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1 O COMPASSO, 8/10 - A HUMILDADE Pr Israel Belo de Azevedo Em todos os tempos, ser humilde não é visto como virtude. A virtude, na verdade, tem outros sinônimos, como coragem, ousadia e criatividade. Por sua vez, a humildade é associada a medo, timidez e passividade. No entanto, diz a Bíblia, a humildade é uma virtude. Jesus associa a humildade à felicidade. Os humildes são felizes, diz ele. A felicidade está na humildade de aprender. Quem não é humilde responde. O humilde pergunta. Quem não é humilde ensina. O humilde estuda. Quem não é humilde chegou ao seu limite. O humilde tem pela frente um horizonte do tamanho do mundo. Quem não é humilde se isola. O humilde tem mãos com quem entrelaçar. É fraterna a humildade. A felicidade está na humildade de esperar. O humilde não apela para o grito como recurso, não empurra, não empunha uma arma, não bate, não se vinga, não chuta, não fere, porque faz da paz seu instrumento de luta; se tem de resistir, é pacificamente. É mansa a humildade. A felicidade está na humildade da coragem de reconhecer a decisão defeituosa, a escolha equivocada, a palavra precipitada, com a disposição de começar de novo, se necessário. É sábia a humildade. A humildade é uma virtude a se desejar, mesmo que sem prestígio. A humildade é o fruto de uma vida habitada pelo Espírito Santo. Se não for guiada pelo Espírito Santo, a humildade não se sustentará. Logo, será falsa e acabará por se parecer mesmo com o medo, a timidez e a passividade. Humildade verdadeira não vem de dentro de nós. Vem do Alto. Quando a desejamos, ela nos vem pelo sopro sereno do Espírito Santo de Deus. De 04 a 10 de Dezembro de 2016 | Ano 46 | Número 217

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OO CCOOMMPPAASSSSOO,, 88//1100 -- AA HHUUMMIILLDDAADDEE Pr Israel Belo de Azevedo

Em todos os tempos, ser humilde não é visto como virtude. A virtude, na verdade, tem outros sinônimos, como coragem, ousadia e criatividade. Por sua vez, a humildade é associada a medo, timidez e passividade. No entanto, diz a Bíblia, a humildade é uma virtude. Jesus associa a humildade à felicidade. Os humildes são felizes, diz ele. A felicidade está na humildade de aprender. Quem não é humilde responde. O humilde pergunta. Quem não é humilde ensina. O humilde estuda. Quem não é humilde chegou ao seu limite. O humilde tem pela frente um horizonte do tamanho do mundo. Quem não é humilde se isola. O humilde tem mãos com quem entrelaçar. É fraterna a humildade. A felicidade está na humildade de esperar. O humilde não apela para o grito como recurso, não empurra, não empunha uma arma, não bate, não se vinga, não chuta, não fere, porque faz da paz seu instrumento de luta; se tem de resistir, é pacificamente. É mansa a humildade. A felicidade está na humildade da coragem de reconhecer a decisão defeituosa, a escolha equivocada, a palavra

precipitada, com a disposição de começar de novo, se necessário. É sábia a humildade. A humildade é uma virtude a se desejar, mesmo que sem prestígio. A humildade é o fruto de uma vida habitada pelo Espírito Santo. Se não for guiada pelo Espírito Santo, a humildade não se sustentará. Logo, será falsa e acabará por se parecer mesmo com o medo, a timidez e a passividade. Humildade verdadeira não vem de dentro de nós. Vem do Alto. Quando a desejamos, ela nos vem pelo sopro sereno do Espírito Santo de Deus.

De 04 a 10 de Dezembro de 2016 | Ano 46 | Número 217

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PPOORR QQUUEE DDEEVVEEMMOOSS NNOOSS IIMMPPOORRTTAARR CCOOMM AA IIGGRREEJJAA LLOOCCAALL

Mez McConnell

Um jovem casal se muda para Edinburgh e pesquisa ao redor para encontrar uma igreja que se adéque às suas necessidades e atenda às suas exigências em termos de culto e de outras pessoas da sua idade. Ambos amam ao Senhor e querem servi-lo em tempo integral no exterior de alguma forma, mas a maioria das outras igrejas com as quais se envolveram não parecem tão interessadas em sua visão. Eles, na verdade, nunca foram tão envolvidos em uma igreja local, eles não veem qualquer benefício em ser um membro e sentem que, como instituição, a igreja está ultrapassada e sem conexão com o mundo real. Eles estão pensando em ir para o exterior por conta própria e não conseguem ver porque teriam de ser membros de igreja para serem capazes de fazer grandes coisas para Deus. Eles apareceram na Niddrie nas últimas duas semanas e compartilharam algumas dessas coisas com você. Eu me pergunto que conselho nós daríamos a eles se eles viessem a nós em busca de aconselhamento? Muitas pessoas hoje vem a igreja como esse jovem casal. Eles a vem como ultrapassada e sem conexão com o mundo. Vem os sistemas e estruturas mais como obstáculos do que auxílios para o que eles sentem que Deus quer que eles façam com as suas vidas. Eles não vem a membresia de uma igreja local como algum benefício real qualquer. Há várias atitudes dos membros de igreja: Indiferença (não se incomodam), ignorância (não sabem), indecisos (não conseguem se decidir) e independentes (nós faremos o que quisermos). Há cada vez mais desses últimos tipos – Cavaleiros Solitários Cristãos – que não se importam com o que a Bíblia ensina. Eles não querem pessoas se intrometendo, dizendo como eles devem viver suas vidas. Querem vir à igreja receber o que quiserem dela e ir embora quando estiverem cheios. Há muita evidência implícita na Bíblia para apoiar o conceito de membresia de igreja.

Isso deixa o pastor dos dias modernos com muitos problemas. O não menos importante dentre eles é o problema de que muitas pessoas se encontram em pecado grave ou se sentem isoladas o fazem porque não entenderam que a intenção de Deus para a igreja local é que seja central para a vida de todos os crentes. Onde está a membresia de igreja na Bíblia? O Fato é que não há textos específicos sobre membros de igreja nas escrituras. No entanto, há muita evidência implícita na Bíblia para apoiar o conceito de membresia de igreja. Liderança da igreja. 1 Timóteo. 3.1-13 e Tito 1.5-9 estabelecem as qualificações para os líderes da igreja. Não só isso, as Hebreus 13.17 é muito explícito quando ordena os crentes a se submeterem aos líderes. Esta estrutura só funciona quando há uma estrutura implementada. Se não há membresia, então não há ninguém para os líderes liderarem. Nossa responsabilidade de se submeter aos nossos líderes é absurda se não há um grupo anexado a eles de alguma forma. Disciplina eclesiástica. 1 Coríntios 5.9ss muito claramente afirma que era para a congregação “expulsar” da sua comunhão um homem envolvido em pecado sexual. Cristo, do mesmo modo, ordenou algo semelhante em Mateus 18.15-17. A escritura faz isso para que possamos manter uma clara distinção entre o povo de Deus, a igreja e o mundo ao redor. Se não há nenhuma maneira visível e prática para determinar quem pertence à igreja e quem pertence ao mundo, então expulsar alguém da comunhão não tem significado real. Nós vemos em Atos 2.37-47 que há um registro numérico daqueles que professaram a Cristo e foram cheios do Espírito Santo (v. 41) e uma notificação de que a igreja estava acompanhando o crescimento (v.47).

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Em Atos 6.1-6, nós vemos eleições acontecendo a fim de tratar um problema e uma acusação específicos. Em Romanos 16.1-16, nós vemos o que parece ser uma percepção de quem é um membro de igreja.

Em 1 Timóteo 5.3-16, nós vemos um ensino claro sobre como lidar com as viúvas na igreja, e nos versos 9-13 nós lemos isso: Não seja inscrita senão viúva que conte ao menos sessenta anos de idade, tenha sido esposa de um só marido, seja recomendada pelo testemunho de boas obras, tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado os pés aos santos, socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de toda boa obra. Mas rejeita viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se, tornando-se condenáveis por anularem o seu primeiro compromisso. Além do mais, aprendem também a viver ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem. Nesse texto, nós vemos critérios para quem se qualificava ou não para o programa de Éfeso de assistência a viúva. A igreja local em Éfeso é organizada e eles estão elaborando um plano. Assim, parece haver evidência de uma membresia de igreja comprometida em um nível local.

O que significa ser um membro da igreja comprometido de uma congregação local?

• Amar uns aos outros - João 13.34-35. Essa tem que ser a marca principal de um membro de igreja comprometido. A igreja local é o único lugar onde podemos mostrar amor comprometido uns aos outros. É na igreja local que o nosso amor uns para com os outros se torna aparente ao mundo.

• Encorajar uns aos outros - Hebreus 10.24-25. Uma membresia de igreja fiel está associada a estimularmos uns aos outros. Isso certamente significa que estamos em uma

frequência regular. Quais as outras vantagens de uma frequência regular? • Ser pacificador - Romanos 14.19; Tiago 3.18. Isso nos descreve como membros? Como isso seria na prática? • Edificar os outros - Efésios 4.11-16. É por isso que os membros se reúnem. Para desenvolver uns aos outros e edificar uns aos outros. Como podemos fazer isso melhor na nossa comunidade de fé, a igreja? • Suportar uns aos outros - Todos os crentes são caracterizados pela longanimidade e paciência, frequentemente em face de decepções, frustrações, perdas, ataques, difamações e ofensas (Mateus 18.21-22; Romanos 15.1). Ao levarmos as cargas uns dos outros, nós cumprimos a lei de Cristo (Gálatas. 6.2). Como podemos fazer isso melhor na NOSSA COMUNIDADE DE FÉ, A IGREJA de forma prática? • Apoiar a obra do ministério - Romanos 12.6-8. Todos os nossos esforços e talentos deveriam ser empregados, à medida que procuramos servir, dentro da nossa igreja local. Há algum ministério da igreja que poderíamos apoiar melhor? O problema para muitos de nós é que não damos valor à igreja local. Não damos valor à comunhão. Veja esta citação: “É pela graça de Deus que uma congregação é autorizada a se reunir visivelmente neste mundo para compartilhar a palavra e o sacramento de Deus. Nem todos os cristãos recebem essa benção. Os aprisionados, doentes, os solitários dispersos, os pregadores do evangelho em terras pagãs estão sozinhos. Eles sabem que a comunhão visível é uma benção. Portanto, permita àquele que até agora tem tido o privilégio de viver em vida comum cristã com outros cristãos, louvar a graça de Deus do fundo do seu coração. Permita-o agradecer a Deus de joelhos e declarar: é graça, nada mais que graça sermos autorizados a viver em comunidade com irmãos cristãos.” (Boenhoffer)

AAnntteess ddee DDeeuuss nnooss eenncchheerr ccoomm SSuuaa PPeessssooaa uurrggee qquuee nnooss eessvvaazziieemmooss ddee nnóóss mmeessmmooss..

A. W. Tozer

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A. W. Tozer

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AA SSUUFFIICCIIÊÊNNCCIIAA DDAA EESSCCRRIITTUURRAA Carl Trueman

A doutrina da suficiência das Escrituras repousa no coração do que significa ser um protestante. Protestan-tismo e catolicismo romano compartilham muito em comum em termos de teologia básica, tal como o comprometimento com as doutrinas da Trindade e encarnação. Quando se fala a respeito de assuntos de autoridade, entretanto, há grandes divergências. Uma dessas é a respeito da Escritura: a Escritura é suficiente como autoridade para a igreja ou não? A suficiência das Escrituras é, obviamente, uma doutrina que está de pé em positiva conexão com várias outras convicções teoló-gicas, tal como inerrância, a extensão do cânon e a perspicuidade, ou clareza, da Escritura. Tudo isso ajuda a moldar nosso entendimento da suficiên-cia, mas está além do escopo desse breve artigo. Dessa forma, focarei na doutrina como ela é entendida de forma geral por aqueles que aceitam o consenso confessional protestante acerca desses assuntos, como é retratado na segunda confissão de Londres, as três formas de unidade e os padrões de Westminster O que significa que a Escritura é suficiente? Precisamos, é claro, analisar o que significa quando dizemos que a Escritura é suficiente. Se meu carro quebra, ou estou

tentando investigar quem cometeu um crime em um enigma particularmente complexo, não encontrarei a resposta na Bíblia. Nem encontrarei a discussão do genoma humano, ou as regras de um jogo, ou as marcas das asas da borboleta da América do Norte. Na verdade, o escopo da suficiência das Escrituras é simplesmente resumido na Questão 3 do Breve Catecismo de Westminster: P. Qual é a coisa principal que as Escrituras nos ensinam? R. A coisa principal que as Escrituras nos ensinam é o que o homem deve crer acerca de Deus e o dever que Deus requer do homem. Em outras palavras, as Escrituras são suficientes para uma tarefa específica: elas revelam quem Deus é, quem o homem é em relação a ele e como esse relacionamento deve ser articulado em termos de adoração. Mesmo com essa definição, entretanto, precisamos ser precisos a respeito da natureza dessa suficiência. Em algumas áreas, as Escrituras são suficientes para ensinar princípios, mas não para prover detalhes específicos. Por exemplo, enquanto elas claramente ensinam que a igreja deveria se reunir para adoração no Dia do Senhor, elas não especificam precisamente tempo e

local. Nem minha congre-gação local, nem o tempo de nossos serviços são mencionados em lugar algum do Novo Testamento. A suficiência das Escrituras não é prejudicada por essa carência. A Escritura nunca teve a intenção de falar com precisão sobre tais detalhes locais. A última observação talvez seja óbvia. Um ponto mais sútil sobre a suficiência das Escrituras pode ser deduzido das epístolas pastorais de Paulo. Quando Paulo as escreve, ele está dispondo seu modelo para a igreja pós-apostólica. É, portanto, significante que ele não diga simplesmente a Timóteo e Tito para ter certeza que haja cópias da Bíblia disponíveis para a igreja. Se a Escritura em si e fora de si mesma eram suficientes para manter a verdade da fé, certamente isso é tudo que ele precisaria ter feito. Em vez disso, ele não somente enfatiza a importância da Escritura, mas também diz que há necessidade de oficiais (presbíteros e diáconos) e de adesão a uma forma de palavras sãs (um ensino credal tradicional). Então, dizer que a Escritura é suficiente para a igreja não é dizer que há somente uma coisa necessária. Oficiais e credos/confissões/estatutos de fé (formas que concordam com as sãs palavras) também parecem ser parte básica da visão de Paulo para uma igreja pós-

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apostólica. Dados esses fatores, há um sentido em que podemos dizer que os protestantes acreditam na insuficiência das Escrituras: reconhecemos que a Escritura é insuficie-nte para muitos detalhes da vida diária, tal como a manutenção de uma motocicleta e cozinhar carne. É até mesmo insuficiente para o dia-a-dia e boa saúde da igreja: precisamos de presbíteros, diáconos e modelos de sãs palavras. Ela é suficiente, entretanto, para regular o conteúdo doutrinário da fé cristã e a vida da igreja em um nível principal. Esse é o ponto de Paulo em 2Timóteo 3.16. Em outras palavras, falar da suficiência das Escrituras é uma forma de falar acerca da autoridade única da Escritura na vida da igreja e do crente como autoritativa e fonte suficiente para princípios de fé e prática. A Escritura é suficiente para o que? Podemos elaborar isso. Primeiro, a Escritura é suficiente como base noética do conheci-mento de Deus. Isso significa que toda afirmação teológica tem que ser consistente como ensino da Escritura. A declaração “Deus é Trindade” não é achada em lugar algum da Bíblia; mas seu conteúdo conceitual está lá. Esse é o motivo pelo qual deveria ser afirmada por todos os cristãos. Em contraste,

“Maria foi concebida sem pecado original” não é um conceito encontrado na Escritura. Católicos romanos que afirmam a noção revelam dessa forma sua visão que a Escritura não é a base suficiente para teologia, mas precisa ser suplementada pelo ensino do magistério da igreja. Segundo, a Escritura é suficiente para a prática cristã. No nível do comportamento, a Escritura oferece princípios que guiam crentes em suas vidas dia a dia. Isso pode ser uma área complicada: o advento de Cristo demanda que os códigos da lei do Antigo Testamento sejam lidos à luz da sua pessoa e obra, e esse assunto está além do escopo imediato desse pequeno tratado. Mas o princípio da suficiência é claro: dada a dinâmica histórico-redentiva, a Escritura provê princípios gerais totalmente adequados e suficientes que podem ser aplicados em situações éticas específicas. Por exemplo, a Bíblia pode não fazer referência às células-tronco, mas contém princípios que deveriam moldar nossas atitudes para com elas. Terceiro, no nível da igreja e instituição, a Escritura é novamente suficiente para os princípios de organização e adoração pública. Em termos de organização, tenho já notado o fato de que Paulo vê aqueles que

possuem cargos e confissões/credos como vitais para a saúde corrente da igreja. Quanto aos que possuem cargos, a Escritura também descreve o tipo de homens que devem ser apontados. Quanto aos credos, meu primeiro ponto acima – que a Escritura é suficiente como a norma do conteúdo da declaração doutrinária – é claramente relevante. Quarto, em termos de adoração pública, a Escritura é suficiente para estabelecer seus elemen-tos: cantar louvor, oração, leitura e pregação da Palavra de Deus, dízimo e ofertas para a obra da igreja, batismo e a Ceia do Senhor. Com respeito aos credos, a Escritura também é suficiente para regular a agenda e o conteúdo dos sermões, músicas de louvor, orações, com o que o dinheiro será gasto, quem é batizado e quem recebe a Ceia do Senhor. Em resumo, alguém pode dizer muitas coisas acerca de como uma igreja em particular entende a suficiência das Escrituras por olhar para sua forma de governo, o conteúdo e ênfase da sua adoração corporativa e a forma como os presbíteros pastoreiam a congregação.

Tradução: Matheus Fernandes Revisão: Yago Martins

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A. W. Tozer

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EESSTTEE ÉÉ UUMM TTEEMMPPOO DDEE MMAAIIOORR DDEEPPEENNDDÊÊNNCCIIAA DDEE DDEEUUSS

Pr Oswaldo Jacob Vivemos uma crise moral sem precedentes. Igual-mente, passamos por uma hecatombe econômica talvez nunca vista na história do Brasil. Estas duas realidades demandam vidas santificadas e uma dependência bem maior de Deus. Somos chamados a viver uma vida que honre o nosso Senhor. Convoca-dos a repensar nossas estratégias seja como igreja local, seja como denominação batista para enfrentarmos esse tempo em que o amor de muitos está se esfriando. O Senhor ordena que santifiquemos nossas vidas (Lv 11.44; 19.2; Hb 12.14). Como líderes, devemos ser o exemplo dos fiéis na palavra, no compor-tamento, no amor, na fé e na pureza (1 Tm 4.12). Como igrejas e denomi-nação, precisamos repensar nossas priorida-des, rever o nosso conceito de dependência de Deus e buscarmos intensamente o zelo de Jesus pela obra do Pai (Sl 69.9 e João 2.17). Olhar-mos para o Mestre e imitar a Sua simplicidade, a Sua paixão pelas almas, o Seu compromisso com o

discipulado de pessoas e, acima de tudo, o Seu desejo intenso de fazer a vontade do Pai. Não temos o direito de vivermos vida uma vida sofisticada, não temos o direito de gastarmos sem planejamento, não temos razão para dependermos de homens, de consultorias, de técnicas meramente humanas para enfrentarmos e vencermos a crise. O que realmente necessitamos é colocarmos os nossos joelhos no chão e pedirmos misericórdia a Deus para vivermos a vida cristã autêntica (Ef 3.14-21). É claro que este ato deve ser acompanhado de muito trabalho, economia e criatividade na gestão. É urgente que mobilizemos os irmãos de todo o Brasil para orarmos e jejuarmos pela evangelização do País, pela nação, pelo fortalecimento das instituições democráticas, pela aplicação da justiça do Reino de Deus, renovando o nosso compromisso com a ética de Jesus de Nazaré, na contramão daqueles que estão dentro da igreja e das denominações agindo com desonestidade e que são presos por causa da corrupção, de um testemunho vergonhoso. Que vivamos a coerência de Cristo. Como Ele, não nos cansemos de fazer o bem (At 10.38). Que aprendamos as lições da História. Que a nossa resposta diante dos fatos vergonhosos do Brasil seja um compromisso inadiável e inalienável com as verdades das Escrituras, aplicando-as em nosso dia a dia. Sabemos que o nosso Deus suprirá todas as nossas necessidades em Cristo Jesus (Fil 4.19,20). O nosso grande desafio é buscarmos o Reino de Deus em primeiro lugar (Mt 6.33). Que o Senhor nos livre da ansiedade de um mundo incrédulo e nos ministre o descanso em Sua fidelidade, tão característico na fé cristã. Ainda que sejamos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a Si mesmo (2 Tm 2.13). É impressionante a provisão de Deus para os Seus filhos! O nosso Deus é sempre provedor. Ele quer que vivamos pela fé e não por vista (Hc 2.4; Rm 1.17; Hb 11.6). Quer ser sempre a nossa PRIORIDADE. Que o nosso Senhor seja engrandecido, louvado e dignificado em nosso modo coerente de viver e assim veremos o poder de Deus se manifestar em nossas igrejas, em nossa denominação e em nosso amado Brasil.

MMiillhhõõeess ddee ccrriissttããooss pprrooffeessssooss ffaallaamm ccoommoo ssee CCrriissttoo ffoossssee rreeaall,, mmaass aaggeemm ccoommoo ssee EEllee nnããoo ffoossssee..

A. W. Tozer

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VVEENNHHAAMM VVEERR Pr Adalberto Alves de Sousa

Ainda criança ouvi do meu pastor uma história interessante. Ele não suportava abacate. No início de seu ministério, visitou todas as ovelhas para conhecer de perto a realidade do rebanho. Ao término de uma dessas visitas, a irmã ofereceu-lhe um belo prato de abacate, fruta que cultivava no próprio quintal. E agora, José Lins? Sem alternativa, ele pegou a colher e... achou a fruta deliciosa. Mas antes teve de provar. A vida é assim. Vez por outra somos tomados por algum tipo de preconceito, e não há argumento que nos faça mudar de ideia. No início de seu ministério, Jesus resolveu partir de Betânia para a Galileia; convidou Filipe para segui-lo. Lemos em João 1.45,46: “Filipe foi procurar Natanael e disse: – Achamos aquele a respeito de quem Moisés escreveu no Livro da Lei, e sobre quem os profetas também escreveram. É Jesus, filho de José, da cidade de Nazaré. Natanael perguntou: – Será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré? – Venha ver! – respondeu Filipe.” Antes disso, dois discípulos de João haviam perguntado a Jesus onde Ele morava, e ouviram como resposta: “Venham ver”. Evangelho é vida; é experiência pessoal. O convite continua de pé: Venham ver. Venham provar.

NNAASSCCIIMMEENNTTOO

05/12 Eliana Silva Fontes 05/12 Nicole Santiago Martin Soeda 06/12 Marcio Buscarioli 13/12 Yole Fabri Rodrigues 30/12 Ana Maria Pinto

CCAASSAAMMEENNTTOO

04/12 Marcio Buscarioli e Vanessa Laurentini Mota Buscarioli

06/12 Claudio Barbosa e Adriana Bastor * 09/12 Cibele Aparecida de M. dos Santos e Glauber José dos Santos * 13/12 João Carlos da Mota Filho e Gina Laurentini da Mota 17/12 Vania Cristina Molinari Silva e José Carlos Baptista Jr * 19/12 Sonia Regina Rodrigues Boscariol e Luiz Boscariol Filho * 22/12 Luiz Belo Sobrinho e Maria da Penha Freire Sobrinho

* Não Membros da Igreja

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VVOOCCÊÊ ÉÉ UUMM CCÉÉSSAARR?? Roberto Louzada

Na antiguidade romana o culto a César era algo que era imposto ao mundo conquistado. Poderiam ter seus deuses, mas a “divindade imperial” deveria tomar lugar na rotina cultual de cada povo agregado ao Império Romano. O poder conquistador romano, à medida que trouxe integração cultural à época, também trouxe uma falsa liberdade apoiada em fundamentos que encontraram na simbiose greco-romana, algo que tornou a vida mais aceitável aos olhos humanos. Se César deveria ser o centro do culto há 2.000 anos, hoje não percebemos mais a unicidade da adoração no mundo. Nos dias modernos, os césares foram personificados em cada um dos homens e mulheres que pensam em escolhas livres do mundo ocidental. Dizem: “Eu escolho e faço o que quero ... a decisão é minha ... sobre meu deus, eu entendo assim, e para mim, basta ... eu tenho o livre arbítrio”. Mas, como possuir uma livre escolha sem o conhecimento da verdade? Como estar livre para decidir preso ao pecado? E como perceber-se pecador sem Cristo? Quando o Senhor Jesus esteve conosco em carne, conhecido por alguns como o Rei que as Escrituras Sagradas prometeram, ao ser levado a juízo romano pelo farisaísmo da época, o acusaram, também, de querer tomar o lugar de César. Desconheciam que o Rei dos reis estava cumprindo o que estava escrito sobre Ele: “Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas

transgressões, foi esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados” (Isaías 53.4,5). A liberdade do prazer e do poder que diminui a nossa capacidade de entender e de adorar a Deus foi esmagada na cruz. O que está em Cristo, não é mais dominado pelo pecado, não é mais um César, não tenta destronar Aquele que reina sobre tudo e sobre todos. A sua confiança está depositada nas promessas cumpridas no Senhor Jesus. Como Paulo escreveu a seu discípulo Timóteo, o cristão é incentivado a fortificar-se na graça que está em Cristo Jesus (II Timóteo 2.1), graça esta que não é conquistada por imposição de governos ou de homem algum, mas que é concedida por Deus sem merecimento por parte do homem; é dada por misericórdia, como Paulo também afirma: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: ‘O Senhor conhece quem lhe pertence’ [Números 16.5] e ‘afaste-se da iniquidade todo aquele que confessa o nome do Senhor’“ (II Timóteo 2.19). Tentar ser um César não é difícil. Basta que você confie somente em si mesmo(a); fazendo isto, um trono sem Jesus está formado, bastando apenas que o próprio ego seja alimentado e que as prioridades bíblicas sejam aplicadas apenas quando “conveniente”. Não caia nessa! Não permita que César reine em você! Que Deus nos ajude a honrá-Lo em tudo, para a Sua honra e glória! Amém!

NNoossssoo SSeennhhoorr ddiissssee aaooss ddiissccííppuullooss qquuee oo aammoorr ee aa oobbeeddiiêênncciiaa eessttaavvaamm oorrggaanniiccaammeennttee uunniiddooss.. OO tteessttee

ffiinnaall ddoo aammoorr éé aa oobbeeddiiêênncciiaa.. A. W. Tozer

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NNOOSSSSAA AAÇÇÃÃOO MMIISSSSIIOONNÁÁRRIIAA

** Ásia - Roberto, Marina e filhos * PIB Missionária no Jd. Nova Conquista - Pr Josué

Franco da Silva (Diadema) ** Nação Sateré Mawé - Pr John, Sônia Wilkinson e

filhos (Amazonas) * Cuba - Pr Pedro Luiz Valdez e Raida Padron

* Itália – Pr Fabiano Nicodemo e Família

* SUSTENTO EM ORAÇÃO ** SUSTENTO FINANCEIRO

MMIISSSÕÕEESS..... PPLLAANNOO DDEE DDEEUUSS,, PPRROOPPÓÓSSIITTOO DDAA IIGGRREEJJAA!!

DDEECCLLAARRAAÇÇÃÃOO DDEE VVIISSÃÃOO,, MMIISSSSÃÃOO EE PPRROOPPÓÓSSIITTOOSS

NOSSA MISSÃO A Igreja Batista Betel é uma família que existe para glorificar a Deus e priorizar pessoas,

integrando, edificando e enviando para servirem a Deus e ao próximo.

NOSSA VISÃO A Igreja Batista Betel é uma família que existe para transformar pessoas sem Cristo em

verdadeiros discípulos e levar a maturidade os discípulos já alcançados.

NOSSA DECLARAÇÃO DE PROPÓSITOS Fundamentada nas Escrituras Sagradas, particularmente em o Novo Testamento, a IGREJA

BATISTA BETEL tem como base os cinco propósitos: Adoração, Serviço, Comunhão, Missões e Discipulado, visando cumprir sua Visão e Missão em Santo André, no Brasil e no mundo.

EESSCCAALLAA DDOO DDEEPPAARRTTAAMMEENNTTOO IINNFFAANNTTIILL ((0033 -- 0077 AANNOOSS)) Data Horário Professor Tema

04/12/2016 Manhã Andrea Irmãos unidos 04/12/2016 Noite Andrea Um Começo difícil 11/12/2016 Manhã Tâmara Meu filho foi embora 11/12/2016 Noite Priscila Boaz ajuda Rute 18/12/2016 Manhã Vanessa A família do soldado 18/12/2016 Noite E agora,Boaz ?