notícias de israel - ano 29 - nº 8

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BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Agosto de 2007 • Ano 29 • Nº 8 • R$ 3,50

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• O Tempo da Salvação de Israel • Por Que Israel é Sem Igual? • Israel e a Europa • Hoje Gaza, amanhã o Líbano? • Os preparativos e a estratégia de guerra no Oriente Médio • Sósia palestino do Mickey é “morto” em programa infantil • Doutrinação das crianças palestinas

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Page 1: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Agosto de 2007 • Ano 29 • Nº 8 • R$ 3,50

Page 3: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

EEnnddeerreeççoo PPoossttaall::Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

FFuunnddaaddoorr:: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992)

CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 28.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

6

11

15

4 Prezados Amigos de Israel

HHOORRIIZZOONNTTEE

• Hoje Gaza, amanhã o Líbano? - 15• Os preparativos e a estratégia de guerra

no Oriente Médio - 17• Sósia palestino do Mickey é “morto”

em programa infantil - 19• Doutrinação das crianças palestinas - 19

Por Que Israel é Sem Igual?

índice

12 Israel e a Europa

O Tempo da Salvação de Israel

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44 Notícias de Israel, agosto de 2007

“Vinde, e tornemos para o SENHOR,porque ele nos despedaçou e nos sarará; feza ferida e a ligará” (Oséias 6.1).

A misericórdia, a graça e a paciência de Deusficam evidentes no primeiro versículo de Oséias 6.Os filhos de Israel compreenderam que tanto apunição como a cura procediam de Deus. Esseversículo é uma clara referência a Oséias 5.14-15,onde Deus tinha declarado que Ele osdespedaçaria e iria embora, mas concluiu:“...cedo me buscarão”. Alguns reconheceramque as dificuldades em que se encontravam eramdevidas à sua própria violação das leis de Deus.

A seguir vem uma afirmação proféticasignificativa: “Depois de dois dias, nosrevigorará; ao terceiro dia, nos levantará, eviveremos diante dele” (Oséias 6.2). A Bíbliadescreve a perspectiva de tempo de Deus comomil anos equivalentes a um dia. Passaram-se quasedois mil anos desde que Jesus partiu de Jerusaléme ascendeu ao céu a partir do Monte dasOliveiras. De acordo com essa equação de “milanos = um dia”, podemos dizer que desde entãose passaram dois dias. Aplicando esse versículo aIsrael, constatamos que a nação foi levantadacomo uma entidade política pela primeira vez emdois mil anos. Israel tinha que voltar a tornar-seuma nação, o que aconteceu em 14 de maio de1948. Apesar dos judeus continuarem naincredulidade até ao dia de hoje, Israel ressurgiucomo nação apesar de obstáculos praticamenteintransponíveis: “ao terceiro dia, noslevantará”. Podemos estar certos de que Deusnão terminou Sua obra com Israel, que estáapenas começando.

Podemos aprender mais do profeta Ezequiel,que escreveu a respeito da visão dos ossos secosno capítulo 37. Sabemos que Israel não tinhaabsolutamente nenhuma chance de ressuscitarcomo uma nação nos dois mil anos anteriores,mas veja o que Ezequiel afirmou: “Então, medisse: Filho do homem, estes ossos são todaa casa de Israel. Eis que dizem: Os nossosossos se secaram, e pereceu a nossaesperança; estamos de todo exterminados”(Ezequiel 37.11). Não havia esperança de queIsrael renasceria como uma nação, mas sabemosque foi o que aconteceu. Qual o propósito? “...eviveremos diante dele”.

Portanto, vemos a seqüência: a volta do povo àsua terra e o retorno de Deus ao Seu povo. É oque aprendemos de Ezequiel 37.14: “Porei em

vós o meu Espírito, e vivereis, e vosestabelecerei na vossa própria terra. Então,sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz,diz o SENHOR”.

Devemos lembrar dessa seqüência: os judeusretornaram à terra de Israel na incredulidade. Naverdade, o estabelecimento de Israel ocorreubasicamente através de iniciativas não-religiosas. Ogrupo de pessoas mais significativo que foi para a terrade Israel antes da fundação do Estado era procedenteda União Soviética. A primeira coisa que eles fizeramfoi estabelecer fazendas coletivas baseadas no sistemasoviético conhecido como “kolkhoz”, que foitraduzido livremente como “kibbutz”.

As nações religiosas, particularmente osEstados Unidos, não demonstraram interesse peloestabelecimento do Estado judeu em Israel. Narealidade, os americanos impuseram um embargode armas aos judeus. Lemos em um artigo narevista Outpost:

Os principais exércitos árabes que invadiram aPalestina em 1948 eram liderados, treinados esupridos pelos britânicos (Egito, Iraque eTransjordânia) ou equipados pelos franceses(Síria). A vitória de Israel deveu-se em grandeparte ao equipamento pesado fornecido pelaUnião Soviética e pela Tchecoslováquia(inclusive os fuzis que o exército tcheco teriausado para defender sua pátria, se aTchecoslováquia não tivesse sido traída peloTratado de Munique). Em contraste, oDepartamento de Estado americano declarouum embargo de quaisquer armamentos emateriais bélicos tanto para os judeus comopara os árabes na Palestina – mas não para ospaíses árabes que enviaram suas forças paraaniquilar o Estado judeu. O embargo afetousubstancialmente um dos lados – o dossimpáticos aos sionistas, que foram forçados acontrabandear armas para o nascente exércitojudeu em dificuldades.

É interessante que a União Soviética forneceuarmas a Israel, enquanto o resto do mundo ficouapenas observando. Na época, a mídia acreditavaque estava assistindo tanto à criação quanto àmorte de Israel no dia 14 de maio de 1948. Apesarde não devermos atribuir significado excessivo aessa data particular, ou ao evento em si, sabemosque Deus completará aquilo que prometeu.

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55Notícias de Israel, agosto de 2007

Nos dias de Oséias, Israel sabia que algo aconteceriaapós “dois dias”. Também observamos aqui uma analogiacom nosso Senhor, que não ressuscitou dentre osmortos após três dias, mas “ao terceiro dia”. Lemos otestemunho de dois discípulos que estavam indo paraEmaús. Eles conversavam com o Senhor ressuscitado,sem tê-lO reconhecido, e lhe contaram: “Ora, nósesperávamos que fosse ele quem havia deredimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é jáeste o terceiro dia desde que tais coisassucederam” (Lucas 24.21). Jesus ressuscitou aoterceiro dia!

O que acontecerá a seguir com Israel?“Conheçamos e prossigamos em conhecer aoSENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e eledescerá sobre nós como a chuva, como chuvaserôdia que rega a terra” (Oséias 6.3). Apesar dainconstância dos israelitas, seu conhecimento da PalavraProfética permitiu-lhes compreender que seencontravam no caminho certo: eles viam ocumprimento dos eventos proféticos no futuro.

Deus respondeu: “Que te farei, ó Efraim? Que tefarei, ó Judá? Porque o vosso amor é como anuvem da manhã e como o orvalho damadrugada, que cedo passa. Por isso, os abati pormeio dos profetas; pela palavra da minha boca,os matei; e os meus juízos sairão como a luz”(Oséias 6.4-5). O avivamento passageiro de Israel éclaramente descrito no versículo 4: “Porque o vossoamor é como a nuvem da manhã e como oorvalho da madrugada, que cedo passa”.

O juízo parecia irreversível. Os profetas oproclamaram continuamente: “Por isso, os abati pormeio dos profetas; pela palavra da minha boca,os matei”. No Novo Testamento, o poder que oSenhor Jesus Cristo usará para dar fim ao Anticristo édescrito de modo semelhante: “então, será, de fato,revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matarácom o sopro de sua boca e o destruirá pelamanifestação de sua vinda” (2 Ts 2.8).

Aqui está o que Deus deseja: “misericórdia quero,e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, maisdo que holocaustos” (Oséias 6.6). Moisés já fez estaproclamação em Deuteronômio 6.5: “Amarás, pois, oSENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de todaa tua alma e de toda a tua força”. Amar o Senhorcontinua essencial até ao dia de hoje.

O conhecimento de Deus significa entender Suasintenções. Foi o que Davi explicou no Salmo 103.7:“Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seusfeitos aos filhos de Israel”. Israel viu os feitos deDeus, mas não os entendeu. Moisés, entretanto, oscompreendeu. Ele tinha o “conhecimento de Deus”.

A seguir, o profeta continuou sem economizardetalhes na enumeração dos pecados do povo: “Maseles transgrediram a aliança, como Adão; eles seportaram aleivosamente contra mim. Gileade é a

cidade dos quepraticam a injustiça,manchada de sangue.Como hordas desalteadores que espreitamalguém, assim é a companhiados sacerdotes, pois matam no caminho paraSiquém; praticam abominações. Vejo uma coisahorrenda na casa de Israel: ali está a prostituiçãode Efraim; Israel está contaminado” (Oséias 6.7-10). Observe, principalmente, que os sacerdotes setornaram como salteadores e assassinos por ganância.

Finalmente, Judá também é incluído; “Tambémpara ti, ó Judá, foi assinada uma ceifa, quando euremover o cativeiro do meu povo” (Oséias 6.11,Ed. Revista e Corrigida). Esse versículo se refere aojulgamento de Judá – que colherá o que semeou – eresultará na redenção de Israel – “quando euremover o cativeiro do meu povo”. O profeta Joeltambém escreveu sobre esse tempo: “Eis que,naqueles dias e naquele tempo, em que mudareia sorte de Judá e de Jerusalém” (Joel 3.1).

Israel foi posto como exemplo para os crentes daIgreja. O que ocorreu física, literal e geográficamentecom os israelitas, está acontecendo conosco de formaespiritual. Foi o que Paulo revelou em Efésios 6.12:“porque a nossa luta não é contra o sangue e acarne, e sim contra os principados e potestades,contra os dominadores deste mundo tenebroso,contra as forças espirituais do mal, nas regiõescelestes”.

O que devemos fazer? Precisamos enfrentar ospoderes das trevas? Não. Somos instruídossimplesmente a resistir: “Portanto, tomai toda aarmadura de Deus, para que possais resistir nodia mau e, depois de terdes vencido tudo,permanecer inabaláveis” (Efésios 6.13). Nessaposição de resistência, revestidos da armadura de Deus,devemos perseverar na fé e testemunhar que Jesus évitorioso. Esse é o nosso chamado. Não fomosconvocados a enfrentar as trevas, a iniqüidade espirituale os poderes do mal, porque o Senhor já venceu essabatalha. Por isso, repito: resista e faça o que diz Efésios6.18: “com toda oração e súplica, orando em todotempo no Espírito e para isto vigiando com todaperseverança e súplica por todos os santos”.

Shalom!

Arno Froese

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Diante da pergunta dos assimchamados homens piedososde Sua época, o Senhor Je-sus foi obrigado a dar umaresposta dura. Leia a respeitoem Mateus 16.2-4. A situa-ção é a mesma em nossosdias. O conhecido autor Re-né Pache fez uma perguntabastante resignada: “Quan-tos cumprimentos de profe-cias ainda precisarão ocorrerantes que nossos contemporâ-neos comecem a compreen-der os acontecimentos dostempos do fim?”

No Evangelho de João temosuma visão profética da vindoura sal-vação de Israel: “Jesus, entretanto, foipara o monte das Oliveiras. De madru-

gada, voltou novamente para o templo,e todo o povo ia ter com ele; e, assenta-do, os ensinava. Os escribas e fariseustrouxeram à sua presença uma mulhersurpreendida em adultério e, fazendo-aficar de pé no meio de todos, disseram aJesus: Mestre, esta mulher foi apanha-da em flagrante adultério. E na lei nosmandou Moisés que tais mulheres sejamapedrejadas; tu, pois, que dizes? Isto di-ziam eles tentando-o, para terem de queo acusar. Mas Jesus, inclinando-se, es-crevia na terra com o dedo. Como insis-tissem na pergunta, Jesus se levantou elhes disse: Aquele que dentre vós estiversem pecado seja o primeiro que lhe atirepedra. E, tornando a inclinar-se, conti-nuou a escrever no chão. Mas, ouvindoeles esta resposta e acusados pela pró-pria consciência, foram-se retirando umpor um, a começar pelos mais velhos até

aos últimos, ficando só Jesus e a mulherno meio onde estava. Erguendo-se Jesuse não vendo a ninguém mais além damulher, perguntou-lhe: Mulher, ondeestão aqueles teus acusadores? Ninguémte condenou? Respondeu ela: Ninguém,Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eutampouco te condeno; vai e não pequesmais” (Jo 8.1-11).

Essa mulher, com tudo que elaviveu e experimentou, de sua quedaaté a sua salvação por Jesus Cristo,é uma maravilhosa figura proféticade Israel. Por isso, vamos analisaresse relato à luz da Palavra Proféti-ca, como está escrito: “...fazeis bemem atendê-la, como a uma candeiaque brilha em lugar tenebroso...” (2Pe 1.19). Se não olharmos para osacontecimentos bíblicos por essaótica, nossa percepção estará redu-

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zida à metade. Então, não com-preenderemos muitas coisas da for-ma correta, especialmente no quese refere a Israel, ao seu restabeleci-mento e à volta de Jesus, e conti-nuaremos a andar no escuro.

A ajuda de Jesusnunca chega tardedemais!Lemos em João 8.1: “Jesus, entre-tanto, foi para o monte das Olivei-ras”. Se Ele não tivesse chegado,essa mulher teria sofrido uma morteterrível. Mas Jesus chegou, e bemna hora. Não foi uma coincidência,pois Deus tinha o fio da meada emSuas mãos.

Para onde Jesus foi? Para omonte das Oliveiras! E onde, exata-mente, o Senhor retornará para oSeu povo Israel quando este estiverna mais profunda tribulação, acua-do no Armagedom pelo Anticristo epelas nações do mundo? Tambémno monte das Oliveiras, porque Za-carias 14.4 diz: “Naquele dia, esta-rão os seus pés sobre o monte das Oli-veiras, que está defronte de Jerusalémpara o oriente...”. Esse será o tempoda salvação de Israel; nesse mo-mento nascerá para Israel um diatotalmente novo.

A noite anterior tinha sido cruelpara essa mulher, que havia sidoflagrada em adultério. Ela tinha si-do arrastada para o tribunal, mal-tratada e condenada à morte. Aspessoas observaram-na e queriam-na no lugar onde ela estava agora.Isso nos lembra os meios de comu-nicação e também muitos gruposreligiosos que fazem o mesmo comIsrael. Eles só têm um desejo: que-rem ver Israel aniquilado. Naqueletempo, todos já tinham pedras nasmãos e queriam matar a mulher.Ninguém suspeitava que a salvaçãodela estava para acontecer. Depoisde uma noite longa e terrível, ela

encontrou a redenção nesse novodia, por meio de Jesus Cristo.

No banco dos réusOs acontecimentos matutinos notemplo são uma indicação proféticatípica de Israel cercado pelas na-ções: “De madrugada, voltou nova-mente para o templo, e todo o povo iater com ele; e, assentado, os ensinava.Os escribas e fariseus trouxeram à suapresença uma mulher surpreendida emadultério e, fazendo-a ficar de pé nomeio de todos...” (Jo 8.2-3). E lá es-tava a mulher: sozinha e indefesano meio do povo, dos escribas e dosfariseus; à sua volta, apenas ódio,acusações e juízo. “...disseram a Je-sus: Mestre, esta mulher foi apanhadaem flagrante adultério. E na lei nosmandou Moisés que tais mulheres se-jam apedrejadas; tu, pois, que dizes?”(vv. 4-5). A mulher foi acusada emnome de Deus, em nome da verda-de, em nome da Bíblia. E o mesmoaconteceu a Israel, durante quasedois mil anos, em meio às nações:em nome de Deus e da Bíblia o po-vo judeu foi acusado, perseguido,apedrejado, torturado – tudo issopor pessoas que não tinham ne-nhum direito de fazê-lo. Até hojeespalha-se profundo ódio contra os

judeus, e o mundo, inclusive umaboa parte da “cristandade”, se agra-da disso.

Supostamente aserviço de DeusNaquela época, Jesus disse a respei-to do Seu povo: “...sereis odiados detodas as nações...” (Mt 24.9). Porcausa de sua cegueira, os povos ma-taram e ainda matam os judeus, naequivocada suposição de que estãoprestando um serviço a Deus. Bastalembrar de tudo que o “cristianis-mo” fez no passado contra Israel,em nome da cruz e em nome da Bí-blia:

• 1066: 3.000 judeus assassina-dos na Espanha.

• 1096: 12.000 judeus assassina-dos na Renânia.

• 1099: aproximadamente 80.000judeus e muçulmanos massacradosem Jerusalém pelos cruzados.

• 1215: com base no IV Concíliode Latrão, o papa força os judeuseuropeus a usarem uniformes (coma estrela de Davi).

• 1290: a Inglaterra expulsa to-dos os judeus.

• 1298: 20.000 judeus massacra-dos na Baviera, na Francônia e naÁustria.

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Vista de Jerusalém a partir do monte das Oliveiras.

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• 1321: 5.000 judeus assassina-dos no sul da França.

• 1348: 1.000.000 de judeus ani-quilados em toda a Europa.

• 1349: 2.000 judeus queimadosem Estrasburgo.

• 1391: 20.000 judeus espanhóisqueimados na fogueira.

• 1391: 200 judeus queimadosem Enz junto ao Danúbio.

• 1483: 30.000 judeus queima-dos na Espanha (Inquisição).

• 1494: milhares de judias euro-péias assassinadas com base na“bula das bruxas” promulgada pelopapa.

• 1506: 2.000 judeus mortos emLisboa.

• 1574: 897 judeus queimadosno México (Inquisição).

• 1680: 86 judeus de Madriqueimados na fogueira.

• 1933-1945: em toda aEuropa, 6.250.000 judeusforam assassinados pelosnazistas; destes, 1,5 milhõeseram crianças com menosde 14 anos. Naquela época,um certo Franz von Papen,católico piedoso e nazista,era o homem de confiançado papa na Alemanha e aju-dou a levar Hitler, batizadona Igreja Católica, ao poder.

Essas e muitas outrascrueldades servem para de-monstrar a culpa e a nature-za pecaminosa de um mun-do aparentemente religioso.

O motivo ocultoda inimizadecontra IsraelNo acontecimento relatadono começo deste artigo, aluta em si não era contra amulher, mas contra o Se-nhor Jesus Cristo, pois estáescrito: “Isto diziam eles ten-tando-o, para terem de que o

acusar” (Jo 8.6). Luta-se contra Is-rael, mas nas profundezas do cora-ção a luta é contra Deus. É uma re-belião contra o Senhor e o Seu Un-gido. “...porque a salvação vem dosjudeus” (Jo 4.22). Ninguém sabemelhor disso que Satanás, o grandeinimigo de Deus. Ele sabe que Je-sus, o Filho do Homem, era judeu,que voltará como judeu e que se as-sentará sobre o trono do judeu Da-vi. O inimigo de Deus sabe exata-mente que um dia Jerusalém, e nãoBerlim, Moscou, Washington, Lon-dres, Paris ou o Vaticano, será a ca-pital do mundo. Ele sabe que o fu-

turo reino mundial do Senhor dossenhores e Rei dos reis será exerci-do a partir da capital de Israel, Jeru-salém. Naturalmente ele tenta usartodas as armas disponíveis para evi-tar que isso aconteça. Por isso hátantas pessoas contrárias a Israel.Mas não importa que acusaçõeselas levantem contra Israel, sejaquais forem os argumentos queapresentarem. Não – a única coisaque importa é o que Deus diz e faz!

Nada do que estáescrito na Bíblia é em vãoComo o Senhor respondeu aos acu-sadores? Ele fez algo ligado à SuaPalavra eterna: abaixou-se e escre-veu sobre a terra. Chama a atençãoque o Senhor tenha se abaixadoduas vezes e levantado duas ve-zes. Isso não aconteceu ao acaso,pois não há palavra supérflua na Bí-blia. Mais que isso: em minha opi-nião, é uma profecia intencionadapor Deus.

88 Notícias de Israel, agosto de 2007

Em nome de Deus e da Bíblia o povo judeu foiacusado, perseguido, apedrejado, torturado –tudo isso por pessoas que não tinham nenhum direito de fazê-lo.

Franz von Papen: um católico piedoso e nazista.

Page 9: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

Em João 8.6 está escrito: “MasJesus, inclinando-se, escrevia na terracom o dedo”. Supõe-se que nessemomento o Senhor escreveu nochão as palavras de Jeremias 17.13-15. Seja como for, essas palavrascertamente se aplicam à situação:“Ó SENHOR, Esperança de Israel! To-dos aqueles que te deixam serão enver-gonhados; o nome dos que se apartamde mim será escrito no chão; por-que abandonam o SENHOR, a fontedas águas vivas. Cura-me, SENHOR, eserei curado, salva-me, e serei salvo;porque tu és o meu louvor. Eis que elesme dizem: Onde está a palavra do SE-NHOR? Que se cumpra!” E a Sua pa-lavra se cumpriu! Em João 8.7-8 le-mos: “Como insistissem na pergunta,Jesus se levantou e lhes disse: Aqueleque dentre vós estiver sem pecado sejao primeiro que lhe atire pedra. E, tor-nando a inclinar-se, continuou a escre-ver no chão”. Quando ele se abaixoupela segunda vez, provavelmenteescreveu Isaías 64.6: “Mas todos nóssomos como o imundo, e todas as nos-sas justiças, como trapo da imundícia;todos nós murchamos como a folha, eas nossas iniqüidades, como um vento,nos arrebatam”.

Qual é o significadoprofético do gesto deJesus ao se abaixarduas vezes?Significa que Ele tomou toda a cul-pa sobre si. Aqui somos colocadosdiante do Gólgota: “Ofereci as costasaos que me feriam e as faces, aos queme arrancavam os cabelos; não escon-di o rosto aos que me afrontavam e mecuspiam” (Is 50.6). Ele se inclinou,ofereceu Suas costas, tomou toda aculpa sobre si. Sua morte na cruzdo Gólgota tem um significado du-plo, expresso no fato dEle se abai-xar duas vezes:

1. Por um lado e em primeirolugar, Jesus foi crucificado em favor

de Seu povo Israel. Ele se abaixouem favor da mulher: “Mas Jesus, in-clinando-se, escrevia na terra com odedo”. – “Ó SENHOR, Esperança deIsrael!” O fato de Seu Filho ter sidocrucificado em primeiro lugar emfavor de Israel foi demonstrado peloSenhor Deus por meio da inscriçãoem vários idiomas colocada sobre acruz, para que também as naçõessoubessem disso: “Jesus de Nazaré,Rei dos judeus” (Jo 19.19). O gentioPilatos teve de providenciar a ins-crição. Jesus morreu por Israel, pe-los judeus. Quando Ele nasceu, osanjos tinham anunciado aos pasto-res: “...é que hoje vos nasceu, na cida-de de Davi, o Salvador, que é Cristo,o Senhor” (Lc 2.11). E um judeu deIsrael, Isaías, escreveu aos judeus:“Certamente, ele tomou sobre si asnossas enfermidades e as nossas doreslevou sobre si; e nós o reputávamos poraflito, ferido de Deus e oprimido. Masele foi traspassado pelas nossas trans-gressões e moído pelas nossas iniqüida-des; o castigo que nos traz a paz esta-

va sobre ele, e pelas suas pisaduras fo-mos sarados” (Is 53.4-5).

Quanto tempo ainda levaremosaté entender isso? Jesus morreu porIsrael e pelos pecados de Israel, vo-luntariamente! Essa é a nossa mis-são, nossa mensagem para o mundoe todos os inimigos de Israel, quegritam: “Onde está a palavra do SE-NHOR? Que se cumpra!” (Jr 17.15).Israel não consegue se defender, as-sim como essa mulher também nãoconseguia. Naquela época o Senhordeixou que Sua palavra falasse – ehoje Ele quer falar através de nós, àmedida que nós espalharmos SuaPalavra Profética.

2. Depois de se abaixar primeiroem favor da mulher (Israel), Ele re-petiu o gesto: “Como insistissem napergunta, Jesus se levantou e lhes dis-se: Aquele que dentre vós estiver sempecado seja o primeiro que lhe atire pe-dra. E, tornando a inclinar-se, conti-nuou a escrever no chão” (Jo 8.7-8).Dessa vez Ele se inclinou em favordaqueles que não podiam jogar pe-

99Notícias de Israel, agosto de 2007

Deus fará de Jerusalém a capital do mundo.

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dras por causa de seu próprio peca-do. “Mas todos nós somos como oimundo...” Jesus se inclinou em fa-vor daqueles que circundavam amulher. Ele também foi crucificadoem favor de nós, gentios das na-ções, sim, Ele morreu pelo mundointeiro: “Porque Deus amou ao mun-do de tal maneira que deu o seu Filhounigênito, para que todo o que nele crênão pereça, mas tenha a vida eterna”(Jo 3.16).

A inscrição na cruz significa: Elemorreu por Israel (Jo 19.19). E osquatro soldados sob a cruz, queeram gentios e dividiram as roupasde Jesus entre si, indicam que Elemorreu por todo o mundo (cf. Jo19.23-24). Pois o evangelho da jus-tiça, representado pelas roupas, de-ve ser levado aos quatro cantos domundo.

Qual o significadoprofético do gesto deJesus ao se levantarduas vezes?O Senhor não somente se abaixouduas vezes, mas também se levan-tou duas vezes. Da primeira vez Ele

se levantou do chão do templo, pa-ra se opor aos inimigos da mulher.Ele defendeu a mulher (Israel):“Como insistissem na pergunta, Jesusse levantou e lhes disse: Aquele quedentre vós estiver sem pecado seja oprimeiro que lhe atire pedra... Mas,ouvindo eles esta resposta e acusadospela própria consciência, foram-se reti-rando um por um, a começar pelosmais velhos até aos últimos...” (Jo8.7,9). Assim será quando JesusCristo voltar em grande poder eglória. Primeiro Ele lutará contra osinimigos de Israel e os afugentará.Ele matará o Anticristo e o FalsoProfeta, aniquilará muitos gentios ejulgará as nações.O que aconteceráem seguida estádescrito, entre ou-tras passagens, emZacarias 14.12-13e Apocalipse 6.

Na segundavez, o Senhor selevantou para ir aoencontro da mu-lher, a fim de lheassegurar salvaçãoe perdão. Ele não

tinha falado com ela antes, masagora não economizou palavras:“Erguendo-se Jesus e não vendo a nin-guém mais além da mulher, pergun-tou-lhe: Mulher, onde estão aquelesteus acusadores? Ninguém te conde-nou? Respondeu ela: Ninguém, Se-nhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eutampouco te condeno; vai e não pequesmais” (Jo 8.10-11). Dessa forma oSenhor irá ao encontro de Seu povoe o salvará na ocasião do Seu retor-no – depois de ter vencido os inimi-gos de Israel. Então o povo se con-verterá de seus pecados e entrará noReino dos Mil Anos. Ao final nãohaverá mais nenhuma acusaçãocontra Israel: “...onde estão aquelesteus acusadores?”

No começo dessa história a mu-lher estava no meio de seus acusa-dores: “Os escribas e fariseus trouxe-ram à sua presença uma mulher sur-preendida em adultério e, fazendo-aficar de pé no meio de todos...” (Jo8.3). E agora, no fim, restavamapenas ela e Jesus no meio: “ficandosó Jesus e a mulher no meio onde esta-va” (v.9). Assim também terminaráa situação de Israel. Bem-aventura-do quem reconhece isso e abençoaIsrael!

Em breve as palavras do Salmo102.13 se cumprirão: “Levantar-te-ás e terás piedade de Sião; é tempo dete compadeceres dela, e já é vinda asua hora”.

1100 Notícias de Israel, agosto de 2007

“Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8.7).

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Page 11: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

No que diz respeito às nações deste mun-do, Israel ocupa uma posição singular. AsEscrituras Sagradas ensinam que Deus “deum só fez [diferente de criou] todas as raças[ou povos, conforme a NVI] dos homens” (At17.26a; Versão Revisada de Almeida –JUERP). Essas nações, na maioria das vezes,têm uma existência apenas temporária, e suaduração “sobre [...] a face da terra” dependeda maneira pela qual elas se sujeitam às con-dições estabelecidas por Deus. Ele determi-nou-lhes “os tempos já dantes ordenados e oslimites da sua habitação” (v. 26b).

Algumas nações, tal como ocorre naextinção de certos animais, não maisexistem, a exemplo dos heteus (ouhititas), dos sumérios, dos citas ede outros povos. Novas na-ções foram constituídas(ou feitas), tais co-

1111Notícias de Israel, agosto de 2007

H e n r y M . M o r r i s

mo os Estados Unidos, e haveránações na nova terra (Ap 21.24).É possível que as nações menciona-das nesse versículo venham a rece-ber esse abençoado privilégio nacio-nal em virtude de sua bondade paracom Israel, a nação especial no planode Deus (confira Gênesis 12.2-3; Zaca-rias 14.16). De todas as nações queDeus formou no decorrer da história,para as quais determinou o tempo deexistência e os limites, Israel (tendo porcapital a cidade de Jerusalém) é a únicaa respeito da qual se diz que foi criadae, portanto, indubitavelmente, continua-rá a existir para sempre. As coisas quesão feitas podem se desintegrar e mor-rer, mas aquilo que Deus cria permane-ce para sempre.

“Porqueo SENHOR edifi-cou a Sião, apareceu nasua glória [...] ficará isto regis-trado para a geração futura, e umpovo, que há de ser criado, louvaráao SENHOR” (Sl 102.16,18).

“Mas vós folgareis e exultareisperpetuamente no que eu crio; por-que eis que crio para Jerusalém ale-gria e para o seu povo, regozijo” (Is65.18).

Essas maravilhosas promessasdas Escrituras naturalmente nãose referem ao atual povo de Israel,nem à Jerusalém dos dias de hoje –pois tanto o povo quanto a cidadeainda estão dominados (à seme-lhança das outras nações) pelo hu-manismo secular e por uma visão

evolucionista. Contudo, chegará odia em que “...todo o Israel será salvo,

como está escrito: Virá de Sião o Libertadore ele apartará de Jacó as impiedades” (Rm

11.26).Como no caso do primeiro céu e da pri-

meira terra, Deus tanto criará quanto faránovos céus e nova terra, cuja capital eterna

será a “cidade santa, a nova Jerusalém” (Ap21.2; cf. o v. 10). Nas portas dessa cidade es-

tarão sobrescritos os nomes das doze tribos deIsrael e, em seus fundamentos, os nomes dosdoze apóstolos de Cristo. A nação de Israel ca-minha para um glorioso futuro... (Israel MyGlory)

Henry M. Morris foi fundador e presidente do Instituto de Pes-quisa da Criação. Ele escreveu mais de 45 livros.

ISRAEL

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LagoGenesaré

Sinai (EGITO) JORDÂNIA

SÍRIA

LÍBANO

“Abençoarei os que teabençoarem e amaldiçoarei

os que te amaldiçoarem;em ti serão benditas todas

as famílias da terra” (Gn 12.3).

Page 12: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

Voltei recentemente de uma via-gem à Alemanha onde atuei comoconferencista num congresso profé-tico. Muitos participantes daqueleencontro demonstraram interesseem conhecer o papel desempenha-do pela Europa na profecia bíblica,bem como queriam saber se aUnião Européia poderia ter algumarelação com o futuro reino do Anti-cristo. Eu lhes respondi que há apossibilidade de que a União Euro-péia seja uma espécie de preparaçãopara o reino do Anticristo durante aTribulação. Suponho que, no fim,os Estados Unidos se envolverãocada vez menos na tentativa de so-lucionar o problema de Israel noOriente Médio e que a União Euro-péia se envolverá cada vez mais nes-se processo. Um ou dois dias de-pois de chegar em casa, li a seguintemanchete na internet: “A UniãoEuropéia espera exercer um papelna segurança de Israel”.1

A União Européia envolve-se em Israel

No artigo citado, Aaron Kleinrelata que fontes de informação lhe

revelaram a existência de negocia-ções secretas em andamento entreautoridades do governo israelensede Olmert, representantes palesti-nos do governo do presidente Ab-bas, o Egito na qualidade de me-diador e a União Européia, com acontribuição dos Estados Unidos.Klein faz a seguinte observação:“Ao falar sob a condição de que seunome não fosse revelado, um assis-tente de Javier Solana, chefe de po-lítica externa da União Européia,declarou que haverá uma evoluçãoe mudanças políticas históricas nasnegociações, num prazo de algumassemanas ou poucos meses, algo quenão se via desde as conversações depaz de Camp David em 2000”.2

(Nunca se esqueçam de que o Tra-tado de Oslo também foi negocia-do em sigilo para, depois, vigorarsobre o povo israelense praticamen-te como uma imposição). “Segun-do fontes diplomáticas, Israel teriaconcordado em entregar a Cisjor-dânia aos palestinos num acordocom o presidente Abbas”.3 Volta-mos de novo ao mesmo ponto, àfracassada política de ceder terrasem troca de paz, que sempre tem

trazido mais morte do que paz pa-ra Israel.

De acordo com essas informa-ções, a maior parte da Cisjordâniapassaria ao controle palestino numatransição durante a qual a Cisjordâ-nia, a princípio, sairia do controleisraelense para o mando da UniãoEuropéia e, por fim, seria entregueao governo palestino. Com a UniãoEuropéia que, pelo que parece, en-contra-se no limiar de substituir osEstados Unidos na qualidade deprincipal influência externa noOriente Médio (pelo menos em Is-rael), as coisas podem se encami-nhar para uma realidade muitomais próxima daquela que a Bíbliaprevê para os personagens que esta-rão envolvidos na aliança que mar-cará o início do período da Tribula-ção. Os personagens envolvidos sãoIsrael e o revivificado Império Ro-mano, do qual a União Européiaparece ser a precursora nessa mon-tagem do palco. Klein nos conta oseguinte: “Fontes da União Euro-péia em Israel informaram aoWorldNetDaily que seus gabinetesaqui [i.e., em Israel] estão contra-tando novos funcionários a fim de

1122 Notícias de Israel, agosto de 2007

Page 13: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

lidarem com questões de segurança,relações públicas, diplomacia ecoordenação regional. Elas afirmamque a expectativa é de que haja umaumento na carga de trabalho emvirtude das iniciativas diplomáticassigilosas que, segundo dizem, po-dem resultar numa retirada israe-lense da Cisjordânia”.4

A aliança de Israel com a morte

O texto de Daniel 9.27 declara:“Ele fará firme aliança com muitos,por uma semana; na metade da sema-na, fará cessar o sacrifício e a oferta demanjares; sobre a asa das abominaçõesvirá o assolador, até que a destruição,que está determinada, se derrame sobreele”. O pronome “ele”, mencionado

no início do versículo,refere-se ao vindouroAnticristo. Por quê?Porque o antecedentemais próximo é umanítida referência dele,conforme se lê: “e povode um príncipe que há devir destruirá a cidade e osantuário” (Dn 9.26).Tal predição diz respei-to à destruição de Jeru-salém e do templo noano 70 d.C. Portanto,o pronome “ele” fazalusão a alguém que vi-ria depois daqueles quedestruíram a cidade deJerusalém e seu temploem 70 d.C. Esse al-guém é o Anticristo, oqual, na qualidade derepresentante do res-surgido Império Roma-no, cumprirá os even-tos descritos em Daniel9.27 na metade da sep-tuagésima semana deDaniel, conhecida co-mo a Tribulação, que

ainda está por vir. Mais informa-ções detalhadas sobre esse ressurgi-mento do Império Romano podemser encontradas nos capítulos 2 e 7do livro de Daniel.

O profeta Isaías enuncia a razãopela qual o povo de Israel concor-dará em fazer tal aliança com o An-ticristo (Is 28.14-22). Como sem-pre ocorreu em sua história pre-gressa, a nação de Israel aceitaráa aliança com o Anticristo natentativa de obter segurança eproteção contra os inimigos quea acossarão de todos os lados.

O versículo 15 afirma: “Porquantodizeis: Fizemos aliança com a morte ecom o além fizemos acordo; quandopassar o dilúvio do açoite, não chegaráa nós, porque, por nosso refúgio, temosa mentira e debaixo da falsidade nostemos escondido”. Ao invés de firmaruma aliança de vida, como os líde-res de Israel pensarão ter feito, anação terá nesse pacto o marco ini-cial da Tribulação, o qual, na reali-dade, se constituirá numa “aliançacom a morte” (Is 28.15,18). Em vezde ganhar proteção com a supervi-são européia, Israel sofrerá o “dilú-vio do açoite” (Is 28.15,18), umametáfora que descreve a invasãomilitar. O versículo 18 diz: “A vossaaliança com a morte será anulada, e ovosso acordo com o além não subsisti-rá; e, quando o dilúvio do açoite pas-sar, sereis esmagados por ele”. Maistarde, por ocasião da metade do pe-ríodo da Tribulação, esse Anticristoromano, que no início da Tribula-ção dará garantia de proteção à na-ção de Israel, voltar-se-á contra opovo judeu e começará uma era deperseguição como nunca se viu (cf.Mt 24.15-22; Ap 12.1-7). Entre-tanto, será exatamente em meio aesse “açoite”, ao passarem pela ex-periência de serem “esmagados”,que os judeus, por fim, constatarãoo fato de que Jesus de Nazaré era o

seu Messias e O

1133Notícias de Israel, agosto de 2007

Uma versão da moeda de 2 euros(aquela que representa a Grécia) osten-ta a figura da mulher montada na besta.

Cartaz da União Européia: “Europa - muitas línguas,uma voz” - uma clara referência a Babel.

Page 14: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

invocarão em busca de livramento.O mundo inteiro parece mover-serapidamente em direção a esse mo-mento, o tempo da Tribulação.

A União Européia e ossímbolos satânicos

Também é interessante observarque a União Européia parece seratraída por símbolos bíblicos quesão utilizados para representar osoponentes de Deus. É fato que abandeira da União Européia possuidoze estrelas, as quais são umaidéia originária do inegável símboloda mulher mencionada em Apoca-lipse 12.1; porém, o sentido contex-tual da colocação daquelas doze es-trelas é diferente do sentido das Es-crituras Sagradas. No contexto daUnião Européia, eles se aproveita-ram de um símbolo divino e o per-verteram para identificá-lo como oprincipal símbolo de sua união.

Outro importante símbolo daUnião Européia é o da Europa –uma mulher montada numa besta.Isso tem nítida relação com o tex-

to de Apocalipse 17, onde a mulheré identificada como uma prostitutamontada na besta, uma simbologiaque retrata o Anticristo e seu reino.Uma versão da moeda de 2 euros(aquela que representa a Grécia)ostenta a figura da mulher montadana besta. Por que há um fascíniotão forte por essa simbologia clara-mente satânica? Os governantes daUnião Européia são homens inteli-gentes, de boa formação educacio-nal. A realidade é que tais líderesdevem conhecer muito bem o signi-ficado bíblico dos símbolos que uti-lizam para representar a UE. Eucreio que eles, deliberada e inten-cionalmente, escolheram esses sím-bolos porque aspiram uma posiçãomuito elevada para a União Euro-péia. No conjunto de suas ambiçõesencontra-se o governo mundial.

O edifício-sede doParlamento Europeu em

EstrasburgoDurante nossa recente via-

gem à Alemanha, tomamos adecisão de ir à França para vercom nossos próprios olhos onovo prédio do Parlamento Eu-ropeu em Estrasburgo. Eu já ti-nha ouvido falar a respeito de-le, mas queria vê-lo pessoal-mente, enquanto estava deviagem naquela região. Exata-mente como outros disseram,

seu projeto arquitetônico asseme-lha-se a uma Torre de Babel inaca-bada. A implicação aludida nessasemelhança é a de que a União Eu-ropéia está a caminho de, finalmen-te, unir o mundo inteiro. Esse, na-turalmente, será o desejo e o objeti-vo do Anticristo...

Eu estava lá exatamente no mo-mento em que se abria uma novasessão do Parlamento; havia umburburinho de vozes oriundo dosmembros em atividade e do pessoalda segurança. Foi realmente im-pressionante ver esse lugar.

ConclusãoPercebemos em nossos dias o

crescente isolamento de Israel nocenário mundial, o que leva o povojudeu a realizar esforços para fazeralianças humanas que lhe propor-cionem segurança, em vez de bus-

car a estabilidade no Senhor. Vi-rá o dia no qual surgirá um lídereuropeu que, aparentemente, so-lucionará a crise no Oriente Mé-dio pela instrumentalidade deuma aliança. Enquanto isso,Deus, através dos acontecimen-tos atuais, prepara o ressurgi-mento do Império Romano, queserá a etapa final do reino huma-no, caracterizada pelos mais des-medidos esforços na luta contrao Deus Todo-Poderoso. Por to-

da parte ao nosso redor, há indíciosprecisos de uma efetiva montagemdo cenário mundial. Para percebê-los, basta que saibamos olhar na di-reção certa e da maneira correta.Essa seqüência de acontecimentosabre caminho para os eventos maio-res que se desenrolarão durante aTribulação. Enquanto Deus prepa-ra o mundo em que vivemos para ojuízo, o crente em Cristo deve estarcontinuamente pronto para o servi-ço do Senhor; numa espera vigilan-te da iminente volta de nosso Se-

1144 Notícias de Israel, agosto de 2007

A Torre de Babel (pintura de Brueghel) e o prédio do ParlamentoEuropeu em Estrasburgo (França) -

observe o formato de torre inacabada.

Page 15: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

1155Notícias de Israel, agosto de 2007

nhor nas nuvens, para arrebatar aSua noiva. Maranata! (Pre-TribPerspectives)Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-TribResearch Center em Lynchburg, VA(EUA). Ele é autor de muitos livros e umdos editores da Bíblia de Estudo Profética.

Notas:1. Aaron Klein, “EU expecting role in Is-

rael’s security”, publicado no WorldNet-Daily, edição de 24 de janeiro de 2007.

2. Idem.3. Ibidem.4. Ibidem.

O mundo está chocado pela toma-da violenta da Faixa de Gaza peloHamas e os danos causados a qual-quer esperança de paz ou estabilidadesão reconhecidos pela maioria. Masuma segunda tomada extremista, bemmais séria, está sendo planejada – pe-la qual a inércia do Ocidente será bemmais responsável.

Desta vez a vítima seria o Líbano, eo perpetrador é o Hezb’allah (Partidode Alá), apoiado pela Síria e pelo Irã.

Hoje, o Líbano é governado poruma coalizão sunita-cristã-druza-mu-çulmana determinada a manter o paísmoderado e independente. Essa parce-ria surgiu depois que a Síria assassi-nou Rafiq Hariri, o ex-primeiro-minis-tro, em fevereiro de 2005. Ela se origi-nou de um movimento de massa queexigiu com sucesso a retirada da Síria,

depois de duas décadas nas quais oLíbano foi saqueado como um estadosatélite pelo seu vizinho mais próximo.

A Síria está determinada a acabarcom esse período de liberdade e é aju-dada nessa tarefa pelo seu subordina-do Hezb’allah e por muitos grupos me-nores, inclusive o Fatah al-Islam, juntocom políticos pró-Síria. Nos últimosdois anos aconteceram no Líbanoquinze ataques terroristas maiores,principalmente tentativas de assassina-to, e muitos outros menores, cometidospor agentes sírios. Particularmente,dois desses ataques mataram membrosdo parlamento da coalizão, o primeiroum cristão, o mais recente um muçul-mano sunita.

Esses ataques não são apenas es-forços cegos por vingança ou paracausar o caos. A Síria está literalmente

assassinando o governo libanês paraque este deixe de existir. Mais algunsataques bem sucedidos e a coalizãoperderá sua maioria. Ao mesmo tem-po, também o mandato do presidentepró-sírio Emile Lahoud, estendido porexigência da Síria, termina em novem-bro, fazendo com que Damasco fiqueansioso para conseguir o controle doparlamento antes disso, de modo a as-segurar a vitória de seu escolhido.

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Hoje Gaza, amanhã o Líbano?

Manifestação do Hamas, em Gaza.

Page 16: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

Enquanto a violência ainda não éde uma luta total, o Líbano está envol-vido em um tipo de guerra civil. OHezb’allah saiu do governo e os su-bordinados à Síria paralisaram o par-lamento numa tentativa, até agora fra-cassada, de impedir o Líbano de en-dossar um tribunal internacional parainvestigar a morte de Hariri. Todomundo sabe que as evidências apon-tam para a responsabilidade do go-verno sírio nos mais altos escalões.Bloquear esse tribunal é a prioridadenúmero um na lista do regime sírio.

Como resultado, partidários dacoalizão estão mostrando coragemexemplar. Qualquer político ou jorna-lista que se levante contra a Síria, oIrã, e o Hezb’allah enfrenta a amea-ça diária de assassinato. Em contra-partida, é claro, os extremistas nãotêm de passar por tal risco, uma vez

que a coalizão não usa o terrorismocontra eles.

Comparado com a Fatah no cená-rio palestino – um grupo extremista eterrorista conduzido de forma incom-petente, profundamente corrupto, porsua própria conta – ou um regime ira-quiano, que quer que os soldadosamericanos lutem por ele, a maioria li-banesa é bem-organizada, um aliadoconfiável, pronto para se defender.

A situação no Líbano, então, é deuma escolha totalmente clara: umamaioria moderada, com representan-tes de múltiplas comunidades, está ten-tando proteger a independência dopaís contra uma coalizão de Estadosestrangeiros radicais e grupos islâmi-cos extremistas locais. Pode-se imagi-nar um caso mais claro do conflito quesacode o mundo atualmente? Existe al-guém que esteja mais na linha de fren-

te contra as forças doterrorismo?

O Líbano é hoje oequivalente da Tchecos-lováquia no final da dé-cada de 30: um peque-no país democrático,que não deve ser sacrifi-cado às forças totalitá-rias, devido tanto a inte-resses ocidentais quantoa valores morais.

Quais são os antece-dentes ocidentais nesseassunto? Certamente hásinais de esperança. OsEstados Unidos, com oapoio indispensável daFrança e de outros paí-ses, pressionaram paraque o trabalho do tribu-nal seguisse adiante. Foifornecida ajuda militarao Líbano para derrotara revolta do grupo Fatahal-Islam nos campos derefugiados palestinos. AONU expandiu suas for-ças da UNIFIL, suposta-

mente para interromper o contraban-do de armas da Síria e para impedirque o Hezb’allah voltasse a dominar oSul do Líbano.

Mesmo assim, em uma grande pro-porção, esses esforços foram subverti-dos por governos ocidentais. A UNIFILé uma piada, desinteressada e inca-paz de interromper o contrabando dearmas; fica de prontidão e finge quetudo vai bem, enquanto o Hezb’allahreconstrói suas fortificações e renovaseus arsenais. Os governos ocidentaispodem emitir condenações ao terroris-mo e à intimidação dentro do Líbano,mas não fazem nada a respeito.

E assim, um Hezb’allah confiantesabe que pode depender da Síria e doIrã. A coalizão libanesa não tem amesma garantia de ajuda daquelesque deveriam apoiá-la. Está sendo da-da a impressão – e não pense que issoescapa da Síria e do Hezb’allah – deque o Ocidente tem medo deles. Elesmatam pessoas, eles explodem coisas.E exatamente como os islamistas ale-gam, essas táticas, freqüentemente –ou dever–se-ía dizer, habitualmente? –funcionam para intimidar o Ocidente.

Numerosos visitantes de alto-nível,mais recentemente o ministro do Exte-rior da Itália, fazem peregrinações aDamasco, onde proclamam que a Sí-ria é razoável e tem um desejo autênti-co de reconciliação. Eles imploram aajuda da Síria para interromper ocontrabando e acreditam nas falsasgarantias da Síria de que está tentan-do fazer isso. Muitos jornalistas dãoeco à desinformação síria sobre o Lí-bano, por exemplo, culpando a coali-zão libanesa, ao invés da Síria, pelo[problema com o] Fatah al-Islam.

Há um grande perigo, tanto de queo Líbano seja traído, quanto de que atimidez ocidental inspire uma agressi-va superconfiança por parte dos extre-mistas. Não se surpreenda se, em al-guma ocasião do ano que vem, oHezb’allah se tornar um membro ple-no, com poder de veto, no governo li-

1166 Notícias de Israel, agosto de 2007

Horizonte

Uma estudante universitária libanesa segura uma foto doxeique Hassan Nasrallah, líder do Hezb’allah.

Page 17: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

1177Notícias de Israel, agosto de 2007

Horizonte

banês, como aconteceu com o Hamasna Autoridade Nacional Palestina em2006. Ou até mesmo que o Hezb’al-lah tome o controle do Líbano comple-tamente, como o Hamas fez na Faixade Gaza.

O alicerce para essa vitória radicalestá sendo lançado agora, não so-

mente pela Síria, pelo Hezb’allah epelo Irã, mas também pelos europeussem força moral e pelos americanosindiferentes, ou preocupados com ou-tras coisas. Não há nenhuma dúvida:a omissão em agir trará resultados ter-ríveis e inevitáveis. Ninguém pode di-zer que não foi advertido. (Barry

Rubin, www.imra.org.il – extraído dewww.deolhonamidia.org.br)

Barry Rubin é diretor do Global Research inInternational Relations Center (GLORIA), doInterdisciplinary Center (IDC) e editor do Mid-dle East Review of International RelationsJournal (MERIA). Seu livro mais recente éThe Truth About Syria (A Verdade Sobre a Sí-ria, editado pela Palgrave-Macmillan).

O exército sírio foi mobilizado eestá reforçando posições defensivas.Líderes militares sírios têm se encontra-do com seus colegas iranianos paracoordenar preparativos de guerra. En-quanto isso, russos e chineses vêm en-viando significativos carregamentos dearmas à Síria, incluindo avançadoscaças MIG-31, mísseis de fabricaçãochinesa antinavio C-802 e antitanqueMetis-M e Kornet (usados para deter aofensiva israelense no Líbano no anopassado). Uma nova geração de ar-mas russas, colocadas em campo de-pois do “colapso” da União Soviética,fortaleceu sobremaneira a posição mi-litar síria. Não que a Síria agora pos-sa derrotar Israel numa guerra terres-tre. É mais uma questão de incrementodas suas capacidades de atrito, umavez que os militares israelenses têmuma baixa tolerância ao atrito.[*]

Os sírios parecem esperar um ata-que ao seu país e, supostamente, estãotransferindo arquivos governamentaissensíveis para fora de Damasco. Fo-

guetes estão sendo enviados para oHezb’allah (Partido de Alá). Afinal, oque está acontecendo? Um grandeataque terrorista a Israelestá em consideração? Esseataque envolveria armasquímicas, biológicas ou nu-cleares? Esse ataque teria oenvolvimento direto da Sí-ria? Ora, sem um ataqueegípcio simultâneo a partirdo sul, a Síria não teriaêxito numa guerra travadaa partir do norte. E, aindaassim, a Síria sente que aguerra se aproxima; é co-mo se os sírios soubessemde algo que está paraacontecer. Alguns analistasacreditam que sírios e ira-nianos estão reagindo aoaumento das tropas ameri-canas no Iraque. Há rumo-res acerca de uma nova es-tratégia secreta dos EUAde atacar a Síria e o Irã,

ou de favorecer grupos su-nitas no Iraque. Sendo alia-dos, Síria e Irã podem estarpreocupados quanto a umacampanha aérea americanacontra eles. A melhor estra-tégia de reação seria iniciar

uma guerra contra Israel, pois, nestaaltura dos acontecimentos, os america-nos não devem ser vistos como se esti-

Os preparativos e a estratégiade guerra no Oriente Médio

[*] A guerra de atrito é um conceito tático que surgiu na I Guerra Mundial. Nesse caso, o atrito era caracterizado por linhas fixas, as trincheiras, on-de as escaramuças eram constantes, altamente mortais, mas não decisivas. As intenções eram esgotar os recursos do inimigo e/ou provocar umaofensiva. No contexto do Oriente Médio, houve uma longa guerra de atrito (1967-1970) entre Egito e Israel, onde o primeiro tentava atrair o exérci-to israelense para posições desvantajosas. Nessa Guerra de Atrito, os dois lados aproveitaram para testar novas armas. É também interessanteressaltar que o mais longo conflito naquela região é pouco mencionado ou tomado até como período de paz. Para maiores informações em portu-guês, acesse http://usacac.army.mil/CAC/milreview/portuguese/3rdQtr04/bolia.pdf.

Russos e chineses vêm enviando significativos carrega-mentos de armas à Síria, incluindo avançados caças

MIG-31, mísseis de fabricação chinesa antinavio C-802.

Page 18: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

vessem trabalhando diretamente comIsrael contra um país islâmico ou ára-be. Tal percepção poderia desgastarseriamente a posição dos EUA entreos seus aliados árabes, trazendo ain-da mais danos aos esforços do gover-no Bush no Iraque.

O Irã e a Síria podem ser militar-mente fracos se comparados a Israel eEUA, mas rachaduras políticas apare-ceram no lado americano. Washingtonpode se revelar impotente diante doquadro: o Oriente Médio é um barrilde pólvora, pronto para explodir. Osisraelenses e americanos querem apaz, mas cada ramo de oliveira pro-vou ser uma armadilha. Os sírios eseus aliados iranianos querem sangue,

e sangue terão. O governo Bush dizque os sírios “estão incentivando aguerra no Iraque”. Os iranianos fazemo mesmo. O que essas potências regio-nais querem é tirar proveito da invasãoamericana ao Iraque, esperando am-pliar seu poder quando da inevitávelretirada americana. O [site] DebkaFilerelatou a súbita e intensa coordenaçãoentre líderes militares iranianos e sírios.Duas delegações militares iranianas dealta patente visitaram Damasco recen-temente para coordenar planos deuma futura guerra no Oriente Médio.Os sírios e os iranianos pretendem “in-tensificar suas ações terroristas contratropas americanas e britânicas”.

O Irã e a Síria têm um pacto dedefesa mútua. Ambos recebem armasrussas e chinesas, e ambos esperamque estoure uma guerra até fim do ve-rão (setembro). Como começará essaguerra? Talvez com um ataque pre-ventivo dos EUA contra as instalaçõesnucleares iranianas. Talvez o incre-mento de tropas [americanas] no Ira-que os tenha convencido das intençõesagressivas de Bush. Mas esse incre-mento foi, de fato, decepcionante. Omais provável é que sírios e iranianospensem que Bush está politicamentealeijado, incapaz de lançar uma gran-de ofensiva. Se o go-verno Bush fosseconsistente, lógico edesprezasse comple-tamente a opiniãopública, então umataque à Síria e aoIrã poderia ocorrer.Alguns afirmam queo presidente Bush es-tá se preparando ati-vamente para umaguerra mais amplano Oriente Médio.Mas isso é duvidoso.

A estratégia doIrã e da Síria, tal co-mo a estratégia dosterroristas islâmicos, é

manipulada desde Moscou e Pequim. Ocronograma de Moscou é o que real-mente conta. A Rússia fornece não ape-nas armas, mas também avaliações deinteligência. De acordo com AlexanderLitvinenko, um ex-oficial da KGB assas-sinado por agentes russos em novembroúltimo, Moscou quer os EUA atoladosnuma guerra no Oriente Médio. Altas li-deranças da Al Qaeda são, na verda-de, agentes russos, enquanto muitos lí-deres terroristas na Faixa de Gaza e naMargem Ocidental foram treinados pe-los russos. Ademais, a crescente violên-cia no Líbano serve muito bem aos inte-resses de Moscou. O conflito no OrienteMédio mantém altos os preços do petró-leo, o que significa mais dinheiro paraa Rússia, rica em petróleo. Inversamen-te, a economia americana se enfraque-ce nesse cenário.

A guerra é um bom negócio para aspotências que buscam tirar proveito dasdesgraças. (Jeffrey Nyquist, publicadono www.FinancialSense.com – extraídode www.midiasemmascara.com.br)

Jeffrey Nyquist é formado em sociologia políti-ca na Universidade da Califórnia e é expertem geopolítica. Escreve artigos semanais pa-ra o FinancialSense (http://www.financialsen-se.com/), é autor de The Origins of TheFourth World War e mantém um website:http://www.jrnyquist.com/

1188 Notícias de Israel, agosto de 2007

Horizonte

O Irã e a Síria têm um pacto de defesamútua. Ambos recebem armas russas echinesas, e ambos esperam que estoureuma guerra. Na foto: os presidentesAssad (Síria) e Ahmadinejad (Irã).

De acordo com Alexander Litvinenko, um ex-oficial da KGBassassinado por agentes russos em novembro último, Moscou

quer os EUA atolados numa guerra no Oriente Médio.

A estratégia do Irã e da Síria, tal como a estratégia dos terroristas islâmicos, é manipulada desde Moscou e Pequim.Na foto: Ahmadinejad cumprimenta Putin.

Page 19: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 8

1199Notícias de Israel, agosto de 2007

Horizonte

O sósia palestino do personagemda Disney Mickey Mouse, Farfur, foiassassinado no último episódio de seuprograma por um ator vestido de mili-tar israelense. O trágico final foi ao arnesta sexta-feira (29/6).

A emissora de televisão Al Aqsa,controlada pelo Hamas, criou polêmi-ca com a exibição do programa infan-til, denunciado por Israel como umatentativa de doutrinar as crianças con-tra os israelenses e os Estados Unidos.

O programa “Os Pioneiros doAmanhã” tinha como protagonista ocamundongo Farfur – um bonecoquase idêntico a Mickey Mouse, per-sonagem de Walt Disney. A compa-nhia americana chegou a comentaro caso.

O ratinho palestino fazia resistên-cia a Israel (Nota do Editor: ensinavaas crianças a se torna-rem terroristas, a reali-zarem atentados e aodiarem os judeus) e te-cia comentários sobreos Estados Unidos. Far-fur também ensinava àscrianças o respeito aospreceitos do Islã (N. doE.: que incluía a necessi-dade de dominação domundo pelo islã).

No episódio destasexta-feira, o militar ten-tava comprar as terras deFarfur. O ratinho reagiu eo chamou de “terrorista”.

Os dirigentes da emissoradisseram que Farfur foi assas-sinado para dar lugar a no-vos programas na grade daemissora. No entanto, o con-teúdo substitutivo não foianunciado. (www.folhaonli-

ne.com.br – extraído de www.deolho-namidia.org.br)

Sósia palestino de Mickey é“morto” em programa infantil

O personagem “Farfour”, clone de Mickey, em programa da TV Al-Aqsa (do Hamas).

Quase 90% dos jovenspalestinos negam o direitode Israel existirUma pesquisa mostrou a correlação

direta entre o curriculo escolar da Au-toridade Palestina (AP) e as opiniõesdos jovens palestinos. Publicamos umrelatório em que alertamos: “os estu-dantes palestinos ficam sem justificati-vas lógicas ou opções religiosas paraaceitar Israel como vizinho” porque oslivros escolares da AP rejeitam comple-tamente a existência de Israel.

Em uma conferência de imprensaem Washington, quando foi divulgado

nosso relatório arespeito, a senado-ra Hillary R. Clin-ton afirmou que oslivros escolares daAP são “...profun-damente perturba-

dores, principalmente pela negaçãoda existência de Israel...”

Os resultados da doutrinação quetemos denunciado aparecem no levan-tamento da “Near East Consulting”,um instituto palestino de pesquisas deopinião: entre os jovens de 18 a 25anos, que foram os mais influenciadospela edução da AP, de 84% a 93% re-jeitaram o direito de Israel existir. Essafaixa etária apresentou índices supe-riores à média geral, que foi de 75%.Deve-se observar que a negação dodireito de existência de Israel é endê-mica na sociedade e na mídia palesti-

nas, inclusive entre os líderes da Fatah(e não apenas entre os simpatizantesdo Hasmas – N.T.), o que explica es-ses altos índices de rejeição da legiti-midade de Israel. (Itamar Marcus eBarbara Crook – extraído de Palesti-nian Media Watch, www.pmw.org.il)

Doutrinação das crianças palestinas

Mapa em novo livro escolar da Autoridade Palestina: Israel é a “Palestina”.