Cruzeiro, 18 de Março de 2017 - Ano 3 - nº 64 - Circulação Cruzeiro e Região R$ 1,00 É

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NO OUTONO NO INVERNO NO MIRANTE

Acampamento na serra, ciclismo e caminhada estão na programação de aventura da REGE (Região Ecoparque Garganta do Embaú), na chegada do outono. Página 8

O empresário Alexandre Pereira, da Joe Pro-duções, planeja alavancar grandes eventos a partir do Festival de Balonismo, previsto para meados de julho. Página 8

Grupos de montanhistas e de preservacionistas querem assumir a manutenção do Mirante da Santa. O cartão postal da cidade está abando-nado. Página 4

SEM INFRAESTRUTURA, CRUZEIRO SOFRE COM

INUNDAÇÕESBasta temporal mais intenso e logo várias áreas ficam inundadas no centro da cidade. O problema está na ausência de galerias com dimensões adequadas paras suportar o volume. Fato que muitos desconhecem é que Cruzeiro foi planejada em 1884 para ter per-feito sistema de escoamento de água pluvial, mas os governantes ignoraram o projeto. Página 3

Três são presos

acusados de tráfico

Na Vila Romana, no Itagaçaba e no Jardim América três homens foram fla-grados pela polícia com drogas, armas e munições no certo da polícia contra o tráfico. Página 5

LAMBANÇA – Vereadores cometem injustiça na condenação de empresa

de ambulânciasEm 2015, os vereadores denunciaram superfaturamento e condenaram o contrato que a Prefeitura mantinha com a Santa Clara para o transporte de pacientes m ambulâncias UTI. Agora, o Ministério Público mandou arquivar a ação por falta de embasamento na denuncia. Para completar a lambança dos vereadores, a Prefei-tura contratou empresa de Itajubá, aumentando consideravelmente os custos no transporte de pacientes. Quem vai pagar a conta? Leia em PANORAMA. Página 4

Os ladrões le-varam produ-tos de higiene e aparelhos, num flagrante d e s r e s p e i t o aos internos do Asilo São Vi-cente de Paulo. Página 5

Bandidos arrombam Asilo em Cruzeiro

Na tentativa de preservar direitos, perto da extinção da Fundação Cruzeirense, o juiz Carlos Xavier de Brito optou pela intermediação do Centro Judiciário de So-lução de Conflitos e Cidadania. Página 5

Futuro da Rádio Mantiqueira será definido no CEJUSC

No Mês Internacional das Mulheres, O IMPACTO conta em detalhes as fascinantes histórias de Irmã Alvin (foto), Tita Novaes e de Fortunata Joa-quina. A reportagem é uma homenagem a todos as mulheres que rompem preconceitos e fazem acontecer. Página 7

AS FASCINANTES HISTÓRIAS DE TRÊS MULHERES

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18 de Março de 2017• 2 O IMPACTO da Notícia

• Editor Responsável – Paulo Antônio de Carvalho• Comercial – Silvana Carvalho• Fotos – Daniella Cruz

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O IMPACTO, PARA QUEM GOSTA DE LER E DE CONHECER

Você possui em seus arquivos fotos de fa-miliares, de amigos ou que possam retratar mo-mentos da história de Cruzeiro? Por que não publicá-las aqui no O IMPACTO? Envie seus registros, se possível com datas, locais e no-mes para impactonoti-cia@bol.com.br e tere-mos imenso prazer em publicá-las.

Saudades Daquele Tempo

Inspetor de alunos no Colé-gio Oswaldo Cruz nas décadas de 1960 e de 70, funcionário do Cine Palácio e barbeiro, Genésio Lourieri conquistou muitos amigos. Nos tempos do colégio, Genésio impunha res-peito junto aos alunos. Entu-siasta da arte cinematográfica,

O colecionador de amizadesprestou grande contribuição na época de ouro do Cine Palácio. Porteiro, bilheteiro, operado de máquina, gerente e lanterninha. No Palácio, Genésio fez de tudo.

Pessoas desse tempo não esquecem. Enquanto na porta-ria do cinema, Genésio sempre simpático e solícito. Bastava

começar o filme, Genésio era um daqueles “chatos” que apareciam com a lanterna entre as centenas de poltronas para flagrar casais atracados no escurinho. Nada de beijos, ou de passadinhas de mãos. Flagrado no “amasso”, o casal era posto pra fora do Pa-lácio para cair na boco do povo

como algo escandaloso.Por último, nos salões de bar-

beiro, Genésio gostava de contar causos e piadas. Além dos clien-tes, havia quem frequentasse os salões para bater papo, fazer fofoca do alheio e, claro, ouvir boas piadas. Genésio deixou saudades.

Dez erros mortais do CurrículoJorge Luiz Conde

Jorge Luiz Conde é Professor U n i v e r s i t á r i o e C o n s u l t o r Organizacional

A montagem de um currículo profissional evoluiu de forma exponencial nos últimos anos. Da época, em que você podia comprar um modelo de currículo na papelaria mais próxima da sua casa, preencher os dados e entregar numa empresa, até chegar ao mundo atual do enca-minhamento digital, há diferen-ças brutais.

Entretanto, tenho a impres-são, que muitas pessoas ainda não perceberam a importância de montar um currículo que des-perte a curiosidade do recrutador. São, provavelmente, as duas páginas mais importantes da sua vida profissional. Por esta razão, é necessário ficar atento na elaboração de um currículo ven-cedor e que não traga erros que podem ser mortais. Dedique um tempo para redigir seu currículo. Vou descrever os dez erros mais comuns que podem prejudicar a avaliação do seu currículo em qualquer empresa. Fique atento às informações, e evite a todo custo cometer estes deslizes que jogam por água abaixo sua apresentação na possível futura empresa:

1. Informações desatualizadas

O seu currículo deve ser um panorama atual de seus traba-lhos e realizações profissionais, além de conter os últimos cursos realizados e os conhecimentos adquiridos. Um currículo muito desatualizado pode fazer com que você perca a oportunidade de conseguir um novo emprego, pois demonstra descuido e não informa devidamente sobre a sua atuação.

2. Não fazer o resumo de suas habilidades

É muito importante descrever suas principais realizações, me-tas alcançadas e suas habilida-des mais requisitadas. Ajuda (e muito) você a se destacar entre as centenas de currículos.3. Informações incompletas

Simplesmente listar os em-pregos pelos quais você passou, fazendo uma descrição crua das suas obrigações, vai fazer com que o seu seja mais um entre milhares de currículos. Dê ênfase aos diferenciais, como o desen-volvimento que teve em seus trabalhos anteriores e as metas que conseguiu atingir.

4. Escrever além da contaProcure ser sucinto e des-

crever apenas o que realmente interessa para ganhar a atenção do recrutador. Evite, por exem-plo, mencionar no currículo as razões pelas quais você deixou os empregos anteriores ou o fato de você estar com o nome sujo no mercado. Esses assuntos, só devem ser mencionados durante a entrevista, se o recrutador per-guntar. O currículo é o resumo dos fatos e dos empregos mais importantes de sua carreira. Então é hora de deixar de lado empregos passageiros e sem importância, que não tenham grande influência em sua vida profissional. Duas páginas é o máximo que você tem para descrever as situações da sua carreira.

5. DesleixoNo caso dos currículos im-

pressos, a qualidade da im-pressão é importante. Por isso, prefira imprimir seu currículo em impressoras de boa qualidade e não tire cópias em máquinas copiadoras. Um currículo com boa qualidade de impressão e em bom papel, além de facilitar a leitura, mostra o quanto você se importa com sua imagem e com sua carreira. Não esqueça de ler, reler e checar possíveis erros gramaticais e também o tipo de letra que você usou (misturar muitos tipos pode prejudicar a leitura do currículo). Pedir para um amigo ler seu currículo é uma boa saída para não deixar passar pequenos erros.

6. Linguagem inadequadaO currículo nada mais é do

que uma comunicação profissio-nal e deve ser escrito de maneira formal, clara e impessoal. Pro-cure evitar o uso de pronomes pessoais nas frases - coisas do tipo "eu desenvolvi um projeto", substituindo por algo como "de-senvolvimento de projeto". O uso excessivo do pronome "eu" pode dar a ideia de um profissional egocêntrico e prepotente.

7. Datas desencontradasCuidado ao citar os períodos

em que esteve em cada empresa e em cada função. Colocar datas de entrada e saída de cada em-prego é importante para que o selecionador saiba a velocidade em que as coisas aconteceram em sua carreira. Deixar de lado

essas datas pode causar dúvidas nas pessoas que estão analisan-do seu histórico profissional.8. Informações desordenadas

Se você tem experiência em campos de trabalho diversos e acredita que todos eles devam ser incluídos, evite colocá-los por ordem cronológica ou por outro critério que embaralhe os dados. Separe os segmentos por tópicos diferentes, como Vendas e Trei-namento. Assim seu currículo fica mais claro e você não confunde a cabeça do selecionador.

9. Descrever detalhes dos dados pessoais

Esqueça! Tantos nomes de filhos e parentes como números de documentos (RG, carteira de habilitação, CPF, etc.) servem apenas para cadastro em sites. Os selecionadores não querem perder tempo lendo detalhes que podem ser conferidos depois. Portanto, não mencione essas informações.

10. Exagerar no visualNão aplique cores e muitos

recursos no texto do currículo. O texto limpo é uma das garantias de que o selecionador não vai se cansar de ler. Coloridos e exces-sos de marcadores atrapalham a leitura.

Elaborar um currículo cam-peão não é uma das tarefas mais fáceis do mundo; mas tam-bém não é impossível. Prestar atenção em pequenos detalhes e cuidar bem das informações necessárias, são atitudes que tornam mais fácil a montagem e apresentação de sua vida profissional.

Marcelo de Elias é palestrante, escritor e consultor especializado em comportamento, estratégia e gestão de pessoas. Acesse: www.marcelodelias.com.br

Marcelo de Elias

Quais são as 10 tendências globais na gestão de pessoas?

A evolução da tecnologia digital, a rápida inovação nos mo-delos de negócios, a alteração na relação empregador e emprega-do e as mudanças demográficas tem resultado em transformações significativas para a gestão de pessoas

Para acompanhar essas mu-danças, a Deloitte Consultoria vem apresentando ao mundo, por alguns anos, a pesquisa “Tendências Globais de Capital Humano”. Em sua última versão, a partir de mais de 7 mil res-postas de gestores de RH e de negócios de 130 países, foram observadas as 10 tendências de cultura e estrutura organiza-cional.Desenho organizacional – a

ascensão das equipesOs mercados globais em

rápida mutação e a revolução digital forçaram as empresas a inovarem rapidamente, adaptar seus produtos e serviços e ficar mais perto do que nunca de seus clientes. Empresas estão descentralizando a autoridade e formando redes dinâmicas de equipes altamente capacitadas.

O despertar da liderança – gerações, equipes e ciência

A liderança continua a ser uma preocupação. Equipes que mis-turam diferentes gerações e for-mações de líderes têm alcançado melhores resultados e não existe mais espaço para a liderança que aprende exclusivamente sozinha com a experiência vivenciada. As empresas têm procurado líderes mais capacitados em gestão de pessoas e por isso vêm au-mentando o investimento em programas de treinamentos para esse público.

Nova cultura – foco em estratégia

A cultura tornou-se um dos temas de negócio mais importan-tes. Oe gestores enfim passaram a reconhecer que a cultura impul-siona o comportamento das pes-

soas, a inovação e o atendimento ao cliente.

Engajamento – sempre ligadoO envolvimento dos funcio-

nários continua a ser um de-safio para as empresas. E o engajamento têm se tornado um resultado do ambiente de traba-lho mais flexível, centrado nos empregados, com foco na escuta de funcionários, e na saúde e bem-estar da força de trabalho.Aprendizado – profissionais

assumem o controleA pressão sobre as organi-

zações para incentivar o desen-volvimento continua. Para inten-sificar, os avanços tecnológicos estão levando as empresas a desenvolverem novas formas de fomentar uma cultura de aprendizagem que vai além dos programas internos de educação formal.

Design thinking – como melhorar a experiência do

funcionárioO objetivo agora é projetar

experiências de trabalho que sejam significativas, atraentes, agradáveis e simples. Assim, o design thinking aparece como uma forma de facilitar os métodos de trabalho para apoiar o funcio-nário a focar no que realmente importa entre as muitas deman-das de informação, sendo assim mais produtivo e engajado. RH – inovação e maior visão

estratégicaOs RHs estão sob crescente

pressão dos líderes empresariais para aumentar o alinhamento com a estratégia da empresa e buscar a inovação em seus processos e ações.People analytics – como ga-nhar agilidade nas decisões

A revolução das métricas em gestão de pessoas está ganhan-do velocidade. Para oferecer a mais alta qualidade de serviço ao cliente e inovação, tudo pode ser observado pela análise dos

indicadores de pessoas. A utili-zação de dados é, atualmente, um fator crucial para decisões relacionadas à força de trabalho.

RH digital – revolução ou evolução?

O mundo totalmente digital está mudando a forma como vivemos, como trabalhamos e como os negócios tem buscado seus resultados. O RH pode aju-dar os funcionários a adquirirem uma mentalidade digital, capaz de gerenciar e organizar suas atividades além de revolucionar a experiência de todo o pessoal através da transformação de pro-cessos, sistemas e organização do próprio RH através de novas plataformas digitais, aplicativos e formas de fornecer seus serviços internamente.

Gerenciamento da mão de obra - a economia do freelance

A força de trabalho corporativa está mudando para o crescente uso de trabalhadores freelances. As empresas estão cientes de que muitos dos melhores talen-tos estão dispostos a trabalhar dessa forma – sem vínculos tra-dicionais – e não olhar para isso pode significar perder grandes oportunidades.

Eduardo Ferreira de Castro.

Eduardo Ferreira de Castro. Especialista em Educação com pós-graduação em Gestão Educacional.

Humildade PedagógicaÉ... é isso! Humildade Peda-

gógica! Tenho tido oportunida-des felizes para replicar a diver-sos grupos de educadores, em diferentes momentos de minha vida profissional, vivências de humildade pedagógica. Sinto--me feliz por isso! A convicção de que podemos e devemos ser profissionais cientes e conscien-tes de que o aprendizado se dá a cada nova experiência, a cada nova relação com o outro, sem a pretensão de achar que sabemos mais e que somos melhores, é muito saudável.

Independentemente dos car-gos que já exerci e das posições que já ocupei nesta nossa socie-dade que confere imenso valor e status às aparências, minhas

atitudes sempre foram pautadas pelo respeito aos profissionais com os quais eu compartilhava minhas atividades profissionais e construía conhecimentos.

Em diferentes oportunidades, conversando com reconhecidos e renomados conferencistas como Mário Sérgio Cortella, Vasco Moretto, Ariana Cosme, Celso Vasconcellos, Gabriel Chalita entre outros, pude expe-rimentar o sabor da humildade pedagógica. A simplicidade e leveza com as quais faziam suas considerações e tradu-ziam seus pensamentos eram exemplos para educadores. De-tentores de títulos de doutorado e pós-doutorado, esbanjavam simplicidade em suas posturas.

Exemplos!Vasco Moretto, numa de

suas palestras afirmou que um profissional só pode se julgar competente, quando capaz de relacionar-se bem com o outro. Trata-se do domínio da competência relacional. Em outra oportunidade, Cortella, palestrando para os educadores da rede municipal de Cruzeiro e Vale Histórico, lembrou ques-tionamentos que recebia de colegas por compor sua equipe, quando Secretário Municipal de Educação da cidade de São Paulo, de profissionais reco-nhecidamente competentes em sua área de atuação, os quais entendiam que ele, Cortella, pudesse ser “abafado”, pudesse

ter seu brilho ofuscado por estes profissionais... No entanto, aos questionamentos, respondia com total tranquilidade: “Em hipótese alguma, pois feliz é o gestor que tem sob a sua gestão profissionais com reconhecida competência naquilo que fa-zem.” Simples assim!

E deve ser simples assim mesmo. Devemos ficar sempre muito à vontade para inter-cambiar com nossos colegas de profissão. Ser eternamente “curioso” para o aprender. Ser humilde para dizer: “Poxa! Estou vendo esta sua aula... Show! Fiquei impressionado como os alunos ficam ligados! Pode me dar umas dicas, pois estou

com muita dificuldade para conseguir prender a atenção dos meus alunos.” E por que não? Por que eu devo ficar me policiando para pedir ajuda ao

meu colega de profissão? Será que vão me achar incompeten-te? Que besteira! Num momento aprendemos e noutro ensina-mos e num terceiro, ensinamos e aprendemos... É assim a vida! E deve ser assim a vida!

Quantos saberes novos podemos construir, quando vivenciamos a humildade pe-dagógica.

Como Secretário de Educa-ção de Cruzeiro, construí enri-quecedoras vivências com os colegas Secretários de Educa-ção das cidades do Vale Histó-rico... Aprendi muito com meus professores e diretores da rede municipal de ensino. Gratidão! Consolidei saberes com meus amigos profissionais da Regio-nal de Guaratinguetá, quando Dirigente Regional de Ensino daquela região. Gratidão!

E assim, continuo... ouvindo

muito e falando menos! Apren-dendo, humildemente, com meus colegas de profissão. Humildade Pedagógica!

18 de Março de 2017 • 3O IMPACTO da Notícia

Entre final da tarde e início da noite de terça-feira (14), as fortes chuvas que atingiram a cidade obrigaram a população das áreas vulneráveis a enfrentar os mesmos problemas que se arrastam há décadas. Ruas ala-gadas, pessoas ilhadas em casa e no comércio, além de retenção no trânsito.

De acordo com Leandro San-tiago, coordenador da Defesa Civil, o índice pluviométrico alcançou 102 milímetros em duas horas. Santiago estima o temporal como atípico, o maior deste ano em Cruzeiro, o que explicaria os transtornos registra-dos notadamente no centro urba-no, região plana pouco acima do nível do Rio Paraíba.

Mas, como explicar transtor-nos idênticos durante a ocorrên-cia de chuvas menos intensas? Na terça-feira, choveu durante cerca de duas horas. Em outras ocasiões, com menos volume e em curto espaço de tempo, os alagamentos atingiram propor-ções bem parecidas.

A causa não deve ser atribuí-da exclusivamente à intensidade das chuvas ou ao seu tempo de duração. O problema está na in-freestrutura urbana. Cruzeiro não dispõe de sistemas de escoa-mento de águas pluviais capazes de evitar os transtornos. A cidade surgiu e se desenvolveu sem dar a devida importância ao subsolo.

Trecho alagado na confluência da Rua 4 com a Othon Barcelos (foto arquivo)

Sem infraestrutura, Cruzeiro sofre com as chuvas

Em vez de construir galerias com as dimensões exigidas, os governantes optaram pelo palia-tivo, flagrante nos rebaixamentos implantados nos cruzamentos da maioria das ruas e avenidas. Assim, a água das chuvas escoa de uma via para outra até desem-bocar nas poucas e apertadas galerias.

Uma das primeiras cidades planejadas do País, Cruzeiro não atentou para a importância do escoamento pluvial, apesar de o projeto primitivo ter previs-to a necessidade das obras de infraestrutura. Tivessem os go-vernantes atentado para planta inicial, os pontos de alagamentos certamente não existiriam hoje.

O PROJETO - Em 1884, o

Coronel José Joaquim Ferreira e o engenheiro inglês Herbert Hunt visualizaram aspecto moderno para a cidade. José Ferreira, o governante; Herbert, o engenhei-ro responsável pela construção da Ferrovia The Minas And Rio.

Tomando como exemplo as ruas estreitas em Lorena, Guara-tinguetá e em Taubaté, o Coronel José Ferreira encomendou ao engenheiro Herbert o projeto urbano de Cruzeiro, frisando que as ruas teriam que largas e os quarteirões simétricos. Surgiu, então, a planta da cidade mais moderna da região.

Por que, entre ruas largas, o coronel e o engenheiro pla-nejaram duas estreitas, as hoje chamadas de Afonso Pena e Major Hermógenes? A explica-ção é fácil. As duas vias seriam reservadas para a construção de galerias pluviais partindo da Rua 9 em direção ao Rio Paraíba, com capacidade para captar toda a água das chuvas entre as ruas Santa Cruz e Major Novaes.

De acordo como projeto, a Major Hermógenes e a Afonso Pena seriam como calçadões, ao estilo europeu, sem circulação de veículos. Vale lembrar que tudo isso foi projetado em 1884.

Não tivessem os governantes posteriores ignorado o planeja-mento de Herbert e de José Fer-reira, boa parte do centro urbano não estaria hoje enfrentando os transtornos como os registrados na terça-feira.

Alagamento em trecho da Rua 5, equina com a Afonso Pena (foto Mix Vale)

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A Secretaria Municipal de Saúde intensificou a campanha de prevenção contra a dengue em toda a cidade. Os trabalhos são realizados, ininterruptamen-te, durante o ano, pelos agentes que visitam as casas. A ação tem como objetivo principal cons-cientizar e orientar as pessoas da necessidade de não deixar água parada.

A Vigilância Epidemiológica, por meio do Setor de Zoonoses, realizou no mês de fevereiro um mutirão no bairro do Itagaçaba para combater o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença. A ação surgiu de uma parceria com a Superintendência de

Controle de Endemias (SUSEN), órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde. A atividade contou com um caminhão que fez a coleta de materiais que podem acumular água. Agora, a ação de combate à dengue acontece em outros pontos do município.

CUIDADOSA Secretaria Municipal de

Saúde recomenda aos morado-res que redobrem os esforços e cuidados para evitar a prolifera-ção do mosquito – como eliminar objetos que acumulem água. Também é sugerido o uso de repelente para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti, que tem hábitos diurnos: ataca no início da manhã e final da tarde.

Secretaria de Saúde intensifica campanha de prevenção

O prefeito de Cruzeiro, Thales Gabriel Fonseca (SD), esteve na capital paulista, na segunda-feira (13), acompanhado da secretária municipal de Saúde, Ana Inês Chaves, para uma reunião com o secretário de Saúde do Esta-do de São Paulo, David Uip. O objetivo é resolver as demandas da área de saúde, em especial, a situação da Santa Casa de Misericórdia de Cruzeiro.

Na ocasião, David Uip exaltou a atuação de Thales Gabriel e Ana Inês para garantir a assis-tência à população e melhorar a qualidade do atendimento na saúde.

“Vontade de mudar, de tra-balhar, de fazer, para mim é fundamental. Não devemos ficar parados. O prefeito de Cruzeiro

Prefeito busca recursos para a Santa Casa de Cruzeiro em SP

e a secretária de Saúde estão de parabéns por priorizarem a saúde no município e, principalmente, a Santa Casa”, ressaltou David Uip.

De acordo com o Secretário de Saúde de São Paulo, após a apresentação dos documentos

exigidos o município receberá o repasse de verbas para a Santa Casa. “Acrescento que Cruzeiro vai crescer e melhorar ainda como polo central do Vale Histórico”.

Assessoria de Imprensa | PMC

OS MELHORES COMUNICADORES ESTÃO NA RC VALE

Começa nesta segunda--feira, 20/03, as Declarações de Imposto de Renda para os associados e dependentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro. A partir das 8 horas na sede da entidade estarão dis-poníveis dois profissionais para fazer a Declaração de Imposto de Renda de Pessoas Físicas.

O serviço ficará disponível no Sindicato até o dia 27 de abril e os associados pagarão uma taxa de R$ 15,00.

Este ano deve declarar pes-soas que receberam valor igual ou superior à R$ R$ 28.559,70 (vinte e oito mil e quinhentos e cinquenta e nove reais e

Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro dá início às declarações do Imposto de Renda

setenta centavos); que recebe-ram rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclu-sivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$40.000,00 (quarenta mil reais); que ob-teve, em qualquer mês ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou ope-rações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; quem tiver a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2016, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil, também deve declarar IR neste ano. Para declarar o

dependente é exigido o CPF do mesmo.

A Receita Federal alerta os contribuintes que têm imposto retido e que não seja obrigado a declarar, mas que faça a declaração para o contribuinte possa receber a restituição do Imposto de Renda (IR).

O presidente do Sindicato, Jumar Batista da Silva, falou do benefício ao associado em fazer a declaração na entidade: “To-dos os anos temos uma grande procura na sede do Sindicato, porque além da comodidade, o valor cobrado é muito pequeno em relação aos prestadores de serviço da cidade”.

18 de Março de 2017• 4 O IMPACTO da Notícia

PANORAMA

■ SETA Atacadista não deverá fechar a loja de Cruzeiro, segun-do fontes ligadas à empresa. Mergulhada em profunda crise no começo do ano, a rede de supermercados reduziu conside-ravelmente o número de lojas na Grande São Paulo, no ABC, no li-toral e no Vale do Paraíba. Como efeito dominó, o fechamento da loja em Cruzeiro foi comentado devido ao corte no quadro de fun-cionários e à baixa no estoque. A rede tenta recuperar espaço no comércio local.

■ PROJETO de transformação do Campo de Aviação de Cruzei-ro em aeroporto segue na pauta de empresários e líderes religio-sos. As tratativas com a Prefei-tura, iniciadas em 2014 com a prefeita Ana Karin, seguem agora no governo de Thales Gabriel. A questão é burocrática e demo-rada, mas avança mesmo em passos lentos.

■ O aeroporto é uma das metas da Canção Nova também com re-flexos positivos para a Basílica de Aparecida. A intenção dos líderes religiosos é a de atrair fiéis de regiões distantes de Cachoeira Paulista e de Aparecida, encur-tando o tempo de viagem. A pista seria aberta nos finais de semana e em épocas especiais de acordo com o calendário religioso.

■ PRÉDIO do Hotel Globo, um dos mais antigos da cidade, passa por reforma. Edificação da década de 1930 foi interditada há alguns anos devido ao estado de deterioração. A reabertura está prevista para dentro de dois meses.

■ CALÇADÃO, na confluência da Rua 5 com a Major Hermó-genes, ganhou mais uma atra-ção. Na segun-da-feira (13), sem alardes, foi aberta a fran-quia da Subway, transferida da Rua 2.

■ CRECHE Dona Tita, perto de completar 70 anos, enfrenta problemas financeiros. Sem ajuda de empresários e do poder público, a primeira creche da cidade corre risco de encerrar atividades.

■ MINISTÉRIO Público não acatou a CEI das Ambulâncias, realizada pela Câmara de Cruzeiro em 2015. Na época, os vereadores denun-ciaram supostos valores superfaturados pela empresa Santa Clara, que mantinha contrato com a Prefeitura. Por conta da denúncia, Beto do Renato, diretor da Santa Clara, sofreu ataques pessoais na Câ-mara e ainda um voto de repúdio aprovado por todos os vereadores. A CEI também foi aprovada por unanimidade.

■ Ainda como fruto da denúncia, o então prefeito Rafic Simão decidiu romper o contrato com a Santa Clara sem nenhuma formalização. No mesmo instante, foi contratada uma empresa de ambulância UTI da cidade de Itajubá. Além do elevado custo, como a empresa mineira não possui base em Cruzeiro, o paciente é obrigado a aguardar a saída de Itajubá. Ainda hoje, as ambulâncias da Santa Clara con-tinuam em desuso, estacionadas na garagem. Consequência da CEI instaurada na Câmara, a empresa ficou impedida de prestar serviços públicos.

■ Agora, o MP arquivou a denúncia dos vereadores por falta de emba-samento e haverá desdobramentos. Evidente que a direção da Santa Clara, absolvida da denúncia, não deixará por menos. Ações por danos morais e financeiros deverão ser movidas contra a Prefeitura e a Câmara. O IMPACTO está elaborando, para a próxima edição, reportagem completa sobre a lambança cometida pela Câmara.

■ PREFEITURA de Cruzeiro não divulgou o total arrecadado com o leilão de materiais e veículos inservíveis realizado na sexta-feira (10). Estima-se que o montante da sucata não teria alcançado R$ 50 mil. Segundo informações, alguns veículos foram arrema-tados por valores irrisórios. Uma máquina de esteira, modelo D-4, saiu por menos de R$ 4 mil. Uma Pá-carregadeira modelo W-20 na mesma faixa de preço. Nas mãos dos arre-matantes, as mesmas máquinas já estariam à venda por cerca de R$ 10 mil cada.

■ DROGA Raia não deixa por menos. Bastou a Droga Con-de abrir loja na Aveni-da Theodoro Quartim Barbosa para rede Raia seguir o mesmo rumo. O prédio da nova loja está em fase de construção ao lado do Villa Real Supermercado.

Em postagem no Facebook, o montanhista Reinaldo da Luz revelou que líderes de grupos preservacionistas querem assu-mir a conservação do Mirante da Santa, na Garganta do Embaú, na divisa entre Cruzeiro e Passa Quatro. Considerado um dos cartões postais de Cruzeiro, o local tem aparência de abando-no, necessitando de serviços de limpeza e de alvenaria e pintura.

“Diante da situação que se encontra o Mirante da Santa, juntamente com o Sr° Jorge César Paulino(Agente de Defesa Florestal), com Ricardo Oliveira (Boinas Verdes de Sobrevivên-cia) e com os amigos de Passa Quatro, Guto Guia e Matheus, estaremos buscando uma par-ceria com a Secretaria de Turis-mo e Meio Ambiente dentro do

Montanhistas querem recuperar o Mirante da Santa

projeto ADOTE UMA PRAÇA”, revelou Reinaldo da Luz.

Ainda na postagem, o mon-tanhista disse esperar a autori-zação da Prefeitura “para que nós possamos fazer a limpeza e manutenção do lugar que é um

dos mais visitados por turistas que por ali passam, deixando bem claro que a Prefeitura não vai arcar com nada,toda des-pesa será por conta do grupo aqui mencionado”, explicou Reinaldo.

Em homenagem ao dia inter-nacional da mulher, o Sincomer-ciarios de Cruzeiro presidido por Charles Eduardo Fernandes, realizou um grande evento com café da manhã para mais de seis-centas mulheres na Associação Cívica Feminina nesta quarta--feira, dia 08 de Março.

O café da manhã é tradicional para a categoria comerciária e

Sincomerciários realiza café da manhã em homenagem ao dia internacional da mulher

reúne as mulheres nesta data, que tem o intuito de reconhecer as inúmeras batalhas que o sexo feminino teve que vencer e as atuais bandeiras que ainda são combatidas como o assédio, violência e equiparidade.

O Presidente Charles Fernan-des garantiu que o Sincomer-ciários de Cruzeiro, juntamente com a Fecomerciários e os 70

sindicatos filiados no Estado de São Paulo, dará continuidade às ações de conscientização e lutará ao lado das comerciárias para a melhoria das condições de trabalho e renda, além de atuar em conjunto com instituições públicas e Ongs em campanhas em prol das mulheres.

Parabéns a todas as mulheres pelo dia Internacional da Mulher!

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18 de Março de 2017 • 5O IMPACTO da Notícia

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A Força Tática da Polícia Militar prendeu em flagrante na Vila Romana, na sexta-feira (10), W.J.M, de idade não revelada. Segundo a PM, o acusado seria um dos líderes do tráfico de drogas em Cruzeiro. A equipe do Sargento Olímpio, composta pelos soldados Everton e Fer-nandes, localizou o homem com base em denúncia anônima.

Com o acusado, os policiais encontram uma carabina cali-bre 38, equipada com luneta e lanterna, um revólver calibre 38, porção de 205 gramas de coca-ína, 45 pinos da mesma droga e R$ 3 mil em dinheiro. A polícia investiga as ramificações de W.J.

Acusado de tráfico é preso na Vila RomanaM. em outros bairros da cidade.

ITAGAÇABAA DISE (Delegacia de Entor-

pecentes) prendeu em flagrante na tarde de sexta-feira (10) um acusado de envolvimento com o tráfico de drogas no Itagaçaba. A quebra do ponto da “biqueira” ocorreu após dois meses de investigação. Na residência do traficante, foram apreendidos revólver calibre 38, pistola Ber-sa 380, munições calibres 22, 38, 380, 357, 45 e 762, além de balança de precisão e vários celulares. A polícia não informou os dados sobre o acusado.

JARDIM AMÉRICANa segunda-feira (14), duran-

te patrulhamento da Força Tática No bairro Jardim América, poli-ciais militares prenderam outro acusado de envolvimento com o tráfico de drogas. O suspeito, de características não revela-das, ainda tentou fugir, mas foi contido.

Com o preso, os policiais encontraram quatro pinos de cocaína e R$ 25. No local fre-qüentado pelo homem foram apreendidos 65 pinos vazios e 66 deles com cocaína, além de três pedaços grandes de maconha e uma balança de precisão. Toda a droga estava escondida em dois relógios medidores e energia elétrica.

Uma mulher de 37 anos e um homem de 27 anos foram presos por envolvimento em dois assaltos na cidade Pas-sa Quatro (MG), na noite de sexta-feira (10). Segundo a Polícia Militar, cinco bandidos teriam roubado um posto de combustíveis e um veículo. Três não foram localizados durante a perseguição po-licial.

PM prende casal acusado de assalto em posto de combustíveis

De acordo com a PM, o pri-meiro roubo aconteceu por volta das 22h, quando o bando ren-deu dois frentistas em um posto de combustíveis. Os suspeitos fugiram com cerca de R$ 6 mil em dinheiro.

Durante a fuga, os suspeitos roubaram um carro e seguiram sentido Itamonte. Os militares disseram ainda que durante as buscas, a mulher e o homem

foram localizados já na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, na rodovia que liga Itamonte ao Distrito de En-genheiro Passos, município de Resende. Com eles foram apreendidos pouco mais de R$ 1,1 mil em dinheiro e o carro que teria sido roubado e usado na fuga. O casal foi detido e levado para a Cadeia de São Lourenço.

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A investigação da Polícia Civil tenta localizar pistas dos assaltantes que invadiram o Asilo São Vicente de Paulo, na Rua Dom Bosco (Rua 9), no início da tarde de sábado (11). Os marginais acessaram a entidade pelo portão lateral, na Travessa Santa Terezinha. Le-vantamento elaborado pela di-reção do asilo aponta o sumiço de produtos de higiene pessoal dos internos, dois secadores de cabelos e dois aparelhos de chapinha.

Em depoimento à polícia no momento da elaboração do boletim de ocorrência, uma fun-cionária contou que no depósito “estava tudo em ordem no final da manhã de sábado”. Cerca de duas horas depois, ao retornar ao local, ela encontrou “tudo revirado”. Nos itens de higiene pessoal a investigação consta-tou que até fraldas geriátricas foram roubadas.

A direção do Asilo São Vicen-

Bandidos arrombam asilo para roubar aparelhos e fraldas

te de Paulo lamentou a ação dos bandidos e revelou temer que eles retornem e consigam acesso às alas internas. “Tudo aqui é trancado com cadeado para garantir a segurança dos internos, porém, do jeito que caminha a violência, os bandi-dos não respeitam mais nada”, afirmou uma funcionária.

Durante a fuga, os suspeitos roubaram um carro e seguiram sentido Itamonte. Os militares

disseram ainda que durante as buscas, a mulher e o homem foram localizados já na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, na rodovia que liga Ita-monte ao Distrito de Engenheiro Passos, município de Resende. Com eles foram apreendidos pouco mais de R$ 1,1 mil em dinheiro e o carro que teria sido roubado e usado na fuga. O casal foi detido e levado para a Cadeia de São Lourenço.

O juiz Carlos Xavier de Brito, da 1ª Vara Cível, encaminhou para o Centro Judiciário de So-lução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) a ação do Ministério Público que trata da extinção da Fundação Cruzeirense de Jornalismo e da Radiodifusão, administradora da Rádio Man-tiqueira. Com a decisão, Xavier de Brito demonstra entender que a falência da emissora precisa ser debatida pelas partes inte-ressadas.

Com dívidas próximas de R$ 5 milhões, a Fundação Cruzeirense não vislumbra a mínima possibi-lidade de quitar os débitos de im-postos federais e de indenizações trabalhistas. Depois de investigar a evolução do rombo financeiro na emissora, o promotor Felipe Wermelinger Caetano entrou com a ação de extinção da FCJR no dia 12 de janeiro.

Na Ação, Felipe Caetano as-segura que “a manutenção da Fundação com as medidas ado-tadas e inócuas para redução de seu déficit irá trazer grande prejuízo ao interesse público e social, pois diversos fornecedores e prestadores de serviço restarão irressarcidos, trazendo um colap-so com grandes proporções na cidade de Cruzeiro”.

Além do prejuízo financeiro acumulado ao longo de vários anos, o patrimônio da Rádio Man-tiqueira foi dilapidado ou sucate-ado. Conforme O IMPACTO noti-ciou com exclusividade, o terreno onde ficam os transmissores de AM e de FM foram leiloados para o pagamento de dívidas federais. Os equipamentos de estúdio e de transmissão estão sucateados. Considerada uma das maiores do Brasil, a discoteca da emissora

Futuro da Rádio Mantiqueira será definido no CEJUSC

desapareceu. Os quase 30 mil discos modelo LP, datados a partir de 1949 (verdadeiras relíquias), foram furtados ou vendidos até por R$1 real cada.

Em meados de 1984, a Rádio Mantiqueira estava com a saúde financeira em ordem, sem nenhu-ma dívida e com superávit anual, quando foi comprada pela Pre-feitura. Em dezembro de 1985, o prefeito Paulo Scamilla fez a doa-ção da emissora para a Fundação Cruzeirense de Jornalismo e Ra-diodifusão que ele mesmo criou. A partir de então, a Mantiqueira passou a ser administrada por um conselho “de notáveis”, todos da estrema confiança de Scamilla. Há pouco mais de dois anos, a emissora passou gratuitamente para o comando do empresário e vereador Paulo Vieira.

Ao longo de mais de três décadas, a emissora se mantém atrelada a interesses políticos enquanto mal administrada pela Fundação Cruzeirense.

O FUTURO – Durante a tra-mitação da Ação Civil Pública no CEJUSC, deverão se manifestar o Conselho da Fundação, a Prefei-tura, os fornecedores, a Fazenda Federal, a Previdência Social e

o Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo.

O Centro Judiciário de So-lução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) é o órgão do Poder Judiciário responsável pela rea-lização de sessões e audiências de conciliação e mediação nas áreas cível, fazendária, previden-ciária, de família ou dos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e Fazendários.

O CEJUSC proporciona am-biente neutro, no qual os interes-sados em solucionar um deter-minado conflito têm a chance de conversar, negociar e de chegar a um acordo satisfatório, com o auxílio de um “conciliador”, isto é, de um terceiro imparcial e capaci-tado em métodos consensuais de solução de conflitos.

Antes da extinção da Fundação Cruzeirense é necessário estabe-lecer garantias de pagamentos de impostos e de indenizações traba-lhistas. Na escala de prioridades, os fornecedores correm o risco de não receber seus créditos. Caso a extinção proposta pelo Ministério Público seja acatada pelo Poder Judiciário, o patrimônio da Rádio Mantiqueira deverá retornar à Prefeitura.

A Polícia Civil de Cachoeira Paulista não conseguiu esclare-cer a morte do taxista Luís José Dorotéia, de 63 anos, ocorrido no sábado. O corpo cachoeirense foi encontrado carbonizado no porta-malas do táxi à noite, em Canas, próximo à divisa com Lorena.

A investigação apurou que Luís José Dorotéia estava tra-balhando no sábado, às 11h30, quando foi acionado para uma corrida até a região do Jardim Europa, em Cachoeira. Como ele não retornou à residência e o celular estava na caixa postal ou desligado, a família acionou

Corpo de taxista de Cachoeira é encontrado em carro incendiado

a polícia.Somente às 22 horas, o carro

foi encontrado em chamas pela Polícia Militar na Estrada do Cerro Alto, próximo ao Km 49 da Rodovia Presidente Dutra, senti-do Rio de Janeiro, no município de Canas. Após soldados da unidade dos Bombeiros terem debelado as chamas, o corpo do taxista foi encontrado no porta--malas, totalmente carbonizado.

A investigação está levantan-do dados para tentar descobrir a rota estabelecida pelos ban-didos a partir do momento em que o veículo deixou o ponto, no centro da cidade, ainda no final

da manhã. A polícia quer saber se o taxista permaneceu em cárcere privado até às 22 horas e ainda se um veículo circulou por ruas de Lorena ou de outras cidades da região antes de ser incendiado. Circuitos de imagens de segurança poderão auxiliar na investigação.

Não está descartada a pos-sibilidade de Luís Dorotéia ter reconhecido os criminosos, razão de sua morte. A investigação também quer saber se o taxista possuía inimigos. A característica do crime sugere ainda a possibi-lidade de acerto de contas por desavenças ou outros motivos.

O Banco do Povo, programa de microcrédito ligado ao Go-verno do Estado de São Pau-lo, está em novo endereço. O atendimento à população está sendo realizado, no local onde funciona o Centro do Trabalhador e Empreendedor Cruzeirense e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, à rua Major Hermógenes, 209 – centro, das 9h às 17h, de segunda-feira à sexta-feira. Antes, o banco fun-cionava no prédio da Prefeitura.

O objetivo da mudança é deixar os órgãos de atendi-mento próximos uns dos outros facilitando assim o acesso aos cruzeirenses.

O Banco do Povo promove o desenvolvimento socioeconômi-

co e a criação de oportunidades oferecendo financiamentos para empreendedores formais ou

Banco do Povo está de novo endereço

informais, associações e coo-perativas, para capital de giro e investimento fixo.

Sete em cada dez mulheres encarceradas em presídios do Vale do Paraíba cumprem penas por crimes ligados ao tráfico de drogas. O levantamento sobre as prisões de mulheres foi feito pela Secretaria de Administra-ção Penitenciária (SAP). Segun-do especialistas, as mulheres atuam em posições considera-das de maior vulnerabilidade que os homens na atividade e, consequentemente, viram alvo frequente nas ações da polícia.

O balanço revela que o trá-fico é a maior causa de prisão entre mulheres na região - 886 das cerca de 1,5 mil internas

de três unidades, sendo uma em São José dos Campos e duas em Tremembé. Elas res-pondem aos artigos 33 e 35 da lei de drogas, que tratam sobre o tráfico, transporte, preparo, armazenamento, venda e posse de entorpecentes.

A advogada Nina Cappello, pesquisadora sobre encarce-ramento feminino, explica que como nas atividades formais, no mercado de trabalho, no tráfico a mulher também ocupa cargos de menor remuneração.

“Elas muitas vezes entram [no crime] no desespero, para manter seus filhos, são mem-

bros de uma família desestru-turada e terminam aceitando cargos que as deixam próximas de casa, mas as expõem à polícia. São as ‘mulas’, usadas para trabalhos como a entrega das drogas, estoquistas e emba-ladoras. Isso as põem na linha de frente”, explicou a advogada.

O relatório sobre o tema elaborado pela especialista, chamado ‘Mulheresemprisão’, aponta que a maior parte das mulheres presas em São Paulo tem escolaridade baixa, além de estarem em áreas periféricas, o que seria fator influenciador pela escolha do tráfico

De cada dez mulheres presas, sete cumprem pena por tráfico

18 de Março de 2017• 6 O IMPACTO da Notícia

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■ 31/03 - ARENA 101 - BRUNO E BARRETO (PINDA) 23 H

■ 09/04 - RANCHO VACA LOCA - FESTA DAS PATROAS (MOGI DAS CRUZES) AGUAR-DEMMMMM

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AGENDA O IMPACTO

Propaganda em jornal eterniza Marcas

O IMPACTO, PARA QUEM GOSTA DE LER E DE CONHECER

O Jornal O PROGRESSO eternizou a marca da Fábrica de Café Especial de Cruzeiro, em publicação datada de 1899, quando a cidade ainda era cha-mada de Estação do Cruzeiro. O Café Especial foi lançado por Joaquim do Prado na Rua 3, no Largo da Igreja de Santa Cecília. O Jornal O PROGRES-SO foi o primeiro de Cruzeiro. Não fosse a propaganda em suas páginas, a marca do Café

Especial teria desaparecido na história do município.No Correio do Povo, numa das edições de 1948, a propaganda do Café Marcondes. A tradição da família foi lançada em 1927 por João Marcondes de Castro com o nome de Café Universal. No início da década de 1930, o nome foi mudado para Café Marcondes.

No início, João Marcondes de Castro e a esposa Rosa

Mollica produziam o café em sua própria casa. Rosa cuidava das embalagens e João, das vendas. Em 1960, Walter Mar-tinelli, genro do casal, comprou a marca, investiu na moderniza-ção do processo de torrefação e fez o Café Marcondes se tornar um dos campeões de vendas na região. Aos 90 anos, a tradição lançada por João Marcondes de Castro está entre a terceira e quarta geração da família. Histórias hilariantes de um chaveiro

(histórias verídicas)

Um filhinho muito especialÉ dia de eleições no País.

Em Resende, mulher deses-perada pede por socorro. Em torno da garagem da residência, a aglomeração de vizinhos desperta olhares curiosos. O momento é de tensão, enquanto soldados do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar tentam destravar o carro modelo BMW. Chavei-ros da cidade são acionados. A corrida é contra o tempo. O calor está perto dos 40 graus. Dentro do carro, ainda mais. E lá está o filhinho da mulher.

Casos dessa natureza são de alto risco. Sem circula-ção de ar, o ser corre risco de morte. Alguém sugere que o vidro do veículo seja quebrado. “Não”, recomenda

um soldado. O procedimento é perigoso. O deslocamento de ar pode ser fatal.

Em Cruzeiro, o Chaveiro aca-ba de cumprir com o dever cívico do voto e se prepara para a chur-rascada na casa de um parente quando a seguradora o convoca para o socorro em Resende. “O caso é grave, o filhinho de uma mulher está preso no carro com as portas travadas”, informa o funcionário da seguradora. “Mas, lá não tem nenhum chaveiro que possa fazer o serviço?”, indaga. “Já tentaram e não conseguiram. É melhor você ir rápido”, reco-menda o funcionário.

Ao chegar ao endereço, o Chaveiro percebe o clima de ten-são. Entre socorristas e curiosos, uma verdadeira multidão cerca

a garagem. “Será que ele vai conseguir?”, indaga um dos curiosos. A mulher, a dona do carro, mergulhada no desespe-ro, apela: “por favor, moço. É o meu filhinho que está lá dentro há quase duas horas”. Pelícu-la escura impede observar o interior do carro, se o filhinho ainda está vivo ou se passa mal sufocado pela falta de ar.

No instante em que o Cha-veiro destrava a porta, a mulher invade o veículo, abraça e cobre o filhinho com beijos e carinho. Aí é que todos ficam sabendo se tratar de um ca-chorrinho Poodle. Aliviada, feliz da vida, a mulher agradece a todos, notadamente ao Chavei-ro. “Você salvou meu filhinho, que Deus te abençoe”.

Eva e a maça!No início, Eva não queria comer a maçã.— Come — disse a serpente astuta! — e serás como os anjos!— Não — respondeu Eva. Viran-do a cara para o lado!— Terás o conhecimento do Bem e do Mal — insistiu a víbora.— Cruzou os braços, olhou bem na cara da serpente e respondeu firme: Não!— Serás imortal.— Não! Já disse!— Serás como Deus!— Não, e não! Já disse que não!Irritadíssima, quase enfiando a fruta goela abaixo, a serpente já estava desesperada e não sabia mais o que fazer para que aquela mulher, de princípios tão rígidos e personalidade tão forte comesse a fruta. Até que teve uma idéia, já que nenhum dos argumentos havia funcionado…Ofereceu novamente a fruta e disse com um sorrisinho maroto:— Come, boba… EMAGRECE!Foi tiro e queda!

Uma técnica em informática faz estágio aqui na firma e foi ajudar um colega de trabalho a confi-gurar o computador. A uma certa altura ela precisava escolher uma senha inicial, e perguntou-lhe que senha ele queria utilizar.O homem, um sujeito metido a garanhão, mas meio sem graça disse:– Pênis.Ela, sem dizer uma palavra e sem rir ou se irritar, introduziu a senha normalmente. Ao teclar ‘enter’ ouve-se o som caracterís-tico de uma mensagem de erro, que a fez cair na gargalhada. Riu tanto que precisou sair para tomar água.O cara, meio irritado e sem saber do motivo do deboche se aproxi-mou do vídeo e leu a mensagem de erro:“SENHA REJEITADA: TAMA-NHO INSUFICIENTE”

Um cara compra dois presentes de Natal para suas esposa. A mulher abre o primeiro pre-sente:- Veja só, um par de chinelos -, diz ela, enquanto se move rapidamente para o segundo presente. - Um vibrador? -, diz ela em estado de choque.- Sim -, responde o marido. - Assim se você não gostar dos chinelos, então vá se foder!

Minha namorada estava nua na frente de um espelho e ela não estava feliz com o que via.- Eu estou gorda e feia. Eu re-almente preciso de um elogio agora.Ao que eu respondi:- Bem, a sua visão está perfeita!Amor, Você É...- Amor, você é meu vício!- Tá me chamando de droga?- Amor, você é o meu mundo!- Tá me chamando de redonda?- Amor você é a minha vida!- Tá me chamando de merda?

Por Wander Carvalho Bastos

WANDER BASTOS – Presidente do Sindicato Rural de Cruzeiro e Lavrinhas.

São Paulo ganha a primeira fábrica no mundo a fazer papel a partir da palha da cana

O Estado de São Paulo foi o escolhido para sediar a primeira fábrica de papel produzido a par-tir da palha da cana-de-açúcar, a Fibra Resist, do Grupo Cem. O secretário de Agricultura e Abas-tecimento paulista, Arnaldo Jar-dim, representou o governador Geraldo Alckmin na inauguração da nova planta, em Lençóis Pau-lista, no último dia 3, destacando o ganho ambiental trazido pela inovação.Resultado de seis anos de es-tudos, a tecnologia pioneira no mundo transforma a matéria--prima, abundante em território paulista, em pasta mecânica celulósica 100% sustentável para fabricação de papeis e embala-gens. “Aqui se incorporam novos conceitos de sustentabilidade pelo uso que se fará da palha da cana, dando a possibilidade de uma nova fonte de produção de celulose”, apontou Arnaldo Jardim.O secretário ressaltou ainda a importância do investimento de R$ 25 milhões, dos quais R$ 10,5 milhões financiados por meio da Desenvolve SP- Agência de Desenvolvimento Paulista, do Governo do Estado. “A Fi-braResist investe quando todos estavam arquivando projetos”, disse. Serão gerados 62 novos postos de trabalho na planta de 60 mil metros quadrados no Distrito Industrial Luiz Trecentti II, às margens da Rodovia Juliano Lorenzetti (LEP-060).“Fiquei bastante surpreso e feliz de ver uma ideia como esta nas-

cer e prosperar no Brasil, apesar das dificuldades que todos co-nhecemos. Fiz questão de estar com vocês porque a FibraResist tem tudo para ser um marco mun-dial no aproveitamento da palha da cana-de-açúcar, que de pro-blema passa a ser uma belíssima solução”, disse Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.A empresa tem capacidade para produzir até 72 mil toneladas de pasta celulósica por ano, com previsão de atingir esse volume já a curto e médio prazo. A es-colha de Lençóis Paulista como sede se deu devido à grande quantidade de matéria-prima na região, com forte atividade canavieira. Com a inovação, a palha da cana-de açúcar não fica no canavial – evitando pragas e prejuízos -, mas se torna mais uma fonte de renda aos cana-vicultores.O primeiro acordo de forneci-mento já está acertado com a Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais. A produção inicial, que será de 25% do total da capacidade produtiva, está sendo negociada com empresas que produzem diversos tipos de embalagens e também papel kraft e tissue (como papel higiê-nico e papel toalha).Como funcionaO biodispersante separa a ligni-na (molécula que dá rigidez às células das plantas) das fibras existentes na palha. Foi criado pela própria empresa e elimina a necessidade de calor. O proces-

so envolve um circuito fechado que evita perdas e desperdício de água, e o pouco resíduo gerado na produção pode ser reutilizado como adubo no cam-po, entre outras finalidades. A pasta foi avaliada e classificada pela Universidade Federal de Viçosa (MG).A pasta é livre de impurezas e não oferece perdas de matéria--prima em relação a outros pro-cessos já existentes no mercado. Não há custo do descarte do re-síduo proveniente da reciclagem. “O uso da pasta mecânica celuló-sica vai muito além do apelo da sustentabilidade. Ele traz mais produtividade e rentabilidade à indústria de papel e embalagem”, afirmou José Sivaldo de Souza, da FibraResist.

Por Hélio Filho

18 de Março de 2017 • 7O IMPACTO da Notícia

O IMPACTO – HISTÓRIA Paulo Antônio de Carvalho

Março, mês das mulheres. O IMPACTO buscou no passado o perfil de mulheres que exer-ceram papéis destacados na história de Cruzeiro desde antes da fundação do município. No ciclo da evolução social em que o papel das mulheres não ultra-passava os limites do lar, houve quem se colocasse bem adiante de seu tempo, superando a cha-mada imposição do machismo e os preconceitos.

Seja na área social, na políti-ca, nas artes ou na assistência

As fascinantes histórias de três grandes mulheres

médica, Cruzeiro não pode colocar à margem da história nomes que marcaram em suas áreas de atuação. Das várias mulheres merecedoras, O IM-PACTO escolheu três. Em nome delas, retratando suas brilhantes trajetórias, o jornal homenageia todas aquelas capazes de que-brar tabus e de se colocarem no topo dos ciclos de evolução de Cruzeiro.

Bem antes da fundação do município, Fortunata Joaquina do Nascimento, proprietária

da Fazenda Boa Vista, gerou polêmica nos três casamen-tos, chegou a figurar como suspeita da morte de um dos maridos e notabilizou-se pelo amor demonstrado os filhos dos escravos da fazenda. Celestina Novaes dos Santos Oliveira, a Dona Tita, é lembrada como a mulher de grandes feitos sociais. Na saúde, a dedicação de Irmã Alvin tornou sólida a estrutura de crescimento da Santa Casa num tempo em que o hospital era, de fato, de misericórdia.

1 A exclusão do nome de Fortunata nos relatos da história de Cruzeiro perdurou durante décadas. Escrever sobre ela seria remexer na verdadeira história da Fazenda Boa Vista, fato que não agradava a interesses familiares. Melhor, então,

seria manter Fortunata apagada na história. No entanto, graças às pesquisas dos historiadores Carlos Borromeu e Vicente Vale, os holofotes do passado resgataram sua importância.

Nascida no Embaú em 11 de maio de 1800, Fortunata Joaquina do Nascimento, aos 15 anos, casou com o Capitão Joa-quim Ferreira da Silva, de quase 50 anos, por desejo dos pais dela. Homem rico, dono da Fazenda Boa Vista, Joaquim Silva foi o escolhido na lista de vários pretendentes. Naqueles tempos, co-muns os casamentos por interesses de fa-mílias. Pais de status financeiro não admi-tiam “misturar” seu sangue com os de pobres. Por tal razão, pesavam os dotes do pretendente.

O casamento de Fortunata e Joaquim perdurou até o assas-sinato dele em 1837. Analfabeta, aos 37 anos, Fotunata herdou a imensa Boa Vista e nomeou como seu inventariante o Capitão Antônio Dias Telles de Castro, outro rico fazendeiro. Perto de 1840, foi com ele que Fortunata casou pela segunda vez. Um dos feitos do Capitão Telles de Castro, pouco depois de 1840, a construção do casarão da fazenda, atual museu.

Mesmo antes do enlace, o relacionamento entre Fortunata e Telles de Castro gerou suspeição sobre o assassinato do primeiro marido. Joaquim Ferreira da Silva foi morto a facadas por um escravo vindo de Campanha (MG). Crime encomendado, certamente. Por que um homem sairia de tão longe para cometer um assassinato na Fazenda Boa Vista? No final, apesar da suspeição, nada ficou provado contra o casal.

O segundo casamento de Fotunata terminou com a morte natural de Antônio Telles de Castro em 1853. Doze anos depois, já contando 65 anos de idade, Fortunata casou pela terceira vez com o jovem Manoel de Freitas Novaes, de 36 anos, diferença de idade que gerou muitos rumores do tipo “golpe do baú”. Fortunata faleceu nove anos após, aos 74 anos. Coube ao Major Novaes herdar a Fazenda Boa Vista.

A MÃE ADOTIVA – Sem Filhos, Fortunata tratava os filhos das escravas como se dela fossem. O salão térreo da casa sede (hoje, museu) mais parecia creche. As crianças também podiam rezar todos os domingos no oratório interno do casarão. Fortunata não aceitava que os escravos fossem torturados. Mesmo assim, as surras ocorriam longe de seus olhos.

Caso histórico o do pardo Elíseo Telles de Castro e de sua mãe, a escrava Rita, a predileta de Fortu-nata. Há indícios de que Elíseo era filho bastardo do Capitão Antônio, o segundo marido de Fortunata. Além do sobrenome, Elíseo não figurava na lista de escravos da Boa Vista. Tratado com os privilégios de Fortunata, ao completar 18 anos, Elíseo pode deixar a fazenda para estudar e trabalhar em Lorena. Boa parte do que ganhou, economizou para pagar a liberdade da mãe Rita.

Duramente, o Major Novaes se opôs. O processo de alforria de Rita durou menos de um mês, em agosto de 1873. Apesar da decisão judicial, Novaes recusava libertar a negra, alegando ser ela de sua propriedade. Foi necessária a invasão da Boa Vista por tropa de soldados de Lorena e de Cachoeira Paulista, comanda pelo Capitão Raimundo Ferreira. No momento em que a tropa chegou, Rita estava amarrada numa árvore havia três dias por ordem do major.

Contrária ao posicionamento do marido, Fortunata assistiu da janela de seu quarto o momento em que Rita foi levada por Elíseo. Acamada, Fortunata acenou para Rita numa melancólica despedida, mas satisfeita por saber que mãe e filho estariam juntos e livres.

O DESCASO – Não há nos arquivos da Boa Vista nenhum registro fotográfico, objetos ou manuscritos que lembrem a vida de Fortunata. Tudo teria sido destruído a mando de Eva Maria, com quem Novaes casou após a morte de Fortunata.

Falecida em 5 de junho de 1874, Fortunata foi sepultada na própria Boa Vista. Sobre sua sepultura, o Major Novaes mandou construir a Capela de Santa Fortunata. A capela foi destruída por um incêndio em setembro de 1974. Ainda hoje os restos mortais de Fortunata Joaquina estão sob os escombros da capela.

Por pouco, Fortunata não desapareceu da história

Formato original da casarão da Fazenda Boa Vista, construída por Antônio Dias Telles de Castro, o segundo marido de Dona Fortunata.

2 Mineira de Santos Dumont (MG), a Irmã Alvin, também conhecida como Irmã Genoveva, nascida em 1909, permaneceria por tempo limitado em

Cruzeiro, seguindo o regime na época da Ordem Vicentina. Procedente de Assis (SP), a irmã cumpriria metas em Cru-zeiro antes de seguir para outra cidade.No entanto, fruto da repercussão alcançada por seu empe-nho na Santa Casa de Misericórdia, a Diocese de Lorena entendeu que a permanência seria pelo tempo que Alvin julgasse necessário. Para tanto, a Diocese teve que conse-guir autorização do Papa João XXIII. Dessa forma, por cerca de trinta anos, até a sua morte em 1968, Imã Alvin atuou no hospital e supervisionou os programas sociais voltados para crianças e famílias carentes.A irmã de caridade desembarcou na Estação Central no iní-cio da década de 1940 com a missão de reorganizar a Santa Casa num momento de intensa crise financeira no hospital. Além de campanhas, de quermesses e de verbas públicas estaduais, Irmã Alvin conclamou médicos, parteiras e outros para o trabalho voluntário. A campanha de conscientização logo apresentou resultados. Caso contrário, a Santa Casa iria à falência.De perfil autoritário, de ampla visão social e administrativa, Alvin fez a Santa Casa avançar em pouco mais de uma década. Do modelo primitivo, o prédio ganhou as dimensões que mantém até hoje. A re-construção do hospital, feito extraordinário. No período de expansão planejado pela irmã, a Santa Casa passou a ter Maternidade, Enfermarias e Capela. Além da atividade hospitalar, Irmã Alvin também abriu a Funerária São Calixto, como forma de contribuir com a renda do hospital.Ao longo de sua permanência em Cruzeiro, Irmã Alvin carregou um segredo. Apenas seus médicos e

pessoas mais íntimas sabiam das fortes dores que a faziam sofrer todos os dias. O motivo jamais se tornou público. Nos momentos de crise, Alvin bus-cava refúgio na Capela para que ninguém percebesse seu sofrimento. Aos 59 anos, Irmã Alvin faleceu em 1968. Seu nome foi perpetuado no Cen-tro Cirúrgico da Santa Casa e na rua que liga a Avenida Major Novaes ao Morro dos Ingleses.

Repercussão de Irmã Alvin foi parar no Vaticano

3 Celestina Novaes dos Santos Oliveira nasceu na Fazenda Boa Vista em 29 de outubro de 1893, filha de

Rosalina Novaes dos Santos e de Antônio Celestino dos Santos. Ainda na infância, ganhou o apelido de Tita. Casada com o professor Virgílio Antunes de Oliveira, Dona Tita alcançou grande projeção em Cruzeiro, retribuição ao notável trabalho social desenvolvido ao longo de sua vida.

Ainda criança, Tita sofreu com a predileção de Rosalina pelos outros dois filhos. Enquanto enalte-cia a beleza da filha mais velha e mimava o filho caçula, Rosalina se referia à filha do meio (Tita) em tom jocoso: “Lili, você é feia!”. Do pai, Antônio Celestino, recebia carinho e palavras de incentivo. De acordo com relatos, Rosalina era autoritária e preconceituosa.

Quando soube do namoro de Tita com Virgílio, a mãe se opôs duramente. Para Rosalina, o pretendente não se punha no nível do status da família Novaes. Tita deveria ser casar com médico, fazendeiro ou com alguém de grandes posses; não com um professor.

Rosalina talvez carregasse o trauma do casamento com Antônio Celestino, imposto pelo pai, o Major Novaes. Relatos davam conta de que Rosalina, ainda na adolescência, se mantinha bem próxima do

Padre Ernesto Maria de Pina, o pároco do Embaú. Temendo o “pecado da carne”, o major teria tratado de encomendar a vinda do médico Antônio Celestino dos Santos, da Bahia, para o casamento com Rosalina. Da mesma forma, Rosalina desejava “arrumar” bom pretendente para a filha.

Tita conheceu Virgílio na Escola Normal de Guaratinguetá. Para tentar distanciá-los, Rosalina tratou de transferir a filha para a Escola Normal de São Paulo. A estratégia da mãe malogrou, fortalecendo ainda mais a obstinação dos dois.

Aos 22 anos, Tita e Virgílio subiram ao altar da Basílica de Aparecida em 21 de dezembro de 1915. Apenas o pai Antônio Celestino acompanhou. De volta a Cruzei-ro, o casal permaneceu na Estação Central enquanto aguardava o trem para a Lua de Mel em São Lourenço (MG). Da plataforma, Tita observou que as janelas do casarão da Fazenda Boa Vista estavam fechadas, a mando de Rosalina, em sinal protesto contra o casamento.

No dia seguinte, num hotel na cidade mineira, Tita recebeu um telegrama da mãe informando sobre o agravamento de saúde de Antônio Celestino. “Venha sozinha”, dizia parte do telegrama. Em casa, Tita chegou

acompanhada de Virgílio. “Eu disse pra você vir sozinha”, afirmou Rosalina. Se impondo diante da mãe, Tita reagiu: “hoje, sou casada. Ou os dois, ou nenhum”, respondeu. A mãe teve que aceitar.

Tempos depois, internada na Santa Casa, perto da morte, Rosalina abraçou Virgílio enquanto afir-mava: “você sabia a pérola que procurava”. Não demorou muito, foi a vez de Antônio Celestino falecer.

O único filho de Tita e Virgílio, de nome José Geraldo, faleceu poucas horas após o nascimento. Um ano depois, problema no útero obrigou Tita a uma cirurgia e ao impedimento de contrair gravidez. O casal, então, passou a adotar crianças.

O primeiro grande feito de Tita ocorreu perto de 1920, a doação de terreno para a construção do Estádio Rosalina Novaes dos Santos (hoje, Praça Nova), doado ao Cruzeiro FC. A relação Tita--Virgílio-Cruzeiro FC seguiu até início de 1933. Certa manhã (de dia e mês ignorados), ao entrar na sede do clube, o casal ficou irritado ao ver a foto de Virgílio Antunes, num quadro na parede, cheia de furos provavelmente causados por ponta de guarda-chuva. Apesar do pedido de desculpas da direção, Tita e Virgílio deixaram o clube.

A partir de então, Dona Tita decidiu incremen-tar as ações sociais. Com apoio de várias amigas, fundou a Associação Cívica Feminina de Cruzeiro em 26 de fevereiro de 1933. “Gota de Leite”, o primeiro programa social desenvolvido pela ACFC, funcionou na Santa Casa. O Dispensário Infantil foi implantado em 5 de agosto do mesmo ano, para oferecer alimentos, roupas, brinquedos e leite às crianças carentes.

Em junho de 1946, Tita abriu o Posto de Puericultura (atual Creche). Nesse momento, importantes também as ações voluntárias do pediatra Ângelo Hypólito Filho e da professora Dora Cossermelli. No posto, as crianças passaram a receber tratamento médico especializado.

Avançando nos programas sociais, Dona Tita inaugurou em 2 de outubro de 1951 a Creche Dona Tita, na Rua 4, em regime de semi inter-nato. Atualmente, a creche atende a 40 crianças. Em 1953, a Associação Cívica Feminina construiu a sede social na Rua 3, anexo ao prédio da creche.

Tita Novaes também teve participação na vida política da cidade. Foi a primeira vereadora da história, em 1947. Em 51, foi candidata a vice-prefeita de Nesralla Rubez, sem êxito.

Dona Tita enviuvou em junho de 1949. Herdeira de parte da Fazenda Boa Vista, foi a última moradora do casarão. Em 1969, o imóvel foi desapropriado pelo governo do Estado para a implantação do museu da cidade. Celestina Novaes dos Santos Oliveira faleceu em 28 de dezembro de 1976, aos 83 anos de idade. Do casamento com Virgílio Antunes de Oliveira, nenhum herdeiro. Das ações so-ciais desenvolvidas pelo casal, há muitos.

Dona Tita superou preconceitos e notabilizou-se na caridade

Tita e o marido Virgílio Antunes

Tita e o padre Eernesto

Tita e o governador Lucas Garcez na inauguração da creche em 1951

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Que tal entrar no clima da nova estação curtindo os pra-zeres da natureza? Outono, período de transição entre o verão e o inverno, é uma das melhores épocas para aventu-ras. Sem as perigosas tempes-tades de verão e ainda pouco distante do rigor do inverno, o

REGE inicia outono com acampamento e aventura

outono é convidativa.Nesse período, a REGE (Re-

gião Ecoparque Garganta do Embaú) lança agenda de eventos para todos os gostos, para quem não dispensa noites em barracas de acampamentos, para os que preferem caminhadas, escaladas e ciclismo.

O calendário da REGE co-meça no dia 26 de março (do-mingo) com o Mandala Ciclísti-co, percurso de 50 quilômetros pela Trilha do Ouro e estradas rurais de Cruzeiro. Na noite de 8 para 9 de abril, será o Acampamento da Lua Cheia. Época de céu aberto, em plena serra, os participantes poderão contemplar uma das fases mais exuberante do satélite terrestre.

Para o dia 21 de abril (sexta--feira, feriado de Tiradentes), está previsto o Trekking Peda-gógico Túnel da Mantiqueira. Durante a passagem pelos qua-se mil metros do Grande Túnel, os caminhantes terão aula de história sobre a Trilha do Ouro, o surgimento da Ferrovia a im-portância estratégica do túnel durante a Revolução de 1932.

É agendar e aproveitar a chegada do Outono. Saiba mais sobre como participar consul-tando a página da REGE, no Facebook.

O empresário Alexandre de Gois Pereira, da Joe Produ-ções, agendou para julho o 7º Festival de Balonismo. O evento ocorrerá após intervalo de dez anos na cidade. O balonismo é uma das promessas do em-presário para o calendário de eventos do ano. Dependendo de negociações com a Prefeitu-ra, Alexandre Joe também pre-tende retomar a Expo Cruzeiro, prevista para agosto.

Em três décadas, a partir de meados dos anos de 80, a Joe Produções se manteve no sele-to grupo de maiores produtoras de eventos do eixo Rio - São Paulo, consequência do suces-so nos palcos da Expo Cruzeiro, nas competições estaduais e nacionais de MotoCross e nos festivais de balões.

O RETORNO - Joe aposta no Festival de Balonismo como a alavanca para a retomada do espaço perdido no mercado artístico. Dos grandes eventos a empresa se manteve ausente

Com Festival de Balonismo, Joe planeja retomar grandes eventos

nos últimos seis anos. Nesse período, as promoções ficaram restritas a shows na Pousada Flor da Serra, da família de

Alexandre Pereira.Desde que a Joe Produções

entrou recesso, Cruzeiro dei-xou de ser o centro regional de grandes eventos populares. Em 2016, outra empresa autorizada pela Prefeitura malogrou na promoção da Expo Cruzeiro.

O 7º Festival de Balonismo, em parceria com a Confedera-ção Brasileira de Balonismo, está previsto para entre os dias 15 de 18 de julho (sábado a terça-feira). A concentração será na Pousada Flor da Serra, com entrada franca. Durante o evento, também acontecerá o Festival Gastronômico de Food Truck, com caminhões devidamente adaptados para transporte e venda de comi-da. Como restaurantes sobre rodas, os caminhões do Food Truck vão oferecer almoço, lanches, sorvetes ou refeições específicas.

“O Festival de Balonismo é uma atração espetacular ainda mais no cenário oferecido por Cruzeiro, tendo a belíssima Serra da Mantiqueira como cenário. Os adeptos do esporte consideram Cruzeiro um dos lugares de visuais mais belos. E tem mais, o festival traz turistas, movimenta o comércio e tudo contribui para a boa divulga-ção de Cruzeiro. Estamos com muito gás no desejo de retomar os grandes eventos”, afirmou Alexandre Pereira.

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