o defensor nº 0002

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É uma situação corriqueira: distribuída a ação, chega a ficha do vareiro, com o des- pacho inicial do juiz pedin- do a juntada de declaração de pobreza, para que o cli- ente faça jus aos benefícios da justiça gratuita. E toca o estagiário a enviar telegrama ou telefonar desesperada- mente para o cliente, muitas vezes ditando-lhe o teor da declaração, para que escre- va de próprio punho. Tal exigência é mais do que capricho de um juiz rigoroso: é ato de coação, ilegal. A Lei da assistência judiciária nº 1.060/50 não faz essa imposição. Basta a prova documental). Fundamentos não faltam para interposição de agra- vos, o que deve ser feito sempre, para que se impeça os juízes de exigirem decla- ração de pobreza. É o que já está fazendo o nosso co- lega estagiário Danilo Car- lotti. Um caso recente, contrá- rio à exigência está no mu- ral das Ligas Sociais na Sala Chico Emygdio. Trata-se do Agravo Regimental 509.905 - RJ (Banco do Brasil S.A. e outro x Miriam Caram), julgado pela Ter- ceira Turma do STJ em no- vembro de 2006. presumida até prova em contrário. É o que consta nas Leis nº 1.060/50 e nº 7.115/83 (que trata de simples afirmação na peti- ção inicial. Além disso, a pobreza declarada pela par- te ou por seu procurador é Ano 1, Número 2 Exigência de declaração de pobreza para gratuidade processual deve ser agravada Informativo do Departamento Jurídico XI de Agosto e da Associação dos Amigos do Departamento Jurídico 1 São Paulo, Março/Abril de 2007 Adriano Buosi realiza atendimento a um cliente no Jurídico D EPARTAMENTO J URÍDICO XI DE A GOSTO O DEFENSOR PARCEIROS DO DEPARTAMENTO JURÍDICO XI DE AGOSTO POR VITÃO N enhuma facul- dade de Direito tem um traba- lho tão com- pleto para o estagiário quanto o DJ. Qualquer pro- jeto, se não tiver uma estru- tura, mesmo, pra funcionar, principalmente na base de orientadores, voluntários e tal, não vai a lugar nenhum. Precisa de persistência também, até dos próprios alunos. Força de vontade. Nós levamos aqui o Jurídico nha, porque antes o estagi- ário pagava pra trabalhar aqui, e hoje, não, temos toda a infra-estrutura do mundo. A cabeça mudou? Pode ter mudado, mas os pobres ainda estão aí, talvez até muito mais necessitados. O Departamento Jurídico está aqui, pronto para rece- bê-los, estagiários e colabo- radores. Benedito Vitor Januário dos Santos é funcionário do DJ há 28 anos. Reprodução de O Jurídico nº 1 (2002) liberdade de escolha ao es- tagiário. O que falta mesmo é esta- giário, com força de vontade. Por- que o que o esta- giário não souber, ele vai aprender aqui. Temos uma biblioteca com- pleta, um quadro de orientadores completo, temos só a nossa deficiência econômica, que não é tão grave quanto já foi. Temos até uma grani- mais de um ano sem ganhar um centavo; nós trabalha- mos sem luz, sem telefone, sem nada. Mas essa história fica pra contarmos num outro dia. O que eu digo agora é aquilo que eu digo a to- do estudante de Direito e também aos calouros: não existe em São Paulo um estágio mais perfeito que o Departamen- to Jurídico, que dá ampla Estagiar no DJ: uma oportunidade única A SSOCIAÇÃO DOS A MIGOS DO D EPARTAMENTO J URÍDICO

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Publicação da Associação dos Amigos do Departamento Jurídico XI de Agosto

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Page 1: O Defensor nº 0002

É uma situação corriqueira: distribuída a ação, chega a ficha do vareiro, com o des-pacho inicial do juiz pedin-do a juntada de declaração de pobreza, para que o cli-ente faça jus aos benefícios da justiça gratuita. E toca o estagiário a enviar telegrama ou telefonar desesperada-mente para o cliente, muitas vezes ditando-lhe o teor da declaração, para que escre-va de próprio punho.

Tal exigência é mais do que capricho de um juiz rigoroso: é ato de coação, ilegal. A Lei da assistência judiciária nº 1.060/50 não faz essa imposição. Basta a

prova documental). Fundamentos não faltam

para interposição de agra-vos, o que deve ser feito sempre, para que se impeça os juízes de exigirem decla-ração de pobreza. É o que já está fazendo o nosso co-lega estagiário Danilo Car-lotti.

Um caso recente, contrá-rio à exigência está no mu-ral das Ligas Sociais na Sala Chico Emygdio. Trata-se do Agravo Regimental nº 509.905 - RJ (Banco do Brasil S.A. e outro x Miriam Caram), julgado pela Ter-ceira Turma do STJ em no-vembro de 2006.

presumida até prova em contrário. É o que consta nas Leis nº 1.060/50 e nº 7.115/83 (que trata de

simples afirmação na peti-ção inicial. Além disso, a pobreza declarada pela par-te ou por seu procurador é

Ano 1, Número 2

Exigência de declaração de pobreza para gratuidade processual deve ser agravada

Informativo do Departamento Jurídico XI de Agosto e da Associação dos Amigos do Departamento Jurídico

1

São Paulo, Março/Abril de 2007

Adriano Buosi realiza atendimento a um cliente no Jurídico

D E P A R T A M E N T O J U R Í D I C O X I D E A G O S T O

O DEFENSOR

PARCEIROS DO DEPARTAMENTO JURÍDICO XI DE AGOSTO

POR VITÃO

N enhuma facul-dade de Direito tem um traba-lho tão com-

pleto para o estagiário quanto o DJ. Qualquer pro-jeto, se não tiver uma estru-tura, mesmo, pra funcionar, principalmente na base de orientadores, voluntários e tal, não vai a lugar nenhum.

Precisa de persistência também, até dos próprios alunos. Força de vontade. Nós levamos aqui o Jurídico

nha, porque antes o estagi-ário pagava pra trabalhar aqui, e hoje, não, temos toda a infra-estrutura do mundo.

A cabeça mudou? Pode ter mudado, mas os pobres ainda estão aí, talvez até muito mais necessitados.

O Departamento Jurídico está aqui, pronto para rece-bê-los, estagiários e colabo-radores. Benedito Vitor Januário dos Santos é funcionário do DJ há 28 anos. Reprodução de O Jurídico nº 1 (2002)

liberdade de escolha ao es-tagiário.

O que falta mesmo é esta-giário, com força de vontade. Por-que o que o esta-giário não souber, ele vai aprender aqui. Temos uma biblioteca com-pleta, um quadro de orientadores

completo, temos só a nossa deficiência econômica, que não é tão grave quanto já foi. Temos até uma grani-

mais de um ano sem ganhar um centavo; nós trabalha-mos sem luz, sem telefone, sem nada. Mas essa história fica pra contarmos num outro dia.

O que eu digo agora é aquilo que eu digo a to-do estudante de Direito e também aos calouros: não existe em São Paulo um estágio mais perfeito que o Departamen-to Jurídico, que dá ampla

Estagiar no DJ: uma oportunidade única

A S S O C I A Ç Ã O D O S A M I G O S D O D E P A R T A M E N T O J U R Í D I C O

Page 2: O Defensor nº 0002

DJ XI de Agosto - Gestão 2007

DIRETOR PRESIDENTE Adriano Pinheiro Machado Buosi

DIRETOR SECRETÁRIO-GERAL Hamilton Kenji Kuniochi

Diretores de Estágio Octávio Santos Antunes Érika Mayumi Abe Fernando Mangianelli Bezzi

DIRETORES ADMINISTRATIVOS Gustavo Ribeiro de Macedo Pablo Biondi DIRETORES DE ASSUNTOS EXTERNOS Thalyta M. B. de Carvalho Bruno Redondo DIRETORES TESOUREIROS Diego R. do Amaral Montanheiro Nayara de Melo Matyas

AADJ Gestão 2007 [email protected] PRESIDENTE Sérgio Salomão Shecaira DIRETORES Rodrigo Ribeiro de Sousa Manuela Schreiber Silva e Sousa José Sanches Aranda Neto Raphael Nicolau Rufca

EXPEDIENTE O DEFENSOR é uma publicação mensal do Departamento Jurídico do Centro Acadêmico XI de

Agosto da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e da Associação dos Amigos do DJ

Praça João Mendes, 62 - 17º andar — São Paulo, SP - CEP 01501-902 — Tel/Fax (11) 3107-1932 E-mail: [email protected] — Site: www.djonzedeagosto.org.br

NOTÍCIAS BREVES

A N O 1, N ÚM E R O 2 M A RÇ O /A B R IL D E 20 0 7 — PÁ G IN A 2

O s dias de traba-lho no Departa-mento Jurídico são marcados

por altas doses de emoção, na medida em que se busca atender a todos os que pro-curam por nossos serviços. São maratonas diárias, em que os telefones não param de tocar, clientes aguardam impacientes e há fila até para tirar cópias de documentos.

É assim, grosso modo, o cotidiano do Jurídico. Po-rém, em todas as semanas, há um dia em especial em que a tensão chega a níveis

mais elevados, diante do corre-corre do DJ. Esse dia é o dia da reunião ordinária da Diretoria.

As reuniões ocorrem todas as segundas-feiras, às 16 horas. Na pauta, assuntos importantes e urgentes para o funcionamento da entida-de. Elas nem sempre se inici-am na hora combinada, vez que o DJ mantém os direto-res ocupados com outros assuntos o tempo todo. Há o sentimento de que o Jurídico do XI possui vida própria, como se fosse a criatura que escraviza o criador. Enquan-

TENSÃO NO AR. HOJE É DIA DE REUNIÃO DA DIRETORIA

EDITORIAL

A AADJ custeou a aquisição de um forno de microondas para equipar a copa do DJ. Fabricado pela Panasonic, ele havia sido entregue du-rante a reforma do encana-

Microondas põe fim à bóia-fria mento, e somente foi insta-lado no último dia 21 de março. Especula-se que o tradicional pão com mantei-ga à tarde possa vir a ser substituído por pipoca.

O título de Utilidade Públi-ca Estadual do Centro Aca-dêmico XI de Agosto foi obtido pela Lei Estadual nº 2.574, de 4 de dezembro de 1980, graças à atuação

Utilidade Pública Estadual do Departamento Jurídico. Neste ano o título foi, mais uma vez, renovado, após a apresentação dos relatórios de nossas atividades dos últimos três anos.

Arcadas, em que os estagiá-rios mostrariam, com orgu-lho, o trabalho que reali-zam, vestindo a camisa do Jurídico.

Danilo Carlotti está fe-chando a equipe que orga-nizará o evento. Participe, contatando-o pelo e-mail [email protected].

A idéia partiu do colega estagiário Danilo Carlotti. Percebendo a necessidade de maior divulgação do Jurí-dico junto aos estudantes, entendeu que essa tarefa não pode ser encargo ape-nas da Diretoria. Assim, planejou a realização de um “Dia do DJ” no Pátio das

Estagiários organizam “Dia do DJ” na Faculdade

to os diretores procuram centrar suas atenções na re-união, o movimento além da porta da Sala da Diretoria é sinal de que o DJ está vivo e, como um menino mimado, precisa de atenção.

É por tudo isso que se ve-rifica o humor azedo e a cara de poucos amigos, tão co-mum aos diretores em dia de reunião. Mas, na verdade, eles até se divertem durante as sessões.

A Diretoria da Gestão 2006 posando em torno da mesa de reuniões

A nossa querida advogada orientadora Fernanda Tartu-ce lançou no último dia 29 de março, no Club Homs, na Avenida Paulista, seu novo livro Separação, Di-

Fernanda Tartuce lança livro vórcio, Partilhas e Inventá-rios Extrajudiciais, editado pela Método. Trata das ino-vações da Lei nº 11.441/07 a respeito de tais processos em Cartório.

Antonio Ferreira Inocêncio Neto, nosso antigo advoga-do orientador, enviou à Di-retoria convite de seu casa-mento, que ocorrerá no próximo dia 27 de abril, às

Toninho vai se casar em abril 20 horas. Toninho celebra-rá bodas com sua noiva Ta-tiana, e a festa será em A-maralina, Salvador. Deseja-mos muitas felicidades e sucesso ao casal.

Associação dos Amigos do Departamento Jurídico

XI de Agosto