nÚcleo de inteligÊncia competitiva setorial farmacÊutica

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NICS FARMA NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Alexandre Lima Gustavo Estevão Juliana Santos Sandro Albuquerque PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DOS PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL Aprovado por: Prof. Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc. Siclinda Omelczuk, Especialista Cezar Kirszenblatt, Especialista Profa. Doris Fonseca, M.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL NOVEMBRO DE 2005

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Page 1: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

NICS FARMA NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Alexandre Lima

Gustavo Estevão

Juliana Santos

Sandro Albuquerque

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DOS PROGRAMAS DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE

ESPECIALISTA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL

Aprovado por:

Prof. Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc.

Siclinda Omelczuk, Especialista

Cezar Kirszenblatt, Especialista

Profa. Doris Fonseca, M.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

NOVEMBRO DE 2005

Page 2: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

ii

ALBUQUERQUE, S.; ESTEVÃO, G.;

LIMA, A.; SANTOS, J.

Núcleo de Inteligência Competitiva

Setorial Farmacêutica - NICS FARMA:

Sustentabilidade econômica da atividade

de inteligência competitiva setorial para

micro e pequenas empresas. [Rio de

Janeiro] 2005

IX, 98 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,

Especialização, Engenharia de Produção,

2005)

Projeto Final – Universidade

Federal do Rio de Janeiro, COPPE

1. Inteligência Competitiva 2.

Gestão do Conhecimento 3. Farmácia de

Manipulação e Homeopatia

I. COPPE/UFRJ II. Título (série).

Page 3: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

iii

Aos microempresários que

sobrevivem e lutam pelo desenvolvimento

deste país, gerando emprego e renda à

população brasileira, mesmo em um

ambiente de negócios desfavorável como

o nosso.

Page 4: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

iv

Agradecimentos do grupo

Gostaríamos de agradecer em primeiro lugar nossa orientadora, Siclinda

Omelczuk, por sua atenção e paciência. Sabemos que quase se descabelou no início

deste trabalho com nossas indecisões e demoras. Mas sempre nos dedicou seu tempo e

seu bom humor, nos guiando para o caminho certo com seu conhecimento e experiência.

Agradecemos também a Doris Fonseca, coordenadora acadêmica e professora

deste curso, por nos ajudar e nos guiar neste trabalho. Sempre solícita em nos atender e

pronta a nos ouvir. Foi chave importante no desenvolvimento deste trabalho e

acreditamos que conseguimos desenvolver certas partes deste trabalho em função de

suas dicas, e que dicas!

Gostaríamos também de deixar aqui registrado nossa gratidão a Paula Salgado,

coordenadora operacional deste curso, por nos aturar e por sua paciência em sempre

esclarecer nossas dúvidas durante o desenvolvimento deste trabalho.

Um agradecimento especial é reservado ao SEBRAE/RJ que pela luta ao lado dos

microempresários viabilizou a formação do primeiro núcleo de Inteligência Competitiva

Setorial no país, e às entidades do setor (ANFARMAG e AFHERJ) integrantes

fundamentais neste projeto.

Agradecemos também a equipe da Fundação BIORIO, em especial ao Secretário

Geral, Dr. Adolpho Friedheim e a Gerente de Desenvolvimento e Qualidade, Giselle

Marie, pelo apoio constante no desenvolvimento não apenas deste trabalho, mas do

próprio NICS FARMA.

Por último, mas não menos importante, deixamos registrado nosso imenso

obrigado ao CRIE, ao Curso MBKM e seus professores e a todos os alunos da turma

MBKM 11 pela oportunidade que nos proporcionaram, nos fazendo olhar mundo com

outros olhos, à luz do Conhecimento.

Obrigado a todos!

Page 5: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

v

Agradecimentos pessoais A minha saudosa mãe, Thereza de Paula, que faleceu no decorrer deste curso,

por ter me ofertado educação e integridade; ao meu Pai, João Lima, pela transferência de

sabedoria; a minha esposa, Luciana Lima, pela compreensão e aos meus amigos,

Gustavo Estevão, Juliana Santos e Sandro Albuquerque, pelo respeito e carinho

demonstrado em todo o curso. Alexandre Lima

Agradeço ao amor. Ao amor dos que me cercaram ao longo de toda a minha vida.

Ao amor da minha família. Do meu pai, da minha mãe, do meu padrasto e minhas duas e

maravilhosas irmãs. Agradeço a minha baixinha, que me inspira e adoça o coração. Aos

amigos, que escolhi para me acompanharem ao longo da vida.

E faço questão de agradecer e registrar a honra que foi trabalhar com o grupo.

Vocês são 10!!!! Um luxo!!! Gustavo Estevão

A minha família, por sempre me apoiar durante o tempo que dediquei ao curso e

ao desenvolvimento deste trabalho. Ao meu namorado, Eduardo, por me compreender

nas horas que estava estressada e por entender quando não podíamos sair devido às

aulas do curso nas sextas à noite.

Gostaria de registrar aqui meu imenso prazer por ter trabalhado com este grupo.

São pessoas excepcionais e que me proporcionaram uma experiência maravilhosa.

Por último deixo aqui registrado meu agradecimento e afeto por toda a equipe do

CRIE. Obrigada por tudo. Juliana Santos

Ao Senhor Deus pelas bênçãos que alicerçam minha vida: minha família (Olinda,

Célio e Adriana) e em especial minha noiva, Verônica, pelo apoio, carinho, compreensão,

preocupação e muita, muita paciência especialmente nos dias de curso. Agradeço ainda a

família da minha noiva (Bárbara, Pasqualino e Aline), que já é minha família também, cujo

carinho – e lanches nas sextas após o curso - foram importantes na jornada.

Quero também registrar um agradecimento especial aos meus companheiros de

equipe, foi um luxo (sic) trabalhar com vocês, certo Gustavo ?! Sandro Albuquerque

Page 6: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

vi

Resumo do Projeto Final apresentado à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Especialista em Gestão do Conhecimento e

Inteligência Empresarial.

NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA - NICS

FARMA: SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

COMPETITIVA SETORIAL PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Alexandre Lima

Gustavo Estevão

Juliana Santos

Sandro Albuquerque

Novembro / 2005

Orientadora: Siclinda Omelczuk

Programa Engenharia de Produção

Este trabalho apresenta um estudo sobre a sustentabilidade do Núcleo de Inteligência

Competitiva Setorial Farmacêutica, pelo enfoque da Gestão do Conhecimento, com o

intuito de analisar e propor mecanismos para sua sustentabilidade econômica e

planejamento estratégico.

Page 7: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

vii

Abstract of Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of specialist in Knowledge Management and Business

Intelligence.

COMPETITIVE INTELLIGENCE CENTER FOR THE PRESCRIPTION AND

HOMEOPATHY PHARMACIES SECTOR – NICS FARMA: ECONOMIC SUSTAINABILITY

OF SECTORIAL COMPETITIVE INTELLIGENCE ACTIVITY FOR SMALL COMPANIES

Alexandre Lima

Gustavo Estevão

Juliana Santos

Sandro Albuquerque

November / 2005

Advisor: Siclinda Omelczuk

Department: Industrial Engineering

This work presents a study of NICS FARMA’ sustaintability, based on a knowledge

management aproach, with the intention to analize and propose mechanisms to the

economic sustainability and strategic planning.

Page 8: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

viii

ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO 1

2 MOTIVAÇÃO E METODOLOGIA DE ANÁLISE E ESTUDO DO NICS 4

3 APRESENTAÇÃO DO NICS FARMA 7

3.1 O NICS FARMA 7

3.2 HISTÓRICO 8

3.3 EVOLUÇÃO E RESULTADOS 9

3.4 CONTEXTO ATUAL 12

4 ANÁLISE ESTRATÉGICA, VIA FERRAMENTAS DE ANÁLISE DE SWOT E ANÁLISE DE CINCO

FORÇAS 14

4.1 ANÁLISE DE SWOT 14

4.2 ANÁLISE DAS CINCO FORÇAS DE PORTER 22

4.3 CONCLUSÕES DA ANÁLISE ESTRATÉGICA 24

5 ANÁLISE DO NÚCLEO SEGUNDO O MODELO DE CHURCHILL E O MODELO DE PAVANI 25

5.1 MODELO DE CHURCHILL 25

5.2 MODELO DE CAPITAL DE RISCO (PAVANI) 29

5.3 CONCLUSÕES DA ANÁLISE SEGUNDO CHURCHILL E PAVANI. 32

6 ANÁLISE DA REDE DE VALOR DO NÚCLEO 33

7 ANÁLISE CRUZADA DAS FERRAMENTAS DE DIAGNÓSTICO 52

7.1 ARTICULAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE 52

7.2 CRUZAMENTO DOS RESULTADOS DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE 53

8 PLANO DE AÇÃO E METAS 56

8.1 PLANO DE AÇÃO: RELACIONAMENTO CRIE 57

8.2 PLANO DE AÇÃO: RELACIONAMENTO SEBRAE/RJ - SEBRAE/NA 59

8.3 PLANO DE AÇÃO: RELACIONAMENTO COM ENTIDADES DO SETOR 60

8.4 PLANO DE AÇÃO: RELACIONAMENTO COM OS FORNECEDORES DO SETOR 62

8.5 PLANO DE AÇÃO: RELACIONAMENTO COM OS EMPRESÁRIOS DO SETOR 63

8.6 CONSIDERAÇÕES DOS PLANOS DE AÇÃO 65

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 66

10 REFERÊNCIAS 69

APÊNDICE 01: EXEMPLOS DE PRODUTOS DE INTELIGÊNCIA DISSEMINADOS PELO NICS

FARMA 71

APÊNDICE 02: PROPOSTA DE PARCERIA & SERVIÇOS ESTRATÉGICOS – PARA ENTIDADES

SETORIAIS 83

APÊNDICE 03: PROPOSTA DE ASSOCIAÇÃO A MARCA – PARA FORNECEDORES 88

APÊNDICE 04: INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS E

FORMAÇÃO DE ARRANJOS PRODUTIVOS VIRTUAIS (APV) 93

Page 9: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

ix

ÍNDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

Gráfico 1: Número de monitoramentos realizados pelo NICS por mês (Ano: 2004:2005) 10 Gráfico 2: Número de consultas realizadas ao NICS por mês (Ano: 2004:2005) 10 Tabela 1: SWOT do NICS FARMA 15 Figura 1: Esquematização da análise das Cinco Forças de Porter para o NICS FARMA 22 Figura 2: Apontamento da posição do NICS no Gráfico de Fases de crescimento. 26 Adaptado de Churchill (1983) 26 Figura 3: Apontamento da posição do NICS no gráfico de Fases de crescimento e suas crises. Adaptado de

Churchill (1983) 27 Figura 4: Apontamento da trajetória do NICS no gráfico de Evolução de pequenas empresas. Adaptado de

Churchill (1983) 28 Figura 5: Apontamento da posição do NICS na tabela de Características das pequenas empresas em cada

estágio de desenvolvimento. Adaptado de Churchill (1983) 29 Tabela 2: Apontamento da posição do NICS no gráfico de Estágio de crescimento e desenvolvimento.

Adaptado de Pavani (2003) 32 Figura 6: Holomapping segundo Allee (2000) 33 Figura 7: Hollomapping do NICS no momento atual 35 Tabela 3: Trocas de valores entre as organizações do Setor de Farmácias de Manipulação e Homeopatia

para a situação atual 38 Figura 8: Holomapping do NICS para uma situação desejada 42 Tabela 4: Trocas de valores entre as organizações do Setor de Farmácias de Manipulação e Homeopatia

para a situação desejada 44 Tabela 5: Validação de Resultados inter-análises em GC 54

Page 10: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

1

1 Introdução

Em conjunto, as micro e pequenas empresas (MPEs) responderam, em

2002, por 99,2% do número total de empresas formais, por 57,2% dos

empregos totais e por 26,0% da massa salarial. Em função do aumento

expressivo do número de empregos gerados entre os dois anos nos dois

segmentos, a massa salarial apresentou incremento real de 57,3% nas

microempresas e 37,9% nas pequenas

Quanto à variação ocorrida entre 2003/2002, verifica-se crescimento maior

no emprego nas micro e pequenas empresas (3,0% e 3,3%) em relação ao

aumento do emprego nas médias e grandes

O número de microempresas industriais exportadoras foi de 2.627 em

2003, com valor exportado de US$ 132,4 milhões, e participação de 0,2%

nas exportações totais das empresas industriais. E o número de pequenas

empresas industriais exportadoras foi de 4.375 em 2003, alcançando valor

exportado de US$ 1.382,8 milhões, representando participação de 2,2%

nas exportações totais das empresas industriais.

Dados retirados do Boletim Estatístico de Micro e Pequenas Empresas,

1°Semestre de 2005, Observatório Sebrae.

Em termos estatísticos, esse segmento empresarial (as micro e pequenas

empresas) representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB), gera 14 milhões

de empregos, ou seja, 60% do emprego formal no país, e constitui 99%

dos 6 milhões de estabelecimentos formais existentes, respondendo ainda

por 99,8% das empresas que são criadas a cada ano, segundo dados do

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

Texto retirado do artigo “As micro e pequenas empresas no contexto econômico

brasileiro”, Koteski, FAE Business, n°8, maio de 2004.

As micro e pequenas empresas (MPE) no Brasil representam, segundo dados

acima, a imensa maioria das empresas brasileiras e participam significativamente da

economia nacional. Os dados acima retratados expõem a importância destas no

desenvolvimento econômico e social do país. Porém, a falta de estrutura adequada em

termos de aparato legal, contábil e gerencial, a legislação tributária ainda desfavorável, as

Page 11: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

2

exigências burocráticas, a carência de crédito e de uma política sistêmica de apoio e

incentivo às micro e pequenas empresas levam a altas taxas de insucesso (segundo a

Pesquisa de Mortalidade de Empresas realizada pelo Sebrae em 2004, contida no Boletim

Estatístico de Micro e Pequenas Empresas, com dados dos anos de 2000, 2001 e 2002,

cerca de 49,9% das empresas encerraram as atividades com até 2 anos de existência;

56,4% com até 3 anos e 59,9% com até 4 anos).

Neste ambiente desfavorável faz-se necessário o domínio sobre a informação e o

conhecimento do negócio. Saber as características do setor, as mudanças políticas,

econômicas, sociais e legais, as tendências específicas setoriais e as relacionadas às

técnicas e tecnologias, com alinhamento às melhores práticas do mercado, enfim,

monitorar o ambiente de negócio é crucial para o sucesso desses empreendimentos.

Mas como ter um sistema / procedimento de monitoramento do ambiente de

negócio, um Sistema de Inteligência Competitiva, quando se é ainda tão pequena e não

possui recursos suficientes para tal investimento e esforço?

O Sebrae/RJ e a Fundação BIO-RIO, com o CRIE-COPPE/URJ; AFHERJ

(Associação de Farmacêuticos Homeopatas do Estado do Rio de Janeiro) e ANFARMAG-

RJ (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais) vislumbraram esta necessidade

ao longo de mais de 10 anos trabalhando com o setor de farmácias de manipulação no

Rio de Janeiro. E em parceira criaram o Núcleo de Inteligência Competitiva para o Setor

de Farmácias de Manipulação e Homeopatia do estado do Rio de Janeiro (NICS FARMA).

Inicialmente o Núcleo fundamentou-se para fortalecer e estruturar as Farmácias de

Manipulação e Homeopatia no Rio de Janeiro. Seu objetivo principal é o monitoramento

dos ambientes: político, regulatório, ambiental, econômico, social e tecnológico; através

da coleta e análise de informações que possam ser empregadas como instrumento de

tomada de decisão tanto técnica quanto gerencial. Desta forma os micro e pequenos

empresários, em sua maioria farmacêuticos, ganharam uma central estratégica

empresarial que os auxilia a enfrentar o árduo ambiente que atuam.

A oportunidade e a necessidade de monitoramento em um dos segmentos de

maior regulação de técnica e de mercado, criaram esta central, para disseminação do

conhecimento, e agora, o NICS necessita assegurar sua sustentabilidade.

O amadurecimento do Núcleo trouxe a importância de captação de recursos

periódicos constantes e a necessidade de participação de capital privado para assim

deixar de ser um órgão exclusivamente sustentado pelo SEBRAE/RJ. Este

Page 12: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

3

amadurecimento e a gradativa percepção de valor dos serviços de informação pelo

empresariado trouxe também uma reformulação da proposta do Núcleo.

Este estudo se aprofunda nessa reformulação de proposta de valor e tem o

objetivo de estudar e analisar as formas de sustentabilidade deste Núcleo. O trabalho

aponta, à luz da Gestão do Conhecimento, um direcionamento para o alcance da

sustentação do NICS.

Para tanto são realizadas as seguintes análises neste trabalho:

Diagnóstico da situação atual do núcleo segundo ferramentas de

estratégia,

Análise do núcleo segundo o Modelo de Churchill,

Análise segundo Modelo de Capital de Risco (Pavani),

Análise segundo a Rede de Valor de Verna Allee e

Análise cruzada dos resultados das análises anteriores para apontar o

direcionamento à sustentação do Núcleo .

O diagnóstico da situação do Núcleo é desenvolvido por intermédio da análise de

SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities & Threats) e da análise das Cinco Forças

de Porter, identificando os pontos que merecem atenção e que podem ser trabalhados

para o crescimento e viabilidade econômica do núcleo em termos mais estratégicos.

A avaliação segundo o modelo de Churchill, e também pelo modelo de capital de

risco, avalia o núcleo segundo os estágios de crescimento de uma pequena empresa

apontando as necessidades de desenvolvimento, estruturação e financiamento para o

estágio no qual o núcleo se encontra.

A análise da rede de valor de Verna Allee explicita os relacionamentos entre os

atores do setor e mostra seu funcionamento. A análise deste trabalho aborda esta

estrutura de relacionamento atual do NICS e ainda traz uma visão voltada para um futuro

desejado: a sustentabilidade.

Por fim, neste trabalho serão apresentados propostas de planos de ação, seguindo

as diretrizes apontadas nas análises, para viabilizar a sustentabilidade do Núcleo.

Page 13: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

4

2 Motivação e metodologia de análise e estudo do NICS

A etapa de diagnóstico e análise é decisória para o apontamento da

sustentabilidade do núcleo. A partir de um estudo criterioso podemos identificar /

diagnosticar os problemas, os pontos críticos, as oportunidades e as ameaças e, portanto,

apontar a sustentação do núcleo, incluindo a avaliação de fontes potenciais de recursos

financeiros para essa sustentação.

O diagnóstico é, portanto, o pilar para se alcançar o propósito deste estudo. A

sustentabilidade do núcleo é baseada nos resultados e conclusões obtidas a partir desta

etapa.

Pela crença do grupo de que a definição de um método para este diagnóstico é o

cerne do trabalho, resolveu-se registrar com mais detalhe a trajetória da escolha da

metodologia.

O objetivo fim deste estudo, como explicitado anteriormente, é o apontamento de

uma sustentabilidade para o NICS FARMA, visando a afirmação econômica da atividade

de inteligência competitiva setorial. Se o NICS se provar sustentável e se afirmar como

uma entidade que agrega valor à competitividade do setor, ele será o modelo para uma

replicação de núcleos setoriais pelo país. Esta é a importância deste estudo e a

motivação central do grupo.

A sustentabilidade do NICS abre um novo horizonte para o maior desenvolvimento

de setores onde predominam as micro e pequenas empresas famintas por articulação

setorial e informação estratégica.

O diagnóstico de um núcleo de inteligência competitiva, no entanto, não é trivial.

Como analisar um Núcleo que está em funcionamento há apenas um ano? Como estudar

uma organização em que seus produtos são intangíveis e de difícil apropriação como são

os produtos de inteligência e as análises setoriais? Como mensurar o retorno financeiro,

se a distribuição dos produtos não é controlável? Como mensurar o valor da informação

para um setor heterogêneo constituído por micro e pequenas empresas ?

Estas questões perseguiram o grupo por todo desenvolvimento deste trabalho.

Algumas questões ainda permaneceram sem resposta. Mas conseguimos contornar estes

obstáculos com outras perguntas às quais podíamos responder e que nos apontariam um

modelo de sustentação para o núcleo. É importante ressaltar que esta metodologia foi

sendo definida conforme o desenvolvimento do trabalho. Ao passo que os

Page 14: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

5

questionamentos eram respondidos, novos questionamentos relacionados à busca da

sustentabilidade surgiam.

O grupo chegou a estudar modelos e ferramentas de avaliação de ativos

intangíveis a fim de tentar definir e mensurar o valor dos produtos de inteligência do NICS.

Acreditava-se que ao se mensurar o valor dos produtos podia-se determinar quanto se

cobraria por eles. E, desta forma, quanto o NICS faturaria e através de uma comparação

com suas despesas chegaríamos à conclusão de viabilidade e sustentabilidade do núcleo.

Este método foi rejeitado pelo grupo conforme íamos estudando as diversas ferramentas

de avaliação de ativos intangíveis que encontrávamos na literatura. Percebemos que as

ferramentas não se aplicavam à realidade que estávamos estudando. Muitas das

ferramentas se baseavam em uma comparação entre empresas, ou em um histórico de

dados. A realidade do NICS não pode ser analisada desta forma. O NICS não possui

nenhuma série histórica de dados relevantes, os dados existentes são de apenas alguns

meses (no qual o núcleo ainda estava se consolidando), e não existem outras

organizações aos quais podíamos tentar comparar seus produtos e estrutura com os do

NICS. Enfim, o NICS representa um novo modelo de negócio.

Portanto, resolveu-se utilizar outra metodologia de análise.

No entendimento do grupo, para se analisar as formas de sustentabilidade do

núcleo, ou de qualquer instituição, é essencial se iniciar pela pergunta: existe mercado?

Qual a proposta de valor do NICS?

A partir destas respostas podemos verificar se existe uma razão, demanda ou

necessidade da existência do NICS.

Para esta primeira verificação realizou-se uma análise dos resultados obtidos no

funcionamento do NICS durante estes doze meses e uma análise qualitativa da

necessidade do setor.

As próximas respostas a serem alcançadas são: o NICS está posicionado de

forma correta para atender esta necessidade? Como é o ambiente competitivo? O

ambiente competitivo é um obstáculo ao desenvolvimento do núcleo? A estratégia de

crescimento do núcleo é aderente ao ambiente interno e externo?

Para tais questionamentos escolhemos a análise das Cinco Forças de Porter para

analisar o ambiente de negócios do núcleo e a análise de SWOT para analisar as

ameaças e oportunidades do ambiente interno e externo.

Page 15: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

6

Com estas análises responde-se a necessidade da existência do núcleo e se sua

proposta de valor atrai seus clientes. Adicionalmente, verificamos se sua estratégia lida

com as ameaças e oportunidades do mercado e forças e fraquezas internas.

Após estas análises, surgiu a necessidade de estudar e entender melhor o estágio

de crescimento do NICS segundo o modelo de Churchill (1983) e da Pavani (2003), no

intuito de esclarecer em qual estágio de crescimento o núcleo se insere, sua etapa de

desenvolvimento e em que quesitos ele precisa se desenvolver para decolar, ou seja,

para alcançar a maturidade e a sustentabilidade.

Após o estudo do estágio atual de crescimento do núcleo, o próximo passo foi a

análise de inserção do núcleo no setor e de como ele agrega valor para as organizações

deste setor. Como o NICS se insere no setor? Quais as trocas e relacionamentos do

NICS com as organizações do setor magistral? Para tanto, escolhemos a análise segundo

a Rede de Valor de Verna Allee (2002). Não aplicamos a rede de valor exatamente como

descrito por Allee. Adaptamos a representação do holomapping para destacar os

relacionamentos e as trocas de valores existentes, e aquelas agregadas a partir da

estratégia de sustentação do NICS, ao invés de destacar as trocas de valor de

produtos/serviços, conhecimento e ativos intangíveis como Allee propõe.

Com a análise da Rede de Valor de Allee podemos identificar então os principais

relacionamentos do NICS. E responder as perguntas: qual o valor que o NICS passa às

organizações do setor que lhe garantirá sua sustentabilidade? Qual o valor que o NICS

passa ao setor que lhe traz mais benefícios? Qual o valor que diferencia o NICS e lhe

garante a competitividade?

Com esta última análise conseguimos então identificar qual estratégia e foco de

atuação do Núcleo, fornecendo uma base sólida em novas trocas de valor que assegurem

a base de sua manutenção e crescimento.

Simulamos então uma rede de valor a ser construída que propicie o

desenvolvimento do NICS.

Após esta parte de análise, diagnóstico e simulação do Núcleo, realizamos uma

análise cruzada dos resultados de cada um dos estudos realizados e propomos um

modelo de sustentabilidade do núcleo, direcionando para uma reformulação da proposta

de valor do núcleo e conseqüente revisão da estratégia.

Como fechamento do estudo, propomos um plano de ação, composto por sub-

planos de ação, que visa o desenvolvimento e implantação da sustentabilidade do Núcleo.

Page 16: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

7

3 Apresentação do NICS FARMA

3.1 O NICS FARMA

O NICS FARMA, atua junto às Farmácias de Manipulação Homeopática e

Alopática. Como Núcleo de Inteligência, seu objetivo é fornecer um serviço de informação

especializada capaz de gerar valor e fortalecer as empresas do setor.

O Núcleo tem como principais parceiras o SEBRAE-RJ, a Fundação BIORIO, o

CRIE-COPPE/UFRJ, a AFHERJ e a ANFARMAG-RJ. E possui um relacionamento em

fase crescente com os órgãos de Vigilância Sanitária no Rio de Janeiro e com a ANVISA

(Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O Núcleo acompanha as áreas de interesse e impacto no setor farmacêutico:

vigilâncias sanitárias, legislações, governo, mercado, fornecedores, gestão de empresas,

cursos e seminários, fiscal, trabalhista, crédito e tecnologia farmacêutica; onde realiza a

coleta e análise dessas informações para que possam ser empregadas pelas farmácias

de manipulação no sentido de desenvolver oportunidades e prevenir ameaças.

O NICS FARMA tem por objetivo auxiliar os processos de tomada de decisão

técnica e gerencial que os empresários do segmento magistral têm que lidar no dia a dia.

O auxílio é dado através, da posse pelo empresário, de informações e análises que

permitam uma decisão estudada, baseada em dados e avaliações aumentando a margem

de acerto nas ações. Um diferencial competitivo especializado para geração de valor e

fortalecimento das empresas do setor magistral.

Integrado no SEBRAE/RJ ao Projeto Biotecnologia, pela GEOR – Gestão

Estratégica Orientada para Resultados, o Núcleo registra mais de 360 consultas e mais

de 140 produtos de inteligência (monitoramento pró-ativo contendo análises e

informações relevantes para o setor) disseminados a seus associados em cerca de 12

meses de atuação.

O NICS FARMA oferece a seus associados (ver exemplos destes produtos e

serviços no Apêndice 01):

• Portal – homepage contendo bases de dados em cada área de interesse, incluindo

documentos especializados de acesso restrito aos associados por login/senha,

como: análise de legislações (de riscos, oportunidades e comparativas), banco de

fornecedores e de currículos, avaliação e orientação para linhas de crédito, e

artigos especializados nas diversas áreas de atuação do núcleo.

Page 17: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

8

• Respostas técnicas – serviço de respostas e esclarecimentos a dúvidas técnicas e

obtenção de informação / análise especializada nas áreas de interesse das

farmácias, para auxiliar nos processos de tomada de decisão.

• Produtos de Inteligência –monitoramento com informações e análises de ordem

operacional, tática e estratégica. Foram selecionados exemplos representativos de

produtos de inteligência do Núcleo, apresentados no apêndice 01.

3.2 Histórico

Os trabalhos para sua implantação tiveram início em 2002 com a realização do

primeiro Workshop promovido pelo SEBRAE/RJ e pela Fundação BIO-RIO junto aos

empresários do setor. O Workshop tinha como objetivos principais: a sensibilização e

conscientização dos empresários para um projeto de inteligência competitiva; e o

levantamento de suas necessidades de informação.

Em 2003, os resultados compilados no I Workshop foram reavaliados e

consolidados em um segundo encontro técnico com os empresários. A partir deste

encontro foram conduzidas entrevistas individuais com diversos empresários para

estabelecer as formas de atuação e prioridades do Núcleo de Inteligência.

O projeto foi conduzido por um time de consultores liderados por representante do

CRIE/COPPE/UFRJ. A equipe de consultores foi constituída ainda por empresa

especializada em portais de Gestão do Conhecimento e consultoria gerencial.

Com a análise dos dados foi construída uma matriz de Necessidades de

Informação x Grandes Áreas de Interesse, contabilizando nove áreas de trabalho para

monitoramento do NICS FARMA:

• Área I - Informações Políticas/Jurídicas/Regulatórias

• Área II - Informações de Mercado

• Área III - Fornecedores

• Área IV - Indicadores Gerenciais

• Área V - Informações de Padronização

• Área VI - Informações de Qualificação de Mão-de-Obra

• Área VII - Questões Tributárias & Trabalhistas

• Área VIII - Incentivos e Fontes de Financiamentos

• Área IX - Informações Técnicas

Page 18: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

9

Definidas as áreas de atuação e estrutura do portal, onde as bases de

conhecimento geradas são armazenadas, teve início o processo de seleção do Gestor do

Núcleo.

Durante o processo, o formato previsto inicialmente de um gestor em tempo

parcial, com equipe em tempo integral de dois coletores e um analista. Este modelo, foi

substituído por um gestor em tempo integral, e futura contratação de colaboradores. Nas

entrevistas, ficou claro para os selecionadores que embora fosse de grande interesse o

conhecimento em atividades de inteligência competitiva, era fundamental que o gestor

fosse um profissional farmacêutico, com conhecimento sobre as particularidades do setor.

Realizada a seleção do gestor, este foi apresentado ao projeto, e iniciado na metodologia

de Inteligência Competitiva.

Na fase de implantação propriamente dita, o gestor foi apresentado às farmácias

nas reuniões mensais realizadas na Fundação BIO-RIO e teve início a uma série de

visitas a estabelecimentos magistrais, para um contato maior com o público-alvo.

O monitoramento realizado pelo núcleo teve início neste período, com foco

exclusivo nas ações dos órgãos reguladores: ANVISA e Vigilância local (Rio de Janeiro).

Com as fontes de informação levantadas durante a etapa de planejamento e outras

agregadas na rotina de trabalho, já no primeiro mês todas as áreas de atuação, estavam

cobertas pelo monitoramento. Em paralelo, foram realizados contatos com parceiros

estratégicos para formação de uma rede de suporte para áreas de atuação fora da

qualificação profissional farmacêutica (ex.: contabilidade fiscal).

Por último, foram elaboradas as bases de um Sistema de Gestão da Qualidade e,

três meses após a inauguração, o portal entrou no ar.

3.3 Evolução e Resultados

Desde sua fundação o Núcleo vem ampliando sua ação e cadastros para outros

estados além do Rio de Janeiro, com adesão crescente de farmácias aos seus produtos.

Atualmente, o número de farmácias cadastradas para os produtos de inteligência está em

torno de 1000 e o número de farmácias cadastradas para o portal chega a 150.

O cadastro, para os produtos de inteligência, representa cerca de 16% de adesão

do universo nacional de farmácias de Manipulação Homeopática e Alopática e cerca de

50% do universo local (Rio de Janeiro). Portanto, o núcleo já consegue alcançar uma

significativa fatia de seu mercado alvo.

Page 19: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

10

O monitoramento de linhas de financiamento para MPEs corresponde a cerca de

10% do total de produtos disseminados. O volume de demanda para análises voltadas a

tomada de crédito constituem cerca de 5% do total das respostas técnicas do Núcleo

(dados registrados até maio/2005). Na mesma situação se encontra o índice de busca de

análises estratégicas orientadas para implantação de ISO 9001:2000, com demanda de

2% (dados registrados até maio/2005).

A taxa de demanda de consulta técnica por empresas apresenta crescimento

trimestral de cerca de 30%, com crescimento global de 91% desde a inauguração do

núcleo. Os gráficos 1 e 2 apresentam a evolução destes dois principais produtos.

1

8

15

11

23

75

710 10 9 8

5

1310

0

5

10

15

20

25

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr il Maio Jun Jul Ago Set

Gráfico 1: Número de monitoramentos realizados pelo NICS por mês (Ano: 2004:2005)

19

3730 27

50

1924 26

38

17

915 14

22 19

0

10

20

30

40

50

60

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set

Gráfico 2: Número de consultas realizadas ao NICS por mês (Ano: 2004:2005)

Pelos gráficos podemos perceber um aumento desnivelado em torno do mês de

novembro de 2004. Este pico de demanda foi sazonal, refletindo alterações no cenário

legislativo e fiscal para o setor. Neste momento a demanda por informação e consultas

Page 20: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

11

cresce, como observado nos gráficos. Outro fator contribuinte para o pico de demanda foi

a inauguração do portal, tratada adiante.

Cabe ressaltar que o mês de julho de 2004 foi no qual tiveram início as atividades

do Núcleo e sua apresentação aos empresários, a partir da segunda quinzena, por isso

apenas houve um monitoramento. Este foi o primeiro monitoramento do NICS, dando

início ao relacionamento com os empresários do setor magistral, com a sua inauguração

realizada em setembro do mesmo ano.

Pesquisa de satisfação realizada pelo Núcleo no mês junho deste ano apontou

que 98,96% das farmácias respondentes utilizaram efetivamente, no último semestre,

informações repassadas pelo Núcleo nos processos de tomada de decisão da empresa.

O portal foi inaugurado em meados de novembro e está com cerca de 7000

acessos registrados em cerca de 10 meses de atividade, mesmo tendo enfrentado em

sua fase inicial diversas dificuldades de estabilidade e ainda apresentar grave dificuldade

de localização por palavras-chave em mecanismos de busca na internet, no período, o

que evidencia um alto grau de utilização por parte de seus associados.

Adiante são apresentados em tópicos os principais resultados obtidos em 12

meses de operação do NICS FARMA:

1. Atendimento a 325 consultas técnicas de farmácias de manipulação. Com

média de 27,1 consultas por mês.

2. Ampliação no número de farmácias atendidas sob consulta em 27%, com 81

farmácias responsáveis pela demanda, o que representa 20% das farmácias

do estado do Rio de Janeiro.

3. Disseminação de 128 produtos de inteligência contendo análises para auxílio

na tomada de decisão dos empresários do setor. Com média mensal de 10,7

produtos disseminados.

4. Expansão do número de farmácias cadastradas para recebimento de produtos

de inteligência – cerca de 1000 cadastros em todo o país.

5. Aumento de cerca de 35% do volume de bases de dados publicados no portal

NICS FARMA para consulta dos estabelecimentos de manipulação. Volume

até o mês de agosto: 50 MB.

6. Aumento da média de acesso mensal ao portal de menos de 100 para cerca

de 500 acessos / mês. Em total de 6500 acessos, até setembro, contra cerca

de 400 acessos até dezembro/2004.

Page 21: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

12

7. Desenvolvimento e segmentação dos produtos de inteligência que passam a

ser constituídos em: Análises / Alertas / Especial (com estabelecimento de

identidade visual). Com aperfeiçoamento das interfaces gráficas e redução do

tamanho de arquivo (média anterior: 350 KB / média atual: 80 KB).

8. Padronização do lay out das Respostas Técnicas.

9. Resposta a 07 consultas para o SBRT (Serviço Brasileiro de Respostas

Técnicas) através da Redetec-RJ (Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro).

10. Realização conjunta com Fundação BIO-RIO, ANFARMAG-RJ e SEBRAE/RJ

de Seminário Técnico com a ANVISA no auditório do SEBRAE/RJ. O evento

contou com a participação de cerca de 100 farmácias de manipulação.

11. Realização conjunta com Fundação BIO-RIO e SEBRAE/RJ de Seminário de

Acesso ao Crédito para Setor Magistral com cerca de 40 empresários.

12. Palestrante na VI Conferência Anual de Inteligência Competitiva – IBC

International Business Communications.

13. Articulação de fóruns de discussão com farmácias e entidades do setor sobre a

Consulta Pública Nº 31/05 da ANVISA, que determina a regulação do setor

magistral. Dos fóruns foi compilado um documento contendo propostas e

sugestões técnicas, que foi encaminhado a ANVISA.

14. Formalização de parcerias com redes de especialistas com preços de serviços

diferenciados para farmácias do projeto.

15. Iniciativa para articulação conjunta SEBRAE/RJ/NA, ANFARMAG e ABFH para

alteração de Projeto de Lei, visando ampliar o benefício de legislação da saúde

para as farmácias de manipulação. Incluindo análise estratégica para ação

junto ao projeto (PL 5235/05).

Desta forma, pelos dados apresentados nesta seção, percebe-se o interesse do

mercado e a necessidade de produtos e serviços de inteligência oferecidos pelo NICS.

Verifica-se a existência de demanda e mercado para o negócio de IC para MPEs.

3.4 Contexto Atual

Atualmente, o Núcleo se encontra em uma fase decisiva de sua trajetória, onde é

preciso alcançar sua independência financeira e sustentabilidade econômica. O NICS

após um ano de existência, já estruturou sua atuação e se posicionou em seu mercado

alvo, verificando o interesse e atendimento de seus clientes. Agora, há a necessidade de

Page 22: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

13

comprovar se é viável e sustentável economicamente, e capaz de se manter após o

término do financiamento do Sebrae/RJ.

O Núcleo busca, para tanto, ampliar sua participação atendendo ao empresariado

do setor magistral em nível nacional. O setor magistral do estado do Rio de Janeiro

representa cerca de 10% do setor em termos nacionais e é notada a demanda do setor

por esta ampliação de atuação, já existem farmácias cadastradas de: São Paulo, Minas

Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Brasília, Paraná e Santa Catarina.

O Núcleo busca ainda a articulação em nível nacional com o SEBRAE para

trabalhar estrategicamente questões de acesso a mercado e políticas nacionais de

medicamentos, em benefício do microempresariado magistral. Atualmente são mais de 15

projetos de lei monitorados pelo Núcleo, com identificação dos atores e análises de

estratégicas de cenário, que com o apoio das entidades e ligação ao SEBRAE, podem

reverter em desenvolvimento econômico para as pequenas e microempresas do setor.

O caminho da expansão de atuação para o território nacional é, portanto, o

principal foco da estratégia adotada pelo Núcleo.

Page 23: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

14

4 Análise estratégica, via ferramentas de Análise de SWOT e Análise de Cinco Forças

4.1 Análise de SWOT

A análise de SWOT consiste em uma reflexão interna à organização dos pontos

fortes (Forças) e dos pontos fracos (Fraquezas) e uma reflexão externa à organização

das oportunidades e ameaças do ambiente de negócios.

Na tabela 1 apresentamos a listagem dos pontos fortes e fracos e das

oportunidades e ameaças referentes ao NICS FARMA.

Esta análise foi realizada pelos membros do grupo com base em informações

repassadas pelo coordenador do Núcleo, também membro deste grupo.

Page 24: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

15

Tabela 1: SWOT do NICS FARMA

Pontos Fortes Pontos Fracos 1. Possui produtos e estrutura únicos no

mercado

2. Relacionamento com a Vigilância Sanitária local e órgãos sanitários (VISAs)

3. Infra-estrutura definida

4. Acesso a bases de dados técnicas e legais

5. Integração à Fundação BIO-RIO

6. Aceitação positiva do serviço e capitalização em cima dos projetos BIORIO/SEBRAE-RJ

7. Ligação com o SEBRAE-RJ.

a. Baixo desempenho funcional do portal e dificuldade de acesso

b. Portal invisível para os mecanismos de busca da Internet

c. Dependência do nível de conhecimento e uso de Internet e e-mail por parte dos clientes

d. Baixa capacidade de proteção e controle de acesso ao site a partir de liberação do login/senha

e. Impossibilidade de proteção e controle de distribuição dos produtos de inteligência em meio eletrônico

f. Head-count a partir do aumento da demanda.

g. Baixo nível de relacionamento oficial com a Vigilância Sanitária estadual.

h. Atual dependência do NICS em relação aos clientes BIORIO/ SEBRAE-RJ

Oportunidades Ameaças I. Promover eventos que articulem e

disseminem conhecimento.

II. Coletar, analisar e divulgar/comercializar dados de mercado voltados para o segmento.

III. Atuar como interlocutor/mediador do setor junto a ANVISA.

IV. Suprir a ausência de atendimento de IC em outros estados, pela expansão do NICS.

V. Implantar comércio eletrônico através do portal e B2B.

VI. Oferecer e promover cursos de capacitação por detecção de demanda.

VII. Atuar na articulação política em projetos de lei que impactam o setor.

VIII. Se posicionar como fonte de informação referencial junto ao setor.

IX. Ser o maior disseminador de informações sobre regulamentação para o setor farmacêutico.

X. Aproveitar o potencial para articulação setorial conjunta com o SEBRAE. Nacional.

i. Encolhimento do mercado pela Revisão da norma RDC 33/00

ii. Entendimento falho por parte das entidades setoriais da atuação do núcleo.

iii. Dificuldade do microempresário em identificar o valor da informação e a baixa capacidade em tirar seu máximo proveito.

Page 25: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

16

POTENCIALIDADES - Pontos Fortes x Oportunidades Competências do NICS que alavacam oportunidades

(a) A ausência de sistemas de IC nos demais estados favorece a ampliação do serviço

para nível nacional em atendimento à demanda (1, IV).

(b) O relacionamento com as VISAS locais abre caminho para o relacionamento com a

ANVISA (2, III).

(c) Sua infra-estrutura e capacidade de gerenciamento de informações favorece a

promoção de eventos, realização de pesquisas, obtenção de dados do mercado e

disseminação de informações regulatórias (3,4, I, II, VIII, IX).

(d) A integração do NICS com a BIORIO e o SEBRAE/RJ credenciam o NICS para

articulação de eventos e intermediação técnica junto a ANVISA (5, 6, 7 I, III).

(e) A ligação com o SEBRAE/RJ facilita a articulação com o SEBRAE Nacional, e

subseqüentemente, a atuação política em projetos de lei para o setor (7, X, VII).

DESAFIOS - Pontos Fracos x Ameaças Limitações críticas do NICS que o tornam mais vulnerável aos impactos das ameaças

(f) As dificuldades de acesso e falta de funcionalidade do portal potencializam a

dificuldade do empresário em entender e utilizar o conhecimento disseminado através

da IC (a, b, c, iii).

(g) A dependência do NICS à base de clientes dos projetos BIORIO/SEBRAE-RJ dificulta

a ampliação do serviço e a conscientização do empresariado do setor em relação a

importância da informação (h, iii).

RISCOS - Pontos Fortes x Ameaças Competências do NICS que podem ser empregadas para minimizar ou neutralizar

ameaças

(h) A partir do estreitamento no relacionamento do NICS com as VISAs, BIORIO e

SEBRAE/RJ podem ser minimizados os impactos ao setor de uma possível legislação

restritiva (2,5,7, i).

(i) A aceitação positiva dos serviços e a ligação com o SEBRAE/RJ favorecem o

interesse e compreensão a cerca das atividades por parte das entidades, e

adicionalmente, viabilizam uma maior capilaridade entre o empresariado (6, 7, ii, iii).

Page 26: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

17

LIMITAÇÕES - Pontos Fracos x Oportunidades Limitações do NICS que impedem o aproveitamento das oportunidades

(j) As deficiências relacionadas ao portal do NICS impedem o aproveitamento do

comércio eletrônico como fonte de sustentação e a penetração no mercado em

outros estados (a, b, c, d, IV, V).

(k) Como o relacionamento com a VISA local é informal, existe um entrave na intenção

de trabalhar a ligação com a ANVISA (G, III).

(l) A falta de pessoal limita a capacidade de atendimento e oferta de produtos do NICS

(F, I, II).

(m) A dependência dos clientes da BIORIO denota uma carteira de clientes limitada para

apoiar uma articulação a nível nacional (H, X).

A partir da estruturação apresentada na tabela 1 e sua análise, a partir do

cruzamento entre os quadrantes da tabela, podemos destacar cinco pontos essenciais

para serem trabalhados:

• Necessidade de aprimoramento do portal,

• Aumento da capacidade de atendimento para a expansão da atuação,

• O relacionamento com as VISAs,

• Baixa proteção de acesso ao conteúdo do site e aos produtos do NICS por

associados e não associados,

• Possibilidade de articulações, através do SEBRAE Nacional, com as

entidades do setor para oferta de informações estratégicas para o setor

como um todo.

O baixo desempenho funcional do portal deve ser trabalhado junto ao

desenvolvedor do portal – no sentido de seu aprimoramento para agregar valor ao

conteúdo e programação, favorecendo assim a ampliação da atuação do Núcleo a nível

nacional, com destaque para:

1) Alteração do Conceito Gráfico que deve ser mais dinâmico e flexível. O conceito

atual é muito rígido, estático longe da identidade relacionado a um serviço dinâmico como

a Inteligência Competitiva; e com pouco aproveitamento do espaço da tela.

2) O gerenciamento do portal deve permitir a contagem dos acessos por login para

o administrador.

Page 27: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

18

3) Inclusão de novos serviços como enquetes e fóruns de discussão para

promover a interatividade entre os empresários e o NICS e entre os próprios empresários,

constituindo uma vertente de comunidade de práticas orientada pelo núcleo.

4) Alteração do sistema de visibilidade dos documentos. Estes têm sua visibilidade

atual em tópicos dependentes da entrada de login/senha. Os mesmos devem ser listados

independentemente do acesso login/senha. Apenas a abertura dos documentos deve ser

condicionada a entrada desses dados.

5) O portal deve dar opção de escolha para abrir os arquivos na mesma página ou

outra janela e permitir ao usuário a seleção, cópia e impressão de notícias.

6) Visibilidade do portal junto aos mecanismos de busca, incluindo descrição do

portal.

7) O portal deve permitir serviço de associação pagamento por impressão de

boleto, débito automático parcelado ou cartão de crédito. O serviço deve avisar o

momento de renovar assinatura/pagar boleto automaticamente.

8) O portal deve ter mecanismo de cadastro automático eletrônico e

contratualização online.

Adicionalmente, devem ser revistas as bases de hospedagem junto ao provedor

de acesso – assegurando um servidor robusto capaz de atender a demanda de acessos.

Até esta solução, a divulgação do portal deve ser realizada com cautela para reduzir a

possibilidade de danos à imagem devido à dificuldades de acesso.

O baixo nível de uso generalizado da Internet deve ser trabalhado através do

estímulo no uso do portal, através de conteúdos de interesse do setor, mais ágil e

atualizado do que a publicação nos sites dos atores regulatórios e possíveis concorrentes.

A capacidade de atendimento passa por melhoria dos processos na coleta de

informações e monitoramento, através da atualização constante de fontes de informação

e a determinação de melhores práticas de monitoramento e análise dentro do setor. Um

fator crítico é o aumento do head count do Núcleo, com a possibilidade de trabalhar com

estagiário ou consultores ad hoc para fase de crescimento da demanda e períodos de

pico.

O portal precisa de reestruturação imediata: layout, inclusão de funções (relatório

de acessos, pesquisas de opinião, fóruns de discussão), validação de acesso. Isto aliado

à dificuldade na localização por ferramentas de busca compromete a disseminação

nacional do NICS FARMA e adesão de novos associados, pontos fundamentais para

gerar a sustentabilidade do núcleo.

Page 28: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

19

Para o relacionamento com a ANVISA estadual deve-se buscar a integração com

as vigilâncias a partir de critério predominantemente técnico, ao invés do político. O

trabalho neste sentido embora mais demorado apresentaria resultados mais sólidos e

concretos em termos de parceria. Do mesmo modo, o relacionamento com a ANFARMAG

e demais entidades precisa ser trabalhado para um estreitamento das parcerias, tanto em

nível local quanto nacional, e para um fortalecimento da visão do núcleo como aliado das

mesmas.

O quarto ponto destacado é a baixa proteção dos produtos do NICS. O acesso ao

portal, mesmo protegido por senha ainda é vulnerável e os produtos de inteligência

eletrônicos são facilmente distribuídos, e sem possibilidade de controle.

Este ponto é chave para a sustentabilidade do NICS. Como sustentar um negócio

através dos empresários, se não há apropriação pelo NICS de seus produtos, pela

impossibilidade de controle? Se não há controle sobre a distribuição de seus produtos?

Esta fraqueza se torna ainda mais crítica quando se verifica que haveria a

necessidade de alocação de recursos, grandes volumes de investimentos, na

implementação de tecnologias e ferramentas de segurança da informação. Recursos

estes indisponíveis no momento atual do núcleo. E mesmo a tecnologia que seria

necessária, embora disponível para proteção do portal, não foi identificada até o momento

para a proteção do produto disseminado via correio eletrônico.

A quem interessa um produto de baixa proteção e alto valor agregado? A parceria

com fornecedores para publicidade nos produtos de inteligência e no próprio portal pode

reverter o ponto fraco em oportunidade, pela inversão do paradigma.

Adicionalmente, o fortalecimento da ligação e atuação local no Rio de janeiro, em

conjunto com a ligação com o SEBRAE Nacional permite a formação de parcerias com

entidades nacionais do setor (associações e sindicatos) para fornecimento de serviços

exclusivos como consultas, articulações políticas e estratégicas voltadas ao interesse e

desenvolvimento do setor de farmácias de manipulação e homeopatia.

Dessa forma se direcionaria a base de sustentação do núcleo para a formação de

parcerias com entidades do setor no nível nacional, e também com o patrocínio de

fornecedores, onde o produto deve ser direcionado não para a publicidade, mas para a

associação à marca NICS FARMA. Os custos operacionais seriam então financiados, em

sua maior parte, através do faturamento advindo destas parcerias.

Page 29: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

20

Como conseqüência a contrapartida do empresariado poderia ser mais subsidiada,

inclusive pela expansão do atendimento a todo país, o que representa uma maior

contribuição para democratização do acesso ao conhecimento.

A distribuição e falta de controle dos produtos do NICS entre associados e não

associados, deixa assim de ser ponto fraco e crítico para a sustentabilidade do núcleo

através do empresariado, e passa a constituir um ponto forte ao favorecer aumento da

base de associados cadastrados.

Contudo, pressupõe-se que angariar o patrocínio de fornecedores seja mais

facilmente articulado do que assegurar a participação financeira das entidades do setor.

Isto reforça o papel da articulação com o Sebrae Nacional para viabilização de produtos

que, embora não necessariamente constituam informações para tomada de decisão do

empresário, sejam fundamentalmente informações de tomada de ação das entidades do

setor. Esta articulação política permite o retorno através do fortalecimento setorial, com

ganhos de imagem para a entidade e reflexos no número de associados a partir das

ações estratégicas elaboradas e articuladas pelo núcleo para as mesmas.

É importante registrar como evidência deste direcionamento que a articulação

entre o NICS e as entidades já começou a ser trabalhada. E temos como resultado o

interesse explicitado de algumas entidades do setor em estabelecer tal parceria, maiores

detalhes serão discutidos no capítulo 8.

Um exemplo do tipo de articulação de inteligência competitiva pode ser

evidenciado com a identificação pelo NICS, em Projeto de Lei do Governo Federal, de

uma oportunidade latente para benefício do setor magistral. Em linhas gerais, o PL

5235/05, constituinte da base da Política Nacional de Medicamentos do atual Governo,

cria subsídios para compra de medicamentos. Na avaliação do NICS, embora o texto do

projeto permitisse que o setor magistral se beneficiasse deste projeto, o histórico de

outros projetos, bem como o posicionamento da Vigilância Sanitária, apresentavam forte

indício de que apenas o medicamento industrializado seria beneficiado. Sendo assim, a

partir de análises estratégicas do projeto e atores envolvidos, o Núcleo iniciou uma

articulação com o SEBRAE/RJ e SEBRAE Nacional para assegurar que o medicamento

manipulado também fosse incluído formalmente no texto do projeto. Com o sinal verde do

SEBRAE Nacional e avaliação de que existia de fato a possibilidade de alteração do texto

através da articulação política, o núcleo e o SEBRAE/RJ convidaram as duas principais

entidades nacionais (ANFARMAG e ABFH – Associação Brasileira de Farmacêuticos

Homeopatas) a participarem efetivamente desse trabalho. A recepção foi muito positiva

Page 30: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

21

por parte das entidades, e foi informado pela ANFARMAG (por representante de sua

Diretoria) que este tipo de ações, com análise estratégica pelo Núcleo e articulação

promovida por este junto ao SEBRAE Nacional, poderia gerar potencialmente, em retorno

para entidade, um ganho de 30% em número de novos associados. O que fornece, uma

evidência inicial positiva do valor do serviço de inteligência do Núcleo para as entidades

do Setor, e um caminho para viabilizar o aporte financeiro das entidades para o Núcleo.

No apêndice 02, apresenta-se uma proposta elaborada durante o desenvolvimento deste

trabalho para uma entidade do setor para o estabelecimento de parceria.

Junto aos fornecedores o Núcleo adotou como estratégia a criação de cotas de

associação. Mais do que publicidade eletrônica, o Núcleo entende que deve ser ofertada

a associação à marca, em função do alto valor agregado dos produtos e identificação com

as instituições formadoras do Núcleo. Na estratégia concebida o ganho para o fornecedor

não está “no clique em banner”, mas em ter sua imagem associada ao Núcleo e seus

serviços. Neste sentido foram estabelecidas apenas três ou quatro cotas de associação

que serão oferecidas há um número restrito e selecionado de parceiros potenciais, após

avaliação estratégica do Núcleo, sendo constituída:

1. Uma cota única de patrocínio para os produtos de inteligência do Núcleo

disseminados em meio eletrônico.

2. Uma ou duas cotas de patrocínio para o portal. Esta dependente da

reformulação do mesmo tanto para viabilizar a inclusão de banner, e definir

se será viável o trabalho com uma ou duas cotas.

3. Uma cota única de patrocínio para as consultas técnicas ao Núcleo.

A primeira empresa identificada como potencial parceira do Núcleo adquiriu no

primeiro contato a cota sobre os produtos de inteligência. Os valores propostos foram

determinados através de benchmarking junto a três dos principais sites1 de informação

relacionados à saúde e ao universo farmacêutico. No apêndice 03 encontra-se a proposta

elaborada para associação de fornecedores à marca do NICS.

Com estas evidências, existe um indício positivo para a estratégia de mudança de

foco de sustentabilidade, onde a base deixa de ser o empresário – embora este não seja

1 Sites pesquisados:

Farmacêutico Virtual < www.farmaceuticovirtual.com.br >

Sinfarma < www.sinfarma.com.br >

Farmácia online < www.farmacia.med.br >

Page 31: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

22

excluído, como financiador – e recai sobre entidades e parceiros. O que permite subsidiar

ainda mais os custos ao empresário, democratizando o acesso às informações geradas

pelo Núcleo, sem no entanto, abrir mão em sua totalidade da contrapartida dos

empresários do setor.

Neste sentido faz-se necessária uma análise caracterizada do ambiente

empresarial do Núcleo trabalhando suas principais forças. Surge neste encadeamento as

Cinco forças de Porter, ferramenta escolhida pelo grupo para harmonizar e demonstrar

que, por exemplo, um concorrente pode se tornar um parceiro no momento da mudança

de foco de sustentabilidade de empresários para entidades e parceiros.

4.2 Análise das Cinco Forças de Porter

A análise das Cinco Forças de Porter consiste no estudo das características

competitivas do setor (forças) que moldam o ambiente de negócio de uma organização.

Esta análise foi realizada pelos membros do grupo com base em informações

repassadas pelo coordenador do Núcleo, também membro deste grupo.

Através desta ferramenta são analisados novos entrantes, substitutos,

concorrentes, fornecedores e compradores do setor, conforme apresentado na figura 1.

Figura 1: Esquematização da análise das Cinco Forças de Porter para o NICS FARMA

Fornecedores:

• Agentes Reguladores

• Associações e Entidades do Setor

• Consultores externos

• Internet / Grupos de discussão

Novos Entrantes:

• Sites de informação

• Consultorias

Mercado (concorrentes):

• Consulfarma • Racine

Substitutos:

• Sites de informação em saúde • Associações & Entidades do Setor

Compradores:

• Farmácias de Manipulação

• Estudantes • Profissionais

Farmacêuticos • Associações e

Entidades do Setor • Fornecedores do Setor

Page 32: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

23

Em termos de Mercado (concorrentes) e substitutos, não existe até o momento

uma presença específica atuando nos moldes do NICS para o setor, entretanto existem

substitutos parciais quando a atuação do NICS é colocada estritamente sobre a rotina de

monitoramento e consulta. Uma ameaça são as grandes consultorias como a RACINE e a

Consulfarma, que são dotadas de estrutura e capital e podem buscar englobar em seus

serviços a Inteligência Competitiva e análise de informações. Ambas oferecem, por

exemplo, um serviço de clipping de notícias, o que denota a existência de uma estrutura

para coleta de dados. Embora ainda não possuam capacitação para ações em IC.

Estes fatos reforçam a importância estratégica, da mudança de paradigma

proposta. Afinal, se as empresas de consultoria têm como base de sustentação o

empresariado, e o NICS passa a ter como base de sustentação central as entidades

nacionais e fornecedores do segmento, é aberto o caminho para inviabilizar novos

entrantes e transformar potenciais concorrentes em potenciais parceiros. No “ringue” do

mercado é preciso destacar como diferencial competitivo o peso da credibilidade do NICS

FARMA conferido pelos seus parceiros: Fundação BIORIO, SEBRAE-RJ, CRIE-

COPPE/UFRJ, AFHERJ e ANFARMAG-RJ.

Em proveito desta configuração, é fundamental a promoção de eventos em prol do

setor e articulações com, o SEBRAE (RJ e Nacional), as entidades e as Vigilâncias

Sanitárias, incluindo a realização de estudos para construção de cenários visando

fornecer subsídio para posicionamento estratégico de seus clientes. É preciso ressaltar

que em nível nacional, as entidades do setor possuem potencial para contrapartida

financeira aos serviços de IC. O mesmo não é viável em nível local. Neste sentido o fator

de maior interesse imediato das entidades é a possibilidade de aproximação com o

SEBRAE Nacional para articulações em políticas públicas e de mercado. Por

conseguinte, as entidades ficam situadas no modelo de Porter como fornecedores e

compradores, perdendo o interesse em atuar como “substituto”.

Ao analisar compradores, observamos ainda, durante apresentações públicas do

NICS FARMA em Congressos e Seminários como também em alguns contatos

realizados, que, não apenas farmácias, mas também estudantes e profissionais

interessados no setor são clientes em potencial.

Page 33: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

24

4.3 Conclusões da análise estratégica

Apenas com a análise do SWOT e das Cinco Forças de Porter podemos sinalizar

a mudança de paradigma do mercado alvo do NICS das farmácias de manipulação para

as parcerias com entidades do setor como a base de sua sustentação.

Isso significa a necessidade do fortalecimento do relacionamento do NICS acima

de tudo com o SEBRAE Nacional, as associações, sindicatos e outras entidades do setor,

ANVISA e grandes fornecedores de insumos/serviços para o setor.

Esta primeira conclusão também leva a uma reformulação do portfólio de produtos

do NICS. É necessário que se façam análises para a verificação de novos produtos

específicos para este público alvo. No entanto, não cabe ao escopo deste trabalho

realizar esta reformulação. Vamos nos ater apenas ao apontamento de um modelo de

sustentabilidade para o núcleo, indicando diretrizes para esta reformulação.

Após o apontamento da espinha dorsal do NICS através de SWOT e das Cinco

forças de Porter concluímos que existe a necessidade de uma avaliação de

posicionamento do Núcleo a fim de direcionar uma rota empresarial a ser seguida. A

resposta para tal questionamento vem através de uma análise segundo os Modelos de

Churchill e de Pavani. Apesar de utilizar os modelos indicados, o grupo fez algumas

adaptações para melhor analisar as fases de crescimento do NICS.

Page 34: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

25

5 Análise do Núcleo segundo o Modelo de Churchill e o Modelo de Pavani

Nesta seção analisamos a evolução do NICS, proposta esta, que visa estruturar o

Capital de Relacionamento e criar um preâmbulo empresarial para consolidação em

conjunto a expansão Nacional. Analisaremos as fases de crescimento segundo o Modelo

de Churchill (Churchill, 1983) e em seguida segundo as definições de capital de risco

(Pavani, 2003).

5.1 Modelo de Churchill

Churchill apresenta em seus estudos cinco estágios crescimento para pequenos

negócios. A saber:

Estágio I: Existência – as questões principais para a empresa neste estágio é a

obtenção de clientes e a entrega dos produtos ou serviços pedidos. Estágio II: Sobrevivência – nesta etapa a empresa já demonstrou sua capacidade

de trabalho e de realizar negócio. Possui clientes suficientes, satisfeitos e fidelizados. A

questão central nesta etapa é o fluxo de caixa e o balanço entre receitas e despesas. Ela

deve conseguir balancear suas receitas e despesas de forma a gerar lucros para se

sustentar e crescer.

Estágio III: Sucesso – nesta etapa os donos devem tomar a decisão de se

expandir para explorar as conquistas da empresa ou permanecer com a empresa estável

e lucrativa. Para a decisão de expansão podem-se ainda tomar dois caminhos:

desprendimento dos donos por venda ou fusão ou consolidação e crescimento através de

investimentos na empresa.

Estágio IV: Decolagem – caso no estágio anterior tenha se decidido por expansão

através de investimentos, a empresa entra nesta etapa. Aqui a questão principal é como

crescer em um ritmo acelerado e como financiar este crescimento.

Estágio V: Maturidade – a empresa ao chegar a esta fase deve se preocupar em

consolidar e controlar os ganhos financeiros obtidos pelo rápido crescimento da fase

anterior e manter as vantagens de empresa de pequeno porte como flexibilidade e espírito

empreendedor.

Tendo exposto as fases de crescimento segundo Churchill, podemos verificar que

a empresa estudada encontra-se no estágio de sobrevivência, buscando configurar sua

fase inicial de sucesso (figura 2). A perspectiva de necessidade de desprendimento de

Page 35: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

26

seu Angel (SEBRAE/RJ) através de novas parcerias de fomento (Angels) ou mesmo

ampliação dos níveis de parceria atuais começa a emergir, e com isso, a necessidade de

se auto-sustentar fica evidente.

Figura 2: Apontamento da posição do NICS no Gráfico de Fases de crescimento.

Adaptado de Churchill (1983)

Neste momento surge uma proposta de remodelagem do negócio. Trata-se de um

redirecionamento do negócio em nível nacional e da relação com seu Angel (figura 3).

Page 36: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

27

Figura 3: Apontamento da posição do NICS no gráfico de Fases de crescimento e suas crises. Adaptado de

Churchill (1983)

Com o redirecionamento para nível nacional, a entrada do SEBRAE/NA como ator

na viabilização e busca por recursos de sustentabilidade gera um exército de forças, o

fortalecimento da imagem do Núcleo; a confiabilidade da sociedade e reconhecimento dos

fornecedores, entidades, parceiros e empresários. Podendo fortalecer suas alianças com

os envolvidos (stakeholders), o que sustentaria a fase de transição da Sobrevivência para

o Sucesso e abre caminho para uma futura saída financeira do Angel – SEBRAE Nacional

(figuras 4 e 5).

Etapas de evolução Etapas de reevolução

Jovem Madura

Pequena

Grande

Fase I Fase II Fase III Fase IV Fase IV

1

1

2

2

3

3

4

4

5

5

Tamanho da organização

Idade da Organização

Legenda:

Crescimento através da Criatividade

Crise da Liderança

Crise da Autonomia

Crescimento através da Direção

Crescimento através da Delegação

Crise do Controle

Crise da Delegação ou do Fluxo de Caixa

Crescimento através da Coordenação

Crise do Crescimento da Empresa

Crescimento através da Colaboração

Page 37: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

28

Figura 4: Apontamento da trajetória do NICS no gráfico de Evolução de pequenas empresas. Adaptado de

Churchill (1983)

Existe

Decai Fecha

VendexA

xB

Prospera

Decai

Fecha

Vende

xB

x-

Suficientemente

Minimamente

Prepara para crescimento

Desprendimento

Venda ou fusão x+

Continua

Adapta

Não adapta

xB

Fecha

Retrocede

Consegue

DecaiVenda

X++

RetrocedeSucesso

Insucesso

Operar

Reagrupa para crescimento

xB

Grande retrocesso

Fecha

Fracasso

Fecha

Retrocede

xB

SucessoVenda ou Fusão

X+++

Operar

Estágio IExistência

Estágio IISobrevivência

Estágio IIISucesso

Estágio IVDecolagem

Estágio VMaturidade

Legenda: xA = Venda dos ativosX- = Venda com perda

X+ = Venda com lucroX++ = Venda com lucro maior

= Adapta e continua como está, temporariamente ou permanentemente

= Muda a estratégiaxB = Falência, Quebra financeira

Evolução de pequenas empresas

Existe

Decai Fecha

VendexA

xB

Prospera

Decai

Fecha

Vende

xB

x-

Suficientemente

Minimamente

Prepara para crescimento

Desprendimento

Venda ou fusão x+

Continua

Adapta

Não adapta

xB

Fecha

Retrocede

Consegue

DecaiVenda

X++

RetrocedeSucesso

Insucesso

Operar

Reagrupa para crescimento

xB

Grande retrocesso

Fecha

Fracasso

Fecha

Retrocede

xB

SucessoVenda ou Fusão

X+++

Operar

Estágio IExistência

Estágio IISobrevivência

Estágio IIISucesso

Estágio IVDecolagem

Estágio VMaturidade

Legenda: xA = Venda dos ativosX- = Venda com perda

X+ = Venda com lucroX++ = Venda com lucro maior

= Adapta e continua como está, temporariamente ou permanentemente

= Muda a estratégiaxB = Falência, Quebra financeira

Evolução de pequenas empresas

Page 38: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

29

Figura 5: Apontamento da posição do NICS na tabela de Características das pequenas empresas em cada

estágio de desenvolvimento. Adaptado de Churchill (1983)

5.2 Modelo de Capital de Risco (Pavani)

Segundo Pavani (2003) existem cinco estágios de crescimento de uma empresa. A

seguir apresentamos a definição de Pavani para os cincos estágios:

Concepção / Criação - a empresa concentra seus esforços no desenvolvimento

de estudos, pesquisas preliminares, planos de negócios e projetos, pesquisas de mercado

e criação jurídica. Nesta fase são consumidos recursos e o faturamento é nulo.

Start-up – a empresa está finalizando os protótipos, contratando profissionais,

comprando equipamentos, aprofundando as pesquisas de mercado, desenvolvendo os

produtos e serviços e buscando os primeiros clientes. O faturamento é baixo e não

estável. A empresa necessita de recursos para investir e cobrir prejuízos operacionais.

Estágio inicial – as atenções da empresa estão em estruturar as atividades de

produção, de marketing e de vendas. A empresa está investindo na compra de

equipamentos, contratando pessoas, estruturando sua equipe de vendas. Dificilmente terá

atingido o ponto de equilíbrio operacional, e necessitará de recursos para investir e cobrir

prejuízos operacionais.

Crescimento / Expansão – a empresa foca suas atenções em atividades de

marketing, em desenvolver novos produtos e serviços, em estruturar as atividades de

produção em escala. Os recursos são para investimentos ou capital de giro, pois a

empresa já deve ter atingido o equilíbrio operacional.

Page 39: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

30

Maturidade – as atividades estão voltadas para a manutenção da competitividade,

a reestruturação e o reposicionamento.

Segundo este modelo, podemos dizer que o NICS busca uma melhor estruturação

para saltar suas fronteiras de encontro aos demais vinte e sete Estados da Federação,

para isso necessita de um Angel com asas maiores, um arcanjo. Como diz Cláudia

Pavani: “Não existe crescimento sem investimento”. Estabilizada a base nacional de

sustentação do NICS, e a medida da entrada de capital privado, o Arcanjo tem seu capital

investido gradativamente substituído.

Neste momento cabem alguns esclarecimentos sobre o novo conceito de Arcanjo

criado pelo grupo:

1) Porque o grupo criou a terminologia Arcanjo para as parcerias de fomento ou

Angels? O relacionamento com seu atual Angel (SEBRAE/RJ) mostra sinais de

enraizamento com o Estado do Rio de Janeiro. Apesar do ótimo resultado da parceria

NICS x Angel, este estudo aponta a necessidade de expansão para que ocorra o

desvinculamento do parceiro de fomento.

Os apontamentos elaborados pelos membros do grupo resultam no relançamento

do NICS em âmbito nacional sinalizando a necessidade de que os futuros parceiros

necessitam ter um relacionamento com entidades; fornecedores e clientes na mesma linha

demográfica.

A força de um Anjo mais forte, daí a criação da terminologia Arcanjo, é necessária

para o novo tempo do Núcleo. A quebra de paradigma proposta neste trabalho mostra o

caminho para a entrada de um Arcanjo. A troca da base de sustentabilidade de

empresários para fornecedores e entidades do setor pode ser alcançada com a ajuda do

SEBRAE Nacional. A entrada deste Angel mais forte é facilitada pelo já estabelecido

relacionamento de sucesso com o SEBRAE/RJ.

È importante também deixar destacado que com a entrada de um Arcanjo, o Angel

atual (Sebrae/RJ) não é descartado. Pelo contrário, nas próximas fases e neste momento

transitório em especial, é necessário o somatório dos benefícios de todas as parcerias. E,

portanto, também não se descartam as parcerias com outros Arcanjos com força relacional

semelhante ao SEBRAE Nacional, como outras entidades de fomento e financiamento

(Faperj, Finep, Fapesp, ect). Do mesmo modo a expansão nacional abre caminho para

aporte de Angels locais, em atuação sinérgica, como no caso dos SEBRAEs locais.

2) O que fazem os parceiros de fomento? Apostam em entidades com futuro promissor e adequado a tipos de financiamento

que podem ser linhas de crédito; empréstimos ou fundo perdido (doação) – projetos de

Page 40: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

31

recursos financeiros relacionados à infra-estrutura. Para os projetos relacionados ao

desenvolvimento social e institucional os investidores oferecem tipos de recursos que vão

desde a gestão do projeto até a assessoria da capacitação de pessoal; fortalecimento

institucional e para transferência de conhecimentos técnicos.

Justamente esse é o conjunto necessário para a auto-sustentabilidade do NICS.

Para os futuros parceiros de fomento, o Núcleo poderá vir a apresentar projetos para as

duas linhas (Financeira e Social), vislumbrando sua capacidade de desdobramento de

Núcleos Setoriais a diversos segmentos.

3) Como se estabeleceu a importância do SEBRAE/Nacional, ou outro parceiro

investidor com peso semelhante, no novo paradigma apresentado pelo grupo e por

fim, qual é a analogia com os Arcanjos? Os Arcanjos são anjos com poder superior aos demais, porém, apesar disto,

manifestam a humildade igualitária entre seus semelhantes e comandados. São três, o

primeiro, Miguel, chefe dos exércitos celestiais, comandou o exército celestial na expulsão

do rebelado Satanás e legado; o segundo, Gabriel, é o arcanjo da esperança, anunciação

e da revelação; e o terceiro, Rafael, o arcanjo da cura, sofrimentos interiores e guardião

dos talentos criativos.

Este descritivo é necessário para entendermos que apesar de três, suas

competências somadas formam a sinergia celestial necessária para a manutenção do bem

(pura Gestão do Conhecimento) e unidas simbolizam a FIDELIDADE, o PODER e a

GLÓRIA DOS ANJOS.

Este conceito simboliza o sentimento do grupo na consolidação da fase transitória

proposta, a mudança do Angel nesta fase denota que o NICS nasceu de articulações com

o SEBRAE/RJ, mas necessita da parceria sinérgica das forças de Miguel, Gabriel e Rafael.

A partir desta pausa passaremos a chamar o SEBRAE/NA ou outro parceiro de fomento de

ARCANJO ou até relacionar suas forças a cada um dos Anjos Superiores, conforme

relacionadas anteriormente.

Concluímos que, sob o ponto de vista do modelo de capital de risco, o NICS

encontra-se entre as fases de Concepção e Start-up buscando alianças para saltar para o

Estágio inicial (tabela 2).

Page 41: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

32

Tabela 2: Apontamento da posição do NICS no gráfico de Estágio de crescimento e desenvolvimento.

Adaptado de Pavani (2003)

Estágio de Crescimento e Desenvolvimento da Empresa

A A&B - NICS B C D E Fontes de

recursos Concepção/

Criação Concepção/

Start up Start up Estágio Inicial

Crescimento/Expansão Maturidade

Lucros acumulados x x

Clientes x x x x Fornecedores x x x x

Parceiros x x x x x Governo

(doações) x x x x x

Incentivos fiscais x x x

Financiamento Público

(SEBRAE) x x x

Sócios – Business

angels x x

Sócios - Capital de risco x x x

Sócios - Private equity x x

Sócios – Emissões públicas

X

Financiamentos bancários x x X

5.3 Conclusões da análise segundo Churchill e Pavani.

Através das fases apontadas, chegamos à conclusão que o melhor caminho para

a manutenção e direcionamento sustentável do NICS baseia-se em seu Capital de

Relacionamento.

As bases estruturais de relacionamento necessitam ser avaliadas e possivelmente

remodeladas a fim de atingirmos a sustentabilidade por intermédio da quebra de

paradigma de Empresários para Entidades e Parceiros e com, digamos, um

aproveitamento gradual do SEBRAE/NA no compartilhamento de seus aliados. Para melhor visualizarmos este encadeamento final, escolhemos a ferramenta

proposta por Verna Allee de rede de relacionamentos, a qual o grupo também adaptou a

idéia central e transformou o relacionamento em rede de valor.

Page 42: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

33

6 Análise da Rede de Valor do Núcleo

A primeira pergunta que podemos fazer é “Como se cria valor?”. Nossa conhecida

“Cadeia de Valor”, que sofre resquícios do modelo de produção industrial, já não nos

atende plenamente. Surgem novos modelos de negócios baseados em “Redes de Valor”,

com estruturas cada vez mais fluidas.

A chave para reconfigurarmos os modelos de negócios na economia do

conhecimento passa pelo pleno entendimento das novas “moedas” de valor. Uma rede de

valor gera valor econômico através de trocas entre empresas, clientes, fornecedores,

parceiros estratégicos e a comunidade. Essas redes envolvem mais do que simples

transações com produtos e serviços. O valor do conhecimento e o valor dos intangíveis

surgem como novas “moedas” de troca.

Segundo Verna Allee (2000), podemos mapear as trocas de valor utilizando um

diagrama de fluxo de produtos e serviços, conhecimento e intangíveis, denominado de

holomapping (ver figura 6).

Prod. e Serviços

Conhecimento

Intangíveis

Empresa Cliente

Figura 6: Holomapping segundo Allee (2000)

Na realidade, o mapeamento da rede de valor envolve relacionarmos todas as

trocas, com cada um dos componentes do negócio e membros da rede de relacionamento

organizacional.

Através das redes podemos identificar com clareza qual é o ponto de partida da

criação do relacionamento, quais valores ou produtos são oferecidos e quais são

recebidos em contrapartida. As relações de causa e efeito criadas facilitam o

estabelecimento de metas, direcionamento de recursos e foco no resultado.

Page 43: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

34

Mapa de Valor (Holomapping) – NICS Farma A aplicação do conceito de Rede de Valor de Verna Allee foi adaptada em função

do objetivo de nossa análise. O foco original de identificação e classificação das trocas de

valor não atende o objetivo proposto de realizar uma comparação entre as trocas de valor

existentes no contexto atual do NICS e as trocas de valor derivadas do novo paradigma

de atuação nacional proposta para o núcleo.

Através desta análise esperamos comprovar que a atuação e parcerias em nível

nacional no NICS FARMA traz ganhos efetivos nos valores providos e recebidos pelo

Núcleo na relação com seus parceiros, demonstrando que os ganhos são mútuos, com

maiores benefícios para o setor, o empresariado e as entidades envolvidas.

Para tanto foram desenhados dois mapas de valores, onde um representa o

contexto atual (figura 7) e o outro, o contexto idealizado (figura 8). Uma vez comprovada a

hipótese de que os ganhos entre os parceiros justificam o esforço para uma ampliação da

atuação do núcleo, poderemos então, identificar o direcionamento das ações na

construção das redes de relacionamento que realizem o cenário idealizado para

evoluirmos rumo a sustentabilidade do NICS.

Cabe ressaltar que nos mapas desenhados não há a preocupação em diferenciar

as trocas em trocas de conhecimento, trocas de valor tangível e trocas de valor intangível.

Aqui se restringiu apenas em representar as trocas de valor entre as organizações do

setor.

Para elaborar os holomappings a seguir, o grupo se baseou em informações

repassadas pelo coordenador do Núcleo, também membro deste grupo, e pela Gerente

de Desenvolvimento e Qualidade da Fundação Bio Rio, Giselle Marie.

Page 44: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

35

Figura 7: Hollomapping do NICS no momento atual

Legenda:

Valores providos pelo NICS (em setas de cor cinza e cheias):

Para o Sebrae/RJ

1. Fortalecimento de negócios do setor (RJ)

2. Articulações com empresários locais

3. Promoção conjunta de eventos para o empresariado

Para Entidades Locais

4. Divulgação de ações

5. Esclarecimentos técnicos/legais

6. Promoção conjunta de eventos

Para Empresários

Holomapping NICS FARMA – Representação do momento atual

Entidades do Setor< LOCAL (RJ) >

Entidades do Setor< NACIONAL >

Fornecedores

CRIE

1

10

654

32

78

9

11

121314

1617

181920

21

22

23

24

2526

27

28

29

3031

Farmácias de Manipulação

Sociedade

323334

35

31

31

38

3637

39

40

15

41

ATUAL

ATUAL

ATUAL

ATUAL

21 42

43

Page 45: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

36

7. Atendimento a necessidades de informações individualizadas

8. Bases de dados em portal na internet

9. Produtos de inteligência em meio eletrônico

10. Articulação de eventos e discussões

Para o CRIE

11. Divulgação do CRIE como responsável pela metodologia.

Valores recebidos pelo NICS (em setas de cor cinza e pontilhadas):

12. Financiamento das atividades

13. Apoio logístico

14. Elo de contato com o Arcanjo

15. Credibilidade

16. Solicitação de informações

17. Promoção conjunta de eventos

18. Solicitação de informações

19. Informações individuais de cadastro

20. Prevista - Associação financeira (2006 – estimado em 30 reais/mês)

21. Qualificação/capacitação em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial

(MBKM)

Outros valores trocados no setor não passando pelo NICS (em setas de cor cinza e

pontilhadas)

21. Qualificação/capacitação em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial

(MBKM)

22. Parceria institucional

23. Financiamento, pagamento de produtos e serviços

24. Aquisição de produtos farmacêuticos

25. Desenvolvimento econômico local

26. Benefício à saúde pública.

27. Insumos para manipulação

28. Compra de insumos

29. Financiamento da entidade

30. Apresenta necessidades do negócio

31. Informações Setoriais

Page 46: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

37

32. Estudos e Projetos Setoriais

33. Representação técnica e política

34. Realização de cursos

35. Promoção de eventos

36. Políticas e Diretrizes

37. Transferência de capital

38. Execução de políticas e diretrizes nacionais

39. Apoio ao Projeto Biotecnologia (SEBRAE/RJ – BIORIO) com o setor

40. Apoio político

41. Associação a entidade

42. Financiamento do Projeto Biotecnologia

43. Reconhecimento da atuação em nível local

Para melhor entendimento a cerca destas trocas de valores, representadas

através do Holomapping acima, apresentaremos destaques destas trocas em matrizes,

com foco em cada relacionamento isolado.

Page 47: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

38

Tabela 3: Trocas de valores entre as organizações do Setor de Farmácias de Manipulação e Homeopatia para

a situação atual

CRIE X SEBRAE/RJ CRIE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 22 Qualificação/capacitação em Ges- 23 Parceria Institucional

tão do Conhecimento e Inteligência

Empresarial(MBKM)

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento SEBRAE

CRIE X NICS CRIE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 21 Qualificação/capacitação em Ges- 11 Divulgação do CRIE

tão do Conhecimento e Inteligência

Empresarial(MBKM)

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

NICS

SEBRAE/RJ X NICS SEBRAE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 12 Maior capacidade de financiamento 1 Fortalec. do negócio do setor

das atividades 2 Articulaç. c/ empresários locais

13 Maior apoio logístico 3 Promoção conjunta de eventos

14 Articulação a nível nacional para para o empresariado

ações setoriais

15 Credibilidade

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

NICS

Page 48: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

39

SEBRAE/RJ X Entidades do Setor - Locais SEBRAE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 41 Financiamento e pactuação do Proje - 42 Apoio do Projeto Biotecnologia

to Biotecnologia pelo GEOR (SEBRAE/RJ - BIORIO) com o setor

45 Reconhecimento

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Entidades do Setor - Locais -

NICS X Entidades do Setor - Locais NICS

Valores Oferecidos Valores Recebidos 4 Divulgação de ações 16 Solicitação de informações

5 Esclarecimentos Técnicos/legais 17 Promoção conjunta de eventos

6 Promoção conjunta de eventos

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento Entidades do Setor - Locais -

NICS X Farmácias de Manipulação NICS

Valores Oferecidos Valores Recebidos 7 Atendimento a necessidades de in- 18 Solicitação de informações

formações individualizadas 19 Informaç. individuais de cadastro

8 Base de dados em portal na net 20 Prevista - Ass. Fin./06 (R$ 30/mês)

9 Produtos de Inteligência em meio

eletrônico

10 Articul. de eventos e discussões

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Farmácias de Manipulação

Page 49: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

40

Entidades do Setor - Nacionais X Locais - Entidades do Setor - Nacionais -

Valores Oferecidos Valores Recebidos 38 Informações setoriais 40 Transferência de capital

39 Políticas e Diretrizes

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Entidades do Setor - Locais -

Entidades do Setor - Nacionais - X Farm Manip. Entidades do Setor - Nacionais -

Valores Oferecidos Valores Recebidos 43 Financiamento da entidade nacional

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Farmácias de Manipulação

Ent. do Setor - Locais - X Farm Manip. Entidades do Setor - Locais -

Valores Oferecidos Valores Recebidos 32 Informações setoriais 30 Financiamento da entidade

33 Estudos e projetos setoriais 31 Apresenta necessidades do negó-

34 Representação técnica e política cio

35 Realização de cursos

36 Promoção de eventos

37 Informações setoriais

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Farmácias de Manipulação

Page 50: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

41

Farm Manip. X Fornecedores Farmácias de Manipulação

Valores Oferecidos Valores Recebidos 29 Compra de insumos 28 Insumos para manipulação

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Fornecedores

Farm Manip. X Sociedade Farmácias de Manipulação

Valores Oferecidos Valores Recebidos 25 Venda de produtos 24 Compra de produtos

26 Desenvolvimento econômico local

27 Denefício à saúde pública

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Sociedade

Page 51: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

42

Figura 8: Holomapping do NICS para uma situação desejada

Legenda:

Novos valores providos pelo NICS (em setas de cor preta e cheias)

44. Expansão de caso de sucesso

45. Desenvolvimento conjunto de GC/IC – Incubadora de Talentos para alunos do

CRIE/COPPE/UFRJ

46. Divulgação junto à marca

47. Credibilidade

48. Análises de Tendências Regulatórias

49. Elaboração e Análise de Cenários

50. Articulação conjunta de eventos

51. Articulação com ARCANJO para políticas públicas e de acesso a mercados

52. Análise sobre demanda

53. Divulgação de Ações e resultados

Holomapping NICS FARMA – Representação da situação desejada

Entidades do Setor< LOCAL >

Entidades do Setor< NACIONAL >

Fornecedores

CRIE1

10

654

32

78 9

11

1213

14

1617

181920

20

21

22

23

252627

28

29

3031

Farmácias de Manipulação

Sociedade

32 3334 35

3637

4445

4647

4849

5051

5253

545556

57

5859

60

64

65

69 70

6162

6340

3938

66

67

68

15

23

24

41

42

43

DESEJADA

DESEJADA

121314

1521

70 71

12

3

7273

42

41

Holomapping NICS FARMA – Representação da situação desejada

Entidades do Setor< LOCAL >

Entidades do Setor< NACIONAL >

Fornecedores

CRIE1

10

654

32

78 9

11

1213

14

1617

181920

20

21

22

23

252627

28

29

3031

Farmácias de Manipulação

Sociedade

32 3334 35

3637

4445

4647

4849

5051

5253

545556

57

5859

60

64

65

69 70

6162

6340

3938

66

67

68

15

23

24

41

42

43

DESEJADA

DESEJADA

DESEJADA

DESEJADA

121314

1521

70 71

12

3

7273

42

41

Page 52: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

43

54. Fortalecimento de MPEs nível nacional

55. Democratização, com maior subsídio, para acesso ao conhecimento

56. Articulação para políticas públicas e de acesso a mercado setorial (MPEs)

Mudanças nos valores recebidos pelo NICS (em setas de cor preta e pontilhadas)

12. Maior capacidade de financiamento das atividades

13. Maior apoio logístico

14. Articulação a nível nacional para ações setoriais

19. Associação financeira prevista para (2006 – estimado em 10 reais/mês)

Novos valores recebidos pelo NICS (em setas de cor preta e pontilhadas)

57. Apoio Acadêmico

58. Financiamento das atividades

59. Informações

60. Financiamento das atividades

61. Solicitações de Análises e Cenários

62. Solicitações para articulação com ARCANJOS locais

63. Parceria em promoção de eventos

Novos valores trocados pelo setor, não passando pelo NICS

64. Maior reconhecimento de retorno social

65. Maior reconhecimento de retorno social

66. Reconhecimento da Metodologia de IC/GC como instrumento de gestão

empresarial

67. Reconhecimento da Metodologia de IC/GC como instrumento de gestão

empresarial

68. Reconhecimento da Metodologia de IC/GC como instrumento de gestão

empresarial

69. Fomento para o Setor (MPEs) com venda de produtos na linha empresarial

70. Maior subsídio no acesso a IC

71. Articulação em parceria: SEBRAE/RJ entidades RJ – que podem ser replicadas

em outros estados com as regionais das entidades e as agências SEBRAE locais.

72. Caso de Sucesso – Unidade Piloto de projetos NICS

73. Apoio financeiro

Page 53: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

44

Adiante repetimos a construção das matrizes para cada relacionamento

destacando o aumento das trocas de valores entre todas as partes.

Tabela 4: Trocas de valores entre as organizações do Setor de Farmácias de Manipulação e Homeopatia para

a situação desejada

CRIE X SEBRAE CRIE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 21 Qualificação/capacitação em Ges- 68 Reconhecimento da Metodologia

tão do Conhecimento e Inteligência de IC/GC como instrumento de ges-

Empresarial(MBKM) tão empresarial

23 Parceria Institucional

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

SEBRAE

CRIE X NICS CRIE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 20 Prevista - Ass. Fin./06 (R$ 30/mês) 11 Divulgação do CRIE

21 Qualificação/capacitação em Ges- 44 Expansão de caso de sucesso

tão do Conhecimento e Inteligência 45 Desenvolvimento conjunto de

Empresarial(MBKM) GC/IC - Incubadora de talentos p/

57 Apoio acadêmico alunos do CRIE/COPPE/UFRJ

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento NICS

Page 54: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

45

CRIE X Entidades do Setor - Nacionais CRIE

Valores Oferecidos Valores Recebidos

66 Reconhecimento da Metodologia

de IC/GC como instrumento de

gestão empresarial

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

neto

Entidades do Setor - Nacionais -

CRIE X Farmácias de Manipulação CRIE

Valores Oferecidos Valores Recebidos

67 Reconhecimento da Metodologia

de IC/GC como instrumento de

gestão empresarial

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Farmácias de Manipulação

SEBRAE X NICS SEBRAE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 12 Maior capacidade de financiamento 1 Fortalec. do negócio do setor

das atividades 2 Articulaç. c/ empresários locais

13 Maior apoio logístico 3 Promoção conjunta de eventos

14 Articulação a nível nacional para para o empresariado

ações setoriais

15 Credibilidade

54 Fortalecimento de MPE´s nível nac.

55 Democrat., com maior subsídio, p/

acesso ao conhecimento

56 Articul. P/ políticas públicas e de

acesso a mercado setorial (MPE´s)

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

NICS

Page 55: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

46

SEBRAE X Entidades do Setor - Locais SEBRAE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 41 Pactuação na pactuação do Proje - 42 Apoio do Projeto Biotecnologia

to Biotecnologia pelo GEOR (SEBRAE/RJ - BIORIO) com o se-

tor

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Entidades do Setor - Locais -

Entidades do Setor - Nacionais X Locais Entidades do Setor - Nacionais -

Valores Oferecidos Valores Recebidos 38 Informações setoriais 40 Transferência de capital

39 Políticas e Diretrizes

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Entidades do Setor - Locais -

Ent. do Setor - Nacionais - X Farm Manip. Entidades do Setor - Nacionais -

Valores Oferecidos Valores Recebidos 43 Financiamento da entidade nacional

Valores Recebidos Valores Oferecidos R

elacionamento

Farmácias de Manipulação

Page 56: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

47

Ent. do Setor - Locais - X Farm Manip. Entidades do Setor - Locais -

Valores Oferecidos Valores Recebidos 32 Informações setoriais 30 Financiamento da entidade

33 Estudos e projetos setoriais 31 Apresenta necessidades do negó-

34 Representação técnica e política cio

35 Realização de cursos

36 Promoção de eventos

37 Informações setoriais

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Farmácias de Manipulação

SEBRAE-RJ X SEBRAE Nacional SEBRAE

Valores Oferecidos Valores Recebidos 73 Caso de Sucesso – Unidade Piloto de projetos NICS 75 Apoio Financeiro

76 Reconhecimento

Valores Recebidos Valores Oferecidos

Relacionam

ento

Entidades do Setor - Locais -

O objetivo, com esta análise de Verna Allee, era de avaliar os impactos nos

relacionamentos, e em suas trocas de valor, causados pelo modelo proposto para o NICS

FARMA, em comparação com o modelo atual. Mesmo porque, com a estratégia do

Núcleo voltada para o desenvolvimento do seu capital de relacionamento, e com estas

parcerias exercendo papel chave para o sucesso de seu modelo de negócio, é preciso

que os parceiros atuais e potenciais possam visualizar claramente ganhos com o

desenvolvimento do relacionamento com o NICS. De modo que se sintam interessados

na realização das parcerias e desenvolvimento do relacionamento. Para a estratégia ser

bem sucedida, os ganhos nos relacionamentos precisam ser de mão dupla, e isto precisa

ser claro e explícito. Para tanto, adiante serão analisados os impactos dos

relacionamentos para os principais atores envolvidos.

Page 57: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

48

SEBRAE (Rio de Janeiro e Nacional)

Quando o relacionamento com o SEBRAE passa do âmbito local para o nacional

os relacionamentos com os demais atores são potencializados. Através deste arcanjo é

possível oferecer produtos e serviços de IC que são do interesse das entidades do setor,

e com isso atrair a sua participação no financiamento do Núcleo. Do mesmo modo,

através da capilarização da rede SEBRAE, presente em todos os estados, se torna

possível a expansão do atendimento do núcleo, atingindo um maior número de

empresários, com aumento estimado em 10x no subsídio a contrapartida do mesmo,

estimativa dada pelo coordenador do NICS. E, por conseqüência, atraindo fornecedores

do setor para financiamento das atividades do núcleo.

Observando este cenário, percebe-se o núcleo catalisando a formação de um epicentro virtual 2 de negócios entre a cadeia produtiva do setor, configurando assim uma nova formação de estrutura de cadeia produtiva, que o grupo passou a denominar de Arranjo Produtivo Virtual 3 (APV) - de abrangência nacional, ver apêndice 04 sobre o desenvolvimento deste novo conceito pelo grupo.

Em contrapartida, o SEBRAE além de viabilizar a saída de sua participação

financeira do negócio, valida uma metodologia para implantação de núcleos setoriais e

sua sustentação pelo capital privado. Como conseqüência, é consolidado e ampliado um

caso de sucesso, com reflexos em nível nacional para todo um setor de micro e pequenas

empresas.

É interessante ressaltar a atuação geral do SEBRAE em políticas públicas e de

acesso a mercados para MPEs. Porque esta atuação é potencializada, com a ligação

destas áreas do SEBRAE com um núcleo de inteligência setorial, permitindo que o Núcleo

atue como seus “olhos” diretamente no setor em que o núcleo está inserido. Isto

2 Epicentro virtual é uma referência do grupo para apresentar um novo conceito de atuação da

organização de IC Setorial como o ponto central da disseminação e geração de negócios. Em analogia ao epicentro de um terremoto, o qual indica o ponto de início do tremor e de onde se difundem a ondas deste tremor.

3 Arranjo produtivo virtual é um conceito novo criado pelo grupo para caracterizar a função do NICS de

catalisador e integrador do setor. Este conceito pode também ser adotado para outros setores. No apêndice 04 encontra-se um detalhamento deste conceito.

A base do novo conceito, APV, é a ampliação do conceito de APL, passando da idéia restrita de recorte geográfico para uma concepção de inclusão setorial possibilitada por um ambiente virtual. A identidade coletiva é preservada, pois o epicentro virtual é dedicado a um setor econômico. Este epicentro deve ser voltado para disseminação de conhecimento, que permita nivelar as empresas do setor em condição de equidade competitiva, fomentando a geração de negócios.

Page 58: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

49

potencializa a capacidade de detecção de oportunidades e ameaças peculiares a cada

setor, bem como as ações políticas em parceria com entidades setoriais. Tais ações são

uma ponte para resultados concretos junto a setores de MPEs, o que aumenta a

percepção de empresários e da sociedade da importância das ações do SEBRAE no

desenvolvimento econômico de micro e pequenas empresas.

"Pensamento global. Ação local." O foco da atenção do empresário local em termos de NICS será sempre o

SEBRAE local, no caso o SEBRAE-RJ. Visto que toda base de ação será local, sendo

assim as articulações de eventos, promoção de treinamentos, realização de negócios

envolvendo programas, assessoria e outros produtos/serviços serão em função do

SEBRAE local, o que permite o estreitamento dos laços com os empresários, de quem se

quer (e precisa) estar perto.

Em contrapartida o pensamento deve ser global. Ou seja é a articulação com o

SEBRAE nacional que viabiliza que os demais SEBRAEs locais possam acompanhar os

empresários do setor em seus estados. Como no caso do SEBRAE-PR que buscou

conhecer a estrutura do NICS FARMA recentemente. Não obstante, o papel do SEBRAE

Nacional permite o "pensamento global" em termos de ações e articulações políticas pelo

NICS junto às entidades. Isto permite uma capitalização em outro nível estratégico para o

SEBRAE Nacional e abre caminho para a contrapartida das entidades setoriais,

interessadas nos novos produtos e serviços de inteligência viabilizados pelo NICS a partir

da ligação com SEBRAE Nacional. Esta ação global cria um efeito dominó estimulando

novos negócios e parcerias em nível local, com as regionais interessadas em articulações

com o SEBRAE do seu estado.

E desta forma começa-se a formar uma espiral de ações potencialmente

geradoras de negócios e transferência de conhecimento, constantemente impulsionada

pelo epicentro, que é a atividade de IC setorial. Ou seja, o ciclo estimulado de

pensamento global com ação local se prorroga, tornando a espiral cada vez mais

abrangente dentro do setor - conectando a cadeia produtiva em nível setorial / nacional, e

assim temos a consolidação da proposta para o conceito do APV.

CRIE-COPPE/UFRJ

No cenário atual a participação objetiva do CRIE, enquanto responsável pela

metodologia de IC do Núcleo, está resumida a capacitação pelo curso de MBKM em

Page 59: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

50

Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial. Entretanto, o CRIE representa um

ator chave para conquista do arcanjo, como representante acadêmico e avaliador do

potencial do negócio representado pelo NICS.

Adicionalmente, o aumento da participação do CRIE no dia a dia do NICS, é

potencial gerador de estudos de casos, aplicações práticas de IC setorial e outros

trabalhos de valor acadêmico. Cabe ressaltar que o projeto do Núcleo nasceu em turma

do MBKM e dois anos depois, é novamente alvo de estudo no curso, o que reforça o

potencial a ser explorado como caso de sucesso da metodologia do CRIE, considerando

as possibilidades de expansão existentes no negócio.

Todavia, o relacionamento com o CRIE pode tornar o NICS uma incubadora de

talentos em Inteligência Competitiva Setorial e Gestão do Conhecimento, onde alunos dos

cursos de mestrado, doutorado e mesmo graduação podem realizar estágios dentro de

uma rotina diária de Inteligência Competitiva e aplicação das ferramentas de Gestão do

Conhecimento no estudo e gerenciamento do núcleo. Existe ainda a possibilidade do

desenvolvimento de novos serviços e produtos a luz da GC, estudando o modelo de

negócio e sua replicação, e na implementação de novas frentes de atuação para o Núcleo

– Unidade de Demonstração. O NICS tem potencial para se tornar um grande laboratório

prático para o meio acadêmico. Além da formação de talentos profissionais, será

favorecida a publicação de artigos, dissertações, teses e análises com resultados efetivos

da aplicação da metodologia do CRIE no campo prático de mercado.

Estes frutos serão de grande contribuição para o fortalecimento e ampliação do

reconhecimento da metodologia do CRIE, fortalecendo sua atuação e relevância tanto no

meio acadêmico, quanto no meio privado.

Entidades Setoriais (Sindicatos & Associações do Setor)

Com a atuação setorial restrita ao Rio de Janeiro, as ações setoriais são limitadas

e a capacidade de participação financeira das entidades, bem como seu interesse, muito

reduzidas. Com a ligação do NICS às áreas de políticas públicas e acesso a mercados do

arcanjo, o interesse das entidades em parcerias para atuação nestes campos, contando

com análises de IC direcionadas para seu setor e articulação pelo Núcleo com o

SEBRAE, é de grande interesse para as mesmas. Tais iniciativas trazem um retorno de

imagem para entidade que se mostra engajada e atuante, com reflexos para o

desenvolvimento econômico do setor e abertura de caminho para angariar novos

associados.

Page 60: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

51

O potencial de ação das entidades gerado pelos novos produtos e serviços

aumenta sua capacidade de atração de associados, pelo reforço de sua capacidade de

liderança e influência nos rumos setoriais. Este cenário fomenta um maior grau de

profissionalização e visão de negócio no segmento, viabilizando uma postura pró-ativa do

segmento como um todo, e através do fortalecimento das entidades e aumento do

quadro de associados como resposta às suas ações, abre a possibilidade de uma contra-

partida financeira dessas para sustentação do Núcleo, enquanto epicentro do APV.

Empresários

Grandes beneficiados pela maior democratização do acesso ao conhecimento

pela expansão nacional, fator que impulsiona o nivelamento do mercado magistral em um

patamar mais elevado de qualidade e produtividade. É de grande importância pontuar

que a rede de relacionamentos que sustenta o novo paradigma de negócio do NICS,

reduz o custo do conhecimento ao empresariado a nível simbólico (estimado pelo

coordenador do NICS em R$ 5,00/mês), o que garante a participação de todo

empresariado, mesmo dada a heterogeneidade do setor.

Outro fator de destaque é que através do modelo de APV, mesmos as MPEs mais

isoladas geograficamente são permeadas pelo conhecimento e acompanham o

desenvolvimento do setor, não sendo deixadas à margem do mercado. O conhecimento a

cerca de cenários para o setor, discussões técnicas, de vigilância sanitária e gerenciais,

permitem que os empresários adotem uma postura mais pró-ativa, e menos reativa na

condução de seu negócio, resultando no fortalecimento das MPEs e de sua capacidade

geradora de negócios.

Sociedade

A sociedade é beneficiada pelo desenvolvimento econômico de MPEs, geradora

de empregos e fomentadora de negócios de sua cadeia produtiva. Bem como favorece a

saúde pública, pelo fortalecimento do setor magistral através do binômio qualidade-

competitividade, pelo aumento no potencial de acesso a medicamentos da população,

onde cerca de 51% da população não tem acesso a medicamentos (Ministério da Saúde,

2005).

Page 61: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

52

7 Análise cruzada das ferramentas de diagnóstico

Faz-se necessário o reforço das análises pelo cruzamento das ferramentas do

conhecimento utilizadas até o presente momento e que alimentam/criam o alicerce para a

construção dos planos de ação que serão apontados oportunamente.

7.1 Articulação das ferramentas de análise

Cabe aqui relembrar, de forma mais consistente do que no capítulo da

metodologia, o encadeamento de análise e diagnóstico desenvolvido pelo grupo. Aqui

explicitaremos este desenvolvimento destacando os principais resultados de cada análise.

O planejamento estruturado rumo aos degraus do sucesso começou pela

ferramenta SWOT, análise dos ambientes internos e externos, que apontou fraquezas

inerentes ao produto/serviço oferecidos e começo do pensamento da possibilidade de

maior articulação por intermédio do ARCANJO. Encadeou a análise de forças de

mercado, por Porter, sinalizando a dificuldade de novas parcerias e dando luz à quebra

de paradigma de sustentabilidade via empresários e elegendo as entidades como uma

força neste cenário.

Neste momento surgiu a dúvida de qual fase de crescimento empresarial para em

pequenos negócios encontra-se o NICS? Pois bem encontramos a resposta adaptando as

ferramentas de Churchill e Pavani, fases de crescimento. Acreditamos no complemento

entre ambas, pois tratam do mesmo assunto, porém em Pavani criamos uma fusão entre

as fases de concepção/criação & start up, a qual denominamos de fase A&B-NICS e após

análise concluímos que para saltar de A&B para a fase de estágio inicial, o negócio

deveria ser repensado e remodelado e a primeira chave de trabalho seria o

redirecionamento do Angel para a figura do ARCANJO.

Finalmente após este aparente emaranhado de ferramentas surgiu à necessidade

de capitar recursos através do relacionamento. Como criar este valor então? Sim,

encontramos a saída e mais uma vez adaptando outra ferramenta, Verna Allee, criamos o

mapa do valor dos relacionamentos do NICS, desenhamos dois mapas, o atual e o

desejado.

O encadeamento estava completo e conforme idealizado pelo grupo mostrou-se

evidente a força de impacto que pode ser alcançado com a mudança do Angel, é um jogo

de ganha-ganha. Todos os envolvidos no relacionamento têm a ganhar com o novo

cenário, NICS; SEBRAE Nacional / RJ e demais locais; CRIE-COPPE/UFRJ; entidades

Page 62: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

53

setoriais; empresários e sociedade e a palavra que resume esta articulação é:

reconhecimento.

7.2 Cruzamento dos resultados das ferramentas de análise

A análise de Verna Allee, adaptada para destacar as diferenças nas trocas de

valores entre os paradigmas atuais e desejados para o NICS FARMA, apresenta maior

relação de ganhos e trocas de valores entre todos os parceiros, e aponta o caminho para

saída da participação financeira do ARCANJO.

Conforme evidenciado pela análise SWOT, o negócio de Inteligência Competitiva

Setorial precisa de maior amadurecimento, e, em conjunto com PORTER, fica clara a

necessidade de uma ação nacional de modo que as ações de Inteligência possam ser

potencializadas efetivamente em prol do Setor.

Esta idéia fica clara na rede de valor com o aumento do número de valores

providos pelo Núcleo para seus parceiros e a abertura para uma maior troca de valores

entre esses, que efetivamente viabiliza uma maior participação dos empresários com

menor custo, democratizando o acesso ao conhecimento em âmbito nacional, e por

conseqüência obtendo o reconhecimento da sociedade.

O amadurecimento do negócio indica que a saída da participação financeira do

Angel deve ser gradativa a medida da entrada de capital privado. Entretanto, sem o

investimento inicial no portal e as bases para abrangência na atuação nacional, os

relacionamentos com entidades nacionais e fornecedores - que serão responsáveis pela

base de sustentação, desoneração do empresariado e saída financeira do arcanjo - ficam

comprometidos, e com isso todo o modelo de sustentabilidade.

Considerando a análise cruzada dos resultados obtidos através de cada uma das

ferramentas do conhecimento empregadas neste estudo, SWOT, PORTER, CHURCHILL,

PAVANI e VERNA ALLEE (Tabela 5); fica definido um caminho para a sustentabilidade de

Núcleos de Inteligência Setorial em diversas áreas compostas por micro e pequenas

empresas.

Page 63: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

54

Tabela 5: Validação de Resultados inter-análises em GC

Análise Cruzada: Validação dos Resultados de Aplicações das Ferramentas de GC

Ferramenta: SWOT

Filosofia: Análise de características dos

ambientes interno e externo

Ferramenta: PORTER

Filosofia: Análise de forças de mercado

Resumo da Análise O modelo de sustentação baseado no

empresário apresenta pontos fracos inerentes

ao produto/serviço oferecidos.

Fornecedores do setor podem ser

beneficiados pela alta capacidade de

disseminação dos produtos do Núcleo.

A atuação em nível nacional associada

ao SEBRAE possibilita novos serviços, de

interesse das entidades do setor.

Resumo da Análise Embora sem concorrentes diretos, o

modelo centrado no empresário, dificulta

parcerias.

Se a base de sustentação deixa de ser o

empresário, é dificultado o surgimento de novos

entrantes e reduz o interesse de concorrentes

potenciais e substitutos, em função do baixo

valor financiado pelo empresariado.

Ferramentas: Churchill; Pavani

Filosofias: Análise de amadurecimento do

negócio

Ferramenta: Verna Allee

Filosofia: Análise de rede de relacionamento e

geração de valor

Resumo da Análise Com o relançamento do NICS, agora

em nível nacional, é necessária a redefinição

do relacionamento com o Angel e a partipação

do ARCANJO como estratégia para entrada

gradativa e sustentável de capital privado, em

substituição ao financiamento público.

A participação efetiva do capital

privado depende do sucesso do relançamento

do Núcleo em nível nacional.

Resumo da Análise A chave para a sustentação reside na

ligação com o ARCANJO que potencializa os

relacionamentos e serviços do Núcleo. Através

dessa ligação pode ser obtida participação

financeira de entidades e fornecedores. O custo

para o empresariado se torna simbólico e os

ganhos setoriais se refletem em reconhecimento

social.

Além de caso de sucesso com

metodologia replicável para o SEBRAE, que

auxilie a entidade a direcionar ações setoriais

coordenadas. O NICS passa a ser potencial

celeiro de talentos acadêmicos para o CRIE, um

laboratório prático para aplicação de GC e IC.

Page 64: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

55

Pelo plot da tabela fica evidenciado que embora cada ferramenta de GC apresente

um foco, um paradigma para análise, suas avaliações foram complementares. E todas

corroboraram com a estratégia de relançamento nacional do NICS e associação ao

ARCANJO, como caminho para sustentação do núcleo setorial pela iniciativa privada.

Neste capítulo pretendemos, portanto, consolidar os apontamentos e

direcionamentos advindos da análise e diagnóstico realizados anteriormente. Compondo

de forma mais estruturada a sugestão para a nova atuação do NICS e conseqüentemente

sua nova estratégia de sustentabilidade que servirá de base para a construção dos planos

de ação apontados no capítulo seguinte.

Page 65: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

56

8 Plano de ação e metas

Como fechamento deste trabalho o grupo elaborou um plano de ação objetivo que

busca estabelecer/fortalecer as principais ações para desenvolvimento dos

relacionamentos que permitam alcançar a sustentabilidade proposta.

Neste último capítulo, portanto, apresentamos um roteiro racional de

implementação do novo foco de atuação e estratégia do NICS.

Como visto anteriormente os pilares propostos para a sustentabilidade do NICS

são definidos em função de seus relacionamentos com:

CRIE,

Sebrae-RJ – Sebrae Nacional,

Entidades do setor,

Fornecedores e

Empresários.

Portanto, se torna necessária uma atuação mais vigorosa do NICS focada nestes

relacionamentos, de forma a estabelecer o vínculo que trará os benefícios para ambos os

lados. Bem como a busca de relacionamento com outros órgãos de fomento que possam

exercer conjuntamente o papel de Angels.

Por esta necessidade, apresentamos então cinco planos de ação

interdependentes focados na necessidade e desenvolvimento de cada relacionamento,

conforme o novo paradigma desenhado para o núcleo. É interessante destacar que os

relacionamentos estão interconectados. Ou seja, embora possam ser trabalhados em

paralelo, o desenvolvimento dos relacionamentos na seqüência apresentada atua como

catalisador para estabelecimento do relacionamento subseqüente, em função dos novos

valores que são gerados, em novas oportunidades para os parceiros e novos serviços

oferecidos pelo núcleo. Esta característica confere ao planejamento uma escala de

evolução na conquista dos relacionamentos, em verdadeiro efeito dominó. Entretanto

dentre os relacionamentos, todos avaliados como necessários, existe um imprescindível

que é o relacionamento com o ARCANJO, conforme as análises realizadas ao longo

deste estudo.

Page 66: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

57

8.1 Plano de ação: Relacionamento CRIE

O relacionamento do CRIE com o NICS ainda se encontra em uma fase muito

preliminar. Apesar do CRIE ter participado da concepção e fundação do núcleo, não

foram formados laços de parceria concretos entre as duas organizações. Não existe

nenhuma atividade conjunta em andamento.

Este relacionamento, portanto, precisa ser restabelecido e formalizado. E se faz

necessário o desenvolvimento de atividades em conjunto para o estreitamento desta

parceria.

O NICS deve portanto dar o passo inicial e estabelecer o contato.

A seguir apresentamos as etapas do plano de ação a serem realizadas pelo

Núcleo para o desenvolvimento deste relacionamento.

Plano de Ação para o desenvolvimento do relacionamento com o CRIE:

1. Reunião inicial com o CRIE para desenvolvimento de parceria para atuação do

Núcleo como “incubadora de talentos” do CRIE na graduação e pós-

graduação, voltada para estudos e trabalhos em Inteligência Competitiva e

Gestão do Conhecimento.

2. Elaboração de proposta de convênio e reunião inicial com o Anjo/Arcanjo

(SEBRAE).

3. Workshop com os parceiros do projeto para discussão, aprofundamento e

perspectivas das possibilidades de parceria no estudo e aplicações de

trabalhos em IC e GC voltados para micro e pequenas empresas, incluindo a

possibilidade de desenvolvimento e discussão do conceito de APV.

4. Contratualização do acordo de parceria baseado nos entendimentos do

workshop realizado com NICS e SEBRAE

5. Discussão periódica no Conselho do NICS do Acompanhamento e avaliação

dos resultados da parceria na geração de valor acadêmico e econômico

setorial.

Tendo fechado uma parceria, seria muito interessante a realização de estudos em

conjunto para o desenvolvimento dos temas relacionados: Inteligência Competitiva, Micro

e pequenas empresas, Desenvolvimento de arranjos produtivos virtuais, Gestão do

Conhecimento para micro e pequenas empresas. Além deste desenvolvimento teórico,

pode-se utilizar esta parceria para o desenvolvimento prático dos assuntos abordados,

como dito anteriormente, com potencial para estudo de casos práticos, desenvolvimentos

Page 67: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

58

de novas aplicações em IC/GC, aplicações de GC no planejamento estratégico do Núcleo

e entre outros estudos, com formação de recursos humanos especializados nesta área.

Com estes estudos, a parceria se solidifica e fortalece, ao mesmo tempo em que

se aprofundam e disseminam os conceitos e fixa o CRIE como centro de pesquisa

reconhecido nestes assuntos.

Uma visão de futuro discutida no âmbito desta parceria é a ampliação, após a

consolidação e sustentabilidade no setor de farmácias de manipulação, da ação do

Núcleo para outros segmentos da área farmacêutica, como exemplo é citado o setor de

cosméticos, cuja relevância da IC/GC ganha maior destaque pela alta característica de

inovação do mercado. Esta visão de futuro abre novas portas para estudos e favorece

ainda mais a disseminação do valor de mercado da metodologia do CRIE. Este plano de

ação já foi iniciado, através do contato inicial para primeira reunião de trabalho.

O aprofundamento deste relacionamento traz muitos benefícios para ambos os

lados. O CRIE se desenvolve academicamente e aplica conceitos/idéias nesta área,

enquanto o NICS ganha metodologias, métodos e técnicas mais elaboradas e acertadas.

A partir disto, as duas organizações conseguem fortalecer suas imagens, metodologias,

pesquisas e área de atuação. Desta forma, podem então buscar outros parceiros que os

fortaleçam ainda mais e os insira de forma mais efetiva no ambiente das micro e

pequenas empresas, que é o nosso arcanjo SEBRAE/NA.

Adicionalmente apresentamos um segundo plano de ação a ser desenvolvido pelo

NICS e pelo CRIE para estabelecer uma parceria específica para estudos e pesquisas:

1. Reunião com pauta focada nos temas de estudos e pesquisas que interessam às

duas organizações com discussão de prazos

2. Workshop para desenvolver objetivos e metas em comum (por exemplo em um

ano ter três artigos publicados, dois estudos de caso, etc.)

3. Reunião para estabelecer responsabilidades e recursos a serem alocados e

formas de trabalho.

Acreditamos assim que o NICS e o CRIE podem formar uma parceria duradoura e

de mútuo benefício.

O estabelecimento de uma parceria efetiva com o CRIE atua ainda como

catalisador para a efetivação da parceria com o arcanjo, pela credibilidade e apoio técnico

de entidade de pesquisa conceituada, formadora de opinião em inteligência empresarial.

Deste modo, o CRIE pode exercer um papel de facilitador do relacionamento com o

SEBRAE/NA.

Page 68: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

59

No próximo subitem propomos um plano de ação para o desenvolvimento do

relacionamento do NICS com o Arcanjo, Sebrae Nacional.

8.2 Plano de ação: Relacionamento Sebrae/RJ - Sebrae/NA

A proximidade do Núcleo com o Sebrae Nacional traz benefícios para ambos os

lados porque por um lado fortalece a imagem do NICS e o insere no contexto de atuação

nacional das micro e pequenas empresas do setor e, por outro lado, fortalece a imagem

do Sebrae/NA por colocá-lo mais próximo de seus clientes (os microempresários) e

ampliar sua capacidade de atuação, resultados e percepção de interesse pelo

desenvolvimento do setor.

Desta forma, elaboramos um plano de ação a ser realizado pelo NICS para

estreitar este relacionamento e viabilizar esses ganhos para o Núcleo e seu Arcanjo.

Plano de Ação para o desenvolvimento do relacionamento com o Sebrae/NA:

1. Estudo e consolidação de material para embasar a importância do envolvimento

do Sebrae Nacional.

2. Reunião com Sebrae/RJ para enfatizar a importância do envolvimento do Sebrae

Nacional e discussão da estratégia de trabalho.

3. Workshop com Sebrae Nacional para discussão de possibilidades de parceria,

junto às Unidades da entidade e participação dos SEBRAEs locais.

4. Elaboração e discussão de proposta de parceria com Sebrae (RJ e Nacional),

incluindo financiamento e plano para auto-sustentação.

5. Workshop para definição de metas, objetivos, responsabilidades e planejamento

das atividades em conjunto e avaliações de resultados.

A partir do estabelecimento desta parceria, pode-se começar a expandir

efetivamente a atuação do NICS para um âmbito nacional, contando com a participação

dos SEBRAEs locais. E, como dito anteriormente, a parceria viabilizará a oferta de

produtos e serviços de IC de interesse das entidades do setor, e com isso atrairá sua

participação no financiamento do Núcleo. E, por conseqüência, atraindo empresariado e

fornecedores do setor para financiamento das atividades do núcleo.

Page 69: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

60

Em contrapartida, o SEBRAE além de viabilizar, através destes financiamentos, a

saída de sua participação financeira do negócio, valida uma metodologia para

implantação de núcleos setoriais e sua sustentação pelo capital privado.

Após a fixação deste relacionamento por meio de parcerias/convênios, é

interessante planejar a disseminação de Núcleos de Inteligência Competitiva Setoriais ou

mesmo APVs, conforme apontarem os estudos realizados em conjunto com o CRIE. O

Sebrae Nacional amplia sua capacidade em desenvolver projetos, com o apoio do NICS e

do CRIE, para a implantação de núcleos similares para outros setores de micro e

pequenas empresas no país.

Desta forma, o NICS consegue estabelecer um relacionamento mais forte e de

atuação mais abrangente e efetiva. Este relacionamento é essencial para a

sustentabilidade financeira do NICS. Por meio dele será possível angariar outros

parceiros e financiadores. Assim como também será possível aumentar a base de

empresários influenciados pelo Núcleo.

Este relacionamento garante ainda um financiamento de nosso Arcanjo até que o

Núcleo, com esta nova atuação, se consolide no setor e consiga se financiar através das

parcerias com as entidades do setor (como sindicatos e associações) e com fornecedores

do setor.

Cabe ressaltar ainda a visão de futuro descrita no item anterior, com a

possibilidade futura de expansão da atuação do Núcleo no setor de cosméticos. Além de

aproveitar o know-how e grande parte das bases de dados já empregadas pelo NICS, o

setor cosmético representa um setor de interesse econômico estratégico, formado por

pequenas empresas, com alta característica de inovação e potencial exportador.

O subitem seguinte expõe um plano de ação para aprofundar o relacionamento do

NICS com as entidades do setor magistral.

8.3 Plano de ação: Relacionamento com Entidades do setor

Com o estabelecimento da ligação do NICS junto às áreas de políticas públicas e

acesso a mercados do Arcanjo, o interesse das entidades em parcerias para atuação

nestes campos, contando com análises de IC direcionadas para seu setor e articulação

pelo Núcleo com o SEBRAE, é de grande interesse para as mesmas.

Page 70: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

61

Como colocado anteriormente, tais iniciativas trazem um retorno de imagem para

entidade que se mostra engajada e atuante, com reflexos para o desenvolvimento

econômico do setor e abertura de caminho para angariar novos associados.

Este benefício permite o interesse em uma contra-partida financeira da entidade

para acesso a estes serviços e outros desenvolvidos especificamente para as mesmas,

contribuindo para sustentação do Núcleo.

Portanto, é muito importante que o Núcleo busque construir esta troca para

garantir uma fonte essencial de financiamento e que o consolidará como o Núcleo de

Inteligência Competitiva para o setor como um todo, aprimorando sua imagem e seu

reconhecimento, trazendo, conseqüentemente, sua inserção de modo mais efetivo junto

aos empresários.

Para tanto, apresentamos um plano de ação, com etapas, a serem desenvolvidas

pelo Núcleo para buscar este relacionamento com as entidades.

Plano de Ação para o desenvolvimento do relacionamento com as entidades do

setor:

1. Reunião com as entidades do setor para discutir suas prioridades, necessidades,

estratégias, metas (discussão para que o NICS consiga entender quais são suas

reais prioridades e onde seus produtos podem ser inseridos para ajudá-las).

2. Concepção de produtos específicos para atendimento das entidades.

3. Reunião individual para apresentação dos novos produtos/serviços e elaboração

de proposta de parceria.

4. Fechamento de parceria, com contra-partida das entidades, com disponibilização

de tempo de amadurecimento e ajuste dos produtos/serviços (sugestão: 2 meses).

Período no qual as entidades terão acesso aos produtos/serviços gratuitamente.

Este relacionamento é um dos principais direcionamentos deste estudo.

Conseguimos averiguar que o foco de atuação do NICS não deveria ser centrado no

empresariado do setor magistral, mas no sistema de entidades do setor – fornecedores -

empresários. Isto está de acordo com as possibilidades para financiamento das atividades

do NICS. Sendo que as entidades são preponderantes neste sistema, em função da

estrutura para aproveitar produtos/serviços de inteligência setoriais.

Este plano de ação já foi iniciado. Na realidade, ele não foi iniciado da forma

estruturada como apresentada aqui, mas já ocorreram alguns contatos iniciais com

Page 71: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

62

entidades do setor e elaboração de serviços/produtos voltados para as mesmas. No

apêndice 02, apresentamos a proposta inicial para discussão com as entidades.

Acreditamos que este plano venha ao encontro de planejar, de forma mais estruturada, as

ações do NICS na busca por este relacionamento.

No próximo subitem, apresentamos o plano de ação para aprimorar o

relacionamento entre o NICS e os fornecedores do setor.

8.4 Plano de ação: Relacionamento com os fornecedores do setor

Como visto anteriormente, especificamente no item 4.1, o Núcleo já iniciou o

contato com os fornecedores, de modo a estabelecer parcerias e estreitar o

relacionamento.

Foi adotada a estratégia de criação de cotas de associação, a proposta é

apresentada no apêndice 03. O Núcleo entende que deve ser ofertada a associação à

marca, em função do alto valor agregado dos produtos e identificação com as instituições

formadoras do Núcleo. Neste sentido foram estabelecidas apenas três ou quatro cotas de

associação que serão oferecidas há um número restrito e selecionado de parceiros

potenciais, após avaliação estratégica do Núcleo.

Este plano de ação já foi iniciado, entretanto embora avançado, se encontra

interrompido. Embora já tenha fechado uma cota de associação, as cotas principais estão

relacionadas ao portal e sem a reestruturação do mesmo não há como disponibilizar

estas cotas. Soma-se a isso, ao entendimento como melhor opção estratégica, o

lançamento simultâneo do novo portal com apresentação simultânea dos fornecedores

parceiros. Não obstante este entrave, em função do head count atual do Núcleo, houve a

necessidade de priorizar os trabalhos para desenvolvimentos dos relacionamentos junto

ao CRIE e SEBRAE. No plano de ação relacionamos as ações já desenvolvidas, devendo

ser concluída sua realização.

Plano de Ação para o desenvolvimento do relacionamento com os fornecedores

do setor:

1. Benchmarking junto aos principais sites de informação relacionados à saúde e ao

universo farmacêutico para estabelecimento do valor das cotas.

Page 72: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

63

2. Seleção dos fornecedores passíveis de terem suas marcas associadas ao Núcleo

e seus serviços, definição dos tipos de publicidade no portal e nos produtos e do

valor das cotas.

3. Elaboração de propostas de parceria e reunião com os fornecedores

selecionados.

4. Reformulação do layout do portal e dos produtos para receber a publicidade.

(pendente)

Esta parceria garante ao Núcleo uma importante fonte de financiamento e

sustentabilidade.

No subitem seguinte apresentamos um plano de ação para o desenvolvimento da

parceria com os empresários do setor.

8.5 Plano de ação: Relacionamento com os Empresários do Setor

Como colocado em itens anteriores os empresários (donos das farmácias) e

também profissionais, farmacêuticos, que atuam no setor são os beneficiados pela maior

democratização do acesso ao conhecimento pela expansão nacional, fator que impulsiona

o nivelamento do mercado magistral em um patamar mais elevado de qualidade e

produtividade, atingindo mesmo aqueles mais isolados geograficamente. E o custo, com

as parcerias firmadas com o Sebrae/NA e as entidades do setor, é reduzido, o que

garante a participação de todo empresariado, mesmo dada a heterogeneidade do setor.

Desta forma, o empresariado, mesmo não sendo mais o foco central de

sustentação, continua sendo um cliente essencial para o NICS. Ele não será mais a base

para a sustentação financeira do Núcleo, mas será o que mantém o setor funcionando e,

portanto, o objeto fim do Núcleo. As atividades do Núcleo são desenvolvidas para que

estes possam crescer.

Já destacamos que um ponto essencial para o desenvolvimento deste

relacionamento, e também do relacionamento com os fornecedores abordado no tópico

anterior, é a reestruturação do portal na Internet do NICS. Pois este constitui a principal

interface entre os empresários e o NICS, além de ser o primeiro contato daqueles que

ainda não conhecem o Núcleo.

Assim sendo, o fortalecimento do relacionamento com os empresários acontece

em última instância como conseqüência natural dos desdobramentos das ações do

Page 73: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

64

Núcleo e a rotina de trabalho com empresários e seus representantes (entidades).

Contudo, como Núcleo de IC, é preciso estar sempre em sintonia com as necessidades

de informação, produtos e serviços para micro empresas em um processo dinâmico, onde

a obtenção de feedback junto aos empresários é fundamental. Este é o foco do plano de

ação apresentado adiante.

Plano de Ação para o desenvolvimento do relacionamento com os empresários do

setor:

1. Realização de pesquisas periódicas de satisfação e enquetes através do portal.

2. Realização de fóruns de discussão virtuais para identificação de tendências de

mercado, discussão do papel e atuação do NICS, necessidades e expectativas

dos empresários em necessidades de informação.

3. Revisão periódica (sugestão: mínimo anual) e sistemática dos produtos/serviços

que o NICS oferece ao empresariado, de acordo com os dados coletados e

feedback obtido.

4. Reformulação do Portal e reavaliação periódica (sugestão: anual): estudo de gaps

do portal, ferramentas e funcionalidades, conceito gráfico, etc.

5. Início da associação com contra-partida dos empresários em 2006 (o tempo de

cortesia, vem sendo disponibilizado desde a inauguração, e em nível nacional

desde o inicio do segundo semestre de 2005). Cadastro gratuito para recebimento

de “Alertas” e alimentação de conteúdo livre no portal.

6. Divulgação da forma de associação para os empresários do setor, cadastrados ou

não, através das entidades, listas de discussão e conselhos de classe.

Com isso, acreditamos que o Núcleo consiga reunir e envolver mais empresários,

aumentando sua base de associados.

É importante lembrar que as divulgações, as promoções de eventos, e associação

gratuita devem constituir práticas constantes para manter os empresários engajados e

motivados, bem como para trazer novos associados. Estas atividades sempre que

possível devem ser realizadas com apoio dos parceiros do NICS de forma a integrar e

articular melhor o setor, desenvolvendo assim o conceito de APV e sua atuação como o

epicentro virtual de mercado.

Page 74: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

65

8.6 Considerações dos planos de ação

Existe portanto uma interligação e uma seqüência entre os planos de ação para o

desenvolvimento de cada relacionamento. Para que o NICS alcance a sustentabilidade,

se faz necessário o desenvolvimento de todos estes relacionamentos objetivando os

benefícios que serão gerados por eles.

Cabe ressaltar que estes planos de ação, aqui apresentados, são uma sugestão

de atuação do NICS para buscar esta sustentabilidade. Como tal, não apresentamos um

cronograma ou prazos. Caberá ao NICS decidir a melhor forma de interação com estas

organizações para o melhor aproveitamento destas relações.

Este estudo portanto aponta direcionamentos e formas de atuar para que se

alcance a sustentabilidade de um Núcleo de Inteligência Competitiva Setorial.

É importante colocar que conforme este estudo ia sendo desenvolvido, o Núcleo já

ia colocando em prática algumas de nossas conclusões. Por isso alguns destes planos já

estão sendo executados antes mesmo do término deste trabalho.

Uma questão que precisa ser destacada sobre os planos de ação diz respeito aos

produtos de inteligência disseminados em meio eletrônico. Estes produtos possuem uma

cota única de associação para fornecedores, e o grande interesse dos fornecedores está

não apenas no alto valor percebido pelo produto, mas por sua elevada taxa de

disseminação. Assim, quando da implantação da associação paga de empresários, deve

ser estabelecido um mecanismo que não torne a cota desinteressante para a associação

do fornecedor. Neste sentido, e considerando que são três os produtos de inteligência,

dos quais um deles funciona apenas como informativo pontual sem qualquer trabalho de

IC envolvido, este será gratuito, assegurando que mesmo associados não pagantes

recebam o produto de inteligência, mantendo o interesse do fornecedor na cota de

associação e estimulando a associação como veículo do trabalho do núcleo.

Page 75: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

66

9 Considerações finais

O resultado deste estudo mostra a viabilidade e o caminho da sustentabilidade do

NICS FARMA. Conseguimos apontar e redirecionar a atuação do Núcleo para o alcance

de sua sustentação econômica e financeira, elaborando, como fechamento, um plano de

ação concreto para seu desenvolvimento.

É importante ressaltar que este estudo foi voltado para a realidade do NICS

FARMA e do Setor de Farmácias de Manipulação e Homeopatia. No entanto, acreditamos

que os resultados aqui encontrados podem ser aplicados, após estudo e adaptação, para

outras realidades e para a disseminação de Núcleos de Inteligência Competitiva Setorial.

O NICS FARMA foi o pioneiro deste tipo de empreendimento e a afirmação de seu

sucesso e sustentabilidade influenciará na formação de outros núcleos para outros

setores de micro e pequenas empresas.

O grupo acredita portanto que este trabalho, embora focado para o NICS, contribui

para o desenvolvimento de estruturas de Inteligência Competitiva para MPEs pelo

desenho de um modelo de sustentação. A metodologia e as análises deste trabalho

podem servir de bases para o estudo da sustentabilidade destes outros núcleos.

Gostaríamos de registrar que este trabalho viabiliza outros estudos para o

aprimoramento e desenvolvimento do NICS a serem realizados em um momento

posterior, pois não couberam no escopo deste. Apontamos de início quatro

desdobramentos: estudo aprofundado do NICS como plataforma para desenvolvimento de

Arranjo Produtivo Virtual; estudo da aproximação do NICS com a ANVISA e empresas

interessadas no mercado; estudo do conceito e aplicação de Redes Sociais para o NICS;

estudo do NICS e de seus relacionamentos dentro do conceito de Hélice Tripla.

Este trabalho despertou uma visão de futuro onde estruturas de Inteligência

Competitiva Setoriais possam através de parcerias e ações estratégicas, aplicar as

ferramentas da internet para encurtar distâncias entre empresas, entidades e governo,

resultando numa ampliação dos sistemas conhecidos como Arranjo Produtivo Local. Este

conceito abrangente, com abordagem setorial e não limitada a recortes geográficos pode

representar o próximo passo na evolução da atuação do NICS. Passo este, que se

confirmado, permitirá o desenvolvimento eqüitativo de mercados setoriais em todo o país,

com potencial para atuar como guia para políticas públicas e de mercado. Nosso trabalho

buscou vencer um desafio, estabelecer um modelo de viabilidade econômica de núcleos

Page 76: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

67

de inteligência setoriais. Agora, nossa visão lança um desafio ambicioso, para um estudo

posterior que pode ser realizado na prática através do próprio NICS FARMA. O

estabelecimento das bases e mensuração de resultados da evolução de um núcleo de

inteligência, em um epicentro virtual para um APV, que possa fundamentar sua replicação

pelos benefícios ao desenvolvimento econômico de setores constituídos de MPEs.

Adicionalmente, acreditamos que o NICS pode atuar ainda em parceria com a

ANVISA para o esclarecimento e entendimento das legislações farmacêuticas, como

facilitador do diálogo entre o setor regulado e regulatório, auxiliando no cumprimento das

legislações nos estabelecimentos farmacêuticos pela disseminação homogênea, em nível

nacional, do conhecimento sobre as matérias.

Outra possibilidade que insurge como visão de futuro é a prestação de serviço do

NICS para empresas interessadas em entrar no mercado, desenvolver produtos e

serviços, através de serviços de inteligência desenvolvidos pelo conhecimento do Núcleo

do mercado, das empresas, mapeando interesses e necessidades.

Outro possível estudo é uma aplicação do conceito de Redes Sociais. Sugere-se

uma atenção especial ao projeto de Redes Sociais, também desenvolvido na turma

MBKM-11 (Elisete Melo e Francisco Guimarães), para estudo e análise de aplicação

desta ferramenta ao ambiente do NICS. A ferramenta propõe um mapeamento das

competências dos membros de uma determinada rede, através da coleta de informações,

apontando o caminho mais próximo para encontrar os sujeitos necessários para

determinada tarefa ou projeto.

Outro foco possível para desdobramento, é o estudo do relacionamento entre o

NICS, o CRIE e o Sebrae/NA dentro do conceito de Hélice Tripla. Neste conceito as

relações de Universidade – Governo – Empresa geram uma hélice ascendente de

desenvolvimento regional que advém do fato de que o fluxo de conhecimento entre

universidades e empresas, fazendo com que estas adquiram maior competitividade, por

meio de produtos mais densos em conhecimento (Deutscher, Renault et Ziviani, 2005). O

NICS pode ser estudado como um caso prático de Hélice Tripla e pode ser objeto de

estudo para verificação e análise da aplicação deste conceito para um desenvolvimento

setorial ao invés de apenas regional.

Estes desdobramentos aqui apontados são possíveis estudos que surgiram

conforme o grupo desenvolvia e elaborava este trabalho. Ao se aprofundar no tema e na

realidade do núcleo emergiam diversas idéias de analisá-lo e estudá-lo. Porém, nos

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68

focamos na sustentabilidade do núcleo e deixamos aqui mencionados estes futuros

desdobramentos.

Ao final deste estudo, o grupo acredita que concluiu seu objetivo com êxito.

Através da elaboração deste trabalho, foi possível utilizar conceitos aprendidos no curso

e, principalmente, colocá-los em prática, verificando suas aplicações e resultados. Este

trabalho possibilitou aos membros deste grupo a assimilação e o aprendizado de diversos

conceitos referentes à Gestão do Conhecimento.

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69

10 Referências

AGUIAR, M. S. DE; KIRSZENBLATT, C.; RIBEIRO, M.C.A.; TEIXEIRA, N. L. B. Inteligência Competitiva para o Setor de Farmácias de Manipulação e Homeopatia do Estado do Rio de Janeiro. [Rio de Janeiro] 2003. Projeto Final – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE. ALLEE,V. A value network aproach for modelling and measuring intangibles. Paper preparado para apresentação em Transparente Enterprise, Madrid, Novembro de 2002. ALLEE, V. Reconfiguring the Value Network. Publicado no Journal of Business Strategy, Vol 21, No.4, Julho-Agosto de 2000. CAVALCANTI, M.; GOMES, E.; PEREIRA, A. Gestão de empresas na sociedade do conhecimento: um roteiro para a ação. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 170 p. CHURCHILL, N.C. e Lewis, V.L.The Five Stages of Small Business Growth, in Harvard Business Review, reprint 83301, May – June 1983. DEUTSCHER, J.A., RENAULT, T. et ZIVIANI, N. A geração de riqueza a partir da universidade: o caso da Akwan. Revista Inteligência Empresarial 24, jul/ago/set 2005, 2-8. GOMES, E; BRAGA, F. Inteligência competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 120p. KAHANER, Larry. 1996. Competitive Intelligence. Nova York: Simon & Schuster. KOTESKI, M. A. As micro e pequenas empresas no contexto econômico brasileiro. In Revista FAE Business, número 8, maio de 2004. Acessado em 20/10/2005. Em: [ttp://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v8_n1/rev_fae_v8_n1_03_koteski.pdf] MOCKLER, R.J. An Introduction To Expert Systems : Knowledge-Based Systems. New York : Macmillan ; Toronto : Maxwell Macmillan Canada ; New York : Maxwell Macmillan International, c1992. PAVANI, C. O Capital de Risco no Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Editora e-papers, 2003. PAVANI, C. Material de aula do curso MBKM da aula Inovação e Empreendedorismo. Rio de Janeiro, 2005. PRESCOTT, J.; MILLER, S. H. Inteligência competitiva na prática: estudos de casos diretamente do campo de batalha. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 371p. SEBRAE. Boletim Estatístico de Micro e Pequenas Empresas. 1°Semestre de 2005, Observatório Sebrae. Acessado em 20/10/2005. Em: [http://www.dce.sebrae.com.br/bte/bte.nsf/03DE0485DB219CDE0325701B004CBD01/$File/NT000A8E66.pdf]

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70

SEBRAE. Revista Inteligência Competitiva. Acessado em 20/08/2005. Em: [http://www.dce.sebrae.com.br/bte/bte.nsf/E7C6AACBF4659B000325705A006FF95E/$File/revista_intel_comp.pdf].

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Apêndice 01: Exemplos de Produtos de Inteligência disseminados pelo NICS FARMA

Adiante apresentamos alguns produtos de inteligência disseminados pelo NICS

FARMA contemplando: construção de mini-cenários; estratégia & marketing; área técnica.

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Apêndice 02: Proposta de Parceria & Serviços Estratégicos – Para Entidades Setoriais

O NICS FARMA tem seu Comitê de Assessoramento (Conselho) formado por:

Fundação BIO-RIO, SEBRAE-RJ, ANFARMAG-RJ, AFHERJ e CRIE-COPPE/UFRJ. O

Comitê se reúne semestralmente para discutir o planejamento estratégico e resultados do

Núcleo.

A proposta de parceria proposta a entidade é de parceria plena, com a inclusão desta

entidade no Comitê de Assessoramento. A proposta para parceria, inclui:

1. Login/Senha de acesso ao portal.

2. Recebimento dos produtos de inteligência eletrônicos do Núcleo.

3. Participação ativa no Comitê de Assessoramento (CA) do Núcleo. Comentários: Assento no Comitê para discussão estratégica da atuação do

Núcleo. A participação no CA é condicionada a parceria plena, contemplando todos os

itens da proposta de serviços.

4. Atuação do NICS FARMA no estado de São Paulo disponibilizada diretamente a entidade.

Comentários: Item que parte da premissa de fechamento de parceria plena,

através do qual o NICS FARMA distribuiria seus produtos de inteligência e login/senha

de acesso ao portal através da entidade, outras farmácias de São Paulo não

contempladas em parceria, somente receberiam os Alertas do Núcleo.

5. Permissão de usuário para postar matérias da entidade no Portal Comentários: Com a permissão de usuário a entidade pode contribuir

diretamente no portal publicando matérias e notícias. Após a publicação, a matéria

será avaliada pela gerência do Núcleo antes da liberação para visualização no portal.

6. Monitoramento de mercado e políticas públicas diretamente para a entidade.

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Comentários: O monitoramento inclui o mapeamento de atores, avaliação de

impactos e análises com opções estratégicas de ação para o Sindicato [Vide Seção:

Análises Especiais].

7. Elaboração de Análises para entidade - quinzenais sob demanda (Não cumulativa).

Comentários: Adicionalmente às análises de monitoramento, a entidade pode

solicitar análises para assuntos específicos, conforme interesse estratégico da

entidade. Exemplo: cenário para aprovação de determinado projeto de lei; análise

sobre impacto de legislação no setor e exploração de alternativas.

8. Elaboração de mini-cenários para identificação de tendências para o setor (Até 12 mini-cenários/ano – não cumulativos)

Comentários: Mini-cenários são análises de tendências de futuro imediato,

com horizonte para até 12 meses, para períodos/temas específicos. Os temas podem

ser detectados pelo Núcleo ou solicitados pela entidade. Exemplo: Perspectivas para

o Fracionamento de Medicamentos; Financiamentos e Cenário Macro-econômico.

Sempre voltados para o segmento magistral.

Adiante breves exemplos de [Análises Especiais], onde fica ilustrado o diferencial

da aliança como um serviço de inteligência especializado no setor:

Em 12 de maio foi submetido ao Congresso Nacional, Projeto de Lei do

Ministério da Saúde que autoriza a subvenção econômica à compra de medicamentos

para pacientes fora da rede SUS em farmácias privadas através de credenciamento ao

programa Farmácia Popular (PL 5235/05).

O projeto foi identificado pelo NICS FARMA como uma oportunidade para o setor

magistral, porém o mesmo não contempla o setor. Identificada a oportunidade a questão

foi analisada sendo obtidas as seguintes conclusões:

1. O projeto em seu escopo beneficia “estabelecimentos farmacêuticos varejistas

privados”, definição que abrange farmácias de manipulação.

2. Todavia a subvenção foi proposta com foco apenas no medicamento industrializado,

de modo que na regulamentação, não haverá mecanismo que permita a subvenção ao

medicamento manipulado.

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85

3. Em estimativas de custo do projeto para o SUS e de adesão ao tratamento médico, o

medicamento manipulado tem perfil terapêutico para estar contemplado no projeto.

4. O “alvo” para intervenção para o medicamento manipulado é a regulamentação.

Contudo, como a mesma será dada pela ANVISA, cuja posição tende a ser contrária a

presença do medicamento manipulado. Cabe a estratégia de garantir seu direito no

escopo da Lei, o que obrigaria a ANVISA a regulamentar também para farmácias de

manipulação.

Mapeamento de Atores em processo:

Humberto Costa / Saraiva Felipe

Sindicato de Comércio Varejista

Comissões da Câmara dos Deputados: de Seguridade Social e Família (Dep.

Benedito Dias – PP/AP); Tributação e Finanças (Fernando Coruja – PPS/SC);

Cidadania, Constituição e Justiça (Nelson Trad – PMDB/MS)

Lideranças: Audiência Pública da Câmara / Formadores de opinião: Jandira

Feghali (PCdoB/RJ), Rafael Guerra (PSDB/MG) e Darcísio Perondi (PMDB/RS)

Com o mapeamento dos atores, é identificada também a posição de cada um face o

projeto PL 5235/05, argumentos prós e contras, e algumas opções estratégicas.

Terminada a etapa de inteligência, a análise é repassada ao parceiro para as

articulações necessárias.

Como pode ser constatado a ALIANÇA proposta permite a entidade um serviço de

inteligência especializado no setor, pioneiro e inovador, que realiza o monitoramento

contínuo do cenário farmacêutico, para identificação de oportunidades, mapeamento e

análise, o que pode resultar em retorno econômico para o setor e de imagem para

entidade.

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86

Outras oportunidades identificadas e mapeadas para o setor:

Constituição de linha de crédito exclusiva para o setor magistral:

Resumo: Em abril de 2005 a ANVISA firmou termo de compromisso com a CAIXA

para uma linha de crédito exclusiva para o setor de alimentos, visando o cumprimento da

RDC 216. Com o mesmo objetivo a ANVISA celebrou convênio com o SEBRAE.

Neste sentido foi identificada a oportunidade e os caminhos para uma linha de crédito

exclusiva para o setor magistral. Todavia, a análise identifica que o melhor parceiro

financeiro para o segmento não seria a CAIXA, mas o BNDES.

Redução de ICMS de Medicamentos:

Resumo: Em alguns dos principais estados do país tem surgido pressões aos

governos estaduais para redução do ICMS de medicamentos. A iniciativa é capitaneada

pela ABRAFARMA, porém o projeto está isolado da cadeia produtiva e é caracterizado

como comercial. Igualmente a redução proposta não teria abrangência para os

medicamentos manipulados. A análise do NICS aponta possíveis estratégias e cenários

que permitam a viabilidade do projeto com a participação do segmento magistral.

Em 05/julho foi publicado em DOU o CONVÊNIO ICMS 56, DE 1o de julho de 2005,

que isenta do ICMS as operações com produtos farmacêuticos distribuídos por farmácias

integrantes do Programa Farmácia Popular do Brasil. O convênio tem dois objetivos

desonerar de ICMS a relação fornecedor (FIOCRUZ) / farmácia, que somente têm

impacto para o medicamento industrializado; e desonerar a relação farmácia /

consumidor, o que reforça a possibilidade de ganhos para o segmento em conjunção com

a adesão ao PL 5235/05.

Inclusão da Homeopatia no SUS:

Resumo: Em alguns dos principais estados do país e também no Governo Federal,

existem projetos de lei em trâmite que determinam a inclusão da Homeopatia no SUS.

*****

Page 96: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

87

No momento apenas na esfera federal, o NICS FARMA monitora cerca de 15

projetos de lei com impacto direto ou indireto no setor magistral, representando tanto

ameaças quanto oportunidades.

Investimento

A proposta de investimento é segmentada em função dos serviços propostos pelo

Núcleo para uma melhor avaliação do investimento. Cabe a ressalta de que a participação

no Comitê de Assessoramento que discute as estratégias e atuação do Núcleo, bem

como a disponibilização para a entidade do serviço em São Paulo, são condicionadas ao

fechamento de parceria plena, com todos os serviços do Núcleo.

1. Login/Senha de acesso ao portal. 2. Recebimento dos produtos de inteligência eletrônicos do Núcleo.

Investimento: R$ 250,00/mês.

3. Permissão de usuário para postar matérias do SINFARMA no Portal Investimento: R$ 150,00/mês.

4. Monitoramento de mercado e políticas públicas diretamente para o SINFARMA-SP.

Investimento: R$ 1.100,00/mês

5. Elaboração de Análises para o SINFARMA - quinzenais sob demanda (Não cumulativa).

Investimento: R$ 900,00/mês

6. Elaboração de mini-cenários para identificação de tendências para o setor (Até 12 mini-cenários/ano – não cumulativos)

Investimento: R$ 1.600,00/mês

Page 97: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

88

Apêndice 03: Proposta de Associação a Marca – Para Fornecedores

O NICS FARMA está em busca de parcerias de associação, que vão além da

publicidade em seus veículos de comunicação com os clientes, pois entende que mais do

que a publicidade é oferecido a seus parceiros a associação há uma entidade de

credibilidade no mercado magistral, uma marca estratégica ligada a entidades de renome

(BIO-RIO e SEBRAE) e de reconhecido valor para as empresas do setor.

Benefícios da Publicidade Eletrônica:

1. Interatividade.

2. Mais facilidade de segmentação.

3. Constante atualização das informações.

4. Rapidez nas mudanças e atualizações das estratégias de comunicação.

5. Consolidação da liderança da empresa no setor online.

6. Aumento do número de consumidores, transformando-os em clientes em

potencial.

7. Conquista e fidelização de clientes, implementando novas tecnologias e

ferramentas de e-marketing.

Diferenciais de Valor – NICS FARMA

Ligado a Fundação BIO-RIO e SEBRAE, entidades de credibilidade e

reconhecimento nacional, com trabalho junto ao setor magistral há mais de 13

anos.

Em menos de 01 ano de atuação o Núcleo já tem o reconhecimento das farmácias

de manipulação e da ANVISA, com citação em matérias da própria Agência, CRF-

SP, O Dia e Agência Sebrae de Notícias.

Conta com o reconhecimento das principais entidades do setor: ANFARMAG,

ABFH, AFHERJ e SINFARMA-SP.

Possui serviço único e diferenciado no mercado, com alta percepção de valor.

Page 98: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

89

Nos Produtos de Inteligência

Os produtos de inteligência do NICS, são mais do que veículos de propaganda. Seu

conteúdo, de informações estratégicas e analisadas faz com que sejam armazenados em

meio eletrônico, utilizados em consulta posterior pelas empresas e em muitos casos

impressos em arquivo. Adicionalmente, as Análises de maior destaque são publicadas no

portal na internet. São mais de 1000 empresas atingidas.

Page 99: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

90

No Portal

O portal vem conquistando uma curva ascendente em número de acessos, com

potencial para se tornar o principal veículo de informações do setor magistral. A

publicidade no portal somente estará disponível a partir de sua reformulação no início de

2006.

Principal disseminador de informação especializada em massa, o portal é sempre

destaque em termos de comunicação de massa. O Portal disponibilizará apenas duas

cotas de associação. Caso a empresa apóie a reformulação do portal estará aberta a

contribuição com sugestões para o espaço de associação.

Page 100: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

91

Nas Consultas Técnicas

Resposta a consulta individual dirigida ao empresário, utilizada e geralmente

mantida em arquivo para consulta posterior.

Por se tratar de produto dirigido, específico para atender há uma necessidade do

estabelecimento magistral, seu grau de atenção, interesse e aproveitamento, é o maior

dentre os produtos do Núcleo de Inteligência.

O principal diferencial da publicidade junto ao NICS FARMA é a associação da

marca da sua empresa há uma marca de qualidade exponencial e reconhecida não só

pelo segmento, mas também pelos agentes reguladores.

Page 101: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

92

Investimento

A proposta de investimento é segmentada em função das soluções oferecidas em

publicidade dirigida.

Nos Produtos de Inteligência

Média de Produtos disseminados/mês: 10,7

Clientes potenciais atingidos: mais de 1000 farmácias em todo país

Cotas Disponíveis: 01

Investimento: R$ 500,00/mês

No Portal

Média de Acesso Mensal: 500 acessos

Último Bimestre: cerca de 1000 acessos/mês

Cotas Disponíveis: 02

Investimento: R$ 1500,00/mês

Nas Consultas Técnicas

Média de Consultas/mês: 27,1

Investimento: R$ 150,00/mês

Page 102: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

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Apêndice 04: Inteligência Competitiva para Micro e Pequenas Empresas e Formação de Arranjos Produtivos Virtuais (APV)

O processo acelerado de globalização acirrou a concorrência e trouxe, em

conseqüência, maiores riscos e desafios, na medida em que o conhecimento passou a

constituir o verdadeiro capital das empresas. Nesta nova ordem econômica, apenas a

exploração do conhecimento permite a diferenciação e a demora em se antecipar às

rápidas mudanças ditadas pela competição pode trazer grandes prejuízos aos negócios.

Além disso, o fato da tecnologia da informação colocar à disposição de todos um

número incontável de informações aumenta a necessidade das empresas entenderem o

significado da Inteligência Competitiva e o que ela pode fazer em seu benefício: extrair o

máximo do que sabem sobre a dinâmica dos seus mercados, seus clientes, os

concorrentes e a aceitação de seus produtos e serviços, ou seja, utilizá-la como arma

estratégica e pró-ativa para ganhar e manter vantagens competitivas.

A Inteligência Competitiva é conjunto de métodos, técnicas e tecnologias que

processam as informações estratégicas de interesse da empresa, transformando-as num

produto acabado, a Inteligência, à disposição dos tomadores de decisão.

É um processo de análise e repasse de informações do ambiente interno e externo

para toda a organização, utilizando uma sistemática que converte dados e informações

em conhecimento estratégico.

A IC não tem como único objetivo verificar somente as condições do mercado ou

do seu concorrente, mas também avaliar o desempenho dos seus concorrentes dentro

deste ambiente e conseguir informações que consigam fazer com que a empresa possa

superá-los mesmo que as condições de mercado estejam igualitárias.

Essas vantagens competitivas são conquistadas através da IC relacionada com o

uso de tecnologias que consigam analisar e prover as informações para a empresa.

“A Inteligência Competitiva é um programa institucional sistemático para garimpar

e analisar informação sobre as atividades da concorrência e as tendências do setor

específico e do mercado em geral, com o propósito de levar a organização a atingir seus

objetivos e metas”.(Kahaner,1996)

Segundo Prescott e Miller (2002), a IC tem sua origem ligada às estratégias

militares, e mais tarde aplicada em empresas para que conseguissem um melhor

desempenho em suas estratégias e competitividade nos negócios.

Page 103: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

94

Quando este processo sistemático de coleta, tratamento, análise e disseminação

da informação sobre atividades dos concorrentes, tecnologias e tendências gerais dos

negócios começou a ser adotado pelas empresas no início dos anos 80, elas criaram uma

nova resposta às exigências de mercado e da concorrência.

Baseando-se em pesquisas realizadas podemos afirmar que hoje as iniciativas

para implantação da IC no Brasil se concentram nas empresas que já têm um potencial

elevado e querem aumentar sua representatividade no mercado, além de adquirir maior

estabilidade para ficar a frente em sua área de atuação.

Mockler (1992) mostra que os passos a serem seguidos para a coleta de

informações são as seguintes:

Identificar seus competidores;

Determinar o que você precisa saber sobre os competidores (dados e análises

que ilustrariam melhor como estas companhias estão trabalhando);

Identificar as fontes específicas destas informações;

Organizar os recursos da corporação e elaborar uma estratégia para obtenção

das informações de que você necessita e para as quais você não tem acesso

regular;

Juntar todas as informações, avaliar os dados e a performance potencial dos

seus competidores e comparar com as previsões que a sua equipe está fazendo

para a empresa;

Monitorar as ações dos seus competidores e comunicar continuamente essas

informações a toda a empresa de maneira que a gestão e a gerencia possam

alterar as suas, concomitantemente.

Caminho da Inteligência Competitiva.

Page 104: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

95

Com este conjunto de dados, informações e conhecimento tornando-se cada vez

mais importantes, eles geram um fator de competitividade em diferentes tipos de

organizações. A transição de uma simples empresa para uma que valorize o

conhecimento, e com ele consegue conquistar esses diferenciais não é suave, mas gera

grandes oportunidades. Tudo dependendo de como a empresa realiza esta tarefa e

também da mudança cultural dos seus profissionais. Esta transição tem de ser voltada

para a geração do conhecimento e sua disseminação, assim consegue-se preservá-lo e

aumentá-lo.

Muitas informações essenciais para o sucesso ou manutenção da competitividade

de qualquer organização ficam com pessoas que não conseguem utilizá-la de forma a

contribuir para sua melhoria. Os profissionais devem ter disponíveis informações que as

façam reagir adequadamente às diversas situações.

O objetivo central de um Sistema de Informação para Inteligência Competitiva é

transformar a organização em um grupo pensante, que está em busca de tendências e

rastreia oportunidades, determinando melhores estratégias para cumprimento dos

objetivos. A conseqüência deste melhor comportamento organizacional é a inevitável

expansão dos negócios e padrões da organização.

Muitos dizem que o sucesso de uma organização também está relacionado com

sorte e no mercado em que esta inserida, mas citando Robbins, Anthony: “Engraçado,

costumam dizer que tenho sorte. Só sei que quanto mais me preparo mais sorte eu

tenho”, isso também se aplica em uma organização, pois quanto mais ela gera informação

e conhecimento, mais facilmente se prepara para reconhecer o seu potencial, suas

deficiências, e determinar de forma segura seu futuro.

Ao definir o processo de Inteligência Competitiva planta-se a semente para a

estruturação de uma organização que pretende alcançar um diferencial competitivo

através da efetiva gestão das informações de mercado, exploração do seu patrimônio

intangível, conseqüentemente com incremento nos resultados dos negócios.

Ainda incipientes no Brasil, as técnicas de IC estão concentradas nas

multinacionais, com presença marcante em segmentos altamente competitivos como,

bancário, petroquímico, seguradoras e telecomunicações. Entretanto novos interessados

têm surgido, e esse movimento pode ser medido pelo número de associados da ABRAIC

(Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva), que, em 2002, possuía

cerca de 260 membros e, 2004, chegou a quase mil.

Page 105: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

96

As ferramentas de inteligência competitiva também estão ao alcance das micro e

pequenas empresas. Mais vulneráveis que as grandes, elas podem se beneficiar dos

princípios da IC para descobrir novos negócios, por exemplo.

Uma boa alternativa para essas empresas pequenas é se estruturarem em grupos ou em

associações para formar sistemas de inteligência competitiva setoriais, o que possibilita

custos compartilhados e benefícios acessíveis a todos.

Ao micro e pequeno empresário o importante é acompanhar o que acontece a sua

volta, com seus concorrentes e com a clientela, e as mudanças nas leis que terão impacto

direto no seu negócio.

Assim é facilmente compreendido como estratégico o papel de uma estrutura de

Inteligência Competitiva para o fortalecimento e desenvolvimento de MPEs. A atuação de

um núcleo setorial, cuja abrangência de ação ocorra em nível nacional através das

ferramentas da internet propicia a formação de um sistema mais amplo envolvendo toda a

cadeia produtiva de negócios do setor.

Este pensamento norteou a elaboração de um novo e inédito conceito pelo grupo.

Este novo sistema denominado de APV – Arranjo produtivo Virtual, constitui uma

ampliação do conceito de APL – Arranjo Produtivo Local. Adiante serão discutidas as

premissas para corroborar o termo empregado e suas características inerentes. Tabela de comparação entre APL e APV

Arranjo Produtivo Local (APL) Arranjo Produtivo Virtual (APV)

Aglomerações de número significativo

de empresas em torno de atividade

produtiva principal;

Empresa com especialização produtiva

que se relaciona entre si e com demais

atores na atividade produtiva principal

Em mesmo território (recorte

geográfico);

Identidade coletiva entre os atores

(social, cultural, econômico, político,

ambiental ou histórico)

Aglomerações de número significativo

de empresas em torno de atividade

produtiva principal;

Empresa com especialização produtiva

que se relaciona entre si e com demais

atores na atividade produtiva principal

O território não corresponde à um

espaço geográfico definido, mas à um

espaço virtual definido de articulação

entre os atores

Identidade coletiva entre os atores

(social, cultural, econômico, político,

ambiental ou histórico)

Page 106: NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA SETORIAL FARMACÊUTICA

97

O Conceito de APL quando olhado sobre o paradigma setorial tem duas

características primordiais:

Desenvolvimento local das empresas componentes do recorte geográfico

onde o APL está formatado

Exclusão das empresas do mesmo setor fora do eixo geográfico do APL

Enquanto por um lado o APL atua como alavanca para o desenvolvimento local,

por outro, age indiretamente contra empresas do mesmo setor fora de seu território, que

perdem espaço em competitividade, e por conseguinte, de mercado.

Assim, o APL embora constitua um sistema de desenvolvimento local com grande

capacidade de agregação de valor à negócios, não constitui um sistema com impacto

positivo setorial quando as empresas de determinado setor se encontram espalhadas em

território amplo.

Considerando o Brasil, país de dimensões continentais com grande

heterogeneidade no desenvolvimento em diversas regiões e micro-regiões, e alta

diversidade de micro e pequenas empresas espalhadas em cidades, estados e regiões

arranjos produtivos voltados para o setor e não restritos a territórios geográficos fixos

constituem instrumento de inclusão e desenvolvimento social de grande valor na redução

de desigualdades e fortalecimento de mercados.

O cerne do APV, é a ampliação do conceito do APL passando do conceito restrito

de recorte geográfico para o conceito abrangente de inclusão setorial. Esta inclusão

somente é possível em ambiente virtual. Tal ambiente constituiria o elo de ligação entre

as empresas participantes em uma cadeia produtiva sem exclusão geográfica. A

identidade coletiva é preservada, pois o epicentro virtual é dedicado à um setor

econômico. Este epicentro deve ser voltado para disseminação de conhecimento, que

permita nivelar as empresas do setor em condição de equidade competitiva. O

desenvolvimento de condições para equidade competitiva é fundamental dentro do

conceito de um APV, onde os desenvolvimentos econômicos em cada recorte geográfico

serão interdependentes. Isto em função de que, embora todo o setor esteja nivelado

através do aumento de conhecimento, o potencial de aproveitamento do conhecimento

será variável por características locais. Este fator permite que a aplicação sustentável do

conceito de pensamento global com ação local.

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98

Além da disseminação de conhecimento a articulação entre os atores e empresas

é fortalecida em nível setorial. Adicionalmente, por apresentar maior potencial de

abrangência de empresas, devido ausência de limitação geográfica, torna-se maior a

capacidade geradora de negócios e movimentação de mercado entre as empresas

constituintes da cadeia produtiva, bem como aumenta a capacidade de articulação

coordenada no setor.

O sistema de produção em cadeia produtiva local para comercialização em

mercado global, é substituído por sistema em cadeia produtiva setorial para

comercialização em mercado global. Neste sentido em que se aplica o pensamento da

escola de pensamento global - ação local; passa a ser constituído no APV uma derivação

deste pensamento: pensamento (conhecimento) setorial – ação local.