebido eevitado por outras aeronaves (detectabilidade). Essa questo remete ao Piloto em Comandocomo o ltimo elemento a intervir em um uma situao para evitar um acidente ou incidente.Assunto em pauta na maioria das discusses, grandes investimentos tm sido feitos na buscade solues tecnolgicas que permitam a capacidade de detectar e evitar aos Sistemas NoTripulados. Tal funo proporcionar que, mesmo em solo, o Piloto Remoto, o queefetivamente manipula os controles de voo, seja capaz de reagir como se em voo estivesse,respeitando, assim, as Regras do Ar. Fatalmente, essa soluo dever passar por sistemasaeroembarcados, podendo equipar inclusive as aeronaves tripuladas.

    Alm disso, o fator humano dever ser considerado, pois, como no est abordo, os requisitos para pilotos podero ser diferentes dos tradicionais. Para que seja possvela emisso da documentao especfica aos pilotos, tambm devero ser consideradas ascaractersticas da Estao de Pilotagem Remota, do tipo de operao, da complexidade daRPA etc.

    Outro ponto o uso do espectro eletromagntico para a pilotagem da aeronave.Ainda h muita discusso em torno da definio da faixa de frequncia a ser empregada, bemcomo sobre como faz-la robusta e confivel, a fim de evitar falhas do enlace para apilotagem e sobre as medidas de proteo contra possveis interferidores, intencionais ou no.Como est diretamente relacionada manobrabilidade da aeronave e s reaes para

    conduo de um voo em segurana, dever ser certificada como parte do Sistema. Alm doenlace de pilotagem, necessitam ser definidos os enlaces para sensores e para os Sistemas comfuno de Detectar e Evitar.

    A documentao emitida pelos rgos reguladores, independentemente de suanatureza, e referentes a todos os elementos do Sistema, dever fazer parte do processo desolicitao de utilizao do espao areo.

    NOTA: Antes de solicitar o uso do espao areo, o operador RPAS dever providenciar adocumentao necessria junto aos rgos reguladores e apresent-la ao DECEA,conforme preconizado no item 10.3 desta Instruo.

    Nos casos em que forem empregados sensores que definam os voos pararealizao de aerolevantamento, ressalta-se ainda a necessidade de emisso, por parte doMinistrio da Defesa, de autorizao de sobrevoo (AVOMD).

    Por fim, persistem outras questes legais, como seguro, imputao deresponsabilidade e respeito privacidade.

    3.2 PREMISSAS BSICAS

    A principal premissa bsica que uma Aeronave Remotamente Pilotada umaaeronave e, por conseguinte, para voar no espao areo sob responsabilidade do Brasil,dever seguir as normas estabelecidas pelas autoridades competentes da aviaonacional.

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    Outro ponto importante que o Sistema de Aeronaves RemotamentePilotadas dever se adaptar s regras atuais, salvo legislaes especficas ou autorizaesespeciais emitidas por autoridade aeronutica competente. Assim sendo, no poder gerarimpactos negativos de segurana e de capacidade para o SISCEAB, devendo ser transparente

    para os rgos ATS. Como a total integrao do Sistema no espao areo no segregado umprojeto em mdio/longo prazo, a operao desta tecnologia estar sujeita acomodao elimitada a reas especficas ou condies especiais.

    A segurana operacional primordial. A operao de um RPAS deverpriorizar a segurana, minimizando o risco para aeronaves tripuladas e para as pessoas epropriedades no solo.

    Todo o sistema dever ser considerado. O RPAS consiste na RPA (aeronave),na RPS (estao de pilotagem remota), no enlace de pilotagem (tambm chamado de linkdeComando e Controle ou Link de C2) e nos componentes associados como sistemas de

    lanamento e recolhimento, equipamentos de comunicao com rgos ATS e de vigilncia,equipamentos de navegao, de gerenciamento do voo, piloto automtico, sistemas deemergncia e de terminao de voo, dentre outros possveis.

    Ratificando o que foi explicado no prefcio, as aeronaves totalmenteautnomas no sero objeto de regulamentao e seu voo no ser autorizado. Entende-se poraeronave totalmente autnoma aquela que, uma vez iniciado o voo, no h a possibilidade deinterveno do piloto. Sendo assim, somente as Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA)estaro sujeitas autorizao de utilizao do espao areo, com a devida atribuio deresponsabilidades do piloto em comando.

    O emprego de bales livres no tripulados no faz parte do escopo destaInstruo e deve seguir os procedimentos preconizados em legislao especfica.

    Esta instruo aplicada a todas as operaes que no sejam exclusivamentecom propsitos recreativos, portanto o emprego de aeromodelos tambm no ser objetodesta regulamentao.

    Alm disso, o contedo aqui descrito refere-se ao voo na Circulao AreaGeral. O voo na Circulao Operacional Militar ser tambm tratado em legislao especfica.

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    4 CERTIFICAO DE TIPO E APROVAES DE AERONAVEGABILIDADE

    O Cdigo Brasileiro de Aeronutica tem previsto na sua seo II, artigo 114,que:

    Nenhuma aeronave poder ser autorizada para o voo sem a prvia expediodo correspondente certificado de aeronavegabilidade que s ser vlido durante o prazoestipulado e enquanto observadas as condies obrigatrias nele mencionadas (artigos 20 e68, 2).

    1 So estabelecidos em regulamento os requisitos, condies e provasnecessrios obteno ou renovao do certificado, assim como o prazo de vigncia e casosde suspenso ou cassao.

    2 Podero ser convalidados os certificados estrangeiros de

    aeronavegabilidade que atendam aos requisitos previstos no regulamento de que trata opargrafo anterior e s condies aceitas internacionalmente.

    NOTA: Entende-se como aeronavegabilidade a condio de uma aeronave para a realizaoda funo pretendida de modo seguro (operao de modo seguro).

    A Conveno de Chicago prev, no seu artigo 31, que todas as aeronavesengajadas em navegao internacional devem possuir um certificado de aeronavegabilidadevlido. O seu Anexo 2, Apndice 4, reitera a necessidade para o RPAS e ainda requer que osistema como um todo seja aprovado, levando em conta a interdependncia dos seuscomponentes.

    O artigo 8, XXXI, da Lei n 11.182, de 27 de setembro de 2005, dispe que acompetncia para emisso de um Certificado de Aeronavegabilidade cabe Agencia Nacionalde Aviao Civil (ANAC) como Autoridade de Aviao Civil.

    NOTA: Caber ANAC a avaliao quanto necessidade de Certificao ou emisso dedocumento especfico que a substitua.

    O Regulamento Brasileiro de Homologao Aeronutica (RBHA) 91 RegrasGerais para Operao de Aeronaves Civis determina, em seu item 91.7, que:

    (a) Nenhuma pessoa pode operar uma aeronave civil, a menos que ela estejaem condies aeronavegveis.

    (b) O piloto em comando de uma aeronave civil responsvel pela verificaodas condies da aeronave quanto segurana do voo. Ele devedescontinuar o voo quando ocorrerem problemas de manuteno ouestruturais degradando a aeronavegabilidade da aeronave.

    Seguindo a premissa de que uma Aeronave Remotamente Pilotada umaaeronave e, portanto, deve seguir a regulamentao existente na aviao, um dos requisitospara se voar no Espao Areo Brasileiro possuir a documentao especfica, conformecritrios estabelecidos pelos rgos Reguladores, adequada sua categoria ou ao propsito deuso.

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    5 REGISTRO DA RPA

    De acordo com o artigo 20 da Conveno de Chicago, qualquer aeronaveengajada em navegao internacional dever levar suas apropriadas marcas de nacionalidade e

    de registro. Reconhecendo que as Aeronaves Remotamente Pilotadas podem diferirsignificativamente de tamanho e projeto das aeronaves tripuladas atuais, os padres foramadotados no Anexo 7 Marcas de nacionalidade e de registo de aeronaves.

    O Cdigo Brasileiro de Aeronutica prev, em seu artigo 20, que, salvopermisso especial, nenhuma aeronave poder voar no espao areo brasileiro, aterrissar noterritrio subjacente ou dele decolar, a no ser que tenha marcas de nacionalidade ematrcula

    De acordo com a Lei 11.182/05, compete ANAC administrar o RegistroAeronutico Brasileiro (RAB), com as funes de efetuar o registro de aeronaves, bem como

    de emitir Certificados de Matrcula (C.M.) e de Aeronavegabilidade (C.A.) de aeronaves civissujeitas legislao brasileira.

    O Regulamento Brasileiro de Homologao Aeronutica 47 (RBHA 47)estabelece e disciplina o Funcionamento e Atividades do Sistema de Registro AeronuticoBrasileiro (SISRAB) e aplicvel a todos os operadores, proprietrios, usurios, interessadosem geral e demais rgos e elementos que compem o Sistema.

    O RBHA 47 tambm trata da obrigatoriedade da apresentao do certificado deseguro, assunto a ser tratado no Cap. 15 desta Instruo.

    Para a emisso de documentao especfica de Registro de RPAS ouequivalente, quando aplicvel, devero ser seguidas as orientaes estabelecidas pela AgnciaNacional de Aviao Civil.

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    6 RESPONSABILIDADES DO EXPLORADOR/OPERADOR DE RPAS

    O Explorador (tambm definido como Operador em algumas legislaes) apessoa, organizao ou empresa que se dedica ou se prope a se dedicar explorao de

    aeronaves. No contexto de Aeronaves Remotamente Pilotadas, a explorao da aeronaveinclui todo o Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas.

    Devido aos componentes do RPAS, as suas operaes podero ser maiscomplexas que aquelas da aviao tripulada. Isso foi considerado no Anexo 2, Apndice 4, daConveno de Chicago, requerendo que os Exploradores possuam um certificado emitido porautoridade competente que garanta responsabilidades especficas.

    O Explorador de RPAS responsvel pela conduo segura de todas asoperaes. Essa atribuio inclui o estabelecimento e a implementao de um Sistema deGerenciamento da Segurana Operacional, como descrito no Cap. 12 desta Instruo.

    O Explorador de RPAS tambm responsvel pelo gerenciamento do seupessoal (incluindo programa de treinamento, composio da equipe, procedimentos detransferncia de pilotagem, controle de fadiga etc.), pela manuteno (programa demanuteno, registros, aeronavegabilidade continuada, modificaes e reparos etc.) peladocumentao (manuais, certificados, licenas, registros, log book, informaes etc.), peloscontratos prestados pelos provedores de servios (por exemplo, prestadores de servios decomunicao) e pela proteo e salvaguarda da operao (segurana da Estao de PilotagemRemota, preservao dos dados etc.).

    O Explorador deve cumprir os requisitos previstos pela autoridade competente

    no pas onde a operao ocorrer, de acordo com tamanho, estrutura e complexidade doRPAS.

    No Brasil, a Agncia Nacional de Aviao Civil (ANAC) o rgoresponsvel por certificar os Exploradores (Operadores), abrangendo as responsabilidadessobre o voo, o cumprimento das regras de trfego areo, voo em baixas altitudes, operaesde pouso e decolagem, voo sobre reas povoadas, dentre outras.

    Dessa forma, para a emisso de documentao especfica de Certificao doExplorador (Operador) de RPAS ou equivalente, quando aplicvel, devero ser seguidas asorientaes estabelecidas pela ANAC.

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    7 LICENA DE PESSOAL

    O Piloto Remoto pea fundamental em uma operao segura de um RPAS,possuindo as mesmas responsabilidades referentes a um piloto de uma aeronave tripulada por

    toda operao, de acordo com as Regras do Ar, leis, regulamentaes e procedimentospublicados. Entretanto, as competncias desse piloto devem ser cuidadosamente previstaspara assegurar o conhecimento, habilidades, atitudes, capacidade fsica e mental, proficincialingustica etc., principalmente por no estarem a bordo da aeronave.

    Como previsto na ICA 100-12 Regras do Ar, o piloto em comando, queresteja manobrando os comandos ou no, ser responsvel para que a operao se realize deacordo com as Regras do Ar, podendo delas se desviar somente quando absolutamentenecessrio ao atendimento de exigncias de segurana. As regras descritas no eximem opiloto em comando da responsabilidade de tomar a melhor ao para evitar uma coliso,incluindo as manobras baseadas nos avisos de resoluo providas por equipamento ACAS.

    A Lei 11.182, de 27 de setembro de 2005, que criou a Agncia Nacional deAviao Civil (ANAC), em seu artigo 8, item XVII, estabelece que de sua competnciaproceder homologao e emitir certificados, atestados, aprovaes e autorizaes, relativoss atividades de competncia do sistema de segurana de voo da aviao civil, bem comolicenas de tripulantes e certificados de habilitao tcnica e de capacidade fsica e mental,observados os padres e normas por ela estabelecidos.

    Para a emisso de documentao especfica de Licena, quer seja de PilotoRemoto ou de Piloto em Comando, quando aplicvel, devero ser seguidas as orientaesestabelecidas pela ANAC.

    Em casos de operaes com mais de um Piloto Remoto, os procedimentos detransferncia de controle de pilotagem entre as estaes de pilotagem envolvidas devero serdescritos de modo que apenas um piloto remoto por vez esteja no controle da RPA.

    Outra habilitao que pode ser requerida a de Observador de RPA, comfuno de auxiliar o Piloto Remoto na operao EVLOS de um RPAS. Para que o Observadorde RPA possa assistir o Piloto Remoto na conduo segura do voo de uma RPA, dever havercomunicao confivel, direta e constante entre ambos, no modo half duplexou full duplex.Em caso de mais de um Observador de RPA ser engajado em uma operao, apenas um porvez poder assistir o Piloto Remoto na conduo da RPA. Como membro da equipe, com suas

    respectivas responsabilidades, esta atividade no dever ser executada por pessoa que nopossua licena e devida habilitao, conforme exigncias da ANAC.

    NOTA 1: O exerccio da funo de Observador de RPA, com suas respectivasresponsabilidades, somente poder ser realizado por pessoa que possua habilitaoe seja portador de Licena especfica, conforme exigncias da ANAC.

    NOTA 2: Para o caso em que no seja necessria a emisso de Licena, seja para PilotoRemoto, Piloto em Comando ou Observador de RPA, dever o mesmo possuiruma habilitao equivalente, reconhecida pela ANAC, com vistas utilizao doespao areo, sendo necessrio, inclusive, apresent-la por ocasio da solicitaode seu uso.

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    8 COMUNICAES

    8.1 GENERALIDADES

    Pelo motivo de se operar remotamente, ou seja, distncia, os enlaces decomunicao so parte essencial da operao de um RPAS. Este captulo tratar dos diversostipos de enlaces que podem ser empregados, como abaixo listados:

    - Enlace de Pilotagem: tambm conhecido comoLinkde Comando e Controleou Link de C2, garante a pilotagem segura de um RPAS, bem como osmeios para que o piloto remoto gerencie o voo (dados de telemetria);

    - Enlace da Carga til (payload): relacionado diretamente com a misso ouobjetivo da operao de um RPAS, excetuando-se a conduo do voo;

    - Comunicao com o rgo ATS: fundamental para o gerenciamento do

    fluxo e a segurana do espao areo; e- Outros enlaces, que podem envolver diferentes funcionalidades do RPAS,

    como por exemplo, a capacidade de detectar e evitar.

    8.2 ENLACE DE PILOTAGEM

    O Enlace de Pilotagem o Enlace entre a Aeronave Remotamente Pilotada e aEstao de Pilotagem Remota, para a conduo do voo. Este enlace, alm de possibilitar apilotagem da aeronave, poder incluir a telemetria necessria para prover a situao do voo aopiloto remoto.

    O Enlace de Pilotagem dividido em uplinke downlink.

    O uplinkpermite que, aps o comando do piloto remoto, haja a modificao docomportamento e do status da RPA, ou seja, garante o domnio e a efetividade da pilotagem ea capacidade de intervir a qualquer momento.

    O downlink prov a indicao dos dados como posio e situao atual(atitude, altura ou altitude, velocidade, proa etc.) da RPA para o piloto remoto, a fim depermitir o gerenciamento do voo.

    Considerando a natureza do enlace de pilotagem (tambm conhecido comoLinkde Comando e Controle ouLinkde C2), as operaes dos RPAS podem ser classificadascomo:

    - Operao em Linha de Visada Rdio (RLOS): Refere-se situao emque o enlace de pilotagem caracterizado pela ligao direta (ponto a ponto)entre a Estao de Pilotagem Remota e a Aeronave Remotamente Pilotada(Figura 1).

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    Figura 1 Operao RLOS

    - Operao Alm da Linha de Visada Rdio (BRLOS): Refere-se qualquer outra situao em que o enlace de pilotagem no seja direto (pontoa ponto) entre a Estao de Pilotagem Remota e a Aeronave RemotamentePilotada. Nesse contexto, o enlace eletrnico estabelecido de formaindireta, mediante outros equipamentos (como antenas repetidoras de sinalou satlites) (Figura 2).

    Figura 2 Operao BRLOS

    Numa perspectiva operacional, as principais diferenas entre uma operaoRLOS e uma BRLOS sero os atrasos (delays) associados s informaes de pilotagem noscontroles e displayse os consequentes projetos desenvolvidos e requeridos para acomodar acapacidade do enlace. A Estao de Pilotagem Remota dever ser projetada para se adequar s

    performances do tipo de enlace de pilotagem (Linkde C2), seja RLOS ou BRLOS.

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    NOTA 1: Devido arquitetura do enlace em uma operao BRLOS, os delayspodero sersuperiores se comparados aos atrasos inerentes operao RLOS, sendonecessria uma adequao dos projetos, com vistas a minimizar essa diferena.

    NOTA 2: Quanto mais crticas as funes de controle, maior nvel de automao serrequerido para manter um voo normal e seguro.

    A certificao das frequncias utilizadas no enlace de pilotagem, tanto deuplink quanto de downlink, seja RLOS ou BRLOS, responsabilidade doExplorador/Operador do RPAS e dever estar de acordo com as regulamentaes daANATEL.

    8.3 ENLACE DA CARGA TIL

    As RPA se caracterizam, normalmente, por transportarem equipamentos com oobjetivo de cumprir sua misso, chamados carga til (payload). Na grande maioria, so

    cmeras ou sensores que podem armazenar os dados para serem coletados aps o pouso daRPA ou transmiti-los para a Estao de Pilotagem Remota. No caso dessa transmisso,normalmente em tempo real, so requeridos enlaces que podem ser diferentes ou iguais aoenlace de pilotagem. Independentemente do tipo de misso do RPAS, importante que oenlace de pilotagem esteja sempre garantido, permitindo o gerenciamento e interveno dopiloto remoto em qualquer momento do voo.

    Da mesma forma que o enlace de pilotagem, de responsabilidade doExplorador/Operador certificar o enlace da carga til, conforme as regulamentaes daANATEL.

    8.4 COMUNICAO COM OS RGOS ATSO piloto remoto dever manter comunicao bilateral com o rgo ATS,

    conforme requerido pelas regras em vigor e da mesma forma como requerido para asaeronaves tripuladas.

    NOTA: Para orientao quanto a critrios e regras referentes ao uso das comunicaesaeronuticas, os Exploradores/Operadores e Pilotos Remotos devero procederconforme preconizado na ICA 100-12 Regras do Ar e na ICA 100-37 Servios deTrfego Areo.

    A fraseologia empregada dever ser padronizada, conforme o MCA 100-16

    Fraseologia de Trfego Areo.

    Outros canais de comunicao podero ser estabelecidos por meio de Cartas deAcordo Operacional, como o uso de telefonia fixa ou mvel. Esse emprego alternativodepender de anlise sobre vrios fatores e estar sujeito autorizao do rgo Regional doDECEA, responsvel pelo espao areo onde se pretende operar.

    8.5 OUTROS ENLACES

    Objetivando suportar a operao de outros equipamentos do RPAS, tais comosistemas para detectar e evitar, ou quaisquer outras funcionalidades diferentes das j citadas,

    bandas adicionais de frequncia podero ser requeridas.

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    De qualquer maneira, para que tais frequncias possam ser empregadas emuma operao RPAS, ser necessria a prvia certificao junto ANATEL.

    8.6 PERFORMANCE DO ENLACE

    Com as devidas certificaes, so esperados desempenhos satisfatrios dascomunicaes durante toda a operao do RPAS. Os enlaces principalmente o enlace depilotagem devem ser robustos, de modo a manterem sua integridade contra possveisinterferncias, sejam elas intencionais ou no, de acordo com os critrios da ANATEL. Agarantia de que o piloto remoto tenha o domnio sobre a pilotagem, podendo intervir durantetodo o tempo da operao, uma questo de segurana, principalmente em ambientes onde oespectro de frequncias j muito saturado, como em grandes cidades.

    NOTA: O emprego de frequncias livres no demonstra ser ideal, por ser limitado porpotncia e estar sujeito interferncias por equipamentos que utilizam esta mesma

    faixa, como tecnologia sem fio.

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    9 ESTAO DE PILOTAGEM REMOTA

    9.1 GENERALIDADES

    A Estao de Pilotagem Remota (RPS) definida como o componente doSistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) contendo os equipamentos necessrios pilotagem da Aeronave Remotamente Pilotada. Como princpio geral, a RPS se comporta,ou funciona como o cockpit de uma aeronave tripulada e deve, portanto, oferecer ao pilotoremoto capacidade equivalente para pilotar e gerenciar o voo.

    Como as funes bsicas devero ser, na medida do possvel, similares aoscockpits das aeronaves tripuladas, o formato especfico, tamanho, componentes e layout dequalquer RPS devero variar de acordo com alguns aspectos, como:

    a) o tipo de operao (VLOS ou BVLOS);

    b) a complexidade do RPAS;

    c) o tipo de interface de controle utilizado;

    d) o nmero de RPS necessrios para a conduo do voo; e

    e) a localizao da RPS (no solo ou embarcada).

    A RPS deve fornecer os meios aos pilotos remotos do RPAS para monitorar econtrolar o funcionamento da RPA, tanto no solo quanto no ar. No entanto, a interface entrepiloto remoto/RPS e RPA feita por meio de um enlace de pilotagem (Linkde C2). O RPASdeve ser projetado para fornecer ao piloto remoto os meios necessrios para gerirefetivamente o voo. Isso implica possuir controles, displays e alarmes, que podem serdiferentes das aeronaves tripuladas, com consequentes exigncias para a tripulao remota,como o treinamento e o licenciamento, bem como os requisitos tcnicos e a devidacertificao.

    No obstante essas potenciais diferenas, os requisitos fundamentais da RPS eda interface com o piloto remoto devem ser os mais prximos daqueles disponveis nasaeronaves tripuladas.

    Por ser parte do sistema e vital para a conduo do voo, osExploradores/Operadores devero ter planos de ao de segurana (security) contra qualquertentativa que ameace a salvaguarda da RPS.

    9.2 CATEGORIAS DE RPS

    9.2.1 CATEGORIA BVLOS A PILOTAGEM DIRETA

    A Categoria BVLOS A prov um alto nvel de pilotagem e controle da RPA,permitindo comandos equivalentes ao manche, pedais e manetes de potncia, para atuar nassuperfcies de comando ou via piloto automtico. O tempo e a atualizao da taxa detransmisso dos dados primrios de voo (por exemplo: velocidade, altitude, posio, atitude evelocidade vertical), a serem recebidos da RPA e exibidos ao piloto remoto, devem sercapazes de atender aos requisitos operacionais. Da mesma forma, o tempo e a atualizao da

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    taxa de transmisso dos comandos do piloto remoto, a serem recebidos e processados pelaRPA, devem ser capazes de atender aos requisitos operacionais. Assim, a pilotagem diretademanda maior exigncia sobre a capacidade e desempenho do enlace de pilotagem (LinkdeC2).

    NOTA: Os requisitos citados esto diretamente ligados complexidade do espao areopretendido e sero definidos, por rgo competente, na ocasio da Certificao.

    9.2.2 CATEGORIA BVLOS B PILOTO AUTOMTICO

    A Categoria BVLOS B prov menos controle da RPA, ainda permitindo queparmetros como velocidade, altitude, proa e velocidade vertical sejam controlados, emboraas mudanas somente possam ser feitas por meio de um piloto automtico. O tempo e aatualizao da taxa de transmisso dos dados primrios de voo e transmitidos RPA somenos rigorosos que aqueles da Categoria A, porm, ainda assim, devem atender aosrequisitos operacionais.

    NOTA: Os requisitos citados esto diretamente ligados complexidade do espao areopretendido e sero definidos, por rgo competente, na ocasio da Certificao.

    9.2.3 CATEGORIA BVLOS C PILOTAGEM POR WAYPOINT

    A Categoria C prov ao piloto remoto um controle limitado da RPA. Uma rotade plano de voo somente pode ser alterada com inseres ou excluses de waypointsno planode voo programado. Mesmo possuindo uma taxa de transmisso e atualizao ainda menor secomparada a Categoria B, dever atender aos requisitos operacionais.

    Esse nvel de controle, quando empregado no gerenciamento de voos pr-planejados, pode limitar a habilidade do piloto remoto em responder s instrues do rgoATC com acuracidade e rapidez.

    NOTA: Os requisitos citados esto diretamente ligados complexidade do espao areopretendido e sero definidos, por rgo competente, na ocasio da Certificao.

    9.2.4 CATEGORIA VLOS EM LINHA DE VISADA VISUAL

    A Categoria VLOS garante ao piloto remoto o controle direto da RPA. Oemprego de certo grau de automao, incluindo controle por waypoints, tambm possvel,porm deve-se atentar que esse controle indireto inevitavelmente reduzir a capacidade do

    piloto remoto em reagir em tempo hbil.

    9.3 IMPLICAES DA PERFORMANCE HUMANA

    As implicaes da performance humana na falta de informaes sensoriais,resultantes do fato de o piloto remoto no estar a bordo da aeronave, devem ser consideradasdurante a operao e, se for o caso e necessrio, devero ser adequadamente compensadas poroutros dispositivos. Isso pode envolver o uso de sinais no-visuais, tais como alertas devibrao ou de udio. At o momento, as informaes a serem fornecidas ao piloto remoto pormeio de sensores ou dispositivos no foram determinadas. No entanto, os seguintes itenspodem ser considerados:

    a) informao sensorial visual (por exemplo, luzes eflash);

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    b) informao sensorial auditiva (rudo ambiente, incluindo motor e rudo da

    clula);

    c) a informao sensorial proprioceptivo (por exemplo, vibrao e acelerao);

    d) a informao sensorial olfativo (cheiro);

    e) informao sensorial tctil (por exemplo, calor e vibrao); e

    f) outras informaes sensoriais (por exemplo, calor e presso).

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    10 REGRAS DE ACESSO AO ESPAO AREO

    10.1 REGRAS GERAIS

    Conforme citado no Prefcio, uma das finalidades desta Instruo fortalecer acultura aeronutica entre os envolvidos em uma operao de RPAS. Portanto, objetivandointroduzir as regras gerais, sero citadas algumas legislaes importantes, como aConstituio Federal e o Cdigo Brasileiro de Aeronutica.

    Conforme preconizado no artigo 21, XII, letra c, da Constituio Federal,compete Unio explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, anavegao area, aeroespacial e a infraestrutura aeroporturia. Tal dispositivo constitucional regulamentado pelo Cdigo Brasileiro de Aeronutica, Lei n 7.565/1986, que, apesar de seranterior Constituio de 1988, foi por ela recepcionado e permanece em vigor.

    O Cdigo Brasileiro de Aeronutica trata, em diversos artigos, da competnciado Ministrio da Aeronutica (hoje Comando da Aeronutica, por fora do disposto no artigo19 da Lei Complementar n 97/1999), destacando-se: artigo 2, artigo 12, incisos I, II e III;artigo 15; artigo 20; artigo 25, em especial os incisos II e III; e os artigos 47 e 48.

    Faz-se importante citar dois artigos do Cdigo Brasileiro de Aeronutica que,especificamente, tem relao direta com as regras dessa Instruo:

    No seu artigo 15, est estabelecido que:

    Por questo de segurana da navegao area ou por interesse pblico, facultado fixar zonas em que se probe ou restringe o trfego areo, estabelecer rotas deentrada ou sada, suspender total ou parcialmente o trfego, assim como o uso dedeterminada aeronave, ou a realizao de certos servios areos.

    1 A prtica de esportes areos tais como balonismo, volovelismo, asasvoadoras e similares, assim como os voos de treinamento, far-se-o em reas delimitadas

    pela autoridade aeronutica.

    Complementa-se ainda pelo seu artigo 20, onde prev que:

    Salvo permisso especial, nenhuma aeronave poder voar no espao areobrasileiro, aterrissar no territrio subjacente ou dele decolar, a no ser que tenha:

    I - marcas de nacionalidade e matrcula, e esteja munida dos respectivoscertificados de matrcula e aeronavegabilidade (artigos 109 a 114);

    II - equipamentos de navegao, de comunicaes e de salvamento,instrumentos, cartas e manuais necessrios segurana do voo, pouso e decolagem;

    III - tripulao habilitada, licenciada e portadora dos respectivos certificados,do Dirio de Bordo (artigo 84, pargrafo nico) da lista de passageiros, manifesto de cargaou relao de mala postal que, eventualmente, transportar.

    Pargrafo nico. Pode a autoridade aeronutica, mediante regulamento,estabelecer as condies para voos experimentais, realizados pelo fabricante de aeronave,assim como para os voos de translado.

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    A Lei n 11.182/2005, que criou a Agncia Nacional de Aviao Civil(ANAC), retirou algumas competncias do COMAER previstas no Cdigo Brasileiro deAeronutica e as repassou quela Agncia.

    Todavia, a referida Norma preservou e ressaltou a competncia da Unio-COMAER para o controle do espao areo brasileiro, notadamente em seu artigo 8, incisoXXI, pargrafos 2 e 6.

    Por fim, o Decreto n 6.834/2009 aprova a estrutura regimental do COMAER,tratando da competncia do DECEA como rgo central do Sistema de Controle do EspaoAreo Brasileiro no seu ANEXO I, artigo 1; artigo 3, incisos XIV, XV e XVI; artigo 4,inciso IV, alnea e; e artigo 19, entre outros.

    O DECEA tem por misso planejar, gerenciar e controlar as atividadesrelacionadas ao controle do espao areo, proteo ao voo, ao servio de busca e salvamento

    e s telecomunicaes do Comando da Aeronutica.Como rgo central do Sistema de Controle do Espao Areo Brasileiro,

    compete ainda ao DECEA, por meio da Portaria n 913/GC3, de 21 de setembro de 2009,prover os meios necessrios para o gerenciamento e controle do espao areo e o servio denavegao area, de modo seguro e eficiente, conforme estabelecido nas normas nacionais enos acordos e tratados internacionais de que o Brasil seja parte.

    O DECEA possui, na sua estrutura, rgos Regionais, os quais desenvolvematividades na Circulao Area Geral (CAG) e na Circulao Operacional Militar (COM),coordenando aes de gerenciamento e controle do espao areo e de navegao area nas

    suas reas de jurisdio.Os rgos Regionais do DECEA so os CINDACTA I, II, III e IV e o SRPV-

    SP, com suas reas de jurisdio definidas, como ilustrado na Figura 3.

    Figura 3 rgos Regionais do DECEA

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    Assim, como uma RPA considerada uma aeronave, o acesso ao Espao AreoBrasileiro por Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas estar sujeito sregulamentaes do DECEA e a autorizaes de seus rgos Regionais.

    10.2 REGRAS ESPECFICAS PARA RPASUma Aeronave Remotamente Pilotada somente poder acessar o Espao Areo

    Brasileiro aps a emisso de uma Autorizao Especial, dada pelo rgo Regional doDECEA, responsvel pelo espao areo onde ocorrer esse voo e de acordo com os termosdessa autorizao.

    As operaes dos RPAS devero se adequar s regras e sistemas existentes, e, apriori, no recebero nenhum tratamento especial por parte dos rgos de Controle deTrfego Areo.

    Excetuando-se as condies extraordinrias previstas nos itens 10.3.1.1 e10.3.1.2 desta Instruo e dadas as questes levantadas no item 3.1, principalmente aquelasreferentes capacidade de detectar e evitar, a utilizao do espao areo por RPA somenteser autorizada mediante a acomodao desta tecnologia, por meio da criao de um EspaoAreo Condicionado, com coordenadas e volume definidos, devidamente publicado emNOTAM, ou em reas de teste constantes no AIP Brasil.

    NOTA 1: A capacidade de detectar e evitar uma funcionalidade necessria integraosegura da RPA em espao areo no segregado. Tal capacidade aplica-se a todosos tipos de voo (VLOS, EVLOS, BVLOS, RLOS, BRLOS, VFR e IFR),objetivando a preveno de riscos, tais como trfegos conflitantes, terreno,

    obstculos e condies meteorolgicas adversas, bem como qualquer condio derisco resultante do no reconhecimento de sinais visuais ou condies de voo porinstrumentos encontradas durante a operao da RPA.

    NOTA 2: Para que seja possvel a aplicao das regras de voo VFR, faz-se necessriocumprir o preconizado no item 4.9 da ICA 100-12 Mnimo de visibilidade edistncia de nuvens. Dessa forma, aplicam-se ao Piloto Remoto as exignciasaplicadas aos pilotos das aeronaves tripuladas.

    O voo de uma RPA dever manter-se afastado da trajetria de outra aeronave,tripulada ou no, evitando passar frente, por baixo ou por cima. No ter, portanto,prioridade no direito de passagem sobre uma aeronave tripulada. Por ocasio da avaliao

    referente solicitao do espao areo a ser utilizado, o rgo Regional dever levar emconsiderao que a operao do RPAS no ter prioridade sobre aerovias, procedimentos porinstrumentos, circuitos de trfego, corredores visuais e espaos areos condicionados jpublicados.

    NOTA: Essa questo ser mantida at que estudos futuros necessrios sejam realizados enovos requisitos, que provavelmente passaro por solues tecnolgicas, como ossistemas de detectar e evitar, sejam estabelecidos para definir a posio e prioridadede um voo de RPA em relao outra aeronave.

    Em princpio, ser proibido o voo sobre reas povoadas e grupo de pessoas,exceto se a operao cumprir todos os requisitos estabelecidos no item 10.3.3.

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    Conforme ICA 100-37 Servios de Trfego Areo, a operao do RPASdever cumprir as regras existentes de emprego do transponder, da mesma forma comoaeronaves tripuladas, em funo da classe do espao areo dentro do qual se pretenda operar.

    Da mesma forma, requisitos de funcionamento e desempenho dos sistemas deComunicao, Vigilncia e Navegao para o RPAS devero ser, na medida do possvel,equivalentes aos estabelecidos para aeronaves tripuladas e de acordo com a classe do espaoareo dentro do qual se pretenda operar a RPA e compatvel com o Servio de Trfego Areoprestado.

    Cada piloto remoto somente poder pilotar uma RPA por vez a partir de umaRPS, sendo responsvel por todas as fases do voo, no devendo haver simultaneidadetemporal de pilotagem, mesmo que em estaes distintas. O piloto remoto em comando serresponsvel por conduzir o voo da RPA de maneira segura, quer seja em condies normais,ou em situaes de emergncia.

    Diferente da aviao tripulada, em que o cockpit parte integrante da aeronave,uma RPA pode ser pilotada por mais de uma RPS. Porm, quando mais de uma RPS forutilizada para um mesmo voo, procedimentos seguros e efetivos de transferncia devero sergarantidos, estabelecendo pontualmente o piloto remoto que est no controle efetivo e a suarespectiva estao.

    Somente ser permitida a operao a partir de aerdromos compartilhados comaeronaves tripuladas, se autorizada pelo administrador do respectivo aerdromo e rgo ATSlocal (se houver), ficando sujeito paralisao das operaes tripuladas no solo e no circuitode trfego, conforme abaixo especificado:

    Decolagem do momento do acionamento dos motores da RPA at a sada docircuito de trfego; e

    Pouso do momento da entrada no circuito de trfego at a parada total daRPA e corte dos motores.

    Fica proibido o transporte de cargas perigosas (como explosivos, armas,agentes qumicos ou biolgicos, laser etc.), a menos que devidamente autorizado porautoridade competente.

    A conduo do voo de uma RPA dever ser realizada de tal maneira que sigaas regras de voo visual (VFR) ou as regras de voo por instrumentos (IFR), cumprindo critriose condies estipulados na ICA 100-12 Regras do Ar.

    NOTA: Para que seja possvel a aplicao das regras de voo VFR, faz-se necessrio cumpriro preconizado no item 4.9 da ICA 100-12 Mnimo de visibilidade e distncia denuvens. Dessa forma, aplicam-se ao Piloto Remoto as exigncias aplicadas aospilotos das aeronaves tripuladas.

    Quando em contato com rgo ATS, a fraseologia a ser empregada deve estarde acordo com o preconizado no MCA 100-16 Fraseologia de Trfego Areo. Alm dacomunicao por meio de equipamento de voz em VHF, poder ser requerida comunicao

    via data link. Entretanto, uma vez que o piloto no est a bordo da aeronave, acordos poderoser firmados para o estabelecimento de uma comunicao de backup, que pode incluir o uso

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    de telefones, ocorrendo o voo em espao areo segregado e desde que devidamente autorizadopela autoridade competente.

    NOTA: Para aumentar a conscincia situacional entre controladores de trfego areo e

    pilotos de outras aeronaves, a expresso RPA dever ser utilizada, naradiotelefonia, antes do cdigo de chamada da Aeronave Remotamente Pilotada.

    Considerando a pilotagem da aeronave, as operaes do RPAS seroclassificadas conforme segue:

    - Operao em Linha de Visada Visual (VLOS):Operao na qual o piloto(com ou sem auxlio de Observadores de RPA) mantm o contato visualdireto (sem auxlio de lentes, excetuando-se as corretivas, ou outrosequipamentos) com a Aeronave Remotamente Pilotada, de modo a conduziro voo, com as responsabilidades de manter as separaes previstas comoutras aeronaves, bem como de evitar colises com obstculos (Figura 4).

    Figura 4 Operao VLOS

    NOTA 1: Para operaes VLOS, o contato visual entre o Piloto Remoto/Observador de RPAe a RPA deve ocorrer de forma direta, sem obstrues. Tal condio proporcionarao Piloto Remoto, e eventualmente ao Observador de RPA, condies para omonitoramento da trajetria da RPA em relao a outras aeronaves, pessoas,

    obstculos, acidentes geogrficos etc., com o objetivo de se prover separao e dese evitar colises. O contato visual supracitado deve ser estabelecido sem o auxliode lentes especiais (binculos, telescpios etc.), excetuando-se as corretivas.Operaes VLOS devem ser conduzidas em condies tais que o Piloto Remoto ouObservador possa evitar, por meio da viso, conflitos com outras aeronaves e outrosriscos.

    NOTA 2: A situao em que o Piloto Remoto, realizando uma operao VLOS, dependa doauxlio de um Observador de RPA para o cumprimento dos requisitos inerentes referida operao, ser denominada de EVLOS.

    O planejamento de voo dever garantir ao Piloto Remoto e/ou ao Observador

    de RPA que as condies de teto e visibilidade e desobstruo do terreno e obstculopermitam contato visual contnuo com a RPA, durante todo o tempo previsto para o voo.

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    Alm disso, as condies previstas no planejamento devem permitir uma deteco visual deoutras possveis aeronaves na vizinhana.

    Em uma operao VLOS, caracterizada por uma situao EVLOS, o Piloto

    Remoto necessitar de uma capacidade de comunicao em tempo real com todos osObservadores de RPA e com outros pilotos remotos, para o caso de ocorrer uma transfernciade comandos de voo. Em funo das caractersticas da operao pretendida e da classe doespao areo envolvido, poder ser requerida comunicao, em tempo real, com o rgo ATCresponsvel.

    Manobras predeterminadas e emprego de fraseologia padronizada porObservadores de RPA e Pilotos Remotos, visando alterar a trajetria de voo, podem contribuirpara reduzir a exposio a um trfego conflitante ou obstculos, restaurando o voo normal,aps a realizao de uma ao para evitar ou mitigar o risco causado por uma ameaa.

    Salvo alguma excepcionalidade, devidamente argumentada na solicitao pelorequerente e analisada pela autoridade competente, as operaes VLOS somente ocorrero noperodo diurno, ficando, portanto, restritas as operaes noturnas.

    - Operao Alm da Linha de Visada Visual (BVLOS):Operao em queo Piloto Remoto e o Observador de RPA no tenham condies de manter aAeronave Remotamente Pilotada dentro do seu alcance visual.

    Para que sejam conduzidas operaes BVLOS fora de espaos areossegregados, necessrio que a informao de equipamentos para detectar e evitar outrostrfegos e outros perigos, como condies meteorolgicas desfavorveis, terreno e obstculos,estejam disponveis para o Piloto Remoto, de modo a prover as devidas separaes como se a

    bordo estivesse. Seria uma evoluo do ACAS e do EGPWS, incluindo os trfegos nocooperativos.

    Estudos tm sido feitos para desenvolver tal tecnologia, mas como ainda noh no mundo um equipamento certificado que permita seu emprego, as operaes BVLOS noBrasil sero realizadas em Espao Areo Condicionado, sendo a rea restrita, segregada dasdemais aeronaves no envolvidas.

    Mesmo assim, para viabilizar uma operao BVLOS, a coordenao precisa serefetiva com os rgos ATS envolvidos, observando:

    - qualquer restrio ou limitao operacional da RPA (como performance desubida, descida e razo de curva);

    - qualquer padro pr-programado para o caso de falha no enlace depilotagem (Linkde C2) e/ou o Plano de Terminao de Voo; e

    - contingncias nas comunicaes, como o uso de telefone entre a RPS e orgo ATS, desde que aprovados na autorizao.

    NOTA: A comunicao entre a RPS e o rgo ATS ser requerida conforme classe doespao areo onde estiver ocorrendo a operao, com equipamentos apropriados, deacordo com a legislao em vigor.

    O enlace de pilotagem (Linkde C2) deve garantir ao piloto meios de interagir eintervir na navegao da RPA durante todo o tempo, de maneira similar a uma aeronavetripulada.

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    O processo de solicitao de autorizao para operao RPAS, bem como oparecer emitido pelo rgo Regional e a autorizao para o uso do Espao Areo, serotratados no Cap. 11 e Anexos relacionados.

    Se necessrio e de acordo com a autorizao emitida e as regras preconizadasna ICA 100-11 Plano de Voo, antes de cada voo, o operador de RPAS dever preencher umPlano de Voo, observando as disposies do Manual para Preenchimento dos Formulrios dePlano de Voo MCA 100-11. Se o designador do tipo de RPA ainda no tiver sido definido,preencher ZZZZ no item 9 do Plano de Voo, indicando o tipo de aeronave no item 18,precedido de TYP/.

    10.3 VOO EM CONDIES EXTRAORDINRIAS

    Devido a caractersticas nicas, como variados tamanhos e configuraes, e porno possuir tripulao a bordo, algumas RPA podem ser engajadas a operar em reas e

    condies onde aeronaves tripuladas no so capazes de voar ou aprovadas para operar. EssasOperaes incluem o interior de prdios, prximo a estruturas no solo ou na gua e em reas econdies perigosas. Dentre as condies consideradas extraordinrias, encontram-se:

    10.3.1 OPERAES EM ALTURAS MUITO BAIXAS

    A operao de voo de RPA com PMD menor que 25 kg, em rea segregada,sem a necessidade de publicao em NOTAM, poder ser autorizada, se satisfeitas todas ascondies dos itens 10.3.1.1 e 10.3.1.2.

    NOTA: Para fins de padronizao, as unidades de medida a serem utilizadas sero aquelas

    j utilizadas pela comunidade aeronutica:- Coordenadas: ggmmssS ggmmssW (WGS84 World Geodetic System 84);

    - Velocidade: kt (ns);

    - Altura: ft (ps);

    - Distncia Horizontal: m (metros); e

    - Peso: Kg (quilograma).

    10.3.1.1 Peso mximo de decolagem at 2 kg

    - O voo dever ser realizado em rea segregada;

    - Ter o RPAS a documentao especfica, considerada necessria e emitidapela ANAC;

    - Conhecer os meios de contato do rgo Regional responsvel pela rea deoperao;

    - Conhecer os meios de contato com o rgo ATS mais prximo da rea deoperao;

    - Operar em condies VMC;

    - Voar at 100 ft AGL (aprox. 30 m de altura acima do nvel do solo);

    - Realizar operao VLOS, afastado no mximo 300 m horizontalmente dopiloto remoto, com ou sem auxlio de um ou mais observadores;

    - Empregar Velocidade mxima de 30 kt; e

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    - Manter-se afastado 03 NM de aerdromos cadastrados.

    - Manter-se afastado 03 NM de rotas conhecidas de aeronaves e helicpterostripulados (como procedimentos de subida e descida segmentos at 1000 ftAGL, circuito de trfego, corredores visuais e atividades da aviaoagrcola);

    - Estar sua projeo vertical no solo afastada, pelo menos, 30 m de prdios,casas, construes, veculos, animais etc.;

    - Estar sua projeo vertical no solo afastada, pelo menos, 30 m deconcentrao de pessoas que no estejam associadas operao;

    - Operar o RPAS somente no perodo diurno em todas as fases da operao;

    - No voar sobre reas povoadas e aglomerao de pessoas (exceto aquelasanuentes e/ou envolvidas na operao do RPAS), salvo o previsto no item10.3.3;

    - Fornecer ao Regional responsvel pelo espao areo pretendido adocumentao referente a licenas ou documentao equivalente, quepermitam a identificao dos envolvidos na operao RPAS, responsveispor possveis danos causados a pessoas, propriedades no solo e demaisusurios do espao areo; e

    - No realizar voo acrobtico.

    NOTA 1: As operaes em aerdromos podero ser permitidas, desde que paralisadas asatividades tripuladas at o abandono do circuito de trfego pela RPA e devidamenteautorizadas pela autoridade responsvel pela operao do aerdromo e pelo rgo

    ATS local (se houver);NOTA 2: Em caso de dvida quanto ao fiel cumprimento, por parte da RPA, dos requisitos de

    afastamento das trajetrias estabelecidas, o operador RPAS dever solicitar aoRegional responsvel pelo espao areo pretendido uma anlise dos possveisimpactos na Circulao Area Geral.

    NOTA 3: Caso inadvertidamente, por motivo de fora maior, saia dos parmetrosinicialmente planejados e autorizados, dever efetuar contato, o mais rpidopossvel, com o rgo ATS mais prximo da sua rea de operao ou com o rgoRegional responsvel pela rea, a fim de obter as orientaes a serem seguidas.

    NOTA 4: O Explorador/Operador e o piloto em comando so os responsveis pela conduodo voo de maneira segura e conforme as regras acima estabelecidas.

    NOTA 5: O acesso ao espao areo nessas condies estar previamente autorizado nostermos desta Instruo, devendo, porm, o Explorador/Operador preencher o AnexoA e encaminh-lo, por e-maile com uma antecedncia mnima de 48 horas teis, aorgo Regional do DECEA responsvel pela rea onde se pretenda voar. O inciodas atividades somente poder ocorrer aps o Explorador/Operador receberconfirmao, tambm por e-mail, por parte do Regional responsvel pelo espaoareo pretendido.

    NOTA 6: Os nmeros de telefone de contato dos rgos Regionais, assim como seusendereos eletrnicos, encontram-se no Anexo G.

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    NOTA 7: Caso se deseje voar acima de 100 ft e at 400 ft, com RPA de peso mximo dedecolagem at 2 kg, devero ser cumpridos os requisitos previstos no item10.3.1.2.

    10.3.1.2 Peso mximo de decolagem entre 2 kg e 25 kg

    - O voo dever ser realizado em rea segregada;

    - Ter o RPAS a documentao especfica, considerada necessria e emitidapela ANAC;

    - Conhecer os meios de contato do rgo Regional responsvel pela rea deoperao;

    - Conhecer os meios de contato com o rgo ATS mais prximo da rea deoperao;

    - Operar em condies VMC;

    - Voar at 400 ft AGL (aprox. 120 m de altura acima do nvel do solo);

    - Realizar operao VLOS, afastado no mximo 500 m horizontalmente dopiloto remoto, com ou sem auxlio de um ou mais observadores;

    - Empregar Velocidade mxima de 60 kt;

    - Manter-se afastado 05 NM de aerdromos cadastrados;

    - Manter-se afastado 05 NM de rotas conhecidas de aeronaves e helicpterostripulados (como procedimentos de subida e descida segmentos at 1000 ftAGL, circuito de trfego, corredores visuais e atividades da aviao

    agrcola);- Estar sua projeo vertical no solo afastada, pelo menos, 30 m de prdios,

    casas, construes, veculos, animais etc.;

    - Estar sua projeo vertical no solo afastada, pelo menos, 30 m deconcentrao de pessoas que no estejam associadas operao;

    - Operar o RPAS somente no perodo diurno em todas as fases da operao;

    - No voar sobre reas povoadas e aglomerao de pessoas (exceto aquelasanuentes e/ou envolvidas na operao do RPAS), salvo o previsto no item10.3.3;

    - Fornecer ao Regional responsvel pelo espao areo pretendido adocumentao referente a licenas ou documentao equivalente, quepermitam a identificao dos envolvidos na operao RPAS, responsveispor possveis danos causados a pessoas, propriedades no solo e demaisusurios do espao areo; e

    - No realizar voo acrobtico.

    NOTA 1: As operaes em aerdromos podero ser permitidas, desde que paralisadas asatividades tripuladas at o abandono do circuito de trfego pela RPA e devidamenteautorizadas pela autoridade responsvel pela operao do aerdromo e pelo rgoATS local (se houver);

    NOTA 2: Em caso de dvida quanto ao fiel cumprimento, por parte da RPA, dos requisitos deafastamento das trajetrias estabelecidas, o operador RPAS dever solicitar ao

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    Regional responsvel pelo espao areo pretendido uma anlise dos possveisimpactos na Circulao Area Geral.

    NOTA 3: Caso inadvertidamente, por motivo de fora maior, saia dos parmetrosinicialmente planejados e autorizados, dever efetuar contato, o mais rpidopossvel, com o rgo ATS mais prximo da sua rea de operao ou com orgo Regional responsvel pela rea, a fim de obter as orientaes a seremseguidas.

    NOTA 4: O Explorador/Operador e o piloto em comando so os responsveis pela conduodo voo de maneira segura e conforme regras acima estabelecidas.

    NOTA 5: O acesso ao espao areo nessas condies estar previamente autorizado nostermos desta Instruo, devendo, porm, o Explorador/Operador preencher oAnexo A e encaminh-lo, por e-maile com uma antecedncia mnima de 48 horasteis, ao rgo Regional do DECEA responsvel pela rea onde se pretenda voar.O incio das atividades somente poder ocorrer aps o Explorador/Operadorreceber confirmao, tambm por e-mail, por parte do Regional responsvel peloespao areo pretendido.

    NOTA 6: Os nmeros de telefone de contato dos rgos Regionais, assim como seusendereos eletrnicos, encontram-se no Anexo G.

    10.3.1.3 Peso mximo de decolagem acima de 25 kg

    Para as aeronaves com PMD maior que 25 kg, o voo dever ser realizado emEspao Areo Segregado, independentemente da altura em que se pretenda voar, de acordocom os termos estabelecidos no item 10.2.

    Dever ser feita a solicitao formal ao rgo Regional responsvel pela reapretendida para o voo, com antecedncia mnima de 30 dias corridos antes da data de inciopretendida para a operao.

    Aps todas as tramitaes necessrias, caso seja autorizado o acesso ao espaoareo, o rgo Regional emitir o NOTAM referente operao permitida.

    10.3.2 OPERAES DE RPAS EM REAS CONFINADAS

    Os voos no interior de prdios e construes fechadas, mesmo queparcialmente, incluindo ginsios, estdios e arenas a cu aberto (at o limite vertical da sua

    estrutura lateral) so de total responsabilidade do proprietrio da estrutura ou do locatrio doimvel e devero estar autorizados pelo mesmo, j que no so considerados espaos areossob a responsabilidade do DECEA, no sendo regulados por esta Instruo. Cabe, porm, paraesse tipo de operao, observar as regulamentaes da ANAC e as responsabilidades civis emvigor.

    10.3.3 OPERAO DE RPAS SOBRE REAS POVOADAS

    Dadas as questes relacionadas confiabilidade do enlace de pilotagem e capacidade de detectar e evitar, em princpio, no ser autorizado o emprego do Sistema deAeronaves Remotamente Pilotadas sobre reas povoadas ou aglomerao de pessoas, exceto

    aquelas envolvidas diretamente na operao do RPAS.

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    A operao sobre reas povoadas poder ser excepcionalmente autorizada, casosejam cumpridas todas as etapas abaixo:

    - o enlace de pilotagem tenha sido certificado conforme estabelecido pela

    regulamentao da ANATEL;- o RPAS (RPA e Sistemas associados) seja totalmente certificado

    (aeronavegabilidade, de tipo e outras requeridas), de acordo com oestabelecido pelas regulamentaes da ANAC, objetivando certificar o vooseguro sobre regies habitadas;

    - o piloto possua licena e habilitao vlida para operao do respectivoRPAS, conforme estabelecido pelas regulamentaes da ANAC;

    - o Operador/Explorador seja certificado nos termos da regulamentao daANAC e possua um Sistema de Gerenciamento da Segurana Operacional(SGSO) estabelecido, nos termos de sua regulamentao.

    - seja apresentado ao rgo Regional do DECEA, responsvel pelo EspaoAreo onde se pretenda realizar o voo, um documento de anlise do risco Segurana Operacional, devidamente aprovado pela ANAC. Essedocumento dever conter a anlise dos riscos envolvidos, onde aesmitigadoras sejam devidamente colocadas de modo que esses riscos setornem aceitveis para uma operao segura.

    Na anlise para autorizao de uma operao sobre reas povoadas,consideraes especiais devero ser observadas:

    - Altitudes para uma operao segura;

    - Consequncias de uma descida e pouso descontrolado;

    - Distncia de obstculos;

    - Proximidade com aeroportos e campos de pouso de emergncia;

    - Restries locais;

    - Plano de Terminao de Voo;

    - Qualquer outro aspecto, relacionado com a operao ou no, que possacausar riscos s pessoas e propriedades, no solo e no ar.

    10.3.4 OPERAES NA CIRCULAO OPERACIONAL MILITARQuando voando na Circulao Area Geral, as Operaes de todas as RPA

    devero seguir o previsto nesta Instruo. Caso estejam operando na Circulao OperacionalMilitar, devero seguir o previsto em legislao especfica do SISDABRA.

    Caso seja necessrio, e considerando as peculiaridades requeridas pela misso,algumas das restries citadas nesta Instruo podero ser reavaliadas pelo rgo Regional e,subsequentemente, pelo DECEA, permitindo uma adequao a fim de permitir a suaoperao. Essas adequaes devero estar previstas em uma Carta de Acordo Operacionalaprovada e devidamente assinada pelas autoridades competentes envolvidas na misso.

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    10.3.5 OPERAES EM REAS OU CONDIES PERIGOSAS

    Por no transportar pessoas a bordo, uma RPA pode ser operada em reas oucondies perigosas, como prximo a acidentes qumicos ou nucleares, vulces exalando ou

    em erupo e em condies meteorolgicas severas.Para reduzir falhas e mal funcionamento da RPA associados a essas operaes,

    seguem abaixo algumas consideraes:

    - Partculas e/ou gases dentro ou na proximidade de nuvens vulcnicas,qumicas ou nucleares podem danificar motores e atuadores, obstruirsistemas como o tubo de pitot, entradas de ar do motor e radiadores ecorroer as bordas de ataque das hlices, rotores e partes em metal da RPAem tempo menor que o esperado;

    - Radiao nuclear por ionizao pode causar falhas eltricas em sistemas

    vitais do RPAS, como computadores de controle de voo, sistemas degerenciamento de voo e outros equipamentos eltricos a bordo.

    Esse tipo de operao dever ser cuidadosamente considerado para garantir quepessoas, propriedades ou outra aeronave no fiquem sujeitos a um risco ainda maior e poderser autorizada pelo rgo Regional, em carte