notícias de israel - ano 29 - nº 7

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BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Julho de 2007 • Ano 29 • Nº 7 • R$ 3,50

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• Terror Versus Fidelidade - a Vitória Está Pré-Determinada • Profecias Messiânicas Cumpridas • O Verdadeiro Tesouro dos Manuscritos do Mar Morto • Rolos de manuscritos, almas e o “Efeito Da Vinci” • A Bíblia ou as tradições rabínicas?

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Page 1: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 7

BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Julho de 2007 • Ano 29 • Nº 7 • R$ 3,50

Page 3: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 7

É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

EEnnddeerreeççoo PPoossttaall::Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

FFuunnddaaddoorr:: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992)

CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 28.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

15

4 Prezados Amigos de Israel

HHOORRIIZZOONNTTEE

• Rolos de manuscritos, almas e o “Efeito Da Vinci” - 15

20 A Bíblia ou as tradições rabínicas?

índice5 Terror Versus Fidelidade - a Vitória Está Pré-Determinada

10 Profecias Messiânicas Cumpridas

12 O Verdadeiro Tesouro dos Manuscritos do Mar Morto

Page 4: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 7

44 Notícias de Israel, julho de 2007

“Morava em Cesaréia um homem denome Cornélio, centurião da coortechamada Italiana... E o anjo lhe disse: ...envia mensageiros a Jope e manda chamarSimão, que tem por sobrenome Pedro...Ainda Pedro falava... quando caiu o EspíritoSanto sobre todos que ouviam a palavra. Eos fiéis que eram da circuncisão, que vieramcom Pedro, admiraram-se, porque tambémsobre os gentios foi derramado o dom doEspírito Santo” (Atos 10).

Justamente em Cesaréia, o lugar onde, porintervenção divina, o Evangelho foi pregado pelaprimeira vez a pessoas dentre as nações, nãoexiste mais uma igreja. Os arqueólogos apenasescavaram ruínas de duas igrejas antigas.Aparentemente, o acontecimento relatado emAtos 10 não foi considerado suficientementeimportante pelas igrejas tradicionais para aliedificarem uma casa de oração que lembrasse oprimeiro derramamento do Espírito Santo sobrepessoas dentre as nações. Para Deus, porém, esseacontecimento foi de extraordinária importância.Ele chegou até a enviar um anjo para darinstruções detalhadas a Cornélio, o centuriãoromano de Cesaréia. Ao mesmo tempo, Pedro foipreparado por uma visão divina para a visita à casade um incircunciso. Quando Pedro chegou à casade Cornélio, ele disse aos presentes: “Vós bemsabeis que é proibido a um judeu ajuntar-seou mesmo aproximar-se a alguém de outraraça; mas Deus me demonstrou que anenhum homem considerasse comum ouimundo” (Atos 10.28).

A maior igreja em Cesaréia foi construída notempo bizantino. Ela era localizada no ponto maiselevado da cidade. Lá se encontrava antigamente otemplo que Herodes havia mandado edificar emhonra a César. Com a construção de uma igrejanesse lugar, indicou-se simbolicamente que haviaterminado o tempo pagão da ignorância dasverdades divinas e que tinha começado o tempodo Espírito Santo. Entretanto, no último século oentendimento a respeito do papel do EspíritoSanto tornou-se confuso no meio cristão: elepassou a ser considerado cada vez mais umespírito milagreiro e não é mais visto, em primeirolugar, como o Espírito da verdade, que o SenhorJesus deu aos Seus para guiá-los a toda a verdade(veja João 16.13).

Provavelmente, a igreja em Cesaréia foidestruída durante a conquista islâmica por voltado ano 640 d.C. No tempo das Cruzadaspretendia-se voltar a construir uma igreja no local.Ela, entretanto, nunca foi concluída, porque osfundamentos não eram firmes e o prédio ruiudurante a realização das obras. Também esseacontecimento revela um profundo simbolismo.Por causa da desobediência a Deus e à SuaPalavra, o Espírito da verdade retirou-selentamente das igrejas tradicionais e as falsasdoutrinas começaram a se espalhar.

No tempo dos apóstolos, os judeus nãoqueriam nenhum envolvimento com os gentios,principalmente com os romanos, que dominavamsua pátria. Mas Pedro foi enviado justamente a umromano. Hoje observamos uma tendência inversa.Muitas pessoas dentre as nações, que se chamamcristãs, não querem nenhum envolvimento com osjudeus. Por exemplo, grupos acadêmicos na Grã-Bretanha até estão promovendo o boicote deprofessores e universidades israelenses. Em outrasáreas existem movimentos semelhantes queinsistem no boicote e no isolamento de Israel.Cada vez mais, Israel é apresentado como malignoe promotor da guerra, enquanto os palestinosestariam buscando a paz. Hoje em dia realmente éproblemática, entre as nações, a questão do amorà verdade. Por isso, atualmente os verdadeiroscrentes dentre as nações têm o dever de defendera verdade com maior empenho, especialmentequando se trata da situação de Israel.

Unido com vocês no amor à verdade, saúdocom um sincero

Shalom!FFrreeddii WWiinnkklleerr

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Esses acontecimentos combinamcom os sermões sobre os tempos dofim feitos pelo Senhor Jesus, quedisse a respeito de Seu povo e daSua volta futura: “Porém tudo isto é oprincípio das dores. Então, sereis atri-bulados, e vos matarão. Sereis odiadosde todas as nações, por causa do meunome” (Mt 24.8-9).

A atualidade do terrorismo“A boca, ele a tem cheia de maldi-

ção, enganos e opressão; debaixo dalíngua, insulto e iniqüidade. Põe-se detocaia nas vilas, trucida os inocentesnos lugares ocultos; seus olhos esprei-tam o desamparado. Está ele de em-boscada, como o leão na sua caverna;está de emboscada para enlaçar o po-

bre: apanha-o e, na sua rede, o en-leia” (Sl 10.7-9). Esses versículosnão refletem a situação de Israel emsua luta contra o terrorismo? As or-ganizações terroristas dos funda-mentalistas islâmicos,como o Hezb’allah e oHamas, agem exata-mente dessa forma. Oódio contra os quetêm outra crença (ju-deus e cristãos) enche

seus corações e suas bocas. Umavontade incontrolável de aniquilaros judeus motiva a sua luta contraIsrael. O presidente iraniano Mah-moud Ahmadinejad diz frases como

55Notícias de Israel, julho de 2007

> > “Quando o presidente iraniano exige um mundo semsionismo... encontramos por trás disso as mesmasforças espirituais que lutam contra o Salvador proce-dente de Sião”.1 A situação no Oriente Médio está seagravando. A posição de Israel está cada vez maisameaçada, os inimigos, sempre mais perigosos e opovo judeu, cada vez mais indefeso.

O ódio contra os quetêm outra crença

(judeus e cristãos) enche os corações e as

bocas dos terroristas.

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estas: “Os EUA são o opressor cor-rupto deste mundo. Israel precisaser apagado do mapa. O Holocaus-to é um conto da carochinha. Ummundo sem os EUA e sem sionis-mo é desejável e um dia se tornarárealidade”.2 Ahmadinejad é um se-guidor do aiatolá Khomeini, que,por sua vez, disse:

O Islã compromete todos os ho-mens adultos, desde que não estejamfisicamente impedidos, a preparar-separa a conquista de outros países, afim de que as escrituras sagradas doIslã sejam seguidas em todas as na-ções do mundo. Quem estuda a guer-ra santa do Islã entende porque o Is-lã deseja conquistar o mundo. [...] Jáaqueles que nada sabem a respeitodo Islã afirmam que o Islã é contra aguerra. Essas pessoas não têm enten-dimento! O Islã diz: Matem todos osnão crentes, assim como eles mata-riam vocês! Será que isso significaque os muçulmanos cruzariam os bra-ços até que todos (os não-muçulma-nos) sejam aniquilados? O Islã diz:Matem (os não-muçulmanos), derru-bem à espada e espalhem (seus exér-citos). Será que isso significa que nósdevemos esperar até que (os não-mu-

çulmanos) nos derrotem? O Islã diz:No serviço a Alá, matem todos aque-les que poderiam matar vocês! Seráque isso significa que devemos nosentregar ao inimigo? O Islã diz: Oque existe de bom, existe graças àespada! Os homens não se tornamobedientes a não ser pela espada! Aespada é a chave para o paraíso,que só se abre para os guerreirossantos! [...] Será que isso significaque o Islã é uma religião que impedeas pessoas de fazerem guerra? Eucuspo sobre os tolos que afirmam talcoisa.3

As organizações terroristas nãotrazem opressão e sofrimento ape-nas para seus inimigos, mas tam-bém sobre sua própria populaçãocivil: os terroristas se escondem emvilarejos, no meio de seus morado-res, e atacam os civis inocentes deIsrael de forma traiçoeira. Os inde-fesos não recebem qualquer tipo demisericórdia. Não faz muito tempoque Hermann Gremlitza escreveu:“É raro que os guerreiros de Alá seatrevem a atacar os postos militaresde Israel. Não é o soldado que elesquerem matar, é o judeu. Infeliz-mente, o exército israelense tam-

bém mata civis,mas não porquedeseja matarárabes, e simporque os he-róis de Alá gos-tam de se es-conder atrás desuas mulheres ecrianças”.4

Israel nãoencontra apoioentre os povosdo mundo. Osisraelenses sãoodiados, des-prezados, cul-pados e insulta-dos. Israel podefazer o que qui-

ser, sempre estará errado. Compa-rativamente, a situação de Israelhoje é semelhante à situação de Da-vi: “Pois tenho ouvido a murmuraçãode muitos, terror por todos os lados;conspirando contra mim, tramam ti-rar-me a vida. Quanto a mim, confioem ti, SENHOR. Eu disse: tu és o meuDeus. Nas tuas mãos, estão os meusdias; livra-me das mãos dos meus ini-migos e dos meus perseguidores. Fazeresplandecer o teu rosto sobre o teu ser-vo; salva-me por tua misericórdia” (Sl31.13-16).

Mas as seguintes palavras sãoconsoladoras: “A glória do Líbanovirá a ti; o cipreste, o olmeiro e obuxo, conjuntamente, para adornaremo lugar do meu santuário; e farei glo-rioso o lugar dos meus pés. Tambémvirão a ti, inclinando-se, os filhos dosque te oprimiram; prostrar-se-ão atéàs plantas dos teus pés todos os quete desdenharam e chamar-te-ão Cida-de do SENHOR, a Sião do Santo deIsrael. De abandonada e odiada queeras, de modo que ninguém passavapor ti, eu te constituirei glória eterna,regozijo, de geração em geração” (Is60.13-15).

No fim das contas, Israel só en-contrará consolo e futuro em Jesus,o Messias. Quando chegar o tempode Deus, a Sua bênção irromperá ea salvação chegará. Então eles cla-marão: “Tu és meu Deus!”, assimcomo Tomé ou Natanael (cf. Jo20.27-28; Jo 1.49). Por meio davolta de Jesus, a glória da face deDeus brilhará novamente sobre Is-rael.

A atualidade de uma antiga verdade

O rei gentio Balaque provocouBalaão, ou melhor, subornou-o pa-ra que amaldiçoasse Israel: “Vem,pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me es-te povo, pois é mais poderoso do queeu; para ver se o poderei ferir e lançar

66 Notícias de Israel, julho de 2007

Algumas afirmações de Ahmadinejad, o presidente do Irã: “Israel precisa ser apagado do mapa. O Holocausto é um conto da carochinha. Um mundo sem os EUA e sem sionismo é desejável e um dia se tornará realidade”.

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fora da terra...” (Nm 22.6). Até hojea tática do inimigo não mudou. Omundo ocidental é influenciado otempo todo para ficar contra Israel,a condená-lo e a boicotá-lo. Cons-tantemente ouvimos e lemos relatosnos quais os inimigos de Israel sãodefendidos e Israel é apresentadocomo o agressor. Os assim chama-dos “especialistas em Oriente Mé-dio” tomam a palavra e, quase sem-pre, fazem comentários parciais eprejudiciais a Israel. Políticos reco-mendam cautela a Israel, a mídiaataca o Estado judeu. Freqüente-mente os produtos judeus são boi-cotados e terríveis declarações anti-semitas são publicadas. O povo ju-deu em si tem poucasoportunidades para se justificar,mas seus inimigos são reverencia-dos.

Porém, na visão de Balaão haviaalgo que significava bênção para Is-rael e que garante que Israel nuncadesaparecerá. “Então, proferiu a suapalavra e disse: Palavra de Balaão,filho de Beor, palavra do homem deolhos abertos, palavra daquele que ou-ve os ditos de Deus e sabe a ciência doAltíssimo; daquele que tem a visão doTodo-Poderoso e prostra-se, porém de

olhos abertos:Vê-lo-ei, masnão agora; con-t emp lá - l o - e i ,mas não de per-to; uma estrelaprocederá deJacó, de Israelsubirá um cetroque ferirá astêmporas deMoabe e des-truirá todos osfilhos de Sete.Edom será umapossessão; Seir,seus inimigos,também seráuma possessão;

mas Israel fará proezas. De Jacó sairáo dominador e exterminará os que res-tam das cidades” (Nm 24.15-19). Seolhar para o Messias de Israel, JesusCristo, Israel nunca sucumbirá.

E a profecia “bênção por bênção/ maldição por maldição” vale até ofim dos tempos: “Este abaixou-se,deitou-se como leão e como leoa; quem

o despertará? Benditos os que te aben-çoarem, e malditos os que te amaldi-çoarem. Agora, eis que vou ao meupovo; vem, avisar-te-ei do que fará es-te povo ao teu, nos últimos dias” (Nm24.9,14).

A atualidade dos últimos dias

Israel está tão indefeso porquebusca sua salvação na força militar,em aliados e em compromissos emvez de procurar o Messias: “Prosse-guiu ele e me disse: Esta é a palavrado SENHOR a Zorobabel: Não por for-ça nem por poder, mas pelo meu Espí-rito, diz o SENHOR dos Exércitos” (Zc4.6). Israel precisa de conversão in-terior. A respeito, um comentáriode Michael Freund:

Nenhuma solução humanaTemos orgulho de nossas conquistascientíficas, do nosso progresso e danossa coragem no campo de bata-lha, e com razão. Mas, com o devi-

77Notícias de Israel, julho de 2007

“O Islã diz: Matem (os não-muçulmanos), derrubem à espada eespalhem (seus exércitos)... O Islã diz: No serviço a Alá, matem todos aqueles que poderiam matar vocês!” (afirmaçõesdo aiatolá Khomeini).

Os terroristas se escondem em vilarejos, no meio de seus moradores,e atacam os civis inocentes de Israel de forma traiçoeira.

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do respeito: alguma dessas coisasconseguiu impedir a crise atual queenfrentamos? O mesmo pode ser ditoa respeito dos nossos políticos. Osde direita nos traíram, os de esquer-da nos desencorajaram e nossos ini-migos não deram nenhum sinal deque vão recuar. Nunca um país en-costado na parede, cercado por peri-gos e acuado por hostilidades tevetanta necessidade de estender asmãos para receber ajuda do alto ede fora. É tempo de voltar-separa Deus. Isso pode soar bobo ouaté ingênuo, mas chegou o tempo dese voltar para Deus. Ao longo de suahistória, o povo judeu sempre se diri-giu aos céus quando enfrentava peri-gos, sacando a arma mais poderosade que dispomos em nosso arsenal:o poder da oração. Agora é tempode fazer isso novamente. Agora quenossos inimigos pretendem conduziruma guerra santa contra nós, nãousaríamos o nosso arsenal espiri-tual?5

A tribulação que está por vir le-vará o remanescente de Israel aoarrependimento, o que terá comoconseqüência a volta de Jesus: “Ar-rependei-vos, pois, e convertei-vos pa-

ra serem cancelados os vossos peca-dos, a fim de que, da presença doSenhor, venham tempos de refrigério,e que envie ele o Cristo, que já vosfoi designado, Jesus, ao qual é neces-sário que o céu receba até aos tem-pos da restauração de todas as coi-sas, de que Deus falou por boca dosseus santos profetas desde a antigui-dade” (At 3.19-21).

Humanamente falando, a situa-ção em torno e dentro de Israel édesesperadora, e a injustiça comque Israel é tratado é de arrancar oscabelos. Se não houvesse um Deusfiel e justo, que cumpre a Sua pala-vra independentemente de qualquercoisa, a situação seria desesperado-ra. Mas não há motivo para isso,pois a respeito de Israel está escrito:“Com efeito, Deus é bom para com Is-rael, para com os de coração limpo”(Sl 73.1). E: “Não esmagará a canaquebrada, nem apagará a torcida quefumega, até que faça vencedor o juízo.E, no seu nome, esperarão os gentios”(Mt 12.20-21).

Como Igreja de Jesus, enxertadana oliveira nobre (cf. Rm 11.17ss.),façamos o que o Espírito de Deusnos ordena: “Consolai, consolai omeu povo, diz o vosso Deus. Falai aocoração de Jerusalém, bradai-lhe quejá é findo o tempo da sua milícia, quea sua iniqüidade está perdoada e quejá recebeu em dobro das mãos do SE-NHOR por todos os seus pecados” (Is40.1-2). A parábola do bom samari-tano contada por Jesus pode nosservir aqui de profecia sobre a his-

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Nunca um país encostado na parede, cercado por perigos e acuado porhostilidades teve tanta necessidade de estender as mãos para receberajuda do alto e de fora. É tempo de voltar-se para Deus.

Por meio da volta de Jesus, a glória da face de Deus brilhará novamente sobre Israel.

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tória de Israel: “Jesus prosseguiu, di-zendo: Certo homem descia de Jerusa-lém para Jericó e veio a cair em mãosde salteadores, os quais, depois de tudolhe roubarem e lhe causarem muitos fe-rimentos, retiraram-se, deixando-o se-mimorto. Casualmente, descia um sa-cerdote por aquele mesmo caminho e,vendo-o, passou de largo. Semelhante-mente, um levita descia por aquele lu-gar e, vendo-o, também passou de lar-go. Certo samaritano, que seguia o seucaminho, passou-lhe perto e, vendo-o,compadeceu-se dele. E, chegando-se,pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobreo seu próprio animal, levou-o parauma hospedaria e tratou dele. No diaseguinte, tirou dois denários e os entre-gou ao hospedeiro, dizendo: Cuidadeste homem, e, se alguma coisa gasta-

res a mais, eu to indeniza-rei quando voltar” (Lc10.30-35).

• O homem que caiunas mãos dos assaltantesé um símbolo para o po-vo judeu, que durantemilênios sofreu nasmãos dos povos. Os ju-deus caíram repetida-mente nas mãos de as-saltantes.

• O caminho que des-ce de Jerusalém para Je-ricó aponta para a cons-tante humilhação do po-vo. Israel permaneceráhumilhado em seu cami-nho até que o Senhor obusque, exalte e leve devolta para Jerusalém.

• Os assassinos/assal-tantes são as nações, osterroristas e a mídia hos-tis aos judeus, que assal-tam, roubam e abando-nam Israel, para entãofugir. “Despojam-no todosos que passam pelo cami-nho; e os vizinhos o escar-

necem” (Sl 89.41).• O sacerdote e o levita que pas-

sam sem olhar, mantendo distânciae só pensando em si mesmos, indi-cam os políticos, religiões e organi-zações que não se importam com opovo judeu ou conscientemente ig-noram a verdade – mas tambémapontam para o Is-rael que está sob alei, na qual não en-contra paz, nem re-denção, nem tran-qüilidade.

• O bom samarita-no é um tipo de Cris-to que – despercebi-do, até mesmo rejei-tado, pelo Seupróprio povo – temmisericórdia desse

povo, vindo até ele para salvá-lo,para curar suas feridas e dar-lheóleo e vinho, isto é, espírito e vida.“Sara os de coração quebrantado elhes pensa as feridas” (Sl 147.3).

• O hospedeiro, ou a hospedaria,a quem o ferido foi entregue, repre-senta a Igreja de Jesus. Durante aausência do Senhor ela deve preo-cupar-se com Israel. “Consolai, con-solai o meu povo, diz o vosso Deus”(Is 40.1).

• A indicação sobre a volta e arecompensa é uma indicação profé-tica a respeito da volta de Jesus. Elevoltará e recompensará aqueles quecuidaram de Seu povo. “O Rei, res-pondendo, lhes dirá: Em verdade vosafirmo que, sempre que o fizestes a umdestes meus pequeninos irmãos, a mimo fizestes” (Mt 25.40).

Além dos versículos bíblicos, umguia devocional trazia o seguintetexto num dia dedicado à lembran-ça de Israel: “Jesus ama Seu povo.Ai de nós, se esquecermos disso!Quem não honrar esse povo, fracas-sará irremediavelmente. Vejam, aoliveira carrega antigos galhos reno-vados, até que diante de Deus final-mente se curve toda a terra”.6 ■

Notas:1. “factum”, 6/06, p. 16.2. “Das Beste”, 8/06, p. 73.3. “Das Islam Handbuch”, R. Brockhaus, p. 163.4. “Konkret”, 8/06.5. “ICEJ-Nachrichten”, 25/05/06.6. Losungen, Dieter Trautwein, 10/08/06.

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Humanamente falando, a situação em torno e dentro de Israel é desesperadora, e a injustiça comque Israel é tratado é de arrancar os cabelos. Senão houvesse um Deus fiel e justo, que cumpre aSua palavra independentemente de qualquer coisa,a situação seria desesperadora.

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1100 Notícias de Israel, julho de 2007

Pense em quão difícil seria para alguém prever,setecentos anos antes, a cidade exata em que nas-ceria um futuro presidente americano. O profetaMiquéias profetizou precisamente acerca da cidadenatal e do tempo do nascimento do Messias, sete-centos anos antes do evento (Mq 5.2). Como seriadifícil indicar, com precisão, o tipo de morte queum novo e desconhecido líder religioso sofreria,com mil anos de antecedência. Você seria capaz deprever um método de execução ainda desconheci-do – que não seria inventado senão cem anos de-pois? Foi isso que Davi fez no ano 1000 a.C.quando escreveu o Salmo 22.

Por outro lado, se você fosse capaz deelaborar cinqüenta profecias específicas so-bre algum homem no futuro, que você nun-ca conhecerá, quão difícil seria para aquelehomem cumprir todas as suas cinqüentaprofecias?

Por exemplo, como alguém “se progra-maria” para nascer em uma família específi-ca (Gn 12.2,3; l7.1,5-7; 22.18; Mt 1; Gl3.15,16), em determinada cidade que sequeré o lugar onde a família reside (Mq 5.2; Mt2.5-6; Lc 2.1-7)?

Como alguém “se programaria” para queDeus informasse e enviasse um mensageiropróprio para ir adiante de Si (Ml 3.1; Mt11.10)? Como alguém se programaria paraser considerado um profeta “como Moisés”(Dt 18.15; Jo 1,45; 5.46; 6.14; At 3.17-26;7.37)?

Como alguém se programaria para ser traídopor uma quantidade específica de dinheiro, trintamoedas de prata (Zc 11.13; Mt 27.3-10)? Comoalguém poderia orquestrar sua própria morte, queincluía ser executado por um estranho método decrucificação, e depois programar os seus carrascospara lançar a sorte por sua roupa durante a execu-ção (Sl 22; Is 53; Mt 27.31-38)? Como alguémplanejaria antecipadamente que seus carrascos

Como alguém planejaria antecipadamente que seus carrascos executariam sua prática usual de quebrar

as pernas das duas vítimas ao seu lado, mas não as suas (Sl 34.20; Jo 19.33)?

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1111Notícias de Israel, julho de 2007

executariam sua prática usual dequebrar as pernas das duas vítimasao seu lado, mas não as suas (Sl34.20; Jo 19.33)? Finalmente, co-mo um falsário se passando peloMessias se programaria para serDeus (Is 9.6, Zc 12.10; Jo 1.1;10.30; 14.6) e como poderia possi-velmente escapar de dentro de umtúmulo e aparecer a pessoas depois

de ser morto (Sl 22; Is53.9, 11; Lc 24; 1 Co15.3-8)?

Pode ser possível pro-gramar uma ou duas des-tas profecias, mas seriaimpossível para qualquerhomem programar ecumprir todas elas (emuitas outras) antecipa-damente. Ora, se puderser provado que tais pro-fecias foram feitas sobre oMessias centenas de anosantes, e queum homemc u m p r i u

todas elas, então estehomem logicamenteprecisaria ser esseMessias profetizadodo Antigo Testamen-to.

Deus apresentoucentenas de profeciassobre o Messias porpelo menos duas ra-

zões: para tornar a identidade doMessias óbvia e para tornar a tarefade um impostor impossível. Com to-das as características identificadorasno Antigo Testamento para apontarpara um homem, a ciência da proba-bilidade nos diz que, não só esse talhomem é o Messias, mas tambémque Deus de fato existe. ■

John Ankerberg é apresentador do premiadoprograma “The John Ankerberg Show” em re-de nacional nos EUA. Ele é palestrante inter-nacional e, junto com John Weldon, escreveua conhecida série de livros Os Fatos Sobre.

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A Bíblia de Estudo Profética foi preparada coma colaboração de grande número dos mais conceituados eruditos e estudiosos das Escrituras. Ela é um instrumento imprescindívelpara o aprofundamento na Palavra de Deus.

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1122 Notícias de Israel, julho de 2007

Muhammad estava agitado e in-quieto. Sua cabra travessa tinha su-mido. Ao vaguear sem rumo longede seu rebanho e de seus amigos, obeduíno chegou a uma caverna queficava em posição elevada e davafrente para a costa noroeste do MarMorto. Por pensar que o animaldesgarrado tivesse se perdido den-tro da caverna, o beduíno começoua jogar pedras pela entrada da grutaa fim de fazê-lo sair lá de dentro.Quando ele ouviu o ruído das pe-dras que batiam em peças de cerâ-mica, ficou intrigado. Será que ládentro da caverna poderia haverum tesouro escondido? Com toda aempolgação, ele correu até a entra-da da caverna, porém, no interiordela não encontrou ouro, nem pra-ta, apenas jarros grandes e antigosao longo das paredes, os quais con-tinham rolos de pergaminhos des-

pedaçados. Ele pensou: “pelo me-nos os pergaminhos de couro vãoservir para fazer correias e tiras desandálias”. Lamentavelmente, Mu-hammad não conseguiu perceber areal importância daquele momento.A teimosia de sua cabra o levaraàquela que pode ser considerada,nos tempos modernos, a maior des-coberta de manuscritos: uma incal-culável reserva entesourada da Pa-lavra escrita – os Manuscritos doMar Morto.

Beduínos não marcam o tempocomo os ocidentais, mas asseme-lham-se aos seus antepassados; suaconcepção de tempo e momento es-tá relacionada com outros aconteci-mentos. Assim, não se pode dataressa descoberta com precisão. Apósuma revisão, a nova data para adescoberta do primeiro rolo de ma-nuscritos é a de 1935 ou 1936. A

partir de então até o ano de 1956,muitos outros manuscritos foramachados. Acredita-se que esses ma-nuscritos sejam de datas diferentes,as quais variam do século III a.C.até o século I d.C. A maior partedeles foi descoberta em cavernas deformação calcária em Qumran, si-tuadas exatamente a noroeste doMar Morto. A maioria dos perga-minhos é escrita em hebraico; o res-tante deles é escrito em aramaico egrego. Foram achados mais de 900documentos, que correspondem a350 obras distintas em suas múlti-plas cópias. Muitos dos escritos bí-blicos e extrabíblicos estão repre-sentados em pequeníssimos frag-mentos. Só em uma caverna foramencontrados 520 textos, na formade 15 mil fragmentos. Como se po-de imaginar, juntar todos esses pe-daços de pergaminho na sua res-

“A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma;

o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos

símplices [...] são mais desejáveis do que ouro, [...]

em os guardar há grande recompensa [...]

Para mim vale mais a lei que procede de tua

boca do que milhares de ouro ou de prata”

(Salmo 19.7,10-11; Salmo 119.72).

> > O Santuário do Livro em Jerusalém, Israel.

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pectiva posição para que se faça atradução tem se constituído numatarefa gigantesca.

A descoberta dos Manuscritosdo Mar Morto confirma aquilo queas pessoas que crêem na Bíbliasempre souberam, ou seja, que aBíblia, tal qual a temos na atualida-de, é um texto que passa nos testesde fidedignidade. Apesar dos ata-ques contra a Bíblia, a Palavra deDeus permanece para sempre: “Ocaminho de Deus é perfeito; a palavrado Senhor é provada; ele é escudo paratodos os que nele se refugiam” (2 Sa-muel 22.31).

Sempre houve pessoas que ques-tionaram a confiabilidade das Escri-turas. Uma vez que o texto foi co-piado e re-copiado ao longo dos sé-culos, os críticos alegam que éimpossível saber-se com certeza oque os escritores bíblicos escreve-ram ou queriam dizer originalmen-te. Os Manuscritos do Mar Mortoinvalidam tal hipótese ou suposiçãono que se refere ao Antigo Testa-mento. Foram achadas entre 223 e233 cópias das Escrituras Hebrai-

cas, as quais foram comparadascom o texto atual. O único livro doAntigo Testamento que não foi en-contrado nessa descoberta é o livrode Ester. É possível que ele estejaoculto numa caverna ainda nãoidentificada de algum lugar isolado.

Antes dessa descoberta, os ma-nuscritos mais antigos das Escritu-ras Hebraicas datavam do século IXd.C. ao século XI d.C. Tais manus-critos constituem aquele que é cha-mado de Texto Massorético, termoeste originado da palavra hebraicamasorah que significa “tradição”.Os escribas judeus de Tiberíades,denominados massoretas, procura-ram meticulosamente padronizar otexto hebraico e sua pronúncia;a obra que realizaram ainda éconsiderada uma referênciaconfiável nos dias de hoje.Os manuscritos de Qum-ran são, no mínimo, milanos mais antigos que o

Texto Massorético. Na realidade,esses manuscritos são até mesmomais antigos que a Septuaginta,uma tradução grega do Antigo Tes-tamento elaborada no Egito duran-te o período de 300 a 200 a.C.

Comparações minuciosas têm si-do feitas entre o Texto Massoréticoe os Manuscritos do Mar Morto.Encontraram-se diferenças insigni-ficantes de ortografia e gramática.Os críticos e céticos em relação àBíblia ficaram surpresos quanto àmaneira pela qual o texto daquelesmanuscritos se assemelha ao textoatual. Eles não encontraram nenhu-ma objeção evidente às principaisdoutrinas das Escrituras Sagradas.A parte bíblica da literatura desco-berta em Qumran confirma o estilode expressão verbal e o significadodo Antigo Testamento que temosem nossas mãos na atualidade:“Examinais as Escrituras, porque jul-gais ter nelas a vida eterna, e são elasmesmas que testificam de mim” (João5.39).

Além das cópias das Escriturasdo Antigo Testamento, as cavernasdo Mar Morto também nos pro-porcionaram outras obras escritas.Esses documentos descrevem o es-tilo de vida e as crenças da miste-

riosa comuni-dade que vi-veu naregião deQumran.Emboranão se-jam es-

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto confirma aquilo que as pessoas quecrêem na Bíblia sempre souberam, ou seja, que a Bíblia, tal qual a temos na atualidade, é um texto que passa nos testes de fidedignidade. Na foto: as cavernasde Qumran.

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Vasos encontrados em Qumran.

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critos bíblicos, são registros valio-sos que possibilitam a compreen-são do contexto de vida e da cul-tura na época do Novo Testamen-to. Infelizmente os estudiosos dãomais atenção a essas obras de me-nor relevância do que às Escritu-ras, ainda que os textos bíblicos se-jam mais importantes para os pro-blemas da vida, pois o legítimoplano de Deus para a redenção dahumanidade só se encontra no tex-to da Bíblia.

Uma ExatidãoMaravilhosa

O Manuscrito do Livro [i.e., ro-lo] de Isaías encontrado na caverna1 da região de Qumran oferece umsensacional exemplo da transmissãoexata do texto na tradução. Acredi-ta-se que esse extraordinário ma-nuscrito date de cem anos antes donascimento de Jesus Cristo. Foi ummanuscrito semelhante a esse queJesus utilizou na sinagoga da aldeiade Nazaré, quando leu a seguintepassagem das Escrituras: “O Espíri-to do Senhor está sobre mim, pelo queme ungiu para evangelizar os pobres”(Lucas 4.18; Isaías 61.1). Ele conti-nuou a leitura até determinadoponto. Em seguida, devolveu o livro

[i.e., rolo] ao assis-tente da sinagoga ese sentou. Enquan-to todos tinham osolhos fitos em Jesus,Ele declarou queaquela porção dasEscrituras acabarade se cumprir dian-te dos ouvintes.Dessa forma, Jesusafirmou claramenteser Ele mesmo oMessias de Deus,vindo ao mundo pa-ra conceder a salva-ção a todo aquele

que O receber.A mesma passagem bíblica tra-

duzida diretamente a partir do Ma-nuscrito do Livro de Isaías descobertoem Qumran (o qual é cerca de milanos mais antigo do que o manus-crito hebraico [i.e., o Texto Masso-rético] no qual se basearam as ou-tras traduções), é praticamenteidêntica: “O Espírito do Senhor Deusestá sobre mim, porque YHVH [N. doT., o tetragrama sagrado em he-braico que se refere ao nome supre-mo de Deus: Yahveh ou Javé] meungiu para pregar as boas novas aosquebrantados”. A integridade da rei-vindicação de Cristo, conforme estáescrita em nossas Bíblias, se confir-ma.

É fascinante que os manuscri-tos achados com mais freqüênciaem Qumran, sejam completos, se-jam na forma de pequenos frag-mentos, referem-se aos mesmoslivros da Bíblia geralmente cita-dos no Novo Testamento: Deu-teronômio, Isaías e Salmos. Talfato desperta um interesse aindamaior à luz das próprias palavrasde Jesus concernentes às Escritu-ras Hebraicas:

“A seguir, Jesus lhes disse: São es-tas as palavras que eu vos falei, estan-do ainda convosco: importava se cum-

prisse tudo o que de mim está escritona Lei de Moisés, nos Profetas e nosSalmos” (Lucas 24.44).

Muitos outros exemplos pode-riam ser citados. O fato principalacerca da Bíblia e desses rolos demanuscritos resume-se naquilo queum grande expositor das Escrituras,o inglês G. Campbell Morgan(1863-1945), certa feita comparti-lhou: “Não existe vida nas Escritu-ras em si mesmas, porém, se seguir-mos a direção para onde as Escritu-ras nos levam, elas nos conduzirãoaté Ele e assim encontraremos a vi-da, não nas Escrituras, mas nEleatravés delas”.1

“Seca-se a erva, e cai a sua flor,mas a palavra de nosso Deus perma-nece eternamente” (Is 40.8).

Infindáveis argumentações e de-bates têm surgido acerca desses ma-nuscritos. Contudo, os crentes emCristo podem estar certos de quetais manuscritos bíblicos antigos ra-tificam, apóiam e dão credibilidadeà Bíblia que temos nos dias de hoje.A Palavra de Deus continua a ser aúnica fonte legítima da fé e da dou-trina para todo aquele que buscarecompensa eterna.

“São mais desejáveis do que ou-ro, mais do que muito ouro depura-do; e são mais doces do que o mel eo destilar dos favos. Além disso, poreles se admoesta o teu servo; em osguardar, há grande recompensa”(Salmo 19.10-11).

Sendo assim, pobre Muham-mad! Ele tinha esperança de en-contrar os tesouros deste mundo,mas achou apenas pergaminhosdespedaçados que só prestavam pa-ra fazer correias de sandálias! La-mentavelmente o lucro deste mun-do é uma prioridade que absorve apessoa completamente. O mundoconsidera as Escrituras Sagradascomo algo sem valor; ou com algu-ma utilidade, de vez em quando,para serem citadas como “palavras

1144 Notícias de Israel, julho de 2007

O grande rolo de Isaías, encontrado quase intacto emQumran.

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da boca pra fora”, mas nunca paraserem aceitas pela fé e praticadas.Todavia, nós, os salvos em Cristo,temos um conhecimento mais apu-rado. Temos conhecimento sufi-ciente para não desprezar o tesouroverdadeiro e incalculável que sópode ser descoberto quando se faz

uma escavação no solo da Palavrade Deus:

“E, se clamares por inteligência, epor entendimento alçares a voz, sebuscares a sabedoria como a prata ecomo a tesouros escondidos a procura-res, então, entenderás o temor do Se-nhor e acharás o conhecimento de

Deus” (Provérbios 2.3-5). (Israel MyGlory) ■

Peter Colón é diretor de The Friends of Israelnos estados do sudeste dos EUA.

Nota:1. Citado na obra de Leon Morris, The Gospel

According to John, Grand Rapids, MI: Eerd-mans, 1971, p. 331, nota 116.

1155Notícias de Israel, julho de 2007

A Mais Antiga das AntigüidadesA cópia mais antiga das Escrituras do Antigo Testamento

conhecida até o dia de hoje foi descoberta em 1979. São doisminúsculos rolos de manuscritos feitos de prata, que eramusados como talismãs e foram descobertos dentro de um tú-mulo em Jerusalém. O texto de sua inscrição foi cunhado emhebraico antigo. O manuscrito, surpreendentemente, conti-nha uma citação da benção sacerdotal registrada em Núme-ros 6.24-26:

“O Senhor te abençoe e te guarde;o Senhor faça resplandecer orosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante orosto e te dê a paz”.

A inscrição data do século VII a.C., por volta da época dotemplo de Salomão e do profeta Jeremias. Portanto, esses versí-culos, provenientes do quarto livro da Torah [i.e., do Pentateuco],são cerca de 400 anos mais antigos do que os Manuscritos doMar Morto.

Com a exceção, talvez, de umpequeno grupo de monges tibeta-nos que habitam nas encostas dasmontanhas do Himalaia ou de tri-bos indígenas que vivem em isola-mento na América do Sul, é difícilimaginar alguma pessoa que não te-nha ouvido falar alguma coisa a res-

peito do romance de Dan Brownintitulado O Código Da Vinci. O li-vro consta na lista dos best-sellers[“mais vendidos”]... em cerca de150 países. O cineasta Ron Howarde Tom Hanks, o superastro deHollywood, fizeram parte da equipeque fez a versão cinematográfica. O

filme foi lançado em maio de 2006.O romance, entre outras polêmicas,ousa afirmar que Maria Madalenase casou com Jesus e que eles tive-ram um filho.

Devido ao fato de que a obra deficção escrita por Brown não apenastem relação direta com a vida deCristo e com a legitimidade do No-vo Testamento, mas também criauma impressão enganosa de que serefere a fatos reais, é preciso sub-metê-la a uma análise. Felizmente,foram publicados diversos livros

Rolos de manuscritos,almas e o “Efeito da Vinci”

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confiáveis que expõem os inúmerosequívocos desse romance, bem co-mo os mitos que aparecem no enre-do fictício como se fossem fatos.Tomara que mais livros desta últi-ma categoria engrossem as fileiras eencham as prateleiras.

Aqui tratarei apenas de duas es-peculações tolas que nos são trans-mitidas a partir do efeito Da Vinci(uma expressão que criei na falta deoutra melhor).1 As especulações sãoas seguintes: (1) Que os Manuscritosdo Mar Morto são parte dos “maisantigos documentos cristãos”; e (2)que os antigos documentos heréti-cos descobertos em Nag Hammadi,no Egito, são registros históricos davida de Jesus mais fiéis do que osEvangelhos no Novo Testamento.

Quanto ao primeiro argumentoespeculativo, o “vidente” do livrode Brown, um personagem chama-do Sir Leigh Teabing, solenementeemite a sua opinião:

Estas são fotocópias dos rolos deNag Hammadi e dos Manuscritos doMar Morto que mencionei anterior-mente, declarou Teabing. Os maisantigos documentos cristãos. O em-baraçoso é que esses documentossão conflitantes com os Evangelhosda Bíblia.2

O pior é que uma intriga aindamais sórdida é espalhada. Teabingfaz uma explanação de que essasduas coletâneas de documentos an-

tigos “destacam gritantes discre-pâncias e invenções históricas queconfirmam ser a Bíblia da atualida-de fruto de uma compilação e edi-ção feita por homens que tinhamum projeto político – promover adivindade do ser humano chamadoJesus Cristo e usar a influência des-te para solidificar a base de poderdeles mesmos”.3

Por essa razão, façamos umabreve análise dessas duas fontes demanuscritos antigos, os Manuscritosdo Mar Morto e os documentos des-cobertos em Nag Hammadi, e veja-mos o que eles realmente provam(ou não) acerca do relato da vida deCristo no Novo Testamento.

Nas Cavernas de QumranOs Rolos do Mar Morto, entre

outras coisas, consistem de 225 ma-nuscritos do Antigo Testamento empergaminho, dos quais cerca de 215foram descobertos em onze caver-nas da região de Khirbet Qumran,nas proximidades do mar Morto emIsrael; os outros dez foram achadosem Wadi Murabba’at, Nahal Hevere em Massada. Os Rolos do Mar

Morto contêm manuscritos de todosos livros do Antigo Testamento,com exceção do livro de Ester.4

Suas datas mais recentes situam-seem cerca de 68 d.C.; os manuscri-tos mais antigos datam aproxima-damente de 250 a.C.5 Na atualida-de, eles constituem a versão maisantiga do Antigo Testamento emexistência.6

Assim, pergunto: Jesus foi men-cionado nos Manuscritos do MarMorto? Não. A comunidade religio-sa que viveu em Qumran no pri-meiro século não era cristã. Trata-va-se de uma das seitas do judaís-mo, cujo caráter separatista a fezbuscar o isolamento no deserto. Amaioria dos estudiosos nesse assun-to acredita que a comunidade deQumran fazia parte, ou tinha algu-ma relação com os essênios. Alémdisso, há um consenso entre os es-tudiosos de que os Manuscritos doMar Morto não fazem menção aCristo nem à Igreja Primitiva:

Os habitantes de Qumran [...] jáviviam lá durante a época do ministé-rio de Jesus de Nazaré (26-30 d.C.).Entretanto, nenhum dos Manuscritosdo Mar Morto faz referência a Jesus,

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Horizonte

Os Rolos do Mar Morto contêm manuscritos de todos os livros do Antigo Testamento, comexceção do livro de Ester. Este rolo impressionante contém uma coleção de Salmos e hinos.

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nem menciona qualquer dos seguido-res de Jesus descritos no Novo Testa-mento.7

Até mesmo o ultraliberal e an-tiortodoxo Robert Funk* e seu Je-sus Seminar são obrigados a admitirque mesmo com relação à única li-gação suposta entre o Novo Testa-mento e Qumran (ou seja, João Ba-tista, por ser este um habitante dodeserto que “poderia” ser um “es-sênio” de Qumran), não existe ab-solutamente nenhuma prova ou evi-dência plausível.8

A conclusão é que os Manuscri-tos do Mar Morto não são, em hipó-tese alguma, “documentos cris-tãos”, como insinua o romance deDan Brown, muito menos contradi-zem o Novo Testamento.

O que esses rolos de manuscri-tos achados em Qumran realmentenos oferecem é a prova adicional deque o Antigo Testamento que pos-suímos continua a ser altamenteconfiável. Eles documentam o mo-do incansável pelo qual tais livrosforam copiados, até mesmo sob ascondições severas e implacáveis daregião desértica nas proximidadesdo mar Morto. Por exemplo, no li-vro de Rute, “todos os quatro tex-tos [descobertos], colocados com-parativamente ao lado daquele tex-to registrado no Texto Massoréticotradicional, apresentam a mesmalinguagem, com exceção de peque-nas e insignificantes variantes tex-tuais”.9

Com respeito ao livro de Levíticoconstatou-se o seguinte: “O texto ésemelhante ao Texto Massorético, otradicional texto da Bíblia Hebraica,o que prova ter havido pouca altera-ção ao longo dos séculos”.10

Várias cópias de todo o livro deIsaías foram encontradas. Para sur-

presa geral, as diferenças (entre aversão do livro de Isaías que vocêtem em suas mãos e aquela versãoque foi escrita entre os anos 120a.C. e 60 d.C. na região desérticado mar Morto) limitam-se a peque-nas variações de ortografia ou deomissão de alguns poucos textos einclusão de outros – variantes tex-tuais que são “insignificantes parafins de compreensão ou interpreta-ção”.11

Para resumir em termos simples,os Manuscritos do Mar Mortoconstituem-se em mais uma provaconcreta de que a Bíblia que você lêfoi transmitida com fidelidade, pri-meiramente da parte das testemu-nhas oculares e, posteriormente,por intermédio de dedicados escri-bas e copistas ao longo dos séculos.

Uma Antiga HeresiaDescobertaBem diferentes dos Manuscritos

do Mar Morto são os antigos textosachados em Nag Hammadi no anode 1945 por um camponês egípcio,o qual, no ano seguinte, os vendeupara um negociante na Cidade An-tiga do Cairo. Nenhum desses tex-tos é o “Novo Testamento”; elesnão contêm nenhum dos livros daseqüência que vai de Mateus aApocalipse. Na realidade, esses es-critos apresentam declarações e re-latos da vida de Cristo origináriosda heresia gnóstica que se desenvol-veu nos séculos seguintes à escritados manuscritos originais do NovoTestamento. Tal heresia procuravare-explicar o significado do ministé-rio de Jesus por uma perspectiva fi-losófica de especulação e paganis-mo. A advertência de Paulo contraaqueles que promovem um “outro

evangelho” e “querem perverter[i.e., distorcer] o evangelho de Cris-to” (Gl 1.6-7), nos faz lembrar quea verdade de Cristo, desde seu iní-cio, tem sido atacada por pessoasque tentam “enredar [i.e., levar cati-vo] com sua filosofia e vãs sutilezasconforme a tradição dos homens, con-forme os rudimentos do mundo e nãosegundo Cristo” (Cl 2.8).

Entretanto, O Código Da Vincipromove esses evangelhos gnósticoscomo se fossem mais autênticos doque os quatro Evangelhos do NovoTestamento. Nada poderia estarmais longe da verdade!

O “Evangelho Segundo Filipe”,por exemplo, que está no cerne doromance de Dan Brown, faz a ab-surda alegação de que Jesus foi ca-sado com Maria Madalena. Os tre-chos desse “evangelho” acham-seentre os textos de Nag Hammadi.Ele se refere a Maria como “com-panheira” de Jesus (no entanto,nunca menciona a palavra casamen-to ou casado). Mas quando foi escri-to? De acordo com Bentley Layton,um pesquisador especializado nosEvangelhos Gnósticos, o “Evange-lho Segundo Filipe” data de cercade 350 d.C.12 Isso corresponde amais de 250 anos depois da escritaoriginal dos Evangelhos do NovoTestamento.13

Ou que tal o texto “gnóstico”mais conhecido e promovido peloshereges da modernidade: o “Evan-gelho Segundo Tomé”. Para citarnovamente Robert Funk e seu JesusSeminar (que não são propriamentesimpáticos à perspectiva evangélicadas Escrituras), tal texto gnóstico“contém cento e quatorze declara-ções e parábolas, porém não possuiuma estrutura de narrativa” a res-peito da vida de Jesus.14 Em outraspalavras, ele contém pouco materialque se possa utilizar para uma aná-lise da vida e do ministério de Cris-to do ponto de vista histórico.

1177Notícias de Israel, julho de 2007

Horizonte

* Funk fundou o Jesus Seminar, o qual questiona a maioria dos milagres de Jesus e argumentaque Cristo não ressuscitou dos mortos.

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É interessante que os próprios“peritos” nos achados de NagHammadi tenham chegado à con-clusão de que aqueles textos foram“enterrados [...] por pessoas desco-nhecidas, [por razões]... que nãosão especificamente conhecidas”, ede que não se sabe nada a respeitoda fonte original das informaçõesneles contidas. Aquilo que se verifi-ca no “Evangelho Segundo Filipe”é o mesmo que se verifica nos ou-tros textos de Nag Hammadi, ouseja, que a autoria deles e a identi-dade de seus compiladores “são ab-solutamente desconhecidas”.15

Do ponto de vista histórico e ob-jetivo, basear qualquer conclusãosobre a vida de Jesus Cristo nos tex-tos “gnósticos” de Nag Hammadiou argumentar que eles desbancamo relato do Novo Testamento, é umcontra-senso.

Um Relato Digno deConfiançaO relato do Novo Testamento a

respeito da vida, do ministério, dosmilagres, da morte por crucificaçãoe da ressurreição de Jesus Cristodeve ser considerado entre os fatosda história antiga mais bem docu-

mentados. Além da evidência cristã,o historiador judeu Flávio Josefomencionou Jesus em seus escritos.Tácito, o grande historiador roma-no da Antigüidade, escreveu no pri-meiro século sobre Jesus Cristo efez menção de Sua crucificação sobo governo de Pôncio Pilatos. Outrocronista romano, Plínio, o Jovem,também se referiu a Cristo na qua-lidade de alguém adorado “comoDeus”.

Os Evangelhos bíblicos foramescritos durante o primeiro século,ocasião em que muitas pessoas queforam testemunhas oculares dasobras e palavras de Jesus ainda esta-vam vivas. Além disso, uma dasmais antigas recitações baseadas emfatos sobre Ele, data de aproxima-damente 54 d.C. e consta na Pri-meira Carta de Paulo aos Coríntios,escrita apenas vinte anos depois dacrucificação. Tal recitação factualrecapitula o que aconteceu atéaquele momento: “Antes de tudo,vos entreguei o que também recebi: queCristo morreu pelos nossos pecados, se-gundo as Escrituras, e que foi sepulta-do e ressuscitou ao terceiro dia, segun-do as Escrituras. E apareceu a Cefas[i.e., Pedro] e, depois, aos doze” (1Co 15.1-3). [Confira a nota 13 no

fim deste ar-tigo]. É fatointeiramenteconhec idoque nãoexistem ex-p l i c a ç õ e ssubstitutivasd a q u e l aépoca quecontestem erefutem essaousada ale-gação daressurreiçãode Jesus,ocorrida lo-go em segui-

da à Sua execução pública. A expli-cação lógica reside no fato de que adivindade e ressurreição de Jesuseram plenamente certas para aque-les que, de fato, foram suas teste-munhas oculares, e de que os opo-nentes de Cristo não conseguiramforjar uma explicação alternativaque fosse irrefutável.

Ao invés da Igreja Primitiva es-conder a verdade sobre Jesus pelaeliminação das versões “gnósticas”descobertas em Nag Hammadi(que é a teoria de O Código Da Vin-ci), a questão é exatamente o con-trário: as versões do Novo Testa-mento escritas por testemunhasoculares ou por fontes ligadas àstestemunhas oculares eram maisconfiáveis e amplamente aceitas porcausa de sua exatidão. As falsifica-ções heréticas, escritas muito maistarde, foram sensatamente (e sabia-mente) desaprovadas e rejeitadascomo fraudulentas e perigosas dis-torções da verdade.

O Peso da EvidênciaOs advogados, quando argu-

mentam perante um juiz ou tribu-nal do júri, geralmente mencionama expressão “o peso da evidência”,isto é, o modo pelo qual a balançapesa para o lado das provas dignasde confiança fornecidas por teste-munhas que têm real conhecimentodos fatos. Pode-se fazer uma inves-tigação retroativa até os apóstolosque testemunharam os aconteci-mentos e foram os autores dos do-cumentos originais durante aquelageração de habitantes de Jerusalémque viveram no primeiro século.Tal geração poderia ter levantadoobjeções contra os relatos dosEvangelhos bíblicos se estes nãofossem exatos na exposição dos fa-tos. A exatidão histórica desse rela-tos é uma averiguação independen-te de sua confiabilidade.

1188 Notícias de Israel, julho de 2007

Horizonte

Do ponto de vista histórico e objetivo, basear qualquer conclusão sobre a vida de Jesus Cristo nos textos “gnósticos” de Nag Hammadiou argumentar que eles desbancam o relato do Novo Testamento, é um contra-senso. Na foto: os textos de Nag Hammadi.

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Paulo escreveu acerca de “Erasto,tesoureiro da cidade” (Rm 16.23) deCorinto. Em 1927, quando arqueó-logos acharam uma inscrição daquelaépoca no sítio arqueológico de Co-rinto, que se referia ao mesmo Eras-to, a historicidade do Novo Testa-mento foi novamente salientada.16 OEvangelho de João faz referência aosmilagres de cura realizados por Jesusjunto aos tanques de Betesda e Siloé(Jo 5.1-8; Jo 9.1-41). O registro ar-queológico já confirmou a existênciae localização geográfica desses tan-ques.17 Há literalmente centenas decomprovações arqueológicas para oslivros do Novo Testamento.

Posteriormente, no período his-tórico que sucedeu o primeiro sécu-lo, uma série de Pais da Igreja, taiscomo Ireneu e Justino Mártir, vali-dou o relato do Novo Testamentoem seus escritos, de modo constan-te e coerente, por mais dois séculos.

Na altura do quarto século, aIgreja Primitiva reconheceu (o quedifere de “criou”) o cânon de livrosdo Novo Testamento tal como éaceito, porque esses livros coerente-mente demonstraram ser autênticose fidedignos. A alegação feita em OCódigo Da Vinci de que o cânon foiresultado de uma manobra de po-der político, respalda-se em especu-lação descarada e fantasiosa, nãoem fatos.

Obviamen-te isso é coisaséria. O futu-ro eterno dealmas huma-nas dependedessa questãoem debate,porque so-mente peloato de recebero testemunhoda legítimaPalavra deDeus (i.e., as

“sagradas letras”) é possível obter asabedoria que nos leva à “salvaçãopela fé em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15).

Portanto, as provas já estão ex-postas. O tribunal aguarda o seu ve-redicto. Qual é a sua decisão? (CraigL. Parshall, Israel My Glory) ■

Craig L. Parshall é um procurador da justiça eromancista de sucesso na região de Washing-ton, D.C. (EUA) Ele e sua esposa Janet sãoautores do premiado romance Crown of Fire.

Notas:1. Esse “efeito” começou primeiramente com

uma teoria menos conhecida (proposta

num livro originalmente publicado em

1982 que se intitulava Holy Blood, HolyGrail [i.e., Santo Sangue, Santo Graal], da

autoria de Michael Baigent, Richard Leigh

e Henry Lincoln), a qual incluía um argu-

mento complicado e desvairado da união

de Jesus com Maria Madalena e de que

tal relacionamento levara ao nascimento

de filhos cuja descendência, supostamen-

te, poderia ser traçada

até a improvável linha-

gem dos monarcas da

França. Em seguida, tal

teoria foi codificada

num arranjo mais popu-

lar, O Código Da Vinci,que, então, se dissemi-

nou bombasticamente

na cultura de massa e

criou um “fenômeno”

que, em geral, conven-

ce os ingênuos e mal

informados.

2. Dan Brown, The Da Vinci Code, Nova

York: Doubleday, 2003, p. 245.

3. Ibid., p. 234-5.

4. Martin Abegg Jr., Peter Flint e Eugene Ul-

rich, orgs., The Dead Sea Scrolls Bible,San Francisco: Harper, 1999, p. 630.

5. Ibid., p. xiv.

6. Também foram descobertos os regula-

mentos para a comunidade religiosa de

Qumran e vários “comentários” do Antigo

Testamento.

7. James H. Charlesworth, org., Jesus andthe Dead Sea Scrolls, Nova York: Double-

day, 1992, p. xxxv.

8. Robert W. Funk and the Jesus Seminar,

The Acts of Jesus, San Francisco: Harper,

1998, p. 164.

9. Abegg., Flint e Ulrich, p. 607.

10. Israel Antiquities Authority, Scrolls Fromthe Dead Sea: An Exhibition of Scrollsand Archaeological Artifacts, Washington,

D.C.: Library of Congress, 1993, p. 48.

11. Abegg., Flint e Ulrich, p. 268.

12. Bentley Layton, The Gnostic Scriptures,Nova York: Doubleday, 1987, p. 326.

13. Até mesmo Robert Funk e o Jesus Semi-

nar admitem que os quatro Evangelhos

bíblicos foram escritos no período de 70 a

90 d.C. Além disso, Bentley Layton men-

ciona que o relato feito pelo apóstolo Pau-

lo acerca da ressurreição de Cristo data

de aproximadamente 54 d.C. (Layton, TheGnostic Scriptures, p. 316).

14. Robert W. Funk and the Jesus Seminar,

p. 555.

15. Layton, p. 323.

16. F. F. Bruce, The New Testament Docu-ments: Are They Reliable?, Downers Gro-

ve: InterVarsity Press, 1977, p. 95.

17. John McRay, Archaeology and The NewTestament, Grand Rapids: Baker Book

House, 1999, p. 186-192.

1199Notícias de Israel, julho de 2007

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Os advogados, quando argumentam perante um juiz ou tribunal dojúri, geralmente mencionam a expressão “o peso da evidência”, istoé, o modo pelo qual a balança pesa para o lado das provas dignasde confiança fornecidas por testemunhas que têm real conhecimento dos fatos.

Horizonte

Page 20: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 7

Não faz muito tempo me reunicom alguns dos homens com quemestive no exército. Conhecemo-nospela primeira vez há 56 anos atrás,quando ainda éramos jovens. Juntosprestamos serviço em todas as guerrasde Israel. Alguns, como eu, sobrevive-ram ao Holocausto. Porém, o temponão se faz esperar. Somos muito maisvelhos agora e muitos do nosso grupojá morreram. Gostamos de nos reunire compartilhar as lembranças dos ve-lhos tempos e renovar nossa amizade.

Atualmente muitos desses homenssão ortodoxos. Estávamos tendo umaanimada discussão quando um delesdisse-me: “Tenho conhecido algunsjudeus que crêem em Jesus. Eu possodizer que, do meu ponto de vista, elessão traidores da sua fé”. Eu escutavatudo silenciosamente, quando um de-les dirigiu-se a mim e perguntou:“Zvi, o que achas disso?”

“Os traidores”, respondi, “sãoos que não adoram a Deus segundoa Bíblia, mas segundo as numerosastradições rabínicas. Está claramenteescrito em Levítico 26.3-4: “Se an-dares nos meus estatutos, guardares osmeus mandamentos e os cumprirdes,então eu vos darei as vossas chuvas aseu tempo”. Devemos obedecer aoque está escrito na Palavra de Deuse não nas tradições rabínicas”.

Continuei: “Deixem-me pergun-tar-lhes algo: vocês pensam que osque não crêem em todas as tradi-ções rabínicas são traidores? Eu nãocreio nelas! Mas creio no Senhorsegundo o que está escrito na Bí-blia. Assim, aos olhos de vocês, eu

sou um traidor?” Um deles foi enfá-tico: “Como judeu, deves seguir astradições de nossos grandes rabi-nos”. Agora a discussão, que haviasido tão amistosa, repentinamentetransformou-se em um vulcão pres-tes a explodir. “Tu não és judeu?”,alguém perguntou com desprezo.

“Eu creio em Deus Todo-Pode-roso”, respondi. “Como está escri-to: “O Senhor nosso Deus, é o únicoSenhor” (Dt 6.4). Ele é o Único so-bre quem foi lançada toda a nossainiqüidade (Is 53.6). Não está escri-to “a iniqüidade dos judeus”, ou “ainiqüidade dos gentios”, mas a ini-qüidade de nós todos”.

Agora olharam para mim des-confiados. “Diga, em quem se devecrer?”, um deles me perguntou. Emresposta a essa pergunta, disse-lhes:“Quantos deuses nós temos? Todasas manhãs vocês repetem a impor-tante oração de Deuteronômio 6.4:“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus éo único Senhor”. A ordem é que te-mamos o Senhor e sirvamos somen-te a Ele. O versículo 14 diz: “Nãoseguirás outros deuses”.”

“Nunca ninguém nos falou as-sim. Não somos como os ultra-or-todoxos, mas cremos em Deus”, re-trucaram.

“Vocês crêem em algo que nãoagrada a Deus”, eu lhes disse. “Vo-cês dão falso testemunho! Crêemtambém nos Dez Mandamentos?”Todos disseram que sim. Eu lhesdisse: “Porém, vocês desobedecem aeles, porque colocam sua confiançanaquilo que não é de Deus. Deposi-tam a confiança nos homens, nos ra-binos que convencem vocês que de-vem segui-los em vez de seguir a Bí-blia. Vocês perderam a direção eagora se encontram em uma encru-zilhada, esperando que alguém ve-

nha e os guie pela ve-reda correta. E aquiestou eu!”

Alguém dentre ogrupo perguntou-me: “Quem és tupara que nos digas como devemosadorar a Deus?” Enquanto estáva-mos discutindo esse assunto, outroscomeçaram a se juntar a nós e tam-bém escutavam. Continuei: “Eunão conheço essas pessoas que che-garam aqui. Mas, digam-me: Qual éa melhor forma de adorar a Deus?Segundo a Bíblia ou segundo umapilha de comentários?” Todos afir-maram: “Segundo a Bíblia, é claro!”Novamente olhei para a multidão eperguntei: “O que dizem vocês acer-ca desses comentários?” Alguns res-ponderam: “São idolatria” (em he-braico, Avodah Zarah; que é o nomedo tratado talmúdico). Outros queescutavam a nossa conversa come-çaram a formular perguntas, quemeus amigos nem teriam coragempara fazer. Quando finalmente noslevantamos para ir embora, essasoutras pessoas disseram que gosta-riam de falar comigo novamente.Anotaram as passagens bíblicas queeu havia mencionado: Isaías 7.14;Isaías 53; Miquéias 5.2, etc.

Lentamente, passo a passo, eu emeus amigos chegamos a uma dis-cussão que mostrava que Jesus ver-dadeiramente era o Senhor. Antesnão queriam ouvir falar dEle. Po-rém, quando mais pessoas se acerca-ram de nós e concordaram comigosobre o que falávamos, então todasas coisas se tornaram kosher [ritual-mente puras, aceitáveis], como dize-mos aqui em Israel. Algum tempo sefez necessário para entenderem averdade, mas os que uma vez eramtão cegos conheceram a luz que é oSenhor. (Zvi, Israel My Glory)

Zvi nasceu na Polônia, é sobrevivente do Ho-locausto e desde 1948 vive em Israel. Láaceitou Jesus, o Messias, como seu Salvadorpessoal.

2200 Notícias de Israel, julho de 2007

A Bíblia ou as tradições rabínicas?