história da filosofia dos pré socráticos ao helenismo

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História da Filosofia Da Antiguidade Clássica ao Teocentrismo Medieval Prof. Lúcio Oliveira

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Page 1: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

História da

Filosofia

Da Antiguidade Clássica ao

Teocentrismo Medieval

Prof. Lúcio Oliveira

Page 2: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo
Page 3: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

No seu sentido mais comum, o substantivo filosofia ou o verbo

filosofar tem a ver com pensamento ou com o ato de pensar.

Filosofar é pensar sobre o que nos acontece, sobre o sentido do

que nos acontece ou sobre o significado da vida humana ou da

vida biológica como tal. Diz-se assim que se tem uma “filosofia

de vida”. Mas este significado do termo certamente é muit

oamplo e vago. Até mesmo pensar não é a mesma coisa para

todos.

Page 4: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Podemos dizer que filosofar é criar e ter uma atitude filosófica.

Mas nem todos têm esta atitude. Uma vez que a Filosofia

quebra com o nosso saber prático do dia a dia (o que nem

sempre nos agrada, pois à primeira vista parece ser perda de

tempo ou incômodo exagerado com as coisas, deixando-nos,

quem sabe, angustiados demais, para além do conveniente)

Filosofar é não se contentar com as coisas óbvias. É tomar

distância do que acontece, para entender melhor o que

acontece.

“Não se ensina Filosofia, ensina-se a Filosofar.”

Immanuel Kant

Page 5: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Contudo, a Filosofia não é compreendida hoje

apenas como um saber específico, mas

também como uma atitude em relação ao

conhecimento, o que faz com que seus temas,

seus conceitos e suas descobertas sejam

constantemente retomados.

A Filosofia é um saber específico e tem uma

história que já dura mais de 2.500 anos.

Nasceu na Grécia Antiga - costumamos dizer -

com os primeiros filósofos, chamados pré-

socráticos.

Page 6: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Contexto

histórico

e

subdivisões

do período.

Século VI a.C até século VII d.C.

Espaços iniciais: Cidades-estado da

Grécia; desenvolvimento em várias

cidades do Império Romano.

Desenvolvimento da Pólis até a

queda da Império Romano; período

clássico da arte grega; teatro;

domínio de Alexandre, o Grande.

Períodos: pré-socrático; clássico;

helenístico.

Page 7: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Principais

problemas

filosóficos.

Como o mundo funciona?

De onde o mundo vem? Quem fez isso?

Quem é? Como isso tudo se

junta? Será que tudo faça algum tipo

de sentido, ou é apenas acaso este

monte de coisas?

Como as pessoas devem se comportar?

O que é conhecimento?

Page 8: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Física, Cosmológica, Ontológica ou Pré SocráticaOs filósofos que viveram antes da época de Sócrates, como Parmênides e Heráclito,

investigaram a origem das coisas e as transformações da natureza. De seus textos

só restaram fragmentos. O conhecimento especulativo no período pré-socrático não

se distinguia dos outros conhecimentos, como a astronomia, a matemática ou a

física.

Tales de Mileto foi o primeiro pensador que podemos chamar de filósofo. Como

outros pré-socráticos, Tales dedicou-se a caracterizar o princípio ou a matéria de

que é feito o mundo. Sustentou que este princípio era a água.

Clássica ou AntropológicaA Filosofia vinculou-se a um momento histórico privilegiado - o da Grécia Clássica.

Nesse período, que compreende os séculos V a.C. e IV a.C., a Civilização Grega

conheceu seu apogeu, com o esplendor da cidade de Atenas.

Adotando a democracia como sistema político, Atenas assistiu a um florescimento

admirável das Ciências e das Artes. Foi esse período histórico que deu origem ao

pensamento dos três maiores filósofos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles.

Helenística

O período helenístico corresponde ao final do século III a.C. (período que se sucede à

morte de Alexandre Magno, em 323 a.C.) e se estende, segundo alguns historiadores,

até o século VII d.C. As preocupações filosóficas fundamentais voltam-se para as

questões morais, para a definição dos ideais de felicidade e virtude e para o saber

prático.

Page 9: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Aquilo que une os filósofos pré-socráticos é a

preocupação em perguntar e compreender a natureza

do mundo (a Physis).

Queriam entender a origem, a causa geradora de

todas as coisas, seus princípios. Assim, observavam o

mundo na busca de explicações lógicas (racionais)

para compreendê-lo

Tais explicações se diferenciavam do conhecimento

mítico e religioso comumente aceito pelos gregos

antigos.

Page 10: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Os Jônios

Assim chamados por habitarem a região da

Jônia (atual Turquia)

Tales (625 – 558 a.C)

Considerado o “primeiro filósofo”.

Fundador da Filosofia Cosmológica.

Observou que todos os elementos eram compostos de água.

• A água é responsável pela vida.

• Assim, a água é o princípio de todas as coisas:

“Tudo é Água”

Anaximandro (625 – 558 a.C)

O princípio de tudo é o “Apéiron”.

Princípio puramente racional.

Indeterminado,

Infinito,

Ilimitado e

Imutável

Separação dos ContráriosGerou os opostos:

Quente X Frio

Fogo X Água

Seco X Úmido

Page 11: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Os Pitagóricos

Escola criada por Pitágoras na região de

Samos, localizada na costa da atual Turquia

Pitágoras

(580– 500 a.C)

“O Universo é uma exatidão numérica”.

LIMITADOS – Ímpares (princípio

feminino do Cosmos)

Pode ser dividido em

proporções numéricas

cada vez menores .

Números

ILIMITADOS – Pares (princípio

masculino do Cosmos)

Page 12: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo
Page 13: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Heráclito(540 – 480 a.C)

“Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio,

nem substância mortal alcançar duas vezes a

mesma condição [...] Tudo flui, tudo passa, se

move sem cessar”.

Defende que o Arché é o Fogo

Propõe o Devir eterno

Tudo está em constante transformação

Para Heráclito, o Devir se

dá através da constante

disputa entre os contrários,

cada qual buscando superar

o outro.

Gerador da Vida

Transformador da MatériaAs coisas quentes esfriam

As úmidas, secam

Os dias tornam-se noiteConsiderado o primeiro representante

do pensamento dialético

Page 14: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Os Eleatas

Habitavam a região de Eléia, ao sul da atual

Itália. Buscavam conhecer a essência do ser

e não a matéria.

Parmênides

(515– 450 a.C)

“O Ser é algo imutável, eterno

e indivisível”.

Algo Absoluto

Onipresente

Princípio Único

Considerado o fundador da

Lógica e da Ontologia por

Aristóteles.

Para Parmênides, o ser não sofre alterações. “O que é de si não

transige”, pois deixaria de ser, portanto, de existir.

Os sentidos e a percepção nos enganariam pois só observaríamos a

aparência sem levar em consideração a essência das coisas.

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Page 17: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Nesse sentido, debatiam questões importantes para o

convívio em sociedade, ex: ética, fazer o bem, virtudes,

política, etc.

Com o desenvolvimento das cidades (polis) gregas, a vida

em sociedade passa a ser uma questão importante.

Sócrates vive em Atenas, que é uma cidade de grande

importância, nesse período de expansão urbana da Grécia,

por isso, a sua preocupação central é com a seguinte

questão: como devo viver?

As pessoas precisavam desenvolver normas de convivência

para o espaço da cidade que era um fenômeno

relativamente novo na história da humanidade, com mais

agitação política, comercial e social.

Page 18: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

O conteúdo dos diálogos chegou até nós por

meio de seus discípulos, especialmente de

Platão, pois Sócrates não deixou nada escrito.

Toda a sua filosofia é exposta em diálogos

críticos com seus interlocutores

Sócrates andava pela cidade (feiras, mercados,

praças, prédios públicos, etc.) e debatia com

as pessoas interessadas sobre assuntos

referentes a vida em sociedade.

Page 19: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Para viver bem (de acordo com a virtude) é

preciso ser sábio.

Para Sócrates a sabedoria é fruto de muita

investigação que começa pelo conhecimento de si

mesmo.

Segundo ele, deve-se seguir a inscrição do templo

de Apolo: conhece-te a ti mesmo. À medida que o

homem se conhece bem, ele chega à conclusão de

que não sabe nada.

Para ser sábio, é preciso confessar, com

humildade, a própria ignorância. Só sei que nada

sei, repetia sempre Sócrates.

Page 20: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Maiêutica: método para chegar ao conhecimento.

Para Sócrates o papel do filósofo é fazer com que aspessoas chegassem ao conhecimento e para issodesenvolveu a maiêutica.

Método de diálogo para levar o seu interlocutor (pessoacom quem estava debatendo) a perceber por si só suaprópria ignorância sobre os assuntos tratados.

Por meio da ironia, fazendo perguntas e respondendo asperguntas com outras perguntas, levava o interlocutor acair em contradição, Sócrates o conduzia a confessar aprópria ignorância.

Uma vez confessada a ignorância, o interlocutor estariadisposto a percorrer o caminho da verdade.

Page 21: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Quando se diz que a maiêutica é a arte de dar à luz as

ideias, está se subentendendo que o conhecimento está

dentro da pessoa e por meio maiêutica ela vai “parir” o

conhecimento.

Para Sócrates, uma mente submetida a um interrogatório

adequado seria capaz de explicitar conhecimentos que já

estavam latentes na alma. Afinal, tanto para Sócrates

quanto para Platão, a alma, antes de se unir ao corpo,

contemplara as ideias na sua essência, no Mundo das

Ideias. Bastava, portanto, fazer um esforço para recordar.

Conhecer é recordar.

A objetivo mais importante do diálogo é encontrar o

conceito. Ele pergunta, por exemplo, o que é justiça? E,

aos poucos, eliminando definições imperfeitas, ele vai

chegando a um conceito mais puro, mais correto.

Page 22: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

A maior arte de Sócrates era a investigação, feita com oauxílio de seus interlocutores. Aquele que investiga,questiona. Aquele que questiona, perturba a ordemestabelecida. Isso faz surgir muitos inimigos de Sócrates.

Sócrates foi acusado de corromper a juventude e dedesprezar os deuses da cidade. Com base nessas acusaçõesele é condenado a beber cicuta (veneno extraído de umaplanta do mesmo nome). Segundo testemunho de Platão emApologia de Sócrates, ele ficou imperturbável durante ojulgamento e, no final, ao se despedir de seus discípulos,ele diz:

Já é hora de irmos; eu para a morte, vós para viverdes. Quanto a quem vai para um lugar melhor, só Deus sabe.

Page 23: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

É filho de uma nobre família

ateniense e seu nome verdadeiro é

Arístocles. Seu apelido de Platão é

devido à sua constituição física e

significa “ombros largos”. Foi

discípulo de Sócrates e após a sua

morte, fez muitas viagens,

ampliando sua cultura e suas

reflexões.

Por volta de 387 a.C., Platão fundou sua própria

escola de filosofia, nos jardins construídos pelo seu

amigo Academus, o que deu à escola o nome de

Academia. É uma das primeiras instituições de ensino

superior do mundo ocidental.

Page 24: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Platão, diferentemente de Sócrates, tinha o

hábito de escrever sobre suas idéias. Foi ele

quem resgatou boa parte do pensamento de seu

mestre Sócrates.

Platão não andava promovendo debates pelos

locais públicos como seu mestre, mas ao

contrário, fundou uma academia de filosofia.

Devido a isso, Platão era mais restrito, pois para

chegar a ele somente quem pudesse entrar na

academia, ou seja, os filhos dos aristocratas da

época.

Page 25: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Do mundo sensível das opiniões ao mundo inteligível das idéias.

Segundo Platão, os sentidos só podem nos fornecer oconhecimento das sombras da verdadeira realidade, eatravés deles só conseguimos ter opiniões.

O conhecimento verdadeiro se consegue através dadialética, que é a arte de colocar à prova todoconhecimento adquirido, purificando-o de toda imperfeiçãopara atingir a verdade. Cada opinião emitida é questionadaaté que se chegue à verdade.

Platão, assim como Sócrates, acreditava que oconhecimento era inato ao ser humano, ou seja, todo oconhecimento estava na pessoa, bastava exercitar ourefletir para “relembrar” as respostas dosquestionamentos. Aristóteles, discípulo de Platão, nãocompartilha dessa idéia, para ele o conhecimento só erapossível por meio da experiência e da percepção, ou seja,deveria ser adquirido.

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As sombras que os homens enxergam no fundo da cavernarepresentam as aparências da realidade e não a realidadeem si. Mas aqueles homens que foram, desde a infância,acostumados a crer que as sombras eram a realidade, nãopodiam imaginar que a realidade verdadeira estava lá fora.

Quando um desses homens consegue escapar da caverna etem contato com o mundo verdadeiro, ele percebe que asprojeções na parede nada mais são do que uma ilusão, poisa realidade das coisas era outra. O homem cai em si eentende que sempre foi enganado pelas sombras.

Quando volta para caverna e tenta convencer os outros deque aquelas sombras não representam a realidade dosfatos, ninguém acredita e o chamam de louco.

Esse mito se refere a Sócrates que tentava demonstrar arealidade ou a verdade de vários fatos de Atenas, como apolítica, por exemplo, uma vez que as pessoas acreditavamem discursos que não condiziam com a realidade.

Page 38: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

A Teoria das Ideias e seus aspectos epistemológicos:

O conhecimento se desenvolve por meio da

passagem progressiva do mundo sensível (das

sombras e aparências) para o mundo inteligível

(das ideias e essências).

As impressões são responsáveis pela Opinião

(doxa) que temos da realidade.

O Conhecimento (epistéme), para ser autêntico,

deve ultrapassar a esfera das impressões

sensoriais e alcançar a esfera racional da

sabedoria.

Page 39: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Foi preceptor de Alexandre

Magno, na corte de Pela, e

isso facilitou suas pesquisas

pois, quando Alexandre

expandiu o império

Macedônico, o filósofo teve

mais acesso às informações

sobre formas de governo e

sobre o mundo natural (do

qual Aristóteles fez uma

das primeiras classificações

conhecidas).

Page 40: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

• Sua vida:

Aristóteles: Quando Alexandre sobe ao trono naMacedônia, Aristóteles deixa a corte de Pela evolta para Atenas, onde funda sua própria escolade filosofia, próxima ao templo de Apolo Liceano(por isso passa a se chamar LICEU), seguindoorientação que rivaliza com a Academia de Platãoque, nesse tempo, é dirigida por Xenócrates.

A Academia era mais voltada para asMatemáticas, enquanto o Liceu se dedicavaprincipalmente às ciências naturais.

Page 41: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

• Aristóteles foi discípulo de Platão, mas seguiu o

próprio caminho, com uma filosofia bem

diferente do mestre.

• Quanto ao método de exposição da filosofia,

enquanto Platão utilizara os diálogos,

Aristóteles foi um sistematizador.

• Embora ele também tenha escrito diálogos, o

que chegou até nós foi apenas uma parte das

suas obras produzidas em forma descritiva e

ordenada.

Page 42: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Aristóteles organizou o conhecimento de até

então. Criou sistemas classificatórios para a

natureza, sobre o céu, sobre os fenômenos

atmosféricos; exame da física como movimento,

infinito, vazio, lugar, tempo, etc.

Também estudou sobre sensação, memória,

respiração, história dos animais; classificou as

espécies vivas, etc.

Formas de governo, retórica (argumentação) e

ainda muitos outros estudos.

Page 43: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Platão, com o vulto de Leonardo da Vinci, ergue o indicador para o

alto, simbolizando a teoria das formas (o poder das ideias abstratas e

intangíveis). Aristóteles, com a mão espalmada para baixo, indica a

realidade material da natureza, a terra, o que representa a

percepção pelos sentidos, base de sua concreta teoria do

conhecimento (filosofia natural e empírica).

Page 44: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Critica a Teoria das Ideias e a noção de

dualismo

Em Platão, temos dois mundos

distintos (sensível e inteligível)

Aristóteles diz que não é necessário o

dualismo : este só duplica os problemas

Page 45: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

A ciência deveria partir da realidade sensorial

(empírica) para buscar as estruturas essenciais de

cada ser.

A existência do ser individual, concreto, único,

constitui o objeto da ciência, mas não é o seu

propósito.

A finalidade da ciência deve ser a compreensão do

universal, visando o estabelecimento de definições

essenciais, que possam ser usadas de modo

generalizado.

Page 46: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Existência da substância individual, que

reúne todas as características

necessárias, passíveis de conhecimento.

Evita, assim, o dualismo platônico.

A substância é formada por elementos

distintos: matéria e forma.

Estes não estão dissociados.

Page 47: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

MATÉRIA: do grego hylé – o princípio

indeterminado dos seres, mas que é

determinável pela forma.

FORMA: do grego morphé – o princípio

determinado em si próprio, mas que é

determinado em relação à matéria.

Nos processos de mudança é a forma que

muda, a matéria mantém-se sempre a

mesma.

Page 48: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Problemática da palavra “ser”: vários usos /

usos problemáticos

1) essência e acidente: a essência é o que faz

com que algo seja o que é. Acidente são as

propriedades que, quando retiradas, não

alteram o que ela é.

“Como então as ideias,

que são a substância das

coisas, podem estar

separadas das coisas?”

Page 49: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

2) Ato e Potência:

Distinção de diferentes formas de ser que

explicam as mudanças do mundo sensível.

A criança é um ato, mas também é homem em

potência.

Ato: a manifestação atual do ser, aquilo que ele já é

(por exemplo: a semente é, em ato, uma semente)

Potência: as possibilidades do ser (capacidade de ser),

aquilo que ainda não é, mas que pode vir a ser (por

exemplo: a semente é, em potência, uma árvore)

Page 50: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Aristóteles escreve a Metafísica para

comunicar a experiência do conhecer.

Graus do processo de conhecimento :

1) Sensação

2) Memória

3) Experiência

4) Arte (Téchne)

5) Teoria

Page 51: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Início do conhecimento.

Platão: sensação é traiçoeira

Aristóteles: é na experiência do mundo

sensível que estão os seres que devemos

compreender

As sensações são ferramentas importantes

do conhecimento pois é por meio delas que

poderemos encontrar a essência das coisas

Page 52: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Memória: Lembrança de acontecimentos

passados.

Experiência: capacidade humana de

estabelecer relações com aquilo que

aprendemos pelos sentidos.

O humano recebe acontecimentos pela

experiência e os retém pela memória (ex: o

fogo queima)

Page 53: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Conhecimento das causas, dos porquês das

coisas.

Não é apenas saber “como montar uma

ponte”, mas saber como e porque as peças

se encaixam daquela determinada maneira

Page 54: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Destituído de qualquer “acidente”,

detalhes e aspectos individuais das coisas.

É o conhecimento mais abstrato e genérico

das formas existentes de conhecer.

Não quer compreender algo prático :

apenas quer encontrar a verdade ; tem um

fim em si mesmo.

Page 55: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

I – Conhecimento Prático

a) Ética: estudo da virtude - o que é essa

virtude e como nos educar para nos tornarmos

virtuosos.

b) Política: “o homem é um animal político”,

ou seja, o homem só realiza sua natureza

essencial no convívio e na relação política

com sua cidade.

Page 56: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Regimes

PolíticosCaracterística

Formas

DegenerativasDescrição

DEMOCRACIA Poder do Povo DEMAGOGIA

O Poder é do

Povo, mas

desconsiderando

o bem comum

MONARQUIAPoder somente

de uma PessoaTIRANIA

O Poder fica nas

mãos apenas de

uma pessoa,

mas exercido de

forma ilegal

ARISTOCRACIAPoder dos

“Melhores”OLIGARQUIA

O Poder é de um

grupo que

favorece a si

mesmo

Page 57: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

SENTIMENTO FALTA VIRTUDE EXCESSO

Prazer Insensibilidade Temperança Libertinagem

Confiança Covardia Coragem Temeridade

Riqueza Avareza Liberalidade Prodigalidade

Fama Simplório Magnificência Vaidade

Honra Vileza Respeito Vulgaridade

Cólera Indiferença Gentileza Irascibilidade

Convívio Grosseria Agudeza Zombaria

Conceder Prazer Tédio Amizade Condescendência

Vergonha Timidez Modéstia Sem Vergonhice

Fortuna Malevolência Justa Apreciação Inveja

“A Amizade se constitui de dois corpos que

habitam uma só alma”

Page 58: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Inicia-se com a conquista da Grécia pelos

macedônios em 322 a.C.

Caracterizou-se pela interação da cultura

grega clássica e oriental.

Polis grega desaparece como centro

político.

Filósofos são cidadãos do mundo (kósmos)-

período da filosofia cosmopolita.

Page 59: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Expansão Macedônica empreendida por Alexandre Magno

Page 60: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Mistura de religiões ou sincretismo

religioso.

As fronteiras e divisão entre cidade-

estado desapareceram

Surgem dúvidas e incertezas.

Page 61: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Continuação das atividades das escolas

platônicas.

Substitui-se, a vida pública pela vida

privada como centro das reflexões

filosóficas

Trata da intimidade, da vida interior do

homem.

Page 62: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Substitui-se a vida pública pela vida

privada como centro das reflexões

filosóficas.

As preocupações coletivas cedem lugar às

preocupações individuais.

As principais correntes filosóficas desse

período vão tratar da intimidade, da vida

interior do homem.

Com o declínio da participação do cidadão

nos destinos da cidade, a reflexão política

também se enfraqueceu.

Page 63: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Principais correntes que trazem

explicações sobre a realidade:

Estoicismo -

Epicurismo - Hedonismo

Pirronismo - Ceticismo

Cinismo

Page 64: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Toda realidade é racional. Todos os seresfazem parte desta.

Somos deste mundo e, ao morrer, nosdissolvemos nele.

O melhor caminho para a felicidade é odever da compreensão.

Fundador: Zenão de Cício (336-263 a.C)

Page 65: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

No plano ético, os estóicos defendiam umaatitude de austeridade física e moral,baseada em virtudes como a resistência anteo sofrimento, a coragem ante o perigo, aindiferença ante as riquezas materiais.

O ideal a ser alcançado seria um estado deplena serenidade para lidar com ossobressaltos da existência, fundado naaceitação e compreensão dos “princípiosuniversais” que regem toda a vida.

A imperturbabilidade, a extirpação daspaixões e a aceitação resignada do destinosão as marcas fundamentais do homem sábio,o único apto a experimentar a verdadeirafelicidade;

Page 66: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Fundador: Epicuro (324-271 a.C.)

Administração racional e equilibrada do

prazer, é o princípio e o fim de uma vida

feliz.

Prazeres Duradouros: que encantam o

espírito como. ex: artes, música etc.

Page 67: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Prazeres Imediatos, movidos pela

explosão das paixões e que podem resultar

em dor e sofrimento.

Buscavam a Ataraxia:

ausência de dor,

quietude, serenidade.

Page 68: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Para desfrutar os grandes prazeres do

intelecto precisamos aprender a dominar

os prazeres exagerados da paixão: os

medos, os apegos, a cobiça, a inveja.

Os epicuristas buscavam a ATARAXIA,

termo grego usado pra designar o estado

de ausência da dor, quietude, serenidade e

impertubabilidade da alma.

O epicurismo defende uma administração

racional e equilibrada do prazer, evitando

ceder aos desejos insaciáveis que,

inevitavelmente, terminam no sofrimento.

Page 69: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Nenhum conhecimento é seguro, tudo éincerto. (Ceticismo)

Fundador: Pirro de Eléia (365-275 a.C.)

Os céticos admitiam que a realidade

existia, mas afirmavam que o ser humano

não teria nenhum instrumento para atingir

a verdade de qualquer coisa.

A filosofia deveria ser uma negação do

saber, não uma busca.

Page 70: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Defendia que se deve contentar com as

aparências das coisas, desfrutar o imediato

captado pelos sentidos e viver feliz, em vez de

se lançar à busca de uma verdade, pois seria

impossível ao homem saber se as coisas são

efetivamente como aparecem.

Para atingir a felicidade o indivíduo deveria

dirigir uma indiferença absoluta aos costumes

e aos acontecimentos da vida.

Page 71: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Diógenes, principal representante.

Filósofos que se propuseram a viver como

cães da cidade, sem qualquer propriedade

ou conforto.

Filosofia de Sócrates- procurar conhecer a

si mesmo e desprezar bens materiais.

Do grego kynicos, significa “como um cão”.

Page 72: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

Nos séculos posteriores ao florescimento

das escolas filosóficas, não se

desenvolveram correntes de pensamento

que possam ser consideradas realmente

originais.

Nesse período, que vai de meados do

século III a.C. até o início da Idade Média,

os filósofos que surgiram repetiam as ideias

dos antigos.

O surgimento do cristianismo, no século I,

trouxe à filosofia novas questões

Page 73: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

O cristianismo ganhou numerosos adeptos

entre os povos do antigo mundo helenístico,

trazendo novas formas de ver o mundo.

Ao mesmo tempo, no século I a.C. surgiu uma

potência militar que superou a dominação

macedônia: o Império Romano, que absorveu

muito da cultura grega, inclusive sua filosofia.

Entre os século I a.C. e III d.C., assistimos a

um ressurgimento do platonismo mesclado

com ideias aristotélicas, influenciando a

filosofia dos pensadores cristãos durante a

Idade Média.

Page 74: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

A Grécia sob o controle Romano

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Pitágoras

Sócrates

Platão

Aristóteles

Epicuro

“Podemos facilmente perdoar uma criança por

ter medo da escuridão. A real tragédia da vida

é quando os homens têm medo da luz”

“Purifica o teu coração antes de permitires que o

amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda

em um recipiente sujo”

“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente.

Excelência, então, não é um modo de agir, mas

sim um hábito”

“Se todos os nossos infortúnios fossem colocados juntos e,

posteriormente, repartidos em partes iguais por cada um de

nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas, de

novo, só os nossos.”

“Quando dizemos que o prazer é a essência de uma boa vida não

queremos dizer o prazer do extravagante ou o que de depende

da satisfação física, mas por prazer queremos dizer o estado em

que o corpo se libertou da dor e a mente da ansiedade.”

Page 76: História da Filosofia   dos Pré Socráticos ao Helenismo

o ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS,

Maria Helena Pires. Filosofando:

introdução à Filosofia. São Paulo; Ática,

1993.

o CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4

ed. São Paulo: Ática, 2012.

o CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia – São

Paulo – SP: Editora Ática, 2014.

o COTRIM, Gilberto. Fundamentos da

Filosofia: história e grandes temas. 16 ed.

reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.