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O controle social e os desafios O controle social e os desafios dos sindicatos e dos movimentos dos sindicatos e dos movimentos sociais na defesa da saúde dos sociais na defesa da saúde dos
trabalhadorestrabalhadores
Luiz Carlos Fadel de VasconcellosLuiz Carlos Fadel de Vasconcellos
Maio 2011Maio 2011
Durante a Revolução Industrial, no início do
século XIX, o direito trabalhista surge pois
a ausência de regras contratuais entre
trabalho e capital levava a exploração
ilimitada do corpo trabalhador, colocando
em risco o próprio desenvolvimento do
capitalismo industrial.
A luta pela saúde no trabalho desenvolvida pelos
trabalhadores tem duas vertentes.
Uma, a luta pela saúde de forma indireta, inespecífica,
cujo objeto da reivindicação se situa nas condições
salariais e de relações de trabalho, em que a questão
do risco à saúde não é pautada em sua especificidade.
Outra, a luta pela saúde de forma explícita, direta,
específica, em que a questão do risco à saúde é a
prioridade
da agenda de reivindicações.
O primeiro movimento mais organizado de
luta dos trabalhadores foi contra as
máquinas,
em 1811, na Inglaterra.
O ludismo surge como um movimento que
ganha expressão por sua reação contrária à
mecanização do trabalho.
Os “quebradores de máquinas”, luditas,
tinham como argumento para as invasões
das fábricas e destruição das máquinas a
substituição da mão de obra, as extensas
jornadas de trabalho e a concorrência
econômica das fábricas mecanizadas com o
trabalho artesanal.
Em 1812, o Parlamento Inglês aprova uma
lei que condenava à morte os quebradores
de máquinas, fato que acabou acontecendo
no mesmo ano.
O movimento perdeu força e deu lugar a
novas formas de manifestação. (Huberman, 1984; Borges, 2006)
Em 1825, a União dos Fiadores de
Algodão é criada em Manchester, na
Inglaterra, representando o que parece
ter sido o primeiro sindicato organizado
com o caráter que conhecemos hoje. (Giannotti, 2007)
Nos primórdios do sindicalismo, o caminho
trilhado era o da luta pela expansão do direito
do trabalho,
que seria o instrumento capaz de diminuir a
exploração do trabalho.
Conquistas alcançadas em contextos
geopolíticos específicos consolidavam o direito
do trabalho como superestrutura política
tampão dos conflitos sociais.
O surgimento de ideologias políticas que vão
mudar a face do mundo, ao longo do século XIX,
impulsionam o sindicalismo no mundo
industrializado.
A luta por melhores condições
de trabalho se vincula à luta política pela
transformação do Estado Capitalista.
Desde 1829 havia uma luta
pela jornada de oito horas de
trabalho.
1º. de Maio de 1886
oito horas para o trabalho,
oito horas para o sono e
oito horas para a casa
A Federação Americana do Trabalho, de
origem anarco-socialista, em seu 4º Congresso
decidiu que a partir de 1º de maio de 1886 a
duração da jornada de trabalho passaria a ser
legalmente de oito horas. Caso a reivindicação
não fosse acatada, os trabalhadores fariam
uma greve geral.
A grande imprensa rotulava o movimento
operário pelas oito horas de trabalho como
“indigno e desrespeitoso”, “delírio de
lunáticos pouco patriotas”, e dizia que pedir
isso era “o mesmo que pedir que se pague
um salário sem cumprir nenhuma hora de
trabalho”.
O Chicago Tribune assinalava:
“O chumbo é o melhor alimento para
os grevistas. A prisão e os trabalhos
forçados
são a única solução possível
para a questão social.”
Chicago Tribune, de 23/11/1875:
“Todos os postes de luz de Chicago
serão decorados com o esqueleto de
um socialista, se é necessário, para
evitar que se propague o incêndio e
para prevenir qualquer
tentativa subversiva.”
Chicago, 1º de maio de 1886, 200 mil
trabalhadores iniciam a greve, e outros
200 mil ameaçam parar. As
mobilizações se seguiram nos dias 2 e 3
de maio.
1ª foto
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://fotos.sapo.pt/topazio1950/pic/000qw82b&imgrefurl=http://sancha.blogs.sapo.pt/77469.html&usg=__uNZhU2aZMogDmc8Qgll_1OQSJJM=&h=513&w=800&sz=173&hl=pt-BR&start=0&zoom=1&tbnid=GTP8mxUw0Ggh8M:&tbnh=144&tbnw=207&ei=sNC9Tb6mNM2RgQfR0eTaBg&prev=/search%3Fq%3D1o%2Bde%2Bmaio%2Bde%2B1886%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1007%26bih%3D606%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=131&vpy=98&dur=5756&hovh=180&hovw=280&tx=54&ty=204&page=1&ndsp=13&ved=1t:429,r:0,s:0
A repressão violenta culminou com
várias mortes, prisões e o
enforcamento
de alguns líderes.
No final do mesmo mês de maio alguns
setores patronais adotaram a jornada
de 8 horas de trabalho.
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://passapalavra.info/wp-content/uploads/2009/04/haymarket.jpg&imgrefurl=http://passapalavra.info/%3Fp%3D3162&usg=__CWI_iD9_jRo_pq9Ugysk0c0N95A=&h=303&w=450&sz=48&hl=pt-BR&start=0&zoom=1&tbnid=7kiIPSBQwFWHcM:&tbnh=144&tbnw=226&ei=w9G9TbaWDo2dgQeKp8mWBw&prev=/search%3Fq%3D1o%2Bde%2Bmaio%2Bde%2B1886%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1007%26bih%3D606%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=707&vpy=100&dur=3011&hovh=184&hovw=274&tx=62&ty=206&page=1&ndsp=13&ved=1t:429,r:3,s:0
No Congresso Operário Socialista da Segunda
Internacional, celebrado em Paris em 1889,
o 1º de maio passou a ser uma jornada de luta
reivindicativa e de homenagem aos
Mártires de Chicago,
sindicalistas anarquistas e socialistas.
Nos Estados Unidos não se celebra
o dia do trabalho nesta data.
Dia Internacional da Mulher. Durante a II
Conferência Internacional de Mulheres,
realizada na Dinamarca, em 1910, foi
proposto o dia 8 de março como data
oficial declaratória, décadas depois sendo
oficializada pela Organização das Nações
Unidas (ONU).
Uma greve numa fábrica de tecidos no dia 8 de
março de 1857, em Nova Iorque, desencadeada
por mulheres operárias, encaminhava como
reivindicações a redução da jornada de trabalho
de 14 para 10 horas, a equiparação salarial aos
homens (as mulheres chegavam a receber
apenas 1/3 do salário masculino nas mesmas
atividades), licença maternidade, e condições
de trabalho menos degradantes.
Reprimidas brutalmente pela polícia, as
operárias buscaram refúgio na própria
fábrica, onde foram trancafiadas e, em
seguida, incendiadas. As 129 mulheres
operárias que estavam no interior da
fábrica morreram queimadas.
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_FpKCNyay7NQ/S5WrktftARI/AAAAAAAAACI/lKQ7kagA1GI/s320/Dia_da_Mulher_2.jpg&imgrefurl=http://blogdoactual.blogspot.com/2010_03_01_archive.html&usg=__mwjTMcbZ8cvRNDVPqugRn4Yqww4=&h=217&w=320&sz=27&hl=pt-BR&start=159&zoom=1&tbnid=RTbi1t6VhXj9DM:&tbnh=132&tbnw=179&ei=ntq9Tc7ZL4HPgAfM-IzrBA&prev=/search%3Fq%3D8%2Bde%2Bmar%25C3%25A7o%2Bde%2B1857%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DX%26biw%3D1021%26bih%3D606%26tbm%3Disch0%2C5367&itbs=1&iact=hc&vpx=243&vpy=293&dur=2902&hovh=173&hovw=256&tx=141&ty=98&page=12&ndsp=15&ved=1t:429,r:11,s:159&biw=1021&bih=606
As primeiras lutas sindicais
brasileiras
Lutas operárias brasileiras anteriores ao 1º de maio de 1886 –
greves e manifestações políticas por direitos
1791 - Rio de Janeiro - Oficinas Casa Armas Marinha Imperial1815 - Recife - Pescadores1854 - Rio de Janeiro - Ferroviários primeira estrada de ferro
Barão de Mauá1858 - Rio de Janeiro - Gráficos (conquistaram a impressão do
Jornal dos Tipógrafos)1863 - Rio de Janeiro - Ferroviários 1877 - Santos - Portuários (criada a Sociedade União Operária)1881 - Ceará - Jangadeiros recusam-se a transportar escravos
Lutas operárias brasileiras posteriores ao 1º de maio de 1886 – greves e manifestações políticas por direitos
1890 - São Paulo - Tentativa de criação de um partido operário 1891 - São Paulo - Edição de número único do jornal 1º de Maio1891 - Pernambuco - Projeto legislativo pela jornada de oito horas1892 - R. Janeiro - Tentativa de criação de um partido socialista1894 - São Paulo - Prisão de anarquistas e socialistas que realizaram a 2ª
Conf. Socialistas Brasileiros, aprov. resol. da Internacional p/ o 1º de maio1895 - Santos - Primeira comemoração do 1º de maio pelo Centro
Socialista1898 - São Paulo - Mobilização anarquista 10 cidades SP pelo 1º de maio1901 - R. Janeiro - Greve de trabalhadores de pedreiras pelas oito horas1903 - Brasil - Greves generalizadas pelas oito horas
Lutas operárias brasileiras posteriores ao 1º de maio de 1886 – greves e manifestações políticas por direitos
1906 - R. Janeiro - Congresso da Federação Operária R. Janeiro, associações e sindicatos de vários estados, aprovando que “Em 1º de maio de 1907 se faça uma greve pelas oito horas”
1906 - Jundiaí - Greve ferroviários, duas semanas, pelas 8 horas é reprimida. A força pública fere centenas e mata 12 trabalhadores
1907 - São Paulo - Manifestação operária Praça da Sé em 1º de maio. Ocupação policial. Greve generalizada na capital e cidades vizinhas
1907 - R. Janeiro - Leis repressivas aos trabalhadores, como a deportação de “agitadores” brasileiros para o Oiapoque e a expulsão de estrangeiros (Lei Adolfo Gordo)
Lutas operárias brasileiras posteriores ao 1º de maio de 1886 – greves e manifestações políticas por direitos
1907 - Porto Alegre - Greve geral conquista nove horas 1908 - R. Janeiro - Paralisação Companhia de Gás 5 dias com
blackout na cidade1908 - R. Janeiro - Anarquistas e socialistas fazem oposição à
tentativa do governo e dos patrões para transformar o 1º de maio em feriado e esvaziar os movimentos
1912 - Minas Gerais - Diversas e longas greves1917 - São Paulo - Greve geral um mês contra a “carestia de
vida”. Os grevistas ocupam acessos à cidade, da distribuição de alimentos e da organização urbana
Lutas operárias brasileiras posteriores ao 1º de maio de 1886 – greves e manifestações políticas por direitos
1919 - R. Janeiro - Em 1º de maio, mais de 60 mil grevistas (cerca de 10% da população da capital) exigem as oito horas ao som de “A Internacional”
1919 - Recife; Porto Alegre - Greves insurrecionais (barricadas, mortos, feridos e presos)
1919 - Salvador - Greve geral pelas oito horas 1924 - Brasil - Sem as oito horas, comunistas, socialistas e anarquistas
continuam as comemorações de luta no dia dos trabalhadores1929 - R. Janeiro - 20 mil pessoas na Praça Mauá comemoram o 1º de maio,
lideradas pelo Partido Comunista, que continuava na ilegalidade1930 - R. Janeiro - Tentativa de ato público em 1º de maio na Praça Mauá é
reprimida e dissolvida com violência e prisões.
A Voz do Trabalhador (da COB, anarquista) – o mais importante periódico da imprensa operária – defendia a
redução da jornada de trabalho para 8 horas, relacionando-a com a preservação da saúde.
O caráter cientificista do anarquismo brasileiro explicava a fisiopatogenia da fadiga e suas consequências para a
saúde, como a associação com a frequência de acidentes de trabalho e com a morte prematura,
descrevendo experimentos animais que comprovavam que o organismo submetido ao trabalho extenuante
produzia substâncias tóxicas. (Fausto, 1977; Soares, 1985, p. 82)
As ações políticas e atividades sindicais do
anarquismo no Brasil, no começo do século XX,
foram fundamentais para a fixação de alguns
dos direitos trabalhistas individuais
e coletivos atualmente vigentes.
Na raiz destes direitos estão
as greves entre 1900 e 1917.(Mendes, 2009)
A Lanterna1º de Maio de
1916
O cenário de greves se mantém em 1920, mas surgem novos atores: os sindicalistas
católicos, também chamados de “amarelos”. Dispostos a negociar com os patrões, aceitando acordos muito aquém das
reivindicações, agiam contra as greves e levaram
ao fracasso muitas lutas. (Giannotti, 2007, p. 71)
Em 1924, para desmobilizar os movimentos
reivindicatórios, o governo decreta feriado
em 1º de maio.
Mas, somente a partir de 1932 (Decretos
21.186 e 21.364, de 22 de março e 4 de
maio), é decretada, apenas para os
trabalhadores urbanos do comércio e da
indústria, a jornada de oito horas. (Sicon, 2010; Giannotti, 2007)
Na década de 1920, pela “necessidade” de combater
a União Soviética – inimiga universal do capitalismo –,
iniciativas pontuais no sentido de conciliar dissídios
entre empregados e empregadores são tomadas,
como a criação dos “Tribunais Rurais”, em São Paulo,
em 1922, e do
“Conselho Nacional do Trabalho”, em 1923.
Outra ação limitada, atendendo a demandas
específicas,
foi a instituição das Caixas de Aposentadoria e
Pensões
(Lei Eloy Chaves), em 1923, para os ferroviários e,
em seguida, para outras categorias profissionais.
- Criação da Organização Internacional do Trabalho (1919)- Criação da Organização Internacional do Trabalho (1919)
- Perda gradativa do referencial anarquista- Perda gradativa do referencial anarquista
- Partido Comunista criado e logo colocado na ilegalidade- Partido Comunista criado e logo colocado na ilegalidade
- Sindicatos amarelos católicos, sob inspiração da Encíclica - Sindicatos amarelos católicos, sob inspiração da Encíclica
Rerum Novarum, do Papa Leão XIII Rerum Novarum, do Papa Leão XIII
- Primeiras concessões trabalhistas e previdenciárias- Primeiras concessões trabalhistas e previdenciárias
Da Greve de 1917 a 1930Da Greve de 1917 a 1930
A ERA VARGAS
Algumas semanas após sua posse, ainda em 1930,
o governo revolucionário de Getúlio Vargas cria o
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio
(MTIC) para “concretizar o projeto do novo regime
de interferir sistematicamente no conflito entre
capital e trabalho”.
(FGV, 1997)
Logo, foram editadas leis referentes à organização
sindical, como
o Decreto 19.770, de 19 de março de 1931 (Lei de
Sindicalização),
e a direitos trabalhistas, mas o ministro explicitava
publicamente
sua concepção de que os sindicatos eram instrumentos de
mediação de conflitos entre patrões e empregados e
visava a
seu controle pelo Estado. De um lado, buscava atender
às demandas históricas do proletariado; de outro, pregava
a ideologia de que o Estado concederia os direitos
trabalhistas
como dádiva aos trabalhadores.
(Sicon, 2010)
Getúlio Vargas, em pleno regime ditatorial do
Estado Novo, inaugura a Justiça do Trabalho
no dia
1º de maio de 1941 (Decreto 6.596 -
12/12/1940),
e, em 1943, cumprindo promessa de
campanha, promulga, também em 1º de
maio, a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), através do
Decreto-Lei 5.452.
Legenda da Folha: "Getúlio Vargas participa das comemorações do dia do Trabalho, em 1º de maio de 1944, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo" (crédito: CPDOC / Fundação Getúlio Vargas).
Características do período pós-Vargas até o Golpe Militar Brasileiro (1954-1964)
- Social-democracia / welfare state - manutenção do capitalismo e concessão aos trabalhadores, p/ evitar revoluções comunistas
- Influência da Guerra Fria partidarizando o movimento sindical
- Organização dos trabalhadores camponeses
- Luta dos sindicatos comunistas pelas reformas de base
- Criação da central sindical (Comando Geral dos Trabalhadores),
em 1962
- Em 1962, as Ligas Camponesas e a organização sindical rural são
legalizadas, e em 1963 é criada a Confederação Nacional dos
Trabalhadores Agrícolas - Contag.
No período desenvolvimentista dos anos JK, as incontáveis greves do operariado sob influência de
comunistas, levou os Estados Unidos a atuarem diretamente no movimento sindical, através
do Instituto Americano para o Desenvolvimento do Sindicalismo Livre (Iadesil).
O Iadesil, órgão da Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres (CIOSL), treinou 30 mil
dirigentes sindicais em cursos de formação sindical, que, na verdade, preparava-os para a adesão ao futuro golpe
militar de 1964.(Giannotti, 2007)
Fonte: JB online. O último comício de Jango. Disponível em: <http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=7515>; captado em: 29-5-2010.
Sexta-feira 13 de Março de 1964
O Silêncio dos O Silêncio dos MovimentosMovimentos
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http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.culturamix.com/wp-content/uploads/2010/12/O-Golpe-Militar-de-1964.jpg&imgrefurl=http://www.culturamix.com/cultura/politica/regime-militar&usg=__ul1hTQET-7TR5CIMXLR1nvvap24=&h=294&w=450&sz=24&hl=pt-BR&start=0&zoom=1&tbnid=GmJ_Srk59zQqJM:&tbnh=114&tbnw=175&ei=Pxq-TdyNIoXYgQffg8y1Bw&prev=/search%3Fq%3DGolpe%2BMilitar%2Bde%2B1964%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1021%26bih%3D606%26gbv%3D2%26tbm%3Disch&itbs=1&iact=hc&vpx=661&vpy=129&dur=203&hovh=181&hovw=278&tx=169&ty=99&page=1&ndsp=15&ved=1t:429,r:3,s:0
As lutas pela saúde enquanto
prioridade da agenda de
reivindicações
Fatos marcantes na luta pela saúde do Fatos marcantes na luta pela saúde do
trabalhador no Brasiltrabalhador no Brasil
- O Movimento pela Reforma Sanitária- O Movimento pela Reforma Sanitária
- A influência do Modelo Operário ItalianoA influência do Modelo Operário Italiano
- A A criação em São Paulo, em 1979, da Cisat (Comissão
Intersindical de Saúde do Trabalhador), que foi responsável
pela organização das primeiras Semsat (Semanas de Saúde do
Trabalhador) ainda em 1979 e pela criação, em 1980, do Diesat
(Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e
dos Ambientes de Trabalho)
Intercâmbio estabelecido entre técnicos, sindicalistas
brasileiros e italianos, iniciado com a vinda de
Giovanni Berlinguer ao Brasil, em 1978, ajuda a
disseminar a proposta do MOI, método de intervenção
contra a nocividade do trabalho desenvolvido pelos
operários italianos, apoiados por técnicos militantes,
no final dos anos 1960, sendo pilar importante na
implantação do Sistema Nacional de Saúde como
parte da Reforma Sanitária Italiana e que terá
influência sobre técnicos e dirigentes sindicais
brasileiros atuantes em Saúde do Trabalhador.
(Lacaz, 2007, p. 762.)
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.diesat.org.br/images/livros/insalubridade_morte_lenta_n.jpg&imgrefurl=http://www.diesat.org.br/livros.asp&usg=__uOIWYrQEzBHolpSDtraiO_QzsFc=&h=180&w=122&sz=6&hl=pt-BR&start=0&zoom=0&tbnid=UbpzKDMKHXoN4M:&tbnh=101&tbnw=68&ei=DLe-TZT5B8HJgQeHkoCPBw&prev=/search%3Fq%3DDiesat%2B-%2Bmorte%2Blenta%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1021%26bih%3D606%26gbv%3D2%26tbm%3Disch&itbs=1&iact=hc&vpx=142&vpy=146&dur=1997&hovh=101&hovw=68&tx=96&ty=127&page=1&ndsp=15&ved=1t:429,r:0,s:0
1984
1989
Algumas lutas pela saúde relatadas no livro Insalubridade – Morte Lenta no Trabalho
- Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), que desencadeou a luta mais sistematizada contra a exposição ao benzeno no Brasil- Ferro Enamel (exposição ao chumbo) – “A greve na Ferro Enamel representa um marco na história das lutas trabalhistas, por ter sido a primeira organizada no Brasil em protesto contra condições insalubres de trabalho” (Rebouças et al., 1989, p. 113) - Indústrias Químicas Matarazzo - exposição ao benzeno na fabricação de BHC- Indústrias Químicas Eletrocloro (Grupo Solvay do Brasil) - contaminação por mercúrio- Volkswagen - exposição ao ruído
Divergências na Intersindical, especialmente
relacionados a um financiamento italiano levaram
ao surgimento
do Instituto Nacional de Saúde e Trabalho (INST)
da CUT.
Gazeta Mercantil, de 26/09/1990, dizia:
“aconteceram divergências políticas e de
concepção do projeto entre a CUT e o DIESAT,
ocasionando a separação, e a CGIL fechou o
acordo somente com a CUT”. (Pereira, 2001, p. 92)
A luta dos trabalhadores influenciou o movimento,
que corria em paralelo, naqueles anos de
afirmação da área de saúde do trabalhador no
campo da saúde pública, com a criação de
programas de saúde do trabalhador na rede
pública de saúde, e o movimento organizado dos
trabalhadores, nesse período, foi um fator de
consolidação da área de saúde do trabalhador no
SUS.
Movimento Sindical e Controle Social em Saúde do Trabalhador
- Fatos Marcantes -
- ST na Constituição Federal/1988
- Leis 8.080/90 e 8.142/90 - Direito à Recusa / Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST)
- Conferências de Saúde do Trabalhador - 1986 / 1994 / 2005
- Portaria 3.120/1998 - Vigilância em Saúde do Trabalhador
- RENAST e exigência de CIST
- Algumas lutas - Benzeno, Amianto, Silicose, LER-DORT, Trabalho Infantil, Servidor Público, Agrotóxico e Agronegócio
Os desafios em quatro tempos
O tempo do movimento sindical
- A divisão do movimento sindical em matéria de saúde no
trabalho
- A saúde como questão secundária na agenda de reivindicações
- A aceitação pacífica do direito trabalhista
- A consolidação da monetarização do risco, inclusive com
respaldo constitucional
- O distanciamento das propostas de vanguarda, a exemplo do
MOI
- A ocupação do aparelho de Estado renegando as lutas antigas
- A baixa qualificação de quadros em matéria de saúde
- ET CETERA
Os desafios em quatro tempos
O tempo do controle social do SUS
- O corporativismo dos conselhos
- A baixa participação sindical nos conselhos
- A ausência de formação dos conselheiros em saúde-trabalho-
direito
- A baixíssima representatividade das CIST pelo Brasil adentro
- O não reconhecimento da centralidade da categoria trabalho
como determinante fundamental
- A agenda hospitalocêntrica predominante
- ET CETERA
Os desafios em quatro tempos
O tempo do SUS e a Saúde do Trabalhador
- O não reconhecimento da centralidade da categoria trabalho
como determinante social fundamental em saúde
- A agenda hospitalocêntrica predominante
- O SUS como sistema não sistêmico
- A Renast como uma rede que não é rede
- A ausência de diálogos do SUS com os movimentos
- A incapacidade do SUS de se inserir no debate dos processos
produtivos
- ET CETERA
Os desafios em quatro tempos
O tempo das instituições formadoras acadêmicas
- O não reconhecimento da centralidade da categoria trabalho
como determinante social fundamental em saúde
- O distanciamento entre a produção de conhecimentos e o agir
político
- A prioridade da produção acadêmica de artigos científicos
herméticos
- A ausência de diálogos com os movimentos
- A desconstrução gradativa do ensino e da extensão, por não se
inserirem em critérios de produtividade
- ET CETERA
Se os direitos conquistados não foram um
presente mas
o resultado de uma conquista de anos de lutas
da classe operária brasileira, fruto de duzentos
anos de greves, manifestações, barricadas,
levantes, revoluções e sangrentos sacrifícios da
classe operária mundial, e todo o
direito que nos foi legado foi fruto de uma
permanente
mobilização e luta renhida dos trabalhadores,
há algo muito desafiante para que a gente mais
avance.
Fonte primária do texto: Saúde, Trabalho e Direito – uma trajetória crítica e a crítica de uma trajetória (2011). Vasconcellos, LCF e Oliveira, MHB (org). Rio de Janeiro: UCAM (no prelo).
Referências Bibliográficas- Borges, Altamiro (2006). Origem e papel dos sindicatos. I Módulo do Curso Centralizado de Formação Política da
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