nos idos de março

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Sobreviver à ditadura brasileira, instaurada com o golpe de 31 de março de 1964 e consumada no fechamento geral pelo AI-5 em 1968, não foi simples. Para os escritores, tratava-se de fazer denúncias do regime de exceção sem muitas vezes poderem ser claros para que a censura não barrasse seus livros. Assim, contos e romances tinham que passar por um autêntico “corredor polonês” e saírem cifrados, alegóricos, metafóricos, para poderem chegar ao outro lado e serem lidos. Ou tinham um realismo melancólico em que o exílio na própria pátria, a tortura e as desilusões se perpetuavam, num ciclo depressivo.

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NOS IDOS

DE MARÇO

A ditadura militar na voz de

18 autores brasileiros

Organização e apresentação de

Luiz Ruffato

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Copyright © 2014 by Luiz Ruffato

1ª edição — Setembro de 2014

Grafi a atualizada segundo o Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa de 1990,que entrou em vigor no Brasil em 2009

Editor e PublisherLuiz Fernando Emediato

Diretora EditorialFernanda Emediato

Produtora Editorial e Gráfi caPriscila Hernandez

Assistentes EditoriaisAdriana Carvalho

Carla Anaya Del Matto

CapaRaul Fernandes

Projeto Gráfi co e DiagramaçãoFutura

Preparação de TextoKarla Lima

RevisãoMarcia Benjamim

Josias Andrade

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Nos idos de março : (a ditadura militar na voz de 18 autores brasileiros) / organização e apresentação de Luiz Ruffato. -- 1. ed. -- São Paulo : Geração Editorial, 2014.

ISBN 978-85-8130-246-1 1. Contos brasileiros 2. Ditadura 3. Política - Ficção 4. Problemas sociais - Ficção I. Ruffato,

Luiz.

14-07063 CDD-869.93

Índices para catálogo sistemático:1. Contos : Literatura brasileira 869.93

GERAÇÃO EDITORIALRua Gomes Freire, 225 – Lapa

CEP: 05075-010 – São Paulo – SP Telefax: (+ 55 11) 3256-4444

Email: geracaoeditorial@geracaoeditorial.com.brwww.geracaoeditorial.com.br

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

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Sumário

Breve história do autoritarismo brasileiro ...................................7O homem cordial (Antonio Callado) .......................................16Os camaradas (Wander Piroli) .................................................42A morte de D. J. em Paris (Roberto Drummond) ....................52O homem que descobriu o dia da negação (Ignácio de Loyola Brandão) ....................................................80Documentário (Ivan Angelo) ...................................................90O jardim das oliveiras (Nélida Piñon) ....................................108Almoço de confraternização (Sérgio Sant’Anna) ...................132Manobras de um soldado (Flávio Moreira da Costa) ............142O homem que ensinava a fazer sofrer (Frei Betto) ................150Alguma coisa urgentemente (João Gilberto Noll) .................160Felizes poucos (Maria José Silveira) .......................................170A mão esquerda (Roniwalter Jatobá) ......................................188A maior ponte do mundo (Domingos Pellegrini) ..................198A data magna do nosso calendário cívico (Luiz Fernando Emediato) .....................................................212Dois cabeludos num jipe amarelo (Luiz Roberto Guedes) ...242A posição (Julio Cesar Monteiro Martins) .............................250Cinquenta anos em cinco textos (Fernando Bonassi) ............256Viagens (Paloma Vidal) ..........................................................264

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Breve história do autoritarismo brasileiro

P. contava dezoito anos e cumpria o serviço militar obrigató-rio, conscrito no Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro. Não entendia bem por que dois meses antes teve que tosar os lambidos cabelos negros, “de índio”, e muito menos por que, agora, desconfortável dentro do uniforme, havia sido deslocado para o alto daquele morro, em posição de tiro. P. não sabia como lidar com a arma que lhe entregaram e não fazia ideia do objeti-vo daquele exercício. Mirava à noite, tenso, a lânguida Baía de Guanabara estendida lá embaixo. Pela manhã, o ofi cial comuni-cou que poderia haver confusão, portanto que se mantivessem em alerta máximo. Muito tempo depois, P. descobriu, assustado, que participara do Golpe de 1964...

Sob o argumento de “evitar o caos político-econômico-so-cial e a guerra civil, que ameaçava o país”, os militares, liderados pelo general Olímpio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar, sediada em Juiz de Fora (MG), depuseram o presidente João Goulart, na madrugada de 31 de março para 1º de abril, inaugurando um dos períodos mais tenebrosos da história brasilei-ra. Foram vinte e um anos até a eleição indireta de Tancredo Neves, em 15 de janeiro de 1985, conquistada após um amplo movimen-to da sociedade civil pelo fi m da intervenção das Forças Armadas. O legado deste período de desmandos, repressão e censura foi a

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desorganização dos sistemas de educação e saúde, a expansão dos círculos de corrupção, o aprofundamento do fosso entre as camadas mais ricas e mais pobres da sociedade, a propagação da violência urbana e, principalmente, a perda de confi ança nas instituições.

Embora o general Mourão Filho confesse, em reporta-gem da revista O Cruzeiro, de 10 de abril de 1964, que cons-pirava contra o presidente Goulart “desde o dia 6 de janeiro de 1962, quando o plebiscito fez retornar o regime presiden-cialista”, as raízes do Golpe de 1964 podem ser encontradas bem antes, ainda quando da contestação da eleição de Juscelino Kubitschek, em outubro de 1955, cuja posse somente ocorreu garantida por um levante liderado pelo marechal Teixeira Lott contra os políticos ligados à UDN (União Democrática Nacional). O mesmo partido que, nove anos mais tarde, idea-lizaria o golpe contra Goulart, lastreado no apoio incondicio-nal dos Estados Unidos, que, naqueles anos, auge da Guerra Fria, fomentavam regimes ditatoriais em quase todos os países da América do Sul: Bolívia (1964-1982), Equador (1972-1979), Uruguai (1973-1985), Chile (1973-1990), Peru (1976-1980), Argentina (1976-1983).

A verdade é que a história do Brasil no século XX é a história do autoritarismo, que a literatura nacional, quase sempre avessa à política, acompanhou apenas de maneira lateral. O desapareci-mento do Império, retratado magistralmente por Machado de Assis em Esaú e Jacó, verifi cou-se por meio de um golpe militar em 15 de novembro de 1889, liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, que governou com poderes ditatoriais até 24 de feve-reiro de 1891, quando promulgada a nova constituição. Menos de oito meses passados, Deodoro fechou o Congresso e decretou estado de sítio, mas, pressionado por um motim da marinha, re-nunciou, vinte dias depois, em favor de seu vice, o marechal Floriano Peixoto. Floriano manteve-se no poder, de forma ilegí-tima, entre 23 de novembro de 1891 e 15 de novembro de 1894,

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com o país sob estado de sítio, período que Lima Barreto descre-ve em Triste fi m de Policarpo Quaresma.

O pleito de 1º de março de 1894, o primeiro da República, marca o começo de um período de mais de trinta anos em que os governos se sucederam dentro da normalidade constitucional, embora esta tenha sido uma época bastante conturbada do ponto de vista político — apenas 3% da população tinha direito ao voto, facultativo, interdito às mulheres e aos analfabetos. Sob Prudente de Morais (1894-1898), chegou ao fi m a sangrenta Revolução Federalista (1893-1895), episódio que ainda hoje rende boa lite-ratura no Rio Grande do Sul (Luiz Antonio de Assis Brasil, Tabajara Ruas, Letícia Wierchowski), e se desenrolou a Guerra de Canudos (1896-1897), acompanhada de perto pelo então jovem repór-ter Euclides da Cunha, que a imortalizou em Os sertões. Já Rodrigues Alves (1902-1906) comprou o Acre à Bolívia, após sua incorporação de fato por brasileiros liderados por Plácido de Castro — o imbróglio é o centro da narrativa de Márcio Souza, Galvez, imperador do Acre.

Em 1910, o marechal Hermes da Fonseca (1910-1914), cuja eleição dividiu o país entre civilistas e hermistas, decretou estado de sítio para enfrentar, com violência, a Revolta da Chibata, rebe-lião contra a prática de castigos físicos na marinha. A humilhante situação dos marujos já havia sido exposta, quinze anos antes, no excelente e corajoso Bom crioulo, de Adolfo Caminha. Ainda sob Hermes da Fonseca, estourou a pouco estudada Guerra do Contestado (1912-1916), quando, pela primeira vez, no governo de seu sucessor, Venceslau Brás (1914-1918), foram usados aviões militares contra a população civil. Este longo período, que vai da consolidação da República até o fi m da Primeira Guerra Mundial, está muito bem descrito na obra-prima que é Memórias sentimen-

tais de João Miramar, de Oswald de Andrade.O recrudescimento das greves operárias, ao longo da década

de 1910, culmina com a fundação do PCB, em 1922, e os comu-nistas passam a assumir um papel cada vez mais importante no

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cenário político nacional — 1922 é também o ano em que surge o Movimento Tenentista, cujas ideias de progresso alimentariam a Revolução de 1930. Artur Bernardes governa, durante quase todo o seu mandato (1922-1926), com o país sob estado de sítio, enfrentando insubordinações militares (Revolta do Forte de Copacabana), sedições estaduais (Rio Grande do Sul, em 1923, e São Paulo, em 1924) e a pregação da Coluna Prestes. Seu su-cessor, Washington Luís, seria deposto, em 24 de outubro de 1930, por uma junta militar que repassaria o poder ao líder civil da revolução, Getúlio Vargas. A literatura apreende o clima dessa fase fi nal da República Velha em obras como Serafi m Ponte

Grande, de Oswald de Andrade; Moleque Ricardo e Usina, de José Lins do Rego; Cacau e Suor, de Jorge Amado, e na obra--prima de Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas.

Vargas se torna uma das personagens mais importantes da história do Brasil. Apoiado por civis e militares, ele governa “pro-visoriamente”, com atribuições excepcionais, até que, pressiona-do por sublevações, como a de São Paulo, em 1932, é obrigado a acatar uma nova constituição, em vigor a partir de 17 de julho de 1934, data em que é eleito, de forma indireta, presidente da República. Um ano depois, no entanto, com o argumento de combater os radicais de direita e de esquerda, institui uma Lei de Segurança Nacional, novamente concentrando o poder em suas mãos. Esse processo culminaria num outro golpe, em 10 de novembro de 1937, quando Vargas funda o Estado Novo: “É a necessidade que faz a lei: tanto mais complexa se torna a vida no momento que passa, tanto maior há de ser a intervenção do Estado no domínio da atividade privada”, declara, em seu “Manifesto à Nação”.

A justifi cativa para a implantação da ditadura, Vargas a to-mou de um suposto projeto de revolução comunista, o Plano Cohen, na verdade um documento falsifi cado pelos fascistas li-gados a Plínio Salgado, idealizado para forçar um golpe de esta-do. Já naquele momento surge, como um dos nomes por trás da

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farsa, o capitão Olímpio Mourão Filho, que, mais tarde, general, lideraria o movimento que derrubou a incipiente democracia, em 1964. Dessa época, agitada e paradoxal, de censura, tortura, privação da liberdade e populismo, dão testemunho livros como Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos; Subterrâneos da li-

berdade, de Jorge Amado; O louco do Cati, de Dyonélio Machado, entre outros. E, para além de todos, O tempo e o vento, de Erico Veríssimo, magnífi ca saga que cobre o largo período que vai de meados do século XVIII até 1945.

Finda a Segunda Guerra Mundial, Vargas, premido pelas circunstâncias, extingue a censura prévia, concede anistia geral aos presos políticos, autoriza a criação de novos partidos e marca eleições para o dia 2 de dezembro, naquele que seria o primeiro pleito efetivamente democrático da história do Brasil, já que es-tendia o direito de voto às mulheres, embora não o permitisse ainda aos analfabetos. Mas, no dia 29 de outubro, o general Pedro Aurélio de Góes Monteiro depõe Vargas, assumindo o po-der o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares, que conduz o sufrágio e dá posse, em 31 de janeiro de 1946, ao presidente eleito, o general Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra desde 1936.

Senador à Assembleia Nacional Constituinte, Vargas exer-ceu o mandato até 1947, retirando-se, desencantado, para sua estância no interior do Rio Grande do Sul, de onde saiu apenas para encabeçar a campanha vitoriosa à eleição de 3 de outubro de 1950. Conduzido novamente à Presidência da República, en-frentaria uma forte oposição da UDN, mergulhado em denún-cias de corrupção e enfrentando uma grave crise econômica. A situação se deteriorou ao longo de seu mandato e, em 15 de feve-reiro de 1954, ofi ciais divulgaram um Memorial dos Coronéis, documento que teve entre seus signatários Golbery do Couto e Silva, mais tarde ideólogo do governo militar, reclamando de seus superiores hierárquicos uma atitude contra o que chama-vam de desmandos do governo. O ápice da crise ocorre no dia

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5 de agosto, quando membros da guarda pessoal do presidente praticam um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, voz mais combativa da oposição, que resulta na morte do major da aeronáutica Rubens Florentino Vaz, arma à qual pertencia o can-didato derrotado da UDN, o brigadeiro Eduardo Gomes. No dia 22, dezenove generais do exército, entre eles o futuro mare-chal Castelo Branco, que estaria à frente do Golpe de 1964, soltam um manifesto exigindo a renúncia de Vargas, que, num gesto trágico, se mata com um tiro no peito na madrugada do dia 24. Esse conturbado período está assinalado nos romances Armadilha para Lamartine, de Carlos Sussekind; e Agosto, de Rubem Fonseca, entre outros.

Com a morte de Vargas, as frágeis instituições entram em colapso. Café Filho assume a presidência em 24 de agosto de 1954 como garantidor do pleito a ser realizado em 3 de outubro do ano seguinte. No entanto, diante da ameaça de impugnação pela UDN do resultado da votação que elegeu Juscelino Kubitschek, Café Filho afasta-se do cargo, alegando problemas de saúde, em 8 de novembro de 1955, abrindo espaço para o presidente do Supre-mo Tribunal Federal, Carlos Luz. Este, sob suspeita de que não daria posse ao candidato vitorioso, é destituído do cargo dois dias depois, por um golpe de estado preventivo liderado pelo mare-chal Teixeira Lott, cedendo lugar ao vice-presidente do Senado, Nereu Ramos, que governou, sob estado de sítio, entre 11 de novembro de 1955 e 31 de janeiro de 1956.

No poder, Juscelino enfrentou duas rebeliões militares, a de Jacareacanga, um mês depois de sua posse, e a de Aragarças, em dezembro de 1959, que resultou no primeiro sequestro de um avião brasileiro, ambas rapidamente debeladas. Nas eleições de 3 de outubro de 1960, Jânio Quadros derrota o marechal Teixeira Lott e elege-se presidente da República para o mandato 1961--1965. No entanto, sete meses após sua investidura no cargo, re-nuncia, num episódio ainda hoje nebuloso, encaminhando o país para um cenário de caos institucional que culminou com a

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deposição, pelos militares, de João Goulart, na fatídica madruga-da de 31 de março de 1964. A serviço del-rei, de Autran Dourado;

A hora dos ruminantes, de José J. Veiga; e Quarup, de Antonio Callado, captam esse momento de transição.

Refl etir sobre a longa noite que se seguiu então é o propósito desta antologia de contos.

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