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EVPHROSYNE REVISTA DE FILOLOGIA CLÁSSICA CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS FACULDADE DE LETRAS DE LISBOA M M X V I NOVA SÉRIE VOLUME XLIV

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EVPHROSYNER E V I S TA D E F I LO LO G I A C L Á S S I C A

CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS

F A C U L D A D E D E L E T R A S D E L I S B O A

M M X V I

N O V A S É R I E

VOLUME XLIV

http://www.letras.ulisboa.pt

ESTE VOLUME DE EVPHROSYNE TEM O APOIO DE:

NOVA SÉRIE

VOL. XLIV

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ORIENTAÇÕES PARA PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS

01. Euphrosyne — Revista de Filologia Clássica, órgão do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, está aberta à colaboração da comunidade científica na área da filologia clássica, entendendo esta em sentido largo da diacronia da tradição, das áreas científicas específicas e respectivas disciplinas.

2. Os artigos poderão ser enviados por correio electrónico para [email protected] ou para a morada do Centro de Estudos Clássicos.

3. Os originais enviados para publicação devem ser inéditos e não estar submetidos a outra entidade editorial; serão remetidos à Direcção de Euphrosyne em forma definitiva e apresentados segundo as normas da revista. Os originais não serão devolvidos, assumindo-se que os autores conservam cópia dos mesmos. Os trabalhos considerados a publi-cação são sujeitos a arbitragem científica.

4. Serão aceites até 31 de Dezembro trabalhos para publicação no volume do ano seguinte; será dada informação sobre a aceitação da publicação até 30 de Abril do ano da publicação do volume.

5. O original será sempre apresentado electronicamente e em forma dupla: em documento de texto (Word/.doc(x) – pref.) e em PDF.

6. O artigo será encabeçado por: a) título (breve e explícito); b) nome e apelidos do autor; c) instituição académica ou científica a que está adstrito; d) endereço electrónico; e) resumo (não superior a 10 linhas) em língua inglesa; f) indicação de três palavras-chave em língua inglesa.

7. A extensão recomendada para os artigos é de 10 páginas, não devendo ultrapassar 20 páginas de A4, a corpo 12 e duplo espaço.

8. Sistema de notas: fim de artigo (endnotes); numeração automática seguida. Na publicação, as notas de artigo sairão em fundo de página (footnotes).

9. Sistema de referências: a) Não é permitida remissão para páginas do interior do artigo. b) Referências (em nota): Monografias: J. de Romilly, La crainte et l’angoisse dans le théâtre d’Eschyle, Paris, 1959, pp. 120-130 (casa editora

mencionada apenas para edições antigas). Ou em 2.ª ref.: J. de Romilly, op. cit., p. 78. Revistas: R. S. Caldwell, “The Misogyny of Eteocles”, Arethusa, 6, 1973, 193-231 (vol., ano, pp.). Ou em 2.ª ref.:

R. S. Caldwell, loc. cit. Obras colectivas: G. Cavallo, “La circolazione dei testi greci nell’Europa dell’Alto Medioevo” in J. Hamesse (ed.),

Rencontres de cultures dans la Philosophie Médiévale – Traductions et traducteurs de l’Antiquité tardive au XIVe siècle, Louvain-la-Neuve, 1990, pp. 47-64.

c) Abreviaturas: Seguir-se-ão as abreviaturas convencionadas por ThLL, para autores latinos; Liddel-Scott-Jones, para autores gregos; Année Philologique, para títulos de revistas; para as abreviaturas mais comuns: p. / pp.;ed. / edd.; cf.; s.u.; supra; op. cit.; loc. cit.; uid.; a.C. / d.C. (em redondo).

d) Citações: Devem ser colocadas entre comas “…” (não as de textos gregos); os itálicos serão utilizados apenas para sublinhar palavras ou pequenas frases; as citações em latim ou em grego serão breves.

10. Eventuais figuras ou imagens serão de qualidade gráfica (de preferência no formato TIF, com a resolução mínima de 200 p.p.), fornecidas em suporte electrónico (como os originais) e com a indicação precisa da referência no texto e na ordem assim como do título (devem ser acautelados os direitos de reprodução por parte do autor do artigo).

11. Aos autores não será fornecido mais do que um jogo de provas; estas deverão ser devolvidas num prazo máximo de 7 dias. Em princípio, não serão permitidas alterações ao original.

12. Aos autores será fornecido um exemplar do volume e a versão electrónica do respectivo artigo.

E V P H R O S Y N ER E V I S TA D E F I L O L O G I A C L Á S S I C A

Centro de Estudos Clássicos - Faculdade de Letras

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maRia CRiStina CaStRo-maia de SouSa Pimentel

ComiSSão de RedaCção

abel do naSCimento Pena, ana maRia SanChez taRRío, aRnaldo monteiRo do eSPíRito Santo, JoSé PedRo Silva SantoS SeRRa, manuel JoSé de SouSa baRboSa, Paulo FaRmhouSe albeRto, vanda maRia

Coutinho GaRRido anaStáCio

ConSelho CientíFiCo

aiReS auGuSto do naSCimento (U. Lisboa), CaRloS Santini (U. Perugia), CaRmen CodoñeR meRino (U. Salamanca), emilio SuáRez de la toRRe (U. Pompeu Fabra), Joël thomaS (U. Perpignan), JoSé manuel díaz de buStamante (U. Santiago de Compostela), manuel alexandRe JúnioR (U. Lisboa), maRC mayeR

y olivé (U. Barcelona), Paolo Fedeli (U. Bari), thomaS eaRle (U. Oxford)

ConSelho de aRbitRaGem CientíFiCa

albeRto beRnabé PaJaReS (U. Complutense de Madrid), ánGel uRbán FeRnández (U. Córdoba), auRelio PéRez Jiménez (U. Málaga), maRía adelaida andReS (U. Salamanca), CaRloS moRaiS (U. Aveiro), CaRmen moRenilla talenS (U. Valencia), CRiStobal maCíaS villaloboS (U. Málaga), maRía eliSa laGe CotoS (U. Santiago de Compostela), euStaquio SánChez SaloR (U. Extremadura), Fabio Stok (U. Roma II – Tor Vergata), FedeRiCo RuSSo (U. Konstanz), GRant a. nelSeStuen (U. Wiscounsin), GRaziana bReSCia (U. Foggia), GReGoRio RodRíGuez heRReRa (U. Las Palmas de Gran Canaria), iñiGo Ruiz aRzalluz (U. País Vasco), JoSé maRía maeStRe maeStRe (U. Cádiz), JeSúS-maRía nieto ibáñez (U. León), Joaquim PinheiRo (U. Madeira), manuel loPez muñoz (U. Almería), nuno SimõeS RodRiGueS (U. Lisboa), RamiRo González delGado (U. Extremadura), RiChaRd maRShall (U. Oxford), RoSalba dimundo (U. Bari), RoSSana GuGlielmetti (U. Milano), SantiaGo loPez moReda (U. Extremadura), SebaStião tavaReS de Pinho (U. Coimbra), Silvana RoCCa (U. Genova)

Tiragem 500 exemplares

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PubliCação anual SuJeita a aRbitRaGem CientíFiCa

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F A C U L D A D E D E L E T R A S D E L I S B O A

EVPHROSYNER E V I S TA D E F I LO LO G I A C L Á S S I C A

MMXVI

NOVA SÉRIE – VOLUME XLIV

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estético, retórico, teológico e cultual (p. 11); para outros um hino é, antes de mais, um documento que nos chegou na sua materialidade sob a forma de papiro, de manuscrito, de inscrição (p. 15). Como é sabido, muitos hinos foram transmitidos por manuscritos, literários ou não, outros chegaram até nós em papiros, mágicos ou isíacos, em inscrições epigráficas mais libertas de procedimentos retórico-literários, outros ainda como monu-mentos artísticos, como é o caso dos carmina epigraphica de Delfos. Porém, uma vez esta-belecido e fixado o texto, o hino torna-se não tanto objecto de estudo histórico-religioso, isto é, objeto de culto de comunidades ligadas a santuários locais ou pan-helénicos como em Delfos ou Delos, mas objecto holístico de estudos contemporâneos que vão do comen-tário à exegese ou à simples fruição estético-literária. Até que ponto, porém, é possível distinguir e separar num hino aquilo que é de natureza estritamente cultual e o que releva de trabalho poético-literário? E daí a dificuldade em responder à questão: é possível uma classificação tipológica dos hinos gregos? Se Platão (Leis, 3, 700ª-b) considera o hino um dos quatro géneros literários, atribuindo-lhe uma função semelhante ao treno, ao péan e ao ditirambo, o que é que distingue os hinos a Apolo de outros géneros poéticos com o mesmo denominador comum? As convenções poéticas (fórmulas, métrica, estrutura de conjunto) ou a função cultual? Que tipo de fórmulas incipitárias e explicitárias enformam os hinos? Qual o papel da Musa? Como abordar os Hinos órficos em contexto litúrgico, os Hinos homéricos a Apolo no contexto da Oral Poetry ou inversamente os Hinos de Calí-maco num contexto helenístico marcadamente estético-literário?

Responder a muitas destas questões de forma científica e interdisciplinar é um dos grandes méritos desta publicação que alerta o leitor para o facto de as grandes compila-ções de hinos da Grécia antiga constituírem hoje em dia uma inesgotável fonte de inves-tigação. Apesar disso, constata-se que a hinologia grega tem sido preterida por outras áreas de estudo da Antiguidade clássica, não tendo consolidado ainda o seu estatuto na nossa cultura e nos estudos clássicos. Não será, pois, demais salientar o enorme contri-buto deste projecto para colmatar certas lacunas no que respeita aos estudos hinológicos e para fomentar o diálogo frutuoso entre disciplinas tão diversas como a poesia hínica, a epigrafia, a história das mentalidades, os estudos antropológicos ou as práticas religiosas e cultuais da Grécia antiga.

ABEL N. PENA

Centro de Estudos Clássicos daFaculdade de Letras da Universidade de Lisboa

[email protected]

ANDRÉ LAKS, ROSSELLA SAETTA COTTONE (dir.), Comédie et philosophie. Socrates et les ‘Présocratiques’ dans les Nuées d’Aristophane, Paris, Éditions Rue d’Ulm – Presses de l’École normal supérieure, 2013. 259 pp. ISBN 978-2-7288-0495-5

Nas palavras de Monique Trédé-Boulmer, lidas no prefácio ao volume em epígrafe (p. 10), Nuvens de Aristófanes contrasta com outras peças do comediógrafo, entre outros motivos, pelo facto de causar a surpresa ao pôr em cena um herói cuja causa desmereceria a aprovação da opinião pública. Com efeito, o propósito de Estrepsíades era o de ver-se isentado das suas dívidas; para tanto, recorreu às competências de um círculo de filósofos, entre os quais pontificava Sócrates. Produzido in memoriam de Jean Bollack, especialista francês nos pré-socráticos, e dirigido por André Laks e Rossella Saetta Cottone, o volume reúne uma colectânea de ensaios de estudiosos de diversas proveniências, reduzindo a forma escrita final os debates, jornadas e correspondência trocada entre os especialistas participantes. O seu propósito (pp. 11-12) não é de persistir em focar a representação da personagem de Sócrates, mas estudar de mais perto as transformações singulares que os

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discursos dos pré-socráticos experimentaram no âmbito específico da composição dra-mática. Além disso, o conjunto de estudos visa dilucidar o projecto estético do autor, bem como a recepção das formas e conteúdos das filosofias do tempo pela arte aristofânica.

Os doze ensaios do volume estão organizados em cinco secções. Na primeira, “Dans le texte”, Myrto Gondicas (pp. 15 ss) reflecte sobre problemas pertinentes à tradução dos versos 110-517 da peça, propondo, em anexo, uma sua versão deles. O primeiro artigo da secção “Dans les airs”, de Alexander P. D. Mourrelatos (pp. 31 ss), analisa os ecos de Xenó-fanes e sua “astro-nefologia” na peça. No segundo (pp. 61 ss), Rossella Saetta Cottone debruça-se sobre as relações entre Nuvens e a cosmologia empedocliana. Gábor Betegh (pp. 87 ss) pesquisa referências a Sócrates e Arquelau, e Silvia Fazzo traça uma nota a respeito de Diógenes de Apolónia. A secção termina com o estudo de Jean-Claude Picot sobre a imagem do ������� (pp. 113 ss), testo de panela de cozer pão, como representação da abóbada celeste, com ressonâncias empedoclianas. O primeiro ensaio da secção “Sur terre”, da autoria de Leopoldo Ibirarren (pp. 133 ss), analisa a oposição entre sofística e cosmologia, a propósito de uma alusão a Parménides. Segue-se a análise de ecos sofís-ticos de uma retórica do direito no discurso de Fidípides, por Emiliano Buis (pp. 151 ss), encerrando a secção um estudo de Pierre Juet de la Combe sobre teatro e conhecimento, em que é abordada a tensão entre filosofia e realidade em Nuvens (pp. 169 ss). Dois ensaios compreendem a secção “Par la suite”: o primeiro, de Fernando Santoro, sobre a citação de Nuvens na platónica Apologia de Sócrates (pp. 193 ss); o segundo, the Plaything of Things ou as Nuvens segundo Leo Strauss (pp. 207 ss), por Massimo Stella. O último artigo “Encore une histoire de la théorie”, assinado por André Laks, versa a recepção de Diógenes de Apolónia e a sua teoria do ar na peça, em especial a hipótese de os versos 225-234 aludirem ou não a ela (pp. 227 ss).

Completam o volume uma vasta bibliografia de vinte e sete páginas (pp. 235-251) sobre filosofia, Aristófanes e teatro, dois índices, um de obras e citações (pp. 253-254) e um outro de nomes próprios e terminológico (pp. 255-259).

O diálogo entre géneros, no vasto património literário e cultural helénico, a alusão, as citações e apropriações do discurso de um por outro, são um terreno úbere para inves-tigação. As comédias de Aristófanes, e entre elas Nuvens, são disso paradigma. Se algu-mas parodiam tragédias – podendo por isso ser designadas como paratragédias –, Nuvens, composta em época de irrupção de uma variedade de doutrinas e técnicas sábias que influenciariam a sociedade (p. 11), parodia a filosofia – merecendo assim a qualificação de parafilosófica (p. 11). Ou seja, Nuvens filosofa à margem da filosofia, como discurso alter-nativo. O volume em apreço constitui um bom repositório de uma tal reflexão, mediante abordagens multiversas. Esta peça em particular merece-a: tem um carácter por assim dizer savant, porquanto evoca assuntos tão sérios como a filosofia, a cosmologia e a física, fazendo-o pela construção de um monumento ao riso.

RUI MIGUEL DUARTE

Centro de Estudos Clássicos daFaculdade de Letras da Universidade de Lisboa

[email protected]

VICTORIA WOHL, Euripides and the Politics of Form, Princeton – Oxford, Princ-eton University Press, 2015 (Martin Classical Lectures). XVI + 200 pp. ISBN 978-0-69-116650-6

Wohl’s book brings an interesting new perspective to Euripidean drama. It focuses on the structure of the plays, a subject that has been debated for a long time, and not always in the most useful way. Too many discussions on this subject end up including categories like “bad” or “worse than”, which is neither relevant nor useful to any reading