num bairro moderno - cesário verde
TRANSCRIPT
3ª Parte
Num Bairro Moderno
O sujeito poético visualizou os vegetais e pensou em transformar tudo aquilo que a rapariga carregava na reconstituição de um ser humano, como uma pintura.
“Cheio de belas proporções carnais?!”
Real
O sujeito poético faz recurso ás sensações quando vê o real, descreve os aromas. Exemplo:
Os aromas na cozinha.
“Bóiam aromas, fumos de cozinha;
Com o cabaz às costas, e vergando,”
Os padeiros cheios com farinha, a tocarem frenéticamente às campainhas
“Sobem padeiros, claros de farinha;
E às portas, uma e outra campainha
Toca, frenética, de vez em quando.”
Sinestesia (olfacto)
Sinestesia (visão)
Hipálage
Sinestesia (audição)
Transfiguração do real• Na 9ª estrofe, o sujeito poético começa a fazer a transfiguração do
real, comparando os vegetais ao corpo humano.
“E eu recompunha, por anatomia,
Um novo corpo orgânico, aos bocados.
Achava os tons e as formas. Descobria”
• A cabeça é uma melancia, os repolhos são seios duros.
“Achava os tons e as formas. Descobria
Uma cabeça numa melancia,
E nuns repolhos seios injectados.”
Metáfora
Transfiguração do real As azeitonas são as tranças do cabelo.
“As azeitonas, que nos dão o azeite,
Negras e unidas, entre verdes folhos,
São tranças dum cabelo que se ajeite;”
Os nabos são os ossos que o sujeito poético utiliza como metáfora para os comparar à cor do leite.
“E os nabos - ossos nus, da cor do leite,”
Os cachos de uvas são os olhos.
“E os cachos de uvas - os rosários de olhos.”
Metáfora
Metáfora
Metáfora
Transfiguração do real
O sujeito poético vê colos, ombros, bocas, e um semblante (um rosto) nos frutos.
“Há colos, ombros, bocas, um semblante
Nas posições de certos frutos. E entre”
O sujeito poético repar que entre as hortaliças surge um melão que lhe lembrou um ventre inchado de uma grávida.
“Nas posições de certos frutos. E entre”
As hortaliças, túmido, fragrante,
Como dalguém que tudo aquilo jante,
Surge um melão, que me lembrou um ventre.” Metáfora
Transfiguração do real
O sujeito poético transformou o tomate em bons corações, e cenouras em dedos.
“Bons corações pulsando no tomate
E dedos hirtos, rubros, nas cenouras.“
O sujeito poético afirma que viu no corpo
imaginado, “Vi nos legumes carnes tentadoras,” .
Metáfora
Joana Silva nº12 11ºC
Escola Secundária João de Deus
Literatura Portuguesa