o cÓdigo de defesa do consumidor e as … moises dantas.pdf · plano de saÚde. negativa de...
TRANSCRIPT
O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E AS
AUTOGESTÕES
A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE - TENDÊNCIAS
Émerson Moisés Dantas de Medeiros
TORO E ADVOGADOS ASSOCIADOS
O que é, e como surgiu?
Judicialização na
prática
LEI Nº 13.269, DE 13 DE ABRIL DE 2016.
Autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por
pacientes diagnosticados com neoplasia maligna.
Art. 2º Poderão fazer uso da fosfoetanolamina
sintética, por livre escolha, pacientes
diagnosticados com neoplasia maligna, desde que
observados os seguintes condicionantes:
I - laudo médico que comprove o diagnóstico;
II - assinatura de termo de consentimento e
responsabilidade pelo paciente ou seu
representante legal.
Parágrafo único. A opção pelo uso voluntário da
fosfoetanolamina sintética não exclui o direito de
acesso a outras modalidades terapêuticas.
PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE FORNECIMENTO DE
MATERIAL PARA CIRURGIA. MATERIAL
BIOABSORVÍVEL. A OPERADORA NÃO PODE
INTERFERIR NO DIAGNÓSTICO E NAS SOLICITAÇÕES
MÉDICAS. INCIDÊNCIA, ADEMAIS, DA LEI Nº 9.656/98.
PROCEDÊNCIA MANTIDA. PLANO DE SAÚDE. DANO
MORAL. CARACTERIZAÇÃO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. 1.
(...)Interferência da operadora no pedido médico.
Impossibilidade. 2. Plano-referência (arts. 10 e 12
da Lei nº 9.656/98). Plano que deve cobrir tudo o
que for necessário para a cirurgia corretiva a que
se submeteu o autor. 3. Dano moral.
Caracterização in re ipsa. Indenização a ser fixada
com moderação (R$ 10.000,00). 4. Recurso da ré
não provido. Apelo do autor provido. (TJ-SP - APL:
0026187-33.2011.8.26.0625, Relator: Carlos Alberto
Garbi, Data de Julgamento: 17/03/2015, 10ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
19/03/2015)
APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE
SAÚDE. NEGATIVA DE EXAME. RESTRIÇÃO
CONTRATUAL. COBERTURA ANTIGA QUE NÃO SE
ATUALIZOU OU ACOMPANHOU OS AVANÇOS DA
MEDICINA. ABUSIVIDADE DE CLÁUSULAS.
INFRAÇÃO AO CDC. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA E DOS DIREITOS À SAÚDE E À
VIDA. DANOS MATERIAIS. COMPROVAÇÃO. DANOS
MORAIS. ARBITRAMENTO EM VALOR RAZOÁVEL.
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STJ E DO TJPB.
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC.
DECISUM MANTIDO. SEGUIMENTO NEGADO AO
RECURSO
(TJ-PB - APL: 00639845820128152001 0063984-
58.2012.815.2001, Relator: DES JOAO ALVES DA
SILVA, Data de Julgamento: 24/08/2015)
AÇÃO REVISIONAL DE PLANO DE SAÚDE PROMOVIDA
CONTRA A UNIMED. (...) CONTRATO DE SERVIÇOS DE
ASSISTÊNCIA MÉDICA E HOSPITALAR. INCIDÊNCIA DO
CÓDIGO DEFESA DO CONSUMIDOR. CLÁUSULA DE
REAJUSTE DAS PRESTAÇÕES DO PLANO DE SAÚDE EM
RAZÃO DA FAIXA ETÁRIA. RENOVAÇÃO DO CONTRATO
CONDICIONADA À MAJORAÇÃO DO VALOR DA
MENSALIDADE. REAJUSTE DE 71,50% EM RAZÃO DE TEREM
DOIS USUÁRIOS IMPLEMENTADO 60 ANOS DE IDADE.
CLÁUSULA ABUSIVA. NULIDADE DE PLENO DIREITO (ART.
51, INCISO IV, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR).
AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA E
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. VIOLAÇÃO DO ARTIGO
15, § 3º, DO ESTATUTO DO IDOSO. NORMA DE ORDEM
PÚBLICA E APLICAÇÃO IMEDIATA. DETERMINAÇÃO PARA
QUE O REAJUSTE ANUAL SEJA APLICADO DE ACORDO COM
AS NORMAS DA ANS. DEVOLUÇÃO DO VALOR COBRADO A
MAIOR. DECISÃO ACERTADA. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJ-SC - AC:
20140766527 SC 2014.076652-7, Relator: Saul Steil, Data
de Julgamento: 24/11/2014, Terceira Câmara de Direito
Civil)
(...) Negativa sob fundamento de os medicamentos
serem de uso domiciliar, importado, não autorizado
pela ANS - Os procedimentos de saúde cobertos
pelos planos não podem sofrer limitações quando
o paciente ainda está em tratamento para
proteção do direito à vida (artigo 5º da
Constituição Federal)- Limitações contratuais que
são abusivas, ante a previsão do artigo 51, IV e §
1º, II, do CDC e não podem alcançar o tratamento
necessário para o restabelecimento da saúde do
contratante – O não fornecimento do
medicamento implica na negativa indireta de
cobertura ao tratamento da moléstia, o que é
inadmissível - Precedentes desta Corte - Súmulas
95 e 102 do e. TJSP - Inteligência do art. 35-F da
Lei 9.656/98 – Ademais, registro dos medicamentos
já aprovado pela ANVISA - Sentença mantida –
Recurso improvido. (TJ-SP-APL: 1036421-
41.2015.8.26.0100, Relator: Silvério da Silva, Data
de Julgamento: 19/01/2016, 8ª Câm. de Direito
Privado)
APELAÇÃO CÍVEL - OBRIGAÇÃO DE FAZER COM
PEDIDO INDENIZATÓRIO E TUTELA ANTECIPADA -
PLANO DE SAÚDE - NEGATIVA DE COBERTURA PARA
PROCEDIMENTO DE NEOPLASIA MALIGNA DE FÍGADO
- RECUSA EMBASADA EM RESOLUÇÃO DA ANS - ROL
MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO, INCAPAZ DE
RESTRINGIR DIREITOS - INTERPRETAÇÃO DO
CONTRATO DE FORMA MAIS FAVORÁVEL AO
CONSUMIDOR - AUSÊNCIA DE EXPRESSA EXCLUSÃO
CONTRATUAL - CONDENAÇÃO AO CUSTEIO DO
EXAME CORRETAMENTE DETERMINADO - DANO
MORAL CONFIGURADO - NEGATIVA DE COBERTURA
QUE GERA ABALO MORAL INEQUÍVOCO - QUANTUM
CORRETAMENTE FIXADO RECURSO DE APELAÇÃO
DESPROVIDO
(TJPR - 9ª C.Cível - AC - 1422003-4 - Curitiba - Rel.:
José Augusto Gomes Aniceto - Unânime - - J.
17.12.2015)
PLANO DE SAÚDE. INDEVIDA NEGATIVA DE
COBERTURA CONTRATUAL. DANO MORAL.
CARACTERIZAÇÃO IN RE IPSA. INDENIZAÇÃO QUE
DEVE SER FIXADA CONFORME O EVENTO E COM
RAZOABILIDADE. RECURSO PROVIDO. Negativa
indevida de contrato de plano de saúde. Dano
moral. Caracterização in re ipsa. Indenização. Na
fixação do valor do dano moral devem ser
consideradas as figuras do agente causador e da
vítima, bem como suas respectivas posturas diante
do fato; as circunstâncias em que o dano ocorreu; e
as consequências do dano em relação aos
envolvidos. Fixação em R$ 30.000,00. Recurso
provido.
(TJ-SP - APL: 10539669520138260100 SP 1053966-
95.2013.8.26.0100, Relator: Carlos Alberto Garbi,
Data de Julgamento: 03/03/2015, 10ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 05/03/2015)
ENUNCIADOS DO CNJ
I JORNADA DE DIREITO
DA SAÚDE
ENUNCIADO Nº 24
Cabe ao médico assistente, a
prescrição terapêutica a ser adotada.
Havendo divergência entre o plano de
saúde contratado e o profissional
responsável pelo procedimento
médico, odontológico e/ou cirúrgico,
é garantida a definição do impasse
através de junta constituída pelo
profissional solicitante ou nomeado
pelo consumidor, por médico da
operadora e por um terceiro,
escolhido de comum acordo pelos dois
profissionais, cuja remuneração ficará
a cargo da operadora.
ENUNCIADO Nº 27
As resoluções nº 1956/2010
Conselho Federal de Medicina e
nº 115/2012 do Conselho
Nacional de Odontologia e o rol
de procedimentos e eventos em
saúde vigentes na Agência
Nacional de Saúde Suplementar,
e suas alterações, são de
observância obrigatória.
ENUNCIADO Nº 28
Nas decisões liminares para o
fornecimento de órteses, próteses e
materiais especiais – OPME, o juiz
deve exigir a descrição técnica e não
a marca especifica e/ou o
fornecedor, em consonância com o
rol de procedimentos e eventos em
saúde vigentes na ANS e na
Resolução nº 1956/2010 do CFM, bem
como a lista de verificação prévia
sugerida pelo CNJ.
ENUNCIADO Nº 29
Na análise de pedido para concessão
de tratamento, medicamento,
prótese, órtese e materiais
especiais, os juízes deverão
considerar se os médicos ou os
odontólogos assistentes observaram
a eficácia, a efetividade, a
segurança e os melhores níveis de
evidências cientificas existentes.
Havendo indício de ilícito civil,
criminal ou ético, deverá o juiz
oficiar ao Ministério Público e a
respectiva entidade de classe do
profissional.
ENUNCIADO Nº 26
É lícita a exclusão de
cobertura de produto,
tecnologia e medicamento
importado não
nacionalizado, bem como
tratamento clínico ou
cirúrgico experimental.
II JORNADA DE DIREITO
DA SAÚDE
ENUNCIADO Nº 62
Saúde Suplementar – Para fins
de cobertura assistencial, o
conceito de urgência e
emergência deve respeitar a
definição legal contida no art.
35-C. Lei Federal 9.656/98.
ENUNCIADO Nº63
Saúde Suplementar – O
deferimento de cirurgia
bariátrica em tutela de urgência
sujeita-se à observância das
diretrizes constantes da
Resolução CFM nº 1942/2010 e
de outras normas que
disciplinam a matéria.
ENUNCIADO Nº 64
Saúde Suplementar – A
atenção domiciliar não supre
o trabalho do cuidador e da
família, e depende de
indicação clínica e da
cobertura contratual.
NOVO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL
Art. 294. A tutela provisória
pode fundamentar-se em
urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela
provisória de urgência,
cautelar ou antecipada, pode
ser concedida em caráter
antecedente ou incidental.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de
dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa
ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos
ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em
prova documental adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova
capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o
juiz poderá decidir liminarmente.
Art. 9o Não se proferirá decisão
contra uma das partes sem que
ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto
no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de
urgência;
II - às hipóteses de tutela da
evidência previstas no art.
311, incisos II e III;
Art. 139. O juiz dirigirá o
processo conforme as disposições
deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
IV - determinar todas as medidas
indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o
cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham
por objeto prestação pecuniária
OBRIGADO.
Émerson Moisés Dantas de Medeiros
TORO E ADVOGADOS ASSOCIADOS
Endereço: Rua Santa Luzia, nº.48 – 11º andar Liberdade –
São Paulo – SP
E-mail:[email protected]
Telefone: (11) 2181.5700