filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade média

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Pós Socráticos, Pós Socráticos, Cristianismo e Cristianismo e Idade Média Idade Média Luci Bonini Luci Bonini

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Aula de filosofia para meus alunos do curso de direito da UMC

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Page 1: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Pós Socráticos, Pós Socráticos, Cristianismo e Idade Cristianismo e Idade

MédiaMédia

Luci BoniniLuci Bonini

Page 2: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Final da Hegemonia polFinal da Hegemonia políítica e militar tica e militar da Grda Gréécia cia in iníício do cristianismo.cio do cristianismo.

O foco da preocupaO foco da preocupaçção sai do ão sai do homem e vai para o universo homem e vai para o universo –– problemas problemas ééticos, vida interior do ticos, vida interior do homem.homem.

ImpImpéério Romano rio Romano turbulências turbulências administrativas, expansão do impadministrativas, expansão do impéério rio e o Direito Romanoe o Direito Romano

Page 3: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

CINISMO Decadência moral

da sociedade Grega

Cinismo Diógenes – desprezo àquilo que a classe dominante considerava de valor

Page 4: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

ESTOICISMOESTOICISMO Anulação das Anulação das

paixões e destaque paixões e destaque para a razão.para a razão.

Grande Grande representante representante desta escola foi desta escola foi SênecaSêneca

Não há acaso, tudo Não há acaso, tudo é providencial. é providencial.

Page 5: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

EPICURISMOEPICURISMO O representante desta escola foi Epicuro.O representante desta escola foi Epicuro. A vida deve ser convenientemente A vida deve ser convenientemente

regrada. regrada. Este é o objetivo da ética. Este é o objetivo da ética.

– Segundo Epicuro, temos 3 tipos de prazeres: Segundo Epicuro, temos 3 tipos de prazeres: 1° os naturais e necessários (comer 1° os naturais e necessários (comer

quando se tem fome) quando se tem fome) 2° naturais, porém não necessários 2° naturais, porém não necessários

(comer excessivamente) (comer excessivamente) 3° nem naturais, nem necessários (fumo, 3° nem naturais, nem necessários (fumo,

luxo) luxo)

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Page 7: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média
Page 8: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

CETICISMOCETICISMO

Não ao conhecimento da verdade, mas sua Não ao conhecimento da verdade, mas sua procura.procura.

As aparências As aparências impossível chegar a um saber impossível chegar a um saber completo e universal.completo e universal.

Não há certeza Não há certeza , não há o avanço nos , não há o avanço nos conhecimentos, portanto o progresso fica conhecimentos, portanto o progresso fica impossibilitado de acontecer.impossibilitado de acontecer.

O representante e fundador desta escola foi PirroO representante e fundador desta escola foi Pirro

Page 9: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

O ceticismo é um veneno que contamina a alma e tolhe O ceticismo é um veneno que contamina a alma e tolhe as ações de quem se entrega ao seu domínio. Impede as ações de quem se entrega ao seu domínio. Impede que as vítimas façam coisas além das indispensáveis, que as vítimas façam coisas além das indispensáveis,

por não crerem em nenhuma finalidade superior da por não crerem em nenhuma finalidade superior da vida. O cético é pior do que o absolutamente crédulo. vida. O cético é pior do que o absolutamente crédulo. Não acredita em nada e ninguém e vive por viver. Com Não acredita em nada e ninguém e vive por viver. Com

o tempo, amargurado e infeliz, finda por se tornar o tempo, amargurado e infeliz, finda por se tornar parasita, peso morto para si e para os que o rodeiam.parasita, peso morto para si e para os que o rodeiam.

Page 10: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

ECLETISMOECLETISMO

Oposto do Ceticismo.Oposto do Ceticismo. A verdade não se limita a um A verdade não se limita a um

sistema filosófico, deve ser sistema filosófico, deve ser complementada por elementos das complementada por elementos das diversas escolas.diversas escolas.

Para se alcançar uma compreensão Para se alcançar uma compreensão adequada das coisas não se deve adequada das coisas não se deve privilegiar apenas um filósofo, mas o privilegiar apenas um filósofo, mas o que há de melhor em cada um deles.que há de melhor em cada um deles.

Page 11: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Uma experiência mística significa experimentar a Uma experiência mística significa experimentar a sensação de fundir sua alma com Deus. sensação de fundir sua alma com Deus.

É que o "eu" que conhecemos não é nosso "eu" É que o "eu" que conhecemos não é nosso "eu" verdadeiro e os místicos procuravam conhecer verdadeiro e os místicos procuravam conhecer um "eu" maior que pode possuir várias um "eu" maior que pode possuir várias denominações: Deus, espírito cósmico, universo, denominações: Deus, espírito cósmico, universo, etc. etc.

Encontra-se tendências místicas nas maiorias Encontra-se tendências místicas nas maiorias religiões do mundo:religiões do mundo:– Na mística ocidental ( judaísmo, cristianismo e Na mística ocidental ( judaísmo, cristianismo e

islamismo ), o místico diz que seu encontro é com um islamismo ), o místico diz que seu encontro é com um Deus pessoal. Na oriental ( hinduísmo, budismo e Deus pessoal. Na oriental ( hinduísmo, budismo e religião chinesa )religião chinesa )

– É importante notar que essas correntes místicas já É importante notar que essas correntes místicas já existiam muito antes de Platão e que pessoas de nossa existiam muito antes de Platão e que pessoas de nossa época têm relatado experiências místicas como uma época têm relatado experiências místicas como uma forma de experimentar o mundo sob a perspectiva da forma de experimentar o mundo sob a perspectiva da eternidade.eternidade.

Page 12: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

DOIS CÍRCULOS CULTURAISDOIS CÍRCULOS CULTURAIS Os indo-europeusOs indo-europeus

– Primitivos que viveram há mais ou menos quatro mil anos nas Primitivos que viveram há mais ou menos quatro mil anos nas proximidades dos mares Negro e Cáspio. De lá, espalharam-se por proximidades dos mares Negro e Cáspio. De lá, espalharam-se por diversos lugares: Irã, Índia, Grécia, Itália, Espanha, Inglaterra, diversos lugares: Irã, Índia, Grécia, Itália, Espanha, Inglaterra, França, Escandinávia, Leste Europeu e Rússia, formando o círculo França, Escandinávia, Leste Europeu e Rússia, formando o círculo cultural indo-europeu. cultural indo-europeu.

Dentre outras coisas, pode-se dizer que sua cultura era marcada Dentre outras coisas, pode-se dizer que sua cultura era marcada pelo politeísmo, a visão era o principal sentido para eles e pelo politeísmo, a visão era o principal sentido para eles e acreditavam que a história era cíclica. acreditavam que a história era cíclica.

As duas grandes religiões orientais – hinduísmo e budismo – são As duas grandes religiões orientais – hinduísmo e budismo – são de origem indo-européia. de origem indo-européia.

O mesmo vale para a filosofia grega. Nessas religiões, enfatiza-O mesmo vale para a filosofia grega. Nessas religiões, enfatiza-se a presença de Deus em tudo (panteísmo). se a presença de Deus em tudo (panteísmo). – Outro ponto importante é a crença de que o homem pode chegar a Outro ponto importante é a crença de que o homem pode chegar a

uma unidade com Deus por meio do conhecimento religioso. uma unidade com Deus por meio do conhecimento religioso. – No Oriente, a passividade e a vida reclusa são vistas como ideais No Oriente, a passividade e a vida reclusa são vistas como ideais

religiosos e em muitas culturas indo-européias acredita-se na religiosos e em muitas culturas indo-européias acredita-se na metempsicose ou transmigração da almametempsicose ou transmigração da alma..

Page 13: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Os semitasOs semitas Eles são originários da península da arábica e Eles são originários da península da arábica e

também se expandiram para extensas e diferentes também se expandiram para extensas e diferentes partes do mundo. partes do mundo. – As três religiões ocidentais – judaísmo, o cristianismo e o As três religiões ocidentais – judaísmo, o cristianismo e o

islamismo – têm base semita. islamismo – têm base semita. De modo geral, o que se pode dizer dos semitas é De modo geral, o que se pode dizer dos semitas é

que eram monoteístas, possuíam uma visão linear que eram monoteístas, possuíam uma visão linear da história, a audição desempenhava papel da história, a audição desempenhava papel preponderante e proibiam a representação preponderante e proibiam a representação pictórica. pictórica.

Quanto à história, é interessante saber que, para Quanto à história, é interessante saber que, para eles, ela começou com a criação do mundo por eles, ela começou com a criação do mundo por Deus e Este tinha o poder de intervir em seu curso. Deus e Este tinha o poder de intervir em seu curso. – Em relação às imagens, ainda são proibidas no judaísmo e Em relação às imagens, ainda são proibidas no judaísmo e

no islamismo, mas no cristianismo são permitidas devido no islamismo, mas no cristianismo são permitidas devido à influência do mundo greco-romano.à influência do mundo greco-romano.

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IsraelIsrael

Page 15: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Pano de fundo judeu do cristianismo.Pano de fundo judeu do cristianismo.– houve a criação do mundo e a rebelação do houve a criação do mundo e a rebelação do

homem contra Deus (Adão e Eva) e a partir homem contra Deus (Adão e Eva) e a partir de então, a morte passou a existir na Terra.de então, a morte passou a existir na Terra.

– A desobediência do homem a Deus A desobediência do homem a Deus atravessa toda a história contada na Bíblia. atravessa toda a história contada na Bíblia. No Gênesis há a menção do pacto feito No Gênesis há a menção do pacto feito entre Deus e Abraão e seus descendentes entre Deus e Abraão e seus descendentes que exigia a obediência rigorosa aos que exigia a obediência rigorosa aos mandamentos de Deus. mandamentos de Deus.

– Esse pacto foi mais tarde renovado com a Esse pacto foi mais tarde renovado com a entrega das Tábuas da Lei a Moisés no entrega das Tábuas da Lei a Moisés no monte Sinai. monte Sinai.

Page 16: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Jerusalém Jerusalém

Page 17: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Naquela época, os israelitas viviam havia muito Naquela época, os israelitas viviam havia muito tempo como escravos no Egito, mas foram tempo como escravos no Egito, mas foram libertados e levados de volta a Israel onde se libertados e levados de volta a Israel onde se formou dois reinos – Israel (ao Norte) e Judá (ao formou dois reinos – Israel (ao Norte) e Judá (ao Sul) Sul)

O povo judeu não entendia o motivo de tanta O povo judeu não entendia o motivo de tanta desgraça e atribuía isso ao castigo de Deus sobre desgraça e atribuía isso ao castigo de Deus sobre Israel devido à sua desobediência. Israel devido à sua desobediência.

Então começaram a surgir profecias sobre o Juízo Então começaram a surgir profecias sobre o Juízo Final e também sobre a vinda de um "príncipe da Final e também sobre a vinda de um "príncipe da paz" que iria restaurar o antigo reino de Davi e paz" que iria restaurar o antigo reino de Davi e assegurar ao povo um futuro feliz. assegurar ao povo um futuro feliz.

Esse messias viria para restituir a Israel a sua Esse messias viria para restituir a Israel a sua grandeza e fundar um "Reino de Deus".grandeza e fundar um "Reino de Deus".

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JesusJesus

Page 19: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Jesus Cristo. Jesus Cristo. – Naquela época, o povo imaginava o Naquela época, o povo imaginava o

messias como um líder político, militar e messias como um líder político, militar e religioso. religioso.

– Outros, duzentos anos antes do Outros, duzentos anos antes do nascimento de Jesus, diziam que o messias nascimento de Jesus, diziam que o messias seria o libertador de todo o mundo. seria o libertador de todo o mundo.

– Mas Jesus apareceu com pregações Mas Jesus apareceu com pregações diferentes das que vigoravam e admitia diferentes das que vigoravam e admitia publicamente não ser um comandante publicamente não ser um comandante militar ou político. militar ou político.

– E mais, dizia que o Reino de Deus era o E mais, dizia que o Reino de Deus era o amor ao próximo e aos inimigos.amor ao próximo e aos inimigos.

Page 20: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Ele não considerava indigno conversar Ele não considerava indigno conversar com prostitutas, funcionários corruptos e com prostitutas, funcionários corruptos e inimigos políticos do povo e achava que inimigos políticos do povo e achava que estes seriam vistos por Deus como estes seriam vistos por Deus como pessoas justas bastando para isso que se pessoas justas bastando para isso que se voltassem para Ele e Lhe pedisse perdão. voltassem para Ele e Lhe pedisse perdão. Jesus acreditava que nós mesmos não Jesus acreditava que nós mesmos não podíamos nos redimir de nossos pecados e podíamos nos redimir de nossos pecados e que nenhuma pessoa era reta aos olhos de que nenhuma pessoa era reta aos olhos de Deus. Deus.

Ele foi um ser humano extraordinário. Ele foi um ser humano extraordinário. Soube usar de forma genial a língua de seu Soube usar de forma genial a língua de seu tempo e deu a conceitos antigos um tempo e deu a conceitos antigos um sentido novo, extremamente ampliado. sentido novo, extremamente ampliado.

Page 21: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Tudo isto acrescentado a sua Tudo isto acrescentado a sua mensagem radical de redenção mensagem radical de redenção dos homens ameaçava tantos dos homens ameaçava tantos interesses e posições de poder interesses e posições de poder que ele acabou sendo que ele acabou sendo crucificado. crucificado.

Para o cristianismo, Jesus foi o Para o cristianismo, Jesus foi o único homem justo que viveu e o único homem justo que viveu e o único que sofreu e morreu por único que sofreu e morreu por todos os homens.todos os homens.

Page 22: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

PauloPaulo

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que

tine.tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os

mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor,

nada seria.nada seria.

Page 23: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Alguns dias depois da crucificação e Alguns dias depois da crucificação e enterro de Jesus, começaram a surgir enterro de Jesus, começaram a surgir boatos sobre sua ressurreição. boatos sobre sua ressurreição.

Pode-se dizer que a Igreja cristã Pode-se dizer que a Igreja cristã começou naquela manhã de Páscoa. começou naquela manhã de Páscoa.

Paulo disse: "Pois se Cristo não Paulo disse: "Pois se Cristo não ressuscitou, então todo nosso ressuscitou, então todo nosso sermão é vão; é vã toda a vossa sermão é vão; é vã toda a vossa crença". crença".

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A partir de então todas as pessoas A partir de então todas as pessoas podiam ter esperança na "ressurreição podiam ter esperança na "ressurreição da carne". da carne".

Os primeiros cristãos começaram a Os primeiros cristãos começaram a espalhar a "boa-nova" da redenção espalhar a "boa-nova" da redenção pela fé em Cristo. pela fé em Cristo.

Poucos anos depois da morte de Jesus, Poucos anos depois da morte de Jesus, o fariseu Paulo se converteu ao o fariseu Paulo se converteu ao cristianismo e suas viagens cristianismo e suas viagens missionárias pelo mundo greco-missionárias pelo mundo greco-romano transformaram o cristianismo romano transformaram o cristianismo numa religião universal. numa religião universal.

Page 26: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

O Areópago era um celebre tribunal de Atenas que funcionava numa colina consagrada a Marte, de onde o seu O Areópago era um celebre tribunal de Atenas que funcionava numa colina consagrada a Marte, de onde o seu nome.nome.Solon (594 a.C) aumentou consideravelmente as suas atribuições, e os areopagitas  foram chamados a punir o Solon (594 a.C) aumentou consideravelmente as suas atribuições, e os areopagitas  foram chamados a punir o roubo,a impiedade a imoralidade; a reprimir o luxo, a preguiça, a mendicância; a velar pela educação das roubo,a impiedade a imoralidade; a reprimir o luxo, a preguiça, a mendicância; a velar pela educação das crianças e até penetrar no lar doméstico para dele banir a discórdia e assegurar-se da legitimidade dos meios crianças e até penetrar no lar doméstico para dele banir a discórdia e assegurar-se da legitimidade dos meios de vida de cada cidadãode vida de cada cidadão

Page 27: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Quando esteve em Atenas, ele fez Quando esteve em Atenas, ele fez um discurso do Areópago que falava um discurso do Areópago que falava do Deus que os atenienses do Deus que os atenienses desconheciam e isso provocou um desconheciam e isso provocou um choque entre a filosofia grega e a choque entre a filosofia grega e a doutrina da redenção cristã. doutrina da redenção cristã.

Apesar de tudo, Paulo encontrou Apesar de tudo, Paulo encontrou nessa cultura um sólido apoio, ao nessa cultura um sólido apoio, ao chamar atenção para o fato de que a chamar atenção para o fato de que a busca por Deus estava dentro de busca por Deus estava dentro de todos os homens. todos os homens.

Page 28: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Em Atos dos Apóstolos está escrito que Em Atos dos Apóstolos está escrito que depois de seu discurso, foi vítima de depois de seu discurso, foi vítima de zombaria por parte de algumas zombaria por parte de algumas pessoas, quando estas o ouviram dizer pessoas, quando estas o ouviram dizer que Cristo havia ressuscitado dos que Cristo havia ressuscitado dos mortos. Mas também houve os que se mortos. Mas também houve os que se interessaram pelo assunto. interessaram pelo assunto.

Depois, Paulo prosseguiu em sua tarefa Depois, Paulo prosseguiu em sua tarefa missionária e passadas algumas missionária e passadas algumas décadas da morte de Cristo já existiam décadas da morte de Cristo já existiam comunidades cristãs em todas as comunidades cristãs em todas as cidades gregas e romanas mais cidades gregas e romanas mais importantes.importantes.

Page 29: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

O CredoO Credo

Paulo não foi importante para o Paulo não foi importante para o cristianismo apenas por suas pregações cristianismo apenas por suas pregações missionárias. missionárias.

Dentro das comunidades cristãs, sua Dentro das comunidades cristãs, sua influência era muito grande pois as pessoas influência era muito grande pois as pessoas também queriam uma orientação espiritual. também queriam uma orientação espiritual.

Pelo fato de o cristianismo não ser a única Pelo fato de o cristianismo não ser a única religião nova daquela época, a Igreja religião nova daquela época, a Igreja precisava definir claramente a doutrina precisava definir claramente a doutrina cristã, a fim de estabelecer seus limites em cristã, a fim de estabelecer seus limites em relação às demais religiões e evitar uma relação às demais religiões e evitar uma cisão interna. cisão interna.

Page 30: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Surgiram assim as primeiras Surgiram assim as primeiras profissões de fé, os primeiros profissões de fé, os primeiros credos que resumiam os princípios credos que resumiam os princípios ou os dogmas cristãos mais ou os dogmas cristãos mais importantes como o que dizia que importantes como o que dizia que Jesus havia sido Deus e homem ao Jesus havia sido Deus e homem ao mesmo tempo e de forma plena e mesmo tempo e de forma plena e que realmente tinha padecido na que realmente tinha padecido na cruz.cruz.

Page 31: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

A IDADE MÉDIAA IDADE MÉDIA

Page 32: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

PatrísticaPatrística

Período do pensamento cristão que Período do pensamento cristão que se seguiu à época neotestamentária, se seguiu à época neotestamentária, e chega até ao começo da e chega até ao começo da EscolásticaEscolástica

Representa o pensamento dos Representa o pensamento dos Padres da Igreja Padres da Igreja os construtores os construtores da teologia da teologia

Page 33: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Sto. AgostinhoSto. Agostinho

Page 34: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Nasceu em Tagasta, cidade da Nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. 13 de novembro do ano 354.

Cartago Cartago para aperfeiçoar seus para aperfeiçoar seus estudos desviou-se moralmente. estudos desviou-se moralmente.

Caiu em uma profunda sensualidade, Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores que, segundo ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; conseqüências do pecado original;

Tornou-se maniqueísta, que atribuía Tornou-se maniqueísta, que atribuía realidade substancial tanto ao bem realidade substancial tanto ao bem como ao malcomo ao mal

Page 35: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

O conhecimentoO conhecimento Cristianizou Platão Cristianizou Platão

s seu interesse eu interesse central: Deus e a central: Deus e a alma alma os mais os mais importantes e os importantes e os mais imediatos para mais imediatos para a solução integral a solução integral do problema da do problema da vidavida

A certeza da própria A certeza da própria existência espiritual existência espiritual

Page 36: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Conhecimento sensívelConhecimento sensível

Os sentidos e o intelecto Os sentidos e o intelecto são fontes de são fontes de conhecimento. conhecimento.

Para a visão sensível além Para a visão sensível além do olho e da coisa, é do olho e da coisa, é necessária a luz físicanecessária a luz física

Page 37: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Conhecimento intelectual Conhecimento intelectual é é necessária luz espiritual. necessária luz espiritual.

Deus Deus a Verdade a Verdade Verbo de Deus Verbo de Deus verdades eternas, as idéias, as verdades eternas, as idéias, as espécies, os princípios formais das espécies, os princípios formais das coisascoisas

Page 38: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

famíliafamília celibato superior ao matrimôniocelibato superior ao matrimônio políticapolítica , ele tem uma concepção negativa da , ele tem uma concepção negativa da

função estatal; se não houvesse pecado e os função estatal; se não houvesse pecado e os homens fossem todos justos, o Estado seria inútil. homens fossem todos justos, o Estado seria inútil.

propriedadepropriedade direito positivo, e não natural. direito positivo, e não natural. Escravidão Escravidão direito natural, mas conseqüência direito natural, mas conseqüência

do pecado original, que perturbou a natureza do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e social humana, individual e social natureza humana já natureza humana já é corrompida; pode ser superada é corrompida; pode ser superada sobrenaturalmente, asceticamente, mediante a sobrenaturalmente, asceticamente, mediante a conformação cristã de quem é escravo e a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.caridade de quem é amo.

Page 39: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média
Page 40: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Sto. Tomás de AquinoSto. Tomás de Aquino

Nasceu Nasceu TomásTomás em em 1225, no castelo de 1225, no castelo de Roccasecca, na Roccasecca, na Campânia, da Campânia, da família feudal dos família feudal dos condes de Aquino. condes de Aquino.

Page 41: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

O conhecimentoO conhecimento

Cristianizou Aristóteles Cristianizou Aristóteles considera considera a a filosofiafilosofia como uma disciplina como uma disciplina essencialmente teorética, para essencialmente teorética, para resolver o problema do mundo. resolver o problema do mundo.

Filosofia distinta da teologia, - não Filosofia distinta da teologia, - não oposta - visto ser o conteúdo da oposta - visto ser o conteúdo da teologia arcano e revelado, o da teologia arcano e revelado, o da filosofia evidente e racional. filosofia evidente e racional.

Page 42: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Conhecimento SensívelConhecimento Sensível

O objeto O objeto fora de nósfora de nós Esta é a impressão, a imagem, a Esta é a impressão, a imagem, a

forma do objeto material na alma, forma do objeto material na alma, isto é, o objeto sem a matéria, isto é, o objeto sem a matéria, imagem mental que o objeto imagem mental que o objeto imprime na nossa mente, no nosso imprime na nossa mente, no nosso intelectointelecto

Page 43: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Conhecimento inteligívelConhecimento inteligível

Transcende o conhecimento sensívelTranscende o conhecimento sensível O inteligível, o universal, a essência O inteligível, o universal, a essência

das coisas é contida apenas das coisas é contida apenas implicitamente, potencialmente. implicitamente, potencialmente.

Inteligível Inteligível racionalização, racionalização, abstração, generalizaçãoabstração, generalização

A forma universal das coisas. A forma universal das coisas. A verdadeA verdade

Page 44: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Tomás de Aquino acentuou a Tomás de Aquino acentuou a diferença entre a Filosofia, que diferença entre a Filosofia, que estuda todas as coisas pelas últimas estuda todas as coisas pelas últimas causas através da luz da razão, e a causas através da luz da razão, e a Teologia, ciência de Deus à luz da Teologia, ciência de Deus à luz da revelação revelação

Page 45: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

““Verificamos que alguns seres são Verificamos que alguns seres são mais ou menos verdadeiros, mais ou mais ou menos verdadeiros, mais ou menos bons, etc. ora, diz-se o mais e menos bons, etc. ora, diz-se o mais e o menos de coisas diversas segundo o menos de coisas diversas segundo a sua aproximação diferente de um a sua aproximação diferente de um máximo. Existe, pois, alguma coisa máximo. Existe, pois, alguma coisa que é o mais verdadeiro, o melhor, que é o mais verdadeiro, o melhor, por conseguinte, o mais ser. Ora, o por conseguinte, o mais ser. Ora, o que é o máximo num gênero é a que é o máximo num gênero é a causa de tudo que pertence a este causa de tudo que pertence a este gênero. Existe, portanto, um ser que gênero. Existe, portanto, um ser que é para todos os outros causa de ser, é para todos os outros causa de ser, de bondade, de perfeição total, e de bondade, de perfeição total, e este ser é Deus:” Summa Teologicaeste ser é Deus:” Summa Teologica

Page 46: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

As LeisAs Leis

Há uma Há uma Lei DivinaLei Divina, revelada por , revelada por Deus aos homens, que consiste nos Deus aos homens, que consiste nos Dez Mandamentos.Dez Mandamentos.

Page 47: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Há uma Há uma Lei EternaLei Eterna, que é o plano , que é o plano racional de Deus que ordena todo o racional de Deus que ordena todo o universo e uma universo e uma Lei NaturalLei Natural, que é , que é conceituada como a participação da conceituada como a participação da Lei Eterna na criatura racional, ou Lei Eterna na criatura racional, ou seja, aquilo que o homem é levado a seja, aquilo que o homem é levado a fazer pela sua natureza racional.fazer pela sua natureza racional.

Page 48: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

A A Lei PositivaLei Positiva é a lei feita pelo é a lei feita pelo homem, de modo a possibilitar uma homem, de modo a possibilitar uma vida em sociedade. Esta subordina-vida em sociedade. Esta subordina-se à Lei Natural, não podendo se à Lei Natural, não podendo contrariá-la sob pena de se tornar contrariá-la sob pena de se tornar uma uma lei injustalei injusta; não há a obrigação ; não há a obrigação de obedecer à lei injusta - (Este é o de obedecer à lei injusta - (Este é o fundamento objetivo e racional da fundamento objetivo e racional da verdadeira objeção de consciência).verdadeira objeção de consciência).

Page 49: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

A A JustiçaJustiça consiste na disposição consiste na disposição constante da vontade em dar a cada constante da vontade em dar a cada um o que é seu - um o que é seu - suum cuique suum cuique tribueretribuere - e classifica-se como - e classifica-se como Comutativa, Distributiva e Legal, Comutativa, Distributiva e Legal, conforme se faça entre iguais, do conforme se faça entre iguais, do soberano para os súbditos e destes soberano para os súbditos e destes para com aquele, respectivamentepara com aquele, respectivamente

Page 50: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Estado Estado necessidade natural. necessidade natural. O homem é um ser social e precisa de O homem é um ser social e precisa de

orientações para viver em sociedade. orientações para viver em sociedade. As leis humanas não podem contradizer a As leis humanas não podem contradizer a

lei natural.lei natural.

Page 51: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

O Direito positivo existe para que os O Direito positivo existe para que os que são propensos aos vícios e neles que são propensos aos vícios e neles se obstinam se obstinam impor a ordem impor a ordem públicapública

A função pedagógica das leis A função pedagógica das leis humanashumanas

Convivência pacífica entre os Convivência pacífica entre os homens.homens.

Page 52: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Deus é inexplicável mas é mais Deus é inexplicável mas é mais próximo a nós do que nós a nós próximo a nós do que nós a nós

mesmos mesmos

Page 53: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

Imanência de DeusImanência de Deus

Deus, sendo necessariamente Deus, sendo necessariamente primeiro Princípio, Causa universal, primeiro Princípio, Causa universal, deve estar presente a tudo o que é, e deve estar presente a tudo o que é, e deve mesmo estar mais presente nos deve mesmo estar mais presente nos seres do que eles em si mesmos, seres do que eles em si mesmos, uma vez que eles não existem e não uma vez que eles não existem e não subsistem senão pelo efeito de um subsistem senão pelo efeito de um contínuo influxo do poder criador. contínuo influxo do poder criador.

Page 54: Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média

A imanência não deve ser então A imanência não deve ser então imaginada como uma espécie de imaginada como uma espécie de mistura do Ser divino com as coisas mistura do Ser divino com as coisas criadas. criadas.

É necessário concebê-las como um É necessário concebê-las como um modo de presença espiritual, modo de presença espiritual, irredutível às presenças corporais, e irredutível às presenças corporais, e por isto mesmo infinitamente mais por isto mesmo infinitamente mais profunda e mais envolvente. profunda e mais envolvente.

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A imanência divina não deve A imanência divina não deve fazer negligenciar a fazer negligenciar a

transcendência, quer dizer a transcendência, quer dizer a absoluta independência de Deus absoluta independência de Deus

em relação ao mundo, e o em relação ao mundo, e o soberano domínio de Deus sobre soberano domínio de Deus sobre

todo o universo todo o universo

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Transcendência de DeusTranscendência de Deus

É então necessário preservar-se de É então necessário preservar-se de representar a transcendência divina representar a transcendência divina como uma exterioridade espacial e como uma exterioridade espacial e material, como se a absoluta material, como se a absoluta distinção de Deus e do mundo distinção de Deus e do mundo implicasse numa justaposição do implicasse numa justaposição do mundo e de Deus. mundo e de Deus.

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A imanência e a transcendência A imanência e a transcendência são dois aspectos igualmente são dois aspectos igualmente inevitáveis de uma noção de inevitáveis de uma noção de

Deus conforme ao que exigem a Deus conforme ao que exigem a um tempo a experiência e a um tempo a experiência e a

razão. razão.