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Ciência na escolaglobal@
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“O começo de todas as ciências é o espanto de as coisas serem o que são”.
Aristóteles
“Toda a Ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil – e, no entanto, é o
que de mais precioso temos”.
Albert Einstein
Os crescentes desafios que confrontam a sociedade atual exigem, cada vez mais, a
formação de cidadãos informados, conscientes da realidade, civicamente responsáveis
e democraticamente interventivos na sociedade em que se inserem.
As inovações tecnológicas, enquanto produtos da Ciência, impõe-se a um ritmo
verdadeiramente alucinante, sendo inequívoco que a ciência influencia o modo como
as pessoas pensam, agem e vivem, pelo que a promoção da literacia científica da
população constitui um princípio fundamental para o seu bem-
- estar e para a sua qualidade de vida.
A literacia científica envolve a necessidade de aprender ciências, de aprender a fazer
ciência e de aprender a compreender a ciência.
É neste contexto que surge o projeto Ciência na escolaglobal@, um projeto integrado,
estruturado e multidisciplinar, que objetiva a criação de um espaço propício ao
incentivo da curiosidade inata das crianças e jovens sobre tudo o que as rodeia,
através da implementação de projetos experimentais inovadores, de caráter
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eminentemente prático, capazes de estimular os seus sentidos, de revelar aptidões, de
desenvolver o raciocínio, de promover a autonomia e de valorizar o fascínio da
descoberta, potenciando a aplicação da investigação e do conhecimento científico ao
contexto real do quotidiano.
A elevada relevância científico-pedagógica que o projeto assume concretiza-se na
realização de uma panóplia de atividades práticas capazes de promover a
experimentação, de motivar os alunos para o ensino das ciências e de articular e
mobilizar conhecimentos de diferentes áreas do saber, designadamente, da Biologia,
da Física e da Química, colocando os alunos num contexto adequado à
problematização da realidade e à resolução de problemas em contacto com o mundo
natural.
Nesse sentido, é com manifesto entusiasmo que, quinzenalmente, os alunos se
deslocam ao laboratório de ciências, devidamente equipados e sedentos de novas
descobertas, sentindo-se verdadeiros cientistas.
Partindo de uma questão-problema simples e cativante, e após um breve
enquadramento teórico, os alunos são orientados nas atividades, de cariz
experimental e investigativo, definidas. O frequente recurso a materiais e reagentes do
dia-a-dia permite que os alunos partilhem, em contexto familiar, as experiências
efetuadas e realizem aprendizagens verdadeiramente providas de significado.
O contacto com o pensamento e a metodologia científica, em que a formulação de
hipóteses, isto é, a apresentação de ideias que se podem testar, a experimentação, a
observação e a articulação de conceitos, de fenómenos e de saberes no que respeita à
validação de resultados e à apresentação de conclusões, aliado à perceção do caracter
dinâmico e construtivo da ciência, constituem ferramentas essenciais ao sucesso do
processo ensino-aprendizagem, bem como, à formação integral dos alunos.
A escolha dos temas assenta nas atuais orientações curriculares da Educação Pré-
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-escolar, no programa da área de Estudo do Meio do 1.º ciclo, bem como, nos
programas de Ciências da Natureza do 2.ºciclo e de Ciências Físico-Químicas e de
Ciências da Natureza do 3.º ciclo do ensino básico.
A prática experimental desde a Educação Pré-escolar constitui um verdadeiro desafio
que se revela manifestamente gratificante na forma como as crianças se envolvem nas
atividades e encontram explicações para os muitos porquês que fervilham nas suas
mentes.
Cada tema é trabalhado numa lógica de projeto em que diversas etapas são
desenvolvidas em busca de respostas a uma questão ou objetivo central que serve de
elo de ligação das diferentes fases de consecução do projeto.
A adequação dos temas definidos e a complexidade crescente dos projetos abraçados
pelos diferentes níveis de ensino, revela-se determinante na ampliação do
conhecimento científico por parte dos alunos.
A candidatura anual ao Prémio Fundação Ilídio Pinho constitui uma motivação extra,
na qual persevera um caminho rumo a um objetivo ambicioso, capaz de criar sinergias
entre a escola, a família e entidades parceiras que apoiam esta iniciativa, projetando e
divulgando a Escola na comunidade e promovendo a participação ativa da comunidade
na vida escolar.
A inequívoca importância que atualmente é atribuída à Educação em Ciência, foi
perentoriamente afirmada na Declaração Final da Conferência Mundial sobre “Ciência
para o século XXI: um novo compromisso” realizada pela UNESCO onde foi
considerado que: “… o acesso ao conhecimento científico, a partir de uma idade muito
precoce, faz parte do direito à educação de todos os homens e mulheres, e que a
educação científica é de importância essencial para o desenvolvimento humano, para
a criação de capacidade científica endógena e para que tenhamos cidadãos
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participantes e informados.” (In UNESCO Brasil, 2003, p.29).
Também o Ministério da Educação valoriza as aprendizagens experimentais, em
qualquer disciplina, em particular e com carácter obrigatório no Ensino das Ciências,
promovendo a integração da dimensão teórica/prática (Decreto-Lei nº 6/2001, de 18
de Janeiro), no sentido de preparar os jovens para enfrentarem o mundo em evolução.
O artigo 3.º deste mesmo Decreto-Lei, no que concerne aos princípios orientadores,
diz que deve haver: “…valorização das aprendizagens experimentais nas diferentes
áreas e disciplinas, em particular, e com carácter obrigatório, no ensino das ciências,
promovendo a integração das dimensões teórica e prática (…) [bem como a]
valorização da diversidade de metodologias e estratégias de ensino e atividades de
aprendizagem, em particular com recurso a tecnologias de informação e comunicação,
visando favorecer o desenvolvimento de competências numa perspetiva de formação
ao longo da vida.”.
Igualmente, a Lei de Bases do Sistema Educativo (Assembleia da República, 1986), que
define as grandes finalidades do sistema educativo em geral e, consequentemente, da
educação em ciências, realça, nos seus princípios gerais, o papel da educação em
Ciências na “…formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários…” e
“…capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram
e de se empenharem na sua transformação progressiva…”.
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Objetivos Gerais
- Responder e alimentar a curiosidade das crianças, fomentando um sentimento de
admiração, entusiasmo e interesse pela Ciência e pela atividade dos cientistas;
- Promover a aquisição de conhecimentos científicos de forma contextualizada, no
sentido do aluno compreender e atuar de forma adequada no meio físico e natural;
- Impulsionar a exploração do ambiente natural de forma lógica e sistemática,
facilitando a sua compreensão;
- Contribuir para o desenvolvimento da consciência ambiental dos alunos,
reconhecendo o impacte da Ciência no meio natural;
- Potenciar a harmoniosa adaptação do aluno a um mundo dominado pela tecnologia e
repleta de questões de natureza científica;
- Fomentar a compreensão dos processos de construção do conhecimento científico;
- Valorizar a adoção de uma atitude crítica, responsável e criativa, capaz de enfrentar a
realidade a fim de prever, avaliar e decidir sobre questões de natureza científica;
- Contribuir para a formação integral do aluno enquanto cidadão responsável,
autónomo, crítico e interventivo numa sociedade ávida de inovação.
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Projetos desenvolvidos no âmbito
do
Prémio Fundação Ilídio Pinho
(2015/2016)
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Título: EcoAreia Hidrofóbica
Resumo do projeto
Atualmente verifica-se uma mudança acentuada no clima, o que acarreta impactos
relevantes tanto na sociedade humana como nos ecossistemas. A redução das suas
consequências requer a cooperação internacional e a mudança de atitude por parte
dos cidadãos. Para além da mitigação, é necessária a adaptação às alterações
climáticas visto que a sua reversão não é simples nem possível num curto intervalo de
tempo. Pretende-se desenvolver uma areia com propriedades hidrofóbicas, com a
finalidade de impermeabilização de solos, permitindo uma poupança na quantidade de
água utilizada na rega de culturas, que constitui uma adaptação às alterações
climáticas. Além disto, essa areia poderá ser utilizada para resolver outros problemas
de dimensão global, como o derrame de poluentes de origem orgânica nos ambientes
aquáticos.
1 - Introdução / objetivos
As atividades de origem antropogénica têm vindo a repercutir-se no Ambiente. O
aquecimento global é um dos problemas mais debatidos, resultando de práticas
ligadas à emissão de gases com efeito de estufa e originando fenómenos extremos
(variações bruscas da temperatura, fenómenos de extrema seca/precipitação muito
intensa…). Pela sustentabilidade ambiental, urge a alteração de práticas para mitigar a
emissão de gases. As alterações produzidas não são reversíveis a curto prazo, sendo a
adaptação a estas alterações também uma exigência. Visamos criar uma areia
impermeável, com produtos naturais, de baixo custo e inócuos para o meio, a aplicar
na impermeabilização de solos de cultivo, retendo a água logo abaixo do solo
cultivável, impedindo a infiltração da água no subsolo, permitindo a poupança de água
e mitigando a necessidade de rega.
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Pela natureza hidrofóbica desta areia e a sua afinidade com compostos orgânicos,
servirá ainda para remover de poluentes derramados na hidrosfera.
2 - Processos / Procedimentos / Produtos
Pretendemos desenvolver uma areia com propriedades hidrofóbicas, de baixo custo,
renovável e ambientalmente benigna, que pode ser usada como impermeabilizante de
solos, promovendo uma adaptação às alterações climáticas, e no combate aos
derrames de substâncias nefastas para o ambiente na hidrosfera.
O projeto terá as seguintes fases: 1) sensibilização para os problemas provocados pelas
alterações climáticas; 2) exploração experimental das propriedades hidrofóbicas de
substâncias para ilustração do conceito; 3) seleção de substâncias hidrofóbicas de
origem natural e de baixo custo para serem incorporadas na areia; 4) preparação de
areia previamente recolhida e impermeabilização com diferentes substâncias
selecionadas; 5) teste às diferentes areias preparadas, simulando solos de cultivo e
seleção da mais adequada; 6) teste à capacidade de absorção e adsorção de petróleo e
seus derivados, frequentemente derramados em ambiente aquático, das diferentes
areias e seleção da mais adequada.
3 - Relevância pedagógica
O projeto possibilita a abordagem transversal e pluridisciplinar de conteúdos.
Paralelamente à observação, experimentação e fomento do raciocínio e do espírito
crítico, trabalhar-se-ão todas as áreas. Os alunos conhecerão as consequências
nefastas que a ação do Homem pode ter no equilíbrio global do planeta e como
participar para reverter o problema.
Pela compreensão do conceito de impermeabilidade, da manipulação de diversos tipos
de substâncias e da utilização de diferentes materiais, as crianças observam diferentes
comportamentos, classificam e agrupam materiais, fazem medições, registam
resultados, realizam comparações e testam as potencialidades da areia
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impermeabilizada na remoção de óleos derramados em meios aquáticos. Terão
oportunidade de discutir ideias e experiências e fazer registos diversos, também em
suporte digital. Valorizando sempre o trabalho de equipa, apelar-se-á à
consciencialização de que é necessário respeitar os recursos naturais, em prol da
sustentabilidade.
4 - Parcerias
O projeto terá a colaboração do INEGI, através dos investigadores Tiago Morais e
Ricardo Barbosa. A parceria prevê uma visita ao INEGI para sensibilização para o tema
e orientação e planeamento dos trabalhos. Contamos com o apoio das empresas do
setor marítimo associadas a este interface Universidade – Indústria. A parceria com o
Ciência 2.0, projeto da UP, permitirá criar um logótipo e um portal online com vídeos,
blogs e fotos. Na Festa Cultural, no Europarque, será feita uma demonstração.
5 - Potencial de execução –
A necessidade de consciencialização para as nefastas consequências que a ação do
Homem pode ter no Ambiente e a imperiosa necessidade de gerar soluções inovadoras
que promovam a alteração desta situação justifica e apela à formulação deste projeto.
Atendendo à adequabilidade dos objetivos e procedimentos traçados à idade dos
intervenientes, à atualidade do tema e à fiabilidade dos parceiros que connosco
quiseram colaborar, acreditamos na clara exequibilidade do projeto.
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Título: Com café me limpo
Resumo do projeto
O aproveitamento de resíduos para a fabricação de produtos com valor comercial é
um dos desafios atuais da sociedade, que se quer mais sustentável. Portugal é um
grande consumidor de café e, como tal, produzem-se grandes quantidades de resíduos
de pó anualmente. Contudo, estes resíduos de pó de café ainda possuem uma
composição rica o que lhes confere elevada potencialidade. Neste projeto, pretende-
se produzir sabonete utilizando óleos/gorduras de origem natural, como por exemplo
a glicerina, e resíduos de pó de café, o ingrediente chave do produto, aproveitando as
suas potencialidades nomeadamente no que diz respeito à sua capacidade de limpeza
e eliminação de odores, aliada ao seu poder antioxidante, esfoliante, anti-inflamatório
e antibacteriano.
1 - Introdução / objetivos
O fabrico de produtos de elevado interesse a partir de resíduos resultantes de vários
processos em detrimento do seu tratamento é um desafio da sociedade atual. O
aproveitamento dos resíduos de pó de café apresenta-se como motor deste projeto,
pois, considerando o consumo mundial de café, estima-se uma produção anual de 6
mil milhões de toneladas dos mesmos. O café é um antioxidante natural, que protege
a pele do efeito dos radicais livres e um esfoliante natural, pois os seus grãos moídos
estimulam a renovação celular. Possui, ainda, um efeito anti-inflamatório que acalma a
pele irritada ou avermelhada e um efeito adstringente que elimina os maus odores e
promove uma limpeza profunda. Assim, a sua utilização para a criação de um produto
sem componentes sintéticos, biodegradável e renovável, torna-se pertinente.
Propomo--nos, portanto, a produzir e divulgar sabonetes (sólidos e líquidos) amigos do
ambiente, utilizando apenas estes resíduos e outras substâncias de origem natural.
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2 - Processos / Procedimentos / Produtos
Os produtos a serem desenvolvidos neste projeto são sabonetes naturais, de baixo
custo e sustentáveis, ecologicamente produzidos com resíduos de pó de café e outros
ingredientes benignos de origem natural.
O desenvolvimento envolverá as seguintes fases: (1) levar os alunos, de forma lúdica e
participada, a perceber a importância dos hábitos de higiene e a necessidade de
reutilização e minimização dos resíduos produzidos diariamente na sociedade; (2)
recolha de resíduos de café na escola, comunidade escolar e estabelecimentos das
redondezas; (3) preparação de sabonetes utilizando glicerina, óleos vegetais, pó de
café e óleos essenciais, sendo o pó de café o ingrediente chave que, além de promover
a limpeza, possui uma série de componentes que nutrem e têm ação anti-inflamatória
e antioxidante; (4) avaliação dos sabonetes produzidos, através de testes para verificar
as suas propriedades de limpeza e remoção de odores, suave, mas eficaz, mantendo a
hidratação natural da pele.
3 - Relevância pedagógica
O projeto presta-se a uma abordagem multidisciplinar do conhecimento, estimulando
o desenvolvimento estruturado, coerente e concreto de capacidades nas diferentes
áreas. Enquanto desenvolvem o gosto pelo conhecimento científico e pela realização
de experiências, os alunos abordam conteúdos de várias áreas e desenvolvem
competências transversais, tais como a manifestação de atitudes de respeito pelo
meio ambiente e o reconhecimento da importância de reaproveitar os produtos. O
projeto funcionará como um catalisador de novas aprendizagens, motivando os
alunos, pelo seu carater experimental e inovador. Salientamos também o facto de
promover o envolvimento de toda a comunidade educativa com o meio ambiente. É
um projeto capaz de fomentar em todos os participantes a necessidade de reinventar
o presente para melhor viver no futuro e contribuir ativamente para formação de
pessoas capazes de integrar uma sociedade cada vez mais sustentável.
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4 - Parcerias
Contaremos com a parceria da Padaria Central da Vergada para ceder os resíduos de
café. Sensibilizaremos os estabelecimentos comerciais locais para que cedam as suas
borras de café. Estabelecemos contactos com a empresa Rogério Leal & Filhos SA para
a venda dos sabonetes. A parceria com o Ciência 2.0, projeto da UP, ajudará a escola a
criar um logótipo e um portal online para dinamizar a comunicação. Na Festa Cultural,
no Europarque, será feita sua demonstração e vendidos os sabonetes.
5 - Potencial de execução
O projeto apresenta franca viabilidade, mostrando-se os objetivos delineados
exequíveis e pertinentes para o escalão etário definido e as sinergias estabelecidas
oportunas pela adequada mobilização de recursos humanos e matérias que permitem.
Pela familiaridade e pela utilidade dos produtos a desenvolver, consideramos que o
projeto apresenta um inequívoco interesse, considerando a construção e
desenvolvimento de soluções inovadoras para o reaproveitamento de resíduos que
promoverá.