núcleo básico modulo 6

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NÚCLEO BÁSICO Modulo 6 - Cultura Escolar e Cultura Familiar Um começo de conversa Caro Professor! Este módulo tem a duração de 20 horas e tratará das relações entre escola e família. Esperamos que, ao final, você seja capaz de: • Identificar formas de docência, possíveis de serem implementadas, no que diz respeito às relações que se estabelecem entre escola, família e comunidade; • Analisar os fatores socioeconômicos que afetam o desempenho do aluno na escola e identificar ações para trabalhar com esses impactos externos, seja no sentido de aproveitá-los como enriquecimento dos conteúdos curriculares, seja no sentido de atenuar eventuais efeitos negativos; • Caracterizar, explicar e exemplificar o que pode ser uma parceria colaborativa dos pais com a escola. Pense sobre a família Você tem família? Todas as famílias são iguais? Algumas famílias são melhores do que as outras? Pois é! Essas questões que fazemos serão o mote deste primeiro tema de trabalho. Aparentemente são questões óbvias, afinal, todo mundo sabe, vive ou se relaciona com alguma família. No entanto, nós educadores, devemos dar um tratamento mais reflexivo a este tema, em sua relação com a escola, a fim de fundamentar uma prática coerente e adequada aos nossos alunos. A família como tema aparece na publicidade, na novela, na literatura, na música, na arte... Ouça essa música, clicando aqui . Clique aqui e acompanhe a letra da música. Família (Titãs - Arnaldo Antunes e Toni Bellotto) acompanhe a letra da música. Família (Titãs - Arnaldo Antunes e Toni Bellotto) x Família! Família! Papai, mamãe, titia Família! Família! Almoça junto todo dia Nunca perde essa mania... Mas quando a filha

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Page 1: Núcleo Básico Modulo 6

NÚCLEO BÁSICO

Modulo 6 - Cultura Escolar e Cultura Familiar

Um começo de conversa

Caro Professor!

Este módulo tem a duração de 20 horas e tratará das relações entre escola e família. Esperamos que, ao

final, você seja capaz de:

• Identificar formas de docência, possíveis de serem implementadas, no que diz respeito às relações

que se estabelecem entre escola, família e comunidade;

• Analisar os fatores socioeconômicos que afetam o desempenho do aluno na escola e identificar ações

para trabalhar com esses impactos externos, seja no sentido de aproveitá-los como enriquecimento dos

conteúdos curriculares, seja no sentido de atenuar eventuais efeitos negativos;

• Caracterizar, explicar e exemplificar o que pode ser uma parceria colaborativa dos pais com a escola.

Pense sobre a família

Você tem família? Todas as famílias são iguais? Algumas famílias são melhores do que as outras? Pois é! Essas questões que fazemos serão o mote deste primeiro tema de trabalho. Aparentemente são questões óbvias, afinal, todo mundo sabe, vive ou se relaciona com alguma família. No entanto, nós educadores, devemos dar um tratamento mais reflexivo a este tema, em sua relação com a escola, a fim de fundamentar uma prática coerente e adequada aos nossos alunos.

A família como tema aparece na publicidade, na novela, na literatura, na música, na arte...

Ouça essa música, clicando aqui . Clique aqui e acompanhe a letra da música.

Família (Titãs - Arnaldo Antunes e Toni Bellotto)

acompanhe a letra da música.

Família (Titãs - Arnaldo Antunes e Toni Bellotto) x

Família! Família!

Papai, mamãe, titia

Família! Família!

Almoça junto todo dia

Nunca perde essa mania...

Mas quando a filha

Page 2: Núcleo Básico Modulo 6

Quer fugir de casa

Precisa descolar um ganha-pão

Filha de família se não casa

Papai, mamãe

Não dão nem um tostão...

Família êh! Família ah!

Família! oh! êh! êh! êh!

Família êh! Família ah!

Família!...

Família! Família!

Vovô, vovó, sobrinha

Família! Família!

Janta junto todo dia

Nunca perde essa mania...

Mas quando o neném

Fica doente

Uô! Uô!

Procura uma farmácia de plantão

O choro do neném é estridente

Uô! Uô!

Assim não dá pra ver televisão...

Família êh! Família ah!

Família! oh! êh! êh! êh!

Família êh! Família ah!

Família! hiá! hiá! hiá!...

Família! Família!

Cachorro, gato, galinha

Família! Família!

Vive junto todo dia

Nunca perde essa mania...

A mãe morre de medo de barata

Uô! Uô!

O pai vive com medo de ladrão

Jogaram inseticida pela casa

Uô! Uô!

Botaram cadeado no portão...

Família êh! Família ah!

Família!

Família êh! Familia ah!

Família! oh! êh! êh! êh!

Família êh! Família ah!

Família! hiá! hiá! hiá!...

Família – Arnaldo Antunes/Toni Belloto.

Rosa Celeste Empreendimentos Art. Ltda./Universal Music Publ./MGB BRASIL LTDA.

Exercite a observação

Page 3: Núcleo Básico Modulo 6

Propomos pensar sobre a família, quer dizer, as famílias, porque, assim como a sociedade, a família

está sempre em transformação, mutação.

Clique em Saiba Mais para que vejamos a visão do poeta Carlos Drummond de Andrade:

Diante desse tema tão rico, tão polêmico, e sobre o qual todo mundo tem uma opinião, uma visão, um

comentário, uma experiência, iremos neste módulo desenvolver um percurso reflexivo sobre a

FAMÍLIA, célula nuclear da organização social e parceira inconteste da instituição escolar na

atualidade.

Saiba Mais x

Vejamos a visão do poeta Carlos Drummond de Andrade:

Família

Três meninos e duas meninas,

sendo uma ainda de colo.

A cozinheira preta, a copeira mulata,

o papagaio, o gato, o cachorro,

as galinhas gordas no palmo da horta

e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,

o cigarro, o trabalho, a reza,

a goiabada na sobremesa de domingo,

o palito nos dentes contentes,

Page 4: Núcleo Básico Modulo 6

o gramofone rouco toda noite

e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,

o médico uma vez por mês,

o bilhete todas as semanas

branco! mas a esperança

sempre verde.

A mulher que trata de tudo

e a felicidade.

FAMÍLIA – In: Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade, Editora Record, Rio de Janeiro,

Carlos Drummond de Andrade (c) Graña Drummond - www.carlosdrummond.com.br .

Dica x

A família também tem sido fonte de inspiração para outros escritores brasileiros. Vale a pena conferir:

"Laços de Família", de Clarice Lispector;

Reunião de Família, de Lia Luft.

Exercite a observação

Façamos um breve deslocamento no tempo: vamos observar uma imagem do que seria uma família

tradicional.

(clique sobre a imagem para ampliar)

O que você vê nesta figura?

Page 5: Núcleo Básico Modulo 6

Observe atentamente como cada personagem está retratado no quadro. Como você percebe a postura, a

atitude, de cada um deles? Como você descreveria a figura da mãe? E o pai? Que tarefas estão sendo

executadas? O que elas significam?

Pense nessas questões durante alguns minutos.

Saiba Mais x

Este quadro faz parte do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Para maiores informações sobre o museu, visite o seu site .

Exercite a observação

Você notou que na cena retratada a figura do pai aparece em destaque? Ele está um pouco à direita

(próximo do cão e dos instrumentos musicais), lê um documento e ninguém se dirige a ele, numa

atitude soberana; usa trajes formais e se senta sobre algo como um manto. O pai não se ocupa das

crianças, está absolutamente concentrado em sua leitura.

Vamos nos deter agora na figura da mãe: aparece ao fundo da cena, mas em posição central,

orientando e introduzindo a filha nos afazeres domésticos. Ela está posicionada atrás da figura do

homem.

E os filhos? Entre as figuras do pai e da mãe, mas mais próximos da mãe, estão os outros membros da

família: um menino em pé, lendo, e as outras três crianças aos pés da mãe, uma delas com um bebê

negro nos braços. Podemos perceber que a criança que está em pé, é um menino, e também lê. As

outras crianças parecem estar numa posição hierarquicamente inferior. Só o pai e o menino leem,

dedicam-se a uma tarefa considerada mais nobre. A mãe, introduz a filha nos afazeres domésticos. Há

uma distinção muito nítida entre o universo masculino e o universo feminino. A mãe está mais

próxima da janela, dos arranjos.

Page 6: Núcleo Básico Modulo 6

(clique sobre a imagem para ampliar)

Note que do lado esquerdo do quadro se concentram os objetos do mundo feminino e do lado direito

aqueles que definem o universo masculino.

Trata-se de uma cena urbana, já que podemos visualizar os muros e, portanto, há vizinhos. Observe

que é uma família numerosa, composta por quatro a cinco crianças. A privacidade da família fica

marcada ao concentrar-se intramuros e é importante também observar as roupas e os objetos

decorativos retratados.

Podemos dizer que essa imagem família tradicional.

Família tradicional x

Configuração estabelecida na organização familiar, tendo o pai como figura central, seja na sua sustentação (econômico-financeira), seja na sua autoridade (disciplina e poder decisório), conferindo à mulher e à criança um papel subalterno.

Como é a família de hoje?

Se você retratasse uma família hoje, como seria esta cena? Quais personagens estariam presentes? Em

que atividades eles estariam envolvidos? Qual seria o cenário? E os objetos presentes na cena?

Imaginou?

Agora, experimente fazer algumas simulações no quadro a seguir.

A partir dessa simulação, você pode tirar muitas conclusões. Destaquemos duas delas:

a família está mudando;

há muitos modos de ser família hoje.

Vamos pensar um pouco nesta trajetória?

Três grandes períodos na evolução da Família

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Page 7: Núcleo Básico Modulo 6

Clique sobre o título para ler o conteúdo.

Família tradicional: Submetida a uma autoridade patriarcal 9(verdadeira transposição da monarquia de direito divino). Marcada pelos casamentos arranjados. Visando assegurar a transmissão de um patrimônio. Sustentada em um mundo imutável, organizado sobre os pilares da tradição.

Família moderna: Fundada no amor romântico (reciprocidade de sentimentos e desejos carnais). Marcada pela divisão do trabalho e da autoridade entre os esposos. Passa a ser dever do Estado assegurar a educação e, portanto, este passa a dividir a autoridade com os pais na educação das crianças. Os casamentos passam a ser realizados a partir da escolha dos cônjuges: a sexualidade passa a revelar publicamente que há algo além das identificações sociais (do fim do século XVIII a meados do século XX).

Família pós-moderna ou Contemporânea: Une, ao longo de uma duração relativa, dois indivíduos em busca de relações íntimas e realização sexual. A transmissão da autoridade torna-se cada vez mais problemática devido aos divórcios e recomposições. A família foi sendo dessacralizada, mas permanece a instituição humana mais sólida da sociedade ( a partir de 1960).

(Fonte: ROUDINESCO, E. A fam´lia em Desordem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003, p.19.)

Esse quadro apresenta de forma resumida as principais mudanças no campo da família. Contudo, essa evolução não exclui a coexistência de diferentes tipos de família na atualidade, inclusive o modelo tradicional. Agora, não podemos esquecer que estas concepções partem de um modelo europeu. E a sociedade brasileira, ela seguiu esse enquadramento, essa definição? Quais seriam as nossas particularidades neste percurso?

E a família brasileira?

O que esquecemos, muitas vezes, é que o modelo de família, de origem europeia, ao deslocar-se para o Brasil encontrou um contexto no qual o papel da mulher sempre se mostrou com outra dimensão, desde as combinações entre índios e colonos portugueses, e seus núcleos organizacionais, até a presença africana e sua forte constituição matriarcal. Dentro dessa variada e rica simbiose tivemos uma história da família complexa e mutante, que a segunda metade do século XX só veio enriquecer.

O surgimento de uma etnia brasileira (...) que possa envolver e acolher a gente variada que aqui se juntou, passa tanto pela anulação das identificações étnicas de índios, africanos e europeus, como pela indiferenciação entre as várias formas de mestiçagem. (...) Só por esse caminho, todos eles chegam a ser uma só gente, que se reconhece como igual em alguma coisa substancial que anula suas diferenças e os opõe a todas as outras gentes. Dentro do novo agrupamento, cada membro, como pessoa, permanece inconfundível, mas passa a incluir sua pertença a certa identidade coletiva. (RIBEIRO, Darcy. Viva o Povo Brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 119-120.)

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Page 8: Núcleo Básico Modulo 6

Mudanças sociais e suas influências sobre a

família

A partir da segunda metade do século XX, uma série de elementos em combinação – economia, cultura, legislação, direito entre muitos outros – tem levado a mudar a presença e o papel dos personagens familiares: pais, mães e filhos. Considerando, por exemplo, as alterações do campo do trabalho e a inserção da mulher trabalhadora em um alto nível de participação, ou a questão da constituição de um largo corpo legislativo voltado à proteção e ao direito da criança e do adolescente, constatamos profundas alterações sociais que têm, num curto espaço de tempo histórico, influenciado a organização, a composição e a identidade do que chamamos família. Veja no quadro a seguir os principais processos econômicos e políticos que incidiram sobre a família brasileira:

Democratização – anos 1980: A luta pelo fim da Ditadura Militar, a discussão sobre os rumos da sociedade brasileira, o surgimento de novas demandas sociais e de sujeitos sociais que até então estavam à margem do atendimento do Estado. Levaram a um período rico e dinâmico, abrindo perspectivas em vários campos: os direitos, a representatividade, a organização civil, entre outros;

Estabilidade da Economia – anos 1990: Apesar da crise econômica herdada da década anterior, e de outras que surgiram ao longo do período, ocorreu a estabilidade da moeda e, consequentemente, o controle inflacionário, o que possibilitou ao país uma renovação de suas estruturas e de sua produtividade; mesmo com esse incremento, ainda se mantiveram condições de injustiça e de desigualdade social;

Ascensão das Classes Populares – Início anos 2000: Aumento do consumo nacional, junto com o acesso de enormes contingentes sociais que até então não tinham condições econômicas de ascender socialmente; é um período de supremacia da tecnologia, que passa a ocupar todas as referências cotidianas; com esse forte deslocamento social, conflitos sociais e lutas por direitos se acentuam, exigindo umanova colocação para seus encaminhamentos.

Nesse cenário de intensas transformações, tanto a família como a escola sofreram inúmeras alterações,

constituindo um novo referencial que ainda está sendo processado e compreendido por todos.

Saiba mais:

Page 9: Núcleo Básico Modulo 6

Leia a entrevista com Marcelo Néri, “Cresceu e veio para ficar”, clicando aqui.

Tema 2: Novas configurações familiares - principais desafios

Novas configurações familiares – principais

desafios

Estas transformações refletem uma crise ou uma mudança? É uma tarefa docente refletir sobre estas

questões e conhecer as famílias de seus alunos, antes de idealizá-las.

Há diversas maneiras de constatarmos que a família mudou. Podemos recorrer aos dados do IBGE ,

aos programas televisivos voltados ao grande público, aos comerciais de televisão, às produções

bibliográficas de autores de diversas áreas (como a psicologia, a sociologia, a psicanálise, a educação),

às charges e tirinhas de jornal ou, ainda, ao cotidiano escolar e ao relato de professores sobre as

famílias de seus alunos.

As transformações no campo da família refletem mudanças importantes nos modos como as relações têm se estabelecido na atualidade e têm consequências visíveis no cotidiano escolar, na relação entre professor e aluno e entre escola e família.

Mudanças na família

Vejamos na charge ao lado como as mudanças na família são retratadas.

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Page 10: Núcleo Básico Modulo 6

Que mudanças são essas? Trata-se verdadeiramente de uma crise na família?

É fundamental refletir sobre essa temática para, num segundo momento, construir estratégia de

intervenção com nossos alunos e suas famílias, e elaborar projetos com as famílias de nossos alunos e

com a comunidade. Portanto, vamos nos deter nos modos como a família vem sendo retratada nos

diversos meios citados e nos principais estudos sobre as modificações no âmbito da família.

Dados do IBGE sobre a família brasileira

Vejamos agora alguns dados do IBGE sobre a família brasileira:

O padrão de família no Brasil apresentou algumas mudanças nas últimas décadas do século XX.

Dentre essas, destacam-se:

queda substancial do tamanho da família;

aumento do número de famílias do tipo mulheres sem cônjuge com filhos;

aumento do número de famílias cujas pessoas de referência são mulheres.

Page 11: Núcleo Básico Modulo 6

Gráfico 1

Fonte: IBGE.

Mas ainda predomina o padrão histórico de família, “casal com filhos” (Gráfico 1).

Saiba Mais x

Você sabia que nos últimos anos é cada vez maior o número de famílias que optam por não ter filhos?

A “dink family” (duplo salário, nenhuma criança, da sigla em inglês) já é um padrão social e não

apenas uma questão de comportamento para a sociedade brasileira. Observe no Gráfico 1 que este

modelo de família está contemplado no item “casal sem filhos”. (Fonte: Revista Família Brasileira,

suplemento da Folha de S. Paulo, 7 out. 2007, p. 56.)

Dados do IBGE sobre a família brasileira

Desde a década de 1980 vem crescendo continuamente a proporção de mulheres como pessoa de referência da família. Essa é uma tendência que pode ser observada no Gráfico 2, a seguir.

Gráfico 2

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1981 a 1989, 1990 e 2001.

Page 12: Núcleo Básico Modulo 6

Saiba Mais x

Você sabia que o termo “monoparental” foi instituído na França em 1975, para designar, sem estigmatizar, um modelo de família “irregular” (formado pelas “mães solteiras”), julgado mais negativo do que o da parentalidade reconstituída. (ROUDINESCO, E. A família em desordem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.)

Biblioteca x

Para saber mais sobre as famílias monoparentais ver Revista Mente e Cérebro, ano XVI, n. 193, fev. 2009.

Estudo sobre a composição familiar - leitura de

texto

Agora sugerimos a leitura do texto de M. R. Kehl, intitulado “Em defesa da família tentacular”. Clique

aqui para ler.

Esta leitura permitirá que avancemos na discussão, reunindo elementos para:

colocar em suspenso a perspectiva de que existiria uma crise na família (o que legitimaria ver

as famílias contemporâneas sob o estigma da falta de estrutura);

colocar em suspenso a ideia de que existiria uma família ideal;

verificar como as mudanças no campo da família refletem mudanças mais amplas que estão

ocorrendo no campo social, observando suas consequências para as relações que se

estabelecem entre alunos e professores, professores e pais, famílias e escola;

e, por último, refletir sobre as possibilidades e limites no trabalho com as famílias.

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Famílias desestruturadas?

A partir do texto lido, podemos afirmar que a família vem se modificando e novas configurações familiares têm reclamado legitimidade e reconhecimento social na atualidade. Contudo, diversos autores se posicionam de forma cuidadosa diante daqueles que alardeiam uma crise na família ou que a família estaria em vias de extinção.

De fato, as famílias com as quais temos nos deparado na escola não se parecem com um certo ideal de

família identificado com os comerciais da “família doriana” divulgados nos anos 1980: pai, mãe e

filhos (de preferência um casal), cachorro e uma refeição partilhada de modo afetivo e agradável.

O que se questiona é que as percepções dessas mudanças levem a um julgamento destas famílias em

termos de “famílias desestruturadas”.

Esse discurso em relação às famílias circula na escola, mas também entre assistentes sociais,

psicólogos, juristas, etc., como se todos acreditassem que muitos dos problemas que têm nos afligido

na atualidade pudessem ser atribuídos a uma crise na família. M. R. Kehl, autora do texto, observa que

a crise social que afeta todo o país está diretamente relacionada com a degradação dos espaços

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Page 14: Núcleo Básico Modulo 6

públicos que vem ocorrendo sistematicamente no Brasil, afetando em especial as camadas mais

pobres.

"A família não é mais a mesma"

A frase “a família não é mais a mesma” indica que avaliamos nossa vida familiar em comparação a um

modelo de família idealizado, modelo este que correspondeu às necessidades da sociedade burguesa

emergente em meados do século XIX (Imagem 1). Estudos demográficos recentes (Gráficos 1 e 2)

indicam tendências de afastamento em relação a este padrão, que as classes médias brasileiras

adotaram como ideal.

Quando se afirma que “a família não é mais a mesma”, não podemos deixar de nos perguntar: essa

suposta família “normal” seria garantia de desenvolvimento saudável para suas crianças?

Você sabia que em países como a França, por exemplo, as novas formas de família vêm

recebendo também novos nomes, que permitem legitimá-las como família: famílias

monoparentais, pluriparentais, recompostas e homoparentais?

Você sabia que o Censo 2010 será um retrato de corpo inteiro do país com o perfil da

população e as características de seus domicílios, ou seja, ele nos dirá como somos, onde

estamos e como vivemos? (Fonte: site do IBGE).

Reflexão

Até aqui, discutimos o que é uma família, possibilidades de nos posicionarmos frente à ideia de que

estaríamos diante de uma crise na família e mesmo de que haveria uma família ideal. Destacamos as

principais mudanças no campo da família e algumas características da família brasileira na atualidade.

Constatamos a presença de novas formas de família em charges, em pesquisas quantitativas e na

bibliografia recente de autores renomados.

Agora abordaremos as novas formas pelas quais a família tem se apresentado. Para tanto, gostaríamos que você tomasse alguns minutos para refletir sobre as seguintes questões (esta reflexão pode ser realizada a partir de experiências anteriores de docência e/ou do estágio que você está realizando): 1) como são os alunos? Como são suas famílias?

2) Quem são os responsáveis que comparecem às reuniões de pais? (pais, mães, avôs, vizinhos, padrasto, irmãos mais velhos, outros...)

3) Que imagem você tem sobre as famílias dos alunos? Há alunos que têm famílias melhores que outros? Por quê? Comosão estas famílias (melhores ou piores)?

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4) pense, então: para você, quais sinais indicam que uma criança tem uma boa família?

Vídeo sobre "A nova cara da família brasileira"

Agora gostaríamos que você assistisse o seguinte trecho da área de jornalismo da TV Cultura, sobre “a

nova cara da família brasileira”.

Um primeiro ponto a discutir seria por que um programa como esse se dedica ao tema das mudanças

no campo da família?

Uma hipótese seria que, de fato, este é um tema muito atual e as realidades estão se modificando de

forma tão intensa e rápida que é preciso que a sociedade possa refletir sobre essas mudanças, para

poder absorvê-las.

Exemplos de organizações familiares

Um segundo ponto que chama a atenção é que o programa selecionou três formas de família para

apresentar. Detenhamo-nos em cada uma delas:

Primeira família: A primeira família apresentada é composta apenas por mulheres – família chamada,

desde a década de 1970, de monoparentais, nome que foi forjado para diminuir o preconceito com o

qual eram tratadas as mulheres sozinhas ou abandonadas pelos maridos (vimos no gráfico 2 o

crescimento significativo desta forma de família nos últimos anos);

Segunda família: a segunda família é composta por um pai e seu filho adotivo – modalidade de adoção

prevista na lei. Trata-se também de uma família monoparental, mas desta vez composta apenas pelo

homem (um dado importante que o programa ressalta é que, atualmente, para cada dez famílias

compostas apenas pela mulher, há uma composta por apenas um homem (este dado está retratado no

gráfico 1) – Observe que o gráfico não comtempla ``homens sem cônjuge, com filhos´´, no entanto,

estes podem estar representados na categoria ``família unipessoais´´ ou ainda em ``outros´´;

Terceira família: é a primeira família formada por um casal de homossexuais autorizados a adotar uma

criança (trata-se de um caso de jurisprudência). Podemos notar que o programa dedica mais tempo a

esta terceira família, seus membros são retratados em diferentes situações (um dos pais acompanhando

a menina para aulas particulares, um dos pais na cozinha com a criança, cenas de alimentação, a

comemoração do aniversário) e são também entrevistados de modo que podemos destacar alguns

pontos interessantes no que diz respeito a o que é uma família, a uma modalidade específica de

família, à criança na família e aos profissionais da infância.

Page 16: Núcleo Básico Modulo 6

Saiba Mais x

http://www.ibdfam.org.br (Instituto Brasileiro de Direito de Família).

Entrevista com psicanalista belga sobre as

relações familiares na atualidade

Assim, não é possível a escola manter certos preconceitos na hora de construir suas relações com as famílias de seus alunos. Vejamos como o psicanalista belga, Jean-Pierre Lebrun, estudioso das relações familiares, coloca-se quando entrevistado pela revista Veja:

VEJA – Costuma-se atribuir o mau comportamento dos filhos à falta da estrutura familiar tradicional, como a que ocorre após uma separação. Qual a exata influência que isto pode ter? JPL – Uma família organizada de forma aparentemente harmônica não necessariamente faz de um jovem uma pessoa capaz de conviver e suportar o sofrimento inerente à condição humana. Esta capacidade pode ser pequena em famílias aparentemente realizadas, com estrutura sólida. Assim como pode ser enorme em uma família conflituosa, dividida, conturbada. Por isso não se deve levar em conta apenas o aspecto exterior da família. O que vale é a capacidade dos pais em fazer os filhos crescerem. De incutir-lhes a verdadeira condição humana. Este é o bom ambiente familiar, independentemente do desenho que a família tenha.

Diante disso, imaginar que a relação da família com o restante da sociedade fosse permanecer a mesma é no mínimo querer ser ingênuo. Portanto, a escola, uma instituição extremamente vinculada à família, não pode

Page 17: Núcleo Básico Modulo 6

querer imobilizar uma relação quando os sujeitos que a constituem estão mudando, tanto a escola como a família, neste início de século XXI.

Saiba Mais x

Para ler na íntegra a entrevista com Jean-Pierre Lebrun (“Ensinem os filhos a falhar”) acesse o site.

Tema 3: Parceria escola-família

Parceria escola-família

Quando as notas são altas e tudo vai bem, ninguém pensa em discutir a relação. Se o boletim e o comportamento deixam a desejar, começa o jogo de empurra. Professores culpam a família “desestruturada”, que não impõe limites nem se interessa pela Educação. Os pais, por sua vez, acusam a escola de negligente, quando não tacham o próprio filho de irresponsável. Nessa briga – nada saudável –, a única vítima é o aluno.

(trecho extraído da revista Nova Escola, jun./jul. 2006, p. 32).

A mudança é visível. Na Europa, por exemplo, quando um professor dá nota baixa a um aluno, é certo que os pais vão aparecer na escola no dia seguinte para reclamar com ele. Há vinte, trinta anos, era o aluno que tinha de dar satisfações aos pais diante do professor. É uma completa inversão. (trecho extraído da entrevista realizada com o psicanalista belga Jean-Pierre Lebrun, “Ensinem os filhos a falhar” à revista Veja em 9 dez. 2009, edição 2.142).

Essa cena lhe parece familiar? A que você a atribui? (clique sobre a imagem para ampliar)

O desejo de parceria por parte da escola e por

parte da família

Caro Professor,

Page 18: Núcleo Básico Modulo 6

Se você der uma olhada no conteúdo do Você sabia, logo a seguir, poderá constatar quão desejosos de

uma boa parceria são os dois lados envolvidos na educação de nossos alunos: família e professores.

Pois bem, o caminho percorrido até aqui neste módulo, visa a permitir que abandonemos a conhecida

hipótese da “família desestruturada”, a tendência a culpabilizar as famílias, para formularmos

possibilidades concretas de parceria entre escola e família.

Conforme reportagem publicada na revista Nova Escola, em junho/julho de 2006 sobre a parceria entre

escola e família, “abrir as portas à participação de familiares e da comunidade ajuda os alunos a ter

sucesso na vida escolar e colabora para diminuir a evasão e a violência” (p. 32).

Você sabia que uma pesquisa realizada pelo instituto La Fabricca do Brasil, em conjunto com o Ministério da Educação, mostrou que há um desejo explícito por mais intimidade entre escola e família? 77,2% dos pais acham que um bom relacionamento entre as duas partes é raro, mas 43,7% gostariam que a escola promovesse mais reuniões, palestras e encontros para eles. Já 77,2% dos professores de instituições públicas consideram insatisfatória a participação dos familiares, mas 99,5% creem ser de extrema importância um contato mais estreito. (Fonte: revista Nova Escola, jun./jul. 2006, p. 33)

Relação entre escola e família, uma fonte de

desencontros?

Vejamos como alguns pesquisadores, estudiosos e protagonistas desta relação se posicionam a respeito das dificuldades vivenciadas neste encontro*:

• Daniela de Figueiredo, doutora pela faculdade de filosofia , ciências e Letras da USP Ribeirão Preto:

“A verdade é que estamos perdidos. Há uma questão social muito mais ampla na qual a escola está inserida. A cultura escolar precisa ser repensada na maneira de entender os problemas e suas soluções.“

“Na medida em que trabalha com a camada popular, a escola deveria saber como ela é. Não resolve dizer: dá um jeito. A escola pública não tem se preocupado em servir essa população. Pelo contrário, parece que faz um grande favor de dar escola gratuita a essa população.” ”Muitas vezes eles (os pais) nem sabem como lutar pelos direitos, se estão certos ou errados. Ficam muito envergonhados diante da escola quando o filho é visto como problema.”

• Eduardo Garcia Amaral, professor de filosofia na EE Zuleika de Barros:

”Há um discurso de poder aí: nos somos responsáveis pela educação de seu filho porque fomos formados para trabalhar com isso. Você não.“

• Maria Claudia Vieira Fernandes, diretora da Emef Armando Cridey Righetti:

“Há uma campanha forte na média contra a educação. Quando aparece algo, é ruim. Isso não ajuda a criar um sentimento de colaboração.”

• Maria Alice Nogueira, coordenadora do Observatório Sociológico Família-Escola da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG):

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”A divisão de trabalhos entre escola e família está embaralhada. O fato de que esses dois territórios não têm fronteiras claras ocasiona tanta tensão.“

“Não há pai de classe popular que não fale para seu filho estudar para ter um futuro melhor. O problema é que eles têm poucas condições econômicas e culturais para colocar isso em prática.”

”As pesquisas já nos mostraram que omisso ele (os pais) não são. O que a escola espera dos pais em geral é a participação de um pai de classe m´dia com capital cultural. Que conhece o funcionamento, o filho, as regras, que se informa.“

• Julio Groppa Aquino, professor da Faculdade de Educação da USP:

“Só chamamos os pais na hora que o bicho pega. Ou nas festinhas insossas. Na escola privada, chamamos pra mostrar que o dinheiro está valendo. Na pública, para responsabilizarmos os pais pela parte pedagógica. Só temmuma saída: não participar.“

• Rosely Sayão, psicóloga e consultora educacional:

“É preciso olhar para este mundo e pensar qual projeto desenvolver para que as crianças não sejam fatalidades do destino social. A escola precisa ter uma utopia. Caso contrário, não há sentido em sua existêencia.”

• Ana Cristina Nassif, psicóloga:

”Somos tão especialistas assim que os pais não podem entrar na discussão? É possível haver uma troca de saberes.“

(*estas citações foram extraídas do dossiê "Muito controle, pouca educação". Revista Educação, ano 13, n. 153.)

Legislação como eixo organizador

da relação escola-família

A escola é uma instituição muito antiga. Mas somente a partir do século XIX é que ela passa a fazer

parte daquilo que chamamos de políticas públicas, ou seja, uma ação do Estado voltada ao atendimento

de toda a população. Ao longo do século XX vão sendo instituídas as ferramentas que estruturam a

noção da educação como um direito social – no caso do Brasil, temos a partir da década de 1930 o

surgimento do Ministério da Educação e toda uma série de órgãos correlatos, além da elaboração de

um largo corpo legislativo. Isso tudo, envolto em amplos debates, disputas políticas e a participação de

segmentos sociais os mais diversificados.

De todo esse processo, ressaltamos um aspecto que é uma espécie, hoje em dia, de espinha dorsal da

concepção de escola pública brasileira: a gestão democrática.

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Page 20: Núcleo Básico Modulo 6

Legislação como eixo organizador da relação

escola-família

A ideia de uma escola democrática tem como um ponto crucial a participação, que implica numa

organização coletiva do espaço e das ações em seu interior. Pensando na aplicação desse princípio,

com quem a escola deverá compartilhar sua execução? Com todos: professores, alunos, técnicos,

comunidade...

Mas dentro dessa ótica, a família aparece como parceira privilegiada, tendo interesses e necessidades

diretamente ligados ao que a escola é e pretende constituir como meta educativa, o que exige, por sua

vez, o estabelecimento de regras e referências que pautem a relação entre ambos.

A questão sobre a presença e a participação das famílias junto às escolas tem sido foco de inúmeras

discussões e proposições em diversos níveis: no âmbito dos sistemas de ensino (MEC, Secretarias de

Educação etc.), no interior das Universidades e instituições de pesquisa, nos diversos meios de

comunicação ou, ainda, no próprio interior das comunidades escolares, ou seja, a sociedade como um

todo tem se preocupado muito com este tema.

Parceria escola-família: exemplos de referência

legal

O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), no parágrafo único de seu Artigo 53, coloca que “É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais”. Além disso, também informa, no Artigo 58, que “No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança”.

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Page 21: Núcleo Básico Modulo 6

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) define, como incumbências da escola: “articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola” (inciso VI do Artigo 12), bem como “informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola” (inciso VII, do mesmo Artigo). O professor, por sua vez, também tem a incumbência de “colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade” (inciso VI do Artigo 13).

A organização da escola e a participação da

comunidade

Conselho Escolar:

As famílias podem se envolver ativamente nas decisões tomadas pelas escolas dos seus filhos. Candidatar-se a uma vaga no Conselho Escolar é uma boa maneira de acompanhar e auxiliar o trabalho dos gestores escolares. Os conselhos escolares são constituídos por pais, representantes de alunos,professores,funcionários, membros da comunidade e diretores de escola. Cada escola deve estabelecer regras transparentes e democráticas de eleição dos membros do conselho.

Cabe ao Conselho zelar pela manutenção da escola e monitorar as ações dos dirigentes escolares a fim de assegurar a qualidade do ensino. Eles têm funções deliberativas, consultivas e mobilizadoras, fundamentais para a gestão democrática das escolas públicas.

Entre as atividades dos conselheiros estão, por exemplo, fiscalizar a aplicação dos recursos destinados à escola e discutir oprojeto pedagógico com a direção e os professores.

(Fonte: http://portal.mec.gov.br)

Escola da Família;

Este programa, da secretária estadual de Educação, proporciona a abertura de escolas da rede estadual de ensino nos fins de semana com o objetivo de criar uma cultura de paz, despertar potencialidades e ampliar os horizontes culturais de seus participantes.

Reúne profissionais de educação, universitários e voluntários.

Os espaços escolares antes ociosos aos fins de semana, passam a ser ocupados com atividades planejadas para a comunidade.

(Fonte: http://www.educacao.sp.gov.br)

Orientações para o estabelecimento de uma

parceria consistente

Vejamos agora algumas orientações que podem contribuir para o estabelecimento de uma parceria consistente:

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Page 22: Núcleo Básico Modulo 6

Recomendações do MEC para que os pais participem do dia a

dia de seus filhos:

cultive o hábito da leitura em sua casa; ajude seu filho a conservar o livro didático, pois o material servirá para outros alunos futuramente; acompanhe sua frequência às aulas e sua participação nas atividades escolares; visite a escola de seus filhos sempre que puder; observe se estão felizes; verifique a limpeza e a conservação das salas e demais dependências da escola; converse com outras mães, pais ou responsáveis sobre o que vocês observam na escola; converse com os professores sobre dificuldades e habilidades do seu filho; peça orientação aos professores e diretores, caso perceba alguma dificuldade no desempenho de seu

filho - procure saber o que fazer para ajudar; acompanhe as lições de casa; participe das atividades escolares e compareça às reuniões da escola (dê sua opinião); participe do Conselho Escolar.

(Recomendações para os pais, acompanhamento dos alunos dos Ensinos Fundamental e Médio [ver http://portal.mec.gov.br/index.html ])

Sugestões e procedimentos

Exemplo de experiências

Vejamos algumas experiências concretas: Clique em cada uma das abas para ler o conteúdo.

Experiência 1 Experiência 2 Experiência 3

1. Envolver os familiares na elaboração da proposta pedagógica

Foi o que fez a EE Giulio David Leone, em São Paulo. A partir de 1994, a diretora passou a convocar reuniões a cada dois meses com os pais, para contar o que os alunos iriam aprender, para que e com quem. Os pais que compareceram ajudaram na consolidação de um novo projeto pedagógico. Nos encontros, os familiares participavam de dinâmicas com o objetivo de perceber a importância do trabalho conjunto. Aos pais e alunos

Page 23: Núcleo Básico Modulo 6

(nos fins de semanas e no contraturno) foram oferecidas oficinas de culinária, informática, artes, teatro e jogos recreativos. Após 12 anos de parceria consolidada, a retenção caiu de 45% para 2%, a evasão recuou de 20% para 3% e o número de alunos que presta vestibular saltou para 60%, contra menos que 1% em 1994. (Fonte: revista Nova Escola, jun./jul. 2006, p.35-36.)

2. Visitar as famílias de seus alunos

A Secretaria Municipal de Educação de Taboão da Serra vem realizando um projeto pioneiro, o "Programa de Interação Família-Escola", no qual os professores da Rede Municipal visitam as casas dos seus alunos. O Programa pretende estreitar a relação entre as famílias e a escola, diminuindo a repetência e melhorando o ensino municipal.

O Programa de Interação Família-Escola pretende atingir todos os alunos do Ensino Fundamental da Rede Municipal. Apesar de optativo, a maioria dos professores já aderiu ao Programa. As visitas são realizadas fora do horário de aula e os professores recebem um pró-labore. Ao lado, está disponível um vídeo no qual professores e familiares falam sobre a experiência de visitar/ser visitado neste projeto.

3. Participação de pais no Conselho Escolar

Na escola de Educação Infantil Sarah Victalino Gueiros, no município de Vila Velha (ES), os professores tomaram a iniciativa de convocar a comunidade e criaram um Conselho Escolar. Mais de 200 pais participaram das primeiras votações. Agora, os integrantes do Conselho deliberam juntos sobre questões que vão do plano pedagógico à merenda servida no colégio.

NOTA: Veja como a UNESCO se posiciona frente a projetos de integração escola-família.

Depoimento x

Page 24: Núcleo Básico Modulo 6

Depoimento de uma professora participante do “Programa de Interação Família-Escola”: “Não foi fácil para que eu aceitasse. No início eu relutei, eu não sou de aceitar muito fácil aquilo que eu não tenho certeza do que eu quero...” “Eu vou aceitar porque eu acho injusto o meu aluno perder essa oportunidade...” “Estar conhecendo qual era o trabalho da escola, isso eu fiz em todas as famílias que eu fui”. “Qual é a escola ideal, o que é o professor, o que é a nossa escola hoje, o que ela precisa ser modificada... porque se essa visita não servir para o pai falar e dar a sua opinião sobre o que nós precisamos fazer para modificá-la, também não acho que nós vamos atingir o nosso objetivo.” “Saber conhecer, saber conviver, saber fazer e saber ser, se eu não conseguir ensinar meus alunos esses quatro pilares que sustentam toda uma educação, eu simplesmente vou estar dando teorias e conceitos, mas atitudes e ações talvez eu não esteja passando para eles.”

Projetos de integração escola-família x

Falamos, durante todo este estudo, dos efeitos favoráveis da implantação de um programa de interação entre profissionais da educação e familiares, para o processo educacional e até para a consolidação de políticas sociais. Mas reservamos para o final destacar a mudança mais visível, imediata e incontestável: a elevação da autoestima dos alunos. Quando ocorre um bem conduzido processo de aproximação entre escola e família, as crianças tornam-se mais participativas em salas de aula, animadas com os estudos e alegres com a escola. Ou seja: alunos felizes. Interação escola-família: subsídios para práticas escolares. Jane Margareth Castro e Marilza Regattieri (orgs.) Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Ministério da Educação (MEC), 2010. http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001877/187729POR.pdf .

2. Visitar as famílias de seus alunos

A Secretaria Municipal de Educação de Taboão da Serra vem realizando um projeto pioneiro, o "Programa de Interação Família-Escola", no qual os professores da Rede Municipal visitam as casas dos seus alunos. O Programa pretende estreitar a relação entre as famílias e a escola, diminuindo a repetência e melhorando o ensino municipal.

O Programa de Interação Família-Escola pretende atingir todos os alunos do Ensino Fundamental da Rede Municipal. Apesar de optativo, a maioria dos professores já aderiu ao Programa. As visitas são realizadas fora do horário de aula e os professores recebem um pró-labore. Ao lado, está disponível um vídeo no qual professores e familiares falam sobre a experiência de visitar/ser visitado neste projeto.

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3. Participação de pais no Conselho Escolar

Na escola de Educação Infantil Sarah Victalino Gueiros, no município de Vila Velha (ES), os professores tomaram a iniciativa de convocar a comunidade e criaram um Conselho Escolar. Mais de 200 pais participaram das primeiras votações. Agora, os integrantes do Conselho deliberam juntos sobre questões que vão do plano pedagógico à merenda servida no colégio.

NOTA: Veja como a UNESCO se posiciona frente a projetos de integração escola-família.

Depoimento x

Depoimento de uma professora participante do “Programa de Interação Família-Escola”: “Não foi fácil para que eu aceitasse. No início eu relutei, eu não sou de aceitar muito fácil aquilo que eu não tenho certeza do que eu quero...” “Eu vou aceitar porque eu acho injusto o meu aluno perder essa oportunidade...” “Estar conhecendo qual era o trabalho da escola, isso eu fiz em todas as famílias que eu fui”. “Qual é a escola ideal, o que é o professor, o que é a nossa escola hoje, o que ela precisa ser modificada... porque se essa visita não servir para o pai falar e dar a sua opinião sobre o que nós precisamos fazer para modificá-la, também não acho que nós vamos atingir o nosso objetivo.” “Saber conhecer, saber conviver, saber fazer e saber ser, se eu não conseguir ensinar meus alunos esses quatro pilares que sustentam toda uma educação, eu simplesmente vou estar dando teorias e conceitos, mas atitudes e ações talvez eu não esteja passando para eles.”

Projetos de integração escola-família x

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Falamos, durante todo este estudo, dos efeitos favoráveis da implantação de um programa de interação entre profissionais da educação e familiares, para o processo educacional e até para a consolidação de políticas sociais. Mas reservamos para o final destacar a mudança mais visível, imediata e incontestável: a elevação da autoestima dos alunos. Quando ocorre um bem conduzido processo de aproximação entre escola e família, as crianças tornam-se mais participativas em salas de aula, animadas com os estudos e alegres com a escola. Ou seja: alunos felizes. Interação escola-família: subsídios para práticas escolares. Jane Margareth Castro e Marilza Regattieri (orgs.) Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Ministério da Educação (MEC), 2010. http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001877/187729POR.pdf .

Experiência 1 Experiência 2 Experiência 3

1. Envolver os familiares na elaboração da proposta pedagógica

Foi o que fez a EE Giulio David Leone, em São Paulo. A partir de 1994, a diretora passou a convocar reuniões a cada dois meses com os pais, para contar o que os alunos iriam aprender, para que e com quem. Os pais que compareceram ajudaram na consolidação de um novo projeto pedagógico. Nos encontros, os familiares participavam de dinâmicas com o objetivo de perceber a importância do trabalho conjunto. Aos pais e alunos (nos fins de semanas e no contraturno) foram oferecidas oficinas de culinária, informática, artes, teatro e jogos recreativos. Após 12 anos de parceria consolidada, a retenção caiu de 45% para 2%, a evasão recuou de 20% para 3% e o número de alunos que presta vestibular saltou para 60%, contra menos que 1% em 1994. (Fonte: revista Nova Escola, jun./jul. 2006, p.35-36.)

2. Visitar as famílias de seus alunos

A Secretaria Municipal de Educação de Taboão da Serra vem realizando um projeto pioneiro, o "Programa de Interação Família-Escola", no qual os professores da Rede Municipal visitam as casas dos seus alunos. O Programa pretende estreitar a relação entre as famílias e a escola, diminuindo a repetência e melhorando o ensino municipal.

O Programa de Interação Família-Escola pretende atingir todos os alunos do Ensino Fundamental da Rede Municipal. Apesar de optativo, a maioria dos professores já aderiu ao Programa. As visitas são realizadas fora do horário de aula e os professores recebem um pró-labore. Ao lado, está disponível um vídeo no qual professores e familiares falam sobre a experiência de visitar/ser visitado neste projeto.

Experiência 1 Experiência 2 Experiência 3

1. Envolver os familiares na elaboração da proposta pedagógica

Foi o que fez a EE Giulio David Leone, em São Paulo. A partir de 1994, a diretora passou a convocar reuniões a cada dois meses com os pais, para contar o que os alunos iriam aprender, para que e com quem. Os pais que compareceram ajudaram na consolidação de um novo projeto pedagógico. Nos encontros, os familiares participavam de dinâmicas com o objetivo de perceber a importância do trabalho conjunto. Aos pais e alunos

Page 27: Núcleo Básico Modulo 6

(nos fins de semanas e no contraturno) foram oferecidas oficinas de culinária, informática, artes, teatro e jogos recreativos. Após 12 anos de parceria consolidada, a retenção caiu de 45% para 2%, a evasão recuou de 20% para 3% e o número de alunos que presta vestibular saltou para 60%, contra menos que 1% em 1994. (Fonte: revista Nova Escola, jun./jul. 2006, p.35-36.)

2. Visitar as famílias de seus alunos

A Secretaria Municipal de Educação de Taboão da Serra vem realizando um projeto pioneiro, o "Programa de Interação Família-Escola", no qual os professores da Rede Municipal visitam as casas dos seus alunos. O Programa pretende estreitar a relação entre as famílias e a escola, diminuindo a repetência e melhorando o ensino municipal.

O Programa de Interação Família-Escola pretende atingir todos os alunos do Ensino Fundamental da Rede Municipal. Apesar de optativo, a maioria dos professores já aderiu ao Programa. As visitas são realizadas fora do horário de aula e os professores recebem um pró-labore. Ao lado, está disponível um vídeo no qual professores e familiares falam sobre a experiência de visitar/ser visitado neste projeto.

3. Participação de pais no Conselho Escolar

Na escola de Educação Infantil Sarah Victalino Gueiros, no município de Vila Velha (ES), os professores tomaram a iniciativa de convocar a comunidade e criaram um Conselho Escolar. Mais de 200 pais participaram das primeiras votações. Agora, os integrantes do Conselho deliberam juntos sobre questões que vão do plano pedagógico à merenda servida no colégio.

NOTA: Veja como a UNESCO se posiciona frente a projetos de integração escola-família.

Depoimento x

Depoimento de uma professora participante do “Programa de Interação Família-Escola”: “Não foi fácil para que eu aceitasse. No início eu relutei, eu não sou de aceitar muito fácil aquilo que eu não tenho certeza do que eu quero...” “Eu vou aceitar porque eu acho injusto o meu aluno perder essa oportunidade...” “Estar conhecendo qual era o trabalho da escola, isso eu fiz em todas as famílias que eu fui”. “Qual é a escola ideal, o que é o professor, o que é a nossa escola hoje, o que ela precisa ser modificada... porque se essa visita não servir para o pai falar e dar a sua opinião sobre o que nós precisamos fazer para modificá-la, também não acho que nós vamos atingir o nosso objetivo.” “Saber conhecer, saber conviver, saber fazer e saber ser, se eu não conseguir ensinar meus alunos esses quatro pilares que sustentam toda uma educação, eu simplesmente vou estar dando teorias e conceitos, mas atitudes e ações talvez eu não esteja passando para eles.”

Projetos de integração escola-família x

Falamos, durante todo este estudo, dos efeitos favoráveis da implantação de um programa de interação entre profissionais da educação e familiares, para o processo educacional e até para a consolidação de políticas sociais. Mas reservamos para o final destacar a mudança mais visível, imediata e incontestável: a elevação da autoestima dos alunos. Quando ocorre um bem conduzido processo de aproximação entre escola e família, as

Page 28: Núcleo Básico Modulo 6

crianças tornam-se mais participativas em salas de aula, animadas com os estudos e alegres com a escola. Ou seja: alunos felizes. Interação escola-família: subsídios para práticas escolares. Jane Margareth Castro e Marilza Regattieri (orgs.) Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Ministério da Educação (MEC), 2010. http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001877/187729POR.pdf

Princípios norteadores

INTERAÇÃO: O eixo central para o estabelecimento da parceria da família com a escola. Para efetivarmos a aproximação parceira que temos defendido neste módulo, há que sistematizar atitudes, posicionamentos e ações concretas. Inúmeros agentes sociais têm buscado apresentar alternativas e sistematizações sobre esta questão. Recentemente, no ano de 2010, a UNESCO e o MEC publicaram um documento (“Interação Escola-Família: subsídios para práticas escolares”) no qual são apresentadas algumas orientações. Vejamos no quadro a seguir algumas delas:

A possibilidade de várias abordagens e usos da interação escola-família exige que explicitemos algumas reflexões e escolhas que norteiam o estudo:

A expressão interação escola-família se baseia na ideia de reciprocidade e de influência mútua, considerando as especificidades e mesmo as assimetrias existentes nessa relação;

Outro detalhe que faz toda a diferença é a ordem escolhida para descrever a relação: escola-família e não família-escola.

Estamos assumindo que a aproximação com as famílias é parte do trabalho escolar, uma vez que as condições familiares estão presentes de forma latente ou manifesta na relação professor-aluno e constituem chaves de compreensão importantes para o planejamento da ação pedagógica. (Fonte: CASTRO, J. M.; REGATTIERI, M. (orgs.). Interação Escola-Família: subsídios para práticas escolares. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Ministério da Educação (MEC), 2010.)

Interação x

Atividade ou trabalho compartilhado, em que há trocas e influências recíprocas; comunicação entre pessoas que convivem; diálogo, trato, contato.

(Fonte: Dicionário Houaiss.)

Modalidades de interação escola-família

Reproduzimos agora os princípios formulados pelo documento da UNESCO/MEC, para uma proposta de interação escola-família: Clique em cada uma das abas para ler o conteúdo.

Princípio 1

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Page 29: Núcleo Básico Modulo 6

A educação de qualidade, como direito fundamental de todas as pessoas, tem como elementos

essenciais a equidade, a relevância e a pertinência, além de dois elementos de caráter operativo: a

eficácia e a eficiência.

O Estado (nos níveis federal, estadual e municipal) é o responsável primário pela educação escolar.

A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização. É também um espaço

de construção de identidade.

O reconhecimento de que a escola atende alunos diferentes uns dos outros possibilita a construção de

estratégias educativas capazes de promover a igualdade de oportunidades.

É direito das famílias ter acesso a informações que lhes permitam opinar e tomar decisões sobre a

educação de seus filhos e exercer seus direitos e responsabilidades.

O sistema de educação, por meio das escolas, é parte indispensável da rede de proteção integral que

visa assegurar outros direitos das crianças e adolescentes.

A proteção integral das crianças e adolescentes extrapola as funções escolares e deve ser articulada por

meio de ações que integrem as políticas públicas intersetoriais.

o.

Princípio 2

A educação de qualidade, como direito fundamental de todas as pessoas, tem como elementos

essenciais a equidade, a relevância e a pertinência, além de dois elementos de caráter operativo: a

eficácia e a eficiência.

O Estado (nos níveis federal, estadual e municipal) é o responsável primário pela educação escolar.

o.

Princípio 3

A educação de qualidade, como direito fundamental de todas as pessoas, tem como elementos

essenciais a equidade, a relevância e a pertinência, além de dois elementos de caráter operativo: a

eficácia e a eficiência.

O Estado (nos níveis federal, estadual e municipal) é o responsável primário pela educação escolar.

A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização. É também um espaço

de construção de identidade.

o.

Princípio 4

A educação de qualidade, como direito fundamental de todas as pessoas, tem como elementos

essenciais a equidade, a relevância e a pertinência, além de dois elementos de caráter operativo: a

eficácia e a eficiência.

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Page 30: Núcleo Básico Modulo 6

O Estado (nos níveis federal, estadual e municipal) é o responsável primário pela educação escolar.

A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização. É também um espaço

de construção de identidade.

Princípio 5

A educação de qualidade, como direito fundamental de todas as pessoas, tem como elementos

essenciais a equidade, a relevância e a pertinência, além de dois elementos de caráter operativo: a

eficácia e a eficiência.

O Estado (nos níveis federal, estadual e municipal) é o responsável primário pela educação escolar.

A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização. É também um espaço

de construção de identidade.

O reconhecimento de que a escola atende alunos diferentes uns dos outros possibilita a construção de

estratégias educativas capazes de promover a igualdade de oportunidades.

É direito das famílias ter acesso a informações que lhes permitam opinar e tomar decisões sobre a

educação de seus filhos e exercer seus direitos e responsabilidades.

Princípio 6

A educação de qualidade, como direito fundamental de todas as pessoas, tem como elementos

essenciais a equidade, a relevância e a pertinência, além de dois elementos de caráter operativo: a

eficácia e a eficiência.

O Estado (nos níveis federal, estadual e municipal) é o responsável primário pela educação escolar.

A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização. É também um espaço

de construção de identidade.

O reconhecimento de que a escola atende alunos diferentes uns dos outros possibilita a construção de

estratégias educativas capazes de promover a igualdade de oportunidades.

É direito das famílias ter acesso a informações que lhes permitam opinar e tomar decisões sobre a

educação de seus filhos e exercer seus direitos e responsabilidades.

O sistema de educação, por meio das escolas, é parte indispensável da rede de proteção integral que

visa assegurar outros direitos das crianças e adolescentes.

Princípio 7

A educação de qualidade, como direito fundamental de todas as pessoas, tem como elementos

essenciais a equidade, a relevância e a pertinência, além de dois elementos de caráter operativo: a

eficácia e a eficiência.

O Estado (nos níveis federal, estadual e municipal) é o responsável primário pela educação escolar.

A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização. É também um espaço

de construção de identidade.

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Page 31: Núcleo Básico Modulo 6

O reconhecimento de que a escola atende alunos diferentes uns dos outros possibilita a construção de

estratégias educativas capazes de promover a igualdade de oportunidades.

É direito das famílias ter acesso a informações que lhes permitam opinar e tomar decisões sobre a

educação de seus filhos e exercer seus direitos e responsabilidades.

O sistema de educação, por meio das escolas, é parte indispensável da rede de proteção integral que

visa assegurar outros direitos das crianças e adolescentes.

A proteção integral das crianças e adolescentes extrapola as funções escolares e deve ser articulada por

meio de ações que integrem as políticas públicas intersetoriais.

(Fonte: CASTRO, J. M.; REGATTIERI, M. (orgs.). Interação Escola-Família: subsídios para práticas escolares. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Ministério da Educação (MEC), 2010.)

Modalidades de interação escola-família

Existem vários modos de promover espaços para troca e aproximação entre a família e a escola. Estes

modos podem ser mais formais (reuniões, entrevistas, palestras etc.) ou informais (organização de

festas com a participação das famílias e da comunidade, organização de comissões envolvendo

famílias e projetos que a escola está desenvolvendo, como uma campanha do agasalho, por exemplo).

Entre as modalidades mais formais, a reunião de pais é a estratégia mais conhecida e presente nas

escolas. Contudo, muitas vezes o desencontro entre a família e a escola comparece também nas

reuniões de pais; por um lado, muitas vezes não há uma intencionalidade clara por parte da escola em

relação aos objetivos da reunião, por outro, aqueles que são convocados a participar, pais e familiares,

mostram uma certa apatia. O objetivo da reunião de pais é informar e discutir a proposta educacional e

conhecer a realidade vivida pelo aluno em seu meio familiar e social. Esse encontro não deve ser

pautado apenas em conselhos e recomendações. E só deve ser usado para orientar os pais como se

relacionar com seus filhos se for houver clareza de que a orientação tem por objetivo o trabalho

escolar.

Contar aos pais o que seus filhos vão aprender ficou mais fácil com os materiais do Currículo da

Secretaria de Educação de São Paulo. Isso pode até mesmo ser feito por bimestre. No início de 2009, a

Secretaria preparou um material de recuperação para todos os alunos das escolas estaduais, que foi

dado durante os 45 primeiros dias do ano. O material foi muito apreciado pelos pais a julgar pelas

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Page 32: Núcleo Básico Modulo 6

informações coletadas nas escolas: por ser num formato mais familiar aos pais do que o livro didático,

muitos se aventuraram a ler e sentiram-se valorizados por descobrir o que seus filhos iriam aprender

nesse período de início do ano.

Dica x

10 passos para se sair bem na primeira reunião de pais:

1. 1. Definir o roteiro com a direção; 2. 2. Preparar e enviar os convites; 3. 3. Cuidar do ambiente; 4. 4. Garantir a participação ativa dos pais na reunião; 5. 5. Fazer um resumo do programa de sua disciplina e da metodologia a ser usada; 6. 6. Falar da periodicidade dos encontros; 7. 7. Preparar a leitura de um bom texto literário; 8. 8. Mostrar a escola; 9. 9. Apresentar os funcionários; 10. 10. Enfatizar a importância da presença dos pais nas atividades escolares dos filhos.

Modalidades de interação escola-família

Outras modalidades de interação escola-família, os contextos nos quais podem ser propostas e algumas estratégias para tornar estes encontros mais produtivos:

A escola ou a família podem solicitar reuniões individuais. Trata-se de entrevistas agendadas previamente, nas quais serão tratados assuntos individuais relativos a alunos e/ou professores.

Reuniões temáticas ou palestras podem ser organizadas a partir de temas sugeridos pelos pais ou a partir de demandas identificadas pela escola e/ou professores. Nestes casos, os pais devem ser comunicados com antecedência sobre a data e o horário em que o evento será realizado, o tema a ser tratado e seu caráter optativo. Nestes encontros, a escola pode convidar algum especialista ou mesmo algum membro da comunidade para aprofundar o tema em pauta.

A escola pode convocar reuniões extraordinárias quando há um assunto ou tema considerado emergencial, envolvendo problemas que estão afetando a comunidade escolar ou parte dela, e que exigem que a escola, as famílias e a comunidade parem para refletir e propor ações conjuntas.

Os eventos abertos ao público possibilitam que a escola possa estar mais inserida na comunidade tornando-se um núcleo de irradiação socioeconômica e cultural. A escola pode oferecer cursos, organizar festas e campanhas. Estes eventos podem contribuir para desvincular a ideia de que a presença dos pais e familiares na escola é símbolo de reclamação sobre o aluno.

Page 33: Núcleo Básico Modulo 6

Dica:

As reuniões temáticas ou palestras podem ter como foco questões relacionadas à realidade e ao contexto social em que vivemos. Exemplos de tema são: violência, drogas, sexualidade, trabalho e consumismo. Veja algumas referências que podem dar suporte para a abordagem do consumismo na atualidade. Um tema atual e que poderia ser abordado com alunos e comunidade é o modo como o consumismo tem se imposto no cotidiano de nossos jovens, tornando muito difícil para as famílias tomar uma posição mais clara a esse respeito. Esta temática é tratada de forma exemplar em um documentário intitulado “Criança: a alma do negócio”. Este documentário foi realizado pelo Instituto Alana, e encontra-se disponível aqui .

Pense rápido

Associe cada modalidade de parceria escola-família na coluna da esquerda com a sua respectiva descrição, disposta na coluna da direita. Numere as afirmações de acordo com os itens indicados na barra superior da caixa da atividade. Note que a atividade é apresentada em duas etapas, sendo assim, ao preencher o último campo desta tela você deverá avançar para a próxima página clicando nas setas ou nos números da parte inferior da tela. Os itens já indicados serão sinalizados para que você não os utilize novamente. Ao preencher as duas etapas clique em Conferir e navegue pelas páginas para visualizar as respostas.

Reunião Temática: Podem ser organizadas a partir de temas sugeridos pelos pais ou a partir de demandas identificadas pela escola e/ou professores. Nestes encontros, a escola pode convidar algum especialista ou mesmo algum membro da comunidade para aprofundar o tema em pauta.

Comunicação sistemática aos pais: periódico (boletim, jornalzinho), contando aos pais o que a escola espera que os alunos aprendam no período e outras notícias pertinentes.

Entrevista individuais: que podem ser solicitadas pelos pais ou pela escola, nas quais serão tratdos assuntos individuais relativos a alunos e/ou professores.

Reunião extraordinária: agendada pela escola quando háum assunto ou tema considerado emergencial envolvendo problemas que estão afetando a comunidade escolar.

Reunião de pais: Visa a informar e a discutir a proposta educacional e conhecer a realidade vivida pelosalunos e seu meio familiar e social.

Pense rápido

Assinale nas afirmações a seguir aquelas que são Verdadeiras ou Falsas: Leia as afirmações a seguir e indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F). Após, clique em Conferir.

A reunião de pais são em excelente momento para dar avisos e recomendações aos pais (F )

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A escola deve enfatizar a importância da presença dos pais nas atividades escolares dos filhos, (V).

É direito das famílias ter acesso a informações que lhes permitam opinar e tomar decisões sobre a educação d seus filhos e exercer seus direitos e responsabilidades. ( V ).

É responsabilidade exclusiva das famílias promover a interação com a escola. ( F ).

Finalizando

A mera constatação dessa estreita correlação entre mundo familiar e mundo escolar não basta para mudar o quadro tão antigo e atual da conversão das desigualdades sociais em desigualdades escolares. Na perspectiva de uma educação de qualidade para todos, essa situação precisa ser enfrentada, pois a escola pública eficaz deve ser capaz de ajudar a garantir a cada um de seus alunos, independentemente das condições de seu grupo familiar, o direito de aprender. (Fonte: CASTRO, J. M.; REGATTIERI, M. (orgs.). Interação Escola-Família: subsídios para práticas escolares. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Ministério da Educação (MEC), 2010.)

Caro Professor(a), As experiências concretas que foram apresentadas evidenciam resultados consideráveis nos processos de ensino e de aprendizagem. Ao chegarmos ao fim deste módulo, esperamos que você se sinta convocado(a) a promover ativamente a interação entre escola e família em sua prática cotidiana.

Bom trabalho!

1. Assinale o período ao qual a definição a seguir se refere, no que diz respeito à evolução da família: "Fundada no amor romântico, na divisão do trabalho e da autoridade entre os esposos. O Estado deve assegurar a educação e passa a dividir a autoridade com os pais na educação das crianças. Os casamentos passam a ser realizados a partir da escolha dos cônjuges (do fim do século XVIII a meados do século XX)".

Família moderna.

Família contemporânea.

Família monoparental.

Família tradicional.

2. Assinale a alternativa a seguir que lhe parece a mais coerente com o que definiria a função da família na

educação das crianças:

A família deve ser estruturada.

O importante é a capacidade dos pais de fazer os filhos crescerem, independente do desenho que a família tenha.

A família deve ser formada por pai, mãe e filhos.

Todos os indivíduos da família devem morar na mesma casa.

3. Assinale a única alternativa correta no que diz respeito às mudanças no campo da família:

As mudanças no campo da família são as responsáveis pelas famílias de nossos alunos se apresentarem de forma desestruturada na atualidade.

As mudanças no campo da família revelam que esta instituição está atravessando uma crise

ivan
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sem precedentes na história da humanidade de forma que não conseguirá manter sua importante função na educação das crianças.

As mudanças no campo da família são um prenúncio de que a família, como instituição, está com seus dias contados.

As mudanças no campo da família refletem transformações importantes nos modos como as relações têm se estabelecido na atualidade e têm consequências visíveis no cotidiano escolar, na relação entre professor e aluno e entre escola e família.

4. Assinale a alternativa verdadeira:

Cabe às famílias realizar um processo de aproximação com os professores de seus filhos.

Abrir as portas à participação de familiares e da comunidade ajuda os alunos a ter sucesso na vida escolar e colabora para diminuir a evasão e a violência.

A presença das famílias na escola é indesejável pois demanda atenção dos professores, interferindo negativamente no processo de aprendizagem dos alunos.

Os pais atualmente são omissos e não se interessam pela vida escolar de seus filhos.

5. É uma das funções do conselheiro escolar:

Zelar para que apenas professores e funcionários se candidatem a uma vaga no Conselho Escolar.

Garantir que os familiares não intervenham no trabalho dos gestores escolares.

Cuidar para que as famílias não se envolvam nas decisões tomadas pela escola dos seus filhos.

Fiscalizar a aplicação dos recursos destinados à escola e discutir o projeto pedagógico com a direção e os professores.

6. Assinale a alternativa que melhor define a expressão "interação escola-família":

Trata-se de atividades organizadas na escola porque os pais têm direito a ter acesso sobre a escolarização de seus filhos.

Baseia-se na ideia de reciprocidade e de influência mútua, considerando as especificidades e mesmo as assimetrias existentes nessa relação.

Trata-se de um processo que deve ocorrer porque isso está previsto na legislação.

Trata-se de atividades que devem ser organizadas na escola com a presença dos pais.

7. Assinale a única afirmação falsa no que diz respeito aos princípios formulados pelo documento da

UNESCO/MEC, para uma proposta de interação escola-família:

A escola não é somente um espaço de transmissão da cultura e de socialização, como também de construção de identidade.

A proteção integral das crianças e adolescentes extrapola as funções escolares e deve ser articulada por meio de ações que integrem as políticas públicas intersetoriais.

É direito das famílias ter acesso a informações que lhes permitam opinar e tomar decisões sobre a educação de seus filhos e exercer seus direitos e responsabilidades.

A escola deve procurar homogeneizar seus alunos e suas famílias a fim de construir estratégias educativas capazes de promover a igualdade de oportunidades.

8. Dentre os referenciais legais apresentados, a LDB indica qual é a incumbência da escola frente à sua

relação com a família. Assinale a alternativa correta:

Informar as instâncias administrativas do sistema de ensino sobre as características das famílias de seus alunos a fim de que estas determinem como será estabelecida a parceria família-escola.

Articular-se com as famílias a fim de informar-lhes qual o seu papel dentro da organização escolar.

Abrir a escola a fim de que a família decida qual será a orientação educacional a ser dada a seus

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filhos.

Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola.

9. Assinale a alternativa que reúne três recomendações do MEC para que os pais participem do dia a dia de

seus filhos:

Compareça apenas às reuniões para as quais for convocado individualmente; visite a escola de seu filho; converse com outros pais sobre o que observa na escola.

Converse com outros pais sobre o que observa na escola; compareça às reuniões de pais; outras iniciativas só serão necessárias caso seu filho tenha alguma dificuldade.

Visite a escola de seu filho; converse com outros pais sobre o que observa na escola; compareça às reuniões de pais.

Converse com outros pais sobre o que observa na escola; compareça às reuniões de pais; acompanhe a lição de seus filhos só quando ele estiver com dificuldades.

10. Dentre as modalidades de reuniões apresentadas neste Módulo, escolha a alternativa com a definição

correta para “reuniões temáticas”:

Realizadas individualmente para tratar de um tema atual que atinge toda a comunidade escolar.

Convocadas a partir de um tema emergencial que atinge os alunos, suas famílias e/ou a comunidade escolar.

Visam a informar e discutir a proposta educacional e conhecer a realidade vivida pelo aluno em seu meio familiar e social.

Organizadas a partir de temas sugeridos pelos pais ou a partir de demandas identificadas pela escola e/ou professores; podem incluir o convite a um especialista ou membro da comunidade para aprofundar o tema em pauta.

1. Escolha um dos três exemplos de experiências concretas de interação família-escola apresentadas durante este módulo (1. envolver os familiares na elaboração d proposta pedagógica; 2. visitar as famílias de seus alunos; 3. participação de pais no Conselho Escolar) e o analise de acordo com as orientações apresentadas para obter uma parceria consistente e de acordo com a legislação vigente.

Visitar a família como fator importante na parceria escola família.

Pelo que foi exposto neste módulo concordo que a parceria escola família é muito importante e

a meu ver a questão de visitar a família é fundamental, pois a escola não é somente um espaço de

transmissão da cultura e de socialização é também de construção de identidade. Não a identidade do

professor ou da suposta identidade que determinada classe dominante quer que o aluno tenha, e sim a

identidade do próprio aluno, pois o mesmo traz consigo uma bagagem cultural que deve ser valorizada

no processo educacional.

O professor ao visitar a família toma ciência de fatores extra sala de aula que interverem no

rendimento do aluno, o professor passa ter outro olhar, passando de uma concepção teórica da família

para a realidade do aluno e de sua família. Não para depois ficar com ``peninha´´ do aluno e ``dar

desconto à ele´´, mas para ser um professor consciente dos recursos econômicos, culturais e afetivos

que o aluno tem em sua família e comunidade. Desta forma consciente o professor ou melhor, a escola

como um todo, passa a ver o aluno como uma pessoa e não como uma estatística ou ser inanimado

como um robô.

Com a visita do professor, a família se sente importante e passa a participar melhor na vida

escolar do filho buscando seus direitos, exigindo melhorias e contribuindo com sugestões e

práticas para que o ensino melhore.

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Outro fator importante na visita do professor que é uma forma de valorização dos alunos e

familiares e com isso: a família procura participar mais do processo educacional e dos projetos da

escola e os alunos se empenham mais em seus estudos, havendo menor retenção e menor evasão.

Para concluir podemos concluir que articular-se com as famílias e a comunidade possibilita

processos de integração da sociedade com a escola.

Forum:

Em sua vivência profissional você sabe que será necessário que a família seja incluída na organização e no funcionamento da escola, será fundamental compartilhar informações sobre os alunos e também a proposta educacional e curricular. Aponte quais são os pontos dificultadores para a concretização de tal empreendimento, bem como os pontos positivos que poderão ser usufruídos por todos os envolvidos. Discorra, ainda, sobre propostas que poderiam sustentar esta prática. Observação: construa sua argumentação buscando fundamentação em textos referentes à questão (recorra ao material apresentado no Módulo), para não se limitar a colocações meramente opinativas. Avalie as experiências relatadas neste módulo e sugira novas intervenções, argumentando por que elas seriam interessantes no contexto em que você atua/estagia.

IVAN DE ABREU MAGALHAES (1 resposta)

18/9/2010 17:42

Neste módulo ficou bem claro para mim que p

Neste módulo ficou bem claro para mim que para um melhor desempenho escolar dos alunos e fundamental a parceria entre a família e a escola. Às vezes tenho a impressão que a escola para algum país e como se fosse um guarda volume onde por um passe de mágica os alunos são colocados no sistema onde serão educados e aprenderão conteúdos automaticamente.

Como professores criticamos o ensino de modo geral, mas lembro de uma frase tida muitas vezes pela minha mãe que primeiro devemos fazer as nossas obrigações e deveres para termos condições de reivindicar melhorias. Lecionei por 7 anos na rede pública do estado e é pelos menos curioso que os colegas que mais criticavam e reclamavam do ensino eram exatamente os que menos estavam preocupados com os alunos, não trabalhavam só enrolavam. Vamos ser realistas há professore e professores e da mesma forma há pais e pais, por isso em minha opinião devemos todos que estão ligados ao ensino: professores, diretores, funcionários, pais e sociedade tomarmos consciência de nossas obrigações como profissionais do ensino e pais para juntos sempre procurarmos qualidade de ensino e formação de qualidade para os nossos alunos.

Portanto devemos arregaçar as mangas para que a parceria entre escola e família que é fundamental no desempenho escolar do aluno deem bons frutos. Para que isso ocorra há muitos desafios como foi estudado neste módulo, como:

- ocorre pouca participação da família em relação ao acompanhamento do desempenho e estudos dos filhos.

- muitas vezes, mesmo para muitas famílias que querem participar das reuniões escolares, o horário das reuniões dificulta sua presença por motivos de trabalhos.

- a dificuldade para os professores participar mais ativamente em outros horários extra-escolar (reuniões e visitas), pois muitos dobram o período.

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- muitos vezes os familiares acreditam que a reunião é somente para os pais dos ``maus alunos´´.

Contudo a leitura de textos desse módulo apresenta muitos exemplos de ações envolvendo a comunidade escolar e a família que deram certo tais como:

- Procura de valorização dos alunos e familiares e com isso: a família procura participar mais do processo educacional e dos projetos da escola e os alunos se empenham mais em seus estudos, havendo menor retenção e menor evasão.

- o professor ao visitar a família toma ciência de fatores extra sala de aula que interverem no rendimento do aluno, o professor passa ter outro olhar, passando de uma concepção teórica da família para a realidade do aluno e de sua família.

- com a visita do professor, a família se sente importante e passa a participar melhor na vida escolar do filho buscando seus direitos, exigindo melhorias e contribuindo com sugestões e práticas para que tudo isso ocorra.

- a família ao tomar consciência que pode e deve participar do processo educacional, que tem ativa, por exemplo, na APM e Conselho de Escola, já não vão a escola como obrigação, mas porque reconhece que sua contribuição será valiosa e isso influenciará positivamente no ensino e na vida de seu filho.

Como novas opções ou atitudes para a parceria escola família sugiro:

- reuniões, festas e cursos de interesse não somente a família dos alunos mas a própria comunidade e por meio de pesquisas e enquetes a comunidade pode dar sugestões. Estes eventos abertos ao público permite que a escola possa estar mais inserida na comunidade tornando-se um núcleo de irradiação socioeconômica e cultural.

- enviar as famílias boletins informativos, pois há casos que por motivo de força maior a família não pode participar de alguma reunião ou atividade na escalo..

- convidar os pais a assistirem alguma aula, da mesma forma que na rede particular o coordenador assiste algumas aulas para uma avaliação do professor e da própria aula.

- Uma maior autonomia da escola, pois certas amarras presentes no sistema prejudicam a democratização da própria escola.