notícias de israel - ano 28 - nº 8

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www.Beth-Shalom.com.br AGOSTO DE 2006 • Ano 28 • Nº 8 • R$ 3,50 BETH-SHALOM

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• A Babilônia na Profecia Bíblica • Os Grandes Contestadores do Holocausto • Os Protocolos dos Sábios de Sião • O conflito no Líbano e em Gaza • Dez razões para apoiar Israel • Os acusadores previsíveis

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Page 1: Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 8

www.Beth-Shalom.com.br AGOSTO DE 2006 • Ano 28 • Nº 8 • R$ 3,50 BETH-SHALOM

Page 3: Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 8

É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

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CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 28.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

5

9

16

4 Prezados Amigos de Israel

A Babilônia na Profecia Bíblica

HHOORRIIZZOONNTTEE

• O conflito no Líbano e em Gaza - 16• Dez razões para apoiar Israel - 18• Os acusadores previsíveis - 19

Os Grandes Contestadores do Holocausto

13 Os Protocolos dos Sábios de Sião

índice

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44 Notícias de Israel, agosto de 2006

Já se passou um ano desde que Israeldesocupou os assentamentos e retirou seuexército da Faixa de Gaza. Mesmo assim, a paznão chegou à região. Cidades israelenses têm sidoalvejadas quase diariamente com mísseisdisparados por grupos terroristas a partir deGaza. Esse fato é mais uma prova de que o atualgoverno do Hamas não busca seriamente a paz.Durante algum tempo Israel reagiu de formabastante contida a essas provocações, mostrandoao mundo quem é o verdadeiro agressor. Mas oataque a um posto militar da fronteira, em quemorreram dois soldados e um foi seqüestrado,desafiou Israel a uma reação mais enérgica. Essareação, porém, vem acompanhada do risco dosisraelenses se atolarem novamente no “lamaçal”chamado Gaza. Foi justamente o que o governoisraelense tentou evitar, mas pelo visto ospalestinos conseguiram novamente envolvê-lo emações bélicas nessa região. Com isso, elespretendem demonstrar ao mundo que o agressoré Israel e não eles.

O Movimento Hamas, com sua contínuabelicosidade militante contra Israel apenas cumpreum preceito do Corão, que proíbe firmar a pazcom infiéis, ou seja, com não-muçulmanos. NoOcidente os representantes do islã costumamapresentá-lo como uma religião que preza a paz.Para embasar essa teoria, usam versos avulsosadequadamente retirados do Corão. Aos ouvintesincautos não é dito que, segundo a doutrinaislâmica, revelações posteriores anulam asanteriores. Por essa razão, a conclamação à jihad(guerra santa) contra os infiéis anula os 114 versosdo Corão que falam de paz e longanimidade.

O Hamas é uma organização terroristacomprometida com o Corão, jamais podendoestabelecer uma paz real com Israel. Por isso,sempre ofereceu a Israel a assim chamada“hudna”, um cessar-fogo apenas temporário (quepode ser rompido, caso isso seja favorável ao ladoislâmico). Nesse ponto os representantes doHamas até que foram sinceros quando falavam de“paz”. Mas o que acontecerá no futuro, se ospalestinos ficarem ainda mais isolados no cenáriointernacional devido ao seu comportamento eforem mais acuados? Nesse momento, um“acordo de paz” com Israel seria aceitável paraeles, se com essa tática conseguirem ludibriar o“inimigo sionista”.

Para os “fundamentalistas” muçulmanos, atémesmo os países islâmicos moderados e seuslíderes são considerados traidores do islã por nãocumprirem a obrigação de fazer a guerra santa. Épor isso que o governo libanês não tem valoralgum aos olhos do Hizb’allah (Partido de Alá).Essa organização terrorista, fomentada pelo Irã,comporta-se como um Estado dentro do Estadolibanês. Seu líder, Hassan Nasrallah, que seapresenta como autoridade religiosa, acha queestá apenas fazendo o que o governo libanêsdeveria fazer, ou seja, atacar Israel a partir doNorte. Mas justamente o ataque do Hizb’allah auma patrulha militar forneceu a Israel o motivo definalmente enfrentar massivamente esse grupoterrorista.

Somente diante desse pano de fundo é possívelentender o conflito entre os palestinos e Israel,que agora se estendeu novamente ao Líbano.Porém, o islã “fundamentalista” não tem setornado um problema apenas para Israel, poisameaça todo o Ocidente. Até agora foram osgrupos islâmicos radicais que tentaram dobrar omundo com seus ataques. Mas o que aconteceráquando possuírem armas nucleares – como o Irãestá tentando?

A idéia de que esse tipo de armamento dedestruição em massa possa chegar às mãos dosmuçulmanos fanáticos desperta o medo de umaguerra de escala apocalíptica. Diante de umaameaça tão séria, como é precioso conhecer aspalavras de Jesus: “Estas coisas vos tenho ditopara que tenhais paz em mim. No mundo,passais por aflições; mas tende bom ânimo;eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Unidos nessa maravilhosa certeza, saúdo comum cordial

Shalom!

Recomendamos:Mitos e Fatos A verdade sobre o conflito árabe-israelense

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FFrreeddii WWiinnkklleerr

Page 5: Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 8

“Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babi-lônia, tu, poderosa cidade! Pois, emuma só hora, chegou o teu juízo” (Ap18.10).

A guerra no Iraque – a antigaBabilônia – tem ocupado as man-chetes nos últimos anos. Será que aBíblia tem algo a dizer sobre o pa-pel a ser desempenhado pela Babi-lônia no futuro? A Babilônia men-cionada na Bíblia tem alguma rela-ção com o Iraque de nossos dias?

Essas questões podem ser solu-cionadas respondendo à seguintepergunta: todas as referências bí-blicas à Babilônia devem ser inter-pretadas literalmente ou não? Eucreio que sim. O Dr. Charles Dyerdeclara:

A Bíblia menciona o termo Babilô-nia mais de duzentas e oitenta vezes,e muitas dessas referências dizemrespeito à futura cidade de Babilônia

que será edificada na areia fina doatual deserto.1

Na verdade, depois de Jerusa-lém, Babilônia é a cidade mais cita-da em toda a Bíblia. Mas qual seráo seu destino profético? Para enten-dermos esse assunto de maneiraadequada, precisamos iniciar a nos-sa viagem explorando o passado daBabilônia, já que os fatos relaciona-dos ao seu nascimento prestam au-xílio no esclarecimento de seu papelfuturo.

O Passado de Babilônia

A antiga cidade de Babilônia co-meçou imediatamente após o Dilú-vio e simboliza a expressão da rebe-lião direta do homem contra Deus econtra a Sua ordem: “Sede fecundos,multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn9.1b). Portanto, o reinado humano

começou na Babilônia com uma rebe-lião clara e evidente contra Deus. OSenhor interveio e espalhou a humani-dade rebelde confundindo seus idio-mas. O nome “Babel” foi dado à ci-dade de Ninrode, por causa da senten-ça de Deus sobre seus habitantes (Gn11.1-9). O Dr. Dyer explica:

Babel foi a primeira tentativa deunificação da humanidade para cau-sar um curto-circuito no propósito deDeus. Essa primeira cidade pós-dilu-viana foi projetada expressamentepara frustrar o plano de Deus relativoà humanidade. As pessoas buscavamunidade e poder, e Babel deveria sera sede governamental desse poder.Babilônia, a cidade feita por ho-mens, que tenta se elevar até o céu,foi construída em direta oposição aoplano de Deus.2

A Babilônia estava novamenteem primeiro plano no sexto século

55Notícias de Israel, agosto de 2006

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antes de Cristo3 quando Deus en-viou o Reino do Sul de Israel (Judá)para os setenta anos de cativeiro.Foi nessa época que Daniel recebeude Deus muitas de suas visões pro-féticas. Nessas revelações, a Babilô-nia foi o primeiro dos quatro gran-des impérios que se levantaram du-rante os “tempos dos gentios” (Dn2 e 7). A história revela que a Babi-lônia sofreu um declínio até o se-gundo século depois de Cristo,quando ficou deserta. Essa cidadesoterrada sob as areias do tempodurante os últimos mil e setecentosanos recomeçou sua ascensão noséculo passado. Espere mais umpouco e você verá a Babilônia tor-nando-se uma força religiosa, co-mercial e politicamente dominanteno mundo, pois os capítulos 17 e18 de Apocalipse predizem sua des-truição, mas, para ser a cidade queessas profecias projetam, Babilôniaprecisa ser reconstruída em grandeescala, voltando a ser como nos diasde Nabucodonosor.

O Futuro de Babilônia

Como a Babilônia desempenhouum importante papel no passado,

também já está agendadopor Deus – segundo foi re-velado na profecia – que eladesempenhará um papelcentral no futuro. Ela setornará, provavelmente, acapital do Anticristo duran-te os futuros sete anos detribulação, conforme retra-tado na série de ficção Dei-xados para Trás de Tim La-Haye e Jerry Jenkins.

A Babilônia foi a cidademais importante do mundopor quase 2000 anos, e aBíblia nos diz que seráreerguida e colocada nopalco mundial do fim dostempos para representar

um papel de destaque (Ap 14.8; Ap16.19; Ap 17 e Ap 18). A profeciareferente ao final dos tempos exigeque a Babilônia seja reconstruída ese torne uma cidade importante aosinteresses mundiais durante a Tri-bulação. O texto de Isaías 13.19diz: “Babilônia, a jóia dos reinos, gló-ria e orgulho dos caldeus, será comoSodoma e Gomorra, quando Deus astranstornou”. O contexto de Isaías13 é “o Dia do Senhor”, expressãomais utilizada no Antigo Testamen-to para o termo largamente conhe-cido como “Tribulação”. Além dis-so, no passado a Babilônia foi con-quistada por outros povos masnunca foi destruída num cataclismo(ou seja, “como Sodoma e Gomorra,quando Deus as transtornou”). Atual-mente a [região de] Babilônia temaproximadamente 250.000 habitan-tes. O texto de Apocalipse 18.16,19fala de uma súbita destruição pelamão de Deus: “Ai! Ai! da grande ci-dade,... porque, em uma só hora, foidevastada!” O Dr. Arnold Fruch-tenbaum declara:

As profecias referentes à cidadede Babilônia nunca se cumpriram nopassado, o que qualquer enciclopé-dia pode testificar. Para que as profe-

cias bíblicas se cumpram, é necessá-rio que a cidade de Babilônia sejareconstruída na mesma área de ou-trora. A antiga Babilônia é o atualIraque.4

A Babilônia tem um importantepapel na história futura, mas serátotalmente destruída num determi-nado momento ainda por vir.

Em Apocalipse 17-18 Babilôniaé citada como sendo a fonte da reli-gião, do governo, e da economiaímpios. Todos os aspectos injustosda sociedade do fim dos tempossão, finalmente, derivados de umafonte babilônica. O verdadeiro ca-ráter de Babilônia é revelado a Joãoem Apocalipse 17.5 como um mis-tério assim descrito:

“BABILÔNIA, A GRANDE, AMÃE DAS MERETRIZES E DASABOMINAÇÕES DA TERRA”.

Como a mãe de todas as reli-giões falsas, Babilônia é a fonte on-de nasce o falso cristianismo denossos dias e, certamente, durantea Tribulação. Todas as correntes docristianismo apóstata – catolicismoromano, as igrejas ortodoxas doOriente e o protestantismo liberal –vão convergir na Babilônia eclesiás-tica (Ap 17) durante a Tribulação.O Dr. Dyer nos informa:

...em Apocalipse 17 João descre-ve a visão em duas partes. A pri-meira parte fala de uma mulher iden-tificada como Babilônia. Simbolizauma cidade de extrema riqueza quecontrola – “povos, multidões, naçõese línguas” (Ap 17.15). Ela é literal-mente a cidade de Babilônia recons-truída.5

Esses povos, multidões, naçõese línguas vão continuar sua tarefade enganar, mas sofrerão o juízode Deus durante e no final da Tri-bulação. Encontramos o mesmo pa-recer sobre Babilônia e a descriçãode um destino semelhante em Apo-calipse 18 referindo-se à Babilôniacomercial.

66 Notícias de Israel, agosto de 2006

Babel foi a primeira tentativa de unificação dahumanidade para causar um curto-circuito nopropósito de Deus. Essa primeira cidade pós-diluviana foi projetada expressamente parafrustrar o plano de Deus relativo à humanidade. As pessoas buscavam unidade e poder, e Babeldeveria ser a sede governamental desse poder.

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Uma Babilônia Literal

Ao longo da história da Igreja,grande parte dos intérpretes da Bí-blia pensava que essa Babilônia fos-se um tipo de palavra-código refe-rente a alguma entidade como oImpério Romano, o catolicismo ro-mano, o cristianismo apóstata oumesmo os Estados Unidos ou a In-glaterra. Entretanto, creio que, as-sim como o termo “Israel” na Bí-blia sempre se refere a Israel, o ter-mo “Babilônia” sempre se refere àBabilônia.

Em primeiro lugar, creio que olivro de Apocalipse é uma grandeestação central para onde conver-gem todas as profecias bíblicas refe-rentes ao futuro. O Dr. Fruchten-baum explica esse fato da seguintemaneira:

As profecias do Antigo Testamen-to estão espalhadas pelos livros deMoisés, de vários profetas e pelos li-vros históricos. Seria impossível de-senvolver qualquer seqüência crono-lógica dos eventos mencionados nes-sas profecias. O valor do livro deApocalipse não está no fato de ofere-cer novas informações, mas em orde-nar as profecias do Antigo Testamen-to em seqüência cronológica, possibi-

litando determi-nar a ordem doseventos.6

Quando seestuda o queDeus declaraacerca da Babi-lônia no livro deApocalipse, ob-viamente vemosque essas profe-cias não secumpriram emacontecimentospassados e, por-tanto, terão seucumpr imentoem eventos fu-turos. Os capí-tulos 17 e 18 de Apocalipse, que fa-lam sobre a Babilônia, fazem mui-tas alusões a ela citando profeciasdo Antigo Testamento como Isaías13 e 14, Jeremias 50 e 51 e Zacarias5.5-11.7 A única interpretação plau-sível para um literalista é que as re-ferências são à “Babilônia às mar-gens do Eufrates”.8 O Dr. RobertThomas prossegue, dizendo:

...no dia vindouro, predito naspáginas dessa profecia, essa cida-de se tornará o foco central de to-

do o sistema religioso que seopõe decididamente à verda-de da fé cristã. O sistema re-ligioso prosperará durante al-gum tempo, exercendo in-fluência sobre as instituiçõescomerciais e políticas de suaépoca, até que a Besta e osdez reis determinem que es-se sistema já não tem qual-quer utilidade para seus pro-pósitos. Eles, então, o des-mantelarão.9

A Babilônia de Apocalip-se é literal e, por conseguin-te, as profecias a seu respeitohão de se cumprir literal-mente no futuro, talvez emum futuro próximo.

Uma “Exegese

de Jornal”?

Os preteristas, como Gary De-Mar, por exemplo, zombam daperspectiva de voltar a existir umaBabilônia reconstruída no futuro edesempenhando um papel na profe-cia do fim dos tempos. “Será quedeveríamos esperar uma reconsti-tuição de Babilônia no futuro, ten-do por base os eventos descritos nolivro de Apocalipse?”, pergunta De-Mar. “A Babilônia de Apocalipse éa mesma Babilônia do Antigo Tes-tamento?... De jeito nenhum”.10

DeMar acredita que aqueles quevêem uma correlação entre os even-tos atuais e a preparação feita porDeus para o futuro período de Tri-bulação estão desenvolvendo uma“exegese de jornal”. Diz ele que es-tamos “lendo a Bíblia pela lente dosacontecimentos atuais”.11 Porém,eu argumento que ocorre exata-mente o contrário.

Os intérpretes literalistas da Bí-blia há muito tempo têm ensinadoque Israel deve retornar à sua terraantes da Tribulação, fundamenta-dos na sua compreensão do crono-grama profético. Isso aconteceu

77Notícias de Israel, agosto de 2006

Como a mãe de todas as religiões falsas, Babilônia é a fonte onde nasce o falso cristianismo de nossos dias e, certamente, durante a Tribulação. Todas as correntes docristianismo apóstata – catolicismo romano, asigrejas ortodoxas do Oriente e o protestantismoliberal – vão convergir na Babilônia eclesiástica(Ap 17) durante a Tribulação.

A única interpretação plausível para um literalista é que as referências são à “Babilônia às margens do Eufrates”. Na foto:

uma vista do Rio Eufrates a partir da represa de Hadithah.

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com o estabelecimento do Estadode Israel em 1948. Os judeus estãode volta à sua terra e posicionadospara cumprir o seu destino quandoa Tribulação começar. No passado,antes de 1948, os intérpretes litera-listas não se baseavam naquilo queos jornais diziam para crer no que aBíblia profetizava. Pelo contrário,eles criam que Israel seria restaura-do porque a Bíblia assim o dizia. Oque realmente acontece é que Deusestá cumprindo Suas profecias pe-rante um mundo observador e osjornais apenas relatam os fatos. Se aconvicção de que Deus cumpre oque diz tivesse sido uma espécie de“exegese de jornal”, antes de 1948não teríamos começado a procla-mar a nossa certeza de que Israelseria restabelecido. Contrariandoessa “exegese de jornal”, os estu-diosos da Bíblia já proclamavam oretorno de Israel à sua terra comoum evento futuro centenas de anosantes que ocorresse.

Por semelhante modo, estudio-sos da profecia também têm ensina-do, há muitos anos, que haverá umressurgimento do Império Romanoe que a cidade de Babilônia será re-construída, já que essas entidadesdesempenharão um papel específicodurante o futuro período da Gran-de Tribulação. Antes que SaddamHussein subisse ao poder, CharlesDyer concluiu a sua tese de mestra-do no Seminário Teológico de Dal-las (em maio de 1979) falando dafutura reconstrução de Babilônia.Bem antes de seu tempo, um signi-ficativo grupo de estudiosos da Bí-blia argumentava “em alto e bomsom” que a Bíblia prediz uma futu-ra reconstrução da cidade de Babi-lônia às margens do Rio Eufrates[ou seja, a idéia de uma Babilôniareconstruída não é tão nova].

Em minha biblioteca limitadaencontrei uma porção de autoresque, baseados em Apocalipse 17 e

18, ensinaram a respeito de uma fu-tura Babilônia. Nesse grupo estãoincluídos: B. W. Newton (1853),12

G. H. Pember (1888),13 J. A. Seiss(1900),14 Clarence Larkin (1918),15

Robert Govett (1920),16 E. W. Bul-linger (1930),17 William R. Newell(1935),18 F. C. Jenings (1937),19

David L. Cooper (1942)20 e G. H.Lang (1945).21 Tenho certeza quemuitos outros poderiam ser acres-centados a essa lista.

Conclusão

Visto que uma Babilônia literalterá uma função na Tribulação vin-doura, é razoável que a guerra noIraque, embora não seja um cum-primento da profecia bíblica, semdúvida está posicionando a Babilô-nia para a sua iminente tarefa. Serámuito interessante observarmosquais serão os desdobramentos des-sa guerra e que reflexões podemosfazer quanto à sua influência ounão na preparação do palco para aTribulação. Maranata! (Pre-TribPerspectives)

Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-TribResearch Center em Lynchburg, VA (EUA).Ele é autor de muitos livros e um dos editoresda Bíblia de Estudo Profética.

Notas:1.Charles H. Dyer, The Rise of Babylon: Is

Iraq at the Center of The Final Drama? Edi-ção Revisada, Chicago: Moody Press,[1991], 2003, p. 16.

2.Dyer, Rise of Babylon, p. 47.3.Para uma visão geral so-

bre a Babilônia, veja onosso diagrama “Babylonin History and Prophecy”na obra de Tim Lahaye eThomas Ice intituladaGlorioso Retorno – O Fi-nal dos Tempos (SãoPaulo, SP: Abba Press,2004), p. 102. Veja tam-bém Joseph Chambers,A Palace for the Antich-rist: Saddam Hussein’sDrive to Rebuild Babylonand Its Place in BibleProphecy (Green Forest,AR, 1996).

4.Arnold Fruchtenbaum, The Footsteps ofthe Messiah: A Study of the Sequence ofProphetic Events, (Tustin, Califórnia: ArielMinistries Press, 1982), p. 192.

5.Dyer, Rise of Babylon, p. 162.6.Fruchtenbaum, Footsteps, p. 9.7.Para uma lista de 550 alusões ao Antigo

Testamento em Apocalipse, veja Fruchten-baum, Footsteps, pp. 454-459. Para a de-fesa de uma Babilônia literal e como as re-ferências vétero-testamentárias em Apoca-lipse embasam essa perspectiva, vejaCharles H. Dyer, “The Identity of Babylonin Revelation 17-18”, em duas partes, Bi-blioteca Sacra, vol. 144, nº 575 (Julho-Se-tembro de 1987), pp. 305-316, e nº 576(Outubro-Dezembro de 1987), pp. 433-449. Veja ainda Charles Harry Dyer, “TheIdentity of Babylon in Revelation 17-18,”Th.M.Thesis, Dallas Theological Seminary,1979.

8.Robert Thomas, Revelation 8-22: An Exe-getical Commentary (Chicago: MoodyPress, 1995), p. 307.

9.Thomas, Revelation 8-22. pp. 307-308.10.Gary DeMar, Last Days Madness: Obses-

sion of the Mordern Church, (PowerSprings, Georgia, EUA, American Vision,1999), p. 358.

11.DeMar, Last Days Madness, p. 210.12.B. W. Newton, Thoughts on the Apocalyp-

se, and Conversation on Revelation, xvii.13.G. H. Pember, Mystery Babylon The Great,

pp. v, 22.14.J. A. Seiss, The Apocalypse: Lectures on

the Book of Revelation, p. 397.15.Clarence Larkin, Dispensational Truth, pp.

140-144.16.Robert Govett, The Apocalypse Expoun-

ded.17.E. W. Bullinger, Commentary on Revela-

tion, p. 530.18.William R. Newell, Revelation: A Complete

Commentary, p. 268.19.F. C. Jennings, Studies in Revelation, p.

476.20.David L. Cooper, World’s Greatest Library

Graphically Illustrated, p. 100.21.G. H. Lang, The Revelation of Jesus

Christ, p. 305.

88 Notícias de Israel, agosto de 2006

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Há muitos anos, conheci um ve-terano da Segunda Guerra Mundialque serviu na divisão de blindadosdos Estados Unidos que libertou osprisioneiros dos campos de concen-tração na Áustria. Em sua memó-ria, estavam gravadas as lembrançasdos alojamentos onde os doentes eenfermos foram jogados, empilha-dos uns sobre os outros e largados àmorte cobertos de seu próprio vô-mito e fezes.

Ele testemunhou as pilhas de ca-dáveres que aguardavam o enterroem valas abertas que, mais tarde,seriam terraplenadas. Sua divisãomilitar descobriu sepulturas em va-las comuns, algumas das quais con-tinham mais de 15.000 corpos. Elenunca se esqueceu das cenas de se-res humanos cadavéricos que malconseguiam andar. Quando os Alia-dos chegaram, eles estavam tão fra-cos que sua saudação de aclamaçãoquase nem era ouvida.

Ele segurou firme a minha mão,apertando-a como um torno mecâ-nico, e me implorou que eu fizessetudo o que estivesse ao meu alcancepara manter viva a memória doscrimes contra o povo escolhido deDeus. Enquanto ouvia sua história,pensei ser inconcebível que alguém

tivesse o atrevimento de duvidardas milhares de testemunhas ocula-res, de negar as atrocidades daquelaépoca medonha, ou de tentar per-suadir a população de que o genocí-dio nazista nunca aconteceu.

Entretanto, desde então a legiti-midade de seu apelo veemente temse tornado cada vez mais clara.Apesar da maioria dos historiadoresrespeitáveis desprezar, até agora, orevisionismo do Holocausto comoum dogma absurdo, talponto de vista tem ganha-do uma publicidade cadavez maior, especialmenteno mundo árabe.

Com o argumento deque o extermínio de 6 mi-lhões de judeus nuncaocorreu, os contestadoresdo Holocausto se utilizamde informações deturpa-

das, argumentos infundados e repe-tição enfadonha para imprimir assuas mentiras na consciência de umpúblico ingênuo. Embora aleguemque estão à procura de respostas,seu verdadeiro programa é ampla-mente diferente.

Os instigadoresO francês Paul Rassinier (1906-

1967), é considerado o pai do “re-

99Notícias de Israel, agosto de 2006

Corpos de prisioneiros sendoremovidos do campo de

concentração em Gusen,Muhlhausen, nas

proximidades de Linz(Áustria).

Page 10: Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 8

visionismo” do Holocausto. Aodescartar as acusações contra os na-zistas, classificando-as como umamera tendência das vítimas de exa-gerarem os fatos, Rassinier insinuouque o próprio povo judeu causara oseu genocídio, e começou a minaros fatos que fundamentam a reali-dade do Holocausto. Em 1948 eleescreveu o livro intitulado Le Passa-ge da la Ligne (A Travessia da Li-nha). Logo em seguida, várias figu-ras de destaque pró-nazistas e anti-semitas nos Estados Unidos usaramas proposições de Rassinier e enca-beçaram uma iniciativa para disse-minar o engano.

No final da década de 1950,Austin J. App (1902-1984), um fer-renho defensor da Alemanha Nazis-ta, emergiu como o mais proemi-nente contestador do Holocausto.Ele não somente tentou contestar oassassinato de 6 milhões de judeuspelos nazistas, mas também teve aaudácia de acusar o povo judeu deperpetrar um embuste em massa nomundo inteiro. App, um professorde literatura inglesa na Jesuit Uni-versity of Scranton na Pensilvâniae, posteriormente, no LaSalle Col-

lege, foi um instrumento útil naconstituição dos postulados funda-mentais que caracterizam pratica-mente todas as atuais formas de ne-gação do Holocausto. Ao valer-sede um perfil estatístico confuso esem fundamento que pretensiosa-mente define os dados demográfi-cos da Europa antes e depois da Se-gunda Guerra Mundial, App alegouque o número de baixas entre os ju-deus foi exagerado e que a verda-deira vítima foi a Alemanha, não apopulação de judeus da Europa.

Nas duas décadas seguintes, ainfluência de App veio à tona eminúmeros movimentos de extremadireita nos Estados Unidos e na Eu-ropa. Em 1969, David Leslie Hog-gan escreveu anonimamente o livroThe Myth of the Six Million (O Mitodos Seis Milhões), publicado porWillis Carto, o fundador do movi-mento neonazista Liberty Lobby (-Lobby da Liberdade). Em 1974,Richard Verrall, líder do movimen-to neofascista National Front (Fren-te Nacional) e editor do tablóideneonazista Spearhead (Ponta deLança), escreveu um livrete de teorsemelhante intitulado Did Six Mil-

lion Really Die?(Será Que Real-mente ForamMortos Seis Mi-lhões?).

A Dra. DéboraE. Lipstadt, umaestudiosa daquestão do Holo-causto, escreveu arespeito dessesdois livros ante-riormente citados:“Ambas as publi-cações constante-mente misturamverdade e ficção,[...] citações fa-bricadas e absolu-tas mentiras com

informações parcialmente verdadei-ras”.1

Arthur R. Butz, professor daNorthwestern University, acrescen-tou mais requinte a essa falcatruaem seu livro intitulado The Hoax ofthe Twentieth Century: The CaseAgainst the Presumed Exterminationof European Jewry (O Embuste doSéculo Vinte: O Argumento Contrao Suposto Extermínio dos Judeusda Europa). Seu livro, que incluiuma extensa lista de notas de roda-pé e uma bibliografia para impres-sionar, contrasta totalmente com ogrosso das críticas mal escritas e vi-rulentas típicas da literatura produ-zida pelo movimento de negação doHolocausto. Ao utilizar-se de dadossuspeitos que focalizam as limita-ções mecânicas e tecnológicas da-quela época, Butz alegou que o ex-termínio de judeus, na proporçãocomumente admitida, nem mesmoera possível. Apesar de suas alega-ções evidentemente forjadas, e depilhas de documentos que desban-cavam-nas como falsas, Butz, noentanto, conseguiu proporcionarmais um impulso e um novo nívelde aceitabilidade ao movimento danegação do Holocausto.

Manipulando a mídiaNo final da década de 1970,

uma infra-estrutura do movimentode negação do Holocausto come-çou a ganhar forma e vários fila-mentos começaram a se unir debai-xo do guarda-chuva do Institute forHistorical Review (Instituto de Revi-são Histórica) sediado na cidade deLos Angeles. Financiado por WillisCarto e dirigido pelo ex-chefe daNational Front, William DavidMcCalden (também conhecido co-mo Lewis Brandon), o IHR fundouo Journal of Historical Review (Jornalde Revisão Histórica). Numa tenta-tiva de imitar o formato de um jor-

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Prisioneiros no campo de concentração de Buchenwaldpróximo a Weimar, Alemanha, em abril de 1945, poucoantes do campo ser libertado pelas tropas americanas.

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nal acadêmico, a publicação tor-nou-se o meio de propagação daideologia revisionista nas esferas in-telectuais.

Mantido por doações e herançaslegadas por mantenedores ricos, ainfluência do IHR cresceu rapida-mente. Numa entrevista, LeonardZeskind, diretor de pesquisa doCenter for Democratic Renewal (Cen-tro de Renovação Democrática), te-ceu comentários sobre as conse-qüências do alastramento da in-fluência do IHR. Ao falar daherança deixada por Jean FarrelEdison, neta de Thomas Edison,para o IHR, Zeskind declarou: “Ele[o IHR] está recebendo uma doa-ção de 10 milhões de dólares, lega-da por um dos herdeiros de Tho-mas Edison, para a finalidade ex-clusiva de promover a negação doHolocausto”.2

Além disso, o IHR instituiu e or-ganizou conferências conhecidascomo International Revisionist Con-ventions (Convenções Internacio-nais Revisionistas), as quais con-centram e coordenam os esforçosdos contestadores [ou negadores]do Holocausto no mundo inteiro.Em sua estratégia primordial, oIHR utilizou os meios de comuni-cação de massa para trazer a nega-ção do Holocausto para o fluxoprincipal do debate público. OIHR, semeou dúvidas ao oferecer50 mil dólares para qualquer pessoaque conseguisse provar que os na-zistas mataram os judeus por enve-nenamento com gás. Quando umhomem chamado Mel Mermelsteinmostrou os atestados legais que de-talhavam as mortes de sua mãe, deseu pai, de seu irmão e de duas ir-mãs no campo de concentração deAuschwitz-Birkenau, o IHR foi in-discutivelmente desmascarado. Oreferido instituto recusou-se a pagaros 50 mil dólares ao Sr. Mermels-tein e este moveu uma ação judicial

contra o IHR. Apesar do tribunalde justiça decretar que o IHR agirafraudulentamente e que sua inten-ção nunca fora a de reconhecer asevidências fidedignas, muito menosa de pagar o prêmio, os contestado-res do Holocausto atingiram seuobjetivo de criar confusão.

Na década de 1980, o principalproponente da negação do Holo-causto era Ernst Zundel, um fervo-roso nazista alemão que emigroupara o Canadá em 1958. Famosopor sua habilidade de impressionara mídia, ele tem sido chamado de“o P. T. Barnum do Holocausto”(P. T. Barnum foi um showmanamericano – N.T.). Sua casa publi-cadora, Samisdat Publishers Ltd., éconsiderada uma das maiores distri-buidoras de propaganda nazista eneonazista do mundo. Duas daspublicações mais conhecidas da Sa-misdat são: The Hitler We Loved andWhy (O Hitler Que Amamos e oPorquê) e o livrete (32 páginas), deautoria de Verrall, Did Six MillionReally Die?.

Em 1984, Zundel foi a julga-mento por usar a Samisdat com afinalidade de incitar a intolerânciasocial e racial. Embora tenha sidosentenciado a 15 meses de prisão,Zundel ganhou o recurso de apela-ção nas instânciasprocessuais e foi anovo julgamentoem 1988. No seusegundo julgamen-to, o contestador doHolocausto DavidIrving se uniu aoquadro dos advoga-dos de defesa. Utili-zando-se da tese deButz, a defesa obte-ve os préstimos deFred A. Leuchter,um autodenomina-do especialista nofuncionamento de

câmaras de gás. Seu relatório alega-va ser “quimica e fisicamente im-possível” que os alemães tenhamenvenenado pessoas em tão grandeescala. Credenciado unicamentecom um bacharelado em História, otribunal decidiu que Leuchter tinha“pouca qualificação técnica que ocapacitasse a chegar às suas conclu-sões”.3 Lipstadt escreveu: “O juizridicularizou os aspectos de sua me-todologia, classificando-os como‘especulação das grossas’ e recusouseu parecer como algo que não pas-sava da opinião de um turista co-mum”.4

Embora o testemunho deLeuchter tenha caído em descrédi-to, o IHR, todavia, aproveitou-seda cobertura feita pela mídia sensa-cionalista. Zundel e seus partidárioschegariam ao tribunal ostentandocoletes à prova de balas e capacetesde proteção nos quais estava escritoo slogan: “Liberdade de Expres-são”. Eles criaram um clima de cir-co virtual, usando o julgamento pa-ra mudar o opinião pública e dar aimpressão de que se tratava de umaquestão de liberdade de expressão.

Em março de 2005, ao 65 anosde idade, Zundel foi deportado doCanadá como uma ameaça à segu-rança nacional. Em Mannheim, na

1111Notícias de Israel, agosto de 2006

Ernst Zundel.

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Alemanha, ele aguarda o julgamen-to das acusações pelos crimes con-cernentes à promoção do ódio.Multidões carregando cartazes eformando piquetes, manipulavam acobertura de sua deportação a fimde propagar as supostas injúrias queele sofrera e para retratá-lo comouma pobre vítima da intolerância.

O movimento de negação doHolocausto deu um salto ao se alas-trar pelas universidades através dosesforços de Bradley Smith no inícioda década de 1990. Ao reconhecerque as faculdades e universidadeseram um campo fértil para semear anegação do Holocausto, Smith pas-sou a colocar anúncios discretos esubliminares em jornais universitá-rios distribuídos no campus. Eleconfessou: “Não quero mais perdertempo com os adultos. Quero medirigir aos estudantes. Eles são su-perficiais. São recipientes vaziosprontos para serem enchidos”.5

Seus anúncios abreviados convidamos curiosos a abrir um site da inter-net que contém textos de livros in-teiros, bem como artigos e links de

sites especializa-dos na negaçãodo Holocausto.Engajado no pro-pósito de criarum debate ondenenhum debateexiste, Smith,agora com seus75 anos de idade,aproveita enor-memente jornaisuniversitários dis-tribuídos no cam-pus. Se um jornalpublica seu anún-cio, sua mensa-gem alcança o al-vo. Se o jornal o rejeita, ele se fazde vítima e lamenta, em alto e bomsom, a morte da liberdade de ex-pressão ou do ideal universitário depesquisa aberta e liberdade acadê-mica. De um jeito ou de outro, elegera a publicidade que procura paradifundir sua fraude.

Neste novo milênio, o movimen-to tem se tornado cada vez mais as-tuto na mídia, manipulando a co-bertura jornalística em seu própriobenefício. Ao fazer uso do mito do“jornalismo imparcial” os contesta-dores do Holocausto convencem amídia jornalística a lhes conferirigualdade de peso com a verdade,para mais adiante confundir os te-lespectadores ou leitores.

No mesmo dia em que os líderesmundiais estavam reunidos em Je-rusalém para a inauguração do re-cém ampliado Museu Memorial doHolocausto Yad Vashem, a rede deTV americana C-SPAN programoucolocar no ar uma entrevista comDeborah Lipstadt, professora naEmory University que é especialistana questão do Holocausto e autorado livro History on Trial: My Day inCourt with David Irving (A Históriaem Julgamento: O Dia que Passeino Tribunal com David Irving). O

livro faz o registro do processo queIrving moveu por difamação e calú-nia contra a professora Lipstadt, oqual resultou numa batalha jurídicaque durou quase cinco anos. O jul-gamento não apenas desmascarou“a pseudo-erudição e a desonestametodologia” do movimento de ne-gação do Holocausto, mas tambémfez com que o juiz Charles Gray de-clarasse que Irving é “um polemistada direita pró-nazista” que “delibe-radamente deturpou e manipulou aevidência histórica”.6

Para manter sua política de “jor-nalismo imparcial”, a C-SPANtambém programou colocar no arum discurso de Irving, o principalporta-voz do movimento de nega-ção do Holocausto. Um diretorexecutivo da C-SPAN justificou es-sa decisão ao declarar: “Vocês sa-bem como a integridade e a impar-cialidade são importantes na C-SPAN [...] Nós nos empenhamosmuito, ao máximo, nesse sentido.Perguntamos a nós mesmos: seráque existe algum ponto de vistacontrário a isto?”.7 Apesar da esma-gadora derrota de Irving nos tribu-nais, a C-SPAN trata suas mentirascomo um ponto de vista igualmenteviável.

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Deborah Lipstadt, professora na EmoryUniversity que é especialista na questãodo Holocausto e autora do livro Historyon Trial: My Day in Court with David Irving (A História em Julgamento: O Dia que Passei no Tribunal com David Irving).

O revisionismo do Holocausto não passa de um anti-semitismo camuflado. A cada ano que passa, diminui o

número de testemunhas oculares do horrendo genocídiopraticado pelos nazistas. Contudo, o testemunho delas não

deve ser enterrado junto com elas.

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A verdadeOs revisionistas do Holocausto

alegam que estão na busca de res-postas, porém seu verdadeiro pro-grama ideológico é muito diferente.Ben S. Austin, disse isso num artigointitulado “Deniers in RevisionistsClothing” (Contestadores NumaRoupagem de Revisionistas):

Os atuais contestadores do Holo-causto não são revisionistas – nemmesmo neo-revisionistas. São contra-ditores. Suas motivações originam-sede seus objetivos políticos neonazis-tas e de seu desenfreado anti-semitis-mo.8

Em última análise, o revisionis-mo do Holocausto não passa de um

anti-semitismo camuflado. A cadaano que passa, diminui o númerode testemunhas oculares do horren-do genocídio praticado pelos nazis-tas. Contudo, o testemunho delasnão deve ser enterrado junto comelas. Os crentes em Cristo, muni-dos da verdade, têm que abrir o ca-minho contra as ondas da mentira eda informação deturpada acerca doHolocausto. Aquele meu amigonunca se esqueceu do que viu no fi-nal da Segunda Guerra Mundial; enós também não deveríamos deixaros fatos caírem no esquecimento.(Israel My Glory)

Charles E. McCracken é diretor de TheFriends of Israel no Canadá.

Notas1.Lipstadt, Deborah E., Denying the Holo-

caust: The Growing Assault on Truth andMemory, Nova York: Penguin Books, 1993,p. 105.

2.Stern, Kenneth S., Holocaust Denial, publi-cado pelo The American Jewish Committee,1993, p. 8.

3.Lipstadt, p. 163.4.Ibid., p. 163.5.“Bradley Smith/The Committee for Open

Debate on the Holocaust (CODOH)”, veicu-lado no site www.adl.org/learn/ext–us/-smith–codoh.asp.

6.Publicado no site www.holocaustdenialon-trial.org/images.HTML.

7.“C-SPAN’s Shaky Balance”, publicado em16 de março de 2005 no site www.hones-treporting.com/articles/45884734/criti-ques/C-SPANs–Shaky–Balance.asp.

8.Austin, Ben S., “Deniers in Revisionists Clo-thing”, publicado no site www.mtsu.edu/-baustin/revision.htm.

1133Notícias de Israel, agosto de 2006

“Deus é o autor do klanismo” e Jesus Cris-to foi o “primeiro membro real” da Klan. Foi o quea Ku Klux Klan (KKK)* declarou em 1925.1

“Exatamente como Cristo, eu tenho um dever paracom o meu próprio povo [...] Aquilo que Cristo come-çou, eu vou concluir”,2 afirmou Adolf Hitler.

“Jesus Cristo era um palestino”. Palavras de YasserArafat na cidade israelense de Belém por ocasião danoite de Natal de 1995.

O que essas três mensagens têm em comum? Todasinvocam o nome de Jesus Cristo, contudo nenhum deseus autores, em hipótese alguma, era cristão.

A Ku Klux Klan (KKK) tem usado habitualmente onome de Jesus para legitimar seu código de crenças. Es-sa organização foi, e continua a ser, ativamente contra

os ne-gros e an-ti-semita. Hi-tler, o chanceler doTerceiro Reich nazista, con-siderava-se o messias alemão e manipulava a Bíblia parafazer parecer que ela apoiava sua ilusão pretensiosa e ade seus seguidores. No entanto, entre 1933 e 1945, elecomandou o massacre de 6 milhões de judeus. Arafat, ofalecido chefe terrorista muçulmano, incitou os ataquesde homens-bomba suicidas da jihad (guerra santa) con-tra judeus inocentes em nome da religião.

Esses três sistemas de crenças – a KKK, o nazismo eo islamismo – contam com muitos expedientes para se* Organização racista americana.

Um exemplar dos Protocolos dos

Sábios de Sião.

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justificar. Todavia, uma fonte co-mum a todos eles tem sido o livroOs Protocolos dos Sábios de Sião, des-crito até mesmo pela EnciclopédiaBritânica como “um documentofraudulento que serviu de pretextoe base motivadora para o anti-semi-tismo no início do século XX”.Embora seus escritores originais játenham desaparecido, a mensagempermanece. O livro ainda é larga-mente distribuído hoje em dia. Asprincipais livrarias do mundo o ven-dem pelos seus sites na internet.

Originalmente escrito pelo sati-rista francês Maurice Joly (em1864) para denunciar o desejo deNapoleão pelo domínio mundial, otexto foi, posteriormente, remode-lado na forma dos sinistros Protoco-los em várias revisões. Estas, emparte, consistiram da substituiçãoda palavra francês pelo termo judeu.

Os Protocolos descrevem umaconspiração judaica para governar omundo, engodando os leitores comrelatos inventados de reuniões se-cretas freqüentadas por judeus ri-cos, elitistas, que controlam a eco-nomia mundial, e, por meio dela, as

nações. Henry Ford, funda-dor da gigante automotivaamericana e anti-semitaobstinado, publicou trechosextraídos dos Protocolos dosSábios de Sião em seu jor-nal, The Dearborn Indepen-dent (de Michigan). Ele pe-diu desculpas em 1927,mas continuou a ser um an-ti-semita até a morte.

Embora os tribunais te-nham provado a falsidadedos Protocolos e a maioriados historiadores america-nos e europeus os tenhamrejeitado, o livro aindaprospera na atualidade, es-pecialmente em países mu-çulmanos onde é um best-seller disparado, contando

com o endosso dos próprios gover-nos em alguns desses lugares.

Na Arábia SauditaO rei Faisal, que governou a

Arábia Saudita de 1964 a 1975, leuavidamente os Protocolos e financiousua distribuição no país, bem comoem todo o mundo árabe.3 Para dizera verdade, o livro tem aceitação ex-tremamente boa na Arábia e as es-colas ensinam seu conteúdo comose fosse fato. As crianças sauditasaprendem que:

– O povo judeu con-trola os meios de co-municação jornalísticado mundo inteiro (narealidade, a maior parteda imprensa secular éhostil aos judeus e fa-vorece os palestinos).

– O sionismo é ofundamento de onde seorigina todo o presentesistema mundial (naverdade, o sionismocorresponde apenas aoanseio pela existência

de uma pátria nacional judaica napequenina terra de Israel; é o islãque busca abertamente o domíniomundial e que, hoje em dia, contro-la 51 dos 204 países do mundo).

– O povo judeu procura eliminara identidade nacional e religiosa dospovos, particularmente das naçõescristãs4 (na realidade, são os muçul-manos que utilizam a tortura, a ji-had e o terrorismo para forçar aconversão do mundo ao islã).

No IrãOs Protocolos foram impressos

em persa e têm sido reimpressos acada década, desde 1978, quandoforam utilizados para atacar o xá[i.e., o ex-soberano do Irã], Israel eo povo judeu.5 A Liga Anti-Difama-ção Judaica declarou: “Em 1985uma nova edição dos Protocolos, im-pressa no Irã, foi amplamente dis-tribuída pela Islamic Propagation Or-ganization (“Organização de Propa-gação Islâmica”) do Departamentode Relações Internacionais, com se-de em Teerã”.6

A organização terrorista Hamas,devotada à destruição de Israel,afirma na sua carta constituinte:“Toda a Palestina é terra de man-dato islâmico; nunca poderá ser en-tregue a não-muçulmanos e é uma

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Membros da Ku Klux Klan fazem sua saudação àcruz de fogo ardente em Indiana no ano de 1995.

Resultado do ódio: um ônibus israelense queima nasproximidades de Netânia, após a explosão

de um carro-bomba.

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parte integrante do mundo islâmi-co”. O escritor Ami Isseroff produ-ziu o seguinte comentário acerca detal carta constituinte: “Ela faz cita-ções dos falsos Protocolos dos Sábiosde Sião como se fossem um docu-mento legítimo; declara que nego-ciações e conferências internacio-nais são perda de tempo; e culpa os‘sionistas’ pela Revolução Francesae pela Revolução Russa”.7

O artigo 32 do Pacto do Hamasdeclara franca e abertamente que o“sionismo mundial” é “encarnado”nos Protocolos dos Sábios de Sião.8

A Autoridade PalestinaApesar de apresentar para o

mundo ocidental uma aparência ex-terior politicamente correta, a Au-toridade Palestina (AP) é totalmen-te anti-israelense e antijudaica, eutiliza os Protocolos para justificarsua posição:

No dia 20 de fevereiro de 2005,o mufti (autoridade religiosa muçul-mana) de Jerusalém, Ikrima Sabri,

apareceu na TV viasatélite da ArábiaSaudita, Al Majd,para comentar o as-sassinato de RafikHariri, ex-primeiro-ministro do Líbano.Sabri declarou:“Qualquer pessoaque estude Os Proto-colos dos Sábios deSião e, especifica-mente, o Talmude,descobrirá que umdos objetivos dessesProtocolos é causaruma desordem mun-dial e minar gradati-vamente a seguran-ça em todo o mun-do.9

O ex-Ministroda Informação da

AP, Nabil Shaath, chegou a pontode ter uma tradução dos Protocolos,em árabe, disponível no seu site nainternet. Segundo o jornal NewYork Times, ele a removeu no dia19 de maio de 2005.10

No EgitoO acordo de paz firmado entre

Israel e o Egito em 1979 determina-va que nenhum dos dois países inci-taria seu povo contra o outro. Po-rém, a TV egícia pôs no ar um “do-cumentário” sobre os Protocolos, emhorário nobre, apresentando a obracomo verídica. Milhões de egípcios,assentados com os olhos grudadosna televisão, assistiram semanal-mente essa série e deram crédito aoseu conteúdo.

Os Protocolos são uma mentira.Tem sido provado, por repetidasvezes, que se trata de uma farsa.Contudo, esse fato não faz diferen-ça para os anti-semitas, porque averdade e a integridade não são vir-tudes muito estimadas de sua parte.

Eles lançarão mão de qualquer ex-pediente necessário para disseminarseu veneno – inclusive o de invocaro nome de um judeu chamado Je-sus, Deus encarnado, que ama Seupovo e veio para salvar “as ovelhasperdidas da casa de Israel” (Mateus10.6). (Israel My Glory)

Steve Herzig é diretor dos ministérios norte-americanos de The Friends of Israel.

Notas:1.Rausch, David A., A Legacy of Hatred, Chi-

cago: Moody Press, 1984, p. 95.2.Lutzer, Erwin W., Hitler’s Cross, Chicago:

Moody Press, 1995, p. 62. O livro A Cruzde Hitler pode ser adquirido no sitewww.Chamada.com.br.

3.“Faisal of Saudi Arabia”, publicado no siteda Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wi-ki/Faisal–of–Saudi–Arabia.

4.“The Protocols of the Elders of Zion”, publi-cado no site da Wikipedia: http://en.wikipe-dia.org/wiki/The–Protocols–of–the–El-ders–of–Zion.

5.“The Protocols of the Elders of Zion – TheIranian Version (10)”, publicado no sitewww.adl.org/css/proto-iran.asp.

6.Ibid.7.Isseroff, Ami, “A History of Hamas Move-

ment”, publicado no site www.mideas-tweb.org/hamashistory.htm.

8.“The Avalon Project at Yale Law School”,Hamas Covenant, 1988, publicado no sitewww.yale.edu/lawweb/avalon/mideast/ha-mas.htm.

9.“The Protocols of the Elders of Zion”, cit.10.Ibid.

1155Notícias de Israel, agosto de 2006

O artigo 32 do Pacto do Hamas declara franca e abertamente que o “sionismo mundial” é “encarnado” nos Protocolos dos Sábios de Sião. Na foto: um simpatizantedo Hamas mostra um exemplar do Corão durante umamanifestação nas proximidades de Hebron.

O acordo de paz firmado entre Israel eo Egito em 1979 determinava que

nenhum dos dois países incitaria seupovo contra o outro. Porém, a TV egíciapôs no ar um “documentário” sobre os

Protocolos, em horário nobre, apresentando a obra como verídica.

Na foto: Begin, Carter e Sadat.

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1166 Notícias de Israel, agosto de 2006

Como passei minhas férias de verãoO Norte de Israel é um paraíso pa-

ra quem está de férias. Desde trilhaspara andar, rios para nadar, hotéis lu-xuosos para deleitar-se, lugares místi-cos para buscar inspiração, há algumacoisa para todo mundo. Por esse moti-vo, na semana passada, quando tireiminhas primeiras férias em quatroanos, coloquei-me a caminho do norte.

Quando o Hizb’allah (Partido deAlá) atacou uma patrulha das Forças deDefesa de Israel (FDI) na fronteira liba-nesa, na quarta-feira pela manhã,abrindo assim sua mais nova rodada deguerra, eu estava na fortaleza de Me-gido, olhando as ruínas de civilizaçõese suas guerras por esta terra, voltando5.000 anos atrás. Na quinta-feira fui aNahariya, andando por um campo debatalha da guerra atual: a rua ondeduas horas antes Monica Seidman foimorta por um [foguete] Katyusha, quan-do estava sentada em sua varanda, to-mando seu café da manhã.

Depois que deixeiNahariya, com seusresidentes acotovela-dos em abrigos anti-bomba e vãos de es-cadas de prédios deapartamentos, avan-cei para o oeste, aolongo da estrada dafronteira para KiryatShmona. Na medidaem que dirigia aolongo da estrada va-zia, bonita e monta-nhosa e olhava aten-tamente para a fu-maça de foguetessubindo violentamen-te de Mt. Meron, Sa-fed e Rosh Pinnaabaixo de mim, co-mentaristas no rádiocontinuavam a per-guntar, “Por que oHizb’allah está ata-cando Israel agora?”

Ex-generais falavam da necessi-dade de Israel restaurar nossaintimidação contra o Hizb’al-lah.

Por seis anos, desde queEhud Barak se rendeu às de-mandas da extrema-esquerdaisraelense, financiada pelaUnião Européia (UE), e retirouas tropas das FDI do Sul do Lí-bano em maio de 2000, Israelnão interferiu e não fez nadapara impedir que o Hizb’allahconstruísse seu maciço arsenalde foguetes e mísseis. As FDInão fizeram nada quando o Irã

efetivamente estabeleceu suas opera-ções em toda a extensão da fronteira.

Durante todo o dia, na quinta-fei-ra, as estações de rádio libanesas to-caram marchas militares. Locutores fi-zeram repetidas declarações evocan-do Alá, o Líbano, os mujahadin(guerreiros) e a jihad (guerra santa is-lâmica). Claramente, eles estavam ex-citados com o fato de que a longa eesperada guerra havia começado.

Por seis anos Israel foi intimidadopelo Hizb’allah. O conhecimento deque esse representante do Irã tem mís-seis capazes de atingir Haifa e Haderafoi suficiente para convencer três gover-

O conflito no Líbano e em Gaza

Um míssil do Hizb’allah matou o motorista desse automóvel em Haifa.

Uma idosa é retirada de sua casa em Haifa depois de um ataque com mísseis do Hizb’allah.

Ataque de mísseis do Hizb’allah à garagem detrens em Haifa, que matou 8 pessoas e feriu 20.

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nos sucessivos a ignorar ou apaziguarrepetidas provocações do Hizb’allah,rezando, ao mesmo tempo, para que oHizb’allah esperasse pelo próximo go-verno para começar sua guerra.

Agora que o Hizb’allah começou aguerra, ele pode ser impedido de con-tinuar a atacar Israel? O que Israel po-de fazer agora, na medida em que ummilhão de israelenses mora em áreasque estão sob ataque?

O Hizb’allah atacou na semanapassada porque o Irã lhe ordenou queatacasse. Imediatamente após a dele-gação iraniana ter rejeitado a ofertaeuropéia-americana de todos os tiposde compensações em troca de umasuspensão de suas atividades de enri-quecimento de urânio, eles voarampara Damasco e deram ao Hizb’allahsuas ordens para marchar.

O Hizb’allah está sempre pronto aatacar Israel. É para isso que ele exis-te. Como seu líder, Hassan Nasrallah,deixa claro todo dia, o Hizb’allah vê adestruição de Israel como a batalhacentral na jihad global. E jihad é tudoque interessa ao Hizb’allah.

Nesse ponto, o Hizb’allah não édiferente do Hamas. O Hamas (comotambém a Fatah), se define por seupropósito de destruir Israel e conquis-tar Jerusalém em nome da jihad. Tanto

o Hamas quanto a Fatah têm usadotodos os seus recursos para construirseus poderios político, social e militarpara lutar contra Israel.

Exatamente porque esses gruposexistem somente para destruir Israel efazer avançar a causa da jihad glo-bal, eles não podem ser detidos porintimidação. Eles não têm outro inte-resse além da guerra e não há nadaque eles não estejam dispostos a sacri-ficar para ganhar. Como eles não po-dem ser intimidados, a única coisaque Israel pode fazer é destruir suacapacidade de lutar, aniquilando seupoderio militar.

Embora seja impossível deter oHizb’allah, existem partes envolvidasno presente conflito que podem ser in-timidadas. Especificamente, autorida-des israelenses têm acertadamenteapontado para os governos do Líbanoe da Síria como facilitadores centraisdo Hizb’allah. Embora os dois gover-nos sejam também comandados peloIrã, diferentemente do Hamas e doHizb’allah, eles têm outros in-teresses além da destruiçãode Israel e, portanto, eles po-dem ser intimidados. Até apresente data, como o Líbanoé mais fraco do que oHizb’allah, o Irã e a Síria, su-cessivos governos libanesestêm cooperado com oHizb’allah, em vez de comba-tê-lo.

O exército libanês não po-de desarmar o Hizb’allah. Elepode, entretanto, ser coagidoa não ajudar o Hizb’allah. SeIsrael for capaz de assegurarcom credibilidade aos libane-ses que as tropas das FDI nãoterminarão suas operações noLíbano até que o Hizb’allahseja totalmente destruído co-mo força combatente, entãopode persuadir o governo li-banês a ficar fora do confli-to e a posicionar seu exérci-

to ao longo da fronteira com Israeldepois que a luta tiver acabado.

A Síria também tem interesses nãorelacionados com Israel. Bashar As-sad (o presidente sírio) quer mantero poder em suas mãos. Israel podeenfraquecer a ligação da Síria como Irã, ameaçando seu regime. Em pri-meira instância, poderia ser necessá-rio alvejar a sede do Hamas e a ca-sa do chefe do Hamas, Khaled Mas-hal, em Damasco.

Atingindo o Hamas na Síria, Israelestaria deixando claro que não existemfronteiras nacionais sagradas para Es-tados que patrocinam o terrorismo. Seatacar o Hamas em Damasco não forsuficiente para fazer Assad recalibrarseus interesses nacionais, então Israelpoderia atacar a sede da polícia secre-ta do regime, bem como a base demísseis Scud da Síria e seus arsenaisde armas químicas e biológicas.

Destruindo o Hizb’allah e removen-do seus Estados-Clientes para longe, Is-rael estaria desferindo um sério golpe

1177Notícias de Israel, agosto de 2006

Horizonte

Manifestação anti-israelense em Londres.O cartaz sobre o carrinho dos bebês diz:“Somos todos Hizb’allah”.

Manifestação contra Israel em Nova York. Observeo cartaz que diz: “O islã dominará!” (com a

bandeira do islã sobre a Casa Branca).

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no Irã, que está dirigindo toda a violên-cia no Líbano e em Gaza, bem comona Judéia, em Samaria e no Iraque. OIrã transformou a destruição de Israelna plataforma central de sua agendaporque atacando os odiados judeus,ele ascenderia com sucesso à estaturade líder do mundo muçulmano. Coman-

dando a guerra contra Israel, o Irãse tornaria imune a ataques de paí-ses árabes, como Arábia Saudita eEgito. Estes, embora fazendo obje-ções ao fato do Irã apoderar-se dopoder, não podem condenar umaagressão contra o mesmo Estadode Israel que eles doutrinaram seuspovos a desprezar.

A guerra por procuração doIrã contra Israel segue a mesmaestratégia que sua guerra por pro-curação contra os Estados Unidosno Iraque. Em ambos os casos seuobjetivo é derrotar seus inimigos

através de uma prolongada guerra dedesgaste que vencerá a vontade dospovos israelense e americano de lutaraté a vitória.

Dados os diversos interesses de to-das as partes envolvidas na atual guer-ra contra Israel, o governo Olmert de-finiu corretamente os objetivos de Is-

rael de destruir o Hizb’allah enquan-to força combatente e compelir o exér-cito libanês a se colocar ao longo dafronteira com Israel depois que oHizb’allah for afugentado. Mas, seráque o governo Olmert é capaz deatingir seus objetivos declarados? [...]

Como minhas férias interrompidasprovaram, retirando-se do Líbano ede Gaza, Israel efetivamente entre-gou a iniciativa de empreender aguerra a seus inimigos. Os israelen-ses não controlam mais quando aguerra vem a nós. É, portanto, im-perativo que o governo Olmert en-tenda que bater em retirada não éuma opção. De outro modo, quer notrabalho ou no lazer, em casa ou nacidade, seremos todos alvos fáceis co-mo patinhos sentados. (Caroline Glick– publicado originalmente no Jerusa-lem Post – extraído de www.deolho-namidia.com.br)

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Horizonte

Primero: Porque Israel é nitidamen-te a vítima de uma nova agressão e é[uma obrigação] moral apoiar as víti-mas. Israel abandonou Gaza; o Ha-mas seqüestrou um soldado israelensee lançou seus ataques com mísseis.Pouco depois, uma chuva de foguetesde curto e médio alcance lançada des-de o Sul do Líbano pelos terroristas doHizb’allah (Partido de Alá) caiu sobreo país, provocando baixas na popula-ção civil. Vários militares foram assas-sinados. Israel não está atacando: estáse defendendo – tem o direito e o de-ver de fazê-lo.

Segundo: Porque, se Israel não sedefender e não conseguir protegerseus cidadãos, repetir-se-á o massacre

de judeus a que o mundojá assistiu (com bastanteindiferença) durante o na-zismo. Alguém duvidaqual seria o comporta-mento de um governo pa-lestino integrado pelo Ha-

mas e pelo Hizb’allah se estes conse-guissem derrotar o exército de Israel edominar seu território? A ameaça delançar os judeus ao mar não é umametáfora, mas uma funesta promessamil vezes reiterada pelos islamistasmais radicais.

Terceiro: Porque derrotar e desar-mar o Hizb’allah confere ao Líbano aoportunidade de existir como uma so-ciedade próspera, pacífica e livre. OHizb’allah, com sua agressiva milíciaarmada pelos sírios e iranianos (maispoderosa que o exército libanês), nãosomente procura destruir Israel: já des-troçou o Líbano precipitando-o numaguerra que a maior parte dos libane-ses não desejava.

Quarto: Porque Israel é a única de-mocracia pluralista e respeitadora dosdireitos humanos que existe no Orien-te Médio. A única, com certeza, emque os árabes, inclusive os que detes-tam o Estado judeu, votam livrementee fazem parte do parlamento. A úni-ca em que as mulheres de religião is-lâmica estudam sem limitações, gozamdos mesmos direitos dos homens e nãosão tratadas como seres de segundaclasse.

Quinto: Porque a única soluçãodesse conflito depende da convivên-cia pacífica entre Israel e um mundoislâmico que, finalmente, como suce-deu com o Egito e a Jordânia, ad-mita o direito desse Estado existir. Pa-rece que isso não vai ocorrer até quese chegue à convicção de que não épossível destruir o Estado judeu, algoque ficará muito mais claro se os ini-migos de Israel perceberem que omundo livre respalda sua integridadesem vacilações.

Dez razões paraapoiar Israel

Tome posição

O cartaz do manifestante islâmico em NovaYork diz: “Alá destruirá o Estado de Israelterrorista”.

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Sexto: Porque atrás do Hamas edo Hizb’allah estão as satrapias síria eiraniana, dois regimes inimigos doOcidente que divergem no terreno reli-gioso – a Síria é uma ditadura laica eo Irã é uma ditadura religiosa –, masque convergem no ódio irracional àsdemocracias liberais.

Sétimo: Porque o êxito econômico,político, científico e social de Israel temo potencial de converter-se em um mo-delo para a região. Os árabes maissensatos de Gaza ou da AutoridadePalestina, quando comparam a vida

miserável que lhes é imposta pe-los homicidas da Al Fatah, doHamas e do Hizb’allah com oestilo de vida muito superior deseus irmãos palestino-israelen-ses, inevitavelmente chegam àconclusão de que a liberdade ea racionalidade rendem divi-dendos.

Oitavo: Porque a todo o pla-neta convém eliminar esses ter-roristas capazes de provocaruma escalada do conflito quepode levar a uma guerra devas-tadora. O Irã está a caminho deconverter-se em um Estado nu-clear, e seu presidente,Mahmud Ahmadinejad,

tem reiterado que o Estado he-breu deve desaparecer. Nin-guém duvida que, se ele tentarconcretizar seu desejo, Israelresponderá no mesmo nível e oresultado seria uma catástrofepara a região e para o mundo.

Nono: Porque o que animaos aventureiros a atacar Israelé a duplicidade de linguagemdos países do Ocidente, a indi-ferença e a falsa equivalência,como se as ações de terroristasdesalmados, que aspiram ser

suicidas-assassinos que explodem ôni-bus escolares ou disparam foguetescontra residências de civis, tivessem amesma legitimidade que a resposta deuma sociedade que se defende dessasagressões.

Décimo: Porque aquela lição dehistória que nos explicava que os fun-damentos morais da civilização oci-dental se encontravam na tradição ju-daico-cristã era certa. No Ocidente,Israel somos todos. E se algum dia Is-rael perecer, isso representará umpouco a morte de todos nós. (CarlosAlberto Montaner – extraído dewww.firmaspress.com)

Horizonte

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Se Israel não se defender e não conseguir proteger seus cidadãos, repetir-se-á o massacrede judeus a que o mundo já assistiu (com bastante indiferença) durante o nazismo. Na foto: artilharia israelense atirando contraposições do Hizb’allah no Sul do Líbano.

As provocações do Hizb’allah (Par-tido de Alá) e do Hamas contra Israel,demonstraram mais uma vez como osterroristas exploram os direitos huma-nos e a mídia em seus ataques a de-mocracias.

Ao se esconderem atrás de seuspróprios civis, os radicais islâmicosestabelecem um desafio para as de-

mocracias: “ou violar sua pró-pria moralidade, vindo atrásde nós e inevitavelmente ma-tando alguns civis inocentes,ou manter sua moralidade edeixar-nos com as mãos livrespara alvejar os seus civis ino-centes”.

Esse desafio apresenta a democra-cias como Israel uma opção de “per-der ou perder” e aos terroristas umaopção de “vencer ou vencer”.

Existe uma variável que poderia al-terar essa dinâmica e apresentar àsdemocracias uma opção viável, quepoderia tornar o terrorismo menos

atrativo como tática: a comunidade in-ternacional, o segmento anti-Israel damídia e as assim chamadas “organi-zações de direitos humanos” pode-riam parar de cair nessa jogada dexadrez terrorista e reconhecer que es-tão sendo usados para promover aagenda terrorista.

Sempre que uma democracia éconfrontada com uma opção “perderou perder” e escolhe defender seus ci-dadãos, indo atrás dos terroristas, queestão se escondendo entre civis, os ter-roristas podem contar com o trio deacusadores previsíveis para denunciara “reação exagerada”, a “despropor-

Os acusadoresprevisíveis

Hipocrisia

O Hizb’allah já destroçou o Líbano precipitando-o numa guerra que a maior

parte dos libaneses não desejava.

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cionalidade” e a “violação dos direitoshumanos” por parte da democracia.

Fazendo isso, eles agem exatamen-te da forma que dará vantagens aosterroristas, causando mais terrorismo emais vítimas civis em ambos os lados.Se, em vez disso, esse trio pudesse,apenas uma vez, culpar os terroristaspelas mortes de civis em ambos os la-dos, essa tática não seria mais uma si-tuação de “ganhar ou ganhar” paraos terroristas.

Deveria ser óbvio, agora, que oHizb’allah e o Hamas querem de fa-to que o exército israelense mate omáximo possível de civis libaneses epalestinos. É por esse motivo que elesarmazenam seus foguetes debaixo dascamas dos civis, lançam seus mísseisa partir de bairros repletos de civise se escondem entre os civis. Eles pro-curam induzir Israel a defender osseus civis, indo atrás deles entre seus“escudos” civis. Eles sabem que ca-da civil que eles induzirem Israel amatar, atinge Israel na mídia e nascomunidades internacionais e de di-reitos humanos.

Eles vêem esses escudos humanoscomo shahids – mártires – mesmo queeles não tenham se oferecido como vo-luntários para esse serviço letal. Deacordo com a lei, criminosos queusam escudos humanos são responsá-veis pela morte dos escudos, mesmo

que a bala quemata venha da ar-ma de um policial.

Israel tem todoo interesse próprioem minimizar asvítimas civis, en-quanto os terroris-tas têm todo inte-resse em maximi-zá-las – em ambosos lados. Israelnão deveria sercondenado por fa-zer o que todas asdemocracias fa-

riam e deveriam fazer: tomar todas asmedidas militares razoáveis para im-pedir os terroristas de matar seus civisinocentes.

Depois que alguns dos que estãolançando foguetes em cidades israe-lenses anunciaram que têm novas sur-presas em estoque para Israel, que po-dem incluir armas químicas e biológi-cas, as apostas ficaram aindamaiores.

O que os críticos de Israel vêem co-mo “proporcional” a um ataque quí-mico ou biológico? O que eles diriamse Israel tentasse se antecipar a esseataque e, neste processo, matasse al-guns civis? Uma democracia deve ab-sorver um primeiro ataque de uma ar-ma de destruição em massa antes derevidar? O que se esperaria que qual-quer outra democracia fizesse?

O mundo deve vir a reconhecer amaneira cínica com que os terroristasexploram as vítimas civis. Eles lançamfoguetes especiais para matar pessoasou causar ferimentos, projetados paramaximizar as vítimas civis do inimigo,e então gritam “direitos humanos”quando seus próprios civis – atrás dequem eles estão deliberadamente seescondendo – são mortos pelas demo-cracias, no processo de tentar evitarmais atos de terrorismo.

A própria idéia de que terroristas,que usam mulheres e crianças como

“homens-bomba” suicidas, contra ou-tras mulheres e crianças, derramaremlágrimas de crocodilo sobre a mortede civis que eles deliberadamente co-locam em situação de perigo, dá umnovo significado à palavra “hipocri-sia”. Todos nós sabemos que a hipo-crisia é uma tática dos terroristas, masé chocante que outros caiam nisso e setornem cúmplices dos terroristas.

É preciso que a culpa caia emquem deve: nos terroristas que buscamdeliberadamente matar civis inimigose que dão às democracias inimigaspouca escolha a não ser matar algunscivis, atrás dos quais os terroristas es-tão se escondendo.

Aqueles que condenam Israel pormatar civis – que são usados como es-cudos humanos e espadas para os ter-roristas – na verdade causam maismortes de civis e tornam mais difícilpara Israel se retirar da Judéia e Sa-maria.

A forma como o mundo vai reagiraos esforços militares atuais de Israelpara proteger seus cidadãos terá umimpacto considerável sobre os futurospassos de Israel na direção da paz.Antes dos recentes seqüestros e ata-ques com foguetes, o governo israe-lense anunciou sua intenção de se en-gajar em mais retiradas de grandespartes de Judéia e Samaria.

Mas, como se pode esperar que Is-rael avance em relação a qualquerplano para retiradas, se tudo que po-de esperar em troca é mais terrorismo– o que os terroristas vêem como “ter-ra para lançamento de foguetes” – emais condenações quando o país bus-ca proteger seus civis? (Alan M. Ders-howitz – publicado no Jerusalem Post– extraído de www.deolhonami-dia.org.br)

Alan M. Dershowitz é professor de Direito emHarvard e autor do livro Preemption: A Knifethat Cuts Both Ways (Antecipação: Uma Facade Dois Gumes).

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Horizonte

Os foguetes e amunição estão aca-

bando!

Ainda bem que temos

muitos civis.

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