o bedelho - dezembro/2014

12
O ano de união da categoria Ano 15 - Número 09 Natal, Dezembro de 2014 Filiado a FENAJUFE 2014 Greves, atos, apagões e mobilizações marcaram Acesse nosso site: www.sintrajurn.org.br

Upload: sintrajurn-natal

Post on 06-Apr-2016

243 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal do RN.

TRANSCRIPT

Page 1: O Bedelho - Dezembro/2014

O ano de união da categoria

Ano 15 - Número 09Natal, Dezembrode 2014

Filiado a FENAJUFE

2014

Greves, atos, apagões emobilizações marcaram

Acesse nosso site: www.sintrajurn.org.br

Page 2: O Bedelho - Dezembro/2014

Natal, Dezembro de 2014

Por Silvana GruskaCOORDENADORA GERAL DO SiNTRAJURN

O Sintrajurn passou da adolescência e che-ga à maturidade. Dezoito anos se passaram eaqui estamos para continuar a fazer voar o so-nho sonhado dos sindicalizados, com algu-mas mudanças de caras, renovações de pes-soas, porém, mais do que nunca, inovando naspráticas, publicando integralmente sua pres-tação de contas, levando sua assessoria jurídi-ca ao filiado de forma mais acessível e huma-nizada, criando o Núcleo dos Técnicos e oGTR de Carreira, participando ativamente doGTN e da criação do Núcleo Potiguar daAuditoria Cidadã das Dívidas Públicas, entretantos outros protagonismos.

O ano não foi fácil, muitas lutas e sacrifí-cios. Amadurecidos, fizemos no Rio Grandedo Norte uma forte greve em meados de agos-to e setembro, seguindo o calendário nacio-nal de mobilização da Fenajufe, levando cen-tenas de servidores, penalizados pelo acú-mulo de oito anos de perdas salariais, a para-lisar suas atividades por uma causa justa, nãosomente pelo reajuste, mas também pela va-lorização da carreira.

Fizemos a nossa parte, percebendo que agreve no RN foi no momento certo. Aguerridos,ajudamos a construir a luta dos servidores doMPU no país. No momento em que foi deci-dida nacionalmente a fizemos, ao contrário demais de mais de 15 estados que “receosamen-te” não a fizeram.

Nas suas falas e clamores, desabafos cora-josos e indignados, os servidores grevistas mos-traram que são capazes de se unir numa lutacoletiva, de brigar por um ideal, pelos seus di-reitos. Jamais nos esquecereremos de todosesses momentos, pessoas tímidas que se trans-formavam em gigantes, em atletas olímpicos apercorrer seus locais de trabalho motivando etrazendo novos colegas para a greve. Quantoorgulho temos da categoria potiguar, dos va-lorosos guerreiros que não fugiram à luta!

Essas atitudes que tanto nos emociona-ram, ainda tão frescas na lembrança, apontamque estamos no caminho certo, conquistandoa confiança do sindicalizado, levando-o a acre-ditar que fazer parte do sindicato é um investi-mento feito nele mesmo. Atitudes que nos in-

centivam a trabalhar cada vez mais com inde-pendência, transparência e soberania da base.

O Sintrajurn foi um dos poucos sindicatosda categoria que, além de fazer a greve, comparticipação ativa nas reuniões do comandonacional de greve em Brasília, ainda fez reu-niões setoriais, apagões locais e participou deatos de protesto em Brasília, levando à capitaldo país, entre diretores e sindicalizados, mais de20 servidores, o que não foi pouco se levarmosem conta a capacidade financeira do nosso pe-queno sindicato. Não foi à toa que uma das pri-meiras providências que tomamos ao iniciarnossa gestão foi a de fazer um fundo de greve.

Mas, sabemos que o ano que se aproximaserá de mais desafios, portanto, de mais tra-balho. Não só o aspecto da saúde do servidorpreocupa o Sintrajurn, mas também aspec-tos como o assédio moral. Essas questões ga-nham importância com a implantação defi-nitiva do processo judicial eletrônico. Ocorreuma mudança na organização do trabalho e éfundamental que a categoria faça o debatesobre a nova realidade, para não ser atropela-da pelas mudanças.

Nesse contexto, vamos ter que discutir a jor-nada de trabalho, porque, embora algumas tare-fas deixem de existir, está havendo um aumentoda carga de trabalho, pois houve um incrementoconsiderável da movimentação processual. Essarealidade tem de levar em conta a saúde do ser-vidor, que não pode continuar a se sacrificar, aser assediado moralmente e a adoecer por ex-cesso de trabalho. Nossa luta tem que ir além daluta por melhores salários, tem que ser uma lutapor respeito, uma luta pela cidadania.

Nosso recado é que acreditem na força daorganização e da unidade. O fundamental, co-mo o Sintrajurn faz, é buscar a unidade e ga-rantir autonomia frente a qualquer governo ea qualquer administração e, assim, manter aessência do trabalho por melhores salários econdições de trabalho.

Aos que continuam na batalha pela garan-tia de direitos e novas conquistas, o nosso de-sejo de continuarmos 2015 juntos, escreven-do as próximas páginas desta história de união,avanços e vitórias.

Parabéns, Sintrajurn, pela sua maiorida-de, e um proveitoso descanso a todos que fa-zem a luta.

Permutas

Charge

Rua Pe. Tiago Avico, 1815, Candelária,Natal/RN - CEP 59065-380 - Telefax: 3231-0152e-mail: im pren sa@sin tra jurn.org.br

DiagramaçãoEdilson Martins - RN00033DG

Luciana de Oliveira LealAnalista Judiciária / TJPEPermutar para TJDFT ou outro órgão emBrasília - Fone: (87) 8806-3496 [email protected]

Ana Rita GóesAnalista Judiciária / TRT1 – Rio de Janeiro -Permutar para TRT, TRE ou TRF – Salvador oucidades próximas.Fone: (21) [email protected]

FernandaTécnica Judiciária / TRT 24Permutar para TRT 4 - Fone: (51) [email protected]

MauricioAnalista Judiciário Área Judiciária / JustiçaFederalPermutar para TRE-RN ou de outras capitais aanalisar - Fone: [email protected]

Fabio Almeida de SantanaAnalista judiciário - estatístico / TRT5 Salvador- Permutar para Brasília qualquer órgão - Fone:(61) [email protected]

Ana ValençaTécnico Judiciário / TRE - BAPermutar para TRE - PEFone: (81) 9928-9715 [email protected]

ElieteAnalista Judiciário / TJPEPermutar para TJRN - Natal ou proximidadesFone: (81) 8149-4938/ [email protected]

André Nycolai Pereira dos SantosTécnico Judiciário / Superior Tribunal de Justiça- STJPermutar para Justiça Federal - NatalFone: (61) 9986-3081 ou [email protected]

LarissaTécnica Judiciária / TJPRPermutar para Pernambuco/Ceará/ AlagoasFone: (41) [email protected]

Manuela VianaAJAJ / TRT 2Permutar para TRT 21, 13, 6 ou 7 (RN, PB, PE, CE)Fone: (11) [email protected]

Coordenadores Executivos João Batista de Souza Leão Neto – TRE/RN; Paulo

Marcelino da Silva – JFRN; Maria Missilene Martins Silva –TRT21; Maximiano Foeppel Uchôa – TRE/RN; Carlos

Roberto Pinheiro – JFRN; Valter Santos Aquino – TRT21

Coordenadores Suplentes Tarciso Correia de Azevedo Júnior – TRT21; Ernane César de Oliveira Bastos – TRE/RN;

William Gurgel Pinheiro – JFRN; Kelson Guarines dos Anjos – TRT21;

Coordenadores Gerais do SIN TRA JURN Silvana Costa Gruska Benevides – JFRNLeandro Augusto Gonçalves – TRE/RN

Willam Marinho Araújo – TRT/21

Coordenadores de FinançasBoanerges Batista da Silva Cezário – JFRN;

Eraldo Morais de Macêdo – TRE/RNEdmilson Vitorino da Silva – TRT21

Jornalista ResponsávelLeane Fonseca - DRT 701

Os ar ti gos as si na dos pu bli ca dos em O BE DE LHO não re fle tem ne ces sa ria men te a opi nião do jor nal ou da di re to ria do Sindicato, sen do de res pon sa bi li da de dos au to res. Os tex tos pa ra es ta se ção, com no má xi -mo 25 li nhas de 70 to ques e os das co lu nas, de vem che gar ao Sindicato im pre te ri vel men te até o dia 15, sob pe na de não se rem pu bli ca dos na edi ção do mês.

2

Tiragem1.000 exem pla res

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL DO RN

EDI TO RIALE assim se passaram 18 anos...

Page 3: O Bedelho - Dezembro/2014

Natal, Dezembro de 2014 3Jurídico

É de conhecimento dos servidores do TRT/RNa existência do Procedimento de ControleAdministrativo n° 8706-93.2013.5.90.0000 que visajunto ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho– CSJT, a reclassificação estatística do 2° grau(TRT/RN), para que os gabinetes de desembarga-dor do TRT da 21ª Região enquadrem-se na faixa demovimentação de 751 a 1.000 processo/ano, corri-gindo assim um superávit de 14 funções comissio-nadas do tipo - FC-5 nos gabinetes dos desembar-gadores do TRT da 21ª Região, conforme informa-ções contidas no PCA.

No dia 28 de novembro de 2014, finalmente, foiproferido o voto da relatora do PCA,

Desembargadora Conselheira Elaine MachadoVasconcelos que no mérito determinava ao TRT da21ª Região que editasse no prazo de 30 (trinta) diasnovo normativo para conformação da estrutura (ser-vidores, funções e cargos comissionados) dos gabi-netes de desembargador e das varas do trabalho, aospadrões previstos na Resolução CSJT n.º 63/2010,considerando a instalação dos gabinetes de desem-bargador criados pela Lei nº 12.482/2011. Porém,infelizmente, houve suspensão do julgamento doprocesso em virtude do pedido de vista regimentaldo Exmo. Desembargador Conselheiro CarlosCoelho de Miranda Freire.

O mais importante atualmente é informar aos

servidores do TRT da 21ª Região, que o SINTRA-JURN se fez presente em todas as sessões adminis-trativas do CSJT com o intento de obter o julga-mento do PCA em questão antes que o mandato doatual Presidente do TRT/RN fosse encerrado. Nãoobstante todo o esforço empreendido pelo SIN-TRAJURN, não foi possível obter o julgamento an-tes do encerramento do referido mandato. Porém,que fique registrado, que o TRT/RN poderia ter seadequado espontaneamente aos termos da ResoluçãoCSJT n.º 63/2010 e, ao invés disso, encerrou o anode 2014 sem a adequação em comento, gerando, porexemplo, a injusta ausência de pagamento da FC4aos Secretários de Audiência.

Milley God - [email protected] - Telefone: (84)2010-6733

Procedimento de controle administrativo no Conselho Superior da Justiça do Trabalho

No dia 10 de dezembro passado, a Comissão deFinanças e Tributação (CFT) da Câmara aprovou oProjeto de Lei (PL) 7920/2014, que trata do reajustesalarial dos servidores do Poder Judiciário da União.

Para garantir a votação do PL 7920/14, logo noinício da reunião da comissão o presidente MárioFeitoza (PMDB/CE) colocou em votação um reque-rimento de inversão de pauta, apresentado pelo rela-tor do projeto, deputado Manuel Junior (PMDB/PB),conforme compromisso assumido no dia anteriorcom dirigentes da Fenajufe.

Aprovada a inversão de pauta, devido a um acor-do entre as bancadas e o governo, o PL 7920/14 foi osegundo a ser apreciado pela comissão. Com presen-ça de 25 deputados, número bem acima do quórumpara a realização da reunião, que é de 17 parlamenta-res, o parecer do relator foi aprovado por unanimida-de, com complementação de voto, que condiciona oreajuste à disponibilidade de dotação orçamentária.

Servidores lotaram a sala de reunião da CFT, quecontou com a presença dos coordenadores da Fenajufealém de representantes de vários sindicatos filiados àFederação. A reunião também foi acompanhada pelodiretor geral do STF (Supremo Tribunal Federal),Amarildo Vieira, sinalizando de que há uma negocia-ção em curso. Além disso, o deputado Afonso Florence(PT/BA) informou, durante a reunião da comissão,que o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski,estaria negociando o reajuste com a ministra doPlanejamento, Miriam Belchior.

Mas a categoria tem consciência de que a pressãodeve continuar e segue mobilizada para garantir que oPL 7920/14 seja aprovado pelo Congresso e sanciona-do pela presidente Dilma Rousseff. Para assegurar osrecursos no orçamento de 2015, necessários à imple-mentação do reajuste, servidores realizam um ato em

e luta continua pela aprovação do reajuste salarial no Congresso ainda este ano

PL 7920/14 é aprovado na CFT da Câmara

frente ao STF, nesta terça, a partir das 15 horas. O obje-tivo é cobrar do ministro Ricardo Lewandowski umaação efetiva para fechar um acordo com o governo nosentido de garantir esses recursos orçamentários. Maisdo que isso, a categoria exige que o projeto de reajustedos servidores tramite juntamente com o dos magistra-dos e procuradores, garantindo isonomia de tratamento.

Pela tramitação normal, o PL 7920/14 deve seguirpara a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania(CCJC) da Câmara, em caráter terminativo, para de-pois ir ao Senado. Mas há uma possibilidade de acor-

do para que seja votado pedido de urgência no plená-rio da Câmara com o objetivo de aprovar mais rapida-mente o projeto. A Fenajufe está trabalhando para queeste acordo seja viabilizado, mas é fundamental a par-ticipação da cúpula do Judiciário junto ao governo pa-ra que isso seja efetivado.

A Fenajufe também está acompanhando a tramita-ção do PL 7919/14, de reajuste dos servidores doMPU, que está na mesma comissão, aguardando o pra-zo para apresentação de emendas.

Fonte: Fenajufe

JOANA DARC

Page 4: O Bedelho - Dezembro/2014

Natal, Dezembro de 20144

CSJT, GTN e Reunião Ampliada da FenajufeOs coordenadores gerais do Sintrajurn

Silvana Gruska e Leandro Gonçalves tive-ram uma semana intensa de atividades emBrasília no final de novembro. Na sexta,28, juntamente com o advogado do sindi-cato, Dr. Milley God, estiveram no ConselhoSuperior da Justiça do Trabalho – CSJT pa-ra assistir e fazer sustentação oral no julga-mento em plenário do Procedimento deControle Administrativo - PCA 8706-93.2013.5.90.0000, que trata da alteraçãoda estrutura das funções comissionadas noâmbito das Varas do Trabalho do TRT21,oportunidade em que também assistiramao julgamento do Recurso Administrativo- RecAdm-PP 21860-47.2014.5.90.0000,da Fenassojaf, do reajuste da indenizaçãode transporte dos Oficiais de JustiçaAvaliadores da Justiça do Trabalho.

No primeiro caso, do PCA, após a con-signação do voto da relatora MinistraConselheira Elaine Machado Vasconcelosplenamente favorável à tese do Sintrajurn,lamentavelmente foi pedido vistas do pro-cesso pelo Conselheiro Carlos CoelhoFreire, Presidente do TRT13, antes mes-mo dos demais conselheiros proferiremseus votos, o que o levará a ser julgado tãosomente na sessão de fevereiro de 2015.

Quanto ao Recurso Administrativodo interesse dos Oficiais de Justiça, estefoi julgado e indeferido sob o argumen-to de ausência no recurso de estudo aba-lizado sobre o assunto.

Com o presidente do TSTAo final da sessão do CSJT, Silvana e

Leandro, junto com o diretor TarcísioFerreira, da Fenajufe, e Ruy Almeida, doSintrajufe-RS, puderam falar com oPresidente do Tribunal Superior doTrabalho - TST, Ministro BarrosLevenhagen, onde lhe foi exposto a pre-cária situação da carreira dos servidoresdo PJU e a preocupação de que o PL doreajuste deles não fosse aprovado esteano. O Presidente declarou estar a par detoda a situação e estar solidário com aslutas dos servidores, tendo informado,inclusive, que o Ministro RicardoLewandowski teria dito antes das elei-ções que iria reunir todos os presidentesdos tribunais superiores para traçar açõese estratégias de negociação com oExecutivo na obtenção de um acordo que

viabilizasse o reajuste da categoria, masque até agora ele estava esperando pelareunião. Tarcísio pediu, então, que elemesmo procurasse Lewandowski, pois oprazo estava curto para a aprovação doprojeto dos servidores no congresso.

Segundo Silvana, o mais alarmante nabreve conversa com o Presidente do TSTfoi o fato dele ter dito que o PL dos magis-trados não estava mais nas mãos da própriaclasse, uma vez que o interesse maior naaprovação estava sendo dos próprios par-lamentares por causa do reajuste em cadeiaque os beneficiaria de imediato, o que elaconsidera um forte indício de que o PL dosjuízes já está aprovado, a depender apenasda tramitação formal no congresso.

No GTNNo dia 29, sábado, os coordenadores

participaram da reunião do Grupo deTrabalho Nacional de Carreira – GTN,na sede da Fenajufe, onde os diversos sin-dicatos presentes informaram sobre o an-damento das discussões sobre carreiranos seus estados, e de onde se tirou umcalendário consensual de forma a que oassunto seja discutido e deliberado nassuas bases, em assembleias, até meadosde junho do próximo ano. Nesse meio-tempo serão realizadas mais três reuniõesdo GTN em Brasília, quando então a car-reira será discutida e deliberada em PlenáriaNacional Extraordinária, convocada úni-ca e especificamente para esse fim.

Silvana e Leandro informaram que pa-ralelamente à realização das três reuniões

do GTN também serão realizadas reu-niões do GTR, em nosso estado, que cul-minarão em um seminário sobre carreiraa ser realizado na sede do Sintrajurn, paraque todos os servidores tenham a oportu-nidade de, antes das discussões e delibera-ções na assembleia específica, serem devi-damente esclarecidos sobre o assunto.

Na Reunião AmpliadaNo dia 30, domingo, os coordenado-

res, eleitos delegados na assembleia do dia24, participaram durante todo o dia daReunião Ampliada da Fenajufe, no HotelNacional. Para eles ficou claro, nas conver-sas e discussões em Brasília, que a falta deum acordo entre Judiciário e Executivo es-tá impedindo a aprovação do PL 7.920/14.Pelas falas dos diretores da Fenajufe e de al-guns sindicatos que estão diariamente nocongresso e nos tribunais superiores, prin-cipalmente no STF, pressionando pela apro-vação do PL e por um acordo entre o PoderJudiciário e o Executivo, a bancada do PTtem atuado fortemente contra o projetodos servidores, embora tenham aprovadosem qualquer óbice os projetos que tratamdo reajuste para magistrados e procurado-res do MP.

Para os coordenadores, o fato do pro-jeto dos juízes e procuradores estar maisavançado indica claramente que existeum acordo quanto à sua aprovação, oque não se tem formalizado quanto aodos servidores. Para eles o momento écrítico, o que enseja a necessidade de au-mentar a pressão junto aos parlamenta-

res como mais uma forma de pressionaro governo para fechar o acordo e garan-tir a reposição salarial.

Os coordenadores consideram umverdadeiro “tapa na cara” dos 120 milservidores do Judiciário Federal a apro-vação na CFT dos projetos de reajustede juízes e procuradores do MP, ao mes-mo tempo em que a reposição dos servi-dores é obstruída pelo Executivo por to-dos os meios. Sentiram a indignação detodos os delegados presentes à Ampliadae o sentimento de revolta com a demorainjustificável do presidente do STF emprocurar a presidente para negociar o PLdos servidores, penalizados pelo acúmu-lo de oito anos de perdas salariais.

Para eles, a categoria mostrou quecontinua mobilizada e que não aceita re-posição apenas para os magistrados.Como foi dito diversas vezes durante asdiscussões, “ou sai pra todos, juízes eservidores, ou não sai pra ninguém”.

A reunião ampliada aprovou ainda le-var ao presidente do STF, RicardoLewandowski, posição política reivindi-cando que ele se expresse publicamente afavor dos projetos dos servidores e assi-nale em nota ser inadmissível aprovar ape-nas os reajustes de magistrados e procura-dores – algo que ele mesmo já disse a coor-denadores da federação que colocaria emrisco até a “governança” do Judiciário. Éo mínimo que se espera de quem prome-teu inúmeras vezes durante o ano viabili-zar com o Executivo o acordo tão espera-do e merecido pela categoria.

Sintrajurn presente nas lutas da categoria:

Em plebiscito com quase dois mil votantes, osservidores do Judiciário Federal do Rio Grande doSul decidiram, por ampla maioria, pela desvincula-ção do Sintrajufe/RS da Central Única dosTrabalhadores (CUT).

Foram apurados um total de 1921 votos. 1564votos pelo sim à desfiliação (82,05% dos votos vá-lidos), contra 342 votos pela manutenção da filia-ção àquela central (17,95%). Além de três votosbrancos e 12 nulos. Dessa forma entendeu-se que

a central sindical não representa nem defende defato os interesses dos trabalhadores, atuando aolado do governo, no lado inverso ao da trincheirada categoria.

Fonte: Sintrajufe/RS, com edição.

Servidores do Rio Grande do Sul decidem pela desfiliação da CUT

Coordenadores do Sintrajurn com o presidente do TST Ministro Barros Levenhagen

Page 5: O Bedelho - Dezembro/2014

Natal, Dezembro de 2014 5Retrospectiva 2014

Sintrajurn participa no dia 22 de janeiro do Ato Público contra os gastos dosgovernos estadual e federal com a Copa do Mundo. O evento ocorre conjunta-mente com o lançamento da campanha salarial Unificada dos Servidores PúblicosFederais 2014.

A nova assessoria jurídica passa a funcionar na sede do escritório Serrano &Arruda advogados. Com a mudança os sindicalizados deixam de pagar o per-centual sobre o resultado financeiro obtido nas demandas judiciais.

JANEIRO

O Sintrajurn participa da primeira Reunião Ampliada da Fenajufe do ano rea-lizada no dia 8, onde é aprovada a campanha salarial 2014 e o calendário de lutas.

O Sintrajurn também participa em Brasília, no dia 22, da instalação do Grupode Trabalho Nacional (GTN) de carreira da Fenajufe, tendo o coordenador ge-ral do sindicato Leandro Gonçalves sido escolhido como um dos membros dogrupo com a responsabilidade de sistematizar a discussão de desenvolvimentoda carreira dos servidores do Poder Judiciário da União.

FEVEREIRO

As mulheres servidoras do TRT, TRE e JFRN são homenageadas comcartões e trufas durante a passagem do Dia Internacional da Mulher.

O coordenador Leandro Gonçalves participa da Ampliada da Fenajuferealizada no dia 20, que decide que a categoria deve entrar em estado degreve e realizar Ato Nacional no STF no dia 2 de abril contra a tentativa defragmentação da carreira.

MARÇO

Assembleia realizada no dia 12 delibera por maioria que o Sintrajurn terá ocoordenador Leandro Gonçalves liberado do TRE para se dedicar com exclusi-vidade ao sindicato.

O coordenador suplente William Marinho assume a vaga de coordenador ge-ral do Sintrajurn após a renúncia de Olavo Chaves por recomendação médica.

ABRIL

No dia 09 os coordenadores do Sintrajurn Eraldo Morais, Paulo Marcelino,Silvana Gruska e William Marinho participaram da audiência pública na AssembleiaLegislativa do RN que discutiu a PEC 555/2006 que propõe o fim da taxação previ-denciária dos aposentados e pensionistas. Os coordenadores gerais Leandro Gonçalvese Silvana Gruska visitam no dia 28 os sindicalizados da vara do trabalho de Assú e, nodia seguinte, os das varas do Trabalho e da Justiça Federal de Mossoró, com o objeti-vo de apresentar a nova gestão do sindicato e atualizar os servidores sobre o Grupode Trabalho de Carreira Nacional – GTN e o Grupo de Trabalho de Carreira Regional- GTR, além de conhecer as demandas específicas dos servidores daqueles locais.

MAIO

Assembleia no dia 07 delibera sobre a entrada imediata da categoria em Estadode Greve, a realização de dois apagões e a criação do Fundo de Greve.

Reuniões setoriais preparatórias para os Apagões reúnem servidores no dia 11 noTRE, no dia 12 no TRT e no dia 17 na JFRN, onde é exposta a difícil situação em quese encontra a categoria e os perigos advindos com a aprovação da PEC 59 que dispõesobre a criação de um estatuto único para os servidores do Poder Judiciário no país.

O 1º Apagão do Judiciário Federal do RN realizado no dia 18 reúne muitosservidores em frente ao TRT, alerta para as dificuldades enfrentadas pela catego-ria e prepara para a deflagração da greve em agosto.

JUNHO

Page 6: O Bedelho - Dezembro/2014

6 Natal, Dezembro de 2014Retrospectiva 2014

No dia 07 o Sintrajurn participa em Brasília do Ato Nacionaldos Servidores do Judiciário que exige respeito à autonomia doPoder Judiciário com a maior delegação de fora do Distrito Federal.Estiveram presentes os sindicalizados Adriano Benicio, DennisEliezer, Floriano Bezerra e José Cosmo além dos coordenadoresCarlos Pinheiro, Ernane Bastos, Paulo Marcelino, MaximianoFoeppel e Silvana Gruska.

Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 15 decide,por unanimidade, pela entrada em greve por tempo indetermina-do a partir do dia 21. O fato tem cobertura massiva da imprensaem virtude da paralisação ocorrer em um ano de eleição.

Começa no dia 21 a greve histórica da categoria potiguar marca-da pela adesão de expressivo número de servidores que participamativamente das mobilizações realizadas em frente ao TRE e ao TRT.

AGOSTO

Sintrajurn participa da criação do Núcleo Potiguar da Auditoria Cidadã das dí-vidas públicas do Brasil. O lançamento aconteceu no dia 21 de agosto no Sindicatodos Bancários.

O 2º Apagão do Judiciário Federal ocor-re no dia 04 em frente ao TRE e reúne umaexpressiva parcela de servidores que aten-dem ao chamado do Sintrajurn para sus-pender as atividades e participar do protes-to pelo reajuste emergencial e valorizaçãoda carreira.

Presidência do TRT responde solicita-ção do Sintrajurn e instala na Vara doTrabalho de Pau dos Ferros duas equipesde vigilância armada 24 horas e um portaldetector de metal na sala de audiência. Amedida foi tomada após o sindicato cobrarsegurança para os servidores que foram ví-timas de ameaça de morte.

JULHO

Page 7: O Bedelho - Dezembro/2014

5O mês se inicia com a categoria em greve em propor-

ções nunca antes vista, contribuindo fortemente para aconstrução da greve nacional.

Assembleia realizada no dia 05 em frente ao TRT segueorientação nacional pela suspensão do movimento paredis-ta e entrada da categoria em estado de greve para não des-gastar o movimento e manter as forças para as futuras lutaspelo reajuste.

O Sintrajurn participa no dia 10 do ato na Praça dosTrês Poderes durante a posse do ministro RicardoLewandowski na presidência do STF. Foi representadopelos servidores Raphael Perez, Verônica Pereira,Deodoro Araújo, Francisca Lima, Fernanda Soares,Dennis Eliezer e Maria Nildete, acompanhados peloscoordenadores Edmilson Vitorino, Leandro Gonçalvese Silvana Gruska.

SETEMBRO

Natal, Dezembro de 2014 7Retrospectiva 2014

Page 8: O Bedelho - Dezembro/2014

Sintrajurn disponibiliza, no site do sindicato, naárea do sindicalizado, a prestação de contas dosmeses de março a julho de 2014 de forma integrale totalmente transparente, não mais apenas em for-ma de balancetes quadrimestrais. Desde esta dataos sindicalizados passaram a verificar a origem dasreceitas e a realização das despesas mensalmente.

No Dia do Servidor Público o Sintrajurn publi-ca nota de igual natureza à publicada em outubrode 2013 pela gestão anterior do sindicato e convi-da o servidor na sua data à reflexão e à ação contratodos os ataques que vem se avolumando nos últi-mos 25 anos contra a categoria. Em sinal de luto,convoca-o a usar camisa preta como sinal de indig-nação contra todas as provas de descaso dos go-vernos contra os servidores e os serviços públicos.

OUTUBRO

A juíza da 17ª Vara Cível da Comarca de Natal,Divone Maria Pinheiro, julga improcedente açãoajuizada pela chapa vencida no certame eleitoral de2013 que pedia a suspensão da eleição para a dire-toria do Sintrajurn. Segundo entendimento da ma-gistrada inexiste motivo para anulação do pleitopor não ter havido fraude no processo de votação.

Aumenta o número de adoecimento de servido-res do Judiciário Federal. Pesquisa demonstra que aimplantação do PJe pode ter ocasionado problemasvisuais, dores de pescoço, costas, ombros, braços epernas entre outras doenças, inclusive de ordem men-tal. Os casos de depressão também assustam. Somenteem 2014, quatro servidores cometem suicídio, trêsem São Paulo e um caso em Santa Catarina, sendoum deles natural do RN.

NOVEMBRO

As coordenadoras Maria Missilene e SilvanaGruska, acompanhadas do advogado do sindi-cato Milley God e da engenheira de segurançado trabalho Marta Maria Lopes, visitaram nodia 05 a vara de Assu comprovando as más con-dições de trabalho devido à exposição prolon-gada à temperatura ambiental elevada. O laudotécnico subsidia um pedido de providências àpresidência do TRT21.

Servidores falam sobre os casos de adoecimentoque vem acometendo a categoria nos últimos anos.Essa situação crítica preocupa o Sintrajurn quemarca para 2015 a realização do I SeminárioEstadual sobre Saúde do Servidor e PJe.

DEzEMBRO

Natal, Dezembro de 20148

Dando prosseguimento a gestão transparente da atual administração, o Sintrajurndisponibiliza a tabela de patrocínio deste ano de 2014 para as solicitações em be-nifício dos sindicalizados referentes a ajudas de custo e contribuições.

O investimento realizado pelo sindicato foi acima de R$ 10,5 mil conformemostra a tabela abaixo:

Numa administração democrática

O sindicalizadoem primeiro lugar

R$ 2.000,00 - Assejuf - Confraternização de final de ano da Justiça FederalR$ 1.000,00 - Assejern - Confraternização de final de ano do TRER$ 1.500,00 - TRE - Comemoração do Dia do servidorR$ 400,00 - JFRN - Projeto Cultural Instância das Artes da Justiça FederalR$ 200,00 - JFRN - Projeto Cultural Instância das Artes da Justiça FederalR$ 2.000,00 - TRT21 - XIII Olimpíada Nacional da Justiça do TrabalhoR$ 1.500,00 - JFRN - IV Olimpíada do TRF5R$ 2.000,00 - TRT21 - Dia da Conscientização da Saúde 2014R$ 145,50 - Audiência Pública sobre a PEC 555 na Assembleia Legislativa doRN (rateio das despesas com demais sindicatos participantes)Total: R$ 10.745,50

Retrospectiva 2014

Automóveis:Auri Auto Peças AutobhanGrupo Monte Belo HC Pneus

Comércio:Milano Óptica Óticas Natal Sabores do Cacau

Educação: Colégio Nossa Senhora dasNeves Faculdade Maurício deNassau LFG – Rede de Ensino LuizFlávio Gomes (IELF/Natal) Minds Natal S.O.S Educação Profissional UNI-RN

Gastronomia:Armazém Gourmet La Via Italiana

Hospedagem:Imirá Plaza Hotel Pirâmide Natal Hotel &Convention Pousada dos Amores Rede de Hotéis Sabino Palace

Lazer:Astra 21 Ma-noa ParkTaverna Pub

Saúde e Bem estar:Evidance - Academia de Dança Integra Ser Oral Estética Terapia Ocupacional Unimed Natal

Outros:Futuro Emp. Imobiliários M&B Corretora de Seguros SESC/RN Sicoob Judiciário.

A cada dia, mais trabalhadores to-mam consciência da importância de en-caminharem suas lutas coletivamente. Aconcretização desta coletividade, parareivindicar direitos e lutar contra as in-justiças, se faz no Sindicato. Acreditarna sindicalização é um investimento fei-to pelo trabalhador nele mesmo.

Você, ao filiar-se ao Sintrajurn, passaa fazer parte de uma entidade transpa-rente, que se preocupa em compartilharcom todos seus filiados tudo que é reali-zado com a sua contribuição sindical. OSindicato é patrimônio de toda a catego-ria. Não tem dono ou proprietário. Elepertence ao sindicalizado.

Filiando-se passará a ter direito deusufruir de todos os serviços presta-dos pela entidade, como a assessoriajurídica gratuita, o ajuizamento deações, entre outros, assim como des-frutar de todos os convênios firma-dos pelo sindicato. Sua contribuiçãonada mais é que seu posicionamentocomo cidadão.

Valores:Para ter acesso a esses e outros benefí-

cios, basta preencher a ficha de filiação au-torizando o desconto em folha de contri-buição sindical no valor percentual de 0,8%de sua remuneração mensal, após descon-tados IRPF, PSSS e isentados os auxílioscreche e alimentação. Venha somar-se aosservidores que já optaram pelo caminhoda união para fortalecer nossa categoria.

Como se filiar:Entre no site do Sintrajurn e clique na

aba “Filie-se” que fica no alto da página,preencha a ficha de filiação, imprima, as-sine e encaminhe para o sindicato, na RuaPadre Tiago Avico, 1815, Candelária,Natal/RN - CEP 59065-380, ou envie di-gitalizada para o e-mail [email protected]. Caso queira, telefone para3231-0152 e nos solicite que pegaremos aficha de filiação no seu local de trabalho.

E lembre-se: o sindicato só existe porvocê, para você e com você. É nele queconduziremos nosso futuro e construí-mos nosso destino. Filie-se!

Filie-se

Confira

nossos

Convênios:

Page 9: O Bedelho - Dezembro/2014

Natal, Novembro de 2014 9

Perfil Francisco Geider Dantas de Azevedo

Técnico Judiciário no TRT21

d e u m s e r v i d o r

Desde o mês de setembro de 1997que Geider Dantas é visto na 4ª Vara doTrabalho de Natal, após passar 15 diasna Secretaria Judiciária, é lá que trabalhae onde sente o reconhecimento da ativi-dade que realiza por parte dos colegas edos juízes, segundo ele, em um ambien-te bastante favorável. Mas, nem tudosão flores, como servidor público des-taca a falta de progressão salarial e o ser-viço sobrecarregado das Varas doTrabalho como pontos desfavoráveis.

Estamos chegando ao final de 2014,um ano bastante movimentado para acategoria que entrou em greve e, pelaprimeira vez, se mostrou forte e unidana luta por seus direitos, o sindicalizadoguarda positiva recordação do período

de 16 dias entre o finalde agosto e início de se-tembro quando, segun-do consta, os servido-res fizeram a sua parte.“Como Secretário deAudiência ficou marca-do para mim o fato determos paralisado asaudiências em quase to-das as varas duranteuma semana, um fatoinédito no TRT”,

Casado há 16 anoscom Rosenilda, o casaltem dois filhos, Arthurde 15 anos e Giovanna de 10. Nas horasvagas gosta de se reunir com a família e

os amigos, normal-mente em casa ouem encontros econfraternizaçõesrealizadas em barese restaurantes.

Para 2015 espe-ra que o Governoreconheça a neces-sidade de recom-posição para que acategoria possa vi-ver mais tranquili-dade e sair do “ar-rocho” em que seencontra atualmen-

te. “É enorme a dificuldade de manteruma família, pagar colégio, fazer super-

mercado, entre outras obrigações”, re-latou. Também para o ano que se apro-xima deseja que seja de conquistas, poistodos estão precisando. “Desde já para-benizo o Sintrajurn pelo belo trabalhoapresentado em 2014 como nunca ti-nha visto, sabendo que é uma luta mui-to desgastante, principalmente naque-les dias em que estávamos em greve eatravés de viagens à Brasília para resol-ver problemas da categoria”.

Antes de finalizar, Geider agradecepelo bem maior da família e da amizade,“considero meus colegas de trabalho co-mo irmãos que tornam a rotina diária maisprazerosa”, e encerrou informando terorgulho da função que ocupa, “amo fa-zer, mas sei que poucos gostam”.

Orgulho pelo que faz!

Vara de Assu “pega fogo”

As coordenadoras do Sintrajurn, Maria Missilene eSilvana Gruska, visitaram no último dia 05 de dezembro,a Vara do Trabalho de Assu, acompanhadas do advogadodo sindicato, Milley God, e da engenheira de segurança dotrabalho contratada pelo Sintrajurn, Marta Maria Lopesde Azevedo, com o objetivo de apurar denúncia de máscondições de trabalho devido à exposição prolongadados servidores à temperatura ambiental muito elevada de-correntes da quebra constante dos condicionadores de ar,principalmente no ambiente da Secretaria da Vara.

O advogado Milley God esclareceu as dúvidas dosservidores presentes quanto aos assuntos de natureza ju-rídica que foram abordados, prestando ainda informa-ções sobre ações do interesse da categoria.

DesabafoOs servidores informaram que o problema causa-

do pelos defeitos apresentados pelos condicionadoresde ar existe desde janeiro e que o calor era insuportável,principalmente no período da tarde. Disseram aindaque o trabalho vinha sendo exercido com muito sacri-fício, a ponto de um deles passar mal em decorrênciado excessivo calor.

A temperatura na cidade de Assu, muitas vezes, ultra-passa os 35 graus, o que tornava ainda mais crítica a situa-ção por aumentar a sensação térmica no interior da Vara.

De fato, apesar de alguns condicionadores de ar esta-rem sendo reparados no dia da visita, assim mesmo deupara as coordenadoras sentirem a elevada temperatura,muito mais acentuada quando do seu regresso ao local naparte da tarde.

Pedido de providências As coordenadoras foram ainda informadas que no

decorrer do ano a juíza titular da Vara, Daniela LustozaMarques de Souza Chaves, tentou resolver a situação,expedindo vários ofícios à presidência do TRT21, soli-

citando soluções urgentes para o problema, sem resul-tado satisfatório.

Uma dos ofícios, expedido no final de outubro, re-quer, inclusive, a suspensão imediata das atividades atéque sejam adotadas providências urgentes de substitui-ção dos aparelhos. No local cinco máquinas estão semfuncionamento, no entanto o pedido não foi atendido.

Ainda em outubro, chegou a informação contida noPROAD 400/2014, originado em razão do pleito, men-cionando a existência de processo licitatório sem, entre-tanto, noticiar sobre seu prazo de conclusão ou tampou-co se nele estava contida a quantidade necessária para asubstituição de todos os aparelhos de ar condicionados.

Proteção à saúde do servidor no trabalhoResolução 141/2014 do CSJT e Consulta Pública

do CNJ.Inadmissível a situação pela qual passam os servido-

res da vara trabalhista de Assu. O Conselho Superior daJustiça do Trabalho editou a resolução 141/2014 que dis-põe sobre as diretrizes para a realização de ações de pro-moção da saúde ocupacional e de prevenção de riscos edoenças relacionados ao trabalho no âmbito da Justiçado Trabalho de 1º e 2º graus.

A resolução é a mais nova diretriz a ser observada econcretizada na Justiça do Trabalho, a da promoção dasaúde do servidor público.

O CNJ abriu no mês de outubro passado uma ConsultaPública com a finalidade de criação de uma Política deAtenção Integral à saúde de Magistrados e Servidores,em consonância com as mais novas prioridades para oPoder Judiciário no país.

Laudo Técnico das Condições Ambientais de TrabalhoA engenheira de segurança Marta de Azevedo reali-

zou seu laudo técnico na Vara de Assu utilizando o mé-

todo de avaliação quantitativa, com inspeção no local dastarefas desenvolvidas pelos servidores, observando oslocais e postos de trabalho, as condições ambientais e en-trevistas diretas com os envolvidos nas funções. Ao final,encontrou como resultado temperaturas que variaramde 27,5ºC (Secretaria), 28,9º C (arquivo) a 29,5ºC(Pagamento). Segundo a NR 17, item 17.5.2 o índice detemperatura efetiva do ambiente deve ser entre 20º e23ºC, havendo ainda de se considerar a temperatura bas-tante elevada da cidade de Assu.

Para a engenheira há necessidade urgente de manu-tenção/conserto ou mesmo troca dos aparelhos de arcondicionados para que haja um favorecimento de con-forto térmico aos servidores que laboram no ambiente.

Assim, no requisito Físico Calor, concluiu que osservidores estão expostos ao risco. Quanto ao RiscoQuímico recomendou que na sala destinada ao arquivoo servidor ao acessá-la deverá fazer uso de EPI’s ne-cessários para tal posto de trabalho – exames médicosperiódicos e Equipamentos de Proteção Coletiva –EPC. No requisito Risco Ergonômico recomendoupausa ativa (alongamento) de dez minutos para des-canso a cada três horas trabalhadas.

Por fim, a engenheira ainda observou que os braçosde algumas cadeiras estavam danificados e recomendouurgentemente o conserto ou reposição a fim de não acar-retar problemas de saúde para quem as utilizam ou atémesmo risco de acidente.

Posição do SintrajurnO Sintrajurn espera que a presidência do TRT21 ob-

serve e promova a mais nova diretriz do CSJT com rela-ção à saúde do servidor e implemente de forma mais cé-lere ações destinadas à promoção da saúde ocupacional eà prevenção de riscos e doenças relacionadas ao trabalho,a começar por Assu. O laudo técnico sobre as condiçõesencontradas no local subsidiará o pedido de providências.

Servidores sofrem os efeitos do calor no local de trabalho

Page 10: O Bedelho - Dezembro/2014

10 Natal, Dezembro de 2014

Na edição de novembro passado ojornal O Bedelho publicou uma reporta-gem sobre o crescimento no número decasos de adoecimento entre os servido-res do Poder Judiciário Federal. Ouvimosas administrações dos três tribunais fe-derais através de seus gestores que nosinformaram sobre as ações que cada umvem realizando com relação à saúde e aobem estar dos seus servidores. Iniciativasainda incipientes que, nem de longe, aten-dem as necessidade e expectativas da-queles que a cada dia sofrem com a im-posição de metas altíssimas, sobrecargade trabalho, sem mencionar o peso dadefasagem salarial que hoje equivale, emtermos reais, a 69,01% do que recebiamquando conquistaram a última reestru-turação do plano de cargos, em junho de2006. É o que mostra estudo do econo-mista Washington Luiz Moura Lima, queassessora o sindicato dos servidores doJudiciário Federal de São Paulo.

Tanto trabalho e desvalorização cul-minam com o descontentamento que afe-ta diretamente o corpo e alma do servi-dor, atingindo também sua família. Umambiente hostil de trabalho é campo fér-til para o adoecimento, o grau da enfer-midade varia de organismo para organis-mo podendo ser simples mal estar a trans-tornos psicológicos como depressão, sín-drome do pânico, ansiedade, distúrbiobipolar e, até mesmo, suicídio como osquatro registrados este ano no país.

Nesta edição ouvimos os sindicaliza-dos que fizeram relatos impressionantes.Ao ler os depoimentos desta matéria perce-be-se claramente como se sentem diante dadesvalorização que são vítimas como pro-fissionais e também como seres humanos.

Durante o desenvolvimento desta ma-téria O Bedelho conversou com o expe-riente servidor Levi Medeiros, Oficial deJustiça Avaliador Federal do TRT 21, lota-

do na Central de Apoio à Execução dasVaras do Trabalho de Natal. Por ser ex-di-rigente de associação do segmento do ofi-cialato, conseguiu resumir com claridade

como vivem os colegas de trabalho. E con-forme mencionamos no jornal passado,Levi corrobora com o Sintrajurn ao afir-mar ter aumentado os casos de doenças as-sociadas ao estresse diário e, toma comoexemplo, as dificuldades dos oficiais de jus-tiça que desempenham suas atividades deforma solitária, às vezes em lugares ermosou perigosos, sujeitos ao inconformismoda parte vencida na demanda. “Apesar denão ter nenhum conhecimento na área desaúde, sabe-se que a exposição diária a si-tuações de estresse pode, ao longo da vidalaboral, contribuir para o surgimento dedoenças como gastrite, pressão arterial al-ta, arritmia cardíaca, diabetes, distúrbiosdo sono, entre outros”, disse ele.

Um servidor adoentado pode preju-dicar os demais, seja pela baixa produti-vidade, gerando acúmulo de trabalho, se-ja por despertar no outro do sentimentode que você poderá ser o próximo.“Quando um colega é afastado por mo-

tivo de saúde, o seu trabalho é suportadopelos demais. O mais interessante é queem alguns casos o espírito de solidarie-dade aflora e já observamos colegas afas-tados, preocupados em retornar logo pa-ra evitar esta sobrecarga”.

Levi acredita que o quadro pode seramenizado através da adoção de medidaspreventivas. “É necessário que o PoderJudiciário aplique as medidas preventivasadotadas para o trabalhador da iniciativaprivada, mediante utilização de equipa-mentos para minimizar os riscos ergonô-micos e, principalmente, àquelas relativasà segurança dos servidores que cumpremseu trabalho na rua. Por que não falar emComissão Interna de Prevenção deAcidentes e a utilização de equipamentosde proteção individual? Sugiro que as ad-ministrações dos tribunais desenvolvampesquisas sobre a saúde dos seus servido-res e magistrados, de forma a identificar aorigem deste adoecimento e a partir daí,desenvolver mecanismos de prevenção etratamento às referidas doenças”.

Ainda dentro da realidade do TribunalTrabalhista, o Sintrajurn realizou uma con-sulta com alguns servidores que utilizamo PJE no dia-a-dia e obteve impressõesnegativas acerca do uso desta nova ferra-menta de trabalho, e, como era de se es-perar, o resultado foi desalentador. Todosos que foram consultados fizeram men-ção a problemas osteomuscular, dores nasarticulações, coluna, costas, ombros, bra-ços e punhos causados pela jornada detrabalho extensa e excessiva a que são sub-metidos frente ao computador. A exigên-cia de atenção exacerbada para não come-ter atos falhos é outro fator preocupanteporque com o PJE realizar uma simplescorreção deixa o servidor apreensivo.

Problema na visão foi outro fatorapontado pelos entrevistados. Muitos sedizem vítimas de vista cansada, dores de

cabeça, enxaquecas, ardência nos olhoscom necessidade do uso mais intenso deóculos, entre outros. Apesar da jornadaexcessiva a que estão submetidos, aindaassim ficam com a impressão que o tem-po é curto para dar conta do serviço, decumprir as metas impostas pelos órgãosde cúpula do judiciário, replicadas pelostribunais e órgãos de primeira instância.

Os problemas de ordem emocionalcomo estresse, sudorese, insônia e preo-cupação se estendem para após o horá-rio de trabalho afetando o convívio so-cial e familiar, culminando com os já men-cionados estados de ansiedade, fobias eaté depressão. As más condições de tra-balho, atreladas à ausência de cuidados,deixam a impressão de que o servidor vi-ve à beira de um colapso.

SeminárioTodas essas dificuldades vêm preo-

cupando cada vez mais o Sintrajurn.Constatar o afastamento de servidoresdevido a problemas físicos e emocionaisé um tema sério.

O sindicato planejar realizar ainda noprimeiro semestre de 2015 o I SeminárioEstadual do Sintrajurn sobre Saúde doServidor e PJe, quando pretende reunir acategoria e as administrações a fim de de-bater o assunto e encontrar soluções quepossam melhorar ou amenizar a rotinaexaustiva dos servidores que sofrem doen-tes ou vendo seus colegas adoentados.

Para muitos deles as providências aserem adotadas versam pela redução dajornada de trabalho, contratação de maistrabalhadores, organização no que se re-fere à ergonomia do ambiente de traba-lho à atenção digna acerca das condiçõesde trabalho, passando pela questão debenefícios e reajustes anuais que garan-tam o poder de compra e possibilite aoservidor honrar com os compromissosfinanceiros assumidos.

Normal é trabalhar motivado, valorizado, e com saúde

Resolução do CSJT sobre saúde não garante avanços

Adoecer no trabalho não é normal!

No primeiro semestre deste ano oConselho Superior de Justiça doTrabalho (CSJT) abriu para consulta pú-blica a resolução sobre os procedimen-tos de saúde ocupacional nos tribunaisregionais do trabalho. A nova versão foidivulgada em setembro, mas as suges-tões não foram acatadas e a resoluçãocontinua deixando de fora elementosfundamentais da saúde dos trabalhado-res da Justiça do Trabalho no Brasil.

Entre as propostas apresentadas es-tão a participação dos trabalhadores queé fundamental, pois só quem está no diaa dia enfrentando os problemas e ad-

versidades do trabalho pode identificarriscos e problemas que passam desper-cebidos, mesmo à análise técnica. Noentanto, a Comissão de Engenharia deSegurança e Medicina do Trabalho, queserá responsável por realizar as medi-das, não terá espaço para os trabalhado-res, exceto aqueles que compõem o cor-po técnico (médicos, psicólogos, enfer-meiros, etc.). Essa participação, que emcerta medida é realidade nas ComissõesInternas de Prevenção de Acidentes(Cipa) pelo país, não o é nos própriostribunais trabalhistas.

Dessa forma, o CSJT nega o acú-

mulo teórico e prático da saúde dotrabalhador, que compreende a parti-cipação dos trabalhadores como fun-damental no processo de tornar o tra-balho cada vez mais saudável.

A resolução praticamente não abor-da os cuidados à saúde mental e tam-bém não traz nenhuma orientação adi-cional relacionada a esse risco que é tãopresente no Judiciário. Pesquisas comoa realizada pelo Sintrajud em 2007 e es-tudos realizados por outras entidadesrepresentativas dos trabalhadores daJustiça do Trabalho apontam indíciosconsistentes do nexo entre a organiza-

ção do trabalho e a incidência de adoe-cimentos de ordem psicológica nos tri-bunais. O conselho parece fazer vistagrossa à realidade de alta carga de tra-balho, de assédio moral e de intensapressão vivida pelos trabalhadores.

Por último, um elemento apontadona contribuição da Fenajufe e que tam-bém não está na versão final da resolu-ção é a necessidade de estabelecer pro-cedimentos de readaptação de adoeci-dos e também procedimentos de retor-no ao trabalho para aqueles que pas-sam por licenças médicas longas.

Fonte: Sintrajud, com edição.

Levi Medeiros

Page 11: O Bedelho - Dezembro/2014

Natal, Dezembro de 2014 11

A Associação dos Oficiais de Justiça AvaliadoresFederais do Rio Grande do Norte - Assojaf/RN -em parceria com o Sintrajurn, realizou na manhãdo dia 11 de dezembro passado um ato por maissegurança para o oficial de justiça no exercício desua função.

A mobilização uniu oficiais de justiça federais,trabalhistas e estaduais em frente à sede do TRT21e foi motivada pelo assassinato do colega FranciscoLadislau Pereira Neto, morto no dia 11 de novem-bro passado quando cumpria diligência de notifi-cação no Rio de Janeiro, demonstrando que os ofi-ciais de justiça trabalham em situação de risco per-manente e que não há, por parte das leis nacionais,dos Tribunais ou dos órgãos de segurança, qual-quer medida protetora ou preventiva que vise di-minuir ou dar maior segurança no desempenho desuas funções, apesar de estarem em contato, todoo tempo, com pessoas e situações que oferecemrisco à sua integridade física.

O protesto também lembrou o trigésimo dia deseu falecimento do jovem Francisco Ladislau, de25 anos que havia assumido a função há apenasquatro meses.

De acordo com Levi Medeiros, os casos de ho-micídios praticados contra os oficiais de justiça,em média nacional, conta na última década comuma morte a cada ano. Ele relata que no ano de2012 participou de uma audiência pública noSenado Federal, presidida pelo Senador PauloDavim (PV/RN) e depois de apresentar mais dedez mortes no último decênio e uma infinidade deoutros delitos, o representante do executivo disseque não havia “dados suficientes” para justificar ainclusão do benefício da aposentadoria especialpara a classe.

Ainda segundo ele, a morte de FranciscoLadislau fez o Presidente do TST sinalizar para oCOLEPRECOR que os Tribunais intensifiquemmedidas de Segurança. O CNJ criou em 2013, atra-vés da resolução 176, o Sistema Nacional deSegurança do Poder Judiciário – SINASPJ, paragarantir a segurança dos Magistrados em Situaçãode Risco, um olhar mais atento perceberá que ocumpridor da Ordem Judicial também está em si-tuação de risco. “Esta é a nossa esperança, senãocontinuaremos a nos indagar ‘quem será o próxi-mo’”, finalizou Levi.

Oficiais de Justiça pedem segurança

1 - Acho importante a limpeza e manutenção dosaparelhos de ar condicionado e, como trabalhamos di-reto com o computador, melhores condições com rela-ção às cadeiras e apoios para braços e mãos para evitarLER, tendinite, bursite, etc. Estou fazendo fisioterapia,duas colegas de trabalho também já tiveram problemade tendinite e bursite.

2 - Não adianta oferecer pilates e massagens somen-te na Semana do Servidor, desta forma fica bom apenaspara o Studio que faz a divulgação do seu trabalho.

3 - Melhoria da ergometria com cadeiras e mesas ade-quadas, e não basta ter bons móveis, é importante a orien-tação de um profissional para a adequação da altura e re-gulagem para cada servidor. Desde que cheguei para tra-balhar entrei na fisioterapia e não saí mais, trata-se o pro-blema (tendinite e bursite, no meu caso), mas se não re-solve a causa, não adianta. Colocar massagem ajuda, láno TRF5 tinha, mas o principal é a cadeira e mesa inade-quadas, nelas é que passamos a maior parte do tempo.

4 - Minha mesa nunca foi adequada ao meu tama-nho. Ou não cabem as pernas ou os braços ficam meiolevantados.

5 – Na minha mesa quando ajeito os braços (a ca-

deira é péssima) não cabem as pernas. Isso é urgente!!!Não quero passar a vida toda fazendo fisioterapia.

6 - Estou fazendo fisioterapia para o ombro direitoe de tanto sobrecarregar o esquerdo, passei a sentir do-res nele também!

7 - Fiz primeiro fisioterapia para o braço direito eagora preciso para o esquerdo, os dois doem, fora o bra-ço e punho.

8 - Com tanta meta acho que a gente termina pio-rando por causa da tensão também.

9 - Turno de 6 horas, sete horas direto, sem horáriopra almoço ou descanso, adoece qualquer um. Além doturno reduzido, precisamos de móveis e computadoresadequados, limpeza do ar condicionado e temperaturaadequada, tem dia que congela, é fundamental um ho-rário de descanso com massagem, pilates ou ginásticalaboral para repor as energias. Por fim, a quantidade detrabalho atribuída a cada um de nós deve ser humana-mente possível, estabelecer metas inatingíveis, adoeceemocionalmente o servidor.

10 - Como servidora da JFRN há mais de 25 anos,tenho as seguintes críticas quanto à omissão no tocanteà prevenção ao adoecimento no ambiente de trabalho:

Não temos um setor médico dirigido aos servidores,nem gabinete odontológico, nenhuma ação permanenteque auxilie na prevenção de doenças por trabalho repeti-tivo nos computadores, tais como tendinite, bursite, do-res na coluna e lombar (acompanhamento ergonômico),não temos ginástica laboral, nem terapias modernas einovadoras pra evitar, reduzir e atenuar esses males, co-mo pilates ou massagens específicas, não temos salas des-tinadas nem pra isso nem pra descanso dos servidores,ou seja, não temos NADA. Enquanto oficiala de justiçaconsidero a situação ainda pior, pois não temos nem nun-ca tivemos acompanhamento psicológico pra atenuarnossas tensões, inerentes ao ofício e atividades de riscoque exercemos, além da completa inexistência de segu-rança na realização de nossas diligências. Fora o fato deque não se tem notícia de que a instituição tenha feito pes-quisa no sentido de se avaliar e conhecer os fatores deadoecimento dos servidores, as condições de sua saúdeou o que os ajudaria no combate a esse adoecimento.

E tudo isso, ou melhor, “nada disso”, somados à im-posição diária de cumprimento de metas e do congela-mento salarial de oito anos que causa grande desestí-mulo profissional ao servidor.

Relatos de servidores das varas da JFRN que atuam, há cinco anos, com processosvirtuais e sofrem com intensidade os efeitos e males das doenças de trabalho

Oficial de Justiça Francisco Ladislau assassinado em serviço

Page 12: O Bedelho - Dezembro/2014

Natal, Dezembro de 2014 12

O que os trabalhadores podem esperar

Campanha Salarial 2015

Por Maria Lucia FattorelliCOORDENADORA NACiONAL DA AUDiTORiA CiDADãO DA DíViDA

Acumulando perdas salariais crescentes e supres-são de direitos, trabalhadores do setor público se arti-culam para a Campanha Salarial 2015, pois até hoje nãopossuem data-base e, nos últimos anos, sequer a infla-ção tem sido reposta.

Os trabalhadores do setor privado também se or-ganizam, principalmente devido à forte ameaça de cres-cimento do desemprego, a crescente terceirização e osperversos impactos do fator previdenciário.

Mas qual é a perspectiva dos trabalhadores públi-cos e privados no atual cenário econômico brasileiro,marcado por grande generosidade na entrega de recur-sos ao setor financeiro e empresarial, ao mesmo tempoem que o discurso dominante é de “austeridade”, para“conquistar a confiança” do mercado?

Nos últimos 12 meses, acompanhamos uma sériede concessões de benesses fiscais para bancos e gran-des empresas, inclusive multinacionais.

Tais benesses foram as principais responsáveis pelaqueda na arrecadação tributária em 2014, cabendo des-tacar:

- a redução de até 100% em multas e encargos devi-dos por grandes bancos, seguradoras e multinacionaisque possuíam débitos de PIS e COFINS, ainda quecondenados judicialmente. Tal proeza se deu na MedidaProvisória 615 (transformada na Lei 12.865) no finalde 2013, que inclui outras renúncias fiscais. Sua apro-vação passou por cima de orientações técnicas de res-peitáveis titulares da Receita Federalii;

- uma série de desonerações fiscais para setores em-presariais atingiram cifras superiores a R$ 84 bilhõesem 2014iii e, em 2013 chegaram a R$ 77,8 bilhões iv , etais reduções de tributos não foram devidamente re-passadas aos preços dos produtos;

- isenção total para a FIFA e seus patrocinadores eparceiros por ocasião da Copa do Mundo 2014;

- juros subsidiados para grandes empresas que rea-lizam megaprojetos no exterior através do BNDES,em empréstimos a taxas de juros fixas inferiores a 6%ao ano, sem atualização monetária;

- abusivo aumento dos juros oferecidos na vendados títulos da dívida pública: em 19/11/2014, por exem-plo, as taxas de juros oferecidas foram de 13% ao ano,v bem acima da Taxa Selic, de 11,25%.

É evidente que tais benesses, agravadas pelos exor-bitantes gastos com a Copa do Mundo no Brasil em2014 resultaram em deterioração da situação fiscal dopaís. Adicionalmente, a emissão acelerada de títulos dadívida pública, com taxas de juros crescentes, têm pro-vocado o aumento do estoque da dívida e da exigênciade recursos para o pagamento dos juros. Neste cenário,o lucro dos bancos acelerou no primeiro trimestre de2014 vi , completou o primeiro semestre com lucroscrescentes em escala exponencial vii, prosseguindocom essa mesma trajetória bilionária no terceiro tri-mestre viii, e certamente fechará o ano com acréscimosobre o lucro registrado no ano passado, que alcançouR$ 73,5 bilhões! O lucro dos quatro maiores bancos noBrasil superou o PIB de 83 países em 2013. ix

A proposta de Orçamento Federal para 2015 envia-do pelo Executivo ao Legislativo destina para os gastoscom a dívida pública a estrondosa cifra de R$ 1,356 tri-lhão, correspondente a 47% de tudo que o país arreca-dará com tributos, privatizações e emissão de novos tí-tulos, entre outras rendas. Este valor representa 13 ve-

zes mais que os recursos previstos para a saúde, 13 ve-zes mais que os recursos previstos para educação, ou54 vezes os recursos previstos para transporte. A dívi-da externa bruta já supera US$549 bilhões x e a dívidainterna em títulos emitidos pelo Tesouro Nacional jápassa de R$3,071 trilhões xi!

Para os servidores públicos, tal como o Orçamento2014, a proposta para 2015 não reserva recursos paraaumentos salariais, tendo em vista os seguintes dadosresumidos:

• O Anexo 5 do PLOA 2015, que inclui todos os au-mentos de gastos com pessoal, prevê R$ 15,595 bi-lhões para 2015, sendo R$ 13,156 bilhões para reajustee alteração de estrutura de carreira, e R$ 2,438 bilhõespara provimento de novos cargos.

• Quase a totalidade do valor de R$ 13,156 bilhõesse referem à terceira parcela do reajuste de 5% ao ano,por 3 anos, que não cobre sequer a inflação.

Para os trabalhadores do setor privado, o PLOA2015 prevê um aumento do salário mínimo (acima dainflação indicada pelo IBGE) de apenas 2,3%. Mantendo-se este ritmo, serão necessários 61 anos para que o salá-rio mínimo atual (R$ 724) atinja o salário exigido pelaConstituição (R$ 2.915,07, conforme cálculos do DIEE-SE). O reajuste para os aposentados do Regime Geral(que ganham acima de um salário mínimo) é ainda maisgrave, pois tem como referência apenas a média geralde preços, enquanto a inflação para os aposentados ébem maior que essa média, pois sofre influencia maiorde itens como remédios e planos de saúde.

Diante desse quadro, é fundamental a compreen-são do privilégio do Sistema da Dívida xii: um sistemacomandado pelo “mercado”, que rege a economia e asfinanças; a política e os financiamentos de campanhas;a grande mídia e a corrupção. Há muito tempo o endi-vidamento público deixou de seu um mecanismo de fi-nanciamento do Estado e passou a ser um veículo desubtração de elevados volumes de recursos orçamen-tários xiii, e subtração de patrimônio pela imposiçãocontínua de privatização de áreas estratégicas comopetróleo, portos, aeroportos, estradas, energia, comu-nicações. A Auditoria Cidadã se coloca à disposição detodas as entidades de servidores públicos a fim de con-tribuir para o debate durante a Campanha Salarial 2015,pois é evidente que somente com muita luta articulada,embasada, conjunta e consciente se poderá obter al-gum êxito.

O Sintrajurn deseja aos seus filiados um 2015 de sonhos

concretizados e de uma permanenteunião da categoria.