os maias e cesário verde

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  • 7/31/2019 Os Maias e Cesrio Verde

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    MEP - Escola Profissionalda

    Santa Casa da Misericrdia de Ponta Delgada

    Ano Letivo 2011/2012

    O Realismo

    Gnese do RealismoNa segunda metade do sculo XIX, a Europa v-se sacudida de ls a ls por novos ventospolticos, cientficos, sociais e religiosos: a Espanha proclama a repblica em 1868; aFrana imita-a pouco depois; Vtor Manuel destri os Estados Pontficios em 1870; anosatrs desfazia-se a Santa Aliana, ltimo reduto contra a expanso do Liberalismo.Lamark insiste na evoluo dos seres por influncia do meio; Darwin apregoa a mesmaevoluo pela seleco natural; Huxley aplica as doutrinas transformistas ao prpriohomem; Mendel descobre as leis da hereditariedade. Comea desta maneira a gerar-seuma viso materialista, pampsiquista e monista do Cosmos ao mesmo tempo que se abreo caminho para o estudo do homem sob os aspectos psquico e fsico.

    A Revoluo Francesa tinha conduzido ao apogeu a burguesia capitalista. Para maiordesequilbrio econmico, o motor de exploso e o elctrico lanam agora no desempregomilhares de braos. O proletariado comea a ser um facto alarmante. Engels e Carl Marxapontam a soluo comunista para a "questo social". Saint Simon, Proudhon, Fourier eoutros preferem o socialismo utpico. A luta de classes prepara-se para deixar naliteratura o seu rasto de dor e sangue. O cristianismo histrico e racionalista curva-sesobre as fontes do cristianismo. Harnach, Renan, Reinach e outros, sem negarem o factocristo, desvirtuam-no e procuram explic-lo pela f puramente idealista.

    Depois de 1850 os homens de letras constatam que a Qumica, a Fsica, a Biologia, aZoologia, a Botnica, para no falarmos da Matemtica, numa palavra, constatam quetodas as cincias procuravam alicerar-se em comprovadas certezas e que at os cultoresda Arte se esforavam por serem verdicos. Desta maneira, em todos os ramos do saber seia dizendo adeus a velhas teses, outrora admitidas sem discusso mas agora arrumadas jcomo falsidades. Ora, sendo estas coisas assim, porque que os literatos haviam decontinuar presos a um sentimentalismo doentio, a um idealismo areo, divorciado darealidade, a uma expresso hipcrita da paixo amorosa, a um carpir intil de saudades, idealizao de um mundo ideal? Sentindo que perdiam um comboio a corrervertiginosamente para o campo da verdade nua e crua, reagiram. Como as restantesactividades do esprito humano, a literatura comeou a buscar a realidade, no adeformada pelos romnticos, mas a autntica, tal qual se apresenta sem artifcios, sem

    retoques. Ainda por analogia com a tcnica, a indstria e a cincia, que no conhecemfronteiras mas so as mesmas em qualquer clima, a nova arte literria deixou de sernacionalista e revestiu-se de carcter cosmopolita. Como consequncia desta reaco,nasceu o Realismo na literatura.

    O Realismo em Portugal

    Portugal, nesta poca, j no estava separado do resto da Europa. O caminho de ferroencurtara a distncia Coimbra-Paris em meses. A barreira dos Pirinus era ineficaz parasuster o avano rapidssimo destas novas ideias. Por isso, a sua influncia entre ns no sefez esperar.

    No primeiro perodo do Romantismo, como dissemos, os escritores portugueses sofreraminfluncias do romance histrico de Walter Scott e Vtor Hugo (Nossa Senhora de Parissobretudo), da poesia sentimental e tradicionalista de Lamartine da evocao histrico-

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    Ano Letivo 2011/2012religiosa de Chateaubriand, do espiritualismo filosfico de Vtor Cousin, da teoria daliteratura de Madame de Stal e de Shlegel. Agora, novas influncias vo entrar em aco.De Frana, sobretudo, chegam a Coimbra livros onde se aponta literatura umaorientao muito diferente da seguida nas dcadas anteriores. E todas as especializaesdo pensamento humano e da cultura vo ser afectadas em Portugal por doutrinasinovadoras nascidas no estrangeiro.

    1. Irreligiosismo: os novos de Coimbra comentam asseres de Loisy e de Renan, que no seucriticismo bblico separavam o Cristo da histria do Cristo da f. Agrada-lhes sobretudo umareligio sem dogmas, de cunho pantesta. Assumem atitudes vincadamente anticlericalistas.

    2. Inconformismo com a tradio: graas ao avano da cincia e da tcnica, os nossos escritoresconvencem-se de que o homem pode superar muitas limitaes que paralisaram os antigos; e,conseguindo o nivelamento de classes, acreditam que a conscincia humana no mais seimportar com os entraves que lhe opunha outrora a sociedade absolutista, burguesa e feudal.

    Sob traado de Michelet, muitos escritores nossos (Ea, Antero, Oliveira Martins) tentamdesmontar pea por pea a sociedade lusa, ape-la do pedestal da tradio e alicer-la em novosprincpios de justia e dinamismo.

    3. Supremacia da verdade fsica: as cincias exactas e experimentais, secundadas pelo avano datcnica, levaram os estudiosos a considerar a verdade fsica como a nica vlida. Facto que nose demonstre empiricamente, ser facto para arrumar. Esta posio materialista ante a realidadeabortou nas teorias filosficas a que nos vamos referir em seguida.

    4. Novas teorias filosficas: a Gerao Coimbr de 70 estuda com avidez o idealismo de Hegel, osocialismo de Proudhon, o positivismo de Comte, o evolucionismo de Darwin e Lamarck.

    5. Materialismo optimista: ao mesmo tempo, todos se deixam contaminar por uma esperana

    firme no bem estar material dos tempos futuros, devido ao auxlio da mquina. E explicam oatraso do passado por os homens se terem deixado conduzir por foras espirituais, sobretudo pelareligio. Da o manifestarem-se contra todos os cultos revelados.

    Caractersticas do Realismo

    Numa conferncia proferida no "Casino", disse Ea de Queirs a respeito do Realismo:" a negao da arte pela arte; a proscrio do convencional, do enftico, do piegas. aabolio da retrica considerada arte de promover a emoo, usando da inchao do

    perodo, da epilepsia da palavra, da congestao dos tropos. a anlise com o fito naverdade absoluta. Por outro lado, o Realismo uma reaco contra o Romantismo: oRomantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo a anatomia do carcter, acrtica do homem. a arte que nos pinta a nossos prprios olhos - para condenar o que

    houver de mau na nossa sociedade". E sobre os preceitos a seguir na nova escola,acrescentou o mesmo romancista: "A norma agora so as narrativas a frio, deslizandocomo as imagens na superfcie de um espelho, sem intromisses do narrador. O romancetem de nos transmitir a natureza em quadros exactssimos, flagrantes, reais".

    Estas frases do autor de Os Maias so elucidativas. A se encontram as principaiscaractersticas do Realismo, que podemos resumir nas alneas que seguem:

    1. Anlise e sntese da objectividade, da realidade, da verdade, em oposio ao subjectivismo eidealismo romnticos;

    2. Indiferena do "eu" subjectivo e pensante diante da Natureza que deve ser reproduzida com

    exactido, veracidade e abundncia de pormenores, num retrato fidelssimo;

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    Ano Letivo 2011/20123. Neutralidade do corao e do esprito diante do bem e do mal, do vcio e da virtude, do belo e do

    feio;

    4. Anlise corajosa dos aspectos baixos da vida, sobretudo dos vcios e taras, no os ocultando echamando-os pelo seu nome;

    5. Relacionao lgica entre as causas (biolgicas e sociais) do comportamento das personagens doromance e a natureza (exterior e interior) desse comportamento;

    6. Admisso na literatura do pas de temas cosmopolitas em vez dos nacionais e tradicionais dosromnticos;

    7. Uso de expresso simples e tom desafectado, de modo que as ideias, sentimentos e factostranspaream sem esforo e sem convencionalismos (o oposto ao tom declamatrio dosromnticos).

    Lembramos que o romance romntico , por vezes, absolutamente verosmil e podemesmo propugnar uma tese. Mas, na sua base, todo fruto da imaginao e dosentimentalismo do autor, que, por isso, lana mo de lugares comuns arredados daobjectividade: o quimrico e o prodigioso, o ideal e o sentimento, o monstro e o super-homem. Nisto se afasta do romance realista.

    A Esttica Naturalista

    A filosofia positivista de Comte, as doutrinas de Taine, afirmando que a "virtude e o vcioso produtos como o vitrolo e o acar", as teorias de Darwin e Haeckel sobre ahereditariedade, a adaptao ao meio e a luta pela vida levaram Zola a uma concepodeterminista da existncia humana.

    Por causa disso, o citado escritor entendeu que o romancista no devia limitar-se aobservar os acontecimentos e exp-los, como faziam os realistas; teria de mostrar, comrigor prprio da cincia, que os factos psquicos esto sujeitos a leis rgidas como osfenmenos fsicos. Ento o romance adquirir valor social e cientifico.

    Tal foi o princpio da chamada esttica naturalista, muito afim, sem dvida, do Realismo,a qual cedo entrou em Portugal tambm. Jlio Loureno Pinto publicou na revista"Estudos Livres" (dirigida por Tefilo Braga e Teixeira Bastos) uma srie de artigos sobreesta matria, os quais depois reuniu em volume com o ttulo de Esttica Naturalista(1885). Os seus princpios podem considerar-se como caractersticas da nova corrente:

    1. No h distino entre Realismo e Naturalismo;2. A literatura naturalista a expresso dos progressos da cincia (Fisiologia, Sociologia, estudo

    dos caracteres, da evoluo, da influncia do meio, etc.);

    3. O romance naturalista inspira-se na vida quotidiana, comum;

    4. O Naturalismo deve usar o mtodo psicolgico, isto , deve descrever as emoes atravs dassuas manifestaes fsicas, com base no estudo dos fisiologistas.

    Incio do Realismo em Portugal

    Em Portugal, os princpios do Realismo foram um pouco turbulentos. Isso deve-se aofacto de Castilho ser o mentor de grande parte dos literatos nacionais e no estar disposto

    a transigir com novidades que achava perigosas e condenadas a um desaparecimentoprximo. Por outro lado, a mocidade de Coimbra, que considerava ultrapassado o

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    Ano Letivo 2011/2012didactismo do poeta cego, desvencilhou-se das redes em que o grupo de Lisboa a queria

    prender, e seguiu o seu caminho, a golpes de polmica acesa e nem sempre calma. Estaesgrima entre os discpulos de Castilho e os irrequietos moos de Coimbra ficouconhecida na histria pelo nome de "Questo Coimbr".

    1. A "Questo Coimbr"

    1. Castilho aprecia mal Tefilo e os realistas: em 1864, Tefilo Braga publicou Viso dos Tempose Tempestades Sonoras; e, no ano seguinte, saram as Odes Modernas de Antero. Talvez pordeferncia para com o velho romntico e no por desafio, Tefilo ofereceu a CastilhoTempestades Sonoras. Castilho leu. Gostou dos versos mas ficou alarmado com as teorias daescola realista expostas no prefcio. Escreveu ento ao jovem poeta uma careta, onde diz noatinar com a revolucionria doutrina do prlogo, que condena abertamente. Ao contrrio,confessa que nas poesias encontrou "milhares de belezas de primeira ordem e assomos de umaverdadeira inspirao". Parafraseando o ttulo da obra, classifica as teorias do prlogo como"tempestades que ensurdecem, desorientam, terrificam"; as poesias, essas considera-as "sonoras

    e mais e melhor do que sonoras, lustrosas e slidas de oiro incandescente e de diamante emontanhas de luz.

    2. Castilho apresenta "O Poema da Mocidade": em 1865, Pinheiro Chagas publicou "O Poemada Mocidade", Castilho apadrinhou a obra e o autor numa carta endereada ao editor AntnioMaria Pereira, apensa ao volume. Alude nessa carta aos caminhos perigosos por onde tentavamarrastar a Literatura alguns grupos de Coimbra (por exemplo, a Sociedade do Raio, emigrada noPorto, constituda contra medidas tomadas pelo Reitor da Universidade). Remdio para essadesorientao afirma s conhecer um: a nomeao de Pinheiro Chagas para professor deLiteratura no Curso Superior de Letras. Pretendiam tambm o lugar Antero, Tefilo e Vieira deCastro. Como bom patrono de Pinheiro Chagas, Castilho ps objeces a todos estes. Enquantoreconheceu talento e futuro a Vieira de Castro, apodou Antero e Tefilo de jovens semexperincia, entusiasmados por teorias deletreas, que, passados dez anos, como diz, no

    deixaro de repudiar. Critica-os asperamente e quase lhes pede em troca agradecimentos, que acrtica que lhes estava fazendo s contribua para lhes antecipar, e muito, a experincia, etc.

    3. Reaco de Antero: num opsculo em forma epistolar, conhecido pelo nome de "Bom Senso eBom Gosto", Antero de Quental respondeu nesse mesmo ano de 1865 s crticas de Castilho.Examinando uma por uma as obras do velho poeta, disse mal de todas; atacou as concepesromnticas a que estava preso o "Bardo da Primavera"; e desceu ao insulto, negando-lheexperincia e confessando-se sem nenhuma considerao por ele.

    4. Intervenes pr e contra Castilho: a defender Castilho vieram lia Pinheiro Chagas, Jos deCastilho, Jlio de Castilho, Brito Aranha, Camilo Castelo Branco. Ao lado de Anteroenfileiraram Tefilo Braga, Oliveira Martins, Ea de Queirs e outros.

    Antero escreveu um segundo opsculo, "A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais"(1865) e Tefilo outro com o ttulo "Teocracias Literrias" (1866). A questo foi-seavolumando, tendo sado pr e contra Castilho 44 folhetos.

    Entretanto Ramalho Ortigo, durante algum tempo neutral, lembrou-se de intervir comorbitro e escreveu o panfleto "Literatura de Hoje" (1866). A critica a escola de Castilho,vaga de contedo; mas no perdoa a Antero o ter insultado um velho cego e chama-lhecobarde. Antero no gostou nada do insulto e mete-se a caminho do Porto para dar umatareia em Ramalho. Deambulando pelas ruas do velho burgo portuense, foicumprimentado efusivamente por Camilo, que tinha no prelo um folheto contra ele eTefilo - "Vaidades Irrritadas e Irritantes" (1866) - e que, por isso, tambm ficou cheio demedo. Convenceu o autor das Odes Modernas a citar Ramalho para um duelo formal, emvez de o desancar bengalada. Antero acabou por aceitar o duelo. Travou-se na Arcad'gua, ficando Ramalho Ortigo ligeiramente ferido. A teimosia e a convico de

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    Ano Letivo 2011/2012Antero so um smbolo. A nova escola tinha de vingar. Aos poucos os velhos romnticosforam ficando em silncio e o Realismo fez a sua poca triunfante.

    2. As "Conferncias do Casino"Quando se deu a Questo Coimbr quase todos os adeptos do Realismo eram estudantesna Lusa Atenas. Terminados os cursos, cada um foi para o seu stio, permanecendo,

    porm, unidos no ideal. Antero viajou pela Frana, Amrica e Aores. Regressando aLisboa, lembrou-se, juntamente com outros, de organizar uma srie de conferncias ondese expusessem "as grandes questes contemporneas religiosas, literrias, polticas,sociais e cientficas, num esprito de franqueza, coragem e positivismo" como disse emcarta a Tefilo Braga. Se passavam a vida a ler Proudhon, Hegel e at Carl Marx, bomseria - afirmava - que cada semana se lanasse "uma ideia ou duas para o meio da massaadormecida do pblico". A iniciativa foi avante e comearam as chamadas "ConfernciasDemocrticas do Casino Lisbonense", numa sala de aluguer da esquina da Travessa da

    Trindade (hoje Largo Rafael Bordalo Pinheiro).

    1. Finalidade das Conferncias: numa proclamao, publicada n'A Revoluo de Setembro de 18de Maio de 1871 e assinada por Antero, Adolfo Coelho, Augusto Soromenho, Augusto Fuschini,Germano Meireles, Guilherme de Azevedo, Batalha Reis, Ea de Queirs, Oliveira Martins,Manuel de Arriaga, Salomo Sragga e Tefilo Braga, vem expressa com clareza a finalidadedas conferncias:

    1. Expor ideias e trabalhos que se preocupem com a transformao social, moral e polticados povos;

    2. Ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o assim nutrir-se dos elementosvitais de que vive a humanidade civilizada;

    3. Procurar adquirir conscincia dos factos que nos rodeiam na Europa;

    4. Agitar na opinio pblica as grandes questes da filosofia e da cincia moderna;

    5. Estudar as questes da transformao poltica, econmica e religiosa da sociedadeportuguesa;

    curioso notar que este programa se orientava para uma dupla finalidade: livrediscusso de ideias, por princpio mas tambm propaganda aberta, senoimposio, dum ideal revolucionrio: republicanismo, socialismo, religiosismointerior sem dogmas e sem hierarquia, funo social da arte, etc. Bem vistas as

    coisas, a segunda finalidade asfixiava a primeira.2. Conferncias realizadas: a sala das conferncias estava aberta a toda a classe de pessoas,

    exigindo-se apenas o pagamento de um tosto para despesas. E comearam; aps um discursoinaugural de Antero com o ttulo "O Esprito das Conferncias" (22 de Maio de 1871), elemesmo proferiu, em 29 de Maio a primeira conferncia.

    o 1. Conferncia: "Causas da Decadncia dos Povos Peninsulares" - segundo o autor,essas causas reduzem-se a trs:

    1. a cintura em que o Catolicismo da Contra-Reforma isolara a Pennsula dasideias do resto da Europa;

    2. a centralizao do poder nas mos dos reis e a coartao das liberdades

    concelhias;

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    Ano Letivo 2011/20123. o excessivo desenvolvimento das conquistas, que arruinaram a economia

    portuguesa.

    o 2. Conferncia: "Literatura Portuguesa" - teve lugar em 5 de Junho e proferiu-aAugusto Soromenho, professor do Curso Superior de Letras. Afirmou que Portugal stivera autntica literatura em Gil Vicente, Cames, Soares dos Passos e Jlio Dinis.Mostrou-se apologista de gostos estticos universais, negando que a literaturaverdadeira tenha de andar sujeita ao paladar dos tempos e escolas. Tambm no admitea literatura como expresso da sociedade. Disse que entre ns no se sabia ainda o que o romance. Causas desta decadncia? A Imprensa. Remdios? O regresso educao e literatura com base na moral e com Deus por finalidade (aprovao do Romantismo Herculano - posio um tanto retrgrada).

    o 3. Conferncia: "O Realismo como nova expresso da arte" - fez esta conferncia, em12 de Junho, Ea de Queirs. Defendeu teorias estticas relativistas (estticacondicionada pelo solo, clima, raa, cultura, poltica, etc.), inspiradas em Proudhon.

    Condenou a frmula "arte pela arte", to divulgada por Ariosto na Renascena. A artedeve ser teleolgica, isto , deve ter uma finalidade: corrigir e ensinar. Para isso, tem debasear-se na lei moral e cientfica. S no Realismo que possvel criar uma arteassim, uma arte capaz de revolucionar a sociedade. Segundo Ea, a arte literria deveter trs qualidades essenciais: ser bela, justa e verdadeira. Esta conferncia contradiz em

    parte a anterior.

    o 4. Conferncia: "O Ensino" - pronunciou-a Adolfo Coelho, em 19 de Julho. Oconferencista, professor do Curso Superior de Letras, criticou todas as instituiesescolares portuguesas desde a escola primria universidade, como no sculo XVIIIfizera Verney. Propugna o desenvolvimento dos estudos filosficos e sociais e defendeo laicismo no ensino.

    2.

    Proibio das Conferncias: estava anunciada para 26 de Junho a conferncia de SalomoSragga sobre "Os Historiadores Crticos de Jesus". Naturalmente que ia ser um eco dasdoutrinas de Renan e Strauss. Quando o pblico j se dirigia para a sala foi notificado de queuma portaria assinada pelo Marqus de vila e Bolama, presidente do Ministrio, proibia de veza continuao das conferncias, sob pretexto de atacarem a religio e as instituies polticas doEstado. Os organizadores, furiosos, dirigiram-se ao Caf Central no Rossio. A redigiu Anteroum comunicado de protesto, que veio publicado nos jornais do dia seguinte. De nada adiantou.Assim, ficaram para sempre silenciosos nos linguados, alm da citada de Salomo Sragga, asconferncias j anunciadas de Batalha Reis (O Socialismo) ,de Antero de Quental (A Repblica),de Adolfo Coelho (A Instruo Primria) e de Augusto Fuschini (Deduo Positiva da IdeiaDemocrtica). No obstante a sua curta durao, no podemos deixar de assinalar o impulso queestas conferncias deram s doutrinas do Realismo, j expostas nos folhetos da "QuestoCoimbr".

    3. "As Farpas"1. Publicao: no mesmo ano em que tiveram lugar as conferncias o duunvirato Ea/Ramalho

    iniciou a publicao de "uma crnica mensal da poltica, das letras e dos costumes" (como dizEa em carta a Emdio Garcia). Saiu essa crnica com o nome sugestivo "As Farpas". Por maisde uma vez Ea comparou a sociedade portuguesa do seu tempo a um animal dorminhoco,

    pachorrentamente imobilizado na arena do mundo. Entendeu que a arte realista tinha por missofarpear esse animal, a ver se sairia da imobilidade glacial em que hibernava. No quis usar bonsmodos nem palavras mimadas; preferiu a stira e a ironia. Essa a razo de ser do peridico.

    2. Colaborao de Ea: Ea no colaborou n'"As Farpas" durante muito tempo. Em 1872, retirou-se para Cuba, ficando Ramalho sozinho na lia. Enquanto Ea pontificou, "As Farpas"encheram-se de crticas verrinosas a muitas instituies e costumes tradicionais e literatura

    romntica. Por esta razo, contriburam tambm para o advento do Realismo, como a "QuestoCoimbr" e as "Conferncias do Casino".Sob o aspecto literrio, Ea critica: o lirismo romntico, hipcrita e mentiroso; o romance

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    Ano Letivo 2011/2012passional, apoteose de adultrios; o teatro, puramente declamatrio. O estilo semprehumorstico, zombeteiro. Desejavam os crticos emendar o mundo com o riso, de harmonia como ridendo castigat mores "o riso um castigo; o rios uma filosofia" - afirmavam os dois,

    armados em bandarilheiros. E acrescentavam: "passa-se sete vezes uma gargalhada volta deuma instituio, e a instituio alui-se". Os artigos de Ea de Queirs foram reunidos em doisvolumes e publicados com o ttulo de Uma Campanha Alegre (1890-1891).

    3. Colaborao de Ramalho: o temperamento e a educao de Ramalho Ortigo no eram demolde a lev-lo a passar a vida a dar pontaps na entorpecida sociedade portuguesa. Sado davelha gerao romntica, s tarde aderiu ao Realismo. Deixou-se levar por Ea na corrente.Porm, logo que pde, saltou para a margem e orientou a actividade literria para destinodiferente. Continuou a publicao d' "As Farpas", lanando para as mos dos leitores um total de15 volumes. Mas o contedo comeou a ser outro. Sem deixar de fazer crtica acerba, procurouser mais construtivo do que demolidor. E ei-lo transformado em mestre que ensina: orientaes

    pedaggicas, princpios higinicos, normas de conduta social. Peregrinando atravs das terras dePortugal, viu-se enfeitiado pela paisagem e pelo povo e descreve com entusiasmo e gosto: o

    colorido das feiras e arraiais; a beleza das cidades, vilas e aldeias; a policromia dos trajesregionais, o pitoresco das praias e termas.Ramalho Ortigo arredou-se do caminho inicial, como se v, e em 1908 encontramo-lototalmente convertido ao neogarrettismo. Em ltimo "As Farpas", atreve-se a criticar at os

    primeiros anos do governo republicano e o liberalismo.

    4. Concluso

    O movimento realista, iniciado com a "Questo Coimbr", recebeu enorme impulso das"Conferncias do Casino" e comeou a ser concretizado nos artigos d'"As Farpas". Depoisde 1870, mesmo os seus mais irredutveis adversrios, como Camilo, vergavam a cervizao jogo das novas teorias da arte. E ou as tentavam (foi o caso do velho romancista) ouento perdiam os leitores. Ea de Queirs no tardaria a captar as simpatias do pblico

    com os seus romances e com uma prosa diferente da antiga. O Romantismo sofreu umaremodelao total.

    Ea de Queirs: Os MaiasPersonagens (mencionadas por ordem de apario)

    1. Sebastio da Maia (p.7);

    2. Condessa de Runa (p.9);

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    Ano Letivo 2011/20123. Tobias, um so-bernardo;

    4. Gato angor, branco c/ malhas louras, chama-se, sucessivamente, Bonifcio/D. Bonifcio de

    Calatrava/Reverendo Bonifcio;5. Vilaa;

    6. Vilaa (o Jnior);

    7. Manuel Vilaa;

    8. Caetano da Maia (Miguelista), pai de Afonso da Maia (Liberal);

    9. Jernimo da Conceio, confessor de Caetano da Maia;

    10. As Cunhas, primas de Afonso da Maia;

    11. Fanny, tia de Afonso da Maia;

    12. D. Maria Eduarda de Runa, filha de um conde; casa com Afonso da Maia, depois da morte dopai deste, Caetano da Maia;

    13. Coronel Sequeira, amigo de Afonso da Maia;

    14. Pedro da Maia, filho de Afonso da Maia, tem um bastardo aos 19 anos;

    15. Av da mulher de Afonso da Maia (enlouquecera; julgando-se Judas, enforcara-se numafigueira);

    16. Toms de Alencar, amigo de Pedro da Maia;

    17. D. Joo da Cunha, amigo de Pedro da Maia (e de Alencar);

    18. Maria Monforte;

    19. Manuel Monforte, pai de Maria Monforte, aoreano;

    20. Andr, criado do caf Marrare, no Chiado (p.23);

    21. O Melo, conhecido de Pedro da Maia (mais tarde amigo de Alencar, Carlos e Cruges);

    22. Tancredo, o napolitano que foge com Maria Monforte;

    23. O Magalhes, conhecido de Pedro da Maia;

    24. Lus Runa, primo de Afonso da Maia;

    25. Teixeira, escudeiro ( mordomo) de Afonso da Maia;

    26. Saldanha, personagem aludida, que demitido do Pao;

    27. Maria da Gama, personagem aludida, frequenta Maria Monforte; uma troca-tintas;

    28. Andr da Ega, personagem aludida, frequenta Afonso da Maia em Sta. Olvia;

    29. D. Diogo Coutinho, personagem aludida, frequenta Afonso da Maia em Sta. Olvia;

    30. Dr. Guedes, o mdico;

    31. Marquesa de Alvenga, personagem referida;

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    Ano Letivo 2011/201232. Velho Cazoti (deve ser professor de msica);

    33. Gertrudes, governanta de Afonso da Maia;

    34. Prima da mulher de Afonso, uma Runa, viva do visconde de Urigo de la Sierra;

    35. Abade Custdio;

    36. Carlos Eduardo da Maia, neto de Afonso da Maia;

    37. Sr. Brown, preceptor de Carlos Eduardo;

    38. D. Ana Silveira (vizinha?), a mais velha, solteira, da famlia dos Silveiras, da Quinta daLagoaa;

    39. Teresinha Silveira, "namorada" de infncia de Carlos Eduardo;

    40. D. Ceclia Macedo, mulher do escrivo (p.67);

    41. Pedra, tia de Carlos Eduardo (p.59);

    42. D. Eugnia Silveira, viva; tem 2 filhos, Teresinha e Eusbiozinho (o papa-livros, descrio nap.69);

    43. O doutor delegado, que no se decide a casar ou no com D. Eugnia, havia j 5 anos;

    44. O juiz de Direito e D. Augusta, sua mulher;

    45. Recorda-se, na tagarelice, Manuel Branco, da famlia dos Brancos;

    46. Mr. de l'Estorade, espadachim (mais tarde chamado Vicomte de Manderville);

    47. Andr Noronha, primo de Afonso da Maia;

    48. Catanni, acrobata (com quem Maria foge para a Alemanha);

    49. Dr. Trigueiros;

    50. Joo da Ega, sobrinho de Andr da Ega, amigo de Carlos Eduardo;

    51. Serra Torres, adido em Berlim, amigo de Carlos Eduardo;

    52. Simo Craveiro, amigo de Carlos Eduardo (e de Ega, tambm);

    53. Gamacho (tocava piano), amigo de Carlos Eduardo;

    54. Baptista, criado de quarto de Carlos;

    55. Amigos de Carlos Eduardo depois do consultrio estabelecido: Taveira, vizinho, empregado noTribunal de Contas; Cruges, maestro, pianista; marqus de Souselas;

    56. Sr. Vicente, mestre-de-obras;

    57. Mr. Theodore, chefde Afonso da Maia;

    58. Jacob Cohen, director do Banco Nacional;

    59. Raquel Cohen, esposa de Jacob Cohen (com quem J. da Ega tem um caso);

    60. Craft, filho de um clergyman da igreja inglesa do Porto, amigo de Carlos e de Ega;

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    Ano Letivo 2011/201261. D. Diogo, amigo do whistde Afonso da Maia;

    62. Conde Steinbroken, ministro da Finlndia, visita habitual do Ramalhete;

    63. Tarqunio;

    64. Marcelino, o padeiro;

    65. Marcelina, a mulher do padeiro;

    66. Azevedo, jornalista;

    67. S Nunes, jornalista;

    68. Gasto, conde de Gouvarinho;

    69. Margarida, cozinheira de D. Diogo;

    70. Dr. Barbedo;

    71. Amigos do Ega: Dmaso Salcede, amigo do Cohen; 1 primo da Raquel Cohen;

    72. Viegas, um dos doentes de Carlos Eduardo;

    73. Manuel Pimenta, criado dos Gouvarinho;

    74. Tompson, pai da condessa de Gouvarinho;

    75. Sra. Josefa, rapariga cozinheira do Ega;

    76. Shelgen, um alemo que vivia na Penha de Frana;

    77. Tio Abrao, um comerciante de bricabraque;

    78. Castro Gomes, o brasileiro;

    79. Joaquim Guimares, tio de Dmaso Salcede;

    80. Sra. Cndida, dona de uma venda;

    81. Mateus, criado negro de Alencar;

    82. Dr. Teodsio;

    83. Charlie, o filho dos Gouvarinho;

    84. Lola e Concha, as espanholas do Eusbiozinho;

    85. Palma, amigo do Eusbiozinho;

    86. Carvalhosa, amigo do Alencar, que vive em Colares (p.242);

    87. Mdico Smith;

    88. M Eduarda, a "esposa" do Castro Gomes;

    89. Melanie, criada dos Castro Gomes;

    90. Miss Sara, governanta dos Castro Gomes;

    91. Rosa (Rosicler), filha de M Eduarda;

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    Ano Letivo 2011/201292. Godefroy, costureiro que fez o fato de Mefistfeles do Ega;

    93. Sra. Adlia, criada de Raquel Cohen;

    94. Domingos, ex-servial do Ramalhete, criado dos Cohen;

    95. D. Maria Lima, tia de Gasto Gouvarinho;

    96. D. Maria da Cunha, amiga da Gouvarinho;

    97. Teles da Gama, amigo dos Gouvarinho;

    98. Torres Valente, poltico da cmara;

    99. Miss Jones, tia da Gouvarinho, que lhe emprestara a casa R. de Sta. Isabel para os seus"encontros" com Carlos;

    100.Borges, vizinha de Miss Jones;

    101.Manuela (ou, Manueleta), "conhecida" do marqus de Souselas;

    102.Pe. Serafim, padre da famlia do Ega;

    103.Clifford, umsportsman de Crdova;

    104.Visconde de Darque, umsportsman portugus;

    105.Viscondessa de Alvim, presente no hipdromo;

    106.Joaninha Vilar, presente no hipdromo;

    107.As Pedrosos, presentes no hipdromo;

    108.Condessa de Soutal, presente no hipdromo;

    109.Menina S Videira, filha do negociante de sapatos de ourelo, presente no hipdromo;

    110.Ministra da Baviera;

    111.Baronesa de Craben;

    112.Concha, amiga de D. Maria da Cunha;

    113.Pancho Calderon, anfitrio de Carlos e Clifford;

    114.D. Pedro Vargas, primo do marqus e comissrio das corridas de cavalos;

    115.Mendona, juiz das corridas;

    116.Pinheiro, o jquei que montou o "Escocs";

    117.Josefina do Salazar, acompanhante do Dmaso;

    118.Bertonni, tenor;

    119.Sra. Augusta, porteira (?) do prdio onde mora o Cruges e a Castro Gomes;

    120."Niniche", a cadelinha de M Eduarda;

    121.Dr. Chaplain, mdico de M Eduarda em Paris;

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    Ano Letivo 2011/2012122.Romo, criado de M Eduarda (tinha sido antes do Dmaso);

    123.Manuelinho, filho do Vicente, mestre-de-obras;

    124.Fillon, o fotgrafo;

    125.Sr. Sousa Neto, amigo do conde Gouvarinho;

    126.Barros, ministro do Reino;

    127.Vicenta, criada da Baronesa de Alvim;

    128.Julinha, mulher do Carvalhosa;

    129.Travassos (deve ser mdico);

    130.Mr. Antoine, o cheffrancs;

    131.Micaela, cozinheira da casa;

    132.Corts, alfaiate do av de Carlos;

    133.Conde de Landim;

    134.Patrick Mac Gren, "marido" de Mria Eduarda em Paris;

    135.Silvestre, ajudante no pasquim do Palma;

    136.Viscondessa de Cabelas;

    137.Zeferino, conhecido (?) do Dmaso, a quem Palma pediu emprestado um relgio;

    138.Nunes, tabelio do Dmaso, sito Rua do Ouro;

    139.Neves, poltico, director d'A Tarde;

    140.Dmaso Guedes, poltico;

    141.Sr. Pereirinha, editor do jornal do Neves;

    142.Jos Clemente e Rufino, polticos aludidos por Neves;

    143.Gonalo, poltico, conhecido do Neves;

    144.Melchior, conhecido do Ega (e do Neves);

    145.D. Jos Sequeira, comissrio do sarau da Trindade;

    146.O Prata, que fala no sarau (e pe toda a gente a "fugir");

    147.Vieira da Costa, correligionrio do Gouvarinho;

    148.Clemence, uma costureira de Levaillant, com quem Guimares vive;

    149.Simes, um estofador;

    150.Visconde de Torral, amigo (ou cliente) do Vilaa;

    151.Padre Talloux, confessor de Maria Monforte;

    152.Paca e Crmen Filsofa, duas espanholas;

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    Ano Letivo 2011/2012153.Dr. Azevedo, mora ao p da padaria, perto do Ramalhete;

    154.Marqus de Vila Medina, amigo de Carlos;

    155.Barradas, pintor do retrato de Cruges;

    156.Leonor Barradas, tia do Barradas, j falecida;

    157.Homens e mulheres que o Ega conhcera: Lucy Gray, Conrad, Marie Blond, Mr. de Menant,Doubs;

    158.Barroso, o amante da mulher de Dmaso, filha dos condes de gueda;

    159.Adosinda;

    160.Joo Eliseu;

    161.Mr. de Trelain, noivo de M Eduarda.Resumo detalhado d'Os Maias

    Captulo I

    Descrio e historial do Ramalhete, casa que a famlia Maia veio habitar em Lisboa,Outono de 1875. Em 1858, quase tinha sido alugada a monsenhor Buccarini pelo

    procurador dos Maias, Vilaa; nota-se que os Maias eram uma famlia nobre, mas comsinais de decadncia. A casa que tinham em Benfica foi vendida (j pelo Vilaa Jnior) eseu contedo passou, em 1870, para o Ramalhete. A Tojeira, outra propriedade, tambmfora vendida. Poucos em Lisboa sabiam quem eram os Maias, famlia que vivia at entona Quinta de Santa Olvia, nas margens do Douro.

    Os Maias, antiga famlia da Beira, eram, no momento desta narrao, constitudos porAfonso da Maia e Carlos Eduardo da Maia, seu neto, que estudava medicina em Coimbra.Meses antes de este acabar o curso, o av decide vir morar para Lisboa, no Ramalhete.Reforma-se o Ramalhete sob a direco de um compadre de Vilaa, um arquitecto e

    poltico chamado Esteves. Mas Carlos traz tambm um arquitecto-decorador de Londres,despedindo assim Esteves. A casa fechada e, s depois de uma longa viagem de Carlos

    pela Europa, que habitada pelo av e neto, em 1875. Descrio fsica de Afonso(p.12). Comea-se, atravs do contar da vida de Afonso, uma analepse (pp.13-95), ondese conta a ida a Inglaterra, a morte do pai, o casamento, o nascimento de Pedro da Maia, oretorno e exlio a Inglaterra devido s suas ideias polticas; em Richmond, Afonso fica a

    saber da morte da me, em Benfica. Pedro da Maia educado pelo padre Vasques,capelo do conde Runa, mandado vir de Lisboa. Morre a tia Fanny. Vo para Roma,Itlia. Voltam a Benfica, finalmente. Explica-se porque Afonso se torna ateu (pp.18-20).Pedro cresce; tem um filho bastardo, aos 19 anos. A me, esposa de Afonso da Maia,morre; Pedro da Maia entrega-se bebida e distrbios. Um ano depois, "acalma-se".Comea a grande paixo de Pedro da Maia (p.22): descrio de Maria Monforte, deorigens misteriosas. Alencar v Pedro e Maria no teatro S. Carlos, no final do I acto do

    Barbeiro de Sevilha. Pedro pede permisso ao pai para casar com Maria Monforte.Afonso recusa. Pedro casa e vai para Itlia.

    Captulo II

    De Itlia, Pedro e Maria vo para Frana. Maria engravida e Pedro tr-la para Lisboa;antes, porm, escreve ao pai. Vai para Benfica, mas o pai, em desfeita, j tinha partido

    para Sta. Olvia. Nasce uma filha a Pedro; mas este j no o comunica ao pai, Afonso;Praa 5 de Outubro 9500-153 Telf: 296 306420 Fax: 296 306428

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    Ano Letivo 2011/2012comea um perodo de cerca de 3 anos, em que pai e filho no se falam. Descreve-se oambiente dassoires lisboetas em Arroios. Nasce um menino, Carlos Eduardo. Ao ir auma caada na Tojeira, Pedro fere um recm-chegado, um napolitano chamado Tancredo.Trata-o em sua casa. Dois dias depois, Tancredo recolhe-se a um hotel. Descrio donapolitano (p.41). M. Monforte isola-se, acaba com assoires, depois de saber que osogro voltara a Benfica. Passam-se alguns meses, com a presena habitual de Tancredo. Afilha tem j 2 anos. Maria Monforte foge com o napolitano e a filha, deixando o filho,Carlos Eduardo e uma carta. Afonso, por causa disto, reconcilia-se com Pedro. Nessamesma noite e madrugada, Afonso acorda com um tiro. Pedro suicidara-se. enterradono jazigo de famlia em Sta. Olvia.

    Captulo III

    Passam-se vrios anos. Afonso vive com o neto em Sta. Olvia, o Teixeira e a Gertrudes,escudeiro e governanta, respectivamente. Vive l tambm uma prima da mulher de

    Afonso, uma Runa, que era agora viva de um visconde de Urigo de la Sierra, e opreceptor de Carlos Eduardo, o Sr. Brown. Refere-se a severa educao inglesa de Carlos,em que no entra a religio, para desgosto do abade Custdio. Descreve-se uma noite emSta. Olvia com os amigos de Afonso. Fala-se dos arrulhos de Teresinha e Carlinhos(p.72). Menciona-se a Monforte, me de Carlos (p.78), que d pelo nome de Madame del'Estorade. No se sabe o que feito da filha que ela levou. Mais tarde, sabe-se porAlencar que Maria Monforte lhe dissera que sua filha tinha morrido em Londres. Vilaamorre (p.84). Manuel Vilaa, filho do Vilaa, torna-se administrador da casa.

    Captulo IV

    Passam-se anos. Carlos faz exames; est prestes a formar-se em Medicina. Contam-se as

    cenas da vida em Celas, com os amigos. O Teixeira, Gertrudes e o abade j haviammorrido. Descrio de Joo da Ega (p.92), aluno baldas e grande ateu. Alude-se a umaaventura adltera passageira de Carlos com uma Hermengarda, mulher de um empregadodo Governo Civil. Outra aventura foi com uma espanhola, Encarnacion. Carlos forma-seem Agosto. Parte de viagem para a Europa. Chega o Outono de 1875 e Carlos tambm.Volta-se ao PRESENTE da narrao (p.96). Descrio de Carlos j homem feito (p.96).Carlos instala-se no Ramalhete com toda a sua parafernlia de instrumentos de medicina.Passa tudo para um laboratrio no Largo das Necessidades e abre um consultrio noRossio. Ningum lhe aparece para consulta. Ega visita-o no consultrio. Diz-lhe que vai

    publicar um livro, "Memrias de Um tomo".

    Captulo V

    Carlos tem a sua 1 doente, a mulher do padeiro Marcelino. Descreve-se um dos seres noRamalhete. s 2.15 a.m., comeam a abandonar o Ramalhete. Carlos comea a terclientes. Ega aparece-lhe ocasionalmente, para ler uma parte do seu manuscrito, para oconvidar a ser apresentado aos Gouvarinhos Conhece-os, por fim, na frisa do teatro.

    Captulo VI

    Carlos visita Ega na sua nova casa, a Vila Balzac, no Largo da Graa, depois da Cruz dos4 Caminhos. Saem. Encontram Craft. Combinam jantar no Hotel Central, em honra aoCohen. Chegam os Castro Gomes para se hospedar (p.157). Alencar encontra Carlos daMaia, que tem agora 27 anos. Alencar contra o Naturalismo e tudo o que lhe cheire a

    Realismo. Comeam a discutir a decadncia de Portugal, poltica e socialmente. Acabambem o jantar. Ega e Alencar discutem. Reconciliam-se. Saem todos do Hotel Central.Alencar acompanha Carlos at casa. Analepse de uma conversa de Carlos e Ega em que

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    Ano Letivo 2011/2012este, bbado, lhe revelara a verdadeira histria da me de Carlos. Carlos adormece,

    pensando na misteriosa senhora do Hotel Central e no Alencar.

    Captulo VIICraft tornara-se ntimo no Ramalhete. Carlos, retirado do consultrio, passava os dias emcasa, escrevendo o seu livro. O Dmaso pegou-se a ele como uma "lapa". Ega,endividado, vem pedir mais 115 libras a Carlos. Certo dia, o Dmaso no aparece, nemnos dias seguintes. Carlos acaba por ir procur-lo. Chegando ao fim da Rua do Alecrim,encontra Steinbroken, que se dirige ao Aterro. Durante a conversa, passa a misteriosafigura do Hotel Central (pp.202-3). No dia seguinte Carlos volta ao Aterro e ela torna a

    passar, mas agora acompanhada do marido.

    A Gouvarinho, a pretexto da "doena" do filho Charlie, visita-o no consultrio. Carlosflirta-a abertamente. Reaparece Dmaso, de repente, numa caleche, dizendo a Carlos ter

    um "romance divino". Tudo indica serem os Castro Gomes a sua companhia. Aparece na"Gazeta" um artigo de J. da Ega elogiando os Cohen. Discutem-no nasoire. Carlosconvida o Cruges a ir a Sintra, depois do Taveira lhe ter dito que Dmaso e os CastroGomes se dirigiam para l.

    Captulo VIII

    (Este captulo demora 2 dias) Viagem a Sintra; instalam-se no Nunes. Apanham oEusbiozinho com duas espanholas. A Concha faz uma cena quando o Eusbiozinho "sedeita de fora" (p.228). Na manh seguinte, partem em direco a Seteais detendo-se,

    porm, em frente ao Lawrence. Pausa de reflexo idlica sobre Sintra. Encontram Alencar(p.234). Na volta, passam pelo Lawrence, vo at o Nunes, e Carlos descobre que

    Dmaso e os Castro Gomes j tinham sado no dia antes para Mafra. Pensa disparatesromnticos sobre a Castro Gomes (p.245). Jantam no Lawrence, um bacalhau preparadosegundo o Alencar. Partem de Sintra. Cruges, a meio do caminho, lembra-se de que setinha esquecido das queijadas.

    Captulo IX

    (1 dia) J no Ramalhete, no final da semana, Carlos recebe uma carta a convid-lo a jantarno Sbado seguinte nos Gouvarinhos; entretanto, chega Ega, preocupado em arranjar umaespada conveniente para o fato que leva nessa noite ao baile dos Cohen. Dmaso tambmaparece de repente, pedindo a Carlos para ver um doente "daquela gente brasileira", i.e.,os Castro Gomes. a menina, visto que os pais haviam partido essa manh para Queluz.

    Chega ao Hotel, mas a pequena, chamada Rosicler, no teve mais que um mal-estarpassageiro. Carlos d uma receita a Miss Sara, a governanta.

    10 horas da noite: ao preparar-se para o baile, aparece o Mefistfeles Ega a Carlos,dizendo que o Cohen o expulsara (ao que parece, descobrira as cartas de Raquel e Ega).Vo a casa do Craft pedir conselho sobre o "provvel" duelo. Ceiam.

    (1 dia) No dia seguinte, nada acontece, excepto a vinda da criada de Raquel Cohen,anunciando que ela levara uma coa e que partiam para Inglaterra. Ega dorme nessa noiteno Ramalhete.

    Na semana seguinte, s se ouve falar do Ega e do mau-carcter que ele . "Todos caem-

    lhe em cima" (p.289). Carlos vai progressivamente ficando ntimo dos Gouvarinhos.

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    Ano Letivo 2011/2012Visita a Gouvarinho e d-lhe um tremendo beijo (p.297), mesmo antes da chegada doconde Gouvarinho.

    Captulo XPassam-se 3 semanas. Carlos sai de um coup, onde acabara de estar com a Gouvarinho.

    Nota-se que j estava farto dessas 3 semanas e que se quer ver livre da Gouvarinho.Encontra o marqus pela rua, constipado. Fugazmente, v Rosicler acenando de um coupadiante do Grmio. Combina com o Dmaso, no Ramalhete, levar os Castro Gomes a vero bricabraque do Craft, nos Olivais. No se concretiza a ideia. Chega o(s) dia(s) dascorridas de cavalos. Confuso porta do hipdromo. Descrio do ambiente dentro dohipdromo (pp.314-320). Confuso com um dos jqueis que perdera uma corrida. Briga erebulio. Encontra a Gouvarinho, que lhe prope ir at o Porto (seu pai estava mal), daruma "rapidinha" em Santarm, e da cada um seguia para o seu lado. Carlos comea aruminar no absurdo de toda aquela ideia. Fazem-se apostas. Todos apostam contra

    Vladimiro, cavalo em que Carlos tinha apostado. Vladimiro vence e Carlos ganha 12libras, facto muito comentado. Encontra Dmaso, que lhe informa que o Castro Gomesafinal tinha ido para o Brasil e deixara a mulher s por uns 3 meses. Carlos devaneia.Discute com a Gouvarinho, mas acaba por aceder ao desejo do encontro em Santarm.Sempre pensando na mulher de Castro Gomes, vem a Lisboa, com o pretexto de visitar oCruges (o Vitorino), agora que sabe que ela mora no mesmo prdio, R. de S. Francisco.O Cruges no est; Carlos vai para o Ramalhete. Tem uma carta da Castro Gomes

    pedindo-lhe que a visite, por ter "uma pessoa de famlia, que se achava incomodada".Carlos fica numa agitao (de contentamento).

    Captulo XI

    Carlos vai visitar a Castro Gomes, i.e., Maria Eduarda. a governanta, Miss Sara, queest doente. Descrio de Maria Eduarda (p.348). Examina Miss Sara. Receita-lhe.Falando com Maria Eduarda, descobre que portuguesa, no brasileira. "At amanh!" agora no que Carlos s pensa; um recado da Gouvarinho indispe-no. Comea a "odi-la". Por sorte, o Gouvarinho decidiu ltima da hora ir com a mulher para o Porto, o queconvm muito a Carlos, assim como a morte de um tio de Dmaso em Penafiel, deixando-lhes os "entraves" fora de Lisboa.

    Nas semanas seguintes, Carlos vai-se familiarizando com Maria Eduarda, graas doenade Miss Sara. Falam ambos das suas vidas e dos seus conhecidos. Dmaso volta dePenafiel; visita Maria Eduarda. "Niniche", aninhada no colo de Carlos, rosna e ladra

    quando Dmaso tenta lhe fazer festas. "Desconfianas" de Dmaso. Sabe-se que, porcoincidncia, os Cohens voltaram de Inglaterra e que Ega est para chegar de Celorico.

    Captulo XII

    O Ega chega e pede "asilo" no Ramalhete. Informa Carlos de que viera com aGouvarinho, e de que o conde os convidara para jantar na prxima 2 feira.

    (2 feira) Nesse jantar, a Gouvarinho est mesmo uma chata, mesmo a "pedir nastrombas", com as suas indirectas e quiproqus. O clima suaviza-se durante o jantar,devido aos ditos irreverentes do Ega. A pretexto de um mal-estar de Charlie, aGouvarinho beija Carlos nos aposentos interiores. Carlos e Ega so os ltimos a sair.

    (3 feira) Depois de ter sido "retido" pela Gouvarinho na casa da tia, Carlos chegaatrasado casa de Maria Eduarda. Leva uma "indirecta". No meio da conversa, Domingos

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    Ano Letivo 2011/2012anuncia Dmaso; Maria Eduarda recusa-se a receb-lo. Fala a Carlos sobre uma possvelmudana de casa (Carlos pensa logo na casa do Craft). Carlos deixa escapar que a "adora"depois de uma troca de olhares. Beijam-se.

    (4 feira) Carlos conclui o negcio da casa com o Craft. Maria Eduarda fica um poucorenitente com a pressa de tudo, mas acaba concordando, com um novo beijo.

    Ega, depois de se mostrar insultado pelo segredo que Carlos faz de tudo, vem a saber queCarlos est a ter mais do que uma aventura com Maria Eduarda.

    Captulo XIII

    (6 feira) Ega informa a Carlos de que Dmaso anda a difam-lo e a Maria Eduarda.Carlos faz os preparativos para a mudana de Maria Eduarda para os Olivais. EncontraAlencar, que refere a crescente antipatia de Dmaso por Carlos. Aparece Ega.

    Cumprimentam-se. Do outro lado da rua, aparecem o Gouvarinho, o Cohen e Dmaso.Carlos atravessa a rua; ameaa Dmaso.

    (Sbado) Maria Eduarda visita a sua nova casa nos Olivais. Descrio da casa. Tm a sua1 relao sexual (p.438).

    (Domingo) Aniversrio de Afonso da Maia. Tagarelice do marqus: Dmaso estava anamorar a Cohen. Aparece Baptista a informar de que est uma senhora dentro de umacarruagem que quer falar com Carlos. Era a Gouvarinho. Ela tenta uma "rapidinha" mas,ao se lembrar da imagem de Maria Eduarda, Carlos recua. Discutem. Carlos sai.Terminou tudo.

    Captulo XIVO av parte para Sta. Olvia. Maria Eduarda instala-se nos Olivais. Ega parte para Sintra

    por alguns dias. Carlos, s, vai passear depois do jantar. Encontra Taveira no Grmio, queo adverte contra Dmaso. Taveira arrasta-o at o Price, mas Carlos pouco se demora. Aosair, encontra Alencar e o Guimares, tio do Dmaso.

    Sabe-se que Carlos e Maria Eduarda pretendem fugir at Outubro para Itlia, mas Carlospensa no desgosto que dar ao av. A sua felicidade, por fim, supera o av nos seusraciocnios. Descreve-se as idas de Carlos aos Olivais: os encontros com Maria Eduarda eas relaes que tinham no quiosque japons (p.456). Isto no o suficiente: eles querem

    passar as noites tambm. A 1 noite descrita na p.459. Carlos descobre uma outra casa

    perto da dos Olivais, que servir para esperar pelos encontros nocturnos dele e de MariaEduarda. Numa dessas noites, descobre Miss Sara a fazer sexo no jardim da casa com oque lhe parece ser um jornaleiro. Sente vontade de contar tudo a Maria Eduarda mas, medida que pensa no caso, compara-o com a furtividade do seu. Decide no dizer nada.

    Chega Setembro. Craft, regressado de Sta. Olvia para o Hotel Central, diz a Carlos quepareceu-lhe estar o av desgostoso por Carlos no ter aparecido por l. Carlos diz a MariaEduarda que vai visitar o av. Ela pede-lhe para visitar o Ramalhete, antes. Combinamisso para o dia em que Carlos partir para Sta. Olvia. Maria Eduarda visita o Ramalhetemas, misteriosamente, desanima-se; Carlos "conforta-a" (p.470). Maria Eduarda refereque s vezes Carlos faz-lhe lembrar a sua me (p.471); diz que a me era da ilha da

    Madeira que casara com um austraco e que tinha tido uma irmzinha, que morrera empequena (p.472). Chega Ega. Traz novas de Sintra. Carlos parte para Sta. Olvia.

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    Ano Letivo 2011/2012Regressa uma semana depois. Fala a Ega do plano de "amolecer" o av quanto relaocom Maria Eduarda. Susto! Castro Gomes anuncia-se! Mostra uma carta annima que lhehaviam mandado para o Brasil, dizendo que a sua mulher tinha um amante, Carlos.Revela no ser marido de Maria Eduarda, que lhe retirava o uso do seu nome, deixando-aapenas como Madame Mac Gren, seu verdadeiro nome. A Carlos "cai o queixo".Ruminando pensamentos, entre escrever uma carta de despedida ou no, Carlos decideconfrontar Maria Eduarda nos Olivais. Ao entrar, sabe por Melanie, a criada, que o CastroGomes j l tinha estado. Maria Eduarda, em chro, pede perdo a Carlos de no lho tercontado; conta a verdadeira histria da sua vida. Depois de uma grande cena de chro,Carlos pede-a em casamento.

    Captulo XV

    Na manh seguinte, perguntam a Rosa se quer o Carlos como "pap". Aceita. MariaEduarda conta toda a sua vida (pp.506-14). Dias depois, ao ir visitar Maria Eduarda com

    Carlos, Ega diz-lhe pelo caminho que seria melhor esperar que o av morresse para entose casar. Carlos acalenta a ideia. Jantam nos Olivais e Ega, rodeado deste ambiente, dizquerer casar e louva tudo o que at a era contra (p.523). Aos poucos, os amigos de Carlos(o Cruges, o Ega, o marqus), vo frequentando esses jantares de amizade dados nosOlivais. Meados de Outubro: estava Afonso com ideias de vir de Sta. Olvia (e Carlos desair dos Olivais), pois o Inverno aproximava-se. Recebe, atravs do Ega, um n. daCorneta do Diabo, que o difama em calo "num caso que tem com uma gaja brasileira".Carlos primeiro pensa em matar a quem escreveu mas, reflectindo na verdade dosescritos, pensa se no ser melhor no casar com Maria Eduarda. Volta ao 1 pensamento,em matar. Descobre, pelo editor do artigo, o Palma, que tinham sido o Dmaso e oEusbiozinho que lho tinham encomendado. Ega e Carlos vo at o Grmio; encontram oGouvarinho e Steinbroken. Finalmente, aparece Cruges, a quem pedem que faa de

    padrinho num duelo de Carlos. Sabe-se, a meio disto, que o Governo cara, pelo Teles daGama (p.550). Cruges e Ega vo a casa do Dmaso. Este faz uma cena ao saber dodesafio, mas acaba por escrever uma retractao. Ega escreve-lhe a retractao e elecopia-a. Ega entrega-a, ao sair, a Carlos. Satisfeito, Carlos devolve-lha, para usar comolhe aprouver. No dia seguinte, Ega remi a ideia de fazer conhecer a carta do Dmaso.Chega uma carta anunciando que Afonso voltava ao Ramalhete. Carlos retorna aoRamalhete e Maria Eduarda R. de So Francisco. No dia seguinte, chega Afonso estao de Sta. Apolnia. Ao almoo, Carlos e Ega falam do projecto de uma revista. Egavai ao Ginsio. V a Cohen e o Dmaso. Sai do Ginsio; dirige-se redaco d'A Tarde e

    pede ao Neves para publicar a carta do Dmaso. H um ligeiro rumor nos dias seguintes,mas tudo acalma. Dmaso "vai de frias" a Itlia.

    Captulo XVI

    Antes do sarau da Trindade, Ega ouve com Carlos e Maria, uma parte de "Oflia" aopiano, na casa desta. Carlos e Maria "enrolam" Ega para fazerem o seu prprio sarau, alimesmo. Mas lembram-se do Cruges, e Carlos e Ega acabam por ir ao sarau da Trindade.Ouvem o discurso de Rufino. Entretanto, no botequim, d-se um conversa entre oGuimares e Ega, a propsito da carta do sobrinho. Ega volta ao sarau, ouve Cruges e saiquando o Prata sobe ao estrado. Carlos v o Eusbiozinho saindo. Vai atrs dele e d-lheuns "abanes" e um pontap. Voltam ao sarau, onde Alencar j ia declamar. Alencararrebata a sala com o seu poema, "Democracia". Ega fica desacompanhado; Carlos,disseram-lhe, j havia sado. O Gouvarinho sai furibundo por causa do poema do Alencar. sada, de caminho para o Chiado, Ega parado por Guimares, que lhe diz ter um cofre

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    Ano Letivo 2011/2012da me de Carlos para entregar famlia. No meio da conversa, descobreinconscientemente uma verdade terrvel a Ega: Carlos tem uma irm; a Maria Eduarda!(p.615). Guimares conta a Ega tudo o que sabe sobre M. Monforte (p.617), inclusive amentira que ela dissera a Maria Eduarda sobre a sua origem de pai austraco. EnquantoGuimares vai buscar o cofre nessa mesma noite, Ega fica a atormentar-se com os seus

    pensamentos. Chega ao Ramalhete e deita-se, sempre pensando no incesto como ideiafixa.

    Captulo XVII

    Ega no tem coragem de contar a Carlos. Sai, procura de Vilaa. Come no Caf Tavarese volta R. da Prata. "Despeja" tudo ao Vilaa. Incumbe-o de contar tudo a Carlos.Abrem a caixa de M. Monforte. Encontram um documento provando que Maria Eduarda filha de Pedro da Maia. Susto! Carlos est em baixo procura do Vilaa! Ega e Vilaa,atarantados, mandam dizer que no est. Combinam que Vilaa ir ao Ramalhete, s 9 da

    noite. Mas Carlos no o atende e adia para o dia seguinte, s 11 horas. Ao saber disso,Ega sai para cear no Augusto com o Taveira e duas espanholas. Toma uma carraspana.Acorda ao lado de Crmen Filsofa, uma das espanholas, s 9 da manh. Chega atrasadoao Ramalhete, s 12 h. Carlos e Vilaa j estavam "l dentro". Carlos, insensatamente,no acredita no que lhe contam. Mostra ao av os papis da Monforte. Mas Afonso no osrefuta, dando a Carlos uma insegurana de que tudo pode ser verdade. Afonso, nocorredor, diz a Ega que sabe que "essa mulher" a amante de Carlos. No jantar dessanoite, esto todos "murchos". No final do jantar, Carlos escapuliu-se: ia Rua de SoFrancisco. Passa pela casa, desce at o Grmio, toma um conhaque e volta casa deMaria Eduarda; entra. Tenta inventar uma histria, mas ela, no quarto, j deitada, puxa-o

    para si e Carlos no "resiste". Na festa de anos do marqus, no dia seguinte, Carlos estmuito alegre. Ega desconfia. Ega acaba descobrindo que Carlos continua indo "visitar"Maria Eduarda. Na 3 feira evita Carlos; s aparece no Ramalhete s 9 da noite para searranjar para o aniversrio de Charlie, o filho do Gouvarinho. Afonso da Maia sabe queCarlos continua a encontrar-se com Maria Eduarda. Ega decide partir; pensa melhor:desfaz a mala. Baptista diz-lhe que Carlos parte amanh para Sta. Olvia. Carlos debate-se com os seus pensamentos: o desejo e a culpa simultneos (p.664-65); ao vir de MariaEduarda, s 4 da manh, encontra o av e o seu silncio acusador, como um fantasma(p.667-68). J era dia, quando dizem a Carlos que o av estava desacordado no jardim;estava morto (suponho ser trombose, visto que tinha um fio de sangue aos cantos da

    boca). Carlos culpa-se a si mesmo dessa morte, pois achava que era pelo av saber tudo

    que havia morrido. Vilaa toma as providncias. Ega escreve um bilhete a informar MariaEduarda do facto. Reunio dos amigos da famlia; recordam Afonso. 1878 (p.681) Oenterro no dia seguinte, uma hora. Carlos, depois do enterro, pede a Ega para falarcom Maria Eduarda, contar-lhe tudo e dizer-lhe que parta para Paris, levando 500 libras.Quanto a Carlos, vai para Sta. Olvia, esperar a trasladao do av; depois, viajar paraespairecer. Convida o Ega para tal. Carlos parte. Ega deixa, atabalhoadamente, arevelao a Maria Eduarda e diz-lhe que ela deve partir j para Paris. Encontra-se com elana estao de Sta. Apolnia, no dia seguinte. Segue no mesmo comboio at oEntroncamento. E nunca mais a v.

    Captulo XVIII

    Passam-se semanas. Sai na "Gazeta Ilustrada" a notcia da partida de Carlos e Ega numalonga viagem. Ano e meio depois (1879), regressa Ega, trazendo a ideia de escrever umlivro, "Jornadas da sia"; Carlos ficara em Paris. (1886) Carlos passa o Natal em Sevilha;

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    Ano Letivo 2011/2012de l, escreve a Ega que vai voltar a Portugal. Chega nesse ano a Sta. Olvia. (Jan. 1887)Carlos chega a Lisboa e almoa no Hotel Bragana com Ega, que est ficando careca; ame deste j morrera. Carlos pergunta pela Gouvarinho. Aparece o Alencar. Aparece oCruges. Reminiscncias desses ltimos anos. Ega e Carlos vo visitar o Ramalhete.Antes, descem o Chiado. Encontram o Dmaso perto da Livraria Bertrand. Aos poucos,Carlos toma conscincia do novo Portugal que existe agora, anos passados. Passagem deCharlie (insinuao de que ele maricas, p.705). Passagem do Eusbiozinho. s 4 h,tomam uma tipia para o Ramalhete. Dentro, nota-se que a maior parte das decoraes(tapetes, faianas, esttuas) j tinham ou estavam a ser despachadas para Paris, ondeCarlos vivia agora. Tambm no Ramalhete estavam os mveis trazidos da Toca. Sabe-seque Maria Eduarda ia casar. Saem do Ramalhete, descem a Rampa de Santos. Carlos olha

    para o relgio: 6.15! Est atrasado para o encontro com os amigos no Bragana. Desata acorrer, junto com Ega, pela rampa de Santos e Aterro abaixo, atrs de um transporte.

    Crtica SocialA Corrida de Cavalos

    Objectivos:

    Novo contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o prprio rei;

    Viso panormica dessa sociedade (masculina e feminina) sob o olhar crtico de Carlos;

    Tentativa frustrada de igualar Lisboa s capitais europeias, sobretudo Paris;

    Cosmopolitismo (fingido) da sociedade;

    Possibilidade de Carlos encontrar aquela figura feminina que vira entrada do Hotel Central.Existem 4 corridas.

    Viso caricatural:

    O hipdromo parecia um palanque de arraial;

    As pessoas no sabiam ocupar os seus lugares;

    As senhoras traziam "vestidos srios de missa";

    O bufete tinha um aspecto nojento;

    A 1 corrida terminou numa cena de pancadaria;

    As 3 e 4 corridas terminaram grotescamente.

    Concluses a retirar:

    Fracasso total dos objectivos das corridas;

    Radiografia perfeita do atraso da sociedade lisboeta;

    O verniz da civilizao estalou completamente;

    A sorte de Carlos, ganhando todas as apostas, indcio de futura desgraa (Sorte no jogo).

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    Ano Letivo 2011/2012O Jantar dos Gouvarinho

    Objectivos:

    reunir a alta burguesia e aristocracia;

    reunir a camada dirigente do Pas;

    radiografar a ignorncia das classes dirigentes.

    Os alvos visados neste jantar so:

    Conde de Gouvarinho

    o voltado para o passado;

    o tem lapsos de memria;

    o comenta muito desfavoravelmente as mulheres;

    o revela uma visvel falta de cultura;

    o no acaba nenhum assunto;

    o no compreende a ironia sarcstica do Ega;

    o vai ser ministro.

    Sousa Neto

    o acompanha as conversas sem intervir;

    o desconhece o socilogo Proudhon;

    o defende a imitao do estrangeiro;

    o no entra nas discusses;

    o acata todas as opinies alheias, mesmo absurdas;

    o defende a literatura de folhetins, de cordel;

    o deputado.

    Nota-se assim a superficialidade dos juzos dos mais destacados funcionrios do Estado;incapacidade de dilogo por manifesta falta de cultura.

    A Imprensa

    "A Corneta do Diabo":

    o director o Palma "Cavalo", um imoral;

    a Redaco um antro de porcaria;

    publica um artigo contra Carlos mediante dinheiro;

    vende a tiragem do nmero do jornal onde sara o artigo;

    publica folhetins reles, de baixo nvel.Praa 5 de Outubro 9500-153 Telf: 296 306420 Fax: 296 306428

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    Ano Letivo 2011/2012"A Tarde":

    o director o deputado Neves;

    recusa publicar a carta de retractao de Dmaso porque o confunde com um seu correligionriopoltico;

    desfeito o engano, serve-se da mesma carta como meio de vingana contra o inimigo poltico;

    s publica artigos ou textos dos seus correligionrios polticos.

    Aspectos a notar: o baixo nvel; a intriga suja; o compadrio poltico; assim como osjornais, est o Pas.

    Sarau do Teatro da Trindade

    Objectivos:

    ajudar as vtimas das inundaes do Ribatejo;

    apresentar um tema querido da sociedade lisboeta: a oratria;

    reunir novamente as vrias camadas das classes mais destacadas, incluindo a famlia real;

    criticar o ultra-romantismo que encharcava o pblico;

    contrastar a festa com a tragdia.

    Neste sarau, destacam-se dois personagens:

    Rufino

    o o bacharel transmontano;

    o o tema do Anjo da Esmola;

    o o desfasamento entre a realidade e o discurso;

    o a falta de originalidade;

    o o recurso a lugares-comuns;

    o a retrica oca e balofa;

    o a aclamao por parte do pblico tocado no seu sentimentalismo.

    Alencar

    o o poeta ultra-romntico;

    o o tema da Democracia Romntica;

    o o desfasamento entre a realidade e o discurso;

    o o excessivo lirismo carregado de conotaes sociais;

    o a explorao do pblico seduzido por excessos estticos estereotipados;

    o a aclamao do pblico.

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    Ano Letivo 2011/2012N.B.: As classes dirigentes esto alheadas da realidade (nota-se isso pela indignao doGouvarinho). Caracteriza-se a sociedade como sendo deformada pelos excessos lricos doultra-romantismo.

    Espao e CorO Ramalhete

    O Jardim:

    1. A esttua de Vnus Citereia

    o "enegrecendo a um canto na lenta humidade das ramagens silvestres" (Cap.I)

    o "parecendo, agora, no seu tom claro de esttua de parque, ter chegado de Versalhes"(Cap.I)

    o "uma ferrugem verde, de humidade, cobria os grossos membros de vnus Cetereia"(Cap.XVIII)

    2. A Cascata

    o "uma cascatazinha seca" (Cap.I)

    o "E desde que a gua abondava, a cascatazinha era deliciosa" (Cap.I)

    o "Por entre as conchas da cascata, o fio de gua punha o seu choro lento" (Cap.XVII)

    o "mais lento corria o prantozinho da cascata, esfiado saudosamente, gota a gota"(Cap.XVIII)

    3. O Cipreste e o Cedro

    o "um pobre quintal inculto, abandonado s ervas bravas, com um cipreste, um cedro"(Cap.I)

    o "o cipreste e o cedro envelhecendo como dois amigos tristes" (Cap.I)

    o "o cipreste e o cedro envelheciam juntos, como dois amigos, num ermo" (Cap.XVIII)

    Os mveis do escritrio do Afonso:

    "Todos os mveis do escritrio do av desapareciam sob os largos sudrios brancos."(Cap.XVIII)

    A Toca:

    "O melhor baptiz-la definitivamente com o nome que ns lhe dvamos. Ns chamvamos-lhea Toca" (Cap.XIII)

    "s meter a chave devagar e com uma intil cautela na fechadura daquela morada discreta, foipara Carlos um prazer" (Cap.XIII)

    "uma tarde, () experimentaram ambos essa chave" (Cap.XIV)

    "tapearias, onde desmaiavam, na trama de l, os amores de Vnus e Marte" (Cap.XIII)

    "onde se distinguia uma cabea degolada"(Cap.XIII)

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    Ano Letivo 2011/2012 "uma enorme coruja fixava no leito de amor, os deus dois olhos redondos e agoirentos"

    (Cap.XIII)

    "o famoso armrio, o mvel divino de Craft" (Cap.XIII)

    "na base quatro querreiros" (Cap.XIII)

    "a pea superior era quardada aos quatro cantos pelos quatro evangelistas" (Cap.XIII)

    "espigas, foices, cachos de uvas e rabia de arados" (Cap.XIII)

    "dois faunos, recostados em simetria, indiferentes aos heris e aos santos" (Cap.XIII)

    "era ao centro um dolo de bronze, um Deus bestial" (Cap. XIII)

    Os smbolos cromticos

    O Vermelho: "aquela sombrinha escarlate () quase o envolvia, parecia envolv-lo todo - como uma larga

    mancha de sangue" (Cap.I)

    "ao lado de Maria, com uma camlia escarlate na casaca" (Cap.I)

    "todas as cadeiras eram forradas a repes vermelhos" (Cap.XI)

    "abria lentamente o grande leque negro pintado de flores vermelhas" (Cap.XI)

    Amarelo e Dourado:

    "uma senhora loura, os cabelos loiros, de um oiro fulvo" (Cap.I)

    "uma senhora alta, loira" (Cap.VI)

    "era toda forrada, paredes e tecto, de um brocado amarelo, cor de boto-de-oiro" (Cap.XIII)

    O Negro:

    "seus olhos muito negros" (Cap.III)

    "o negro profundo de dois olhos que se fixaram nos seus" (Cap.VII)

    Rasgos estruturais da tragdia em OS MAIAS

    Talvez porque o caso de amor entre Carlos e Maria Eduarda ultrapassa os limites em que a crtica seresolve numa ironia ou sarcasmo que pinta em pormenor o quadro de uma Lisboa decadente eartificial, talvez porque houve a criao (inconsciente?) de um profundo romance de amor, precisamentenos momentos nucleares da sua mtua relao, as personagens escapam atmosfera da comdia decostumes, para penetrarem no mbito da tragdia.

    Esto integrados, com preciso, cronolgica e socialmente; so participantes dos inmeros quadros edas diversas peripcias atravs dos quais Ea recriou (pela anlise, pela ironia) a sociedade portuguesa

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    Ano Letivo 2011/2012da segunda metade do sculo XIX. Contudo, podemos dizer que no so facilmente dissolvidos nessaatmosfera de quase tragicomdia complexa e angustiante.

    topo

    1. A personagem trgicaCarlos e Maria Eduarda ultrapassam a dimenso reduzida e pragmtica do tipo queirosiano, embora

    (encarados nessa mesma perspectiva) nos possam dar elementos concretos, a nvel essencialmentesociolgico e j no literrio. destacam-se como figuras eleitas, pertencentes a uma elite, dotados dequalidades superiores, requintados, seres de excepo, no integrados numa sociedade grosseira,limitada e suja.

    Assim, Carlos, regressado da Europa, -nos apresentado como um formoso e magnfico moo, alto,bem feito, de ombros largos, com uma testa de mrmore sob os anis dos cabelos pretos, e os olhos dosMaias.... O autor compara-o ento a um belo cavaleiro da Renascena. Para os conhecidos, ele oprimeiro elegante... da ptria ou o romntico Prncipe Tenebroso.

    Paralelamente, Maria Eduarda aparece, no peristilo do Hotel Central, como uma senhora alta,loira, com um meio vu muito apertado e muito escuro que realava o esplendor da sua carnaoebrnea. Craft e Carlos afastaram-se, ela passou diante deles, com um passo soberano de deusa,maravilhosamente bem feita, deixando atrs de si como uma claridade, um reflexo de cabelos de oiro, eum aroma no ar. Para as personagens que com ela contactam ela surge como algo de harmonioso, so,perfeito.

    [...]Carlos e Maria Eduarda elevam-se ao nvel da tragdia amorosa, embora no rompendo totalmente

    com as regras do romance de costumes ao qual tambm pertencem e no qual acabam por se reintegrar.Como detentores da mscara que Ea lhes impe, definem-se, j no como tipos sociais, mas comosmbolos duma fatalidade superior.(a) A nvel da aco, nesta perspectiva, quase desaparecem como reaisactantes para cederem ao destino a que alude Ega.

    2. A aco trgica

    As duas personagens, figuras de excepo (como convm ao esprito clssico da tragdia), soirresistivelmente levadas a um encontro e a uma unio que afirmam a supremacia do Sentimento,concebido segundo um padro elevado a ideal.

    Perante os obstculos oferecidos por Afonso e respeitados pelos prprios amantes, assiste-se intensificao das relaes amorosas que atinge o seu auge na felicidade perfeita(b).

    Carlos era positivamente o homem mais feliz destes reinos! Em torno dele s havia felicidades,douras. Era rico, inteligente, de uma sade de pinheiro novo; passava a vida adorando e adorado; stinha o nmero de inimigos que necessrio para confirmar uma superioridade; nunca sofrera dedispepsia; jogava as armas bastante para ser temido; e na sua complacncia de forte nem a tolice pblicao irritava. Ser verdadeiramente ditoso!

    Quando a unio se torna perfeita, quando o sentimento se eleva ao ponto superior da sua realizao,desaba a catstrofe - depara-se-nos a tragdia.

    Na mesma noite em que Ega, extasiado, faz as consideraes acima trancritas, nessa mesma noite, por

    intermdio de Guimares, a tragdia desaba(c)

    .Carlos, ao tentar a recusa de uma verdade imposta pelo implacvel destino(a) concorre para a suacompleta realizao - a efectivao de um incesto consciente.

    Classicamente, o aparecimento da tragdia, no s corta o desenrolar harmonioso dos acontecimentos,como tambm impede a reestruturao dos mesmos. A Fatalidade aniquila, digamos, a possibilidade derecuperao.

    [...]

    Gandra, Maria Antnio / Oliveira, Lus Amaro de, Caderno Para Uma Direco de Leitura de OS MAIAS, Porto Editora, Ld, Porto, 1987

    Notas do autor desta pgina:

    (a) A intromisso desta fatalidade superior (destino) escapa s leis do naturalismo. Alis, as referncias, na obra, a esta fatalidade soinmeras, bem como os indcios e elementos premonitrios que para ela apontam.

    (b)Este desafio das personagens corresponde hybrisda tragdia clssica.

    (c) o primeiro momento daanagnrise.topo

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    Ano Letivo 2011/2012Esboo de estudo paralelo de OS MAIAS e FREI LUS DE SOUSA

    (duas formas de recuperao da tragdia clssica)

    Frei Lus de Sousa Os Maias

    1 Uma partida e separao: D. Joo de Portugalparte para a batalha de Alccer Quibir, deixandoem Portugal sua mulher, D. Madalena.

    1 Uma partida e separao: Maria Monforte partecom o napolitano, deixando em Portugal Pedro,seu marido, e Carlos, seu filho.

    2 D. Joo de Portugal dado como morto; D.Madalena tenta, por todos os meios ao seualcance, certificar-se da morte do marido.A hiptese da morte acaba por ser aceite comocerteza.

    2 Maria Monforte e sua filha so consideradasmortas; Afonso da maia tenta, por todos os

    processos, adquirir a certeza da morte da neta. Ahiptese da morte acaba por ser aceite comocerteza.

    3 D. Madalena reorganiza a sua vida, baseando-sena morte de D. Joo.

    3 Afonso dedica-se inteiramente a Carlos,considerada a neta para sempre perdida.

    4 D. Joo de Portugal, erradamente consideradomorto, vai-se aproximando de portugal.

    4 Maria Eduarda, erradamente tida por morta,aproxima-se de Portugal.

    5 D. Joo de Portugal, uma vez regressado, dirige-se sua antiga casa. Encontra-se com D. Madalenaque no o reconhece e pra diante do retrato.Perante a interrogao inquieta de Frei Jorge,responde: Ningum.

    5 Maria Eduarda, uma vez de regresso a Lisboa,encontra Carlos que, naturalmente, a noreconhece. Acabando ela por se dirigir aoRamalhete, pra diante do retrato do Pai. Carlosesclarece: - meu Pai.

    6 Uma vez consumada a tragdia, D. Madalenarevolta-se, tenta negar a evidncia dos factos,lutando desesperadamente pela conservao deum amor para ela mais forte que todas as dvidas.

    6 Quando conhece o parentesco que o une a MariaEduarda, Carlos revolta-se e tenta, tambm ele,com desespero, lutar pela sobrevivncia de umamor que julga superior a todos os imperativosque lhe so exteriores.

    7 D. Joo de Portugal permanece impassvel esilencioso perante a tragdia. Sensibilizado apenas

    por uma falsa interpretao dos sentimentos de D.Madalena, quando pretende (?) alterar o curso dosacontecimentos que desencadeara, v-seimpossibilitado de o fazer.

    7 Maria Eduarda aceita, discreta e silenciosa, atragdia que destri as suas relaes amorosascom Carlos.Apenas de ressente do mutismo e ausncia desteltimo.

    8 Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalenaseparam-se. Permanecem vivos para se enterraremno convento.

    8 Carlos e Maria Eduarda separam-se. Tentamreintegrar-se, aparentemente inclumes, numavida solitria: Carlos - instalado em Paris, MariaEduarda - casada em Orlans.

    9 Maria, a verdadeira vtima trgica e testemunhaacusadora do erro dos pais, morre.

    9 Afonso, oponente racional paixo incestuosade Carlos e Maria Eduarda, morre.

    Praa 5 de Outubro 9500-153 Telf: 296 306420 Fax: 296 306428E.mail: [email protected]

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    TESTES DIAGNSTICO

    Portugus 11 ano

    Os Maias de Ea de Queirs

    1 - Os Maias apresentam uma:

    A) interpretao simblica e pessimista do Portugal da Regenerao.

    B) interpretao simblica e optimista do Portugal da Regenerao.

    C) interpretao simblica e pessimista do Portugal do primeiro quartel do sculo XIX.

    2 - Em Os Maias, o suicdio de Pedro pode ser interpretado como:

    A) uma consequncia da educao tradicional, do meio social em que cresceu e de factores

    hereditrios.

    B) uma consequncia da educao tradicional, e no do meio social em que cresceu ou de factores

    hereditrios.

    C) apenas uma consequncia de factores hereditrios.

    3 - Em Os Maias, a 2.a gerao (de Pedro da Maia) representa:

    A) as crises do liberalismo.

    B) a decadncia do liberalismo.

    C) a decadncia do absolutismo.

    4 - Em Os Maias, o jantar no Hotel Central descreve:

    A) o contacto de Pedro da Maia com a sociedade de elite, a crtica literria e a literatura, a situaofinanceira do pas e a mentalidade limitada e retrgrada.

    B) o contacto de Carlos com a sociedade de elite, a crtica literria e a literatura, a situao financeira

    do pas e a mentalidade limitada e retrgrada.

    C) o contacto de Carlos com os melhores intelectuais da cidade.

    5 - Em Os Maias, o jantar em casa do Conde de Gouvarinho apresenta-nos:

    A) a superficialidade dos temas de conversa, a insensibilidade artstica, a ignorncia dos dirigentes, a

    oratria oca dos polticos e os excessos do Ultra-Romantismo.

    B) a educao dos homens em duas concepes opostas e a slida fundamentao das opinies de

    Sousa Neto, o representante da administrao pblica.

    C) a educao das mulheres em duas concepes opostas e a superficialidade das opinies de Sousa

    Neto, o representante da administrao pblica.

    6 - Em Os Maias, Eusebiozinho ("o menino molengo e tristonho" de "perninhas flcidas" e

    "mozinhas pendentes e os olhos mortios" que no "descolava das saias da titi") simboliza, de forma

    perfeita:

    A) as consequncias da educao tradicional portuguesa.

    B) as consequncias da educao inglesa.

    C) as consequncias de um ambiente familiar degradado.

    7 - O tema fulcral da intriga de Os Maias :A) a educao, que conduz catstrofe como desenlace inevitvel.

    Praa 5 de Outubro 9500-153 Telf: 296 306420 Fax: 296 306428E.mail: [email protected]

    http://newwindow%3Dabre_janela%28%27/testesdiag/imprimir_teste.asp?teste_id=39&disc_id=26&ano=11%27,%27testes%27,1,620,550);newwindow.focus();
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    B) o incesto, que conduz catstrofe como desenlace inevitvel.

    C) o incesto, que s no conduz catstrofe porque Afonso imps a sua vontade.

    8 - A obra Os Maias d-nos um retrato da sociedade, embora s tenha conseguido:

    A) descrever-nos o seu lado positivo.

    B) descrever-nos o seu lado mais negativo: os vcios, o adultrio, a chantagem, a corrupo, a falta de

    valores.

    C) descrever-nos as festas e os jantares de sociedade.

    9 - Em Os Maias, Joo da Ega afirma-se como:

    A) o defensor do Romantismo.

    B) o defensor do Ultra-Romantismo.

    C) o defensor do Realismo.

    10 - Em Os Maias, Dmaso Salcede aparece retratado:

    A) como um homem inteligente e cobarde.

    B) como um homem inteligente e corajoso, que congrega em si as qualidades da sociedade.

    C) como um homem snob, servil, pouco inteligente e cobarde, que congrega em si os vcios da

    sociedade.

    CorrecoObtiveste o seguinte resultado: 30%

    nas seguintes perguntas:

    1-Pergunta:

    Os Maias apresentam uma:

    Resposta: interpretao simblica e pessimista do Portugal da Regenerao.

    2- Pergunta:Em Os Maias, o suicdio de Pedro pode ser interpretado como:

    Resposta: uma consequncia da educao tradicional, do meio social em que cresceu e de factores

    hereditrios.

    3- Pergunta:

    Em Os Maias, a 2.a gerao (de Pedro da Maia) representa:

    Resposta: as crises do liberalismo.

    4- Pergunta:Em Os Maias, o jantar em casa do Conde de Gouvarinho apresenta-nos:

    Praa 5 de Outubro 9500-153 Telf: 296 306420 Fax: 296 306428E.mail: [email protected]

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    Resposta: a educao das mulheres em duas concepes opostas e a superficialidade das opinies de

    Sousa Neto, o representante da administrao pblica.

    5 - Em Os Maias, o jantar em casa do Conde de Gouvarinho apresenta-nos:

    a educao dos homens em duas concepes opostas e a slida fundamentao das opinies de Sousa

    Neto, o representante da administrao pblica.

    6-Pergunta:

    Em Os Maias, Eusebiozinho ("o menino molengo e tristonho" de "perninhas flcidas" e "mozinhas

    pendentes e os olhos mortios" que no "descolava das saias da titi") simboliza, de forma perfeita:

    Resposta: as consequncias da educao tradicional portuguesa.

    7 - O tema fulcral da intriga de Os Maias :

    o incesto, que conduz catstrofe como desenlace inevitvel.

    8 - A obra Os Maias d-nos um retrato da sociedade, embora s tenha conseguido:

    descrever-nos o seu lado mais negativo: os vcios, o adultrio, a chantagem, a corrupo, a falta de

    valores.

    9-Pergunta:

    Em Os Maias, Joo da Ega afirma-se como:

    Resposta- defensor do realismo

    10-Pergunta:Em Os Maias, Dmaso Salcede aparece retratado:

    Resposta: as consequncias da educao tradicional portuguesa.

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    Ea de Queirs - uma curta biografia0 comentriosPublicada por 11B em 14:06

    Queirs, (Jos Maria) Ea de (1845 - 1900)

    Na obra deste vulto mximo da literatura portuguesa,

    criador do romance moderno, distinguem-se usualmentetrs fases estticas. A primeira, de influncia romntica,

    englobaria as experincias jornalsticas do autor, no mbito

    das quais iniciou a observao crtica da sociedade

    portuguesa, bem como os textos posteriormente includos

    nas Prosas Brbarase iria at publicao de Mistrio da

    Estrada de Sintra, escrito com Ramalho Ortigo. A

    segunda, de afirmao do Realismo-Naturalismo, iniciar-

    se-ia com a participao do autor nas Conferncias do

    Casino Lisbonense, teorizando "O Realismo como nova

    expresso da Arte", e manifestar-seia plenamente nosromances O Primo Baslioe O Crime do Padre Amaro. A

    Praa 5 de Outubro 9500-153 Telf: 296 306420 Fax: 296 306428E.mail: [email protected]

    http://talequalcomonos.blogspot.com/2009/02/eca-de-queiros-uma-curta-biografia.htmlhttp://talequalcomonos.blogspot.com/2009/02/eca-de-queiros-uma-curta-biografia.htmlhttp://www.blogger.com/comment.g?blogID=7099157608347232617&postID=3537484578038596607&isPopup=truehttp://www.blogger.com/comment.g?blogID=7099157608347232617&postID=3537484578038596607&isPopup=truehttp://talequalcomonos.blogspot.com/2009/02/eca-de-queiros-uma-curta-biografia.htmlhttp://talequalcomonos.blogspot.com/2009/02/eca-de-queiros-uma-curta-biografia.htmlhttp://talequalcomonos.blogspot.com/2009/02/eca-de-queiros-uma-curta-biografia.htmlhttp://www.blogger.com/comment.g?blogID=7099157608347232617&postID=3537484578038596607&isPopup=truehttp://talequalcomonos.blogspot.com/2009/02/eca-de-queiros-uma-curta-biografia.html
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    terceira, de questionamento e de superao do Realismo-Naturalismo, espelhar-se-ia nos

    romances A Relquiae Os Maiase nos semi-pstumos A Ilustre Casa de Ramirese A Cidade

    e as Serras, nos quais os pressupostos cientficos ou deterministas soobram ante "o mantodifano da fantasia", a imaginao, o fantstico.

    Filho natural de um magistrado, tambm ele escritor, e depois de uma infncia passada fora do

    lar paterno, Ea vai cursar Leis para Coimbra, em 1861, onde convive com muitos dos futuros

    representantes da Gerao de 70, j ento aglutinados em torno da figura carismtica de

    Antero de Quental, e onde acede s recentes ou redescobertas correntes ideolgicas e

    literrias europeias (o Positivismo, o Socialismo utpico, o Realismo-Naturalismo), sem,

    contudo, participar activamente na que seria a primeira polmica dessa gerao, a Questo

    Coimbr.

    Terminado o curso, Ea inicia a sua experincia jornalstica como redactor do jornal O Distrito

    de vorae colaborador na Gazeta de Portugal, onde publica muitos dos textos postumamente

    coligidos no volume das Prosas Brbaras. No final de 1867, forma-se na casa de Jaime Batalha

    Reis, em Lisboa, o grupo que ficaria conhecido como o Cenculo, de que faro parte, nesta

    primeira fase, alm de Ea e de Batalha Reis, Ramalho Ortigo, Oliveira Martins e Salomo

    Saragga, entre outros.

    Aps uma viagem pelo Oriente, para assistir inaugurao do canal do Suez, na qualidade decorrespondente do Dirio Nacional, Ea regressa a Lisboa, onde participa, com Antero de

    Quental e Jaime Batalha Reis, na criao do poeta satnico Carlos Fradique Mendes e

    escreve, de parceria com Ramalho Ortigo, o Mistrio da Estrada de Sintra.

    Em 1871, profere a conferncia "O Realismo como nova expresso da Arte", integrada nas

    Conferncias do Casino Lisbonense e produto da evoluo esttica que o encaminha no

    sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola, com influncia das doutrinas de Proudhon

    e Taine. No mesmo ano, inicia, novamente com Ramalho, a publicao de As Farpas, uma