jornal do defensor - edição 32

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Aprovado no Plenário da Câma- ra Federal no dia 30 de junho, o PLP 28/2007 que amplia as fun- ções institucionais e regulamenta a autonomia funcional e adminis- trativa da Defensoria Pública, já está, desde o dia 7 de julho, na Comissão de Constituição e Jus- tiça e Cidadania do Senado Fe- deral. O Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) é o relator do projeto, agora PLC 137/2009. A diretoria da ADEP vem mantendo contatos com autoridades que de alguma forma possam contribuir para a aprovação do projeto no Se- nado. Pág. 03 PLC 137/2009 Plenário lotado e uma votação surpreendente Em entrevista exclusiva ao Jornal do Defensor, o suplente de Senador, ex-Deputado Federal, Presidente do PPS nacional e autor do PEC 487/ 2005 da Defensoria Pública, Roberto Freire, diz que a falta de assistência jurídica é tão perniciosa para o exer- cício da cidadania quanto a péssima educação, quanto a saúde que não é concedida. Págs.12 e 13. O Estatuto do Idosos com- pleta seis anos no dia 1º de outubro. A ADEP-MG, em par- ceria com a Defensoria Públi- ca, ANADEP e Conselho Mu- nicipal do Idoso vai realizar uma série de eventos sobre o tema para celebrar a data. Pág. 15 ENTREVISTA DIA NACIONAL DO IDOSO Foto: ABr O lançamento da frente parlamentar esta- dual de apoio à Defensoria Pública em março deste ano, na Assembleia Legislativa provocou reações nas regionais. Defensores Públicos e vereadores trabalham ativamente para a cria- ção de uma frente de apoio em seus municípi- os de atuação. Pág. 07 Movimento pela valorização da Defensoria Pública cresce em Minas

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Jornal da Associação dos Defensores Públicos de Minas Gerais - Edição 32

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Page 1: Jornal do Defensor - Edição 32

JORNAL DO DEFENSOR - ANO VI - Nº 32 - JUNHO/JULHO/AGOSTO 2009

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Aprovado no Plenário da Câma-ra Federal no dia 30 de junho, oPLP 28/2007 que amplia as fun-ções institucionais e regulamentaa autonomia funcional e adminis-trativa da Defensoria Pública, jáestá, desde o dia 7 de julho, naComissão de Constituição e Jus-tiça e Cidadania do Senado Fe-deral. O Senador Antonio CarlosValadares (PSB-SE) é o relator doprojeto, agora PLC 137/2009. Adiretoria da ADEP vem mantendocontatos com autoridades que dealguma forma possam contribuirpara a aprovação do projeto no Se-nado. Pág. 03

PLC 137/2009

Plenário lotado e umavotação surpreendente

Em entrevista exclusiva ao Jornaldo Defensor, o suplente de Senador,ex-Deputado Federal, Presidente doPPS nacional e autor do PEC 487/2005 da Defensoria Pública, RobertoFreire, diz que a falta de assistênciajurídica é tão perniciosa para o exer-cício da cidadania quanto a péssimaeducação, quanto a saúde que nãoé concedida. Págs.12 e 13.

O Estatuto do Idosos com-pleta seis anos no dia 1º deoutubro. A ADEP-MG, em par-ceria com a Defensoria Públi-ca, ANADEP e Conselho Mu-nicipal do Idoso vai realizar

uma série de eventos sobre otema para celebrar a data.Pág. 15

ENTREVISTA DIA NACIONAL DO IDOSO

Fo

to: A

Br

O lançamento da frente parlamentar esta-

dual de apoio à Defensoria Pública em março

deste ano, na Assembleia Legislativa provocou

reações nas regionais. Defensores Públicos e

vereadores trabalham ativamente para a cria-

ção de uma frente de apoio em seus municípi-

os de atuação. Pág. 07

Movimentopela valorizaçãoda DefensoriaPública cresceem Minas

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JORNAL DO DEFENSOR - ANO VI - Nº 32 - JUNHO/JULHO/AGOSTO 2009

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CONSELHO DIRETOR:DIRETOR PRESIDENTE:

FELIPE AUGUSTO CARDOSO SOLEDADEDIRETOR VICE PRESIDENTE:

FLÁVIO RODRIGUES LELLESDIRETOR SECRETÁRIO:

EDUARDO CAVALIERI PINHEIRODIRETORA TESOUREIRA:

RENATA SIMEÃO GOMESDIRETORA PARA ASSUNTOS

INSTITUCIONAIS:ANA PAULA MACHADO NUNES

DIRETOR JURÍDICO:WELLERSON EDUARDO DA SILVA CORRÊA

DIRETORA SOCIAL:THEREZINHA APARECIDA DE SOUZA

DIRETOR CULTURAL:CIRILO AUGUSTO VARGAS

SUPLENTES:DIEGO SOARES RAMOS

CLÁUDIO MIRANDA PAGANOCONSELHO FISCAL

MARINA FONSECA M. DE MATOSDELMA GOMES MESSIAS

ELIANA MARIA DE OLIVEIRA ESPÍNDOLASUPLENTE

LUDMILA FANUCCHI RODRIGUESCONSELHO CONSULTIVO

RODRIGO ZAMPROGNOFERNANDO CAMPELO MARTELLETOARIANE DE DE FIGUEIREDO MURTA

DANIELA DUARTE QUINTÃOCRISTIANO MAIA LUZ

RUBENS LUIZ BORGESMARIA APARECIDA DA SILVA

Publicação da Associação dos DefensoresPúblicos de Minas Gerais - ADEP-MG

Rua Araguari, 358 – PilotisBarro Preto – Belo Horizonte – MG

CEP : 30.190.110 - PABX/FAX : (31) 3295.0520E-mail: [email protected]

Assessoria de ComunicaçãoCoordenação: Edilma Dias

[email protected] Lopes - Estagiá[email protected]

Jornal do [email protected]

Jornalista Responsável/EditoraEdilma Dias ((MTB -10.840)

Projeto e Edição Gráfica:Viveiros Editoração (8872.6080)

Nestes cinco meses de gestão, a novaadministração da ADEP vem trabalhandoarduamente para viabilizar as principaisreivindicações da categoria. Sabemos queo nível remuneratório vigente desestimulaa permanência na carreira, como jádemonstramos pelo elevadíssimo númerode evasão (um Defensor, a cada 12 dias,deixa a carreira em busca de melhorremuneração). Para conseguir uma políti-ca remuneratória mais justa, a ADEP jáentregou à SEPLAG proposta detalhadanos termos definidos pela AGE e porcompetente Comissão composta paraeste fim, e agora vem buscando sensibili-zar todas as autoridades políticas estadu-ais e federais sobre a necessidade demaiores avanços, ainda que a médioprazo. Entretanto, esta não é a únicapreocupação da Associação. Chegamosaos cinco meses. Cento e cinquenta e trêsdias. Neste período, foram várias asatividades administrativas, como a ampli-ação do setor de comunicação, contrata-ção de novo site, assinatura de convêni-os, entre outros. Também foram constituí-das novas comissões (Política Remunera-tória) e departamentos (Aposentados eDefensores Substitutos) para conferirmaior participação na gestão da ADEP.Em Brasília, trabalhamos em conjuntocom a nova diretoria da ANADEP para aaprovação do PLP 28/2007, que regula-mentará aspectos fundamentais dareforma do judiciário, atualizando a LeiComplementar 80/94.

É importante ressaltar, também, a lutapelo retorno das vantagens pessoais,tanto na seara administrativa (com avotação no Conselho Superior de pedidoda ADEP), quanto na seara legislativa(com o acompanhamento da PEC 210-A/2007). Em relação a este último ponto, éde se ressaltar a vitória do último dia 10 dejunho quando o Conselho Superior deferiuparcialmente pedido da ADEP para resta-belecer as vantagens pessoais. Entretan-to, permaneceremos atentos até o efetivopagamento das sobreditas verbas.

Por outro lado, existem questões

internas que merecem a nossa atenção.Nesta área, é preciso reafirmar nossadivergência com uma antiga ideia de queos avanços da Defensoria Pública, comoinstituição, se deem à custas de mais emais esforços pessoais do DefensorPúblico, muitas vezes extrapolando olimite do que é humanamente possível.Por isso, não podemos concordar com asobrecarga de trabalho que se impõe hojeao Defensor. Não é possível, portanto,que indefinidamente se prolongue aresponsabilidade do Defensor Público(sobretudo o do interior) por um númerosempre crescente de varas e atribuiçõesextrajudiciais. Urge, portanto, que oConselho Superior regulamente questõesde há muito pendentes na DefensoriaPública, como a distribuição dos cargosjá aprovados por lei (Lei Complementarestadual 101/2007). Esta demora penalizaos Defensores Públicos da capital com asobrecarga de atribuições, quando seriapossível reequilibrar a distribuição detarefas com um defensor por vara cível, edois defensores por vara criminal, man-tendo dois Defensores por vara de família,além de órgãos específicos para a cura-doria e conflito. No interior, essa mesmademora fora a massiva sobrecarga detrabalho se revelam ainda mais penosasaos defensores. Por isso, sugerimos parao interior o resgate da paridade: um Juizpara um Defensor.

As dificuldades se multiplicam nointerior já que, como não há a distribuiçãopor órgão de atuação, a própria garantiada inamovibilidade resta denegada. E,pior, cria-se dentro da Defensoria Públicauma disparidade de tratamento entre osdefensores do interior e da capital.

Neste mesmo sentido, é de se relem-brar a necessidade de abertura de editaisregulares de remoção, como se tem emoutras carreiras jurídicas, possibilitandoao defensor programar com antecedênciaa sua carreira e vida pessoal.

Por fim, resta concluir que há muito aser feito. Os desafios são enormes, e nãoexistem soluções mágicas. Como sempre,os avanços para a Defensoria Pública epara os Defensores Públicos, sobretudo,são atingidos, a partir de muito esforço ede união da classe. Tenha, contudo, acerteza de que a ADEP continua traba-lhando por você e pela Defensoria.

Abraços a todosFelipe Soledade

PALAVRA DO PRESIDENTE

Não existemsoluções mágicas

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PLP 28/2007

Agora é com o SenadoPor 338 votos a 6, o Plenário

da Câmara Federal acatou o Pro-jeto de Lei Complementar 28/2007 (PLP) que reorganiza as De-fensorias da União, dos Estadose do Distrito Federal, alterandodispositivos da Lei Complemen-tar 80/94. Uma vitória significa-tiva para a Defensoria Públicabrasileira, uma vez que a apro-vação na Câmara dos Deputa-dos coloca a Instituição maispróxima de uma realidade quepoderá mudar sensivelmente ascondições de trabalho do Defen-sor ao ampliar as funções insti-tucionais, regulamentar a auto-nomia funcional, administrativa,orçamentária e, ainda, democra-tizar e modernizar a gestão daInstituição.

Os deputados que apoiam osPLP ainda conseguiram barrar aintenção do Democratas (DEM),

que queria manter, no texto dalegislação atual, a proibição deos defensores exercerem ativida-de políticas e partidárias. Naocasião, o Plenário rejeitou, por252 votos a 80, o destaque apre-sentado pelo partido.

O deputado federal pelo PSDBde Minas Gerais, Paulo Abi-Ackel ,um dos grandes apoiadores dacausa da Defensoria Pública, con-siderou a aprovação do PLP 28,quase que por unanimidade, nanoite do dia 30 de junho de 2009,uma demonstração da importân-cia, do respeito que todos têm pe-los Defensores Públicos e da ne-cessidade de se fazer com que aDefensoria seja cada vez mais for-te, mais instrumentalizada, de for-ma a prestar serviço a todo aquelecidadão que tem dificuldades. Emrelação à apreciação da matéria noSenado para um posterior veto ousanção pelo presidente Luis Inácioda Silva, o deputado diz não acre-ditar que a Defensoria Pública pos-sa encontrar alguma resistência.“Creio que também no Senado ha-verá aprovação. Estou otimista. NaCâmara alta há sempre uma resso-nância daquilo que ocorre na Câ-mara dos Deputados. Tendo havi-do o apoio de todos os partidos,inclusive da base do governo e daoposição, o trabalho dos senado-res será, certamente, bem mais fa-cilitado na compreensão do queestá ali para votação”, finaliza odeputado.

Deputado federal otimistaquanto à aprovação no Senado

Em reunião com Felipe Soleda-de, e a Diretora Social da ADEP,Therezinha Aparecida de Souza,amiga de longos anos da famíliaAbi-Ackel, o deputado atribuiu seuempenho pela aprovação do Pro-jeto no Congresso à formação deadvogado e a seus 18 anos de ad-vocacia, antes do ingresso na car-reira política. Abi-Ackel afirmouque, como advogado, como umconhecedor da realidade do inte-rior de Minas, e da dificuldade queas pessoas são obrigadas a enfren-tar em busca dos seus direitos, e,ainda, por conhecer o funciona-mento da justiça, a carência demuitas regiões do estado de Mi-nas Gerais e de ter conhecimen-to também da diferença que se dáentre aqueles que são merecedo-res de uma defesa trabalhada comgrandes advogados e os outrosque, sem a mesma condição, seveem muitas vezes em desvanta-gem em seus litígios, é que eledefende a aprovação da PLP.

“Tenho a perfeita noção de quea aprovação do PLP 28/07 será fun-damental na preservação dos di-reitos individuais e da manutençãodo estado de direito no nossopaís”, disse Paulo Abi-Ackel.

O texto já foi enviado ao Se-nado, onde precisa ter, no míni-mo, 42 votos a favor para queseja encaminhado ao presidenteLuís Inácio Lula da Silva, que de-cidirá pelo seu veto ou sanção.

O presidente da ADEP-MG,

Felipe Soledade, juntamentecom defensores de outros Esta-dos, acompanhou toda a votaçãona Câmara, que começou no fi-nal da tarde do dia 30 de junho esó terminou por volta das 22h domesmo dia .

Felipe Soledade, Rodrigo Zamproigna, Gustavo Corgosinho, de Minas Gerais edefensores de outros estados acompanharam a votação no plenário da Câmara

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Uberaba - Os DefensoresPúblicos, Marcelo Tonus e Ru-bens Luiz Borges, receberam noJuizado Especial da Defensoria,a primeira dama de UberabaAngela Mairink Souza Pereira.Sensível à causa da Defensoria,Angela Mairink incluiu em suaagenda, para a primeira quinze-na de junho, a visita aos Defenso-res Públicos. Melhorias nas ins-talações da Instituição que rece-beu da Prefeitura um terreno nobairro Universitário foi assunto dedestaque durante o encontro.

O lote foi doado há dois anose já tem escritura pública forma-lizada e registrada. O bairro ficaentre a Universidade de Ubera-ba (UNIUBE), a sede administra-tiva da prefeitura e o aeroporto da

Primeira dama se tornamadrinha da Defensoria

REGIONAIS

Ipatinga- “As pessoas pen-sam que a Defensoria Pública sórealiza divórcios e separações.Mostramos que também promo-vemos a união”. A declaração édo defensor público da Comarcade Ipatinga, Rafael Boechat, aoreferir-se ao projeto “Felizes ParaSempre”, que no sábado, 11 dejulho, oficializou relações estáveisde 52 casais no município de Ipa-tinga. O casamento coletivo rea-lizado no auditório do Sindicatodos Trabalhadores Metalúrgicosde Ipatinga (Sindipa) contou como apoio da ADEP-MG.

Público diversificado, partici-

cidade. No local também serãoconstruídas as sedes do Ministé-rio Público, do Fórum e da OAB.

Para Rubens Borges, que tam-bém é membro do conselho con-sultivo da ADEP-MG, a visita daprimeira dama abriu um canal di-reto entre o judiciário e o executivomunicipal. “Esse estreitamentoserá muito importante para as pes-soas mais necessitadas, porquepoderemos dar soluções rápidasaos problemas de nossos assisti-dos”, comentou.

A primeira dama foi convidadaa se tornar “madrinha” da Defen-soria da comarca. O pedido foiprontamente aceito. “Agora, vamosbatalhar para a criação de um Fren-te Parlamentar no município”, avi-sou Rubens Luiz Borges.

Casamentos comunitáriospantes que variam de 17 a 65 anosde idade, integrou o grupo queteve de atender a alguns critériospara participar da cerimônia. Fo-ram aceitos casais que residem emIpatinga, vivem em regime deunião estável, têm filhos e são ca-rentes.

Itajubá - Em Itajubá, a cerimô-nia ocorreu em espaço público, emtendas montadas para a ocasião.Realizado também no sábado, 11de julho, o mutirão oficializou rela-ções estáveis de 102 casais. Cer-ca de 250 pessoas estiveram no lo-cal, uma vez que cada casal levoupadrinhos e familiares.

Noivos de Ipatinga ganharam bolo e flores

Defensores de Uberaba recebem Angela Mairink (esq.)

Itajubá oficializou 102 uniões estáveis

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Vitória contra práticaabusiva dos bancos

Boa Esperança - Apesar dasdificuldades que permeiam a atu-ação dos Defensores Públicos nasvárias regiões de Minas Gerais, al-guns profissionais têm demonstra-do que os entraves não são capa-zes de demovê-los da luta em ga-rantir a todos os cidadãos o direitoà Justiça. Um desses exemplosaconteceu na cidade de Boa Es-perança, quando a Defensoria Pú-blica interveio para que aposenta-dos e trabalhadores que contraí-ram empréstimos bancários nãotivessem a totalidade dos seus ren-dimentos bloqueados.

O imbróglio teve origem à me-dida que os devedores efetivaramcontratos de empréstimos consig-nados e, diante da incapacidadede quitar seus débitos, tiveram odinheiro das contas bancárias reti-do. “Comecei a ser procurado pelapopulação, que reclamava do blo-queio. Foram cerca de 600 pedi-dos. Como a demanda era muitogrande, decidi entrar com umaação civil pública para que a Justi-ça não permitisse esse procedi-mento”, relata o defensor público,Rodrigo Murad do Prado, atual-mente na comarca de Três Pontas.

Segundo o defensor, o juiz aca-tou a liminar garantindo que oscorrentistas tenham, no mínimo,30% do dinheiro à disposição, in-dependentemente do valor da dí-vida que possuam com os bancos.“Presume-se que 30% do salárioseja o necessário para que o cida-dão viva de forma digna e possasuprir suas necessidades básicas

de sobrevivência”, explica Prado.A decisão da Justiça teve

abrangência regional e contem-plou não somente Boa Esperança,Ilicínea e Coqueiral, como mais seiscidades da região. “Além disso,abrangeu todas as modalidadesde contrato que as pessoas têmcom os bancos e não se ateve ape-nas aos aposentados que possu-em empréstimos consignados”,completa.

UniãoEmbora tenha sido o autor da

ação, Rodrigo Murad ressalta, noentanto, que o resultado favorávelsó foi possível graças à atuaçãoconjunta com o colega Roger Vi-eira Feichas, da comarca de SãoLourenço. “Procurei o Roger, aquem considero o nosso especia-lista em ação civil pública, e issome ajudou muito. Ele já possuíamodelos de ações semelhantesque possibilitaram buscar subsí-dios para a tese”, reconhece.

Para o defensor, a coopera-ção entre os profissionais, espe-cialmente no interior do Estado,é fundamental para que outrasreivindicações tenham sucesso.“Muitas vezes os colegas se iso-lam, mas é importante que a gen-te se una para fortalecer a cate-goria. Devemos incentivar essetipo de intercâmbio e aproveitaros eventos que são promovidospara trocarmos informações.Sempre saímos cheios de ideiasdessas reuniões da classe”, ar-gumenta Murad.

REGIONAIS

O Defensor Público e Coor-denador Regional de Pouso Ale-gre, Cristiano Maia Luz, foi em-possado nesta quarta-feira, 22de julho, às 19 horas, no gabi-nete do Prefeito de Pouso Ale-gre, Agnaldo Perugini, junta-mente com diversas outras au-toridades e representantes dasociedade civil, como MembroConselheiro do COMAD - Con-selho Municipal Antidrogas.

Em seu pronunciamento, du-rante a solenidade, o Defensor

Defensoria de Pouso Alegreno Conselho anti-drogas

Prefeito Agnaldo Perugini (centro) o Defensor CristianoMaia Luz (esq.) e demais conselheiros.

Público ressaltou a importânciade cada uma das instituições,segmentos e entidades lá re-presentados.

Cristiano Maia também es-clareceu o papel da DefensoriaPública que, como agente po-lítico de Inclusão e transforma-ção social, poderá contribuirdentro do seu âmbito de atri-buições, no que for preciso,para ajudar no combate ao queele chamou de “câncer social”,que são as drogas.

Itanhandu - Parceria cele-brada entre a Câmara Municipalde Virgínia, localizada a 30 qui-lômetros de Itanhandú, na Serrada Mantiqueira e a DefensoriaPública, estenderá o atendi-mento jurídico gratuito ao mu-nicípio de pouco mais de novemil habitantes.

Em reunião realizada na Câ-mara dos Vereadores, no dia 22de junho deste ano, o defensorpúblico José Flávio Barreto Gon-çalves disponibilizou os serviçosde assistência jurídica gratuitada Defensoria Pública ao muni-cípio. Os parlamentares rece-beram a proposta com grandeentusiasmo e, por unanimidade,decidiram colocar à disposiçãoda Defensoria espaço físico etodo o material necessário aofuncionamento.

A presidente da Câmara Muni-cipal, Silvana Ribeiro Pereira Pin-to, agradeceu em nome da Casa

Defensor dacapital inspira

colega do interiore disse aguardar com grande ex-pectativa o início do atendimentoque “muito beneficiará os muníci-pes, especialmente os mais humil-des e carentes”, disse ela.

O defensor José Flavio Bar-reto afirma, que ao propor essaparceria à Câmara de Virgínia,inspirou-se no colega Hélio daGama que instalou recentemen-te, num trabalho pioneiro, umposto avançado da DefensoriaPública no Morro do Papagaio,em Belo Horizonte. De acordocom o defensor público, o mu-nicípio vive praticamente isola-do desde a queda de uma pon-te, há cerca de quatro anos. Aponte facilitava o acesso à Ro-dovia Federal e também ao mu-nicípio de Itanhandú, sede dacomarca. Em agosto, retornan-do de suas férias, José Flávioiniciará os trabalhos em Virgí-nia, com atendimentos uma vezpor semana.

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SEMINÁRIO DE EXECUÇÃO PENAL

Palestrantes de todo o País estão

confirmados em Belo Horizonte

Defensor PúblicoRodrigo Zamprogno

coordena o Seminário

Dando sequência à propostade procurar o maior número possí-vel de parlamentares e autorida-des em busca de apoio para a vo-tação no Senado do PLP 28 agoraPLC 137, que reorganiza a Defen-soria Pública no Brasil, Felipe So-ledade e Therezinha Aparecida deSouza, visitaram no dia 18 de julhoo senador Eduardo Azeredo(PSDB-MG) em seu gabinete emBelo Horizonte.

O senador ouviu atentamentea exposição dos diretores da ADEPe, ao final da reunião, prometeu seuapoio à causa.

Azeredo também recebeude Felipe Soledade o Diagnós-tico da Defensoria Pública deMinas que o presidente vem

Profissionais que atuam naárea de execução Penal em todoo Brasil foram convidados e par-ticipam no dia 25 de setembrodeste ano, no auditório da Câma-ra dos Diretores Lojistas de BeloHorizonte (CDL), do Seminário deExecução Penal que está sendoorganizado pela ADEP-MG.

Considerando ser a assistên-cia jurídica um direito de terceirageração e que mais de 90% dapopulação carcerária dependeda assistência jurídica da Defen-soria Pública, a Associação pro-põe discutir novas perspectivaspara a execução penal no Esta-do e no Brasil na busca de umamelhor prestação de serviços ju-

rídicos.Na coordenação do seminário,

Rodrigo Zamprogno, DefensorPúblico da Vara de ExecuçõesCriminais, professor de DireitoPenal, Processo Penal e Execu-ção Penal na Faculdade de Sa-bará, e, ainda, membro do Con-selho Consultivo da ADEP e mem-bro da Comissão de ExecuçãoPenal do Condege, aproveitousua participação em evento rea-lizado em Salvador para dar ini-cio aos contatos para a realiza-ção do seminário. “ A aceitaçãofoi imediata. Todos os profissio-nais convidados não só conside-raram de grande importânciaesta iniciativa da ADEP-MG como

se prontificaram a viajar a BeloHorizonte para participar doevento”, confirma Zamprogno.

A expectativa é de que cercade 150 profissionais com atuaçãonas diversas áreas da execuçãopenal participem do evento. De-fensores Públicos, Juízes de Di-reito, Promotores de Justiça, De-legados de Policia, Servidores doSistema Penitenciário, acadêmi-cos de direito, sociedade civil eimprensa especializada são opúblico-alvo do evento.

Defensor cria banco dedados para facilitar envio deinformações à Corregedoria

Com o objetivo de facilitar oenvio dos relatórios à Correge-doria Geral, o diretor-secretárioda ADEP-MG, Eduardo CavalieriPinheiro, criou um banco de da-dos (BADEP) que permite preen-cher automaticamente os anexosII e III do relatório da DefensoriaPública. O defensor optou porconceber o arquivo no programaBrOffice, por ser um aplicativogratuito e já instalado nos com-putadores da Defensoria. Alémdisso, há a opção de executá-lo

nos sistemas operacionais Linuxe Windows.

“O Banco de Dados dos De-fensores Públicos foi criado parafacilitar o preenchimento dos re-latórios a serem enviados à CasaCorrecional. Trabalhar no formu-lário é muito mais prático do quese preencher os dados no Word.Além disso, é mais rápido”, justi-fica Cavalieri.

O BADEP, explica o defensor,possui outras finalidades quepermitem ampliar sua área deatuação. “O banco de dadospode servir a outras finalidadescomo consultar o nome de umassistido e saber se ele já foiatendido pelo Defensor Público.Também é possível emitir relató-rios gerenciais, classificando osdados por nome do assistido,prestação, número do processoe ação”.

O arquivo está à disposiçãopara quem tiver interesse em uti-lizá-lo. “Produzi um material ex-plicativo para ajudar quem fortrabalhar com o banco de dados.Espero que a apostila e a ferra-menta nos ajudem na nossa ár-dua missão de levar cidadania ejustiça aos assistidos da Defen-soria Pública”, acredita EduardoCavalieri Pinheiro.

Defensor Público EduardoCavalieri, autor do BADEP

Diretoria da ADEP buscaapoio para votação

do PLP 28 no Senadodistribuindo sistematicamentea todas as autoridades do paísem reuniões agendadas embusca de apoio ou em ocasiõesespeciais, como no caso doMinistro do Supremo TribunalFederal, Gilmar Mendes, queesteve em Belo Horizonte nomês de junho, e, ainda, o presi-dente do PPS nacional, Rober-to Freire, presente na capital mi-neira para solenidade de filia-ção do ex-presidente da Repú-blica, Itamar Franco.

O vice-governador do estado,Antonio Augusto Anastasia, Se-cretários de Estado, deputadosfederais e estaduais, autoridadescivis e militares já receberam odocumento.

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FRENTE PARLAMENTAR

Câmaras de vereadores trabalhampelo apoio à Defensoria regional

Ubá - Após a criação daFrente Parlamentar de Apoio àDefensoria Pública (24/3), emBelo Horizonte, outras frentesforam instaladas no interior doestado. Ubá, no sul de MinasGerais, ganhou sua frente mu-nicipal no dia 18 de maio. Naocasião, os parlamentares res-saltaram que a medida se faznecessária devido à falta de es-trutura da Defensoria Pública

O MOVIMENTO PELA VALORIZAÇÃO DA DEFENSORIACRESCE EM VÁRIAS REGIÕES MINEIRAS

Pouso Alegre - Rapidez eunanimidade marcaram a cri-ação da Frente Parlamentar deapoio à Defensoria Pública emPouso Alegre, no dia 25 demaio. Em Sessão Ordinária daCâmara dos Vereadores, o de-fensor público Cristiano MaiaLuz apresentou na tribuna oDiagnóstico da Defensoria Pú-blica de Minas Gerais, elabo-rado pela ADEP – MG. Conclu-ída a apresentação, com grá-ficos e informações em Da-tashow, Cristiano fez uma sé-rie de abordagens pertinentespara, finalmente, reforçar a su-gestão de cr iação de umaFrente Parlamentar de apoio àDefensoria Pública. Na sequ-ência o vereador Raphael Pra-do, já de posse do instrumen-to formalizado de criação daFrente, leu na tribuna o referi-do documento e colheu assi-natura dos vereadores. No en-

na comarca, além da falta dedefensores para executarem agrande demanda de serviços.Vereadores que solicitaram acriação da frente lembraramque a Defensoria é responsá-vel pela assistência jurídica, ju-dicial e extrajudicial, integral egratuita a todo cidadão quenão tem condições de arcarcom as despesas de um advo-gado particular.

cerramento da sessão, o de-fensor Cristiano Maia agrade-ceu a criação da Frente Parla-mentar em nome da DPMG ede todos os assistidos, desti-natários finais do processo.Também representaram a De-fensoria Pública, no evento, osDefensores Gustavo CarvalhoCosta, Giselda Libânio Maia ea coordenadora local, RaquelRibeiro Costa.

O Defensor Público Cristi-ano Maia Luz foi surpreendi-do com o recebimento de umcomunicado enviado pelo ga-binete do governador AécioNeves quando da criação daFrente Parlamentar de Apoio àDefensoria Pública em PousoAlegre. Esta seria a primeiravez que o governo de MinasGerais se manifesta em rela-ção às iniciativas que têm porobjetivo fortalecer a Instituiçãoe seus profissionais.

Frente de Pouso Alegrechama a atenção do Governo

Em solenidade acompanhadapelo Defensor Público-Geral Bel-mar Azze Ramos e o presidenteda ADEP-MG, Felipe Soledade,foi lançada oficialmente a FrenteParlamentar de Apoio à Defenso-ria Pública de Minas Gerais deJuiz de Fora, com a aprovação de

Juiz de Fora também tem suaFrente de Apoio à Defensoria

todos os vereadores. Presidenteda Câmara Municipal, vereadorBruno Siqueira abriu a TribunaLivre, às 18 h do dia 14 de maio,dentro da sessão ordinária dodia, quando houve o lançamentooficial da Frente Parlamentar na-quela cidade .

Governador Valadares - Nomunicípio do Leste de Minas asituação é um pouco diferente.Partiu de um vereador, Lierte Jú-nior, do PMN, a iniciativa de pro-por a criação de uma frente par-lamentar de apoio à DefensoriaPública. O requerimento foi apre-sentado pelo vereador, na Câma-ra Municipal de Governador Va-ladares, no dia 2 de julho.

A iniciativa, de acordo com oparlamentar, foi motivada pelarelevância da Instituição para odesenvolvimento da cidade. Li-

Vereador propõe frente parlamentar

erte Junior entende que a Defen-soria Pública é essencial à fun-ção jurisdicional do Estado, res-ponsável pela assistência jurídi-ca, judicial e extrajudicial, inte-gral e gratuita aos necessitadosem todos os graus de jurisdição,daí a importância do apoio à Ins-tituição.

Coordenador regional daADEP em Governador Valadares,o defensor público Vinicius Lo-pes Martins e seus colegas dacomarca trabalham para que aproposta seja concretizada.

“Essa Frente Parlamentartem o objetivo de contribuirpara a melhoria das condi-ções de trabalho desta labo-riosa classe, principalmenteno tocante à qualidade doatendimento, garant indo oacesso gratuito do municípioà Justiça”, diz um trecho dorequerimento.

Uberlândia - A regional doTriângulo mineiro também ga-nhou Frente Parlamentar Mu-nicipal de Apoio à DefensoriaPública. O lançamento ocorreuna mesma ocasião em que eralançado pela Defensoria Públi-ca o projeto “Cidadania noseu bairro”.

Divinópolis - Ainda nomês de maio, foram instaladasFrentes Parlamentares nas co-marcas de Divinópolis e Cás-sia. Em Divinópolis,durante asolenidade no plenário da Câ-mara, o vereador Beto Macha-

do, autor do requerimento decriação da frente, elogiou o tra-balho dos defensores da regi-onal. De acordo com o verea-dor, a Frente vai ser um marcoda parceria iniciada entre o le-gislativo municipal e a Defen-soria Pública.

Cássia - No município deCássia, no sudoeste do es-tado, a Frente foi instaladano dia 28.

Ipatinga - Prestigiada pelaautora do requerimento quecriou a Frente Parlamentar Es-tadual de Apoio à DefensoriaPública, deputada RosangelaReis, a frente de Ipatinga, noVale do Aço, reuniu várias au-toridades locais e ainda, oDefensor Público-Geral, BelmarAzze, o Corregedor-Geral daDefensoria Pública de MinasGerais, Marcelo Tadeu de Oli-veira e o Presidente da ADEP,Felipe Soledade.

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DIA NACIONAL DA DEFENSORIA PÚBLICA

Defensor Público para quemprecisa. Justiça para todos

A ADEP, EM PARCERIA COM A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DEFENSORES PÚBLICOS (ANADEP) PRODUZIUFARTO MATERIAL PROMOCIONAL PARA A CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DO DEFENSOR PÚBLICO UTILIZADO

EM UMA SÉRIE DE EVENTOS COMEMORATIVOS, EM VÁRIAS REGIÕES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Vários eventos marcaram o DiaNacional da Defensoria Pública emMinas Gerais, comemorado no dia19 de maio. Em Belo Horizonte, aAssociação dos Defensores Públi-cos de Minas Gerais (ADEP-MG)realizou mutirão de atendimentodurante toda a manhã, na Praça daEstação, região central da cidade.Abriu exposição de fotografias re-lativa a atividades do Defensor Pú-blico mineiro e, ainda, participoude audiência pública na Assem-bleia Legislativa de Minas Gerais,distribuindo material informativo.

O atendimento na Praça da Es-tação contou com a participaçãode grande número de defensoresque foram autorizados pelo Defen-sor Público-Geral, Belmar Azze Ra-mos, a se ausentarem de suas ati-vidades para comparecerem aoevento. O Corregedor-Geral, Mar-celo Tadeu de Oliveira, tambémparticipou da atividade.

“Esta ação é de grande impor-tância para mostrarmos à popula-ção o papel da Defensoria Públi-ca. É preciso conscientizar a soci-edade de que é dever do Estadooferecer assistência gratuita dequalidade aos cidadãos carentes.Mas, deve-se lembrar também queé papel da sociedade exigir isso ”,avaliou Belmar Azze Ramos.

O presidente da ADEP-MG, Fe-lipe Soledade, ressaltou a impor-tância de se aproveitar a data paradar destaque à classe. “A data éde grande importância uma vezque, por meio de ações como estemutirão na praça, ganhamos visi-

bilidade. É nestas ocasiões que te-mos a chance de dizer quem so-mos, a que viemos e apresentar nos-sas necessidades”, frisou FelipeSoledade.

A deputadas Rosângela Reis,autora do requerimento que crioua Frente Parlamentar de Apoio àDefensoria Pública, em março des-te ano, também esteve na Praçada Estação e reiterou seu apoio àcausa do órgão.

“Sabemos que a luta da Defen-soria por melhores salários e porestrutura adequada é muito gran-de. E a nossa luta é para que oDefensor tenha melhores condi-ções de trabalho e para que tenha-mos mais defensores no Estado”,salientou Rosângela.

A deputada lembrou que o for-talecimento da Defensoria está in-trinsecamente ligado a uma socie-dade mais justa. “Esse evento éuma demonstração de cidadaniae nossa missão é garantir a todosos necessitados o acesso à Justi-ça”, argumentou.

Os profissionais prestaram ori-entação jurídica e distribuírammaterial informativo. Antes mesmode o atendimento começar, umafila já se formava e as pessoas bus-cavam solução para os mais diver-sos probelmas.

Banner, cartazes, outdoor, pan-fletos e camisetas com o tema dacampanha nacional “Defensor Pú-blico para quem precisa: Justiçapara todos” foram produzidos pelaADEP e distribuídos na capital eno interior.

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A mostra foi apresentada,em primeira mão, na Praça daEstação durante o mutirão deatendimento. Mais tarde, foimontada na Sala de Chá daAssembleia Legislativa de Mi-nas Gerais, que realizava au-diência pública com a partici-pação da Defensoria Pública.Na sexta-feira, 22 de maio a

Fotografias registram trajetóriada Defensoria Pública em Minas

FotoRod

Parlamentares mineiros vestema camisa da Defensoria Pública

DEPUTADA ESTADUAL FOI À PRAÇA DAESTAÇÃO REAFIRMAR O APOIO À CATEGORIA

A deputada Rosângela Reis(PV), que integra a Frente Par-lamentar de Apoio à Defenso-ria Pública, ratificou o compro-misso de contribuir para a va-lorização e o fortalecimento daInstituição. “A Defensoria Pú-blica é o mais importante ins-trumento de busca da igualda-de jurídica e de inclusão soci-al de que o Estado dispõe eprecisa estar presente e bem-estruturada em todos os gro-tões, onde já exista uma co-marca instalada”, salientouRosângela Reis, que preside afrente parlamentar.

À tarde, a di retor ia daADEP-MG retribuiu a visita.Compareceu à audiência pú-blica da Comissão de Direi-tos Humanos que discut iaquestões relativas ao progra-

ma Vila Viva, defendido pelaDefensoria Pública de MinasGera is . O pres idente daADEP-MG, distribuiu pessoal-mente aos parlamentares, so-bretudo os da Frente Parla-mentar, uma mídia contendoo Diagnóstico da DefensoriaPública em Minas Gerais rea-lizado pela própria Associa-ção. Soledade também dis-tribui camisetas da campa-nha nacional e solicitou aosparlamentares que a vestis-sem. Foi prontamente atendi-do por vários deputados.

O primeiro a vestir a cami-seta foi o líder do governo naALMG, deputado estadual Do-mingos Sávio do PSDB. Nãosó vestiu como discursou natribuna exibindo as cores daDefensoria Pública.

exposição foi para o hall da ro-doviár ia de Belo Horizonteonde permaneceu até o dia 15de junho.

Produzida pela Assessoriade Comunicação da ADEP-MG, com arte gráfica de Ma-theus Duarte (Yeah Criações),a exposição reúne, em quatropainéis de um metro e sessen-ta de largura por dois metrosde altura, cada um, textos in-formativos sobre a DefensoriaPública;fotografias históricasque retratam momentos inten-sos da luta da classe pela va-lorização da Defensoria Públi-ca e melhores condições detrabalho e, ainda, um Diag-nóstico da Defensoria Públicaem Minas Gerais, com mapase gráf icos, produzido pelaADEP-MG.

No hal l da rodoviár ia, amostra despertou grande in-teresse do público em trânsi-to no local.

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DIA NACIONAL DA DEFENSORIA PÚBLICA

Regionais também comemoramGovernador Valadares -

Um dos espaços públicos maisfrequentados da cidade, a Pra-ça dos Pioneiros, foi palco paraa divulgação dos trabalhos dosDefensores Públicos de Gover-nador Valadares e região. Pes-soas que passavam pelo localtiveram atendimento jurídico grá-tis e puderam se inteirar sobreas funções dos defensores.

Cinco defensores e 19 esta-giários da Defensoria Públicafizeram atendimentos e presta-

ram orientações à população.As comemorações foram en-cerradas com uma reunião comos diretores das associaçõesde bairros da cidade no audi-tório da Faculdade de Direito doVale do Rio Doce (Fadivale).Foram discutidas soluçõespara os problemas sociais queatingem a população. Cerca de150 pessoas passaram pelasmesas dos defensores públicosna Praça dos Pioneiros até ofinal da tarde.

Mais de 100 atendimentosrealizados no dia

Itajubá - Ampla coberturada imprensa local e mobiliza-ção dos defensores e da co-munidade marcaram o dia nacomarca de Itajubá. Durante oevento, foram realizados 109atendimentos (87 na área cívele 22 na área criminal), semprejuízo da participação em

audiências e cumprimento dosprazos processuais.

Quatro dias antes, os De-fensores Públicos da área cri-minal estiveram na Cadeia Pú-blica local prestando atendi-mento aos reclusos. A Açãodeu início à semana do Dia daDefensoria Pública.

População recebeuorientações e serviços

Ponte Nova - Com o apoiodo Juizado Especial, UAI, Ou-vidoria Municipal, Cartórios deRegistro Civil e Procon, a De-fensoria Pública de Ponte Novacomemorou mais cedo (09/05)o Dia Nacional com eventobatizado “Dia da Cidadania”.Durante a atividade, a popu-lação local e das cidades vizi-nhas recebeu orientações so-bre o funcionamento das ins-tituições, fez carteiras de iden-tidade, encaminhou reclama-ções e sugestões sobre servi-ços públicos municipais, entreoutros.

Os Defensores Públicos da

comarca, Fernanda de SouzaSaraiva, Maria Antonieta Riguei-ra Leal Gurgel e Rodolfo AlvesCosta e Evelyn Maria PereiraSanta Bárbara, mostraram-sesatisfeitos com os resultados.“Foi a primeira vez que realiza-mos esse tipo de atendimento.As pessoas ainda têm muitasdúvidas a respeito do trabalhoda Defensoria Pública e, às ve-zes, até a confundem com o Mi-nistério Público”, exemplificouEvelyn.

O Diretor Secretár io daADEP, Defensor Eduardo Cava-lieri Pinheiro, acompanhou oevento em Ponte Nova.

Cerca de 350 pessoasparticiparam do mutirão

Janaúba – Na comarca deJanaúba, o evento foi realiza-do no dia 27 de maio em par-ceria com a prefeitura local econtou com a participação darepresentante da regionalADEP Montes Claros, MaurinaFonseca Mota de Matos.

Durante todo o dia, houveorientação jurídica. A comu-nidade teve a acesso a servi-ços como emissão de cartei-

ras de identidade, CTPS e CPFs. O presidente da ADEP-MG, Felipe Soledade, partici-pou do mutirão no norte deMinas e elogiou o empenhoda defensora Claudijane dosSantos Gomes Ferreira, res-ponsável pela ação. “O even-to foi muito bem organizadoe teve uma resposta muitopositiva com tanta gente sen-do atendida.”

Ação em váriospontos da cidade

Juiz de Fora – Divulgar otrabalho da Instituição junto àpopulação foi o objetivo tam-bém na Defensoria Pública deJuiz de Fora ao promover ati-vidades no Dia da Nacionalda Defensoria. Os defensoresse dividiram em três grupospara ressaltar as ações da De-fensoria, no que se refere à atu-ação na distribuição de medi-camentos de alto custo. Na

ocasião, foram distribuídascartilhas informativas. Percor-reram os pontos de grandecirculação na cidade (PAM, He-mominas e Círculo Militar) ori-entando os cidadãos.

Além do contato com a po-pulação, a Defensoria de Juizde Fora participou de um de-bate promovido pela Rede Mi-nas, quando foi discutida a si-tuação da Instituição.

Passos – Mutirão nasede da Defensoria, insta-lada no Fórum da cidade,atendimento e orientaçãono presídio Aclimação fo-ram as atividades progra-

madas pelos DefensoresPúblicos de Passos. Coor-denada pelos defensoresMichel la Ferreira Pinto eMarcos Antônio Batista, aação atraiu.

Atendimento no presídio

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Inaugurada no mês de junho,a Casa da Cidadania instalada nacomunidade do Aglomerado San-ta Lúcia em Belo Horizonte, pelaDefensoria Pública de Minas Ge-rais criou no estado um novo con-ceito de atendimento à popula-ção com a primeira unidade daInstituição em uma favela brasi-leira e já vem apresentando bonsresultados.

Idealizador do projeto quedeve atingir cerca de 36 mil ha-bitantes que vivem nas cinco vi-las que compõem o aglomerado,o Defensor Público Hélio da GamaSilva apresentou um balanço par-cial da atividade da Casa da Ci-dadania em audiência pública naAssembleia Legislativa de MinasGerais, no dia 18 de julho. Comatendimentos de terça a quinta-feira, das 13h às 17h, no mesmoprédio onde funciona a EscolaMunicipal Ulisses Guimarães (ruaSão Sebastião, nº 153, Morro doPapagaio), a Casa da Cidadaniarecebeu em 18 dias de funciona-mento, de acordo com Helio daGama, 294 pessoas. Os casos

CASA DA CIDADANIA

Defensoria

sobe o morro

Os associados da ADEP-MG que gostam de ir ao Mi-neirão em dias de jogos tor-cer pelos seus clubes contamcom uma facilidade para ad-quirir os ingressos. Em razãode uma parceria com a Fede-ração Minei ra de Futebol(FMF), são disponibilizados 20bilhetes para as partidas rea-lizadas no “Gigante da Pam-pulha”. Os ingressos dãoacesso às tribunas, mas sãovendidos ao preço equivalen-te aos de cadeiras superiores.

Interessados devem entrarem contato com a ADEP parafazer a reserva, que está condi-cionada à quantidade disponi-bilizada pela FMF. Caso a car-ga se esgote, os defensoresainda têm a possibilidade decomprar os ingressos na bilhe-

teria 1 do estádio, medianteapresentação da identificaçãoprofissional.

VisitasAlém de facilitar sua ida ao

Mineirão, a ADEP-MG tambémquer levar o seu associado paraconhecer o centro de treinamen-to do seu clube do coração. Osassociados cruzeirenses interes-sados deverão entrar em con-tato com a Associação para quea visita seja agendada, de acor-do com a programação do timeda Toca da Raposa.

Já os atleticanos terão deesperar um pouco para co-nhecer a Cidade do Galo. Se-gundo a assessoria de im-prensa do clube, as visitasestão momentaneamente sus-pensas.

ADEP oferece facilidade para comprade ingressos em jogos do Mineirão

A Defensoria Pública deMinas Gerais, por intermédioda Defensora Ana Flávia Oli-veira Freitas, obteve sucessoem pedido de liminar para quea senhora S.A.F.L. possa reali-zar transplante de rim tendopor doadora sua cunhada,F.S.L. A cirurgia deve aconte-cer no mês de setembro, noHospital das Clínicas.

A assistida, moradora deBelo Horizonte, é portadora deinsuficiência renal crônica,doença que se caracterizapela perda lenta, progressivae irreversível das funções re-nais, e está em tratamento dehemodiálise desde 21 de de-zembro de 2006. Embora es-tivesse em condições de sesubmeter a um transplante ecadastrada na lista de espe-ra do Sistema Nacional deTransplantes, não encontroudoadores compatíveis emsua família, como prevê a lei.“Permite-se que a doação sejafeita por cônjuge ou parentesconsanguíneos até o quartograu. Não havia um doador

que atendesse a esses parâ-metros, mas a lei estende apossibilidade de doação paraqualquer pessoa, medianteautorização judicial”, explicaAna Flávia.

Decisão

Após realizar todos os exa-mes de compatibilidade e ava-liar os fatores de risco do re-ceptor e a possibilidade deêxito da cirurgia, verificou-seque F.S.L., cunhada da pacien-te, estaria apta à doação.

“Além dos exames de pra-xe, todos os documentos exi-gidos legalmente foram provi-denciados, inclusive o termode consentimento para doa-ção de rim”, informa a defen-sora.

Diante do cumprimento detodas as exigências legais, aDefensoria entrou com pedidode liminar na 14ª Vara Cível deBelo Horizonte, em abril des-te ano. No dia 23 de junho, oTribunal de Justiça deferiu aação e expediu alvará judicialautorizando o transplante.

SAÚDE

Paciente de Belo

Horizonte vai receber

rim da cunhada

mais comuns são da vara de fa-mília e criminal.

Ao Jornal do Defensor, o coor-denador do projeto disse que otrabalho vai bem, porém, muitoainda há por fazer. “A Defensoriajá existe, é uma realidade e já tema confiança do morro”, salientouHelio da Gama.

Defensor Público Helio da Gama

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Sem justiça, saúde e eduÉ O QUE DIZ ROBERTO FREIRE, PARA QUEM A FALTA DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA É TÃO PERNICIOSA PARA O

EXERCÍCIO DA CIDADANIA, QUANTO A PÉSSIMA EDUCAÇÃO, QUANTO A SAÚDE QUE NÃO É CONCEDIDA.

O presidente do Partido Po-pular Socialista, PPS, RobertoFreire, em entrevista exclusiva aoJORNAL DO DEFENSOR, pro-põe um “bom debate”, a partirda emenda constitucional, emtramitação no Congresso. “Ne-gociar com aqueles que contes-tam a necessidade da Defenso-ria Pública, como se ela fosse acriação de um grande passivono serviço público”. Esta seriaa grande oportunidade, em suaopinião, de se discutir “o queseria um bom serviço público eporque deve ser prestado, semter nenhum risco de você criarcorporações que venham criarproblemas para a própria ativi-dade pública em geral”. ParaRoberto Freire, esta é uma gran-de discussão que tem de ser fei-ta. Nosso entrevistado que jáfoi deputado federal, líder do go-verno Itamar Franco, hoje é pri-meiro suplente de Senador (o ti-tular é o senador Jarbas Vas-concelos, do PMDB), é também

o autor da Proposta de Emen-da 487 de 2005.

JD- O senhor é autor do PEC487 da Defensoria Pública esempre que possível, está pre-sente nas ações das Defensori-as. Alguma razão especial paraa sua atuação?

Roberto Freire - Fui desper-tado para isso na época da As-sembleia Nacional Constituinte.A presidente de uma Associa-ção de Defensores Públicos, li-gada ao Partido Comunista Bra-sileiro, tinha uma relação coma bancada do partido na Cons-tituinte. Depois deste contato,passei a ser, logicamente, umconstituinte vinculado, no mo-mento em que se discutia o pro-blema da advocacia, do PoderJudiciário, do Ministério Públicoe se começou a discutir tambémos problemas da DefensoriaPública. Era algo importantequando se discutia a mudança,

a competência, o próprio papeldo Ministério Público. Criar paraa cidadania, para aqueles quequase não se expressam comocidadãos, um maior acesso àjustiça e, nesse maior acesso,a capacidade do Estado de pro-ver uma melhor defesa, maio-res garantias dos direitos indivi-duais na sua representação,junto ao poder judiciário. En-tendendo isso como uma pres-tação de serviço importante, nomomento em que se discutia aampliação do Estado respeita-dor dos direitos humanos, tor-nou-se um dos aspectos quedeveria ser salientado naquelaoportunidade. Como líder doPPS, no início do Governo Lula,algumas ideias de reforma doEstado brasileiro do PPS foramapresentadas ao governo. Infe-lizmente, desde logo percebe-mos que esse governo não sepreocupava muito com nenhu-ma das reformas.

JD- A que o senhor atribuiisso?

Roberto Freire - Hoje, clara-mente, se sabe que este não éum governo das reformas e pe-sou o fato de a proposta vir doPPS. O PPS não era um partidoque o governo tivesse muito in-teresse em se relacionar. Pelomenos foi isso o que partido sen-tiu. De tal forma que suas críti-cas não eram levadas em con-sideração. O partido rompeucom o governo em 2004. Antesdisso, apresentei a proposta daDefensoria, dentro das váriaspropostas de reforma que o PPSpensava que o governo Lula po-deria implementar. Essa era umadelas, como tornar aquela ideiaque veio da constituinte em algomuito concreto, particularmentenos estados, que é onde vocêtem maior necessidade de ter ajustiça mais próxima do cidadãoe da cidadã. Junto a nós, traba-lhando conosco, havia um ad-vogado na assessoria do parti-do que fez um concurso para a

Defensoria Pública e passou. Eletambém ajudou nisso. Ele sabiada minha ligação partidária his-tórica na constituinte; conversa-mos sobre o pleito dos Defenso-res Públicos e fizemos esse pro-jeto que está tramitando.

JD- O senhor é advogadopor formação. Exerceu a advo-cacia antes da carreira política?

Roberto Freire - Formei-meem 1966 e só entrei na atividadepolítica a partir de 1974. Fiz ad-vocacia administrativa em umaprocuradoria do Incra. Atueicomo dativo na Justiça do Tra-balho. Como estudante, fize-mos a defesa de trabalhadoresnas juntas de conciliação e jul-gamento da Justiça do Traba-lho no interior de Pernambuco.Atuava no Partido ComunistaBrasileiro, PCB, ligado à Gregó-rio Bezerra, e à organização sin-dical. Um escritório ligado aoPCB dava também assistênciajurídica. Participei muito dessetrabalho. Isso antes do golpemilitar, quando eu era estudan-te do 2° e 3° ano de Direito, emnome da juventude do partido.Foi um período curto. Minha ati-vidade como advogado foi pe-quena, até mesmo porque de-pois de 1974, como deputado,eu só fui político. Não exerci ne-nhuma outra atividade, até mes-mo porque eu não julgo muitocompatível. Quando você é umparlamentar e também faz qual-quer outro tipo de coisa, vocêusa, mesmo não querendo, umcerto tráfico de influência. É nor-mal, mesmo que não queira.

JD- O senhor certamente nãodesconhece o fato de que hojeum Defensor Público, em iníciode carreira, ganha três vezesmenos do que um promotor dejustiça.

Roberto Freire - A questãode política salarial precisa sertratada com um certo cuidado.Na Constituinte, por exemplo,

ENTREVISTA

“MINHA ATIVIDADE COMO ADVOGADO FOI PEQUENA. DEPOISDE 1974, COMO DEPUTADO, EU SÓ FUI POLÍTICO. QUANDOVOCÊ É UM PARLAMENTAR E TAMBÉM FAZ QUALQUER OUTROTIPO DE COISA, VOCÊ USA, MESMO NÃO QUERENDO, UMCERTO TRÁFICO DE INFLUÊNCIA”

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ucação não há cidadaniacometeram-se alguns equívo-cos e fizeram algumas casca-tas. Se se aumenta salário emum determinado setor da ativi-dade pública, isso gera efeitose aumentam os salários de ou-tras categorias. Lembro-me deque quando fui líder do gover-no, um dos grandes dramas eraesse. Pela legislação, você nãopodia aumentar aquilo que vocêprecisava aumentar em funçãode uma prioridade determinada.Tivemos de fazer um contorcio-nismo pra poder dar um aumen-to na área da ciência e tecnolo-gia para a criação do Ministé-rio. E o Ministério da Ciência eTecnologia era uma prioridade.Você não podia ter cientistas epesquisadores com salários deum técnico. Por mais legítimo erespeitável que o exercício dafunção seja, é diferente o salá-rio de um pesquisador que, nomundo, é considerado um cé-rebro, e que os países mais de-senvolvidos, inclusive, costu-mam importar. Era necessário,naquele momento, ter o Minis-tério. Por isso, nós criamos umacategoria toda especial para po-der atender a esta demanda desalários: A questão salarial nosetor público não pode ser tra-tada de forma generalista. E,claro, ninguém pode ter diferen-ças salariais tão gritantes quedão lugar a isso.

JD- No caso da DefensoriaPública, há uma evasão impres-sionante da carreira. Os Defen-sores fazem concursos paraoutras áreas.

Roberto Freire - No Brasil, odesprestígio vem com a baixaremuneração. Isso atinge outrasáreas profissionais como a áreada educação, por exemplo. Odesprestígio gera o afastamen-to daqueles que poderiam me-lhor prestar serviço. Na Defen-soria, sem salário compatível,criou-se o espaço para essaevasão. Não se pode ter um ser-viço público só para vocaciona-dos. Tem de se dar dignidadetambém no trabalho.

JD- Hoje, a grande batalha

da Defensoria Pública, mais es-pecificamente da ADEP-MG, éjustamente a luta para equipa-rar os salários dos defensoresaos salários dos promotores,colocar os salários num nívelque permita ao Defensor traba-lhar com tranqüilidade. Muitosestão na função porque são vo-cacionados. O que impede aequiparação?

Roberto Freire - Isso depen-de de estado para estado. EmMinas pode haver isso e em ou-tro você tem, talvez, um salárioum pouco melhor, menos defa-sado em relação a outras fun-ções na área do poder judiciá-rio. Agora, claro, se aqui, em Mi-nas, a Defensoria reivindica aequiparação salarial, posso di-zer a você que em Santa Catari-na a reivindicação não é de sa-lário é pela criação da Defenso-ria Pública.

JD- E como está a mobiliza-ção , em Santa Catarina, pelacriação da Defensoria Pública?

Roberto Freire - O encontrofoi muito bom, do ponto de vis-ta do debate, das discussões.Lá houve debate, com coloca-ções interessantes, com repre-sentantes do poder judiciário,uma representante da Defenso-ria Pública de Porto Alegre, quelá, no Rio Grande do Sul, temuma boa organização. Senti quehouve pouca mobilização. Nãohavia uma quantidade de pes-soas representativas. De qual-quer maneira, houve a presen-ça da Defensoria Pública naci-onal. Fizemos um bom debate.Acredito que ajudou na luta,não sei se com o peso que ima-ginavam ou que eu pensei. Pos-so estar sendo precipitado, por-que eu não acompanhei a reu-nião na parte da tarde. Políticoscatarinenses presentes, que es-tavam lá, era o pessoal ligadoa mim, ao PPS. Mas, de qual-quer maneira, acho que valeu.

JD- O senhor disse antesalguma coisa sobre necessida-de de alterações na PEC desua autoria.

Roberto Freire – Sim, a Pro-posta de Emenda Constitucional(PEC) precisa de algumas adap-tações. Sei que algumas coloca-ções não são as mais corretas.Por exemplo, vitaliciedade. Dis-cute-se se deve ser concedidaaos juízes dos tribunais superio-res. Imagine isso para um servi-dor público, para um DefensorPúblico ou para o Ministério Pú-blico ou qualquer outro setor doserviço público. Colocamos aproposta, mas na verdade esteé um espaço para a negociaçãoque tem de ser feita. Deve-se teruma adequação. Negociar comaqueles que contestam a neces-sidade da Defensoria Públicacomo se ela fosse a criação deum grande passivo no serviçopúblico. A proposta de emendaconstitucional pode viabilizar umbom debate. Continuo dizendoque é necessário para a cidada-nia brasileira que você tenha aDefensoria Pública.

“COLOCAMOS A PROPOSTA, MAS É UM ESPAÇO PARA ANEGOCIAÇÃO QUE TEM DE SER FEITA. DEVE-SE TER UMAADEQUAÇÃO. NEGOCIAR COM AQUELES QUE CONTESTAM ANECESSIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA COMO SE ELA FOSSEA CRIAÇÃO DE UM GRANDE PASSIVO NO SERVIÇO PÚBLICO”

JD- Que tenha mas que sejavalorizada...

Roberto Freire - Exata-mente. Que Defensoria Públi-ca nos estados brasi leirosseja qualificada, bem remune-rada e que preste um bom ser-viço. O Brasil se ressente mui-to ainda do acesso a justiçapara a grande maioria da po-pulação. A Defensoria Públi-ca na área penal pode evitarque muitos cumpram penaque não existe, porque nãoforam apenados e, mais doque isso, evitar casos, comomuitos que se têm por ai, depessoas que já cumpriramsua pena ainda continuammofando em nossas abjetascadeias. A falta de assistên-cia jurídica é tão perniciosapara o exercício da cidadania,quanto a péssima educação,quanto a saúde que não éconcedida.

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A Constituição Federal de1988 reconheceu a DefensoriaPública como instituição essen-cial à justiça, ou seja, não hájustiça sem o Defensor Público.Mais recentemente, a Reformado Judiciário reconheceu à De-fensoria Pública autonomia ad-ministrativa e financeira. Valedizer, hoje a Defensoria é res-ponsável pela sua própria ges-tão. Minas Gerais é um dos mai-ores Estados da Federação,seja qual for o critério adotado.É o segundo colégio eleitoral doBrasil, o segundo maior PIB doBrasil. Porém, a Defensoria Pú-blica do estado apresenta os pi-ores indicadores de todas asDefensorias Públicas Estaduais.

O diagnósticoRegularmente, o Ministério

da Justiça divulga diagnósticosdas Defensorias Públicas detodo o Brasil. Já foram editadoso primeiro diagnóstico (2004) eo segundo (2006), o terceiro di-agnóstico encontra-se em fasede execução.

Minas Gerais, com seus 853Municípios, e 298 Comarcasconta com apenas 469 Defen-sores Públicos, para atender aosmais de 19 milhões de habitan-tes do Estado. São prestadosanualmente mais de 1 milhão e300 mil atendimentos todos osanos, na Defensoria Pública deMinas Gerais. Assim, o estadopossui a média de 41 mil habi-tantes por Defensor, bem acimado desejado pelo Ministério daJustiça na marca de 11.000 ha-bitantes por Defensor.

DIAGNÓSTICO

A Defensoria Pública pela ADEPEvasão na carreiraNos últimos 14 anos, mais de

839 Defensores Públicos foramnomeados. Destes apenas 390permaneceram na carreira. Oque equivale dizer que a cada12 dias um Defensor Públicoabandona a Defensoria Públicaem busca de melhor remunera-ção. Embora o Defensor Públi-co seja um verdadeiro agente detransformação social, em MinasGerais, nas 100 cidades compiores IDH, apenas 10 contamcom uma representação da De-fensoria Pública

ComarcasdesprovidasNas 298 comarcas existen-

tes em Minas Gerais apenas110 contam com alguma re-presentação da DefensoriaPública. Nestas localidadesou não há nenhum tipo de ori-entação e defesa dos cida-dãos pobres, ou este é feitode forma precária através deadvogados voluntários, sem ocompromisso e dedicação ne-cessários. Nas localidadesonde não há Defensor Públi-co, os cidadãos pobres são

atendidos pelos chamadosadvogados dativos, ou nome-ados. Além da discutível cons-titucionalidade do tema, o ser-viço é de qualidade pior e maisoneroso para os cofres públi-cos. Os advogados dativossão remunerados pelos CofresPúblicos com base em valo-res arbitrados pelos juízes, va-lores que não podem ser infe-riores ao valor corresponden-te da Tabela de HonoráriosMínimos da OAB/MG. Se umDefensor Público de Belo Ho-r izonte com produt iv idademédia fosse remunerado coma mesma tabela, receberia deR$ 50.000 a R$ 300.000 mês.Ou seja, é muito mais baratopara o Estado pagar um De-fensor Público, do que pagarum Advogado Dativo.

Sugestões da ADEPÉ claro que um problema

complexo demanda uma solu-ção complexa, mas é precisoenfrentar com coragem e cria-tividade um problema que afli-ge a maioria da população mi-neira. As soluções precárias epaliativas se mostraram carase ineficazes, portanto, acredita-mos que é preciso enfrentar oproblema com determinação.

Sol ici tamos, portanto, oapoio das autoridades estadu-ais e municipais em todas asMinas Gerais, para tornar a De-fensoria Pública uma institui-ção forte, capaz de garantir oexercício de direitos da popu-lação carente, em todas as co-marcas do Estado.

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Estima-se que, em 20 anos, o Bra-sil terá a sexta maior população ido-sa do mundo. Atualmente, segundoo IBGE, existem aproximadamente16 milhões de brasileiros acima de60 anos no país e, desse total, 10%vivem em Minas Gerais. A melhoriana qualidade de vida é a principaljustificativa para a mudança de per-fil. No entanto, a sociedade tem de-monstrado não estar preparadapara conviver com essa incipienterealidade. O preconceito e, sobretu-do, o desrespeito para com as pes-soas da terceira idade são os pro-blemas mais flagrantes.

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741)surgiu em 1º de outubro de 2003, vi-sando regular os direitos assegura-dos às pessoas com idade igual ousuperior a 60 anos. Mas, na prática,ainda há muito o que se fazer. Pararessaltar essas garantias, a ADEP, emparceria com a Defensoria Pública deMinas Gerais, a Associação Nacionaldos Defensores Públicos (ANADEP)

sa do idoso, criando uma rede deatendimento que ainda não existe.Em Juiz de Fora, essa rede funcionamuito bem. É uma das exceções nopaís e serve de referência”, diz Vidal.

Em Belo Horizonte, o Núcleo deProteção ao Idoso e à Pessoa comDeficiência funciona de segunda asexta-feira, das 8h às 18h e o defen-sor reconhece que a Instituição temimportante papel na garantia dosdireitos dos idosos.

Demanda excessiva, carênciade profissionais e estrutura defici-tária. Essa é a realidade vivida peladefensora pública Eliane Cristinada Silva para desempenhar seutrabalho e buscar solução para osmilhares de casos que se encon-tram na Defensoria Pública de BeloHorizonte, relacionados a tributos,medicamentos, desapropriação,entre outras áreas.

Desde 1996 na Instituição,adefensora entende que o atual ce-nário impossibilita que a Defenso-ria ofereça assistência adequadaaos cidadãos. “Temos uma deman-da muito grande e somente doisdefensores para cada Vara Muni-cipal. No momento, são cerca de3.000 processos em andamentomais as as novas pastas que sãoabertas diariamente. Além disso,temos de participar de audiênci-

as, acumulando ainda mais o tra-balho. Da forma como está, não te-mos condições humanas de aten-der”, constata a defensora.

Como não poderia ser diferen-te, a falta de estrutura reflete dire-tamente na vida dos assistidos. E,em alguns casos, o desfecho ines-perado provoca o sentimento defrustração. “Há ações de medica-mentos em que o processo se en-contra em tramitação e somos sur-preendidos da pior forma. Em 2006,por exemplo, entramos com umaação e, em maio deste ano, o filhodo assistido trouxe o atestado deóbito do pai”, conta Eliane.

Eliane cita, ainda, duas situa-ções que podem parecer irrele-vantes. Contudo, somadas às de-mais dificuldades do cotidiano,tornam-se empecilhos. “Não te-mos veículos para comparecer-

e o Conselho Municipal do Idoso, pre-tende realizar eventos sobre o temapara celebração da data.

“Queremos desenvolver açõesem áreas específicas. E, entre osmeses de agosto e setembro, reali-zaremos eventos relacionados à te-mática do idoso”, conta o defensorpúblico Varlen Vidal, que também émembro titular do Conselho Nacio-nal dos Direitos do Idoso (CNDI).

Embora o dia Nacional do Idososeja comemorado em 1º de outubro,as ações serão antecipadas, com oobjetivo de dar mais ênfase à causa.“Optamos por fazer antes, para ter-mos mais destaque. Vamos produ-zir uma cartilha, realizar um seminá-rio e promover um evento de divul-gação em um ponto de grande cir-culação de pessoas em Belo Hori-zonte”, explica Vidal.

Como um dos criadores do pro-jeto que implantou o Núcleo de Pro-teção ao Idoso na Defensoria Públi-ca da capital, o defensor entende

que o principal desafio para fazervaler o direito dos mais velhos é mos-trar que eles não devem ser tratadoscomo seres inúteis. E essa mudan-ça de paradigma deve ter a partici-pação da classe.

“Devemos mostrar que o idosopode se manter ativo na sociedadee não ser colocado no ‘canto’, comoum objeto inutilizado. A idade não éempecilho para que eles permane-çam produtivos e coloquem sua ex-periência a serviço da sociedade,fazendo política para cobrar os seusdireitos”, opina.

Posicionamentoe integraçãoSegundo Varlen Vidal, o proble-

ma mais recorrente é a agressãocontra esses seres que não mantêmmais o mesmo vigor físico de outrostempos. A violência doméstica, jus-tifica o defensor, teria relevânciamaior por estar diretamente relacio-nada à dependência entre o agres-sor e o agredido.

As dificuldades, contudo, só se-rão atenuadas se houver a partici-pação de todos os envolvidos. “Oideal é mobilizar os órgãos de defe-

mos às audiências. Como asVaras Municipais não ficam noFórum, temos de arcar com otransporte da sede para o lo-cal”, reclama. “Se precisamosligar para o celular de algumassistido, temos de dar expli-cações sobre a ligação. Presu-me-se que, se estamos ligan-do, é para tratar de questõesprofissionais”, completa.

Eliane entende que as solu-ções dependem de um esforçoconjunto. “Que a administraçãoabrace a ideia de tentarmosparcerias com o município e oestado, em busca de um cami-nho viável para desafogarmosa Justiça. Isso reduziria gastose seria bom para todos os en-volvidos: assistidos, Defenso-ria, município, estado e judici-ário”, opina.

RAIO X

Acúmulo de trabalhoe pouco material humano

Dia Nacional do Idoso teráeventos especiais em Minas

EMBORA O DIA NACIONAL DO IDOSO SEJA COMEMORADOEM 1º DE OUTUBRO, AS AÇÕES SERÃO ANTECIPADAS,

COM O OBJETIVO DE DAR MAIS ÊNFASE À CAUSA

Defensora públicaEliane Cristina da Silva

Defensor Público Varlen Vidal

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NOVOS CONVÊNIOS

Associados vão contarcom banco de negócios

ADEP-MG e o Banco Alfa S.A celebraramneste mês de julho convênio que colocará àdisposição dos defensores públicos de Mi-nas Gerais, associados, um banco para a rea-lização de investimentos e negócios. Ao con-trário dos bancos tradicionais, o Alfa não ofe-rece serviços de débito automático e paga-mento de contas de água, luz ou telefone. Édefinido como “banco de negócios”. O asso-ciado da ADEP contará com taxas de jurosespeciais e a possibilidade de, caso necessi-te, renegociar dividas existentes junto a ou-tras instituições bancárias. CDB (Certificadosde Depósito Bancário, título emitido pelosbancos); Fundos de investimento, Seguros,Financiamentos de bens de uso são algunsdos produtos oferecidos pelo Banco Alfa.

VII Congresso Brasileirode Direito de Família

Associados da ADEP terão condição es-pecial para participar do VII Congresso Brasi-leiro de Direito de Família

Uma parceria entre a ADEP-MG e o Insti-tuto Brasil de Direito de Família possibilitará aos Defensores Públicos associados partici-par do encontro que acontecerá de 28 a 31de outubro, em Belo Horizonte, com descon-to no pagamento das inscrições.

O VII Congresso Brasileiro de Direito de Fa-mília é considerado o maior evento brasileirosobre o tema. A expectativa é de que cerca de1.700 congressistas de todo o país participemdo encontro. Com o eixo-teórico “Família e Re-ponsabilidade”, pretende-se repensar o territó-rio da responsabilidade nas relações familia-res, na construção individual e estatal da cida-dania e no Direito de Família.

“Grande parte das demandas da Defen-soria Pública está vinculada ao Direito de Fa-mília. Por isso, fechamos esse acordo para queos profissionais possam trocar experiências etomar conhecimento das novas práticas e tra-balhos que estão sendo desenvolvidos naárea”, observa Alexandre Dutra, secretárioexecutivo do IBDFAM.

O primeiro lote de inscrições vai até o dia31 de julho e o investimento é de R$ 350. Pos-teriormente, o valor será majorado.

Livros comdesconto

Graças ao convênio assinado com a Lu-men Juris Livraria & Editora, o associado terádireito a um desconto de 40% na compra dequalquer título do catálogo da livraria-edito-ra. O contrato já está em vigor. Defensoresinteressados já podem se dirigir à loja (RuaAraguari, 359 - 2° andar / loja 53, no shoppingSavannah - Barro Preto).

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Convênios

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No ano inteiro , profissionais de todos osmeios de comunicação de Belo Horizonte se

veem, de alguma forma, às voltas com aAssociação dos Defensores Públicos.

Reivindicações, conquistas, campanhas devalorização da entidade e também da

classe, ações exitosas, casos polêmicos,vivenciados pelos Defensores Públicos

ganham, na maioria das vezes, destaquenos meios de comunicação. O contato dadiretoria da ADEP com os profissionais que

fazem a notícia é sempre rápido, o tempo deum off (na tevê, momento em que as imagensaparecem e se ouve a voz do repórter) ou de

uma passagem (o repórter aparece nocenário acrescentando ou finalizando a

reportagem). Ao promover a reunião queacabou ganhando clima de festa a ADEP tevepor objetivo conhecer de perto, em ambientedescontraído, livre do estresse do dia a dia,esses trabalhadores incansáveis, cuja rotinade trabalho costuma ser tão intensa quanto à

dos Defensores Públicos. As fotos são deLeandro Couri.

HOJE VOCÊ É A PAUTA

ADEP recebe imprensa da capital

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Igualdadeainda que tardia

Aparecida Meyer (*)

Ao nosso governador,que se mostrou bom gestor,a nossa admiração!

Estamos aqui reunidos,mas...nos sentindo oprimi-dos,e na maior frustração.

Com carreira programada,AUTONOMIA votada:é fé, trabalho e ação!

Como iremos nos firmar,se o salário não vai dar,p´ra esta DEDICAÇÃO?

Agora, os Defensores,como Juízes, Promotores,têm que cumprir sua missão.

Como ter dignidade,se não temos igualdade,na mesma situação?

Será que a ACUSAÇÃO,ou mesmo a DECISÃO,têm que ter peso maior?

Os poderes equilibrados,Todos estarão justiçados:Cumpriu o Estado a função!

Minas foi sempre pioneira,dos estados é a primeira,Exemplo de governança!

Não pode o Estado esquecer,do mais pobre proteger,com Justiça e Temperança.

Sr. Governador,

Agindo com sabedoria,haverá Paz e Harmonia,nestas Minas Gerais.Deus irá abençoar!...Depois de Governador:Presidente sim Senhor,Isto TUDO e muito mais!

Contamos com seuprecioso apoio!

* Aparecida Meyer éDefensora Pública aposentada

Parceria parasetor prisionalO vice-presidente da ADEP-

MG, Flávio Rodrigues Lelles,participou no Palácio da Liber-dade no dia 16 de junho, daassinatura do contrato da pri-meira Parceria Público-Privada(PPP) para o setor penitenciá-rio do país. Estava na mesajunto ao governador Aécio Ne-ves quando o governador e osdiretores do consórcio Gesto-res Prisionais Associados (GPA)celebraram a parceria que, namodalidade de concessão ad-ministrativa, prevê a construçãoe a gestão de um complexo pe-nitenciário com cinco unidades,três para abrigar sentenciadosem regime fechado e duas emregime semiaberto.

Eis a questãoO principal questionamen-

to dos Defensores Públicos dizrespeito à assistência jurídicaa ser prestada nesse novocomplexo penitenciário. Assis-tência jurídica é uma garantiaindividual fundamental e deveser prestada com exclusivida-

de pela Defensoria Pública nocaso daqueles que não tive-rem advogado ou mesmocondições de pagar um ad-vogado.

Gol de placaAção Cívil Pública da De-

fensoria Pública de MinasGerais, pedindo anulação doTermo de Ajustamento de Con-duta (TAC), assinado no dia25 de junho pelo MinistérioPúblico; pela Federação Minei-ra de Futebol; ADEMG; Polí-cia Militar de Minas Gerais;Polícia Civil; Corpo de Bom-beiros; Atlético e Cuzeiro Es-porte Clube, mudou o cursoda história e garantiu a torce-dores do Atlético mineiro oacesso igualitário na partidadisputada no domingo, 12 dejulho.

Fere o estatutoDe acordo com o TAC,

quem tiver mando de campoterá direito a 90% dos ingres-sos em dia de clássico no Mi-neirão. Neste caso,seria o Cru-zeiro a ter torcida majoritária no

estádio na partida que o Atléticovenceu por dois gols. O vice-pre-sidente da ADEP-MG, DefensorPúblico Flávio Rodrigues Lelles,afirmou que a deliberação con-traria o Estatuto do Torcedor (LeiFederal que acaba de completarseis anos) que confere ao torce-dor o direito de ir ao campo, comsegurança.

RENADEAs defensoras Roberta Lima

de Paula e Samantha Vilarinhoforam as contempladas e viajampara as atividades da II Oficinada Rede Nacional de Defesa daCriança e do Adolescente – RE-NADE- em Salvador (BA) queacontecem no período de 11 a14 de agosto. A II Oficina da RedeNacional de Defesa da Criançae do Adolescente é patrocinadapelo Instituto Latino-Americanodas Nações Unidas (ILANUD)para prevenção do delito e trata-mento do delinquente, em par-ceria com a Secretaria Especialde Direitos Humanos (SEDEH).O objetivo do evento é fortalecera defesa técnica dos direitos dacriança e do adolescente.

CURTAS

Nova parceria da ADEP-MG com a Qualicorpoferece seguro-saúde SulAméricapara seus associados e dependentes.

A Associação dos Defensores Pú-blicos de Minas Gerais uniu-se numarecente parceria com o Grupo Quali-corp, referência nacional em viabili-zação e gestão de benefícios coleti-vos para entidades de classe, o queatualmente representa mais de 500mil beneficiários nesse segmento.Essa parceria vem oferecer a todosos Defensores Públicos do Estado deMinas Gerais, com preços e condi-ções muito especiais, uma excelenteopção em benefício de assistênciamédica, na modalidade coletiva poradesão: o seguro-saúde SulAmérica.

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Um caso de hereditariedade

Nascida em Uberlândia, noTriângulo Mineiro, em meadosdos anos 1970, Marlene Alves daCruz Souto, chegou a Belo Ho-rizonte para concluir sua educa-ção formal. Cursou Direito naUFMG e mais adiante fez umapós-graduação em administra-ção na UNA. O início da carrei-ra se deu junto ao Governo deEstado. Advogada, Marlene foiassessora jurídica de três secre-tários de Estado de Planejamen-to, nos governos de AurelianoChaves e Helio Garcia. Aindano Governo foi encaminhadapara a Companhia de Proces-samento de Dados de MinasGerais, naquele tempo conhe-cida por EPRA, hoje, Prodemge.Casada com o engenheiro Do-mingos Souto, professor apo-sentado da UFMG e engenhei-ro aposentado do DER-MG,mãe de uma única filha que atu-almente cursa o último ano deDireito, Marlene afirma ter trans-mitido à filha a paixão pela De-fensoria pública. Hoje, continuatrabalhando para aqueles quenão podem pagar um advoga-do e ainda faz jus ao apelidoque lhe foi dado pelos colegas,anos atrás de “descascadora degrandes abacaxis”.

Como se deu essa passa-gem da Prodemge para a De-fensoria Pública?

Marlene – Antes de chegarà Defensor ia, t rabalhei naProcuradoria Geral do Esta-do, no departamento jurídico,por quatro anos. Lá, em 1987,fiz a opção pela Defensoria.Eu não gosto de perder açãoe no governo do Newton Car-doso só perdia. Não paga-vam os direitos do funciona-

PERFIL

APAIXONADA PELAS CAUSAS SOCIAIS, MARLENE SOUTO INGRESSOU NA

DEFENSORIA PÚBLICA E HOJE VÊ A ÚNICA FILHA SEGUIR SEUS PASSOS

lismo. Aquilo foi me incomo-dando, decidi ir para a Defen-soria Pública.

Valeu a pena?

Marlene - Ganhei muito comisso. Na Defensoria Pública,aperfeiçoei meus conhecimen-tos. Creio que a Defensoria Pú-blica é um lugar onde a gentetrabalha e ao mesmo tempoaprende. E há também a satis-fação de estar sendo útil àspessoas. Não havia outra alter-nativa pública para o cidadãocarente ter reconhecidos osseus direitos. Antes de me apo-sentar, em 1995, começamos oprojeto de voluntariado no Jui-zado da Vara de Infância e daJuventude. Nesse período, meuobjetivo era conseguir famíliassubstitutas para crianças queestavam institucionalizadas naFEBEM. Conseguimos famíliaspara mais de 100 crianças.

Com a aposentadoria aban-donou esse trabalho?

Marlene - Não, continuo.Além de trabalhar nos projetossociais do Rotary, continuo ad-vogando sem cobrar nada paraatender a pessoas que me pro-curam e não podem pagar.Atuo em um número menor deprocessos, mas continuo bemativa. Minha formação religiosame faz crer que a gente vem aomundo para servir, lógico queprecisamos do dinheiro parasobreviver, mas o meu focosempre foi este: servir.

A senhora é citada peloscolegas como uma profissio-nal de grande peso cultural...

Marlene – Eu sempre estu-dei muito no intuito de fazer bemo meu trabalho. Naquele temponão havia estrutura nenhuma,usávamos nosso próprio dinhei-ro e mesmo assim me sentia re-alizada. Sem estrutura era pre-ciso estudar muito mais, paraaprofundar os conhecimentos.Eu era muito entusiasmada

com o trabalho da DefensoriaPública e ainda contava com oapoio incondicional do meumarido. Hoje, vejo que minhafilha herdou esse meu entusias-mo. Cursando o último ano deDireito viveu inicialmente aque-la atração comum aos jovensacadêmicos de Direito pela áreaCriminal. Teve a oportunidade deestagiar com a Dra. MarolintaDutra, de quem é uma grandeadmiradora, depois, perceben-do que não podia ficar só lá,que necessitava passar por ou-tras áreas, foi para a vara deFamília onde é estagiária da DraAlessandra Eler. Hoje, é bastan-te entusiasmada com a manei-ra como trabalha a Alessandra.

A senhora também é lem-brada pelos seus contemporâ-neos como a “descascadorados mais difíceis abacaxis”. Deonde veio essa fama?

Marlene - Acontecia quechegavam muitos processoscomplicados, do tipo “abacaxi”;ninguém queria pegar. Eu dizia:pode passar pra mim, eu pego.Descascava mesmo todo pro-cesso abacaxi. Eu nunca fui até

o meu chefe para dizer que nãofaria. Tudo o que demandavapesquisa, vinha pra mim. Eu mededicava, ficava até tarde. Ca-sos inéditos, proibitórios, açõesde usucapião... quanto maisdifícil, mais eu gostava.

Que conselho a senhoradaria aos jovens que estão ini-ciando carreira na DefensoriaPública?

Marlene – Primeiro, eu diriaa esses jovens que, se forem re-almente interessados e gosta-rem dessa profissão, serão re-compensados. Não financeira-mente porque o seu cliente nãotem nada a oferecer além do ca-rinho e da gratidão. Depois, cha-maria a atenção para a grandeluta que nós, os mais velhos, ti-vemos que empreender paraque a Defensoria e também aADEP chegassem no patamarem que se encontram. Nãohavia nada do que estamos ven-do hoje, mas ainda há muito oque fazer. Que eles não se aco-modem e continuem lutandopara crescer ainda mais e paraque se conquiste a tão sonha-da valorização da carreira.

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Decoração caprichada, buffet impe-cável, um grupo de dança de quadrilhaprofissional e a presença de cerca de 120defensores públicos foram os ingredien-tes da receita de sucesso da festa julhinarealizada na sede da Associação, em BeloHorizonte, na noite de 11 de julho. Coor-denado pela diretora social da ADEP, The-rezinha Aparecida Souza, com a partici-

ARRAIÁ DA ADEP

Associados e seusfamiliares entramno clima julhino

pação da Diretora Tesoureira Renata Si-meão, da diretora para assuntos instituci-onais, Ana Paula Machado, a DefensoraPública Alessandra Eler e o apoio indis-pensável de Patrícia Doheler, o arraiá tevecomo ponto alto a alegria e o colorido docelebrado grupo de dança de quadrilhaPerna Bamba. Você confere aqui nas fotosde Leandro Couri.