o delta artificial na zona leste

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O Delta Artificial na Zona Leste TFG - Segundo Semestre 2012 Gustavo Vescovi Meirelles

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Trabalho Final de Graduação pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Uma abordagem do problema da zona leste e da cidade voltada para os grandes interessses economicos no contexto da implantação do hidroanel e da recuperação da água como elemento estruturador da cidade.

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  • O Delta Artificial na Zona Leste

    TFG - Segundo Semestre 2012Gustavo Vescovi Meirelles

  • 5O Delta Artificial na Zona LesteTFG - Trabalho Final de Graduao Segundo Semestre 2012

    Universidade de So Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Gustavo Vescovi Meirelles

    OrientadorAlexandre Delijaicov

  • 6

  • 7Agredecimentos

    Em primeiro lugar, agradeo aos meus pais, por sempre me darem as condies ideais

    para desenvolver meus projetos.Agradeo ao Alexandre e ao Zico, por serem

    capazes de transmitir valores inefveis atraves da convivencia.

    Dedico este trabalho minha famlia, que de uma forma ou de outra sempre me apoiou,

    Livia, que me aguentou nas horas difceis, e aos meus amigos e colegas, que me

    ajudaram a me tornar quem eu sou.

  • 8Sum

    rio

    Introduo

    Projeto

    Concluso

    10 Motivao12 Tema14 O Hidroanel Metropolitano

    20 Problema26 Diretrizes34 Recorte40 Interveno44 Detalhes

    78 Concluso80 Referencias Bibliograficas

  • 9

  • 10

    Intr

    odu

    o

    O ponto de partida deste trabalho foi o emblemtico episdio da desocupao do bairro do Pinheirinho, em So Jos dos Campos, no incio de 2012. Este episdio ilustrou a dramtica situao da habitao de baixa renda no Brasil, com o Estado se eximindo de sua responsabilidade de prover habitao digna para os cidados sem condies e utilizando o seu aparato judicial e policial para favorecer grandes interesses econmicos em detrimento de um grande nmero de pessoas de classes mais pobres. Este episdio demonstrou uma com-pleta desarticulao horizontal e vertical no Estado, com o governo Federal demonstran-do uma posio contraria do governo Estadu-al, e a prefeitura atuando de maneira pouco relevante, e diferentes tribunais de justia to-mando decises atropeladas e desencontra-das, ignorando decises do prprio Ministrio Pblico e contrariando artigos da constituio. Escancarou tambm a ineficcia das polticas pblicas de habitao social, incapa-

    Motivao

  • 11

    zes de resolver o problema do morar, marginalizando as pessoas sem condioes financeiras para se inserir no mercado imobiliario. Soma-se a este episdio a questo das favelas de So Paulo destruidas por incendios, recuperadas pelo poder pblico utilizando o aparato de repressao policial e incorporadas pelo mercado imobiliario, expulsando a populao de baixa renda para regies afastadas e mais baratas da cidade, mas distante das infra estruturas publicas e dos polos de empregos. Ao estudar estes episdios, outra dimenso do problema foi se desdobrando. A no--cidade onde as populaes de baixa renda so foradas a viver. As regies mais afastadas se tornam bairros dormitrio, distantes dos empregos, com pouca infra estrutura e pouca oferta de espaos pblicos de qualidade, no recebem investimentos pblicos proporcionais grande parcela da populao que habitam estas regies. Mesmo que seja uma situao crtica e digna de ateno a populao reprimida com fora extrema pelo estado e pelos interesses economicos de grandes investidores, uma parcela muito maior sofre com uma violencia institu-cional velada exercida pelo estado e pelos grandes interesses do mercado, tendo suas liberda-des e seus direitos negados de forma sistemtica, sendo obrigada a adotar uma desgastante rotina de subexistencia com pouca oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional ou de melhora na qualidade de vida. Foram estas as inquietaes e problemas que serviram de motivao para o desenvol-vimento do trabalho.

  • 12

    Tema O tema principal desse trabalho a interveno do poder pblico em tecidos urbanos consolidados carentes de uma dinamica urbana que reflita em uma melhor qualidade de vida aos habitantes, buscando uma alternativa na lgica da produo da cidade e da apropria-o de espaos e equipamentos pblicos por parte da populao, entendendo que a lgica atual, de entregar a cidade para os interesses de mercado, benfica a uma parcela muito pequena da populao e vai contra o princpio fundamental da admnistrao pblica, a justa distribuio dos benefcios e malefcios do processo de urbanizao. Para isso, foi tomado como princpio a implantao do projeto do Hidroanel Metropo-litano, uma obra de infra estrutura de grande escala, que oferece uma alternativa logstica de cargas pblicas na metrpole e procura resgatar o papel dos corpos dgua como bens pblicos benficos populao. Baseado no conceito de metrpole fluvial no qual se constri o Hidroanel Metropo-litano, ser proposto um plano de interveno no tecido urbano consolidado, criando uma frente de requalificao urbana nas margens do rio Tiet e seus afluentes, de modo a poten-cializar o valor urbanstico dos corpos dgua e seu acesso populao. O mtodo escolhido para o planejamento desta interveno parte do enfrentamento do problema da terra e da falta de espaos pblicos de qualidade em uma regio onde o estado pouco interviu, mas procurando respeitar o tecido urbano existente e a populao local, tendo como prioridade a os habitantes de favelas e submoradias.

  • 13

  • 14

    O Hidroanel Metropolitantano O Hidroanel Metropolitano se apresenta como uma necessria alternativa para a lgi-ca de organizao do espao urbano e a postura do poder publico frente questo urbanstica e ecolgica das guas no ambiente urbano. O projeto parte do princpio do entendimento da gua como bem pblico, com potencial para usos diversos, como transporte de cargas p-blicas, elemento paisagstico e estrutura de preveno de enchentes. As perspectivas so de reduzir a necessidade de piscines para controle de enchente, reduzir o fluxo de caminhes transportando pela cidade cargas como lixo, entulho, material de dragagem, produo hortifru-ti, resduos industriais, e encaminhar estas cargas para seus destinos de maneira mais rpida e barata, uma vez que os custos do transporte fluvial so muito menores do que os custos do transporte rodovirio. A implantao do Hidroanel Metropolitano, adotando os conceitos da Metrpole Fluvial, oferece a oportunidade de redesenhar a estrutura urbana das periferias e suprir sua carencia de espaos pblicos de qualidade, equipamentos pblicos de sade, cultura e educao e de criar um extenso eixo pontuado por polos comerciais e de servio geradores de emprego. O grande parque fluvial urbano ao longo de toda a margem do Hidroanel, alem de se oferecer como importante elemento paisagstico e ecologico inexistente na cidade de hoje, ainda oferece a oportunidade de implantao de equipamentos pblicos por toda sua exten-so, para que o grande parque linear tenha um uso diversificado e constante, favorecendo sua apropriao por parte da populao e garantindo sua vitalidade e sua influencia positiva na qualidade de vida da cidade. O projeto ainda prope diversos equipamentos de infra estrutura, como portos, eco portos e draga portos que alm de gerar empregos e ajudar a resolver alguns problemas da cidade, ainda podem atrair empresas privadas ligadas a estas atividades, como industras de

  • 15

    reciclagem, processamento de entulho, logs-tica, entre outras. Estes equipamentos podem ajudar a criar polos de desenvolvimento eco-nomico distribuidos por toda a extenso do Hidroanel, sem sobrecarregar a infra estrutura rodoviria da cidade, que j se encontra satu-rada, nem concentrar os empregos gerados em uma regio especfica. O projeto de implantao do hidroanel tem alguns trechos que se sobrepem ao te-cido urbano consolidado, e ainda prev uma faixa de 200 metros que seria uma frente de requalificao urbana, para abrir a cidade para o rio, favorecendo o uso do parque linear pela populao e a apropriao da gua como bem pblico por parte da populao. Exatamente neste punto ponto surgem diversas complicaes. Como se daria a re-moo dos habitantes, e para eles onde eles iriam? E como seria o desenho urbano desta Frente de Requalificao Urbana? So estas complicaes que o projeto se prope a solu-cionar.

    Ilustraao do Relatrio Conceitual do Hidroanel Metropolitano

  • 16

    HIDROGRAFIAHIDROANEL

    INSERO NA METRPOLE

    TIETE LESTE

    LIMITE DOSMUNICIPIOS

    0km 30km

    SPA

    GRU

    SPO

    DIA

    SAN

    POA

    ITQ

    MOG

    RIP

    RGS

    SUZ

    SBC

    OSA

    BAR

  • 17

    O trecho Leste do Hidroanel O primeiro passo do projeto foi analizar o traado do hidroanel para identificar aonde os problemas se apresentam com maior in-tensidade e com maior clareza. No trecho da zona Leste do municpio de So Paulo, entre os distritos de Ermelino Matarazzo e Jarddim Helena, Todos estes problemass se apresen-tam de forma clara e manifesta. Alm disso, o Hidroanle se sobrepe a tecidos urbanos diversos, como favelas, terrenos ocupados e a reas urbanizadas formais.

    Detalhe a eclusa de So Miguel

  • 18

    HIDROANELTRECHO A-105

    LINHA CPTMFERROVIASRODOANELCORREDORES DE ONIBUSHIDROGRAFIA

    V.Mara / Jd. Helena

    Rio M

    ongagua

    Rio Jacu

    Guarulhos

    USP Leste

    Rio Itaquera

    0km 1km 2km 3km

  • 19

    T

    HIDROANELTRECHO A-106

    LINHA CPTMFERROVIASRODOANELCORREDORES DE ONIBUSHIDROGRAFIA

    V.Mara / Jd. Helena

    Guarulhos

    Itaquaquecetuba

    Rio Itaquera

    Rio Lageado

    Rio Tres Pontes

    Rodovia Ayrton Senna

    0km 1km 2km 3km

  • 20

    O ProblemaTiet Leste_So Paulo

    Proj

    eto

  • 21

    Uma anlise mais profunda de dados do IBGE e da prpria prefeitura de So Paulo de-monstram outros problemas socioeconmicos da regio. Os piores ndices de alfabetizao, de saneamento bsico, de nmeros de empregos formais, poucos equipamentos pblicos de cultura, lazer e sade no municpio de So Paulo se encontram nos distritos da zona Leste margeando o rio Tiet. Inicialmente a anlise da regio foi realizada utilizando os distritos como unidade, com-parando dados socio-economicos e estudando suas implicaes na produo da cidade. Po-rm, ao analizar o relevo e a hidrografia da rea, foi possivel observar a importancia das bacias hidrogrficas dos rios Mongagu, Jacu, Itaquera, gua vermelha, Itaim, Tijuco Preto e Trs Pontes na constituio desta parte de So Paulo. A adoo das bacias hidrogrficas como unidade para anlise e planejamento urbano na implantao do Hidroanel faz mais sentido ainda quando associadas ao conceito de cidade fluvial e a recuperao das guas como bem pblico. Mais do que isso, oferece a possibilidade de adotar os afluentes do Tiet e suas nascentes como elementos estruturadores do desenho urbano das regies da cidade que no margeiam o rio Tiet. Um tratamento urbanistico diferenciado em todos os corpos dgua, incluindo os meno-res e internos aos bairros, criaria uma rede de parques lineares pontuados por equipamentos pblicos diversos que aumentaria o perimetro dos espaos pblicos e aumentando muito a sua rea de influencia no tecido urbano

    O Rio Tiet e seus afluentes

  • 22At 3.500De 3.501 a 8.500De 8.501 a 14.000De 14.001a 22.00022.001 ou mais

    Domiclios sem Rede de EsgotoDistritos do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte: IBGE. Censo, 2000; Elaborao:

    .Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/

    Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    DistritoSubprefeitura

    Nmero de Domiclios

    GRAJA

    TREMEMB

    JARDIM NGELA

    JARAGU

    CIDADE DUTRA

    JARDIMSO LUS

    PERUS

    BRASILNDIA

    IGUATEMI

    PEDREIRA

    PIRITUBA

    CANGABA

    SANTO AMARO

    PARQUEDO CARMO

    ITAQUERA

    SACOM

    JOSBONIFCIO

    JABAQUARA

    SAPOPEMBA

    MANDAQUI

    SO RAFAEL

    SANTANA

    CAMPOGRANDE

    BUTANT

    SO MATEUS

    CAMPOLIMPO

    CIDADEADEMAR

    SOCORRO

    CURSINO

    VILA MARIA

    MORUMBI

    PENHA

    IPIRANGA

    FREGUESIADO

    CIDADE LDER

    LAPA

    VILAANDRADE

    ITAIMBIBI

    VILASNIA

    SODOMINGOS

    SOLUCAS

    VILAPRUDENTE

    RIOPEQUENO

    VILACURU

    JARDIMHELENA

    TUCURUVI

    SADE

    MOEMA

    ERMELINOMATARAZZO

    VILAMATILDE

    CAMPOBELO

    GUAIANASES

    VILAMARIANA

    TATUAP

    PINHEIROS

    CARRO

    VILAJACU

    MOCA

    VILAMEDEIROS

    SOMIGUEL

    VILAFORMOSA

    ALTO DEPINHEIROS

    JAAN

    CASAVERDE

    VILAGUILHERME

    GUARASA

    VILALEOPOLDINA

    ARICANDUVA

    PONTE RASA

    JAGUARARTURALVIM

    LIMO

    PERDIZES

    JARDIMPAULISTA

    BELM

    BARRAFUNDA

    JAGUARA

    BOMRETIRO

    CAMBUCI

    SANTACECLIA

    CONSOLAOBRS

    LIBER-DADE

    PARI

    BELAVISTA

    REP-BLICA S

    ITAIMPAULISTA

    CIDADETIRADENTES

    LAJEADO

    ANHANGERA

    RAPOSOTAVARES

    CAPOREDONDO

    PARELHEIROS

    MARSILAC

    CACHOEI-RINHA

    At 3.500De 3.501 a 8.500De 8.501 a 14.000De 14.001a 22.00022.001 ou mais

    Domiclios sem Rede de EsgotoDistritos do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte: IBGE. Censo, 2000; Elaborao:

    .Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/

    Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    DistritoSubprefeitura

    Nmero de Domiclios

    GRAJA

    TREMEMB

    JARDIM NGELA

    JARAGU

    CIDADE DUTRA

    JARDIMSO LUS

    PERUS

    BRASILNDIA

    IGUATEMI

    PEDREIRA

    PIRITUBA

    CANGABA

    SANTO AMARO

    PARQUEDO CARMO

    ITAQUERA

    SACOM

    JOSBONIFCIO

    JABAQUARA

    SAPOPEMBA

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    SO RAFAEL

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    CAMPOLIMPO

    CIDADEADEMAR

    SOCORRO

    CURSINO

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    MORUMBI

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    FREGUESIADO

    CIDADE LDER

    LAPA

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    SODOMINGOS

    SOLUCAS

    VILAPRUDENTE

    RIOPEQUENO

    VILACURU

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    TUCURUVI

    SADE

    MOEMA

    ERMELINOMATARAZZO

    VILAMATILDE

    CAMPOBELO

    GUAIANASES

    VILAMARIANA

    TATUAP

    PINHEIROS

    CARRO

    VILAJACU

    MOCA

    VILAMEDEIROS

    SOMIGUEL

    VILAFORMOSA

    ALTO DEPINHEIROS

    JAAN

    CASAVERDE

    VILAGUILHERME

    GUARASA

    VILALEOPOLDINA

    ARICANDUVA

    PONTE RASA

    JAGUARARTURALVIM

    LIMO

    PERDIZES

    JARDIMPAULISTA

    BELM

    BARRAFUNDA

    JAGUARA

    BOMRETIRO

    CAMBUCI

    SANTACECLIA

    CONSOLAOBRS

    LIBER-DADE

    PARI

    BELAVISTA

    REP-BLICA S

    ITAIMPAULISTA

    CIDADETIRADENTES

    LAJEADO

    ANHANGERA

    RAPOSOTAVARES

    CAPOREDONDO

    PARELHEIROS

    MARSILAC

    CACHOEI-RINHA

    Domiclios sem rede de esgoto

    At 100De 101 a 700De 701 a 1.100De 1.101 a 1.5001.501 ou mais

    Domiclio sem Rede Canalizada de guaDistritos do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte: IBGE. Censo, 2000; Elaborao:

    .Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/

    Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    DistritoSubprefeitura

    Nmero de Domiclios

    GRAJA

    TREMEMB

    JARDIM NGELA

    JARAGU

    CIDADE DUTRA

    JARDIMSO LUS

    PERUS

    BRASILNDIA

    IGUATEMI

    PEDREIRA

    PIRITUBA

    CANGABA

    SANTO AMARO

    PARQUEDO CARMO

    ITAQUERA

    SACOM

    JOSBONIFCIO

    JABAQUARA

    SAPOPEMBA

    MANDAQUI

    SO RAFAEL

    SANTANA

    CAMPOGRANDE

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    SO MATEUS

    CAMPOLIMPO

    CIDADEADEMAR

    SOCORRO

    CURSINO

    VILA MARIA

    MORUMBI

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    ITAIMBIBI

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    SODOMINGOS

    SOLUCAS

    VILAPRUDENTE

    RIOPEQUENO

    VILACURU

    JARDIMHELENA

    TUCURUVI

    SADE

    MOEMA

    ERMELINOMATARAZZO

    VILAMATILDE

    CAMPOBELO

    GUAIANASES

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    TATUAP

    PINHEIROS

    CARRO

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    VILAFORMOSA

    ALTO DEPINHEIROS

    JAAN

    CASAVERDE

    VILAGUILHERME

    GUARASA

    VILALEOPOLDINA

    ARICANDUVA

    PONTE RASA

    JAGUARARTURALVIM

    LIMO

    PERDIZES

    JARDIMPAULISTA

    BELM

    BARRAFUNDA

    JAGUARA

    BOMRETIRO

    CAMBUCI

    SANTACECLIA

    CONSOLAOBRS

    LIBER-DADE

    PARI

    BELAVISTA

    REP-BLICA S

    ITAIMPAULISTA

    CIDADETIRADENTES

    LAJEADO

    ANHANGERA

    RAPOSOTAVARES

    CAPOREDONDO

    PARELHEIROS

    MARSILAC

    CACHOEI-RINHA

    Domiclios sem gua encanada

    At 100De 101 a 700De 701 a 1.100De 1.101 a 1.5001.501 ou mais

    Domiclio sem Rede Canalizada de guaDistritos do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte: IBGE. Censo, 2000; Elaborao:

    .Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/

    Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    DistritoSubprefeitura

    Nmero de Domiclios

    GRAJA

    TREMEMB

    JARDIM NGELA

    JARAGU

    CIDADE DUTRA

    JARDIMSO LUS

    PERUS

    BRASILNDIA

    IGUATEMI

    PEDREIRA

    PIRITUBA

    CANGABA

    SANTO AMARO

    PARQUEDO CARMO

    ITAQUERA

    SACOM

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    JABAQUARA

    SAPOPEMBA

    MANDAQUI

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    CAMPOLIMPO

    CIDADEADEMAR

    SOCORRO

    CURSINO

    VILA MARIA

    MORUMBI

    PENHA

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    FREGUESIADO

    CIDADE LDER

    LAPA

    VILAANDRADE

    ITAIMBIBI

    VILASNIA

    SODOMINGOS

    SOLUCAS

    VILAPRUDENTE

    RIOPEQUENO

    VILACURU

    JARDIMHELENA

    TUCURUVI

    SADE

    MOEMA

    ERMELINOMATARAZZO

    VILAMATILDE

    CAMPOBELO

    GUAIANASES

    VILAMARIANA

    TATUAP

    PINHEIROS

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    VILAJACU

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    VILAFORMOSA

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    JAGUARARTURALVIM

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    BELM

    BARRAFUNDA

    JAGUARA

    BOMRETIRO

    CAMBUCI

    SANTACECLIA

    CONSOLAOBRS

    LIBER-DADE

    PARI

    BELAVISTA

    REP-BLICA S

    ITAIMPAULISTA

    CIDADETIRADENTES

    LAJEADO

    ANHANGERA

    RAPOSOTAVARES

    CAPOREDONDO

    PARELHEIROS

    MARSILAC

    CACHOEI-RINHA

    ndice Paulista de Vulnerabilidade Social IPVSSetores Censitrios do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte: Elaborao:

    .

    Fundao Seade. Secretaria Municipal de Desenvolvimento

    Urbano SMDU/ Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    Distritos

    Grupos de Vulnerabilidade

    Nenhuma vulnerabilidade

    Sem informaoVulnerabilidade muito altaVulnerabilidade altaVulnerabilidade mdia Vulnerabilidade baixa Vulnerabilidade muito baixa

    Vulnerabilidade SocialIPVS

    ndice Paulista de Vulnerabilidade Social IPVSSetores Censitrios do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

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    Fonte: Elaborao:

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    Fundao Seade. Secretaria Municipal de Desenvolvimento

    Urbano SMDU/ Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    Distritos

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    CURSINO

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    MORUMBI

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    FREGUESIADO

    CIDADE LDER

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    SODOMINGOS

    SOLUCAS

    VILAPRUDENTE

    RIOPEQUENO

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    JARDIMHELENA

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    MOEMA

    ERMELINOMATARAZZO

    VILAMATILDE

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    GUAIANASES

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    JAAN

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    VILAGUILHERME

    GUARASA

    VILALEOPOLDINA

    ARICANDUVA

    PONTE RASA

    JAGUARARTURALVIM

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    JARDIMPAULISTA

    BELM

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    JAGUARA

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    CAMBUCI

    SANTACECLIA

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    PARI

    BELAVISTA

    REP-BLICA S

    ITAIMPAULISTA

    CIDADETIRADENTES

    LAJEADO

    ANHANGERA

    RAPOSOTAVARES

    CAPOREDONDO

    PARELHEIROS

    MARSILAC

    CACHOEI-RINHA

    At 9.999De 10.000 a 19.999De 20.000 a 29.999De 30.000 a 39.999De 40.000 a 49.99950.000 e mais

    DistritoSubprefeitura

    Empregos

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte: Ministrio do Trabalho e Emprego - Rais 2005.

    .Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/ Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    Empregos FormaisDistritos do Municpio de So Paulo

    2005

    Numero de empregos Formais

    GRAJA

    TREMEMB

    JARDIM NGELA

    JARAGU

    CIDADE DUTRA

    JARDIMSO LUS

    PERUS

    BRASILNDIA

    IGUATEMI

    PEDREIRA

    PIRITUBA

    CANGABA

    SANTO AMARO

    PARQUEDO CARMO

    ITAQUERA

    SACOM

    JOSBONIFCIO

    JABAQUARA

    SAPOPEMBA

    MANDAQUI

    SO RAFAEL

    SANTANA

    CAMPOGRANDE

    BUTANT

    SO MATEUS

    CAMPOLIMPO

    CIDADEADEMAR

    SOCORRO

    CURSINO

    VILA MARIA

    MORUMBI

    PENHA

    IPIRANGA

    FREGUESIADO

    CIDADE LDER

    LAPA

    VILAANDRADE

    ITAIMBIBI

    VILASNIA

    SODOMINGOS

    SOLUCAS

    VILAPRUDENTE

    RIOPEQUENO

    VILACURU

    JARDIMHELENA

    TUCURUVI

    SADE

    MOEMA

    ERMELINOMATARAZZO

    VILAMATILDE

    CAMPOBELO

    GUAIANASES

    VILAMARIANA

    TATUAP

    PINHEIROS

    CARRO

    VILAJACU

    MOCA

    VILAMEDEIROS

    SOMIGUEL

    VILAFORMOSA

    ALTO DEPINHEIROS

    JAAN

    CASAVERDE

    VILAGUILHERME

    GUARASA

    VILALEOPOLDINA

    ARICANDUVA

    PONTE RASA

    JAGUARARTURALVIM

    LIMO

    PERDIZES

    JARDIMPAULISTA

    BELM

    BARRAFUNDA

    JAGUARA

    BOMRETIRO

    CAMBUCI

    SANTACECLIA

    CONSOLAOBRS

    LIBER-DADE

    PARI

    BELAVISTA

    REP-BLICA S

    ITAIMPAULISTA

    CIDADETIRADENTES

    LAJEADO

    ANHANGERA

    RAPOSOTAVARES

    CAPOREDONDO

    PARELHEIROS

    MARSILAC

    CACHOEI-RINHA

    At 9.999De 10.000 a 19.999De 20.000 a 29.999De 30.000 a 39.999De 40.000 a 49.99950.000 e mais

    DistritoSubprefeitura

    Empregos

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte: Ministrio do Trabalho e Emprego - Rais 2005.

    .Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/ Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    Empregos FormaisDistritos do Municpio de So Paulo

    2005

    Taxas de Analfabetismo da Populao de 15 Anos e Mais

    Distritos do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte:

    Elaborao:

    .

    IBGE. Censo Demogrfico 2000. Projeo Estatstica

    da Amostra.

    Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo.

    Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/

    Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    >

    Taxas (%)

    Distritos

    1,01

    2,02

    3,03

    4,04

    5,05

    6,06

    7,07

    8,08

    9,09

    10,10

    11,11

    12,12

    13,13

    14,14

    14,32

    0,30

    Taxa de analfabetismoTaxas de Analfabetismo da Populao de 15 Anos e Mais

    Distritos do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte:

    Elaborao:

    .

    IBGE. Censo Demogrfico 2000. Projeo Estatstica

    da Amostra.

    Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo.

    Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/

    Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    >

    Taxas (%)

    Distritos

    1,01

    2,02

    3,03

    4,04

    5,05

    6,06

    7,07

    8,08

    9,09

    10,10

    11,11

    12,12

    13,13

    14,14

    14,32

    0,30

    Taxas de Analfabetismo da Populao de 15 Anos e Mais

    Distritos do Municpio de So Paulo

    2000

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Fonte:

    Elaborao:

    .

    IBGE. Censo Demogrfico 2000. Projeo Estatstica

    da Amostra.

    Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo.

    Secretaria Municipal de Planejamento Sempla/

    Depto. de Estatstica e Produo de Informao Dipro

    >

    Taxas (%)

    Distritos

    1,01

    2,02

    3,03

    4,04

    5,05

    6,06

    7,07

    8,08

    9,09

    10,10

    11,11

    12,12

    13,13

    14,14

    14,32

    0,30

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Distribuio de Domiclios, segundo Faixa de RendaDistritos do Municpio de So Paulo

    2010

    Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano SMDU/Depto. de Estatstica e Produo de Informao DiproNota: 1 - As porcentagens indicam a relao entre domiclios de determinada faixa de renda e o nmero total de domicliospermanentes. 2 -

    IBGE. Censo Demogrfico 2010. Projeo Estatstica da Amostra..

    A distribuio domiciliar com at 2 salrios mnimos inclui os domiclios sem rendimento.

    Domiclios com renda domiciliar de 20 ou mais salrios mnimos

    Domiclios com renda domiciliar de at 2 salrios mnimos

    Em %Distritos

    At 10,00De 10,01 a 20,00De 20,01 a 30,00De 30,01 a 40,0040,01 e mais

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Distribuio de Domiclios, segundo Faixa de RendaDistritos do Municpio de So Paulo

    2010

    Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano SMDU/Depto. de Estatstica e Produo de Informao DiproNota: 1 - As porcentagens indicam a relao entre domiclios de determinada faixa de renda e o nmero total de domicliospermanentes. 2 -

    IBGE. Censo Demogrfico 2010. Projeo Estatstica da Amostra..

    A distribuio domiciliar com at 2 salrios mnimos inclui os domiclios sem rendimento.

    Domiclios com renda domiciliar de 20 ou mais salrios mnimos

    Domiclios com renda domiciliar de at 2 salrios mnimos

    Em %Distritos

    At 10,00De 10,01 a 20,00De 20,01 a 30,00De 30,01 a 40,0040,01 e mais

    Domiclios com renda menor do que dois salrios mnimos

    0 6 12 18

    Quilmetros

    Distribuio de Domiclios, segundo Faixa de RendaDistritos do Municpio de So Paulo

    2010

    Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano SMDU/Depto. de Estatstica e Produo de Informao DiproNota: 1 - As porcentagens indicam a relao entre domiclios de determinada faixa de renda e o nmero total de domicliospermanentes. 2 -

    IBGE. Censo Demogrfico 2010. Projeo Estatstica da Amostra..

    A distribuio domiciliar com at 2 salrios mnimos inclui os domiclios sem rendimento.

    Domiclios com renda domiciliar de 20 ou mais salrios mnimos

    Domiclios com renda domiciliar de at 2 salrios mnimos

    Em %Distritos

    At 10,00De 10,01 a 20,00De 20,01 a 30,00De 30,01 a 40,0040,01 e mais

  • 24

    0m 100m 200m 300m

    Rio TietAfluentesLinha 12 - CPTM

    Regio do Tiet Leste

    Viario Principal

    Av. Mal Tito

    Erm. Matarazzo

    Jd. HelenaRoland Berrigan

    Itaim

    Jd. Romano

    Av. Jacu-P

    essego

    Estao CPTM

    Rodovia dos Tra

    balhadores

    Rodovia Ayrton Senna

    Estr. Dom Joo Neri

  • 25

    0m 100m 200m 300m

    RIO TIETEAFLUENTES

    Regio do Tiet Leste - Bacias Hidrogrficas

    Corr Mongagu

    Rio Jacu

    Rio Itaquera

    Rib.

    gua Vermelha

    Rib. Lageado

    Corr. Itaim

    Corr. S

    . Martinho

    Corr. Tijuco preto

    Rib. Trs Pontes

  • 26

    Diretrizes

    Canais de Amsterdam

    Vista area de Amsterdam

    Imagem dos lagos canais navegveis do Hidroanel Metropolitano

  • 27

    O projeto do Hidroanel Metropolitano prev por toda a sua extenso um parque linear em sua margem, com caladoes de 30 metros de largura e reas verdes que variam entre 30 e 70 metros de largura. O calado percorre toda a extenso do hidroanel, e ainda inclui uma ciclovia e equipamentos para prticas esportivas. Ao longo do trajeto, esto previstos diversos passarelas para travessia de pedestres e pontes para travessia de automveis. Um dos pontos cruciais para que o projeto exera uma influencia positiva na qualidade de vida da populao a apropriao do espao pblico por parte da popupulaao e do poder pblico, de forma a fomentar usos diversificados e constantes por toda a sua extenso, garan-tindo vitalidade para o parque e o suprimento de demandas por qspaos pblicos de quali-dade por parte da populao. O projeto do parque linear possui espaos para equipamentos publicos de grande porte, como centros culturais, CEUs, mercados pblicos e centros espor-tivos alternados com reas de lazer e contemplao aproveitando-se do valor paisagstico dos lagos-canais navegveis do hidroanel, criando uma praia fluvial com atividades diversificadas e que atraia pblicos de classes sociais, faixas etarias e interesses distintos. No entanto, o projeto do Hidroanel estabelece apenas o local e um programa genrico apenas dos portos e equipamentos ligados operaao dos lago-canais navegveis. Outros equipamentos so apenas sugeridos no desenho, sem especificar exatamente a sua localiza-o ou o seu programa.

    O Parque linear do Hidroanel

  • 28

    0m 100m 200m 300m

    Rio TietAfluentesLinha 12 - CPTM

    Hidroanel Metropolitano - Implantao Bsica

    Viario PrincipalEstao CPTM

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7 1Parque Varzeas do Tiete

    2 Eclusa de S. Miguel

    3 ETE

    4 Ecoporto

    5 Centro esportivo

    6 Porto de dragagem

    7 CEU

  • 29

  • 30

    Ao entender a gua como bem pblico que deve ser explorado da melhor forma possi-vel para mellhorar a qualidade de vida da cidade, no faria sentido restringir o tratamento ape-nas ao rio Tiet e ao Hidroanel. Para desenvolverr a cultura do uso pblico dos corpos dgua e projetar uma metrpole fluvial de fato, todos os corpos dgua devem receber um tratamento que o coloque como elemento articulador do tecido urbano, rompendo a lgica atual de restrin-gir seu uso ao despejo de resduos de todos os tipos e seu tamponamento para a implantao de uma avenida de fundo de vale. Ao cruzar os mapas de hidrografia e relevo com o mapeamento das favelas da regio realizado pela Secretaria municipal da habitao, possivel notar que as habitaes irregulares mais precrias de toda a regio se concentram nas margens dos afluentes do Tiet e suas nas-centes. Percebe-se que o problema da gua no espao urbano e da moradia da baixa renda esto profundamente ligados. A populao de baixa renda, sem recursos para se inserir no mercado imobilirio e sem amparo das polticas pblicas de habitao, so obrigadas a ocupar espaos residuais e sem valor na cidade. Os rios, por sua vez, so confinados pelos fundos dos lotes da cidade formal e se tornam um elemento geogrfico com a nica funo de receber todos os tipos de detrito e resduos da dinmica urvana. Alm disso, nas pocas de chuva mais intensa transbordam e causam inumeros transtornos populao, inviabilizando o desloca-mento das pessoas para seus empregos, destruindo moradias e oferecendo populao alto risco de contaminao por diversas doenas. O tratamento dos rios passa pela soluo do dficit abitacional, e a soluodo dficit habitacional passa pelo tratamento dos corpos dgua como bem pblico. Os afluentes do rio Tiet que cruzam a rea de estudo podem ser dividios em 3 trechos. As nascentes, os trechos intermediaros, e seus trechos baixos. Cada um destes 3 tre-

    O tratamento dos afluentes do Tiet

  • 31

    0m 100m 200m 300m

    Rio TietAfluentesLinha 12 - CPTM

    Regio do Tiet Leste - Distribuio das favelas

    Viario PrincipalEstao CPTM

    Favelas

  • 32

    chos exigem abordagens e medidas distintas para preservar tanto a qualidade da gua quanto a elaborao de espaos pblicos que tomem proveito dela. Os trechos de nascente, espalhados por toda a bacia, exigem uma rea de proteo maior, com uma vegetao ciliar. O trecho intermedirio dos afluentes apresentam condies para se tornarem eixos im-portantes dos bairros por onde passam, possibilitando a construo de parques lineares em suas margens que ligam regies afastadas do Tiet ao sistema de espaos livres e equipamen-tos pblicos do hidroanel. Estes parques lineares, com uma escala menor, poderiam ainda ser pontuados com equipamentos pblicos de uso local e de menor porte do que os equipamen-tos presentes no Parque do Hidroanel, como casas de cultura, escolas, creches e quadras esportivas. Alm disso, uma faixa de terreno permeavel margeando os rios desacelera as guas vindas dos dos espiges entre as bacias e retardam a chegada dessa gua na foz do rio, evi-tando problemas de enchente nos trechos baixos dos afluentes e no prprio Tiet. Os trechos mais baixos destes afluentes necessitam de espaos e equipamentos p-blicos que liguem os parques lineares dos trechos intermedirios com o Parque do Hidroanel, alm de incluir medidas para reduzir as enchentes, frequentes nestes trechos. Pelas caracteristicas da topografia da regio, os afluentes se tornariam eixos estrutu-radores dos bairros no sentido norte-sul, ligando os bairros com o parque linear do hidroanel, que se apresenta como um importante eixo no sentido leste-oeste Seria interessante ainda criar eixos no sentido leste-oeste e nas diagonais que criem ligaes entre os afluentes, com vias mais largass e arborizadas, caladas mais largas e ciclovias nos trechos que o relevo permitir.. Esta organizao quebraria a lgica radio-concentrica de organizao da cidade, criando uma trama de eixos mais homogenea facilitando os fluxos entre os bairros.

  • 33

    0m 100m 200m 300m

    Rio TietAfluentesLinha 12 - CPTM

    Regio do Tiet Leste - Trechos dos afluentes

    Viario PrincipalEstao CPTM

    Trecho de nascente

    Trecho Intermediario

    Trecho Baixo

  • 34

    Recorte

    Jd Helena

  • 35

    O trabalho pretende elaborar uma proposta mais detalhada em uma escala menor, se aproximando o quanto for possvel da escala do edifcio, planejando intervenes em diferentes escalas na cidade. Para realizar esta proposta, foi feito um recorte que compreende o trecho baixo da bacia do rio itaquera e a bacia do rio . Esta rea de estudo, compreendida no distrito Jardim Helena, se encontra sob a admnistrao da subprefeiruta de So Miguel Paulista. A rea compreende os bairros de Vila Mara e Jardim Helena, apresentando diversos problemas em muitas questes urbans, mas uma das questes estruturais que condiciona o surgimento de inmeros outros problemass o espao fsico e suas caracteristicas. Confinada entre o Rio Tiet e a linha 12 da CPTM, a regio tem uma historia bastante complicada. Na decada de 30, quando a linha do trem foi projetada, a regio nao era habitada. A linha frrea foi implantado sobre um dique construido sobre o limite do leito maior do rio Tiet, para evitar que as cheias danificassem os trilhos e trouxessem prejuizos para os operadores da linha. A faixa de terra entre a linha de trem e o prprio rio era uma rea alagadia, onde foram traadas linhas de drenagem para garantir que o a gua no se acumulasse acima leito maior. Na dcada de 50, quando se decidiu pela retificao do rio Tiet, esta faixa de terra alagadia foi loteada e ocupada sem nenhum tipo de obra para evitar enchentes ou um projeto que favorecesse o uso do tiete como elemento paisagstico benfico cidade. Por ser uma regio plana, toda a gua vinda do alto das bacias inundam os bairros com frequencia. Por conta dos alagamentos, um bairro vizinho rea de interveno ficou conheci-do como Jardim Pantanal. Recentemente, na poca de chuvas, o Jardim Pantanal Permane-ceu alagado por 2 meses. Toda a rea possui apenas 3 transposies da linha de trem para automoveis, com uma distancia de mais de 2 quilometros entre elas, e mais 3 transposioes do rio Tiet, ligando a regio com bairros de Guarulhos e com a Rodovia dos Trabalhadores. H apenas 4 transposi-es da linha de trem para pedestres por meio de passarelas, mas a distancia entre elas chega a 1,5km. uma regio isolada da cidade, tendo a estao de trem Jd. Helena/V. Mara como nica opo de transporte pblico para as regies da metropole que concentram os empregos.

    Jardim Helena e Vila Mara

  • 36

    Area de projeto - Situao Atual

    Estaao Jd. Helena / V. Mara

    Jd. Pantanal

    R. Oliveira Freie

    Av. A

    lipio de Barros

    Rio Itaquera

    Rib.

    gua V

    ermelh

    a

    0m 300m 750m

    Rio Tiet

    ESCOLA ESTADUAL

    Votorantim

    EMEI

    EMEF

    CRECHE

    HOSPITAL

    DEPARTAMENTO DE POLICIA

  • 37

    possivel observar ainda uma tendencia de maior precariedade nas infra estruturas urbanas e nas prprias residencias em regies mais afastadas da estao de trem. Ruas sem asfalto, caladas sem manuteno, barracos e favelas sao observados com maior frequencia conforme vamos nos afastando da linha da CPTM e nos aproximamos da margem do Tiet. A regio tem o uso predominantemente residencial, com arruamento padronizado com leito carroavel estreito (variando entre 8 e 10 metros) e caladas estreitas com algumas pou-cas ruas mais largas. H alguns polos comerciais, sendo os maiores na Rua Oliveira Freire e na avenida Alipio de Barros. Estas duas vias sao mais largas que o padrao do bairro, com diversas lojas de variados tamanhos. A Avenida Alipio de Barros ainda conta com um canteiro central de aproximadamente 8 metros de largura, com um passeio pontuado por equipamentos de lazer e equipmanetos espeortivos de menor porte. Abaixo da Avenida Alipio de Barros corre o rio gua Vermelha, que foi completamente tamponado no trecho entre sua foz no rio Tiet e a linha da CPTM. A regio da bacia do crrego So Martinho, onde se encontra o bairro Jardim Pantanal, extremamente precria, com uma grande quantidade de favelas e assentamentos irregulares, com muitas ruas de terra e residencias precrias e pouco organizadas. uma regio muito ca-rente de investimentos pblicos e oportunidade de emprego para a populao. Enchentes so comuns nesse bairro,e a populao Na foz do rio Itaquera se encontram indstrias quimicas de grande porte. A Nitroqumica e uma indstria de Nquel do grupo Votorantim. Estas indstrias possuem altos muros e blo-queiam completamente o acesso da populao foz do rio, desperdiando um grande poten-cial paisagstico, impedindo a ligao de um eventual parque linear ao longo do rio Itaquera e o parque linear do Hidroanel e oferecendo srios riscos qualidade da gua e do solo da regio.

    Imagens da rua Oliveira Freire

  • 38

    Imagens do Ribeiro gua Vermelha Imagens do Rio ItaqueraImagens da avenida Alipio de Barros

  • 39

    Imagens da ocupao tpica do bairro Imagens do Jardim PantanalDetalhe da ponte sobre o rio Itaquera e o muro da fbrica da Votorantim

  • 40

    Interveno

  • 41

    Como medida para evitar as enchentes, o projeto propoe um canal de derivao parale-lo linha da CPTM na montate dos rios, e uma srie de canais longitudianis e transversais que formem uma rede, se inserindo na malha viria do bairro que justamente foi construida sobre os canais de drenagem da ferrovia. Estes canais teriam o fluxo de gua controlado por comportas e vvulas, para que o gargalo das passagens dos rios e crregos por baixo da linha da CPTM no transbordem e para que o terreno alagadio sobre o qual foi construido o bairro no acu-mule gua, funcionando como um delta artificial. A gua teria a possibilidade de ser direcionada para a jusante do rio Tiet em pocas de chuvas mais intensas e situaes em que uma grande quantidade de gua viesse do alto das bacias. A soluo se daria pelo escoamento da gua para o corpo principal do Tiet Alm disso, os canais se apresentam como um importante elemento paisagstico es-truturador da regio. O projeto propoe uma rede de canais substituindo algumas das ruas. O sistema viria seria repensado, novas ruas teriam que ser abertas no tecido urbano existente. Os canais foram projetados com 8 metros de largura e 2 metros e meio de profundiade em relao ao cho, sendo que o nvel da gua ficaria a cerca de 80 centimetros do nivel do cho. Por meio de desapropriaes, haveria um alargamento dos corredores por onde pas-sassem os canais, desapropriando todos os terrenos em uma faixa de 32 metros de distancia dos eixos deles. Portanto, os canais passariam no centro de corredores com uma uma rea livre de 64 metros de largura. Desta rea, uma faixa de 12 metros de cada lado seria reservada para a construo de edifcios novos que serviro como transio da cidade existente para os novos canais. Sobrariam entao uma faixa de 40 metros totalmente desimpedida. Neste espa-o so projetados calades arborizados, com reas que poderiam ser usadas por servios e comrcios que eventualmente se abram para este espao, como bares e restaurantes e outros estabelecimentos comerciais.

    O delta artificial

  • 42

    0m 300m 750m

    Interveno - Sobreposio do Hidroanel no tecido atual

    Rios

  • 43

    0m 300m 750m

    Interveno - Traado da rede de canais

    Canais

    Rios

  • 44

    0m 3m 15m

    16m 16m8m12m 12m

    Corte do canal tipo

  • 45

    IIlustraao do canal tpico

  • 46

    O alargamento dos eixos dos canais de extrema importancia, pois o bairro foi cons-truido com ruas e caladas estreitas. No h como criar espaos pblicos de qualidade sem remover parte do que j est construido. As desapropriaes para o alargamento dos corredores dos canais tm duas conse-quencias. Primeiramente, um grande nmero de pessoas seriam obrigadas a deixar as suas casas recebenddo uma contrapartida financeira do governo. Esta uma situao delicada, pois o que se observa nessas situaes que a pessoa obrigada a ir para um local onde a habitao mais barata por ter menos acesso aos grandes centros urbanos e uma oferta limi-tada de infra-estrutura urbana. Por outro lado, um grande espao surge no tecido urbano, se oferecendo como possibilidade de constituio de um espao pblico de qualidade, alm da possibilidade de implantao de edifcios mistos, com apartamentos residenciais e conjuntos comerciais misturados, criando a possibilidade de atividades geradoras de emprego se instala-rem na regio e uma verticalizao controlada poderia adensar a regio e abrigar mais famlias que teriam ento acesso ao sistema de espaos livres e equipamentos pblicos propostos pelo projeto. Seria necessrio organizar um plano para que a construo de novas unidades residen-ciais sempre precedam as desapropriaes e remoes, para que as populaes removidas tenham a oportunidade de ocupar as novas unidades construidas na regio e no tenham que morar em regies afastadas de sua memria afetiva. Outro aspecto importante a ser observado a remoo das populaes em favelas e assentamentos irregulares. Uma das preocupaes do projeto que estas populaes tenham seu direito moradia digna garantido, sendo incluidas na conta de novas unidades residenciais a serem construdas, e que a remoo se d aps a entrega destas unidades, para que nin-

    Desapropriaes

  • 47

    0m 300m 750m

    Interveno - Desapropriaes dos canais

    Faixa de desapropriaodo caladoFaixa de desapropriaodos novos edificios

    Canais

    Rios

  • 48

    guem dependa do auxlio aluguel da prefeitura, que ao longo dos ltimos anos tem se mostrado uma ferramenta ineficiente na soluo do dficit habitacional. Neste ponto, o Jardim Pantanal se apresenta como uma questo extremamente delica-da. As ruas de terra batida so estreitas e de traado irregular, com pouca ou nenhuma infra estrutura, as residencias residencias so precrias e a ocupao completamente irregular. O projeto prope a remoo dos habitantes de favelas e a desapropriao dos lotes poucos lotes regularizados. Esta populao seria ento reacomodada nas moradias que sero construidas ao longo dos canais e nos ncleos residencias de maior densidade propostos. Outra importante desapropriao a da indstria de nquel do grupo Votorantim. Apesar dos problemas de retirar uma atividade geradora de emprego e de renda da regio, esta ativi-dade indstrial pesada no compatvel com o ambiente urbano, ainda mais to prximo dos corpos dgua. A indstria ocupa uma posio estratgica de grande importancia para o siste-ma de espaos livres do parque linear do hidroanel e do parque linear ao longo do rio Itaquera, impedindo a ligao do rio Itaquera com o rio Tiet. Pode-se observar na avenida Dr. Jos Artur Nova, na ponte sobre o rio Itaquera, que a industria ergueu um muro que impede a viso do rio e de sua foz. Alm disso, uma indstria qumica representa um grande risco de sade para os habitantes da regio e qualidade das guas do rio Itaquera e Tiet. Por estas razes se justifi-ca a desapropriao desta indstira, mesmo que haja a necessidade de realizao de estudos para avaliar a contaminao do solo antes que o terreno possa ser ocupado novamente.

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    0m 300m 750m

    Interveno - Desapropriaes

    Edificios mantidos

    Edificios desapropriados

    Canais

    Rios

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    0m 300m 750m

    Interveno - Lotes a serem mantidos

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    0m 300m 750m

    Interveno - Arruamento proposto

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    A implantao da rede de canais na rea de projeto exige uma reestruturao da malha viria da regio. O sistema virio atual se estrutura em uma rede ortogonal regular, mas com modulaes diferentes em trechos distintos. As principais vias, a Oliveira Freire e a Alipio de Barros sero subtituidas por canais na proposta de interveno. No caso da Oliveira Freire, uma via paralela ao canal ser construida no calado sul, que ter sua largura ampliada para que no haja um estrangulamento dos espaos pblicos que prejudique a circulao de pessoas. O projeto ainda prope um prolongamento da rua Oliveira Freire ate que ela encontre a avenida da orla fluvial no extremo leste da rea de projetoe novas transposies da ferrovia. Outras vias sero abertas para criar as ligaoes virias que os canais iro interreomper. Essas novas vias sero abertas sempre com leito carroavel de 12 metros e caladas de no mnimo 2 metros, mas procurando manter uma mdia de 4 metros. Portanto, essas novas ruas sero abertas a partir de desapropriaes de faixas de 20 metros ao longo das quadras em que forem necessrias. Um dos criterios da reestruturao viria o princpio de que o cidado se deslocando de automvel pela cidade no tem prejuizos com desvios em seu trajeto na faixa de 800 me-tros. Esta distancia percorrida em menos de tres minutos em uma velocidade de 20km/h. Para a circulao de pedestres no h prejuzo com a transformao de ruas em canais com caldes, pois eles podem caminhar tanto pelas ruas quanto pelos caades arborizados, onde havera usos variados que garantem circulao de pessoas em diferentes horrios, e os canais ainda contaro com travessias de pedestres e intervalos reculares de aproximadamente 40 metros. A implantao dos canais torna os deslocamentos a p e de bicicleta mais praze-rosos e interessantes. Prope-se tambem uma via de maior porte ao longo do parque linear, uma avenida pas-

    Sistema virio

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    0m 300m 750m

    Proposta de novas ruas

    Interveno - Novas ruas

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    sando por toda a orla fluvial, mas onde houvesse restries de circulao de veculos de pas-seio e diversas medidas para reduzir a velocidade do trfego, como quebra molas e lombadas eletronicas. Esta via teria como principal funo a organizaao do transporte coletivo, tomando cuidado para que ela nao se torne um obstaculo na transposio entre a cidade e o parque linear do hidroanel ao reduzir a velocidade do trfego e limitando o nmero de veculos. Outro ponto importante para a estruturao do sistema virio o sistema de transporte pblico. Ele se estrutura tendo como ponto central a estao da CPTM Vl.Mara/Jd. Helena, que a nica ligao da rea com os centros de produo da metrpole atravs do transpor-te pblico. Foi dada tambem uma grande importancia para as transposies da linha frrea. Seriam 5 Linhas circulares com onibus de maior porte. Estas linhas circulares teriam com ele-mento central a avenida paralela linha de trem, a avenida da orla fluvial (formando um circuito percorrendo todo o permetro da rea de projeto, a Oliveira freire da orla (atuando como princi-pal eixo leste-oeste) e a Avenida Valle e a rua So Gonalo do Rio das Pedras (atuando como eixo norte-sul). O transporte coletivo que serve o interior dos bairros seria realizado por uma rede de linhas de micro-onibus que adentreassem os bairros e passasse por todas as regioes, de modo que nenhum ponto fique distante mais de 250 metros de um ponto de onibus. Haveriam tam-bem linhas com partida e chegada em outros bairros externos rea de projeto que passariam pela avenida da orla, pela Oliveira Freira e na avenida paralela linha ferrea.

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    Interveno - Linhas de Onibus

    0m 300m 750m

    Linha C

    Linha E

    Linha B

    Linha A

    Linha D

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    Todos os canais propostos, alem da faixa de 16 metros dedicadas a calades e pas-seios pblicos, prevem uma faixa de no mnimo 12 metros dedicada construo de novos edificios. Estes edifcios teriam como padro um gabarito de 18 metros, tendo 4 andares alm do trreo. Os edifcios padro tem dimenses de 12x36, mas podendo variar entre 30 e 70 metros de comprimento, e tendo entre eles um recuo de 4 metros. Quando possvel, haver um recuo de 3 metros entre os nvos edifcios e os lotes existentes. Nestes edifcios propostos, havero unidades alternando entre 30, 50, 70 e 90 m. Cada edifcio abrigar aproximadamente 6 unidades residenciais por andar ao considerar uma mdia da rea das unidades em torno de 55m. Para garantir a diversidade de uso dos calades, os terreos se alternam entre usos residenciais e comerciais e de servios, de acordo com as caractersticas do local. Portanto, cada edrifcio deste modelo abrigaria entre 24 e 30 unidades residenciais. Em alguns locais, como nos cruzentos dos canais longitudinais e transversais, h gran-des reas vazias resultantes de lotes maiores desapropriados. Nestes espaos, o projeto pro-poe edificios maiores que comportariam conjuntos comerciais, com um recuo em relao ao calado. Este recuo seria coberto por mezanino, e sobre estes edifcios se erguiriam torres de escritrio e torres residenciais. Nas regies proximas ao parque linear do hidroanel so propostos aglomerados resi-denciais com maior densidade, onde seriam construidas torres residenciais de 15x50m com 8 andares alm deo trreo. Os edifcios residenciais, tanto os de 4 andares distribuidos pelos corredores dos canais quanto as torres sobre os conjuntos comerciais e as torres de 8 andares presentes nos aglome-

    Novos edifcios

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    IIlustraao do edifcio tpico de 12x36m implantado no canal

  • 58

    rados residenciais, teriam uma diversidade de unidades em seu projeto. Dentro de cada edifcio as metragens das unidades variam entre 30, 50, 70 e 90m, de modo a cirar uma diversidade nas caractersticas da populo, promovendo um saudavel convivencia entre diferentes classes sociais, faixas etrias e estrutura familiar, evitando tambem a segregao e a criao de guetos baseadas nestes critrios. Os canais, os calades e os diversos espaos pblicos criados pela proposta criam uma rede com caminhos variados e interessantes. Cada canal possui uma paisagem nica, cada qual com disposies nicas de edificios e de atividades, o pedestre pode optar pelo caminho mais prazeroso ou conveniente. Distribudas pela rea de projeto, ainda se apresentam situaos que fogem ao padro de ocupao proposto pelo projeto. Um dos exemplos desta ocupao diferenciada no ele-vado proximo ao CEU, que faz a transposio do rio Tiet. Usando o elevado como cobertura, so propostas unidades comerciais, e em ambos os lados so construidas praas lineares acompanhando o alinhamento dos predios proximos. Outro detalhe inusitado uma em um trecho onde 3 canais se encontra, e se configura uma grande illha-praa. Estas regies diferenciadas ajudam a criar a indentidade da vizinhana ao dar a cada regio elemntos nicos com os quais a populao pode se relacianar e se apropriar, evitando que a implantao regular de edifcios com tipologias semelhantes se torne repetitiva e desin-teressante.

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    IIlustraao dos canais com os novos edifcios

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    Unidades Residenciais

    Unidades Comerciais

    Calado

    Ocupao - Disposio de novos edifcios

    Implantao tpica dos novos edifcios

    A A

    Corte AA

    0m 50m

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    IIlustraao da disposio dosnovos edifcios

  • 62

    A

    B

    A

    B

    Implantao do trecho elevado

    Corte AA

    Corte BB

    0m 50m

    Unidades Residenciais

    Unidades Comerciais

    Calado

    Ocupao - Disposio de novos edifcios

  • 63

    IIlustraao da regio do elevado

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    Numeros do projeto

    Distrito habitantes Area(ha) hab/ha

    Jardim Helena 92.081 750 78

    Capo Redondo 268.729 1360 197

    Itaquera 204.871 1410 140

    Lapa 65.739 1000 65

    Perdizes 111.161 610 182

    Jd. Paulista 88.692 610 145

    Repblica 56.981 230 247

    Municpio 11.253.503 152.327 73

    Segundo dados da Prefeitura de So Paulo e do IBGE, atualmente o distrito Jardim Helena tem uma densidade demogrfica de 78 habitantes/ha, com uma rea total de 750ha. Para efeito de com-parao, a tabela ao lado apresenta dados de densidade demogrfica de alguns distritos do municpio de So Paulo. Analisando estes dados, pode-se observar que a densidade demografica do distrito Jardim Helena muito prxima da mdia do municpio, mas muito mais baixa do que a de outros dis-tritos, como Itaquera, Capo Redondo ou mesmo Jardim Paulista. A densidade um pouco mais alta do que a Lapa. Mas ao observar que praticamente no h verticalizao no distrito, com pouqussimas edificaes mais altas do que dois pavimentos, e levando em considerao que os dados de densida-de demogrfica computam as reas pblicas, como ruas, praas e parques, percebe-se que o Jardim Helena tem uma rea construda muito grande. Para o projeto de implantao dos edifcios, foi considerada a densidade de uma quadra isolada, para examinar o densidade demogrfica da regio e compreender como ela se manifesta no espao construdo. O diagrama da ao lado apresenta trs situaes. A primeira uma quadra de 100x100m e rea de 1ha, com uma ocupao bastante comum no bairro. Observam-se 55 lotes, sendo 6 comerciais e 49 residenciais. Segundo o IBGE, a densidade mdia do distrito de 3,5 habitante por domiclio. Portanto, neste hectare mdio habitam 171 pessoas. Analisando o edifcio tpico do projeto, com 12x36m, e imaginando o terreo sendo ocupado por atividades comerciais, haveriam entao 4 pavimentos com rea de 432m. reservado 20% da rea dos pavimentos para circulao, temos uma rea til de 345m por pavimento. Adotando uma mdia de 55m por apartamento, cada pavimento comporta em mdia 6 unidades. Portanto, cada edifcio da pro-posta possui 24 unidades habitacionais. Com a mdia de 3,5 hab/dom do distrito, prev-se que cada edifiio abrigue 84 pessoas. A segunda situao apresentada na pgina 65 demonstra a mesma quadra de 100x100 com-portantdo 3 edifcios. Este cenrio reproduz uma densidade de 252 hab/ha, efetivamente adensando a

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    Situao 1 Situao 2

    Situao 3

    171 hab/ha 252 hab/ha

    433 hab/ha

    0m 50m

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    ocupao da regio tendo um significativo ganho em rea livre, possiblitando um substancial aumento na rea permevel, o que seria muito desejvel em uma regio que sofre com frequentes enchentes. A terceira situao apresenta um exemplo da implantao adotada pelo projeto. Nesta quadra, foram feitas 21 desapropriaes, para garantir os 8 metros do canal, a faixa de 16 metros do caldo e a faixa de 12 metros para a cosntruo de novos edifcos. Porm, pela configurao dos lotes de-sapropriados, a faixa reservada para a construo de novos edifcios ficou com 36 metros de largura. Esta largura possibilita uma disposio transversal dos edifcios. Com 8 metros de recuo entre eles, foi possvel dispor 4 edifcios e ainda implantar uma praa de 1000m ligada ao calado do canal. Com as 21 desapropriaes, foram desalojadas 74 pessoas, mas os novos edifcios propostos abrigam por volta de 336 pessoas em 96 unidades. Com esta interveno, a populao deste hectar passou de 171 habitantes para 433 habitantes. Pelo porte da interveno que representa a implantao do Hidroanel Metropolitano e o sistema de parques lineares nos afluentes do rio Tiet, e pelo pesado investimento necessario para a implan-tao do sistema de canais do delta artificial e a reestruturao do sistema virio, a opo do projeto aumentar a densidade da ocupao na regio para que as intervenes beneficiem o maior nmero possvel de pessoas, ao mesmo tempo que se crie um novo polo de atividades economicas e geradoras de renda, de forma a evitar que este adensamento sbbrecarregue ainda mais os sistemas de trasporte que ligam o Jardim Helena ao centro da cidade. Esta a estratgia do projeto para a conquista do espao pblico no tecido urbano consolidado atravs do adensamento na ocupao de cada quadra.

  • 67

    O projeto do Hidroanel metropoplitano prev em alguns pontos equipamentos pouco especifi-cos por toda sua extenso, mas a sua maioria esto ligados s atividades de logstica e operao dos lago-canais navegaveis. Mesmo assim, o projeto cria espaos onde equipamentos pblicos poderiam ser instalados.

    A proposta do trabalho aproveitar estes espaos para a proposio de alguns desses equi-pamentos, considerando as demandas da populao local e o potencial paisagstico para diferentes atividades.

    Porto Jardim Helena:

    O projeto do hidroanel prev um porto com programa de recebimento e destinao de ali- programa de recebimento e destinao de ali-mentos e hortifruti, eco porto com atividades educacionais e atividades turisticas que tomem proveito dos valores paisagsticos do lago-canal navegvel. O trabalho prope que este porto seja ligado a um mercado pblico construdo na proximidade, oferecendo suporte s atividades logsiticas e tursticass do porto e possibilitando o escoamento dos produtos de hortifruti que chegam neste porto.

    Centro Cultural:

    O projeto prope um centro cultural com espaos de exposio, oficinas, telecentro, estudios de gravao e edio audiovisual, biblioteca e outras atividades culturais. Sua implantao, no local atualmente ocupado pela fbrica da votorantim, articularia a ligao da foz do rio itaquera, do parque linear na orla do Hidroanel e sua relao com os canais de drenagem propostos pelo projeto.

    O parque linear na orla do Tiet

  • 68

    CEU Jardim Helena:

    Um CEU com o programa padro, instalado em uma pennsula com vista para o lago-canal navegvel para leste e para oeste.

    Centro Esportivo:

    Um dos espaos reservados para equipamentos pblicos pelo projeto do Hidroanel Metropo-litano uma ilha retangular no lago canal, proxima a um trecho do parque linear com 175 metros de largura. Neste trecho a proposta do trabalho a implantao de um complexo esportivo, com qua-dras poliesportivas, campos de futebol, campos de futebol society e pista de atletismo, tanto na ilha quanto no trecho mais largo do parque linear.

    Centro de Cinema e Teatro:

    O projeto prope ainda um centro de cinema e teatro, um conjunto com salas de cinema e te-atro, ligadas a um centro comercial que faa uso do parque linear e que atenda a demanda da regio de atividades culturais e de entretinimento e lazer.

    Porto Jardim Pantanal:

    Outro porto previsto pelo projeto do Hidroanel Metropolitano, a proposta inclui o redesenho da ilha onde se instala o porto e prope ainda uma marina para uso da populao, possibilitando o uso da gua voltado para o lazer e fortalecendo o vnculo da populao com os rios.

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    Parque Linear do Hidroanel - Implantao dos Equipamentos

    1

    2

    3

    4

    5

    5

    6

    7

    1. Porto Jardim Helena2. Mercado Publico 3.Centro Cultural4.CEU5. Centro Esportivo6. Centro de Cinema e Teatro 7. Porto Jardim Pantanal

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    Ilustrao do porto do Jardim Helena e do mercado Pblico

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    Ilustrao geral do parque linear do Hidroanel

  • 72

    Ilustrao do porto do Centro Cultural

  • 73

    Ilustrao do porto do CEU Jardim Helena

  • 74

    Ilustrao do porto do Jardim Pantanal

  • 75

    Ilustrao do canal da rua Oliveira Freire

  • 76

    Ilustrao do porto do Centro Esportivo

  • 77

    Ilustrao do nascer do sol no delta artificial

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    Conc

    lus

    o A lgica de produo da cidade adotada atualmente pelo poder pblico insustentvel. A estratgia de estruturao radio-concentrica de So Paulo incompatvel com o a quantidade de pessoas habitando a regio metropolitana. A situao piora ainda mais com o sucateamente da rede de transporte pblico, que recebe poucos investimentosco, obras de transporte de massa que sofrem repetidos atrasos em seus cronogramas enquanto os automveis so os principais beneficirios dos grandes investimentos pblicos na rea de transporte. O resultado conhecido a concentrao de empregos em regies mais centrais, ricas em infra-estrutura e cercadas por regies residenciais com custo de vida elevado. A grande massa da populao no tem opo que no seja morar em regies afastadas dos centros economicamente ativos, onde o custo de vida barato devido escassez de infra-estruturas e servios pblicos de qualidade. Esta lgica condena as classes mais pobres a grandes deslocamentos dirios em vias saturadas, tendo como opo o transporte privado, caro e que piora a o quadro geral ao ocupar uma grande rea no sistema virio, ou o transporte pblico, sobrecarregado, realizando viagens demoradas e desconfortveis. H tambm a questo do dficit habitacional. Um grande numero de pessoas simplemente no tem condies financeiras para se inserir no mercado formal de imoveis. So obrigadas a morar em submoradias, em barracos e em terrenos invadidos. O dever do Estado fornecer moradia digna a esta populao. O que se v atualmente nas aes do poder pblico justamente o contrario, com o estado favorecendo os grandes grupos economicos com interesse de mercado imobilirio e ignorando as reivindicaes das classes mais pobres. Em paralelo h a questo dos corpos dgua no ambiente urbano, que sempre foram ignoradas em seu potencial paisagstico e ambiental. A cidade brasileira d as costas para

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    os rios, usando-os apenas como forma de se desfazer de resduos de todos os tipos. Neste contexto, o hidroanel, como uma obra de infra estrutura que reestrutra a lgica de organizao da cidade, oferece a oportunidade de aplicao de novos conceitos de cidade e a soluo de alguns dos problemas que afligem a metrpole. A inteno deste projeto um exerccio de imaginao de uma cidade possiblitada pela adoo de novos conceitos e novas lgicas de produo e operao das atividades existentes em So Paulo.

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    Referncias BibliogrficasALMEIDA, Tammy. Tiet Leste - Resgates e Permanecias: Reurbanizao da orla fluvial do parque ecolgico do Tiet, So Paulo, 2009.BRAGA, Milton Lebentritt de Almeida. Infra-Estrutura e Projeto Urbano, So Paulo, 2006.DELIJAICOV, Alexandre Carlos penha. Os Rios e o Desenho Urbano da Cidade : Proposta de Projeto para a Orla Fluvial da Grande So Paulo, So Paulo, 1998.FERNANDES, Alexandre Gaiser. Porto, So Paulo, 2011.IGLESIAS, Pablo. Casa de Caranguejo, So Paulo, 2004.JACOBS, Jane. Morte e Vida das Grandes Cidades, So Paulo: Martins Fontes, 2000.KOGAN, Gabriel. Arquitetura do Territrio, So Paulo, 2009.DE LUCCIA, Olivier. Projeto de Infraestrutura, Equipamentos e Habitao nos Vales da Bacia do Crrego Tiquatira, So Paulo, 2009MELLO FILHIO, Jos Rollemberg. Arquitetura no Contexto Urbano Antigo, So Paulo, 2001.SUGAI, Geni Takeuchi. Requalificao de reas Industriais: Novos Significados para o Bairro da Moca, So Paulo, 2006SUGAI, Geni Takeuchi. Proposta de Interveno Habitacional na Cidade de So Paulo, So Paulo, 1999.ZAMBONI, Danilo Bressiani. Tamanduate - Utopia de um rio urbano, So Paulo, 2010.

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    Referncias Internetmetropolefluvial.fau.usp.br/

    ibge.gov.brcapital.sp.gov.br/portalpmsp/

    habisp.inf.br/

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  • Gustavo Vescovi Meirelles