notícias de israel - ano 28 - nº 11

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www.Beth-Shalom.com.br NOVEMBRO DE 2006 • Ano 28 • Nº 11 • R$ 3,50 BETH-SHALOM

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• Novidade ou Déjà Vu? • Resgatadores Dignos de Nota • A Rússia czarista e os Judeus • Na Síria, as novas armas já estão à disposição • Terceiro laboratório de software da IBM em Israel • Sempre prontos a dar a razão da nossa esperança

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Page 1: Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 11

www.Beth-Shalom.com.br NOVEMBRO DE 2006 • Ano 28 • Nº 11 • R$ 3,50 BETH-SHALOM

Page 3: Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 11

É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

EEnnddeerreeççoo PPoossttaall::Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

FFuunnddaaddoorr:: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992)

CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 28.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

6

11

12

4 Prezados Amigos de Israel

Novidade ou Déjà Vu?

HHOORRIIZZOONNTTEE

• A Rússia czarista e os Judeus - 12• Na Síria, as novas armas já estão à disposição - 18• Terceiro laboratório de software da IBM em Israel - 19

Resgatadores Dignos de Nota

19 Sempre prontos a dar a razão da nossa esperança

índice

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44 Notícias de Israel, novembro de 2006

“Tocai a trombeta em Sião, promulgaium santo jejum, proclamai uma assembléiasolene” (Joel 2.15).

Em resposta ao soar da trombeta em Sião,Israel torna-se recipiente da graça de Deus emmeio ao julgamento. Enquanto o juízo mencionadoanteriormente no livro de Joel é dirigidoprimariamente contra Israel, vemos que todo omundo está envolvido, porque ele se refere aotempo da Grande Tribulação. Sem dúvida, foi oque Jeremias revelou: “Ah! Que grande éaquele dia, e não há outro semelhante! Étempo de angústia para Jacó; ele, porém,será livre dela” (Jeremias 30.7). Portanto, ojuízo é voltado contra Jacó, mas ele será “livrado”.

Aqui estão as instruções do Senhor para Seupovo: “Ainda assim, agora mesmo, diz oSENHOR: Convertei-vos a mim de todo ovosso coração; e isso com jejuns, com choroe com pranto. Rasgai o vosso coração, e nãoas vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR,vosso Deus, porque ele é misericordioso, ecompassivo, e tardio em irar-se, e grande embenignidade, e se arrepende do mal. Quemsabe se não se voltará, e se arrependerá, edeixará após si uma bênção, uma oferta demanjares e libação para o SENHOR, vossoDeus?” (Joel 2.12-14). Israel está sendoadmoestado a voltar-se para o Senhor e a buscá-lO.Trata-se, claramente, de uma via de mão dupla: aexpectativa é que Israel responda positivamente,mas a vontade de Deus é que isso ocorra.

Por exemplo, lemos em Zacarias 12.9-10:“Naquele dia, procurarei destruir todas asnações que vierem contra Jerusalém. Esobre a casa de Davi e sobre os habitantesde Jerusalém derramarei o espírito dagraça e de súplicas; olharão para aquele aquem traspassaram; pranteá-lo-ão comoquem pranteia por um unigênito echorarão por ele como se choraamargamente pelo primogênito”. Deusderramará “o espírito da graça e de súplicas”no exato momento em que Israel não souber maiso que fazer, pelo fato de todo o mundo ter-sevoltado abertamente contra o povo judeu. Assim,os israelitas reconhecerão repentinamente oSenhor na Sua vinda e “olharão para aquele aquem traspassaram”.

A seguir, são dadas instruções específicas:“Congregai o povo, santificai acongregação, ajuntai os anciãos, reuni os

filhinhos e os que mamam; saia o noivo dasua recâmara, e a noiva, do seu aposento.Chorem os sacerdotes, ministros doSENHOR, entre o pórtico e o altar, e orem:Poupa o teu povo, ó SENHOR, e nãoentregues a tua herança ao opróbrio, paraque as nações façam escárnio dele. Por quehão de dizer entre os povos: Onde está oseu Deus?” (Joel 2.16-17). Esse espírito degraça e de súplicas será derramado sobre toda acasa de Israel: os anciãos, as crianças e até mesmoos noivos. Além disso, os ministros do Senhorcomeçarão a implorar ao Deus de Israel. Qualserá o resultado? “Então, o SENHOR semostrou zeloso da sua terra, compadeceu-se do seu povo e, respondendo, lhe disse:Eis que vos envio o cereal, e o vinho, e oóleo, e deles sereis fartos, e vos nãoentregarei mais ao opróbrio entre asnações. Mas o exército que vem do Norte,eu o removerei para longe de vós, lançá-lo-ei em uma terra seca e deserta; lançarei asua vanguarda para o mar oriental, e a suaretaguarda, para o mar ocidental; subirá oseu mau cheiro, e subirá a sua podridão;porque agiu poderosamente” (Joel 2.18-20).

Evidentemente o ataque militar descrito emEzequiel 38 e 39 acontecerá. Não há comoespiritualizar “o exército que vem do Norte”,porque o resultado da sua derrota é descrito comas palavras: “subirá o seu mau cheiro, esubirá a sua podridão”, que se referem,evidentemente, a cadáveres.

Israel não recebe apenas essa gloriosa promessade que o Senhor estará do seu lado e que oexército do Norte será derrotado, mas que haveráuma restauração total da terra devastada, incluindoa vegetação e os animais: “Não temas, ó terra,regozija-te e alegra-te, porque o SENHOR fazgrandes coisas. Não temais, animais docampo, porque os pastos do desertoreverdecerão, porque o arvoredo dará o seufruto, a figueira e a vide produzirão comvigor. Alegrai-vos, pois, filhos de Sião,regozijai-vos no SENHOR, vosso Deus, porqueele vos dará em justa medida a chuva; farádescer, como outrora, a chuva temporã e aserôdia. As eiras se encherão de trigo, e oslagares transbordarão de vinho e de óleo”(Joel 2.21-24).

Em Joel 1 lemos sobre a desolação total daagricultura israelense: “O campo está

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assolado... o cereal está destruído, a vide sesecou, as olivas se murcharam... Como geme ogado! As manadas de bois estão sobremodoinquietas... os rebanhos de ovelhas estãoperecendo” (vv. 10,18). Mas tudo isso muda com aspalavras confortadoras: “Não temais, animais docampo...” Por que não? “...porque os pastos dodeserto reverdecerão, porque o arvoredo dará oseu fruto...” (Joel 2.22). Isso é nada menos que orenascimento da terra de Israel, algo sem precedentesque acontecerá!

Enquanto o mundo estiver experimentando o juízode Deus e a destruição se abater sobre todas as nações,Israel “...porém, será livre dela”.

Há ainda mais por vir: “Restituir-vos-ei os anosque foram consumidos pelo gafanhoto migrador,pelo destruidor e pelo cortador, o meu grandeexército que enviei contra vós outros” (Joel 2.25).Essa é uma promessa incondicional. Deus disse: “Eurestaurarei”. A destruição, os sofrimentos em virtude dafome, das pestilências e de outras catástrofes não serãoo final, pois Deus “restituirá os anos” a Israel. Em outraspalavras, o Senhor fará algo sem precedentes na história:a agricultura israelense experimentará uma restauraçãomiraculosa, comparável ao que havia no Jardim do Éden.Se bem que atualmente Israel já lidera diversas áreas deciência agrícola, particularmente na irrigação controladapor computador, podemos considerar que se trataapenas de uma sombra das coisas que virão.

O que acho significativo é que Deus identifica a simesmo como o autor final da destruição: “...meugrande exército que enviei contra vós outros”.Quem era esse exército? No capítulo 2 lemos que setratava do exército das trevas, de uma entidadedemoníaca que sufocava a terra de Israel. Entretanto,Deus diz: “...meu grande exército”. Assim, vemosnovamente que Deus é onipotente. Ele é soberano,mesmo sobre os poderes das trevas, às quais Ele chamade “...meu grande exército”.

Quando Deus envia bênçãos, elas são abundantes,amplas e irresistíveis: “Comereis abundantemente,e vos fartareis, e louvareis o nome do SENHOR,vosso Deus, que se houve maravilhosamenteconvosco; e o meu povo jamais seráenvergonhado. Sabereis que estou no meio deIsrael e que eu sou o SENHOR, vosso Deus, e nãohá outro; e o meu povo jamais seráenvergonhado” (Joel 2.26-27).

A Grande Tribulação vai conduzir Israel às suas horasmais escuras, mas terminará com sua maior glória.Lemos: “o meu povo jamais será envergonhado”.

Por isso, devemos entender que aquilo que ocorreem Israel atualmente faz parte do plano soberano deDeus, que está realizando o processo de restauração doSeu povo. Desse modo, estamos enganados quandoficamos alarmados por circunstâncias dos nossos diasque não se desenrolam conforme nosso entendimentolimitado. Muito tem sido escrito sobre a situaçãoprecária de Israel em relação aos árabes palestinos, quesão agora liderados oficialmente por uma organizaçãoterrorista chamada Hamas, que foi eleitademocraticamente. Quer seja o Hamas a jurar que vaieliminar Israel, quer seja o presidente iraniano a declararpublicamente que Israel será apagado do mapa, ou asnações consideradas amigas, que vêem Israel como umaextensão da cultura ocidental – no final todos serãoenvergonhados e nenhum deles tem o poder de alteraras decisões eternas de Deus.

Fazemos bem em ignorar as declarações dos líderespolíticos mundiais, os vários acordos de paz e asesperanças continuamente expressas de que haverá pazduradoura. Quando lidamos com Israel – com a terra eo povo – estamos tratando com o Deus eterno, queescolheu esse pequeno pedaço de terra e o povo maiscontrovertido do mundo para Seus próprios propósitoseternos. Quando lemos o que Deus prometeu queacontecerá, podemos ter certeza do juízo e doconforto, da destruição e da restauração. Devemosentender as intenções de Deus, que são reveladas nasEscrituras proféticas. Esse fato também penetraprofundamente em nosso coração com a garantia de queas determinações eternas de Deus serão cumpridasigualmente para aqueles que crêem em Jesus Cristo,como lemos em 2 Coríntios 4.17: “Porque a nossaleve e momentânea tribulação produz para nóseterno peso de glória, acima de todacomparação”.

Unido com vocês nessa certeza maravilhosa, saúdocom um sincero

Shalom!

Arno Froese

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Déjà vu – aquela sensação fami-liar de já ter vivido a mesma situa-ção anteriormente – descreve aconsciência crescente de que o anti-semitismo da década de 1930 estánovamente vindo à tona em toda aEuropa na atualidade.

Um relatório publicado peloParlamento Europeu mencionava aInglaterra, a Bélgica, a Holanda, aFrança e a Alemanha como naçõesintegrantes da União Européia (aUE, com 25 países-membros) nosquais o anti-semitismo tem cresci-do.

“O velho câncer está de volta[...] os judeus na Europa não po-dem viver uma vida normal”, decla-rou Cobi Benatoff, presidente doEuropean Jewish Congress (Congres-so Judaico Europeu).1

Beate Winkler, diretora do Euro-pean Monitoring Centre on Racismand Xenophobia (Centro Europeude Monitoramento do Racismo eda Xenofobia), acredita que o rela-tório do Parlamento Europeu é “su-ficiente para causar medo e grandeangústia entre os 1 milhão e duzen-tos mil judeus que vivem na Euro-pa”.2 Diferente do anti-semitismoda década de 1930, instigado pela

direita fascista, a irrupção atualprovém da esquerda – “a centro-es-querda politicamente correta quecondena atos de anti-semitismo e,ao mesmo tempo, defende regimesque apóiam o terrorismo contra Is-rael”, afirmou Peter Sichrovsky,membro austríaco do ParlamentoEuropeu.3 Sua manifestação tem sepropagado dentro de regiões da Eu-ropa que historicamente estavam li-vres do anti-semitismo.

Há algum tempo levei minhascorrespondências à agência dos cor-reios em Edimburgo, naEscócia. O balconistame olhou com ar de de-boche e perguntou:“Que tipo de organiza-ção política é essa cha-mada Friends of Israel(Amigos de Israel)?” Euexpliquei que pregamosas boas-novas acerca doMessias, instruímos oscristãos quanto ao panode fundo judaico da Bí-blia e que somos vee-mentemente contráriosao anti-semitismo. De-pois de muitas outrasperguntas, ele sorriu e

me perguntou: “Você sabia que soujudeu?”. Em seguida, ele me con-tou que fora criado em Edimburgoe que, até a Guerra do Iraque, nun-ca tivera medo de admitir que erajudeu. Agora, porém, ele tem re-ceio.

A vida não mudou apenas paraos judeus da capital escocesa, mu-dou também para toda a comunida-de judaica que vive na Europa. Sóna Inglaterra, por exemplo, os inci-dentes anti-semitas (agressões físi-cas, incêndios criminosos, profana-

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Vândalos pintaram uma suástica sobre umasepultura em um cemitério judaico na França.

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ção de lugares considerados sagra-dos pelos judeus, etc.) cresceram75% entre os anos de 2002 e 2003.A França registrou um aumentoseis vezes maior de tais ocorrên-cias.4

O novo híbridoAo contrário da década de 1930,

quando o anti-semitismo tinha poralvo o povo judeu e sua religião, oanti-semitismo dos dias de hoje émais político, estimulado pelo con-flito palestino-israelense.

Uma pesquisa de opinião na Eu-ropa entrevistou 7.500 pessoas em15 países da UE e revelou que 60%dos europeus consideram Israel co-mo a maior ameaça para a pazmundial, até mesmo maior do queo Irã, a Coréia do Norte e os Esta-dos Unidos.5 Entretanto, o ex-dissi-dente soviético e ex-ministro doGabinete israelense, Natan Sha-ransky, definiu esse suposto “criti-cismo político” de “puro anti-semi-tismo”.6 Na realidade, o anti-semi-tismo atual é uma mistura depolítica internacional com anti-se-mitismo tradicional, resultandonum híbrido que poderia ser rotula-do como “anti-semitismo do NovoMilênio”.

Na condição de americanos quevivem na Grã-Bretanha, temos vistoesse híbrido fundir-se com o senti-mento antiamericano posterior aosacontecimentos que culminaram,bem como os que se passaram, naGuerra do Iraque. Essa fusão não énenhuma surpresa, já que a mídiadeturpa as notícias sobre Israel,bem como as notícias sobre os Es-tados Unidos, para agradar os 17milhões de muçulmanos da UE,considerados um valioso “mercadoconsumidor” a ser satisfeito.

A histórica e famosa BBC, ou-trora conhecida por seu jornalismoimparcial baseado em fatos, agora

se destaca por demonstrarum “impiedoso preconcei-to contra Israel”.7 O jornalinglês The Guardian infor-mou que o governo israe-lense descobrira o seguin-te: “De todos os países, aInglaterra foi que sofreu osataques anti-semitas maisviolentos no ano passado.A causa principal é o [mo-do como a] imprensa in-glesa tem coberto o confli-to palestino-israelense”.8 Aimprensa inglesa raramen-te noticia os ataques pales-tinos contra Israel, mas fazampla cobertura da retalia-ção israelense contra ospalestinos. Lamentavel-mente, ressaltou Sha-ransky, “o anti-semitismose tornou politicamentecorreto na Europa”.9

Emanuele Ottolenghi,que trabalha para o jornal inglêsThe Guardian, acredita que “algunsdaqueles que criticam Israel utili-zam estereótipos anti-semitas” e“freqüentemente apresentam umamáscara de respeitabilidade” para oanti-semitismo. Ao descreverem Is-rael como a fonte de todos os ma-les, eles proporcionam o mandatolingüístico e a justificativa moral pa-ra destruí-lo”.10

Mais perturbador ainda, informaChris McGreal no mesmo jornalThe Guardian, é que o “novo” anti-semitismo “emana de grupos in-fluentes, tais como os intelectuais,os políticos e a mídia, e traja-se ele-gantemente como uma postura crí-tica da ocupação do território pales-tino por Israel”.11

A verdade, naturalmente, é quea terra não é dos palestinos; ela per-tence a Israel.

Infelizmente, a ira atual contra opovo judeu é um reflexo do estadode declínio espiritual da Europa e

da ignorância desta quanto ao pla-no de Deus tanto para o mundoquanto para a nação de Israel. Maispreocupante ainda é o crescentenúmero de cristãos que são atraídospor essa mentalidade anti-semita eantibíblica.

Felizmente, ainda existe na Eu-ropa um significativo contingentede cristãos que apóiam Israel. Elesse opõem ao anti-semitismo e assu-mem a sua identidade de sionistasbíblicos compromissados, queamam o povo judeu e manifestamas mesmas convicções que compeli-ram outros a resgatar os judeus du-rante a Segunda Guerra Mundial.A evidência disso se acha nos mo-dernos movimentos que dão apoioa Israel, tais como a Festa dos Ta-bernáculos, que no ano passadotrouxe cerca de 7.000 pessoas a Je-rusalém, a maioria procedente daEuropa.

Todavia, é importante que se te-nha uma compreensão das forças

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Ao contrário da década de 1930, quando o anti-semitismo tinha por alvo o povo judeu e suareligião, o anti-semitismo dos dias de hoje é maispolítico, estimulado pelo conflito palestino-israe-

lense. Na foto: palestinos queimam bandeiraisraelense.

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que estão popularizando esse anti-semitismo “cristão”.

A ramificação da doutrina enganosaEm 1917, uma Inglaterra espiri-

tualmente mais forte levou o mun-do, com sua Declaração Balfour, àiniciativa de criar uma pátria para opovo judeu. Hoje em dia, a Ingla-terra está falida espiritualmente epoucos crentes em Cristo inglesesdefendem publicamente a existên-cia de uma pátria judaica. Ao estu-dar-se tal declínio espiritual, pode-se compreender a maneira pela qualessa nova forma de anti-semitismopenetrou sorrateiramente na socie-dade cristã da Inglaterra.

Numa pesquisa recente, 14.000ingleses responderam a seguintepergunta: “Como tal catástrofe es-piritual aconteceu desde o fim daSegunda Guerra Mundial?” Cente-nas de páginas com respostas a essaindagação revelaram quatro causasbásicas: (1) Uma diminuição donúmero de pastores cuidadosos ecrentes; (2) Uma carência de ensi-

no bíblico bem fundamentado; (3)Uma deficiência em desafiar as pes-soas à santidade; e (4) Uma omis-são em defender a fé.12

A escassez de ensino bíblico bemfundamentado, a segunda causamais importante, afeta diretamenteo anti-semitismo. Na busca de con-firmar tal conclusão, eu visitei re-centemente uma variedade de igre-jas inglesas para ouvir o que elastêm ensinado. Encontrei mensagensmornas, vazias, carentes de embasa-mento, conteúdo ou compreensãoespirituais. Também não havia ne-nhum senso de missão ou propósi-to, nem qualquer explicação doEvangelho. Como isso pôde aconte-cer?

No momento que sucedeu a Pri-meira Guerra Mundial, a maioriados europeus estava otimista quan-to ao futuro, pois cria que, a partirde uma “guerra para dar fim a to-das as guerras”, um mundo utópicosurgiria. Os cristãos contemplavama chegada de um reino espiritual àterra, por intermédio do progressosocial. A Segunda Guerra Mundialnão somente destruiu esse sonho,

como tambémprenunciou umcinismo espiri-tual que acabouchegando aospúlpitos.

Muitos pas-tores começa-ram a promovera perspectivaamilenista dahistória, que seencaixava com oestado de espíri-to pessimista daEuropa pós-guerra e com overtiginoso de-clínio dos inte-resses espirituaisdo povo. Em

termos teológicos, o Amilenismonão prevê nenhum Reino futuro deJesus Cristo nesta terra, pelo con-trário, propõe que o clímax final dahistória acontecerá quando Cristocongregar todos os crentes no céu eder a sentença final para todos osdescrentes.

Tal crença rejeita o futuro predi-to por Deus para a nação de Israel epara o povo judeu. Também nãoreconhece o ensino bíblico da voltapré-milenar de Cristo a esta terrapara estabelecer um Reino literal demil anos, durante os quais governa-rá a partir do trono de Davi em Is-rael (1 Cr 17.11-14; Ap 20.4). Aperspectiva pré-milenista da história(na qual cremos – N.R.) requerobrigatoriamente uma existência li-teral tanto da nação de Israel quan-to do povo judeu.

Por não sustentarem uma pers-pectiva pré-milenista da história enão entenderem o plano de Deus arespeito das eras, muitos cristãoseuropeus desiludidos começaram ase afastar das igrejas. Em conse-qüência, fracassaram na compreen-são do significado profético da cria-ção do Estado de Israel e, à seme-lhança do governo inglês,voltaram-se contra o Estado e o po-vo judeu. Ao invés de se lembraremda promessa feita por Deus deabençoar aqueles que abençoam opovo judeu e de amaldiçoar aquelesque o amaldiçoam, um númeroenorme de pessoas escolheu voltar-se contra os judeus sem se dar con-ta das conseqüências.

Nessa altura, amilenistas agressi-vos começaram a penetrar nos cír-culos pré-milenistas, tirando provei-to do temor infundado de que o en-sino profético causa divisões eresulta na diminuição do númerode pessoas presentes nas igrejas. Nacrença de que estavam evitando oespírito divisor, as igrejas pararamde ensinar os livros proféticos, tais

88 Notícias de Israel, novembro de 2006

Em 1917, uma Inglaterra espiritualmente mais forte levou omundo, com sua Declaração Balfour, à iniciativa de criar uma pátria para o povo judeu.

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como os de Daniel e o Apocalipse.Pouco tempo depois, começaram aeliminar de seu ensino outros livrosdo Antigo Testamento e algumasdas passagens bíblicas escritas peloapóstolo Paulo. Tal atitude contra-ria a doutrina de que “Toda a Escri-tura é inspirada por Deus e útil para oensino, para a repreensão, para a cor-reção, para a educação na justiça, afim de que o homem de Deus seja per-feito e perfeitamente habilitado paratoda boa obra” (2 Tm 3.16-17).

À medida que esse movimentose propagou, o discernimento e oconhecimento bíblicos começarama desaparecer dos púlpitos das igre-jas. Sem uma interpretação biblica-mente correta da história, inclusiveno que diz respeito à importânciade Israel e ao papel desempenhadopelo povo judeu no plano de Deus,os ingleses passaram a considerarDeus irrelevante. Eles buscaram so-luções e respostas em qualquer ou-tra fonte, gerando um súbito declí-nio espiritual. Desprovidos de umalicerce bíblico bem fundamentado,os ingleses foram facilmente atraí-dos pelo traiçoeiro engodo do anti-semitismo “cristão”.

Uma análise do mal anti-semita

A primeira força motriz do anti-semitismo é, naturalmente, o cora-ção pecaminoso do ser humano.Porém, a partir do momento da sal-vação, ninguém mais precisa seguiras inclinações da velha naturezacom suas tendências anti-semitas.Temos uma nova natureza que nosfoi concedida com a habitação doEspírito Santo em nós. Lamentavel-mente, apesar da obra do EspíritoSanto na vida de muitos cristãos, oanti-semitismo neles continua. Elepode não aparecer na forma de umataque contra o povo judeu; na rea-lidade, pode manifestar-se na sutil

rejeição do papel a ser desempenha-do pelo povo judeu e pela nação deIsrael no futuro, segundo Deus de-terminou. Essa falta de discerni-mento confunde a perspectiva daspessoas acerca da existência do Es-tado de Israel na atualidade.

A segunda força motriz é Sata-nás, que luta para manter seu atualgoverno sobre a terra (Jo 12.31; Jo14.30; 16.11). Com a volta pré-mi-lenista de Cristo para instituir SeuReino nesta terra, o poder de Sata-nás será derrubado. Então o povojudeu reconhecerá que Jesus era oseu Messias em todo esse tempopassado, e O aceitará como seu Rei(Zc 12.10; Zc 13.1). Essa é a razãopela qual Satanás deseja de ante-mão destruir os israelitas, de modoque seu reino maligno possa perdu-rar. Mas ele não vai conseguir.

Deus nos garante que na ocasiãoda volta do Messias para estabele-cer Seu Reino milenar terreno, aderrota de Satanás ocorrerá (Ap20.1-3,10). À medida que os dias seaproximam da volta de Cristo, Sa-tanás utilizará o anti-semitismo natentativa de destruir tanto a naçãode Israel quanto o povo judeu. Esseesforço satânico atingirá um crescen-do durante a Grande Tribulaçãovindoura. Todavia, no final, Israeltriunfará:

“Naquele dia, farei de Jerusalémuma pedra pesada para todos os povos;todos os que a erguerem se ferirão gra-vemente; e, con-tra ela, se ajun-tarão todas asnações da terra”(Zc 12.3).

“Assim dizo Senhor dosExércitos: Na-quele dia, suce-derá que pega-rão dez ho-mens, de todasas línguas das

nações, pegarão, sim, na orla da vestede um judeu e lhe dirão: Iremos con-vosco, porque temos ouvido que Deusestá convosco” (Zc 8.23). (Israel MyGlory)Robert Congdon é representante de TheFriends of Israel no Reino Unido.

Notas:1. “Anti-Semitism on the Rise in Britain Says

EU”, publicado em 31 de março de 2004 nosite http://archives.tcm.ie/breakingnews/2004/03/31/story140775.asp.

2. Ibid.3. “Viewpoints: Anti-Semitism and Europe”,

publicado em 3 de dezembro de 2003 nosite http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/3234264.stm.

4. “Anti-Semitism on the Rise in Britain SaysEU”, cit.

5. McGreal, Chris, “EU Poll sees Israel AsPeace Threat”, publicado em 3 de novem-bro de 2003 no site www.guardian.co.uk/in-ternational/story/0,,1076442,00.htm.

6. Ibid.7. “Rising UK Anti-Semitism Blamed on Me-

dia”, publicado na edição eletrônica do jor-nal The Guardian de 25 de janeiro de 2005,pelo site www.buzzle.com/editorials/1-25-2005-64763.asp.

8. Ibid.9. McGreal, Chris, “The New Anti-Semitism: Is

Europe in Grip of Worst Bout of Hatred Sin-ce the Holocaust?”, publicado em 25 de no-vembro de 2003 no site www.guar-d i a n . c o . u k / f a r r i g h t / -story/0,11981,1092466,00.htm.

10. Ottolenghi, Emanuele, “Anti-Zionism is An-ti-Semitism”, publicado em 29 de novem-bro de 2003 no site www.guar-d i a n . c o . u k / c o m m e n t / -story/0,3604,1095694,00.html.

11. McGreal, “The New Anti-Semitism: Is Eu-rope in Grip of Worst Bout of Hatred Sincethe Holocaust?”.

12. London Jr., H. B., “The ChalengedChurch”, publicado no periódico eletrônicoThe Pastor’s Weekly Briefing de 15 de ju-lho de 2005, através do site www.fa-m i l y . o r g / p a s t o r / r e s o u r -ces/pwb/a0037200.cfm.

99Notícias de Israel, novembro de 2006

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1100 Notícias de Israel, novembro de 2006

Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas exterminaram sistematica-mente 6 milhões de judeus, nem todos tiveram a coragem de acudi-los e de zelar pe-las suas vidas. O Museu do Holocausto em Jerusalém, chamado Yad Vashem, de pro-priedade do Estado de Israel, reconheceu os esforços de muitos heróis resgatadores.Num programa intitulado Os Justos Dentre as Nações, iniciado em 1963, o Estado de Is-rael homenageou cerca de 21 mil não-judeus, dos quais alguns professavam ser cren-tes em Cristo, que fizeram o que fizeram por crerem naquilo que a Bíblia declara sobreo amor de Deus pelo povo judeu. Poucos deles se tornaram famosos, como foi o casode Corrie ten Boom (a respeito, recomendamos o livro O Refúgio Secreto, da EditoraBetânia – N.R.). A maioria desses resgatadores não é conhecida. A seguir são relata-das algumas de suas histórias:

> > André TrocméEm 1934, quando André

Trocmé foi designado paraseu novo pastorado no pa-cato vilarejo de Le Cham-bon-sur-Lignon no Sul daFrança, ele sabia que os ha-bitantes daquele povoadoeram descendentes dos hu-guenotes, um grupo protes-tante de cunho reformado que so-frera grande perseguição.

Trocmé escreveu: “Estas pes-soas, que em vez de lerem os jor-nais lêem as Escrituras, não se fun-damentam no solo arenoso e move-diço da opinião, mas, sim, na rochada Palavra de Deus”.1

Depois que os nazistas se apode-raram do Sul da França, o pastorTrocmé recomendou veemente-mente que os membros de sua igre-ja e todos os habitantes daquele lu-garejo salvassem o maior númeropossível de judeus. A cidade inteiraconcordou em fazê-lo. Durante os

três anos seguintes, cerca de 5 miljudeus, a maioria deles crianças, fo-ram abrigados e alimentados, bemcomo receberam documentos paraentrar clandestinamente na neutraSuíça e em outros lugares, tudo is-so com a ajuda do pastor Trocmé eda população de Le Chambon.

Assim que novos refugiados ju-deus chegavam ao vilarejo, o pastorTrocmé anunciava na igreja queuma determinada quantidade de“Antigos Testamentos” havia che-gado, uma expressão em códigoque significava “judeus”. Então,um dos membros da igreja respon-dia: “Eu vou pegá-los”.2 Apesar deter sido preso numa certa ocasião,

> > A T

A Sala dos Nomes noYad Vashem, quefunciona como umrepositório das Páginasde Testemunho demilhões de vítimas do Holocausto, ummemorial para aquelesque pereceram.

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de ter que se esconder dos alemãese de perder um primo, morto na câ-mara de gás de um campo de con-centração nazista, o pastor Trocménão parou de ajudar os judeus. Eledeclarou: “Essas pessoas vieram atéaqui à procura de um abrigo. Eusou o pastor delas, o seu guia espiri-tual. Não vou traí-las”.3

> > Marc DonadilleOutro pastor protestante

francês, Marc Donadille, ti-nha muitos amigos judeusque cresceram com ele. Do-nadille afirmou: “Meus an-tepassados protestantescriam com toda a convicçãoque era inadmissível perse-guir as pessoas por causa desua raça ou religião. Eles me ensi-naram que os judeus são o povo daBíblia”.4

Donadille auxiliou no resgate dejudeus dos campos de concentraçãonazistas. Em sua própria casa eleelaborava documentos de identida-de falsos para os refugiados e os es-condia através de uma rede esque-matizada composta de casas e igre-jas. Estima-se que ele tenhaescondido cerca de 80 judeus e quetenha levado outros 100 para o vila-rejo de Le Chambon. Os nazistasvigiavam cada passo que ele dava,todavia Donadille não se intimida-va, como se pode ler: “Nós sabía-mos que era perigoso, mas concor-damos de uma vez por todas emcorrer o risco e ponto final”.5

> > Peter MiedemaMiedema era pastor da

Igreja Reformada da Holan-da e vivia em Friesland, naHolanda. Sua esposa, Joyce,escreveu: “Nossa convicçãocristã era a de que os judeussão um povo especial”.6

Miedema, de seu púlpito na igreja,pregou acerca da obrigação que elestinham de ajudar os refugiados ju-deus. Em 1942, os Miedema deramabrigo a um menininho judeu. En-tão vieram outros refugiados ju-deus. O pastor Miedema providen-ciou casas que abrigassem a todoseles. Ele chegou ao ponto de cons-truir um bunker (abrigo) subterrâ-

neo próximo de sua casa na flores-ta, tão completo que tinha até umacozinha.

Depois da guerra, o pastor Mie-dema foi transferido para outracongregação porque determinadosmembros da sua igreja ficaram irri-tados com ele em virtude de seutrabalho de resistência durante aguerra. Tempos depois, ao recusara homenagem que lhe foi prestadapelo Museu Yad Vashem, Miede-ma expressou seu pensamento:“Era o que todos deviam fazer. Por-tanto, não havia nada de especialnaquilo”.7

> > Gabor SztehloGabor Sztehlo era um ministro

evangélico que vivia em Budapeste,na Hungria. Sua obra estava ligadaa um ministério judaico conhecidocomo Good Shepherd Committee(Comitê Bom Pastor). No segundosemestre de 1944, Sztehlo traba-lhou ativamente no resgate de ju-deus da Hungria, a maioria crian-ças, e lhes proporcionou refúgio em32 lares diferentes. Vinte dias antesque os russos libertassem Budapes-te do domínio nazista, Sztehlo seescondeu junto com 33 crianças ju-dias em sua própria adega subterrâ-nea. Ao todo, Sztehlo salvou maisde 2 mil crianças judias.

Muitas outras histórias de resga-tadores de judeus poderiam sercontadas. Essas quatro servem co-mo fervoroso exemplo de pessoasque levaram a sério a prescrição deProvérbios 24.11-12:

1111Notícias de Israel, novembro de 2006

> > P M

> > M D

A Avenida dos Justos Dentre as Naçõesno Yad Vashem em Jerusalém.

As árvores são dedicadas aos gentiosque salvaram judeus das mãos

dos nazistas.

> > Y V

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1122 Notícias de Israel, novembro de 2006

Horizonte

“Livra os que estão sendolevados para a morte e salvaos que cambaleiam indo paraserem mortos. Se disseres: Nãoo soubemos, não o perceberáaquele que pesa os corações?Não o saberá aquele que aten-ta para a tua alma? E não pa-gará ele ao homem segundo assuas obras?”. (Israel MyGlory)

Bruce Scott é representante de TheFriends of Israel em New Hope, Min-nesota, EUA.

Notas:1. Draper, Allison Stark, Pastor André Troc-

mé: Spiritual Leader of the French VillageLe Chambon, Nova York: The Rosen Pu-blishing Group, Inc., 2001, p. 23-4.

2. Ibid., p. 65.3. Meltzer, Milton, Rescue: The Story of How

Gentiles Saved Jews in the Holocaust, No-va York: Harper & Row, 1988, p. 81.

4. “Marc Donadille: The Testimony of a Res-cuer”, publicado por The Simon WiesenthalCenter no sitehttp://motcl.learningcenter.wiesenthal.org/-text/x00/xm0057.html.

5. Ibid.6. “Pieter and Joyce Miedema: The Drama of a

Rescuer”, publicado por The Simon Wiesen-thal Center no site http://motlc.learningcen-ter.wiesenthal.org/text/x00/xm0019.html.

7. Ibid.

> > G S

Era em território pertencente ao Im-pério Russo que, nos séculos XVIII eXIX, vivia grande parte dos judeus domundo. Tinham a vida marcada porsofrimentos e miséria. Discriminação eviolência eram uma constante, pois apolítica imperial e os ensinamentos daIgreja Ortodoxa Russa tinham incorpo-rado em seu âmago virulento anti-se-mitismo.

O regime czarista foi um dos pio-res e mais persistentes exemplos deautocracia da História. Os soberanosrussos exerciam poder absoluto e ilimi-tado sobre seus súditos. No século XIXainda existia na Rússia uma ordempré-moderna de classes sociais legal-mente separadas: de um lado, privilé-gios aristocráticos e, de outro, um sis-tema legalizado de servidão. Esse im-pério, o maior do mundo, estendia-sedas margens do Rio Vístula às estepes

da Sibéria, e do MarNegro até o Báltico.Dentre todas as mi-norias étnicas que vi-viam sob o jugo cza-rista, a mais hostili-

zada era a judaica. Desde osprimórdios até sua queda, esse regimeautocrático via os judeus como foras-teiros inaceitáveis. Em 1917, às véspe-ras da Revolução Bolchevista, a comu-nidade judaica russa levava o triste se-lo de a mais oprimida do mundo.

Presença judaicaEra muito antiga a presença judai-

ca na vasta região dominada pelosczares. Na Armênia e Geórgia, tradi-ções locais relacionam sua chegada àsDez Tribos de Israel. Sabe-se tambémque desde tempos helênicos os judeuseram ativos nos territórios fronteiriçosrussos. Há documentos que atestamsua presença já na época do ImpérioRomano, sabendo-se que nos séculosIV e V havia entre 10 a 30 mil judeusna Armênia e na Criméia. Durante to-

da a Idade Média, os judeus desempe-nharam intensa atividade como co-merciantes, em vasta faixa territorialna Euro-Ásia. Na primeira metade doséculo VIII, o Reino dos Khazares seconvertera ao judaísmo e, mesmoapós a queda desse reino, no séculoX, ainda havia judeus vivendo no Prin-cipado de Kiev.

Foi a partir do século XIV que oPrincipado de Moscou passou a lide-rar o processo de formação do futuroImpério Russo e há documentos de1471 que confirmam a presença deuma população judaica relativamentepequena nesse principado. No iníciodo século XVI, todos os territórios rus-sos estavam unidos sob a hegemoniamoscovita e seus governantes, que in-corporaram a ideologia imperial bi-zantina e as crenças da Igreja Greco-Ortodoxa, passaram a usar o título de“czares” e “soberanos de todas asRússias”.

Já no final da Idade Média, com asubida ao trono do czar Ivan IV, o Ter-rível (1530-1584), os judeus foramoficialmente excluídos de todo o terri-

A Rússia Czarista e os Judeus

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tório russo. Déspota e sanguinário,Ivan IV proibiu a entrada de qualquerjudeu em suas terras, ordenando que,se encontrados, fossem afogados osque se recusassem à conversão – ouseja, só viveria em solo russo o judeuque deixasse de sê-lo.

Esse fato levou à maciça instalaçãode judeus na Polônia, na Lituânia e naUcrânia, onde, a partir do fim do sé-culo XV, floresceram numerosas e pu-jantes comunidades. Mas, no final doséculo XVIII, a Polônia deixou de exis-tir como país soberano, sendo dividi-da entre seus poderosos vizinhos, Rús-sia, Áustria e Prússia, em 1772, 1793e 1795, respectivamente. Parte subs-tancial do território polonês foi anexa-da pelo Império Russo e centenas demilhares de judeus tornam-se, de umahora para outra, súditos indesejáveisdos czares.

Desde o início, os objetivos dosczares foram: não permitir que asmassas judaicas vivessem no coração

da Rússia; torná-las econo-micamente “úteis” e absor-vê-las religiosa e cultural-mente.

A política czarista eracaracterizada por umamistura de esforços para“regenerar” os judeus, rus-sificando-os e os obrigan-do a se “amalgamar” coma população cristã, e [aaplicação de] medidas dis-criminatórias. Os maus-tratos, a hostilidade e odesprezo eram uma cons-tante.

A Encarcerização:Território do Acordo

Em 1762, subiu ao tro-no a czarina Catarina II, aGrande. Imbuída dasidéias do Iluminismo, elaapoiou, durante seu reina-do, o comércio, as artes e

as ciências, e, destaque seja feito, pu-blicou uma Carta de Tolerância Reli-giosa que englobava os súditos muçul-manos e cristãos não-ortodoxos. Mas,deixou claro, desde o início, que seusideais liberais não abrangiam os ju-deus. Um de seus primeiros atos, aosubir ao trono, foi permitir aos estran-geiros a livre circulação em seu impé-rio. Havia, porém, uma exceção: osjudeus. A czarina queria evitar a “ne-fasta” influência que eles poderiamexercer sobre as massas russas.

Em 1772, após a primeira anexa-ção de território polonês, Catarina IIconcedeu aos judeus o direito de resi-dência, para, pouco depois, barrarsua entrada no “solo da Mãe Rússia”.Pressionada por comerciantes cristãosde Moscou, que queriam impedir aatuação de negociantes judeus, em1791 proibiu aos judeus de se estabe-lecerem na Rússia Central.

Mas, foi em 1794 que a Czarinapromulgou um decreto que marcaria

profundamente a história dos judeusdo Império Russo. Determinou seu con-finamento na chamada “Zona de Resi-dência” ou “Território do Acordo” –em russo, Cherta Osedlosti. Com ummilhão de km,2 ou seja, 4% do Impé-rio, essa área incluía a antiga Polônia,a Ucrânia, a Bielorrússia e a Lituânia.Mais de 90% dos judeus do Impériopassaram a viver na Cherta, passandoa ser a maioria em muitas cidadezi-nhas e vilarejos, os famosos shtetls.Nem mesmo podiam aventurar-se tem-porariamente fora da área delimitada,a não ser com permissão especial e decurta validade, cuja obtenção era ex-tremamente difícil. Ela apenas eraconcedida a poucos privilegiados.Tampouco lhes era permitido escolhera área onde viver, ainda que dentrodo Território. E, durante todo o séculoXIX, o governo czarista foi restringin-do, cada vez mais, os locais onde erapermitido aos judeus viverem. No iní-cio do século XX, 94% dos judeus ain-da viviam dentro da Cherta, tendo es-se confinamento forçado prevalecidoaté a queda do regime czarista, em1917.

O Estatuto dos JudeusNo início de seu reinado, Alexan-

dre I, neto de Catarina, que governoude 1801 até 1825, iniciou uma sériede reformas. Um de seus projetos foimelhorar a condição dos judeus, inte-grando-os na vida russa. Na época, apopulação judaica era de cerca de 1milhão de pessoas.

Em 1804, promulgou o “Estatutodos Judeus”, que perdurou pratica-mente inalterado por meio século. Se-gundo as determinações desse conjun-to de leis, os judeus passaram a teracesso a escolas e universidades rus-sas, mas essa aparente benevolêncianada mais era que outra tentativa de“amalgamá-los”, educando-os dentrodos valores cristãos. O estatuto ataca-va as bases econômicas da população

1133Notícias de Israel, novembro de 2006

Horizonte

A czarina Catarina II, a Grande, queria evitar a “nefasta” influência que os judeus poderiam exercersobre as massas russas.

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judaica, proibindo-a de arrendar ter-ras, comercializar bebidas alcoólicas,inclusive dirigir tabernas. Determinavatambém a expulsão de judeus dos pe-quenos vilarejos do Território. Os ju-deus deviam viver em centros urbanosou se tornar agricultores em terras ce-didas pelo governo, no Sul da Rússia.

O governo czarista queria conven-cer a população cristã de que a misé-ria e desumana escravização dos ser-vos não eram conseqüência de sua ex-ploração por nobres latifundiários,mas, sim, “resultado” das atividadeseconômicas dos judeus.

Nenhum dos objetivos de Alexan-dre I se concretizou. A agricultura nãoatraía os judeus e nada conseguia fa-zê-los se converterem. Eles repudiaram

todas as medidas que visavam sua“russificação”. Sua profunda religiosi-dade lhes era fonte de consolo e deter-minava todos os aspectos de seu coti-diano. Ademais, a vida primitiva e mi-serável dos camponeses russos,iletrados e supersticiosos, não tinhaatração alguma para eles. Mesmo asexpulsões não se concretizaram por-que o czar temia a Napoleão e seuexército. Ciente dos direitos que o im-perador francês concedera aos judeus,temia que, caso Napoleão invadisse aRússia, certamente firmaria uma alian-ça com os judeus russos. Mas tal fatonão aconteceu: quando os exércitosfranceses invadiram a Rússia, os ju-deus não cooperaram com os invaso-res. Apesar disso, como “recompensa”por sua lealdade, o governo czaristaintensificou sua hostilidade.

Decretos CantonaisÉ difícil dizer qual dos czares rus-

sos foi pior para os judeus. Mas, nãohá dúvida de que Nicolau I, sucessorde Alexandre I, que governou de1825 até 1855, iniciou um dos perío-dos mais sombrios da história dos is-raelitas. Seu governo foi marcado porum autoritarismo absoluto, uma orto-doxia religiosa e um nacionalismo ex-tremado. Odiava todas as minorias esua hostilidade e desprezo pelos ju-deus eram exacerbados.

Em agosto de 1827, Nicolau I pro-mulgou um decreto que fez estremecero coração judaico. Era uma “reinter-pretação” da lei do alistamento mili-tar, obrigatório para todos os homensdo Império entre 18 e 25 anos. Os fa-migerados “Decretos Cantonais”, co-mo ficaram conhecidos, determinavamque os jovens judeus se alistassem aos12 anos e, até completarem 18 anos,vivessem em escolas “cantonais” (onome veio da palavra “cantão”, quesignificava acampamento militar).

Eram horrendas as condições devida dos meninos nessas escolas: apa-

nhavam e passavam fome. Não po-diam rezar em hebraico, eram obriga-dos a se desfazer de todos os seuspertences religiosos e a assistir missase aulas da religião cristã. O objetivoera convertê-los. Se resistiam às pres-sões psicológicas, eram submetidos acruéis castigos. Houve casos de unida-des inteiras de “cantonistas” forçadasao batismo em massa. Havia recrutasque preferiam a morte ao batismo.Uma vez recrutados, suas famílias nãoesperavam ver os filhos novamente;muitos morriam e os que sobreviviamconvertiam-se, na maioria. Mas, umdos mais cruéis aspectos do decretoera que recaía sobre a própria comu-nidade judaica a obrigação de forne-cer seus recrutas. As injustiças decor-rentes e a luta heróica dos judeus con-tra os “Decretos Cantonais” viraram oamargo tema central do folclore judai-co-russo.

Em 1835, Nicolau I reduziu aindamais drasticamente a área de residên-cia permitida aos judeus dentro daCherta. O czar proibiu também o usode vestuário tradicional judaico e ouso da língua iídiche. Querendo im-pulsionar a “educação moral” dos ju-deus, determinou que fossem queima-dos publicamente milhares de livrosem hebraico e iídiche. Não satisfeito,Nicolau I fomentou a cisão dentro dascomunidades judaicas, criando situa-ções tais que colocassem os seguido-res da Haskalá (Iluminismo judaico)contra os chassidim e os ortodoxos.

Mas, apesar de todas as discrimi-nações e perseguições, os judeus per-maneciam fiéis à sua herança e issoforçou o Império Russo a uma aborda-gem mais “científica”, concebida apartir de 1840. O governo determinoua criação pela Coroa de escolas judai-cas em toda a Zona de Residência.Para tentar minimizar a desconfiançados judeus, a implementação do pro-jeto ficou a cargo de um jovem judeualemão, Max Lillienthal. Caberia a eleconvencer os judeus a enviarem seus

1144 Notícias de Israel, novembro de 2006

Horizonte

Alexandre I, neto de Catarina, que governou de 1801 até 1825, iniciou umasérie de reformas. Em 1804, promulgouo “Estatuto dos Judeus”, que perdurou praticamente inalterado por meio século.Segundo as determinações desse conjunto de leis, os judeus passaram a teracesso a escolas e universidades russas,mas essa aparente benevolência nadamais era que outra tentativa de “amalgamá-los”, educando-os dentro dos valores cristãos.

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filhos às Escolas da Coroa – tarefa na-da fácil, especialmente porque naépoca o governo intensificara as medi-das antijudaicas. O grande incentivoera a isenção do recrutamento militarpara todo jovem que freqüentasse taisescolas. Mesmo assim, eram poucos osque se matriculavam e o número caiuainda mais quando, em 1844, os te-mores dos judeus se confirmaram. Issose deu ao tomarem conhecimento deum memorando confidencial que rea-firmava as intenções do czar “cujo ob-jetivo em educar os judeus era trazê-los mais perto do cristianismo”.

Falsa EsperançaSomente com a subida ao trono do

czar Alexandre II (que reinou de 1855até 1881), a situação dos judeus apre-sentou alguma melhora. Tomandoposse em clima de descontentamentosocial, o novo governante prometera atodos os súditos “educação, justiça, to-lerância e tratamento humanitário”.Aclamado como o “Czar Libertador”,Alexandre II iniciou reformas para im-plantar um sistema de produção capi-talista. A Rússia ainda era uma naçãoagrícola, que preservava as injustiçasfeudais de servidão. O czar começoua incentivar a indústria, o comércio e

a construção de uma rede de estradasde ferro. Em 1861, emancipou os 47milhões de servos russos.

Ninguém tinha mais esperanças nonovo czar do que os 3 milhões de ju-deus que viviam na Cherta. AlexandreII, que reduzira para 6 anos o odiadoalistamento compulsório, aboliu o“acantonamento” dos jovens judeus.Se os judeus tivessem compreendidoas atitudes do czar a seu respeito, te-riam sido menos otimistas. AlexandreII tinha horror à idéia de igualdade ci-vil para os judeus, mas sabia que aépoca exigia alguma melhora em seustatus. Acreditava que eles deviam“conquistar” privilégios através deuma “melhoria moral”. Decidiu russifi-cá-los usando métodos mais moder-nos, não mais penalizando os judeus“inúteis”, mas, pelo contrário, pre-miando os considerados “úteis”.

O governo czarista dividia os ju-deus entre “úteis” e “inúteis”. A pri-meira categoria abrangia grandes co-merciantes, banqueiros, os que tinhamcurso superior, artistas e artesãos qua-lificados. Em 1865, permitiu aos“úteis” estabelecerem-se na própriaRússia, pois queria que o capital e otalento judaicos fossem usados para odesenvolvimento da economia de seuimpério.

Comunidades judaicas formadaspor grandes comerciantes, financistas,industriais, artistas, acadêmicos surgi-ram em Varsóvia, Lodz, Vilna, Odes-sa, São Petersburgo e Moscou. Ves-tiam-se seguindo os padrões ociden-tais, falavam russo e seus filhosfreqüentavam escolas russas, mas, ain-da assim, muitos adotaram as idéiasda Haskalá.

Nas duas últimas décadas do go-verno de Alexandre II, a Rússia viven-ciou um impressionante desenvolvi-mento econômico. A produção indus-trial aumentou, assim como ocomércio internacional. Centenas deferrovias foram construídas e o sistemafinanceiro se expandiu. Empresários

judeus destacavam-se no comércio eno sistema bancário. Graças a seuacesso ao capital e às relações inter-nacionais, os judeus estabeleceram asbases do moderno sistema financeiroda Rússia. Foram responsáveis pelaconstrução e financiamento de 75% dosistema ferroviário. Os irmãos Polia-kov, agraciados pelo czar Alexandre IIcom títulos de nobreza, construíram asprimeiras ferrovias do império e fun-daram o Banco de Moscou. Os barõesGuinsburg, pai e filho, fundadores doBanco Guinsburg de São Petersburgoe grandes investidores nas minas deouro da Sibéria, foram algumas dasmais importantes personalidades daépoca.

Mas, nuvens pretas novamente avi-zinhavam-se da população judaica.Na década de 1870, após esmagaruma rebelião polonesa, Alexandre IIdeu uma guinada reacionária. O czare seus ministros se tornaram adeptosdas idéias do nacionalismo eslavo,uma nova corrente de pensamentoreacionário que pregava uma voltaaos valores russos e desprezava qual-

1155Notícias de Israel, novembro de 2006

Horizonte

Max Lillienthal.

O banqueiro Barão Horace Ginzburg deSão Petesburgo, um porta-voz dos

judeus russos e incentivador das artes.

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quer idéia liberal da Europa Ociden-tal.

Como era de se esperar, os judeusforam os grandes alvos da nova políti-ca. Até início do século XX, foi-se gra-dualmente acumulando contra elesuma enorme massa de legislação dis-criminatória. Ademais, parte da popu-lação russa não via com bons olhos osucesso econômico e o aumento da vi-sibilidade social dos judeus. A alega-ção favorita de todo anti-semita – a deque “o país estava prestes a ser domi-nado pelos judeus e que a pátria e opovo precisavam ser protegidos” – to-mou corpo em todo o império.

No fim do reinado de Alexandre II,4 milhões de judeus viviam na Rússia.

As “Leis de Maio”As esperanças dos judeus de que a

situação melhorasse acabaram abrup-tamente quando, em março de 1881,o czar foi assassinado por revolucio-nários; seu filho, Alexandre III, subiuao trono, governando de 1881 até

1894. O fato de haver entre os res-ponsáveis uma jovem judia deu mar-gem a um recrudescimento da propa-ganda anti-semita. A mídia passou aescrever acerca de uma “conspiraçãojudaica secreta contra a Rússia”. Parapiorar o panorama, o novo czar entre-gara as rédeas do governo a Konstan-tin Pobedonostzev. Arqui-reacionárionacionalista, procurador geral do San-to Sínodo, autoridade suprema daIgreja Ortodoxa Russa, Pobedonostzevacreditava que só um governo nacio-nalista forte e absolutista poderia sal-var o país.

Instalou-se um regime de terror po-licial e as minorias étnicas foram alvode nova campanha de russificação.Em relação aos judeus, o governo de-terminou que deviam ser isolados ain-da mais da vida russa, identificados eresponsabilizados como “a raiz de to-dos os males da Rússia”. O anti-semi-tismo – que permeava todas as classessociais, inclusive as elites intelectuais –era um ingrediente básico da ideolo-gia de Pobedonostzev. Para ele, os ju-

deus da Rússia tinham apenas três op-ções: “emigrar, morrer ou se conver-ter”.

No dia da coroação de AlexandreIII explodiu uma onda de pogroms*sanguinários que se alastraram, “es-pontaneamente”, durante a primaverae verão russos de 1881, no Sul daRússia e na Ucrânia. As comunidadesde Odessa, Kiev, Balta e, em seguida,todos os shtetls da “Zona de Residên-cia”, mais de cem, foram assaltadas,suas propriedades destruídas, ocor-rendo muitos assassinatos. A políciasempre assumia uma postura apáticae há provas de que o anti-semitismoera “patrocinado” pelo governo. Era apolícia secreta do czar que, além deorganizar inúmeras caças aos judeus,imprimia e distribuía folhetos incitandoas massas. Rumores à época afirma-vam que o czar via os pogroms combons olhos.

Apesar dos protestos e da indig-nação internacional, o governo doczar não modificou sua política an-tijudaica. Em outubro de 1881 foipromulgada uma legislação anti-se-mita conhecida como “As Leis deMaio”. O pretexto que as “justifica-va” foram os pogroms, segundo ogoverno, “resultado direto da indig-nação popular contra os judeus, ca-bendo, portanto, ao czar restringiras atividades de tal minoria”. Naépoca, a Rússia era o único país daEuropa onde o anti-semitismo erapolítica oficial e, nos trinta anosque se seguiram, as ações antijudai-cas apenas se multiplicaram.

As Leis de Maio limitavam dras-ticamente o ingresso de judeus emvárias profissões, assim como aosistema educacional russo e às uni-versidades. Reduziram a área doTerritório onde podiam viver. Com

1166 Notícias de Israel, novembro de 2006

Horizonte

Os pogroms dos anos 1880 geraram uma onda de emigração judaica que perdurou pordécadas. Estes refugiados, fotografados no porto de Liverpool (Grã-Bretanha) em maio de1882, estavam entre os primeiros dos aproximadamente 2 milhões de judeus quedeixaram a Rússia entre 1881 e 1914. A maioria deles foi para os Estados Unidos.

* Movimentos de violência contra os judeus.

Page 17: Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 11

sua expulsão dos vilarejos, a vidajudaica nos shtetls chegava ao fim.Ocorreram deportações em massade judeus. Mais de dez mil foramexpulsos de Moscou, em seguida deSão Petersburgo e Carkov. Mais de40% de toda a população judaicafora reduzida à miséria. O desespe-ro tomou conta dos judeus e cente-nas de milhares deixaram a Rússia,levando consigo nada mais que aroupa do corpo. Estima-se, em mé-dia, que de cada 1.000 judeus, 156emigraram entre 1898 e 1914.

O Czar dos PogromsQuando subiu ao trono Nicolau II

(1895-1918), último da dinastia dosRomanovs, conhecido na história ju-daica como o Czar dos Pogroms, ini-ciava-se mais um período negro emarcado por extremo sofrimento ju-daico. O czar resolveu tentar “afo-gar a Revolução Bolchevista no san-gue judeu”. Entre 1903 e 1907, aviolência se reacendeu. Os pogroms– 284 durante o período – foram in-centivados pelo governo e, em abrilde 1903, ocorreu o sangrento po-grom de Kishinev.

A Revolução de1905 foi um marcona história da Rússia,assinalando o iníciodo fim do regime cza-rista. Temendo ser de-posto, Nicolau II aten-deu, contrariado, al-gumas das exigênciasdas massas insatisfei-tas: promulgou aConstituição e criou aDuna, o parlamentorusso.

Ansioso por recu-perar seu poder abso-lutista e esvaziar a re-volução, o czar bus-cava um “bodeexpiatório” para levar

a culpa pelos males da Rússia. A esco-lha foi fácil. A estratégia era conven-cer os camponeses de que o movimen-to revolucionário era um movimentojudaico, que visava destruir toda aRússia. Acreditavam o czar e seus par-tidários que, se a revolução pudesseser desacreditada, as massas se iriamvoltar para seu czar em busca de pro-teção contra o inimigo comum.

Em outubro de 1905, 660 comuni-dades judaicas foram atacadas. So-mente em Odessa, 300 judeus forammortos e dezenas de milhares perde-ram todos os seus bens. Um grupo pa-ramilitar, chamado “Centúrias Ne-gras” (braço armado da Liga do PovoRusso), foi organizado para acabarcom a oposição ao czarismo. Estavapronta a contra-ofensiva que deteria aRevolução. A Liga do Povo Russo foi oprimeiro instrumento moderno do anti-semitismo russo. Seu alvo eram todosos judeus, indiscriminadamente. Entreas pessoas assassinadas havia bur-gueses liberais e industriais proemi-nentes.

Para atiçar ainda mais o ódio con-tra os judeus, o governo passou a pu-blicar e distribuir panfletos incendiá-rios. Entre 1903 e 1916, foram distri-

buídas 14 milhões de cópias de 2.873panfletos anti-semitas. Muitos eramimpressos nos escritórios do Ministériodo Interior. Um destes, que se tornariao documento anti-semita mais lido dahistória – Os Protocolos dos Sábios deSião – também foi forjado e publicadopela polícia secreta russa. O famige-rado panfleto “afirmava” que tais pro-tocolos eram anotações de uma reu-nião sigilosa de líderes mundiais ju-deus, que supostamente aconteciauma vez a cada cem anos, a fim deorganizar a manipulação e o controledo mundo, no século seguinte. Os Pro-tocolos eram e, infelizmente, aindasão usados como “prova” de que “omundo é dominado pelos judeus”.Apesar de serem desmascarados co-mo óbvia fraude, poucos anos apóssua primeira publicação, não cessa-ram de ser lidos por anti-semitas.

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Grupo de soldados judeus na Rússia em 1887.

O czar Nicolau II resolveu tentar “afogara Revolução Bolchevista no sangue

judeu”. Entre 1903 e 1907, a violênciase reacendeu. Os pogroms – 284

durante o período – foram incentivadospelo governo e, em abril de 1903,

ocorreu o sangrento pogrom de Kishinev.

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Foi ainda durante o reinado de Ni-colau II, em 1911, que o “Caso Beilis”tornou o anti-semitismo russo célebreno mundo todo.

Com a crescente devastação dacomunidade judaica, considerada amais oprimida do mundo, as pessoasbuscavam uma saída dentro ou forada Rússia. Desesperados e à procu-ra de um meio para melhorar a si-tuação, muitos judeus aderiram aosmovimentos anarquistas, comunistas,socialistas e ao movimento Bund.Qualquer tendência lhes servia, des-de que pudesse fornecer alguma es-

perança de mudança. Outros, emmassa, preferiram emigrar em buscade local mais acolhedor. Entre 1881e 1914, cerca de 50 mil judeus dei-xavam a Rússia anualmente, totalizan-do 2,5 milhões. A maioria dos imi-grantes desse período escolheu comodestino os Estados Unidos. Apesardessas maciças levas emigratórias, de-vido à sua alta taxa de natalidade,a população judaica da Rússia per-maneceu constante, cerca de 5 mi-lhões de pessoas. Antes da emigra-ção em massa, os judeus totalizavamde 7 a 8 milhões.

Em 1917 a Revolução Bolchevistapôs fim ao odiado regime czarista. Pa-ra muitos judeus, parecia o fim de umlongo pesadelo. Mal sabiam que era oinício de outro, tão ou mais cruel ain-da... (extraído de www.moras-ha.com.br)

Bibliografia:– Sachar, Howard, The Course of Modern Je-

wish History, Ed. Random House.– Johnson, Paul, História dos Judeus, Editora

Imago.– Comay, Joan, The Diaspora Story.– Beilis, Mendel, Scapegoat on Trial: The

Story of Mendel Beilis.

O envolvimento da Síria no Lí-bano segue uma longa tradição.Mesmo que os soldados sírios te-nham se retirado do país dos ce-dros há algum tempo, o ditadorBashar el-Assad continua interfe-rindo fortemente na política liba-nesa.

No final de agosto, o primeiro-mi-nistro israelense repetiu com a maiorclareza: “Milhares dos mísseis doHizb’allah (Partido de Alá) que caíramsobre Israel vieram da Síria”. Olmertfoi ainda mais incisivo, pois exigiu queesse fornecimento de armas fosse “in-terrompido do mesmo modo que apresença e proteção de comandos ter-roristas palestinos em Damasco”.

Assim, a Síria voltou a ficar sob fo-go cruzado. Bashar el-Assad deve terficado surpreso com as reações, poistinha apenas continuado com sua polí-tica seguida há anos: seu país conti-nua sendo um abrigo seguro para to-dos os ativistas do Partido Baath e da

organização terrorista internacional AlQaeda interessados em escapar doOcidente. Grupos palestinos radicais,entre os quais o Hamas e a Jihad Islâ-mica, mantêm escritórios e campos detreinamento na Síria. Se Assad achavaque tinha obtido um ponto a seu favorcom a retirada de suas tropas do Líba-no, ele imediatamente o perdeu pelaparticipação no assassinato do ex-pri-meiro-ministro libanês Rafik Hariri. Sebem que Assad tem sido atacado detempos em tempos por causa de suapolítica, normalmente ele tinha esca-pado sem maiores danos. Por que issomudaria agora?

Através do ataque do Hizb’allah aIsrael, repentinamente a Síria voltouao foco das atenções. O filho do fale-cido ditador onipotente Hafez Assadconstatou que os EUA apoiaram Israele não somente toleraram as operaçõesmilitares israelenses contra o Hizb’al-lah, mas as aprovaram e, em caso denecessidade, até estavam dispostos a

aceitar a ampliação dos combates.Nesse meio-tempo, o papel silenciosode Assad no armamento de gruposárabes radicais foi cada vez mais re-velado ao público.

A Síria é o local central de transfe-rência de armamentos que procedemdo Irã e são transferidos à milícia liba-nesa Hizb’allah. Porém, Assad não selimitou a isso, pois nos últimos anos aSíria forneceu ao Hizb’allah mísseis de

Na Síria, as novas armasjá estão à disposição

O elo de ligação entre os aiatolás e o Hizb’allah

Milhares dos mísseis que caíram sobre Israel foram fornecidos pela Síria.

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200 milímetros, com ogivas que po-dem transportar 80 quilos e têm alcan-ce de aproximadamente 70 quilôme-tros. Além disso, a Síria mandou aoHizb’allah foguetes de 302 milímetros,com ogivas de 100 quilos e alcancede 100 quilômetros. Os sírios tambémcolocaram à disposição dos guerrilhei-ros armas anti-tanques e outros tiposde mísseis – além de granadas anti-aéreas.

Entretanto, a ajuda por parte dossírios não se limita apenas ao foneci-mento de armas. A Síria permite, porexemplo, que o Hizb’allah recolha do-

nativos no país para promover a lutaarmada. Isso acontece de forma aber-ta e agressiva, sem que se tente escon-der qual o destino das ofertas. Emmuitos locais há caixas de coleta coma inscrição “Donativos Para a Resis-tência” e são realizadas grandes cam-panhas para angariá-las. Há tambémfarta distribuição de folhetos com men-sagens e imagens muito claras, porexemplo, de Hassan Nasrallah (o líderdo Hizb’allah) tomando posse do Do-mo da Rocha em Jerusalém e de moe-das que se transformam em balas ecaem sobre uma estrela de Davi. Tam-

bém são distribuídos, entre crianças ejovens, quiz e jogos que utilizam lin-guagem de incitação e deturpam fatoshistóricos.

Além disso, os combatentes doHizb’allah utilizam o aeroporto de Da-masco para viajar ao Irã para partici-parem de cursos de aperfeiçoamento etreinamento militar. Um integrante doHizb’allah preso por Israel confessouque os sírios até mesmo colocaram àdisposição dos guerrilheiros um prédioespecial no aeroporto de Damasco enão realizam quaisquer controlesquando eles embarcam no local. (AN)

As atividades de pesquisa e de-senvolvimento da IBM em Israel játêm uma tradição de longos anos.Agora, a grande corporação de in-formática pretende ampliar aindamais seus investimentos em Israel.

A IBM já está presente em Israel hámuito tempo. Recentemente, a lideran-ça da empresa comunicou que irá ins-

talar no país um terceiro laboratóriode desenvolvimento de software (pro-gramas de computador). O novo labo-ratório consistirá de três divisões depesquisas, que serão instaladas emRehovot e em Jerusalém. Os funcioná-rios serão colaboradores de empresasisraelenses adquiridas nos últimosanos pela IBM.

O laboratório de pesquisa e desen-volvimento da IBM em Haifa já existehá 30 anos, sendo, portanto, um dosmais antigos e bem equipados dessetipo em Israel. Ao mesmo tempo, trata-se da maior unidade de pesquisas quea empresa mantém fora dos EUA. Nolaboratório de Haifa trabalham atual-mente 400 cientistas. O segundo insti-tuto já funciona há diversos anos emRamat HaChayal na Grande Tel Aviv.

Após a abertura do terceiro labo-ratório de pesquisas, a IBM terá apro-ximadamente 650 empregados em Is-rael (AN)

Terceiro laboratório desoftware da IBM em Israel

Israel, o novo Vale do Silício

Recentemente, quando voltava para casade ônibus, um homem ultra-ortodoxo esta-va sentado ao meu lado lendo o livro de Sal-mos. Ele lia o Salmo 96, que era o mesmocapítulo que havíamos estudado em minhaigreja alguns dias antes. Ele lia e olhava-me.Percebi que não se sentia bem. Finalmente,perguntou-me: “Você não tem vergonha?”

– “Por que essa pergunta? O que foique eu fiz?”, respondi-lhe.

– “Você vê que estou lendo o Salmo enem sequer cobre a cabeça”, respondeu-me irritado.

Moro em Jerusalém há cinqüenta anose nunca enfrentei uma situação como essa.Muitas pessoas a quem testemunho per-guntam-me porque não cubro a cabeça.Mas nunca alguém veio contra mim comtanta hostilidade, usando palavras tão ás-peras, enquanto eu apenas estava sentado,

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não fazendo nada. “Talvez estejadoente”, pensei.

Porém, ele continuou agredin-do-me com seu vocabulário. Final-mente, perguntei: “O que você querde mim?” Diante de todos que esta-vam no ônibus, ele respondeu emvoz alta: “Quando alguém lê o livrode Salmos, como eu estou fazendo,e outra pessoa está perto de mim,deve mostrar respeito e cobrir a ca-beça”.

– “Quando eu oro”, respondi, “acabeça não assume um valor espe-cial. O mais importante é o cora-ção. Eu creio no Senhor e no queestá claramente escrito na mais im-portante oração cotidiana: ‘Amarás,pois, o Senhor teu Deus, de todo o teucoração, de toda a tua alma e de todaa tua força’ (Deuteronômio 6.5). Ja-mais digo às pessoas que devem fa-zer isso ou aquilo de acordo com oque falo”.

Os passageiros do ônibus escuta-vam-me e se posicionaram do meulado.

– “Eu creio em Deus”, conti-nuei. “Ele é nosso Salvador, Yes-hua [Jesus]. É nEle que confio. Seeu quiser que outros creiam no Se-

nhor, devo recordar o queestá escrito: ‘Não por forçanem por poder, mas pelo meuEspírito, diz o Senhor dosExércitos’ (Zacarias 4.6)”.

Dessa vez ele me per-guntou: “Onde está escritoisso?”

– “Não fui eu que escre-vi esse texto. Nós o encon-tramos nas Sagradas Escri-turas, no livro de Zacarias”,falei-lhe.

– “Você sabe, muitoscristãos usam a palavra Yes-hua”, replicou ele [com des-confiança]. Enquanto o ho-mem falava, não pude evitar

um sentimento de compaixão porele. Em Israel encontramos muitaspessoas assim. Elas lêem os Salmos,mas tão rapidamente que não gas-tam tempo para estudar. Elas nemao menos entendem o que lêem. Es-tão cegas para a verdade!

– “Por favor”, falei-lhe, “deixe-me mostrar no livro de Salmos on-de está escrito sobre Yeshua. Vejano próprio Salmo 96, que você estálendo. A quem o texto se refere?*Esse não é um livro cristão. Vejoque você tem medo da verdade por-que acredita em histórias fictícias.Em Levítico 19.4 está escrito: ‘Nãovos virareis para os ídolos, nem vos fa-reis deuses de fundição. Eu sou o Se-nhor, vosso Deus’. Porém, tantas tra-dições judaicas têm feito o povovoltar-se para os ‘ídolos’. É impor-tante crer o que está escrito aqui naBíblia”.

Então, perguntou-me: “Você crêem Yeshua”? – “Sim”, respondi.“Eu creio em Yeshua. Creio porqueestá escrito nas Sagradas Escrituras.É nossa obrigação crer porque so-mos o povo da Bíblia e temos sidochamados a levar a Sua salvação atéaos confins da terra”.

Em seguida, perguntei: “De quemaneira você se aproxima das pes-soas e fala com elas? Há alguns mi-nutos atrás eu vi como reagiu. Emqual mandamento está escrito quedevemos nos irritar e ser hostis comos outros?”

Mostrei-lhe Levítico 19.18, on-de lemos: “...amarás ao teu próximocomo a ti mesmo. Eu sou o Senhor”.“Quem nos deu esse mandamento?Não foram os rabinos em quem vo-cê põe sua confiança, mas a pessoado Senhor Deus. Nós, que cremosem Yeshua, ensinamos às pessoas oamor e a salvação de Deus. Percebaque não estou gritando como vocêfez comigo, mas mostrando o que oSenhor espera de nós: que nossocoração se abra para Ele. Deus éamor”.

Os passageiros estavam surpre-sos de ouvir alguém que não estavavestido como um ultra-ortodoxo fa-lando da fé segundo a Bíblia. Co-meçaram a fazer-me perguntas,querendo saber como havia chega-do a crer em Yeshua.

Tudo isso aconteceu num ôni-bus. Tantas vezes faço planos paraencontrar pessoas como essas parafalar-lhes acerca do Senhor e dessavez o Senhor trouxe-as a mim. (Zvi,Israel My Glory)

Zvi nasceu na Polônia, é sobrevivente do Holo-causto e desde 1948 vive em Israel. Lá aceitouJesus, o Messias, como seu Salvador pessoal.

* “O salmo é messiânico no sentido de que o futuro reino de Deus aqui mencionado será cumpridono reino do Messias, que é filho de Davi e Filho de Deus” (A Bíblia Anotada, Charles Ryrie, p. 758).

Recomendamos o livro:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Em Israel encontramos muitas pessoas que lêemos Salmos, mas tão rapidamente que não gastam tempo para estudar. Elas nem ao menosentendem o que lêem. Estão cegas para a verdade!