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EDITORIAL

Paulo BriguetCoordenaçãoFernanda BressanEdiçãoSusan NaimeReportagemJosoé de CarvalhoFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Diego Rigon MenãoSuperintendenteClaudia Motta PechinCoord. Comercial e SPCBarbara Della LiberaAnalista de MarketingColaboradoresDiogo MendesFernanda Carreira Gisele Rech

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Flávio Montenegro BalanPresidenteLuiz Carlos I. AdatiVice-PresidenteAry SudanDiretor SecretárioFabricio Massi Salla2º Diretor SecretárioRogério Pena ChinezeDiretor FinanceiroRodolfo Tramontini Zanluchi2º Diretor Financeiro

Marcelo Paganucci OntiveroDiretor ComercialHerson R. Figueiredo JúniorDiretor IndustrialMarcelo Bisatto CardosoDiretor de ServiçosBrasilio Armando FonsecaDiretor de Comércio InternacionalLuigi Carrer FilhoDiretor de ProdutosFernando Lopes KireeffDiretor Institucional

Rosangela KhaterPresidente do Conselho da Mulher Empresária

CONSELHO DELIBERATIVOCarlos Alberto De Souza FariaDavid Dequêch NetoEduardo Yoshimura AjitaEnio Luiz Sehn JúniorFábio Aurélio Mansano MelaréJosé Guidugli Júnior

Marcelo Massayuki CassaNivaldo BenvenhoOswaldo PitolRubens Benedito AugustoSilvana Martins CavicchioliValter Luiz OrsiWellington Moreira

CONSELHO FISCAL

TitularesJaime Celeste PonceMichel Menegazzo GouvêaRonaldo Pena Chineze

SuplentesMarcus Vinícius Bossa GrassanoMarcus Vinicius GimenesRafael Andrade Lopes

Juliana Masterlini Kalinka AmorinMuriel Amaral Renato Oliveira Thamiris Geraldini

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

A lição de Francisco São Francisco dizia: “Comece fazendo o necessário, depois o possível, e de repente estará fazendo o impossível”. Quando começamos a preparar esta edição da revista Mercado em Foco, o papa Francisco realizava sua histórica viagem ao Brasil, e aqui na ACIL nós mais uma vez lembramos a frase do Irmão de Assis.

Desenvolvimento significa fazer o necessário. Para melhorar a vida de todos, Londrina e o Paraná necessitam de um ambiente mais favorável à atividade empresarial. Temos várias tarefas pela frente: é preciso acabar com os pedágios exorbitantes, reduzir a carga tributária, vencer a ditadura do horário no comércio, atrair indústrias e exigir serviços públicos de qualidade.

Desenvolvimento significa fazer o possível. Quando o papa abria as janelas de seus carros e cumprimentava a todos – especialmente crianças e idosos – , ele estava mostrando que é possível criar uma cultura do encontro e do diálogo em nossa

sociedade. E o que é o associativismo, senão a arte do encontro, da união, do trabalho em equipe?

Desenvolvimento significa sonhar com o impossível. Aquilo que parece um sonho irrealizável pode se transformar em algo concreto, se trabalharmos com amor e agirmos com inteligência. Há 80 anos, poucos acreditavam que uma cidade como Londrina pudesse nascer no meio da floresta. No entanto, o otimismo e a perseverança destes poucos se tornaram realidade.

Em sua visita ao Brasil, o papa Francisco mostrou que é possível, sim, realizar o sonho do Irmão de Assis. Se a China, que é uma ditadura e reprime a religiosidade, conseguiu avançar em termos de desenvolvimento econômico, o que não poderemos fazer nós, com democracia e espiritualidade? O necessário, o possível – e até o impossível.

Flávio Montenegro BalanPresidente da ACIL

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agosto de 2013 | www.acil.com.br4

O dia 12 de julho de 2013 ficará para sempre marcado na memória dos amigos da ACIL. Na manhã daquela sexta-feira, foram homenageados dois homens importantes na luta pelo desenvolvimento de Londrina e do Paraná: o empresário Nivaldo Benvenho (presidente da ACIL na gestão 2010-2012) e o saudoso professor José Monir Nasser, falecido em março deste ano.

Nivaldo participou do descerramento de sua fotografia na Galeria Presidencial da ACIL. Com esse gesto, a entidade reconhece os importantes serviços que o ex-presidente prestou – e continua prestando – à causa do associativismo.

O economista, professor e escritor José Monir Nasser, falecido em março último, aos 56 anos, também recebeu uma homenagem especial. Autor do livro “A Economia do Mais”, Monir norteou, com suas ideias claras e seu amor pela cultura, a maioria das ações de nossa entidade em prol do desenvolvimento econômico e social de Londrina. A principal sala da entidade recebeu o nome de Sala de Reuniões Professor José Monir Nasser. A cerimônia contou com a presença de Patricia Nasser, irmã do professor Monir.

COLUNA DA ACIL

Homenagens a dois grandes amigos da ACIL

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

NEGÓCIOSAs marcas próprias de Londrina ....................................... 8

SOLIDARIEDADECáritas: É hora de ajudar ...................................................... 11

O MONITOR DA CÂMARAPrograma de Metas deve voltar à Câmara .......................... 17

BOA CONDUTA`Compliance´ dá mais segurança às rotinas empresariais .................................................... 18

NOVOS MERCADOSEncontro de negócios internacionais ................................. 20

PARA APROXIMARInovatec mostra importância de uniruniversidade e empresas ................................................... 26

STARTUPSIdeias com alto valor agregado .......................................... 28

PERFIL Kayamori, o presidente do diálogo ...................................... 32

ARTIGOO empresário está cansado de pagar a conta ..................... 31

RECOMEÇONova Sergipe, novo consumidor ......................................... 34

PROGRAMA FEDERALMais médicos, mais saúde? .............................................. 36

ANIMAIS NAS RUASUm problema social a ser pensado ................................... 38

AGENDA DE TREINAMENTOS ACILAs principais notícias da ACIL ............................................ 40

ÍNDICE

12

PEDÁGIOMuito dinheiro, poucas obras

14

PÚBLICOS ESPECIAIS De olhos nas lacunas do mercado

6

HORÁRIO DO COMÉRCIOAbaixo a ditadura!

MERCADOChina pós-queda da muralha econômica

22

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agosto de 2013 | www.acil.com.br6

HORÁRIO DO COMÉRCIO

Por Paulo Briguet Há 60 anos o comércio de Londrina vive sob uma ditadura: a ditadura do horário. Desde 1953, a ACIL vem lutando para que os comerciantes tenham a liberdade de trabalhar e atender adequadamente à população. Até o momento, os lojistas conseguiram, com muito esforço e competência, resistir às limitações impostas pelo horário reduzido. Mas agora, com o surgimento dos novos shoppings e supermercados, a ampliação do horário tornou-se uma questão de vida ou morte. Se essa ditadura não acabar, o comércio de rua vai morrer.O elemento químico mercúrio recebeu esse nome por ser o único metal fluido e possuir grande capacidade de adaptação. Não por acaso, Mercúrio é o deus do comércio na mitologia greco-romana. Pela imaginação dos antigos, Mercúrio tinha asas nos pés e um grande talento para cumprir missões difíceis. Gostava de desafios. Há mais de 70 anos, quando David Dequech encomendou a estátua de Mercúrio que até hoje ornamenta a sede da ACIL, conhecia bem essas características do ser mitológico – este que, na verdade, era um reflexo das qualidades humanas de nossos pioneiros.Além de fazer referência à tradição do comércio, o mercúrio também é o elemento químico encontrado nos termômetros e barômetros. Em outras palavras, ele serve para medir as condições de temperatura e pressão das pessoas e ambientes. E o aviso do Mercúrio é agora bastante claro: o comércio de Londrina corre perigo.Os sintomas da crise no comércio de Londrina podem ser vistos pelo termômetro das estatísticas. O advogado Ed Nogueira de Azevedo, assessor jurídico da ACIL e do Sincoval, vem compilando diversos números sobre o varejo e chegou à conclusão de que, após 60 anos, o comércio de Londrina não pode esperar uma hora a mais. “Discutir a ampliação do horário é o pressuposto para qualquer negociação com o Sindicato dos Comerciários”, afirma Ed.As conclusões do dr. Ed são claríssimas – e perturbadoras. “Ao cruzar os dados de Londrina com os de outras cidades, temos a nítida impressão de que o comércio do centro da cidade tende ao desaparecimento, se nada for feito”, afirma o advogado trabalhista. E para quem acha que isso é alarmismo, ele dá o exemplo de Cuiabá – onde o comércio de rua praticamente desapareceu. Na capital mato-grossense, restaram os shoppings e supermercados. As lojas de rua fecharam as portas e agora fazem parte do passado. “Sem a ampliação do horário, nós teremos o mesmo destino: o comércio de rua londrinense caminha para o inviável.”

Esforço empresarial é maior em LondrinaUm dos números mais preocupantes é o PIB per capita de Londrina (R$ 19.612,48). É menor que o de Jaguapitã, Sabáudia, Arapongas, Ibiporã, Cambé e Maringá. “Aparentemente, mesmo com tantas qualidades, Londrina é uma cidade pobre”, lamenta o advogado. “Isso pode ser visto claramente nos gráficos de comparação com outros municípios. A matemática assume dimensões reais e expressa a realidade de maneira simples e eficiente.”

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PIB PER CAPITA EM LONDRINA É MENOR QUE O DE JAGUAPITÃ

Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

Com o PIB per capita menor, o empresário londrinense tem mais dificuldade para fazer frente ao pagamento de funcionários, que dirá investimento em produtividade e novos postos de trabalho. O esforço empresarial para o pagamento – quando se comparam o PIB per capita e o piso salarial da categoria dos comerciários – é maior em Londrina do que em todas as outras cidades analisadas por Ed Nogueira de Azevedo: Curitiba, Maringá, Bauru, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Joinville e São Paulo. Vale lembrar que esse esforço pesa mais nos ombros dos pequenos comerciantes – exatamente aqueles que geram o maior número de empregos.O nível salarial dos empregados do comércio ainda está longe do ideal – mas tem evoluído bastante nos últimos anos. Os comerciários tiveram um aumento de 8,97% em cinco anos (de 2008 a 2012). Gradativamente, aumentou o poder de compra do trabalhador que ganha o piso salarial da categoria. Em 2008, o piso era suficiente para comprar 2,37 cestas básicas; no ano passado, 3,22 cestas. Em 2008, o piso equivalia a 314,87 dólares; em 2012, a 432,02 dólares. Em 2008, o piso comprava 223,7 litros de gasolina; em 2012, 296,5 litros.Todos esses números – inclusive os pisos salariais – poderiam ser melhores se os comerciantes de rua

tivessem liberdade para escolher os melhores horários de funcionamento, como já fazem os shoppings, os supermercados e tantos outros estabelecimentos e instituições que não estão submetidos ao jugo do horário restrito.“Se continuar a intransigência em relação ao horário do comércio, as lojas vão fechar as portas. E os primeiros prejudicados seriam os próprios funcionários, que perderiam seus empregos”, avalia Ed Nogueira. Mas não custa lembrar: trabalhador desempregado não paga contribuição federativa nem imposto sindical...

A reinvenção do comércio de ruaNa opinião do advogado, o fim da ditadura do horário seria o ponto de partida para uma série de mudanças no varejo local – a tão esperada reinvenção do comércio de rua londrinense. Ed menciona algumas possibilidades: “Apesar de todos os problemas, temos um bom ambiente de negócios no centro da cidade. Temos uma excelente diversidade de produtos. Temos uma razoável rede de estacionamentos – que pode aumentar. São José do Rio Preto cobriu uma parte do Calçadão por causa dos dias de chuva e sol muito forte. Podemos criar palcos de atrações culturais e outras estruturas para garantir maior conforto aos clientes”.

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Os efeitos positivos da ampliação do horário do comércio não terminam aí: a medida diminuiria os custos do transporte, reduzindo a lotação nos horários de pico e facilitando o acesso ao centro da cidade. “Há outro fator nem sempre lembrado: o próprio comerciário não compra no comércio de rua – porque ele está trabalhando nessa hora!”, comenta Ed. “Com a limitação e o engessamento do horário, Londrina já retira do comércio do centro mais de 30 mil pessoas! Essas mesmas pessoas vão comprar nos shoppings, nas lojas grandes que abrem em horário alternativo, nos bairros.”

Respeito à lei e à jornada de trabalhoNeste momento decisivo para o futuro do comércio de Londrina, um ponto precisa ser devidamente esclarecido: nenhum comerciário vai trabalhar mais do que a lei permite. “Horário de abertura de loja não tem relação com a jornada de trabalho”, explica Ed Nogueira. “Defendemos a ampliação do horário de atendimento das lojas. A lei e a jornada de trabalho continuam sendo as mesmas. O Sincoval e a ACIL querem o rigor da lei. A ampliação do horário de abertura das lojas não prejudica nenhum trabalhador, que continuará trabalhando em seu horário normal e fazendo somente as horas extras que a lei permite. Se fizerem horas extras, receberão por elas, mediante pagamento ou compensação.”Os exemplos de instituições com horário ampliado são inúmeros

na sociedade. Hospitais permanecem abertos 24 horas por dia, mas nem por isso seus funcionários trabalham o dia todo. Os empresários devem ter a liberdade de ampliar o horário de funcionamento das lojas, desde que respeitem a legislação trabalhista e os limites da jornada de trabalho diária e semanal.Se os shoppings podem trabalhar; se os supermercados podem trabalhar; se os hotéis e restaurantes podem trabalhar; se as farmácias

podem trabalhar; se os serviços de segurança, educação e transporte público podem trabalhar; se as igrejas e os clubes podem trabalhar em horários ampliados – por que o comércio de rua não pode? Essa é a pergunta – e o desafio. Diante da grave situação, Ed Nogueira deixa uma reflexão para todos nós: “O comércio de Londrina não aguenta mais tanta injustiça. Caso a liberdade não venha, o número de lojas fechadas, que já é preocupante, vai aumentar a cada dia. A cidade vai deixar isso acontecer?”

“Se nada for feito, o comércio de rua tende ao desaparecimento.”Ed Nogueira de Azevedo, advogado da ACIL e do Sincoval

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 9

NEGÓCIOS

Por Felipe Brandão

Apesar de já existirem de forma crescente no mercado internacional há pelo menos 50 anos, as chamadas “marcas próprias” ainda são vistas com certa resistência pelo empresariado brasileiro. Elas acontecem quando determinada empresa resolve criar uma ramificação mais ou menos independente, responsável por desenvolver produtos específicos e destinados a abastecer unicamente suas próprias prateleiras. Em Londrina, temos exemplos pouco numerosos, mas bastante representativos, de empresários que resolveram arriscar – e não se arrependeram.A Rede de Farmácias Vale Verde começou na cidade em 1974 e hoje já é líder do segmento no Norte do Paraná. Em 1996, o presidente do Grupo Vale Verde, Rubens Augusto, decidiu investir nos primeiros produtos exclusivos da empresa, alguns shampoos para tratamento contra caspa e queda de

cabelos. Nascia assim a V.V. Cosméticos, que mais tarde, em 2002, se tornaria a Flora Cosmética – linha especializada em produtos para tratamento do cabelo e de cuidados com a pele.Os produtos eram simples, de baixo custo de produção e de venda, sem grandes pretensões de concorrência. As vendas foram boas, mas Augusto se deu conta de que havia um potencial maior ali. “Percebi que, em vez de concorrer apenas com os produtos genéricos, tínhamos condições de fazer muito mais. Decidimos então fazer nossa primeira linha de ‘produtos premium’, isto é, gêneros de valor agregado mais alto, porém com muito mais qualidade“, narra o empreendedor.O retorno do público foi bastante satisfatório, não apenas em número de vendas, mas na fidelização da clientela – que já relacionava os produtos de sua preferência à marca Vale Verde. A Flora Cosmética se desvinculou administrativamente da farmácia em 2006, embora continue pertencendo

ao mesmo grupo. Hoje, a marca consta de 40 produtos em linha, com alta concentração de princípios químicos ativos e qualidade notória, que inclusive já são revendidos para outros estabelecimentos. “O diferencial da Flora Cosmética é oferecer para nossos clientes produtos com beneficio percebido na primeira utilização. Um dos produtos

Rubens Augusto e Carla Carldi: primeiros produtos exclusivos

da marca Vale Verde, hoje Flora Cosmética, surgiram em 1996

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mais vendidos da marca é o Shampoo Anticaspa Selenium, que elimina as caspas nas primeiras utilizações sem ressecar os fios”, explica Carla Carldi, diretora-geral da Flora Cosmética.Outro nome conceituado em Londrina, a Rede de Supermercados Muffato, é líder do segmento no Estado do Paraná e ocupa a sexta posição no ranking nacional de supermercados. Ela investe em marcas próprias e marcas exclusivas – como prefere chamar – desde o início de suas operações, há mais de 40 anos.A princípio, o Muffato optou por estampar sua marca apenas em alguns gêneros simples, como linha de pães, panetones e biscoitos caseiros, cuja grife levava o próprio nome do mercado. A partir de certo ponto, porém, o diretor do grupo, Everton Muffato, decidiu ir em busca de parcerias com vistas ao desenvolvimento de produtos exclusivos para suas lojas. Daí nasceram marcas consagradas como a Di Fatto, linha de cama e banho, o azeite Picuarino e a Vida Pet, conjunto de produtos para animais domésticos.“Um dos principais objetivos foi justamente promover uma maior fidelização dos clientes, que se habituaram ao padrão de qualidade dos produtos exclusivos das lojas Super Muffato. As expectativas, claro, foram amplamente superadas, uma vez que a venda desses itens vem crescendo ano a ano”, relata Everton. “Um exemplo são os panetones de frutas cristalizadas e de gotas de chocolate Super Muffato, que conquistaram os clientes e apresentam um crescimento médio nas vendas de 20% ao ano. Como também

o azeite Picuarino, que é produzido na Argentina especialmente para nós e já responde por 30% das vendas de azeite da rede.”Mais “jovem” que suas precursoras, a Puramania sempre manteve a inovação e o avanço como palavras de ordem. Ela foi um diferencial nos tempos de sua fundação, em 1997, tornando-se a primeira marca de moda do Paraná quando o Estado se restringia apenas a produção de peças de vestuário. Tendo começado no setor do varejo, hoje tem por maior fonte de lucro o atacado, pelo qual está presente em 1 500 municípios do país.Uma das marcas próprias geradas pelo grupo Puramania é sua própria linha de roupas infantis, batizada de Puramania Kids. Com pouco tempo de existência – cerca de cinco anos –, ela ainda mantém uma íntima ligação com sua “marca-mãe”. A mesma equipe de estilo cuida dos modelitos de ambas, mas o setor comercial da Puramania Kids já é separado. “Essa separação existe desde o princípio, até porque a Kids tem outros planejamentos, metas e estratégias”, explica o gerente de marketing da Puramania Confecções, Thiago Rabião. “Atualmente a Puramania Kids representa um percentual considerável dentro do faturamento do grupo, já tendo inclusive superado as expectativas.”A satisfação é tamanha que a Puramania já pensa em criar outras marcas próprias. “Estamos trabalhando em cima de alguns projetos novos, mas temos como política interna solidificar um projeto antes de lançar um novo”, adianta Rabião.

Thiago Rabião: Pura Mania atua no atacado e também no setor infantil, com a Pura Mania Kids

Everton Muffato: venda de panetones que tem o nome da rede como marca cresce 20% ao ano

Brasil ainda é incipiente em marcas própriasO economista Marcos Rambalducci, diretor-geral da Faculdade Pitágoras, aponta que a existência de marcas próprias em empresas brasileiras ainda é muito pequena se comparada à realidade no exterior. Segundo ele, a presença delas em solo nacional não chega a um quarto do que há em mercados mais maduros, como o europeu e o norte-americano. Rambalducci, no entanto, é otimista quanto ao aumento dessa tendência no futuro. “Vai crescer, não resta a menor dúvida. A clientela valoriza essa qualidade inerente ao produto que traz por emblema a marca maior.”Rambalducci defende que o empresariado ainda precisa despertar para as vantagens de se confeccionar marcas próprias. “O cliente que confia numa determinada marca sabe que ela não se vincularia a um produto de baixa qualidade. Além disso, o fato de a marca-mãe já estar legitimada há muito mais tempo dispensa os gastos extras como publicidade e propaganda, os quais oneram a produção das marcas de referência. Sem falar ainda na questão do desenvolvimento da indústria local, já que a parceria com um fornecedor local é uma condição-chave para o barateamento da produção”, pondera.Depois do sucesso da Flora Cosmética, Rubens Augusto vai pelo mesmo raciocínio. “Criando um produto próprio e de qualidade, com circulação exclusiva nas lojas da sua rede, o efeito imediato que você tem é a fidelização da clientela aos seus pontos de venda”, conclui o bem-sucedido empreendedor. “Vale ressaltar que um dos grandes benefícios da marca própria e da marca exclusiva, senão o mais importante, é que elas possibilitam maior proximidade com o cliente. A percepção de que a rede se preocupa em oferecer um mix de produtos exclusivos, de qualidade e com preço justo, acaba por aumentar o índice de satisfação dos clientes com a marca Super Muffato e nos diferenciam da concorrência. Percebemos que há uma preferência e um carinho pela marca que superam todo e qualquer investimento”, aponta Everton Muffato.

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SOLIDARIEDADE

Por Paulo Briguet

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”, diz S. Paulo, em bela passagem da Primeira Carta aos Coríntios. Nas versões latinas da Bíblia, o termo amor (ágape) é traduzido como cáritas. Estamos diante de uns conceitos mais importantes de toda a Escritura. O próprio apóstolo deixa bem claro no mesmo texto: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor” (1 Cor 13,13).Cáritas também é o nome de uma importante organização internacional católica, presente em mais de 150 países, e que tem como objetivo principal ajudar as populações pobres e oprimidas. Com presença em todo o território brasileiro, a Cáritas está em Londrina e região desde 1996, atuando como articuladora entre as diversas pastorais sociais da Igreja Católica. “Temos um trabalho voltado para a transformação na vida das pessoas”, define a coordenadora regional da Cáritas, Márcia Ponce.Hoje a Cáritas Londrina desenvolve diversas ações de geração de renda e capacitação para o mercado de trabalho. “Não deixamos de atender a situações emergenciais, mas nosso objetivo principal é mudar a vida das pessoas para melhor”, diz Márcia Ponce. No Jardim Santa Fé (zona leste da cidade), a organização católica mantém uma Biblioteca Popular, onde se realizam vários cursos e oficinas de capacitação profissional para a população carente. No Cinco Conjuntos, a Cáritas criou a Biblioteca de Inclusão Digital, onde se realizam cursos de informática para diversas faixas etárias. Na Vila Fraternidade, funciona a Capas (Casa de Atendimento às Pastorais Sociais), em que se agregam as atividades de diversas pastorais da Arquidiocese de Londrina – da Criança, da Pessoa Idosa, do Migrante e Carcerária.Mesmo atuando em várias frentes, a Cáritas de Londrina tem hoje uma estrutura mais do que enxuta: são apenas sete funcionários contratados e cerca de 25 voluntários. Pouca gente, pouco espaço e poucos recursos para dar conta das centenas de famílias que se beneficiam dos projetos solidários.E há pessoas que dependem diretamente da Cáritas para seguir vivendo com esperança. Exemplo são os mais de 300 haitianos que vieram trabalhar na região após o terremoto de 2011. Márcia Ponce informa que agora existe outro grupo de imigrantes extremamente

vulnerável na região: cerca de 150 bengaleses (ou seja, oriundos de Bangladesh, na Ásia). “Os imigrantes de Bangladesh chegam até nós em situação muito difícil. Viajam três, quatro, cinco dias sem conseguir se comunicar. Não conhecem a língua. Não conhecem a moeda local. Chegam famintos, chorando, sem tomar banho nem dormir direito há vários dias. É nós precisamos ajudar essas pessoas!”Atualmente a Cáritas Londrina funciona com 60% dos recursos da coleta das missas na semana do Domingo de Ramos. Isso equivale a R$ 120 mil por ano. “Hoje precisaríamos de no mínimo R$ 200 mil para desenvolver com tranquilidade todos os nossos projetos”, afirma a coordenadora. Por isso, ela pede aos empresários de Londrina que procurem a entidade para fazer doações. Outra forma de ajudar é participar de uma das ações desenvolvidas pela entidade, como o projeto Óleo Solidário. “Nesse projeto, em que recolhemos e reciclamos óleo de cozinha, seria fundamental o apoio de restaurantes, supermercados e empresas que têm refeitório. É uma forma de gerar renda e ao mesmo tempo proteger o meio ambiente.”Somos Cáritas. Somos solidariedade. O lema da organização católica hoje significa esperança e oportunidade para muitas pessoas no mundo, no país e na cidade. A solidariedade, para a Cáritas, também é uma forma de desenvolvimento.Serviço – A Cáritas Londrina tem sede na Rua Dom Bosco, 145. Para mais informações sobre como ajudar, ligue (43) 3338-7252.

A coordenadora da Cáritas em Londrina, Márcia Ponce: “Nosso objetivo principal é

mudar a vida das pessoas para melhor”

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agosto de 2013 | www.acil.com.br12

PEDÁGIO

Por Thamiris Geraldini

Mais uma vez o tema do pedágio volta a ser discutido no Paraná. Os contratos originais firmados com concessionárias privadas no final da década de 1990 surgiram com o objetivo de melhorar a qualidade das estradas em todo o Estado. No entanto, o que se percebe é que boa parte das grandes obras previstas nos contratos de concessão continuam no papel.Recentemente o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) divulgou um levantamento comprovando que, desde o início das atividades, as concessionárias de pedágio investiram menos em infraestrutura do que o previsto. De acordo com o relatório, por exemplo, entre 1998 e 2012 deveriam ter sido gastos R$ 1,5 bilhão em obras, mas foram investidos apenas R$ 650 milhões.Em março deste ano, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná

(Crea-PR) e o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), apresentaram um estudo comprovando que as rodovias do Anel de Integração estão em condições muito semelhantes às existentes antes do processo de concessão. Diante disso, no fim das contas não se sabe quanto do valor arrecadado durante todos esses anos foi revertido em lucro e quanto foi efetivamente utilizado para a melhoria das estradas.De acordo com o presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná (Faciap), Rainer Zielasko, a não exigibilidade do contrato ante os altos preços pagos pelos usuários no valor da tarifa, afetam diretamente o desenvolvimento produtivo na região. “As altas tarifas cobradas aumentam o valor dos produtos e diminuem a competitividade diante da concorrência que existe em outros lugares do país e do mundo”.

Segundo ele, a quantidade de novos acessos, viadutos e duplicações é praticamente nula – principalmente no trecho denominado de Anel de Integração, onde o valor do pedágio é altíssimo. “O alto valor da tarifa e a qualidade das estradas são dois fatores que dificultam a vinda de empresários para o Estado. Temos aqui um preço de pedágio de primeiro mundo, com estradas de terceiro, fatos que refletem diretamente na competitividade do Paraná em relação aos outros lugares do país”.Opinião compartilhada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo. Para ele, além de ter que arcar com o já conhecido Custo Brasil – alta carga tributária, encargos trabalhistas elevados, deficiências de infraestrutura, etc. – os empresários acabam tendo que conviver também com um “Custo Paraná”. “Além de ser prejudicial ao consumidor, esses fatores também interferem na geração de

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“VALOR ABUSIVO DO PEDÁGIO, SEM CONTRAPARTIDA, É UMA VERGONHA”

mais empregos e renda no Estado”, diz. O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, reconhece a necessidade de melhorar as rodovias do Paraná. “A duplicação deixou de ser apenas uma decisão de governo, acima de tudo é uma prioridade para o Paraná, que pode enfrentar graves problemas logísticos, caso não busque melhorar a malha rodoviária”. Richa Filho garante que o Governo do Estado está em diálogo com as concessionárias para que as obras saiam do papel. “Depois de tentativas políticas e jurídicas, o Governo do Paraná optou pela negociação para conseguir a retomadas de obras e também buscar a redução das tarifas de pedágio”, explica o secretário.Na opinião do presidente da Fiep, com o recente anúncio de poucos investimentos, este é o momento ideal para que a população se mobilize e exija que o assunto seja amplamente discutido. “Não somos contra o pedágio, mas queremos transparência. Para solucionar os gargalos de infraestrutura, precisamos de modelos

que não contemplem apenas o lucro das concessionárias, mas que foquem na qualidade do serviço e no atendimento às necessidades dos usuários”, critica.Presidente da ACIL, Flávio Balan diz ser preciso discutir vários pontos – incluindo o valor do pedágio – que atrapalham o desenvolvimento do Estado. “O Paraná precisa de programas definitivos de isenção, iguais ao Paraná Competitivo, mas que sejam perenes. Isso compensaria a falta de infraestrutura, a ausência de rodovias e ferrovias duplicadas, hidrovias e o alto valor cobrado do pedágio, tudo isso é uma barreira para o desenvolvimento”, avalia.Balan lembra que não é radicalmente contra o pedágio, mas, sim, contra a forma como os valores são cobrados. “A ACIL entende que o pedágio a preço justo e com a participação da sociedade na formatação do preço e cobrança após conclusão das obras é gerador de desenvolvimento, o que não pode é este valor abusivo e não de contrapartida, é uma vergonha”, finaliza.

“A duplicação deixou de ser apenas uma decisão de

governo, acima de tudo é uma prioridade para o Paraná,

que pode enfrentar graves problemas logísticos, caso

não busque melhorar a malha rodoviária”, José Richa Filho

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PÚBLICOS ESPECIAIS

DE OLHO NASLACUNAS DO MERCADOCom o aumento do poder de compra, empresários apostam na segmentação para satisfazer nichos de um público cada vez mais exigente

agosto de 2013 | www.acil.com.br14

Por Gisele Rech

O aquecimento da economia e o aumento do poder de compra do brasileiro resultaram, dizem os especialistas, em uma maior preocupação com aquilo que antes era considerado supérfluo – a preocupação com o que vestir entra nessa lista. Dentro de um amplo estudo elaborado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, o setor do vestuário aparece abocanhando 4,1% do PIB. Para chegar a esse número expressivo, uma das principais apostas do setor é investir na satisfação de clientes cada vez mais exigentes. Um dos desmembramentos da prática é a segmentação do mercado, que aposta em nichos específicos, repleto de consumidores ávidos por ver suas necessidades – e especialmente, seus desejos – plenamente atendidos. Neste processo, a tecnologia na criação de novos tecidos e a modelagem cada vez mais cuidadosa são aliadas fundamentais.O empresário Marcelo Marques, da marca londrinense para gestantes Due Vita, atentou à mudança no mercado consumidor e promoveu verdadeira reformulação na marca. “Com novos tecidos e catálogo de modelagem com vários modelos de grávidas brasileiras, passamos a apostar fortemente na dupla elegância e conforto”, diz. Atento a um mercado que, segundo ele, engloba 1,5 milhão de mulheres ao ano (0,7% da população) e que, como a maioria dos brasileiros, teve um aumento significativo no poder de compra, a marca trocou as modelagens soltas pela modelagem fit, cujos modelos são desenvolvidos por estilistas de aguçado senso estético. “Temos um estudo minucioso do corpo das gestantes brasileiras e isso é fundamental para fazer modelos mais ajustados”, explica o empresário. Outra preocupação é com o tecido, que tem que ser ao mesmo tempo bom para a modelagem e confortável para a mulher. “A indústria têxtil evoluiu muito nos últimos anos, misturando fibras que resultam em tecidos bonitos e agradáveis ao toque”, diz. Com um produto diferenciado à disposição, as gestantes estão consumindo mais. “Antes as mulheres compravam em torno de cinco peças para acompanhá-las por toda a gestação. Agora elas voltam mais vezes à loja”. Hoje, a comercialização de produtos da marca é feita na loja de fábrica, que fica na rodovia Celso Garcia Cid, mas há planos de instalação

Marcelo Marques: “Antes as mulheres compravam em torno de

cinco peças para acompanhá-las por toda a gestação. Agora elas voltam

mais vezes à loja”

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 15

de lojas em shoppings. “Também estamos investindo forte no e-commerce, com os olhos voltados ao mercado externo, em países como Colômbia, Peru, Angola e Argentina”, comemora o empresário.

Mais que um luxo, uma necessidadeO empresário Cléber Takeuchi, da Storm Strong, usou o próprio know-how de lutador para investir em outro público segmentado e crescente: os praticantes de artes marciais. Atleta de jiu-jitsu desde 2001, ele sabe exatamente o que é necessário para que o quimono seja um aliado durante as lutas. “Basicamente, é fundamental que o corte seja mais ajustado do que um quimono convencional, usado no judô”, explica. Foi com esse conhecimento prévio, adquirido nos tatames, que ele acabou enveredando para o ramo da confecção. “Nunca havia trabalhado com isso, mas percebi que havia uma carência no setor e decidi investir”. A empreitada começou no Japão, em meados dos anos 2000, quando o MMA tinha o oriente como palco principal. “Fiz uma parceria com um empresário local e comecei a fornecer quimonos para ele”. De volta ao Brasil, o empresário percebeu a lacuna no mercado de quimonos e decidiu investir na ideia. Porém, atender à demanda crescente não foi fácil, já que a febre das artes marciais no Brasil veio um pouco depois da ideia da marca. “Até pouco tempo ainda havia preconceito em relação às lutas. Tive que pegar dinheiro emprestado da família para começar, pois os bancos ficaram com receio de emprestar por ser um ramo novo”, diz. Dos pais, Jacira e Hidekazu, não ganhou apenas o apoio para começar, mas também um reforço na linha de produção. “São eles que fazem todo o trabalho de acabamento, que dá todo o diferencial ao nosso produto”, explica. O trabalho quase artesanal inclui o cuidado na arte-final dos bordados personalizados feitos para academias.Além da linha de quimonos, Takeuchi aposta também em shorts e bermudas para a prática de muay thai e MMA, respectivamente, e também em camisetas. Visionário, o empresário quer criar dentro do mercado das lutas um conceito semelhante ao do surf wear. “Isso amplia a pasta de negócio”, diz. Nesta jornada, a reformulação do site para fortalecer as vendas online é uma estratégia dos planos de expansão. “Já somos uma das principais marcas no sul do Brasil. A intenção é crescer cada vez mais, aproveitando a grande demanda de praticantes de lutas no país e no mundo”.

NÍVEL DE EXIGÊNCIA DOS CLIENTES É CADA VEZ MAIOR

Cleber Takeuchi: “Até pouco tempo ainda havia

preconceito em relação às lutas. Tive que pegar dinheiro emprestado da

família para começar, pois os bancos ficaram com

receio de emprestar por ser um ramo novo”

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Moda sustentávelDe olho na crescente preocupação das pessoas com a preservação do meio ambiente, a estilista e empresária Bianca Baggio também aposta na segmentação de mercado, com o diferencial de oferecer um produto que tem como valor agregado o desperdício zero. Da linha de produção da marca Bianca Baggio, ela reaproveita boa parte das sobras da confecção dos modelos para desenvolver a coleção ECOB, uma linha pautada no conceito da sustentabilidade. “De quebra, o cliente que compra a marca também leva um produto exclusivo, já que com pedaços menores fica praticamente impossível criar um modelo igual ao outro”, explica. Na prática, o molde usado costuma ser o mesmo, mas o produto final sempre tem um detalhe que acaba o tornando único. “O produto vem chamando a atenção especialmente de consumidoras das capitais e de outros países, que compram virtualmente”. Aliás, é apostando na modalidade do e-commerce que a empresária pretende expandir a marca e o conceito sustentável. No final deste mês (agosto), entra no ar o novo site www.biancabaggio.com.br, que trabalha tanto a linha Bianca Baggio quanto a ECOB.A ideia de apostar nessa linha começou a surgir nos bancos da faculdade de moda, quando Bianca conheceu de modo mais aprofundado como evitar desperdício de material e, dessa forma, diminuir os resíduos despejados no meio ambiente. “Uma única calça diz gera resíduos de metais na produção de botões, do tecido e por, fim, no corte, no momento em que está sendo confeccionado”, alerta. E é justamente nessa última etapa de desperdício que a empresária coloca a mão na massa. “Além de ajudar o planeta, acabo lucrando 20% a mais com os tecidos, já que evito a ida dos retalhos para o lixo”, explica. O que ela não utiliza desses retalhos menores, acaba indo para projetos sociais. Com essa economia, a empresária pode praticar preços justos e ainda assim ter lucro. “Apesar de trabalhar com peças exclusivas, a ideia é difundir a sustentabilidade, tornando os preços acessíveis ao bolso do consumidor médio.”

ServiçoDue Vita Futura Mamma - www.duevita.com.br | Rodovia Celso Garcia Cid, 1.605 | Telefone: 43 3321838

Storm strong - www.stormstrong.com | Telefone: 43 3304-6001Ateliê Bianca Baggio - www.biancabaggio.com.br | Rua Francisco Gabriel Couto, 420 | Telefone: 43 3029-8694

Bianca Baggio: “De quebra, o cliente que compra a marca

também leva um produto exclusivo, já que com pedaços

menores fica praticamente impossível criar um modelo igual

ao outro”

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 17

Por Susan Naime

O Programa de Metas, que institui a obrigatoriedade de apresentação pelo prefeito eleito ou reeleito, no prazo de 90 dias após sua posse, do Programa de Metas e Prioridades do Poder Executivo, deve voltar em breve à pauta da Câmara de Londrina. O compromisso foi firmado durante reunião do Núcleo Desenvolve Londrina, na ACIL, juntamente com o presidente da Câmara, Rony Alves (PTB). O debate sobre o Projeto de Emenda à Lei Orgânica 2/2012 ou também chamada Lei de Metas teve início no ano passado quando entidades londrinenses buscaram apoio no Legislativo. A iniciativa para a tramitação da matéria foi do vereador Gerson Araújo, com a assinatura de demais legisladores. Porém, o texto recebeu parecer contrário da Procuradoria Jurídica da Casa com a justificativa de vício de iniciativa e o projeto foi retirado de pauta. Segundo o coordenador do Núcleo Desenvolve Londrina, Gerson Guariente, o projeto já está sendo elaborado pelo Executivo.

Parcerias Público PrivadasA Lei Municipal 11.117/2011, que trata das Parcerias Público Privadas, também foi tema da reunião entre o Núcleo Desenvolve Londrina e Rony Alves. A matéria foi aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito na época, Barbosa Neto (PDT). Porém, das sete emendas apresentadas pelos vereadores, Barbosa Neto vetou cinco integralmente e uma parcialmente. Ao retornar à Câmara, o Legislativo reestabeleceu algumas dessas emendas ao corpo da lei. Com a aprovação, vários projetos existentes poderiam ser desenvolvidos com as parcerias público privadas. No entanto, o resultado parece não ter atendido as expectativas dos empresários. “É preciso rediscutir essa lei de forma que ela permita que os investidores interessados em colocar recursos em parcerias consigam a oportunidade de fazer isso. Da forma como ela está montada ninguém tem interesse. Queremos uma lei moderna, dinâmica e que venha de encontro com o poder público e a iniciativa privada”, argumenta Gerson Guariente.

PROGRAMA DE METAS DEVE VOLTAR À CÂMARA DE LONDRINA O texto propõe que o prefeito eleito discrimine suas ações estratégicas propostas na campanha eleitoral e os indicadores de desempenho

Leis enxutas e eficazesSe a consolidação das leis da legislação municipal já está na pauta de discussão da Mesa Executiva da Câmara, agora o assunto ganhou apoio extra. O Núcleo Desenvolve Londrina defende que seja feita uma repaginação das regras locais. A ideia seria atualizar (em alguns casos até mesmo reunir) essas leis em um único diploma legal. “Achamos que é uma iniciativa fantástica tirar da aplicação coisas que não tem finalidade. Aí sim vamos conseguir enxergar o que funciona e está sendo necessário”, explica o coordenador do núcleo Gerson Guariente. Se o assunto for pra frente será necessário criar um setor específico para desenvolver o trabalho.

Fiscalização de LeisVale lembrar que a Câmara já possui uma Comissão Especial de Avaliação e Viabilização de Leis. O grupo tem feito uma verdadeira varredura nas matérias aprovadas entre os anos de 2000 e 2012 para saber se as mesmas estão sendo cumpridas. No total, 3.766 leis foram analisadas. Agora, os vereadores aguardam informações do Executivo sobre 69 diplomas legais que podem não estar sendo executados conforme manda a legislação. O prazo para que todas as atividades sejam concluídas vence em 21 de agosto, mas poderá ser prorrogado pelo período de 90 dias.

Diálogo renovadoSobre os três temas que foram abordados durante reunião do Fórum Desenvolve Londrina, o presidente da Câmara, Rony Alves, acredita que a renovação na política de Londrina – tanto no Legislativo como no Executivo, poderá facilitar e beneficiar a retomada das discussões no Legislativo. “Acredito que teremos um diálogo mais aberto e tranquilo, voltado ao desenvolvimento urbano e comercial”, ressalta o vereador.

Aplausos a Gerson AraújoO presidente Rony Alves lamentou a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que votou de forma unânime pela cassação do mandato do vereador Gerson Araújo (PSDB) por entender que ele ficou inelegível ao

assumir a Prefeitura de Londrina, em setembro de 2012, quando era presidente da Câmara. “Ele é uma pessoa que ajuda muito a apaziguar certas situações e será uma perda considerável. A população poderia aplaudi-lo em pé pois quando a cidade estava sem prefeito, ele atendeu o chamado mesmo sabendo da campanha para vereadores. Ele foi o homem que conduziu de forma pacífica os seis últimos meses de Londrina em 2012”, disse.

Entenda o casoO pedido de anulação da candidatura do vereador foi protocolado pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC). A legenda apontou vantagem na campanha eleitoral do tucano no ano passado. Gerson Araújo era presidente da Câmara e assumiu interinamente o comando da Prefeitura após a renúncia de José Joaquim Ribeiro, preso pelo Gaeco, acusado de receber propina. Ribeiro, por sua vez, era vice de Barbosa Neto, que foi cassado pela Câmara Municipal em julho de 2012.

Tiro saiu pela culatraOutra reivindicação do PTC foi a invalidação dos 4.332 votos obtidos por Araújo. Se acatado, o quociente eleitoral do tucano passaria de 13.699 para 13.447. Seria a oportunidade aguardada pelo PTC para ingressar à cadeira vaga o ex-vereador Roberto Fortini, que alcançou 13.513 votos na campanha de 2012. No entanto, o TRE decidiu pela não invalidação dos votos, o que faz com que o suplente da coligação PSDB, PHS e PSB, Amauri Cardoso, assuma o posto.

Farra dos DiplomasO presidente da Câmara, Rony Alves, já tem em mãos o relatório entregue pela Procuradoria Jurídica da Casa com a análise dos certificados que ficaram conhecidos como “farra dos diplomas”. O próximo passo será criar uma comissão interna que vai avaliar se houve ilícito e qual será a pena para o ato cometido. Durante o processo também será dada a oportunidade de defesa e contraditório de cada funcionário.

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agosto de 2013 | www.acil.com.br18

Por Fernanda Carreira

Num mercado cada dia mais competitivo, destacar-se como uma empresa socialmente responsável tem sido a estratégia utilizada por diversas companhias para atrair mais clientes e investidores. É neste cenário que começa a ganhar força dentro das médias e pequenas empresas os programas de `Compliance´, conceito já conhecido no mercado financeiro e nas organizações controladas pelo poder público, mas que agora chega às empresas de ramos diversos como uma ação que ultrapassa o campo do cumprimento de regras.O termo ̀ Compliance´ é originário do verbo em inglês to comply, cujo significado é “agir de acordo com uma regra”. Como explica o advogado de Londrina, Gabriel Bertin, o programa nada mais é do que a aplicação de

ORGANIZAÇÃO

um conjunto de informações para o bem atuar de uma

empresa, seja ela de qual área de atuação for.“São disciplinas para fazer

cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para

o negócio, com o intuito de evitar, detectar e tratar qualquer

desvio ou inconformidade que possa ocorrer”, define.

Bertin destaca que, de forma geral, a aplicação de programas

como o compliance previne problemas jurídicos que acabam gerando despesas,

preocupação e prejuízo ao nome da companhia, que nem mesmo os empresários poderiam imaginar. “A ação dá maior transparência e segurança aos investidores de que todos os parâmetros éticos e orientações estabelecidos e divulgados pela empresa serão cumpridos”, salienta.O programa não exige qualificação específica

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EMPRESAS CHEGAM A CRIAR MANUAIS DE CONDUTA PARA FUNCIONÁRIOS

e pode ser realizado por advogados, administradores ou contadores, em conjunto ou não. Empresas maiores podem, até mesmo, possuir um departamento próprio de compliance, enquanto as menores podem encarregar uma pessoa experiente e com grande conhecimento no negócio para atuar na área, de acordo com ele. “A tarefa é basicamente a de conhecer profundamente a operação da empresa e as normas existentes, seja na esfera municipal, estadual, federal, e adequar essa operação à legislação”, detalha. “Muitas vezes é preciso até criar um manual de conduta para os funcionários e sócios, informando como se comportar em determinadas situações, seja com clientes, fornecedores ou poder público.”Ele informa que o setor jurídico que atende a empresas é o mais envolvido na formação dos programas de compliance no Brasil. “O advogado criminalista, que normalmente é procurado quando o problema já aconteceu, está passando a atuar mais preventivamente, com intuito de evitar a prática de crimes”, explica.Para Bertin, entre os setores mais sujeitos a problemas e que mais tem mostrado necessidade de organização interna para se estabelecer regras de conduta estão as que participam de licitações e precisam de orientação sobre como lidar com o poder público e empresas que possuem operação que gere risco ambiental, como reflorestadoras, importadoras de pneus. “Muitas estão sujeitas a praticar crimes que sequer conhecem”, alerta. “Neste caso, o advogado pode, por exemplo, criar um manual de atuação, abordando, itens sobre como se comunicar, o que deve ser evitado, o que pode ser mal interpretado etc.”, orienta.

“Aprendemos com o erro e tivemos a oportunidade de fazer diferente”Na região metropolitana de Londrina, várias empresas já possuem esse tipo de consultoria preventiva, de acordo com o advogado Gabriel Bertin. Uma delas é a empresa Ricopeças, de Cambé, que há 29 anos atua na distribuição de aparelhos eletrônicos nas áreas de automação, informática e telefonia e, há pelo menos cinco, importa produtos da China e dos Estados Unidos. A aplicação dos programas de Compliance na companhia teve início em maio de 2012, após a apreensão de um container pela Receita Federal, quando a empresa realizava a importação de uma carga. “Pela falta de conhecimento na área e de uma consultoria que entendesse melhor do assunto na época, acabamos realizando a atividade de maneira errada e isso só nos trouxe prejuízo”, conta

o diretor administrativo da empresa, Rodrigo Almeida, acrescentando que com a apreensão do container, a empresa teve um prejuízo de cerca de R$ 500 mil. “Nós aprendemos com o erro e tivemos a oportunidade de fazer diferente, mas nem todas as empresas têm a capacidade de absorver um prejuízo como esse, por isso é tão importante esse tipo de consultoria preventiva. Cada erro cometido hoje numa empresa significa prejuízo financeiro ou mesmo perda de cliente”, completa.Após a surpresa desagradável com a apreensão da carga, Almeida explica que a empresa passou a analisar todos os processos de importação de peças e exportação dos cerca de 10 mil produtos comercializados para os estados brasileiros para adequá-los ao que exige a legislação nacional e internacional de importação e exportação. A consultoria tributária realizada para a Ricopeças é terceirizada e é realizada semanalmente para que nada passe despercebido pelo grupo.“Hoje, a Ricopeças trabalha 100% formal, tudo tem nota e cada operação é realizada dentro da legislação brasileira e internacional”, detalha. “Nos sentimos muitos mais tranquilos para importar e exportar.”

Programas ainda caminham a passos lentosNo Brasil ainda são poucas as empresas que adotam bons programas de controles internos e conformidade. Talvez um incentivo para isso esteja no projeto de lei Empresa Limpa (Projeto de Lei 6.826/2010), em tramitação em comissão especial da Câmara dos Deputados. O projeto prevê punição a empresas cujos executivos, lobistas ou representantes corrompam agentes governamentais, sejam eles de quaisquer escalões.No caso de empresas que tenham adotado medidas de prevenção e controle a tentativas de corrupção, o advogado Gabriel Bertin detalha que já existe um debate sobre a possibilidade destas terem sanções de multas excluídas e se responsabilizarem pela reparação do dano. Neste caso, a existência de controles internos, como os programas de compliance poderão amenizar as penalidades.

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NOVO

S M

ERCA

DOS

Por Susan Naime

Houve um tempo em que exportar produtos para outros países era considerado algo surreal para alguns empreendedores, principalmente o pequeno empresário. Hoje, ganhar o mundo exibindo a própria marca faz parte de um sonho comum no ramo dos negócios. Entretanto, antes de querer se internacionalizar, a empresa precisa cumprir alguns passos importantes, como procurar especialistas da área para traçar um diagnóstico e escolher qual é o melhor mercado para o seu produto. Esse foi o objetivo do 1º Fórum de Negócios Internacionais em Londrina, realizado na sede da ACIL. Para a especialista em negócios internacionais da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Mônica Vanise Araújo da Costa, o Brasil possui um parque industrial grande, assim como as suas oportunidades. Segundo ela, Ásia, África e América Latina são destinos promissores para a atividade. Porém, a escolha por um deles dependerá do grau de maturidade do empreendedor. “A América Latina fica mais fácil pela proximidade em termos

geográficos, língua e cultura. A Colômbia, Peru e Venezuela, por exemplo, são países que demandam produtos que a gente ainda não explorou todo o potencial. Já alguns países africanos, principalmente na África Austral, possuem uma proximidade cultural com o Brasil. É um destino onde a economia está em crescimento. E eles vão demandar exatamente o que o Brasil é especializado: produtos com maior valor agregado”, explica a especialista.

Da mesma opinião compartilha Ricardo Latkani, representante no Brasil da Walvis Bay Corridor Group (WBCG), que acaba de voltar de uma viagem de 20 dias na África. Aliás, nos últimos 18 meses Latkani esteve 12 vezes no local. Para ele, sobram qualidades e motivos para escolher os países africanos como destino de exportação, mesmo com os expressivos números que refletem a realidade de algumas regiões. Hoje a África possui mais de um bilhão de habitantes. Até 2015, ela terá a necessidade de consumir US$

95 bilhões em infraestrutura. Quando a população de lá chegar a dois bilhões, ela será capaz de produzir somente 13% do alimento para essa população. “Quando olho tudo isso tenho uma crença absoluta de que dependendo do movimento que os empresários brasileiros

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“NENHUMA TAREFA É IMPOSSÍVEL SE EXISTE PERSISTÊNCIA”

fizerem, juntamente com o governo brasileiro, podemos mudar muito esse panorama. Nós temos as ferramentas, mas precisamos utilizar com consciência. Sair da zona de conforto é que vai fazer com que o empresário industrial brasileiro tenha condições de colocar os seus produtos ali”, ressalta.

Ásia, um mercado possívelJá dizia o provérbio chinês “neste mundo não existe nenhuma tarefa impossível, se existe persistência”. Assim podemos classificar o desafio de escolher a Ásia como mercado. O primeiro fator complicador para o destino esbarra na distância, já que o Brasil não possui rotas marítimas regulares, fáceis ou diretas para lá. Isso faria os produtos nacionais chegarem ao seu destino final sem preços competitivos. Outra dificuldade está relacionada à concorrência. Apesar da Ásia abrigar um mercado com intenso crescimento – a exemplo da China, o local fabrica muitos produtos semelhantes ao brasileiro. “Os produtos acabados, como móveis e confecções, são muito semelhantes. O

empresário brasileiro, para entrar nesse mercado, tem que procurar nicho. O preço não é o principal fator para alcançar este destino e, sim, o diferencial do produto. São países que possuem classe alta grande”, avalia Mônica da Costa. Só a classe média da China é maior que toda a população brasileira. “Podemos alcançar esse mercado com produtos de valor agregado e qualidade mais elevada. Produtos ‘top’”, ensina a especialista.

A curtos passos Para que a empresa atue de forma consistente no ramo da exportação é preciso um preparo interno antes de alcançar o mercado internacional. Todo o ciclo da internacionalização pode demandar um trabalho de pelo menos dois anos. De acordo com a especialista da Apex, Mônica da Costa, o empreendedor terá que definir a linha de produtos e qual o volume vai utilizar para exportar, além de criar um preço para a exportação. “Mas não adianta fazer isso se não tiver uma base preparada. Também não adianta o empresário querer exportar hoje e, amanhã, quando o mercado interno começar a melhorar, ele sair da atividade da exportação e se dedicar somente ao mercado interno. Essa atividade tem que se tornar uma estratégia da empresa. A gente não acredita que se tome a decisão hoje e exporte daqui a seis meses”, explica. O mercado internacional sofreu muito com a crise de 2008, originada no setor hipotecário dos Estados Unidos. O episódio teve como marco

a quebra do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro do mesmo ano. Hoje, muitos países europeus ainda não se levantaram da queda. Mas para quem pensa que o fator econômico pode ser tornar a principal barreira para a exportação, está enganado. Também é importante entender um pouco da cultura do país destino e adequar os produtos. “Se o empresário não entender os seus possíveis clientes, ele pode perder dinheiro e ficar no prejuízo sozinho. Isso engloba a questão das embalagens, cores, certificação dos produtos alimentícios e até formas de pagamentos”, revela Mônica da Costa.

Maturidade indispensávelDados do PEIEX, um projeto da Apex-Brasil em parceria com a Fundação Araucária de incremento à competitividade e promoção da cultura exportadora empresarial, apontam que só neste ano cerca de 170 empresas em Londrina estão sendo preparadas para iniciar ou, em alguns casos, retomar o ramo da exportação. “Tem quem nunca exportou, as que estão no início, as que já exportaram, pararam e, agora, estão voltando”, informa o coordenador Peiex da Região Metropolitana de Londrina, Paulo Bombassaro. Todos esses atendimentos são realizados com o objetivo de melhorar a empresa para que ela tenha controle estratégico, setor de recursos humanos funcionando de forma adequada e controle de qualidade efetivo para, posteriormente, focar no mercado internacional. “Mais do que falar se Londrina exporta muito ou pouco, é dizer que a cidade tem um caminho longo, enorme, por uma série de questões: cultural, estratégica, geográfica. Então, temos por aí tudo isso que precisa ser vencido”, diz Bombassaro. Para ele, mais que vontade, é preciso maturidade dos empresários. “A gente identifica muito claramente no setor empresarial que exportação e mercado externo ainda não são uma pauta estratégica sólida em relação ao mercado da empresa. Mas notamos a vontade dos empresários. Portanto, é preciso dizer que o mercado internacional é possível sim e pode dar certo. É uma primeira ação que se faz dentro da empresa, depois aquilo se torna rotina. Mas é preciso ter vontade”, ressalta. O 1º Fórum Internacional de Negócios foi promovido com a parceria da ACIL, Instituto Mercosul, Peiex Paraná, Sebrae e Terra Roxa Investimentos.

Mônica Vanise Araújo da Costa: “Cada destino tem o seu diferencial. Vai depender muito do grau de maturidade do empresário na atividade exportadora. Se ele ainda está num nível iniciante o ideal é ele atingir um mercado mais próximo”

Ricardo Latkani: “Sair da zona de conforto é que vai fazer com que o empresário industrial brasileiro tenha condições de colocar os seus produtos ali”

“O mercado internacional é possível sim e pode dar certo. É uma primeira ação que se faz dentro da empresa, depois aquilo se torna rotina”, Paulo Bombassaro, coordenador Peiex da Região Metropolitana de Londrina

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agosto de 2013 | www.acil.com.br22

MERCADO

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SHENZEN SALTOU DE 30 MIL PARA 1,5 MILHÕES DE HABITANTES

Associação Comercial e Industrial de Londrina 23

Por Renato Oliveira

Hong Kong, Pequim, República do Cantão, Shangai e Shenzen. Cinco dos principais polos econômico-industriais da China foram visitados por três empresários londrinenses – dois no final do primeiro semestre deste ano e um em 2011 –, que saíram de lá com a impressão de que o Brasil precisa passar por uma transformação política, econômica e cultural se quiser mais destaque entre as potências do bloco dos países emergentes, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).Para isso, é necessária uma reforma tributária mais consistente que a série de desonerações fiscais dos dois últimos anos do governo federal, e investimentos em inovação tecnológica e infraestrutura. Foi a essa conclusão que chegaram o industrial Nivaldo Benvenho e o varejista Brasilio Armando Fonseca, que estiveram no país oriental entre maio e junho e visitaram várias cidades em busca de informações sobre o funcionamento de processos de produção e aproveitamento de mão de obra dentro de empresas, sistema tributário, desenvolvimento tecnológico e o formato do varejo.O engenheiro civil Gerson Guariente visitou por duas vezes a região em épocas diferentes, a primeira vez em 1981, quando o país havia acabado iniciar uma reforma econômica, e a última em 2011, e conseguiu observar uma evolução gritante em termos de infraestrutura como no sistema aeroportuário, rodoviário, transporte público e até o uso do modal pluvial nas cidades.O modelo de sistema tributário, e obviamente o volume de impostos arrecadados por cada país, é o principal fator competitivo quando se fala na diferença entre preços de custo e final. Segundo pesquisa realizada pela UHY, rede internacional de contabilidade e consultoria empresarial, o Brasil foi em 2012 o país com maior percentual de tributos pagos pela população em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) entre os Brics, com 34% do total. O número é superior ao da China, que arrecadou 23% de impostos do PIB anual.Industrial do ramo gráfico e ex-presidente da ACIL, Benvenho estuda a distância o modelo de produção chinês há mais de 10 anos. Na última quinzena de junho, ele percorreu Pequim, Hong Kong, Shangai e Shenzen durante viagem de trabalho, a convite da multinacional alemã da área de impressão Heidelberg, para colher informações sobre o peso da carga tributária na produção local e ainda conhecer como funciona o sistema de gestão de processos de produção e mão de obra do país oriental.Para ele, o modelo de cobrança de impostos chinês permite que uma empresa compre matéria-prima no Brasil e que os artigos depois de manufaturados cheguem a preços mais convidativos

que os praticados pelos industrializados brasileiros. “O primeiro fator é que o produto quando

é exportado para outro país, como a China, possui imposto quase

zero. Só pagam os encargos trabalhistas, referentes

ao custo da mão de obra”, conta.

Outra vantagem, de acordo com Benvenho, é a devolução dos tributos por parte do governo chinês quando a mercadoria é destinada à exportação. “Isso significa que nessas situações ele pode vender a uma margem 12% menor que os concorrentes do mercado destino. A matéria-prima ele já compra sem impostos. E quando recebe de volta os encargos, vai ter como custo apenas os gastos com transformação do produto. Isso significa ter um produto que compete com uma margem entre 30% e 40% menor que o manufaturado brasileiro”, analisa.Os gastos com encargos trabalhistas também pesam mais na planilha de gastos do empresariado brasileiro. Benvenho afirma que na China o custo dos impostos com mão de obra é da ordem de 30% do total pago em salários, mais de duas vezes inferior ao praticado no Brasil que é de 70% da folha de pagamento.Benvenho notou que a organização de processos internos de produção é outro ponto forte da China, passível de ser aplicado inclusive em sua empresa em curto prazo. Ele explica que os chineses cuidam de perto dos processos e procedimentos industriais e empresariais. “O mercado interno deles é mais competitivo que o brasileiro. Nós ainda não cuidamos de todas as vírgulas, que eu chamo de controlar o tempo que cada processo na escala de produção leva para ser executado”, detalha. Para ele, sem a reforma tributária “urgente”, é necessário lutar para melhorar a qualidade do serviço, reduzindo o desperdício e focando na competitividade para fazer frente à China, Índia e outros concorrentes internacionais.

ComércioO varejista e diretor de Comércio Internacional da ACIL, Brasilio Fonseca, também passou 15 dias visitando as mesmas quatro cidades, no final de maio, por meio do programa Global Leadership, do Sebrae/PR, voltado à formação do empresário brasileiro com base em técnicas a empresas de referência mundial e universidades de outros países. O empresário colheu impressões distintas nas visitas que fez a cada cidade. Em Hong Kong, que foi a primeira parada, ele ficou encantado com a arquitetura dos prédios que são vazados para que consigam suportar os tufões, muito comuns no país oriental. “É uma cidade futurista. E por causa da pujança econômica, está o tempo todo em obras”, diz.Em Shangai, ele comparou o preço de uma diária de hotel e constatou que por US$ 218 é possível se hospedar em um quarto que custaria no mínimo o triplo no Brasil. “A relação custo e benefício é bem mais justa. O setor de serviços por lá oferece mais por custos menores ao consumidor.”Fonseca observa que o varejo brasileiro é mais individualista que o chinês, que possui lojas de ruas e shoppings com portas de acesso entre si. “Aqui o comerciante é muito territorialista. Lá vi camelôs, lojistas de rua e de shopping convivendo em harmonia. É muito diferente daqui. Outro fato que observei foi a presença de lojas de extremo luxo nos mesmos shoppings que vendem artigos populares”, analisa.Mas foi em Pequim onde o comerciante teve mais contato

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com lojistas populares. Ele conta que as lojas são apertadas e os vendedores não podem ir até o corredor e tentar atrair os consumidores ou turistas para entrarem no estabelecimento deles. O horário de funcionamento em algumas cidades é até as 21h30.Outro detalhe é que não existem etiquetas com preços nas mercadorias. Fonseca conta que resolveu comprar uma camisa social em um camelódromo e começou a pechinchar com a atendente. “Consegui baixar o valor em quatro vezes o preço inicial. Abri a carteira, ela viu que eu tinha só aquilo mesmo e entregou a mercadoria. É uma negociação sem malandragem.”A cidade de Shenzem reservou um dos momentos de maior surpresa ao varejista londrinense. O local é um dos maiores polos tecnológicos da China, que entre 1981 e 2013 saltou de 30 mil para 15 milhões de habitantes. Após visitar indústrias das áreas médica e automobilística – esta que investe na tecnologia de carros elétricos – quem mais chamou atenção foi uma empresa da área de tecnologia da informação, a Huawei, que desenvolve inovações para celulares.Ele destaca que a empresa, em 15 anos, conseguiu ocupar o terceiro lugar no mercado mundial de telefonia e transmissão de dados, perdendo apenas para as centenárias Phillips e Siemens. Segundo Fonseca, a “menina dos olhos da empresa” é uma tecnologia que consegue descentralizar a captação de sinais das antenas de celulares, melhorando a conexão em locais com aglomerações de pessoas como estádios de futebol. “Eles criaram microantenas que ficam em postes nas ruas ou divididas em vários setores de um estádio de futebol para facilitar o acesso a dados e reduzir problemas de falta de sinal. Ou seja, a cada dez microantenas você substitui uma daquelas enormes, gastando menos dinheiro e oferecendo mais eficiência”, explica.

InfraestruturaO presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscom) e empresário do ramo, Gerson Guariente, teve a oportunidade de estar em dois momentos distintos na China. A impressão, se comparada à primeira vez, em 1980, e a segunda, há pouco mais de dois anos, em 2011, foi, no mínimo, gritante. Ele cita como exemplo clássico a situação dos aeroportos chineses, que há 22 anos se assemelhavam às rodoviárias brasileiras e hoje chegam a medir quase 1 milhão de metros quadrados, como é o caso do Aeroporto Internacional de Pequim, maior e mais movimentado do país com fluxo anual de 78 milhões de passageiros.“Lembro claramente que na primeira vez saí do Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, que não era perfeito, mas era moderno. Quando cheguei à China a situação do aeroporto era deplorável. Até o de Londrina, que era bem modesto e sem recursos, era melhor que o Aeroporto Internacional de Shangai. Você descia do ônibus com a mala e tinha uma mesa no meio do estacionamento, onde era feito o check-in. E depois tinha que se virar com a bagagem. Nem coberto era”, compara.

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Brasilio Fonseca: “Aqui o comerciante é muito territorialista. Lá vi camelôs, lojistas de rua e

de shopping convivendo em harmonia. É muito diferente daqui”

Nivaldo Benvenho: Isenções e devoluções de tributo fazem com que produto chinês tenha uma margem entre 30% e 40% menor que o

manufaturado brasileiro

Qualidade do transporte público chamou a atenção de Gerson Guariente, ônibus, metrôs e

trens funcionam na mais perfeita ordem e as ruas e rodovias não possuem um buraco sequer

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Em 2011, a sensação foi inversa: Guariente saiu do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, que agora parece um terminal rodoviário, com atendimento, serviços e salas de espera ruins e complicados de utilizar. Ao aterrissar em Pequim, o tempo gasto por ele para passar pelo setor de imigração foi de 10 minutos, com checagem de dados e liberação de bagagem, tudo por meio de leituras de digitais. “Fiquei impressionado. Ainda mais depois da experiência ruim que tive há 22 anos.”Guariente observa que os modais de transporte público como ônibus, metrôs e trens funcionam na mais perfeita ordem. As ruas e rodovias não possuem um buraco sequer. “Cidades consideradas pequenas para os padrões chineses possuem mais linhas do que necessário”, diz. A República do Cantão, ou Guangzhou, uma cidade de 8 milhões de habitantes e considerada pequena para os padrões chineses, chamou atenção pelo sistema de transporte fluvial. Ele explica que a cidade possui oito portos fluviais cujo principal meio de circulação é o rio. Ele diz que a cada quilômetro você encontra viadutos e pontes de transposição, que ligam um lado da cidade ao outro. “Você trafega entre os dois lados do rio como se estivesse andando normalmente dentro da cidade, sem a presença do rio como obstáculo”, comenta.

“O capitalismo democrático ainda é melhor”, diz empresário Economia socialista de mercado. Uma ditadura disfarçada sob o manto de comunismo, que aceitou o capitalismo como modus operandi na esfera econômica. Várias são as tentativas de se definir o cenário político-econômico da China, que depois da morte de Mao Tse-Tung, conheceu nas mãos de Deng Xiaoping uma reforma que introduziu o capitalismo no país, mesmo permanecendo politicamente nas mãos de um único governante: o Partido Comunista Chinês (PCC).Sem defender regimes totalitaristas, o empresário Nivaldo Benvenho acredita que o controle unilateral exercido pelo governo é o que segura o êxodo rural, proibindo a população de se mudar arbitrariamente do campo para a cidade e assim criar bolsões de miséria nos grandes centros, além de manter em ordem um país de população de escala estratosférica – quase 2 bilhões de habitantes. “O povo gosta do regime que vive. A China é um capitalismo com regras e controle. Olhando a China e vendo o tamanho e diversidade, se um dia se transformar em democracia, vai se desintegrar. O êxodo rural pode desencadear,

por exemplo, uma crise sem precedentes”, afirma.Para o engenheiro Gerson Guariente,

a vantagem do regime comunista chinês é que a execução de

qualquer projeto, seja econômico, cultural ou

educacional é seguido à risca. “Para

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nós que vivemos uma plena democracia é impensável. Mas faz pensar que precisamos avaliar o quanto esse regime que permite a liberdade de expressão precisa evoluir, no sentido de atender às nossas necessidades e não apenas o que está na cabeça do governante”, pondera.Para o presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Cláudio Tedeschi, a ausência das liberdades individuais pesa de maneira negativa no bem-estar da população. A prova disso é que, segundo ele, nenhum outro país de regime político totalitarista ocupa o ranking dos 30 melhores países no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Até que apareça outro regime que prove o contrário, capitalismo democrático ainda é o melhor para se viver. Ele gera riqueza e abre espaço para o crescimento do indivíduo e da nação”, acredita.Guariente diz que o processo de melhoria na qualidade de vida dos chineses vai necessariamente culminar na luta pelas liberdades individuais. “Esse é o grande desafio da China nos próximos anos. A partir do momento que você cria condições para a pessoa crescer, não tem como não chegar a um ponto e não questionar as liberdades individuais. O acesso à informação é direcionado pelo Estado. E isso um dia vai ter que ser resolvido.”

LUTA POR LIBERDADES INDIVIDUAIS É O GRANDE DESAFIO NOS PRÓXIMOS ANOS

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Lojas ficam abertas até mais tarde e não há etiquetas com preço da mercadoria nos produtos

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APROXIMAÇÃO

Por Thamiris Geraldini

Um grupo de empresários italianos em Sassuolo procura pesquisadores da Universidade de Modena. A solicitação é para

que seja desenvolvido um material de revestimento cerâmico com baixa absorção de água. Após cinco anos de

pesquisas, testes e empenho, os pesquisadores da universidade desenvolvem o produto

correspondendo exatamente às expectativas dos empresários. Esta é a história do surgimento do

porcelanato e um dos muitos exemplos bem-sucedidos que resultaram da parceria entre indústrias e academia.

Com o objetivo de chamar a atenção para a importância desta união e contribuir para que as pesquisas se transformem

em produtos nas mãos de empresários, Londrina sediou a Feira Paranaense de Inovação Tecnológica – a Inovatec.

A reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Nádina Moreno, mencionou a efervescência acadêmica que existe no

município. Para ela, a rede de ensino e pesquisa que Londrina já tem disponível é suficiente para que sejam feitas parcerias de sucesso.

“É preciso motivar parcerias para o desenvolvimento de ações pragmáticas. Só assim será possível fazer com que as pesquisas se

tornem produtos que melhorem a qualidade de vida da população”.Para o vice-presidente da ACIL, Luiz Carlos Adati, é impossível haver

desenvolvimento sem estudo. “O setor empresarial não dispõe de tempo suficiente para realizar pesquisas aprofundadas que garantam

o desenvolvimento. Já a academia vive para isso. Daí a importância de unir forças; cooperação resulta em progresso”.

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De acordo com a pesquisadora e docente da UEL, Elza Iouko Ida, que durante a feira apresentou estudos na área de tecnologia em alimentos, a aproximação traz vantagens tanto para a academia quanto para o setor empresarial. “É uma

via de mão dupla. Para nós, pesquisadores, é a oportunidade de colher os frutos de tantos anos de estudo”, diz.

Na opinião do presidente da Codel e empresário, Bruno Veronesi, muitas vezes os estudiosos deixam os projetos na gaveta. Para ele, o grande entrave

entre a academia e o setor de produção é a falta de estímulo financeiro. “Para que as parcerias fluam, é preciso que os pesquisadores tenham um retorno

financeiro significativo a partir da venda dos seus estudos”, acredita. A Inovatec teve apoio da ACIL, do Londrina Convention & Visitors Bureau,

do Sebrae/PR, da Prefeitura de Londrina e do Senai.

Banco do Empreendedor é apresentado na Inovatec

Além de incentivar a cooperação entre pesquisadores e empresários, a Inovatec também apresentou oportunidades de inovação para micro e pequenos empresários.

Durante a feira, o Banco do Empreendedor compôs a grade de programação e trouxe para o público possibilidades acessíveis de expansão nos negócios.O Banco do Empreendedor tem o objetivo de facilitar o acesso ao crédito,

estimulando o desenvolvimento e a produtividade nas empresas. Neste programa, os empreendedores encontram opções de crédito com taxa de juros acessíveis e com

possibilidade de subsídio de parte desta taxa através de programas de capacitação, como o Bom Negócio, realizado na ACIL.

Por meio dele, instrutores e facilitadores apresentam um plano de negócios para cada empresa, oferecendo aos microempreendedores a possibilidade de trilharem

caminhos seguros para a inovação e, assim, aumentarem a competitividade.Para a analista de negócios da ACIL, Valéria Furlan Sitta, apresentar as opções de

créditos a juros baixos contribui para que o empreendedor se sinta estimulado a expandir seus negócios. Para ela, muitos empresários ainda acham que para

expandir é necessário grandes investimentos, por isso a necessidade de trazer este tipo de informação ao público empresarial. “É de extrema importância difundir

as opções de crédito no mercado para que os empreendedores que estão iniciando o seu negócio, ou até os que já estão consolidados, tenham conhecimento das

possibilidades de incentivo”, acredita.O Programa Bom Negócio foi lançado em novembro de 2011 em Londrina e é

referência no Estado. A ação é viabilizada por um convênio entre ACIL, Governo do Estado do Paraná, Agência de Fomento do Paraná e Sebrae-PR de Londrina.

Informações: 3374-3000.

FEIRA APRESENTOU OPORTUNIDADES DE INOVAÇÃO PARA PEQUENOS EMPRESÁRIOS

Evento teve a presença do prefeito, Alexandre Kireeff, e da reitora da UEL, Nádina Moreno

Elza Iouko Ida: “É uma via de mão dupla. Para

nós, pesquisadores, é a oportunidade de colher

os frutos de tantos anos de estudo”

O setor empresarial não dispõe de tempo suficiente para realizar

pesquisas aprofundadas que garantam o desenvolvimento. Já

a academia vive para isso. Daí a importância de unir forças;

cooperação resulta em progresso,

Luiz Carlos Adati, vice-presidente da ACIL

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STARTUPS

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SERÁ DADA A LARGADA PARA O MOVIMENTO STARTUP LONDRINA

Por Kalinka Amorim

O mercado mobile está em franca ascensão. Pesquisas revelam que, em 2014, os acessos à internet por smartphones serão muito maiores que por desktops. Antenados a essa tendência, dois empreendedores londrinenses desenvolveram aplicativos para atender à demanda. As ideias inovadoras tiveram aporte financeiro e eles vão tocar adiante suas Startups. O conceito “startup” tem origem nos EUA e significa empresa de pequeno porte, recém-criada ou ainda em fase de constituição, com atividades ligadas à pesquisa e desenvolvimento, cujos custos de manutenção sejam baixos e ofereçam a possibilidade rápida e consistente geração de lucros. As mais comuns são as startups de base tecnológica. Os modelos de negócios são sempre diferenciados e inovadores, o que atrai investidores e conquista um crescimento rápido num curto espaço de tempo. Google, Apple e Flickr são exemplos de startups de sucesso mundial. Empresas como o site de comparação de preços Buscapé e o Peixe Urbano, de compras coletivas, mostram que o conceito também chegou ao Brasil. Em Londrina, de acordo com o precursor das Startups, o Chief Tecnology Officer (CTO) Jether Alves, esse ainda é um movimento tímido, que está apenas engatinhando e que deve ganhar corpo nos próximos meses. No dia 27 de agosto, será dada a largada para o Movimento Startup Londrina, que tem à frente a advogada Alexandra Santos, do Junt.us, Espaço Colaborativo.Ela conta que o objetivo maior de trazer esse conceito para a cidade é a valorização dos profissionais e das empresas londrinense. “Queremos aproximar as pessoas com anseios em comum. Com isso a cidade fortalecerá a retenção de talentos, seu tino empreendedor e desponta nos negócios nessa área”, afirma. Alexandra explica que quando montou a Aldeia, atual Junt.us Espaço Colaborativo, pensava que haveria mais procura por Startups. “Isso era comum nos escritórios de coworking, mas não foi o que aconteceu”, lamenta. Apenas em janeiro deste ano é que a procura iniciou. “Os empreendedores nos procuraram, logo depois investidores, que antes aportavam em imóveis e em fundos de renda fixa, descobriram que esse é um negócio mais rentável e começaram a nos procurar para investir, mas só conversas aconteciam. Nada era concreto

até o início de julho”, revela. “Por isso queremos promover esse movimento que se inicia em agosto para ampliar essa cultura empreendedora que tem o Startups”, define.Os encontros do Movimento Startup Londrina já tiveram início e ocorrem toda sexta-feira, às 16 horas, na Junt.us Espaço Colaborativo (Rua Goiás, 1774)

Brincadeira que virou trabalho Jether Alves, 24 anos, deu uma virada em sua vida profissional. Tudo começou há dois anos e meio, quando era analista de sistemas de uma multinacional sediada em Arapongas. Seu foco, na época, era desenvolver aplicativos para vender produtos para pets. Cansado da rotina desgastante, começou a desenvolver aplicativos para suprir suas necessidades e compartilhava com os amigos na balada, no dia a dia e até mesmo nas tarefas domésticas. Certo dia ouvindo sua mãe cobrar a avó sobre os medicamentos que deviam ser ingeridos teve a brilhante ideia de criar o Medlist, aplicativo que lembra as pessoas de tomarem seus remédios. De acordo com Alves esse foi seu primeiro projeto sério. Na época das eleições não foi diferente. “No Brasil havia mais de 350 mil candidatos então pensei: por que não desenvolver um aplicativo que elencasse o histórico dos candidatos? Havia muitos candidatos para escolher, só em Londrina passava de dois mil. Criei o Voto Consciente que foi o principal aplicativo das últimas eleições com exposição em sites como o UOL e Globo.com e isso foi o que me impulsionou”, relata.No início de julho, Alves recebeu um aporte de R$ 900 mil em sua

empresa, a Timo.com.br, que já contava com escritórios em Curitiba e Londrina e com a chegada de novos investidores também ganhou uma filial em São Paulo. A Timo.com.br tem 20 colaboradores e fatura o mesmo que consome R$ 70 mil reais/ mês.O negócio cuida do desenvolvimento de aplicativos para o mercado mobile, principalmente para a área da saúde e que foquem o lado social, ajudando a população. Alves explica que no ramo das Startups o Networking tem um peso muito grande. “O dinheiro é o mesmo que se conseguiria num

Jether Alves, Chief Tecnology Officer, é o precursor das Startups em Londrina. Ele está otimista com a promissão do setor que escolheu.

Alexandra: “Queremos aproximar as pessoas com anseios em comum.

Com isso a cidade fortalecerá a retenção de talentos, seu tino empreendedor e desponta nos

negócios nessa área”.

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empréstimo bancário, mas investidor com um bom networking nem sempre existe e é ele que vai levar sua empresa para onde você pretende ir”. A Timo.com.br conta com três investidores, dois deles médicos que fazem questão de investir na área da saúde. “São pessoas sérias, que estavam acostumadas a investir em imóveis, em fundos de renda fixa e que viram nesse ramo um campo novo a ser explorado”, diz. Para ele, o segredo para essa parceria de sucesso se resume em dois fatores: confiança e comprometimento de ambas as partes. “Estou à frente da operação. Cuido dos produtos que serão entregues. Se entrego algo malfeito, queima a empresa, queima o investimento. Parou de ser brincadeira. Antes desenvolvia os aplicativos para suprir minhas necessidades e dos meus amigos, era algo que tinha utilidade, mas ainda não era um negócio. Agora, minha responsabilidade é bem maior. Faço relatórios financeiros, de projetos e recursos humanos. Os investidores querem tudo muito detalhado”, define.

Aplicativos para nanorredesA história de Carlos Vinicius não é diferente. Formado em Direito e Marketing, no final de 2012 ele deixou a carreira de 10 anos como gestor de treinamentos em uma multinacional de Contact Center para se aventurar no ramo das startups. Atualmente, é proprietário da Geleia Mob, empresa que desenvolve aplicativos para nanorredes. O primeiro desenvolvimento da empresa foi um aplicativo para blogs. “Percebi que os sites caíam no esquecimento e a ideia era fazer com que esses blogs fossem lembrados pelos usuários. Assim a Geleia Mob foi criada com um aplicativo que notificava no smartphone a última atualização do blog, mas travamos porque a Apple não aceitava o aplicativo, dizia que era muito simples”, relembra. Esse foi um momento crucial onde precisou rever o que continuaria fazendo. “Então resolvi fazer o Geleia Mob, meu Super App, que reúne várias ferramentas num aplicativo só, podcast, agenda, uma rede social, vídeo, foto, calendário, gerador de cupons”, explica.Quando ele tentava vender o aplicativo, teve uma surpresa. Um dos possíveis clientes demonstrou interesse e se tornou

seu investidor. “Ele me disse que não queria comprar meu produto e, sim, queria um plano de negócio para se tornar um parceiro. Fui pego de surpresa, mas fechamos o investimento em R$ 150 mil ao ano para dois aplicativos, um para o Geleia mob e um para game, baseado no jogo do Pou, mas exercendo função pedagógica, criando um pet até a hora que a pessoa que está cuidando demonstre estar apta para ter um animal de verdade. Ele dura 40 dias e ajuda muito a prevenir os casos de arrependimento e abandono de animais”, salienta.Um aplicativo mobile, conforme ele, pode ser uma ferramenta de marketing poderosa. “O impacto dessa ferramenta é grande. Para se ter uma ideia, de acordo com pesquisas que realizamos, a leitura de e-mails ou mailings é de no máximo 8%. No mesmo sentido, 94% das notificações push, que é aquela recebida no celular ou computadores, são abertas e isso impulsiona qualquer negócio, seja ele o varejo de roupas, eletrônicos, a divulgação de assuntos internos como uma faculdade ou até mesmo uma instituição como a OAB”, descreve.

Fortalecimento é sinônimo de parceriaO diretor operacional, ou Chief Operation Officer (COO), do programa do Governo Federal Startup Brasil, Felipe Matos, acredita que o fortalecimento das startups locais, como o movimento Startup Londrina, se dá com a união dos agentes e empreendedores. “Essa é uma premissa importante, pois eles se articulam, se ajudam, trazem conteúdos agregados, buscam formas de se apoiar mutuamente e essa é uma boa forma para fortalecer o ecossistema local”, sugere.Sua trajetória no mundo startup começou cedo, em 1997, quando tinha 14 anos, com a criação do primeiro projeto empreendedor online, o Girando, considerado o aplicativo móvel pioneiro da América Latina. Aos 16 anos, o projeto tornou-se o portal Girando que recebeu investimento, mas não foi adiante, quebrou com a bolha pontocom. Mas isso não foi empecilho para que sua carreira empreendedora continuasse a todo vapor. Passou por vários conselhos, fundou o Instituto Inovação, um grupo de 10 empresas que se multiplicou em 40 negócios. Atualmente ele está à frente do Startup Brasil e continua empreendendo o Startup Farm, programa que forma e acelera startups no Brasil com um método que reúne conhecimento, vivência prática e networking.Para ele, uma Startup é uma empresa inovadora que cria um produto ou serviço e tem a capacidade de ganhar escala rápida. “É por isso que se utilizam da tecnologia. No caso da Startup Brasil e da Startup Farm, usamos a tecnologia da informação e comunicação como base dos serviços. Através da tecnologia é possível criar soluções para diversos problemas do mundo real que podem ser levadas aos usuários de forma rápida”, diz. As startups bem-sucedidas, de acordo com ele, têm capacidade de gerar, empregos, serviços, produtos. “Isso gera desenvolvimento para o País e por onde elas passarem”, define.

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STARTUPS GERAM EMPREGOS, SERVIÇOS E PRODUTOS DE QUALIDADE

Carlos Vinicius de Souza Leite: “Percebi que os sites caíam no

esquecimento e a ideia era fazer com que esses blogs fossem

lembrados pelos usuários, assim nasceu a Geleia.mob”

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PAGAR A CONTA

ARTIGO

Por Valter Luiz Orsi

O empresário está cansado de ser chamado a pagar a conta.É uma prática comum no governo brasileiro criar impostos, taxas e contribuições para suprir a falta de eficiência e erros provocados pela má gestão administrativa. Não se vê no governo federal qualquer iniciativa séria para reduzir o custo da máquina pública e torná-la mais eficiente. E toda vez que o caixa do governo desequilibra, o contribuinte é chamado a colocar a mão no bolso, a pagar a conta, que sempre é salgada.Temos visto isto ano após ano. E é preciso dar um basta. Para o governo, não há dinheiro arrecadado que seja o suficiente. Em 2012 a arrecadação de impostos chegou a R$ 1,59 trilhão. Este valor, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário representa 36,27% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja: de toda a riqueza que o Brasil produz, mais de 36% fica com o governo. Este ano, já em julho, os brasileiros haviam pagado mais de R$ 900 bilhões em impostos. É um disparate. Nas últimas semanas, a presidente Dilma Rousseff, ao vetar o projeto de lei, aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado, que previa a extinção da contribuição adicional de 10% sobre o saldo do FGTS paga pelos empregadores nas demissões sem justa causa, deu mais uma demonstração que a prioridade de seu governo não é o desenvolvimento econômico, nem a boa gestão administrativa. A contribuição foi criada em 2001 para cobrir os rombos causados no caixa do FGTS pelas ações coletivas referentes aos planos Verão – no governo de José Sarney (1989) – e Collor 1 – no governo de Fernando Collor (1990). Porém, já em julho de 2012, conforme o Conselho Curador do FGTS, a contribuição tinha completado sua finalidade. No entanto, o governo continuou a cobrar a contribuição levando para o seu cofre, indevidamente,

aproximadamente R$ 3 bilhões nos últimos 12 meses. Os parlamentares aprovaram sua extinção e a presidente vetou. O veto é um desrespeito ao setor produtivo e ajuda a encarecer o custo Brasil, reduzindo a competitividade das empresas. Esse dinheiro que sai do caixa das empresas poderia ser investido em novas tecnologias, aperfeiçoamento de processos, aumento de produtividade. Mas, mais uma vez, o setor produtivo foi colocado de lado, reforçando o conceito meramente assistencialista eleitoral pelo qual tem se pautado este governo. O argumento da presidente para vetar a extinção da contribuição é inconsistente e há ilegalidades. Diz o governo: “A extinção da cobrança da contribuição social geraria um impacto superior a R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) por ano nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, contudo a proposta não está acompanhada das estimativas de impacto orçamentário-financeiro e da indicação das devidas medidas compensatórias, em contrariedade à Lei de Responsabilidade Fiscal”. O ofício do Presidente do Conselho Curador do FGTS já é a estimativa de impacto orçamentário-financeiro a que ela se refere, e inexiste necessidade de medidas compensatórias, uma vez que a contribuição adicional já cumpriu sua função nos termos da Lei Complementar que a criou, motivo pelo qual ela deve ser extinta.Há também a questão do desvio de finalidade. A contribuição foi criada para recompor o caixa do FGTS e esse recurso não pode ser usado livremente.O dinheiro cobrado indevidamente nas demissões sem justa causa precisa retornar para as empresas.Não dá mais para aceitar tantos desmandos administrativos. É essencial cobrar de nossos parlamentares que derrubem o veto da presidente e que a contribuição seja extinta.É um direito nosso e um dever de nossos parlamentares.

– Valter Orsi é presidente do Sindimetal Londrina.

O EMPRESÁRIO ESTÁ CANSADO DE

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PERFIL

Por Muriel Amaral

Conversar com Jorge Kayamori é passaporte carimbado por uma viagem na linha do tempo da história da ACIL e também de Londrina, tanto que o local escolhido por ele para conceder entrevista foi o Museu Histórico de Londrina. Nem de longe aquele senhor de memória extremamente lúcida aparenta ter 86 primaveras completadas esse ano. Quando assumiu a presidência da ACIL, em 1968, Jorge Kayamori deixou sua marca na história da instituição ao ser o primeiro representante da colônia japonesa no comando da entidade de classe de comerciantes e industriais, que naquela época estava em pleno vapor por conta da economia aquecida gerada pela cultura de café.

Kayamori, o presidente do diálogoPrimeiro representante da colônia japonesa na presidência da ACIL, Kayamori lidou com a prosperidade do café, os anos de chumbo da ditadura militar e a mudança de sede da ACIL

O reconhecimento de Londrina pela prosperidade no cenário mundial fez da cidade destino do embaixador do Japão no Brasil, Kooki Shiba, para aquela que seria a segunda maior colônia japonesa no Brasil. “Era uma época muito boa para o comércio. A cidade crescia muito”, relembra Kayamori. Ele ainda dispara sobre alguns políticos da época. “Londrina crescia enquanto alguns políticos dormiam”, alfineta o veterano ao relembrar dos esforços dos próprios comerciantes sobre a ânsia de fazer a economia girar e trazer mais riquezas para a cidade.Aliás, a promessa de desenvolvimento foi o motivo que fez o jovem empreendedor deixar a pequena cidade de Itápolis, no interior do estado de São Paulo, para se aventurar no “eldorado” da região do sul

do país. Kayamori ainda não morava em Londrina quando conseguiu o primeiro emprego relacionado com a cidade. O foi por meio do contato com um tio que era corretor de terrenos que ele teve conhecimento da cidade. Mesmo não permanecendo muito tempo na função, o jovem optou por ir definitivamente para Londrina. E não foi nas lavouras de café que fincou raízes nas terras roxas, mas sim na pequena porção urbana da cidade.O universo comercial foi a pupila dos olhos dele desde quando chegou, em 1947. “Passei por algumas empresas e vi o comércio crescendo em Londrina”, recorda. O primeiro emprego foi na Casa dos Retalhos, que se localizava na rua Sergipe. Mais tarde, teve passagem no atendimento

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SEGUNDO MANDATO FOI MARCADO POR MUDANÇA NA SEDE DA ACIL

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Kayamori: “Não pode parar. Parar não faz bem para a cabeça”

das Casas Pernambucanas e pelo bom desempenho como comerciante também trabalhou nas Casas Fuganti. Mas foi na loja Motosima onde passou a maior parte dos anos dedicados ao comércio, foram 25 anos atuando na venda e representação de produtos automotivos. Além dessas passagens, ele também se dedicou como empresário no comando da Malha Joinville, mas que teve que fechar as portas por não suportar a concorrência com a invasão dos produtos chineses. A dedicação e afinidade pelo comércio não ficaram apenas com ele: todos os filhos seguiram os passos.Hoje Kayamori está aposentado, mas quem disse que está parado? Ainda dá uma força à empresa de um dos filhos, a TKY, que lida com estamparia. Como se não bastasse, religiosamente todos os dias ele pratica uma série de movimentos e técnicas orientais que proporcionam equilíbrio para o corpo e mente. Que horas ele se dedica aos exercícios? Das 7 às 8 da manhã às margens do Lago Igapó II. “Não pode parar. Parar não faz bem para a cabeça”, alerta.

Década de 70Quando assumiu a presidência pela segunda gestão, em 1970, Kayamori teve apoio de maior parte da categoria. Ele lembra que o segundo mandato foi marcado pela transição da sede da ACIL. Havia a necessidade de modernizar e oferecer uma estrutura mais ampla para a entidade e por conta disso foi importante a continuidade para a negociação com os moradores onde seria construída a nova sede, onde atualmente se encontra a ACIL, na rua Minas Gerais. “Era preciso diálogo para que pudéssemos fazer a nova ACIL”, recorda o ex-presidente. O diálogo foi um dos ingredientes mais importantes durante os anos em que esteve à frente da entidade e também nas atividades comerciais. Enquanto foi presidente nas duas gestões, o país estava passando pelos anos mais tensos da ditadura militar, período em que nem todas as manifestações eram permitidas. Mas foi no estabelecimento do diálogo que conseguiu uma convivência pacífica entre

o governo e os associados na entidade. Se algum empecilho surgia, o conselho estava na ponta da língua. “Aconselhava para não bater de frente, atender da melhor forma possível”, recorda.O comércio da época em que ele esteve à frente da ACIL é bem diferente dos dias atuais; houve, por exemplo, o surgimento dos shoppings em Londrina. “Hoje muitos preferem ir ao shopping porque pode encontrar de tudo. Eu concordo, mas gosto muito do comércio de rua”, reflete. Mas uma coisa ele percebe em comum que ainda persiste na atualidade: o espírito empreendedor dos jovens empresários. “Tem muita gente dedicada, e é com dedicação e disciplina que vão dar certo no comércio”, analisa. Kayamori acompanhou várias mudanças do comércio londrinense, as crises pelas quais o país passou, as dificuldades de crédito, problemas de alta inflação e pontua sobre todos esses fatores. “Precisa saber lidar com essas mudanças e com as dificuldades para saber fazer boas escolhas”, pondera o veterano empresário com a sabedoria de um mestre oriental.

Tem muita gente dedicada, e é com dedicação e disciplina que vão dar certo no comércio. Precisa saber lidar com essas mudanças e com as dificuldades para saber fazer boas escolhas”

Jorge Kayamori

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RECOMEÇO

Por Diogo Mendes

O projeto de revitalização da Rua Sergipe entra em sua segunda fase. As obras de revitalização vão dividir as calçadas com ferramentas de construção civil nas quadras entre a avenida São Paulo até a rua Prefeito Hugo Cabral. Serão contempladas 7 quadras do projeto Nova Sergipe, com previsão de término de cada uma delas cerca de vinte dias depois do início das obras.“No nosso cronograma, as obras têm previsão de iniciar no mês de agosto, embora não haja uma data definida, mas tudo indica que, com o

aval da prefeitura que precisa entrar com o maquinário, e o próprio alinhamento com os proprietários dos imóveis, que ficam responsáveis pelas calçadas, vamos adiantar as obras sem interferir no comércio da época de Natal”, afirma Diego Rigon Menão, superintendente da ACIL.Existem metas de duas quadras estarem praticamente prontas neste ano, planeja Menão. “Em 2014, continuemos com as quadras restantes, pois teremos que parar as ações no período de compras do final do ano”, complementa. Além disso, ele cita que já é mensurável o aumento da frequência de visitantes

nas partes reformadas, havendo um registro de movimentação elevada, inclusive de aumento de permanência do consumidor na via. Do total das 11 quadras, 4 já foram revitalizadas e 7 estão em andamento. Num modelo de desenvolvimento do comércio de rua, a intenção é transformar a Sergipe. “Como patrimônio cultural, a Rua Sergipe foi e é um símbolo de força muitíssimo importante para o desenvolvimento da cidade, queremos mostrar que acaba sendo possível fazer a ponte da história e do novo consumidor, onde este possa desfrutar da melhor maneira o local”.

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Rua dos sonhos e permanências A rua Sergipe, desde meados da década de 30, move aspirações e sonhos dos moradores, passantes, proprietários e lojistas. Essa regra se aplica também ao piloto comercial e comerciante Marcelo Feldmann, da loja Euro Baby, que há cinco meses abriu o negócio “numa rua que é o próprio marketing em pessoa”, nas palavras de Feldmann.O piloto-comerciante veio de São Paulo tentar a vida no Paraná em 2004. Ainda nesse período, já sentia o potencial do comércio em varejo infantil em Londrina. “Creio que a Sergipe seja uma das fundamentais ruas de comércio de Londrina e das mais famosas”, avalia. “Talvez numa outra rua não tivesse um fluxo tanto interessante quanto aqui”. “Creio que intervenções como essa [projeto Nova Sergipe] com certeza fazem bem para os lojistas e proprietários, porque alargando as ruas melhora-se a vinda de pessoas e existe maior comodidade para consumo”, afirma o piloto-comerciante. Ele, aliás, salienta a importância da modernização afinada com rendimento, mas sem perder atenção ao viés histórico. No comércio há 24 anos na rua Sergipe, Andréa Borini, gerente da Tricomais, disse que está contente com a futura revitalização da quadra de onde trabalha, pois mesmo ainda não percebendo uma mudança visível na frequência de consumidores, revitalizações são necessárias. “As quadras daqui são diferentes da parte de baixo, não tendo o mesmo tipo de piso, acho que por isso

não notei mais mudanças”, justifica. A gerente acrescenta que pelo fato da rua Sergipe ter várias lojas de setores distintos, a revitalização abrangerá características positivas e assertivas. “É só alterando mesmo para a gente saber”, brinca otimista. Segundo ela, “Quem vem uma vez à Rua Sergipe, sempre volta.”

Parcerias visam capacitação Lançado em 2009, o projeto Nova Sergipe possui o comitê gestor permanente que inclui ACIL, Sincoval, Sesc, Sebrae, Rede Massa e Secretaria Municipal de Obras de Londrina. Ademais à revitalização, outra proposta do projeto Nova Sergipe é atrair mais consumidores, de acordo com a consultora do Sebrae, Leda Harue Terabe. “Através da transformação de estrutura e até da capacitação na parte estratégica, o aumento dos clientes será ideal, sempre pensando na Rua Sergipe como um grande espaço comercial.”Dentro do projeto Nova Sergipe, o Sebrae oferece o programa de capacitação aos proprietários, lojistas e vendedores. “Com 720 horas de consultorias e 70 horas de capacitação, neste segundo semestre serão abordados temas como finanças, visual das lojas e técnicas de vendas para os funcionários”, completa. “Os programas de capacitação, de uma forma geral, podem impulsionar o mercado e esse é o nosso intuito para a Rua Sergipe”, afirma Leda. “As entidades estão maleáveis para que outros futuros parceiros façam parte também trazendo know-how”, finaliza.

SEBRAE CAPACITA PROPRIETÁRIOS, LOJISTAS E VENDEDORES

Lançamento da segunda etapa do projeto teve teatro especial para os empresários e

trabalhadores do comércio

Marcelo Feldmann: “Talvez numa outra rua não tivesse um fluxo tanto interessante

quanto aqui”

Andréa Borini: “Quem vem uma

vez à Rua Sergipe, sempre volta”

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agosto de 2013 | www.acil.com.br

PROGRAMA FEDERAL

MAIS MÉDICOS, MAIS SAÚDE?Governo federal quer levar médicos para interior do Brasil. Vista como positiva pela Secretaria de Saúde de Londrina, medida desagradou classe médica.

Por Juliana Mastelini

O programa Mais Médicos do governo federal, lançado no dia 8 de julho, visa levar médicos para o interior e periferias das grandes cidades. Para isso, prevê abertura de cerca de 10 mil vagas para médicos brasileiros trabalharem no interior por três anos, com bolsa de R$ 10 mil mensais. Caso as vagas não sejam preenchidas por brasileiros, serão aceitos estrangeiros. Outro aspecto do plano é a mudança na formação dos médicos, com a obrigatoriedade da residência médica no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2018.Inicialmente, falou-se do segundo ciclo de Medicina, no qual os estudantes teriam que trabalhar no SUS por dois anos antes de receberem o diploma. Depois de debater com entidades médicas, o governo alterou a proposta. Esta alteração é uma das mais de 500 emendas apresentadas ao Mais Médicos que precisam ser votadas no Congresso Nacional. De acordo com a proposta, o primeiro ano de residência será na rede pública nas áreas de atenção primária em saúde e urgência e emergência, clínica médica, cirurgia geral, pediatria, ginecologia e obstetrícia, medicina de família e comunidade, e psiquiatria. O segundo ano será na área escolhida pelo médico e será desenvolvida no SUS. A proposta também é uma tentativa de resolver a carência de residências médicas no país, já que prevê que a partir de 2018 a residência no SUS seja universal e obrigatória.Para o médico João Campos, professor da UEL e presidente do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (INESCO), a mudança na formação do médico vai melhorar a qualificação dos profissionais. “A residência é melhor do que a proposta anterior, pois garante que o estudante ao final do sexto ano

do curso atue efetivamente com autonomia profissional reconhecida pelos conselhos. Acho que vai incentivar os novos médicos a seguirem a área da atenção primária, porque a residência fixa as pessoas nos locais de trabalho mais do que a graduação.” Segundo ele, 80% dos médicos brasileiros hoje fazem residências médicas. Mas a maioria não está focada no que o Brasil mais precisa que é a atenção primária.Segundo o governo federal, os médicos inscritos no Mais Médicos começarão a trabalhar em setembro. Em meio a denúncias de boicote, o prazo para inscrições dos profissionais terminou no dia 26 de julho. Segundo dados do Ministério da Saúde, 18.450 médicos se inscreveram, porém 8.307 tinham números inválidos de registro em conselhos. Ao todo, 3.511 municípios brasileiros se inscreveram e solicitaram 15.460 médicos. O diretor de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde de Londrina, Rodrigo Avanso, conta que o município se cadastrou para receber 20 médicos. Para ele, o fundamental do programa é levar médicos para as áreas de maior risco. “Tanto que Londrina teve que cadastrar as unidades com maior dificuldade de se colocar o médico, que são as áreas mais afastadas do centro, com maior vulnerabilidade social e áreas rurais.” Segundo Avanso, a principal defasagem de médico em Londrina é na área de Saúde da Família, já que o quadro de profissionais é instável. “Muitos entram para o cargo esperando a residência médica e não continuam”. Outro efeito do Mais Médicos para Londrina é o aporte financeiro, explica o diretor. “Com 20 médicos trabalhando a R$10 mil mensais, são R$ 200 mil investidos por mês no município que não ficam de competência do cofre público.”

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BRASIL NECESSITA DE FOCO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

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Cinco ações foram protocoladas contra o programa Mais Médicos. Uma delas, da Associação Médica Brasileira (AMB), questiona a possibilidade de médicos estrangeiros atuarem no país e a obrigatoriedade dos estudantes de Medicina trabalharem no SUS (proposta anterior à residência). O Supremo Tribunal Federal negou o pedido. Nova ação da AMB argumenta que a medida fere direito dos médicos enquanto trabalhadores.Para o vice-presidente da Associação Médica de Londrina (AML), Rubens Martins Júnior, as medidas do programa não resolvem o verdadeiro problema da saúde brasileira que é a falta de estrutura. “É uma ilusão achar que o médico sozinho vai resolver tudo.” Para ele, necessita-se de um serviço multidisciplinar, com equipe e infraestrutura, aliado a transporte para as populações que não têm acesso. “A proposta tem que ser revista e discutida com os envolvidos.” Sobre o grande número de inscritos no programa, Martins Júnior acredita que quebra o discurso do governo de que os médicos não querem ir para o interior. “O tempo vai dizer”, acrescenta. Marco Antonio Fabiani diz que não se pode esquecer que mesmo a assistência médica mais simples necessita de retaguarada. “Suporte diagnóstico, medicamentos de uso mais frequente, uma rede de referência para encaminhamento de casos mais graves. Portanto, não é só colocar o médico frente a uma população necessitada”, aponta. Ele ainda critica o problema do vínculo trabalhista com os médicos. “Se nós olharmos com atenção, veremos que o programa federal oferece bolsa e não salário.

Isso não cria confiança.”Para a classe médica, a solução para a instabilidade do serviço seria a criação da carreira pública para o médico, explica o médico e deputado estadual Gilberto Martin (PMDB). “Com bolsa não se assume compromisso. O governo paga a bolsa hoje e amanhã vem outro governo e se achar que está muito caro demite todo mundo. O dia que tiver uma carreira pública que o médico venha a ser contratado como é contratado um promotor, vai ter um monte de médico prestando concurso. Aí sim você pode exigir, tem salário definido, benefícios, carga horária de 8 horas por dia onde for determinado.”

Médicos estrangeirosO deputado Gilberto Martin acredita que a importação de profissionais sem o Revalida, prova que avalia os médicos estrangeiros, é um erro do programa. “Pode até nem ser o Revalida, mas tem que passar por um processo de avaliação, treinamento e capacitação, porque o cara chega não fala nossa língua, a epidemiologia é diferente, ele vai ter que passar uma adaptação aqui no Brasil. Daí o ministério da Saúde fala que vai treinar por três semanas. Por três semanas você não consegue treinar um médico que vem de fora.”Para o professor João Campos, a principal questão sobre a vinda dos médicos estrangeiros é a língua. “Um bom médico formado na Austrália, por exemplo,

seguramente seria um bom médico em qualquer lugar do mundo. O que diferencia a atuação do profissional não são as patologias.”Campos acredita que o segundo ciclo de Medicina vai melhorar a qualificação dos estudantes, que terão boa formação geral nos seis anos e dois anos focados na atenção primária. “Acho que vai incentivar os novos médicos a seguirem a área da atenção primária. Mas é preciso que essas medidas sejam aliadas à carreira pública para que o médico tenha garantia que poderá continuar e se aperfeiçoar.” Segundo ele, 80% dos médicos brasileiros fazem residências médicas. Mas a maioria não está focada no que o Brasil mais precisa que é a atenção primária.Campos explica que em 15 anos do Programa Saúde da Família, o país conseguiu formar menos de 30 mil equipes. Com os cerca de 20 mil médicos formados por ano pelas faculdades de Medicina brasileiras, ele calcula que no primeiro ano do segundo ciclo os quase 30 mil médicos das equipes passem para 50 mil. Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Saúde debateram sobre o segundo ciclo de Medicina com a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) e a comissão de especialistas do MEC. Em nota, os ministérios analisaram como positiva a proposta de que os anos adicionais de formação do SUS sejam parte da residência médica. Outra proposta é que o contato com o SUS seja nos seis anos de faculdade. A mudança ainda não foi definida.

Rubens Martins Júnior, da AML: “É uma ilusão achar que o médico sozinho vai

resolver tudo”

O deputado e médico Gilberto Martin: “Com bolsa não se

assume compromisso. Médicos precisam de carreira”

João Campos, da UEL: “Precisamos fazer um pacto

envolvendo profissionais, estudantes, escolas, governos”

O cardiologista Marco Fabiani: “Sem criar mecanismos para

dar cobertura ao trabalho dos médicos,atendimento vai

continuar precário”

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Por Susan Naime

O tema parece ser quase imperceptível aos olhos anônimos da sociedade, mas o grande número de animais abandonados causa preocupação e está mais em evidência do que se imagina. Estima-se que cerca de 35 mil cães e gatos perambulam todos os dias pelas ruas de Londrina. Sem o controle da taxa de natalidade, a situação é agravada pelo risco de epidemias, acidentes de trânsito, sem falar nos maus-tratos contra os bichos. Não há duvidas de que o descaso e o descarte do animal de estimação tornaram-se um problema social. Para enfrentar a situação, a Prefeitura de Londrina criou uma comissão para discutir políticas públicas para os animais abandonados. Entre os grandes desafios está a construção de um centro de zoonoses onde cães e gatos seriam tratados, castrados e, posteriormente, colocados para adoção. Outra medida seria a construção de uma unidade de saúde animal que funcionaria como uma espécie de pronto socorro. De acordo com o prefeito Alexandre Kireeff (PSD), já existe um encaminhamento formal para que as políticas públicas possam ser consolidadas, além de um

cronograma para ser cumprido. Porém, o resultado não será a curto prazo. “Nós vamos estabelecer uma política de controle reprodutivo para evitar a multiplicação, de controle da comercialização e fiscalização de animais, além da angariação de recursos para a implementação da unidade de saúde animal e do centro de zoonoses. Da maneira como está sendo feito tem mais peso porque procura estruturar uma política municipal para a questão, buscando soluções nas causas e não nos efeitos”, informa o prefeito. Para o segundo semestre, será realizado um censo para verificar a quantidade de cães e gatos na cidade e definir o direcionamento dos trabalhos. O levantamento terá início a partir de agosto e deve acontecer em seis bairros escolhidos aleatoriamente em todas as regiões. O objetivo é aplicar 400 questionários em cada bairro. A política de castração é outra medida que deverá começar a ser executada ainda em 2013. A ideia é abrir chamamentos públicos com clínicas veterinárias e hospitais interessados em realizar o procedimento. A expectativa é esterilizar 100 machos e 100 fêmeas por mês no período de um ano até que os demais projetos estejam estabilizados.

“Vaquinhas” nas redes sociais. “Há um ano o Projeto Sete Vidas dedica-se a resgatar gatos feridos ou em situação de risco”, Thauanny Carvalho, voluntária

ANIMAIS NAS RUAS

UM PROBLEMA SOCIAL

A SER PENSADO

Cerca de 150 animais estão hoje sob a guarda do SOS Vida Animal. “São animais idosos ou mutilados que jamais serão adotados”, Milton Pavan, presidente

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Cerca de 35 mil cães e gatos circulam todos os dias pelas ruas de Londrina. Prefeitura deve abrir chamamento público durante segundo semestre para realizar castrações

TRABALHO VOLUNTÁRIO SALVA MUITOS ANIMAIS NA CIDADE

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Guarda ResponsávelMaltratar ou abandonar animais é crime conforme determina a Lei Federal 9.605 e o Decreto-lei 24.645. Antes de adquirir um bicho de estimação é importante que uma série de fatores sejam analisados já que a relação pode durar 15 anos ou mais. Não diferente do homem, alguns momentos podem ser críticos para os pets, como a mudança de ambiente, a chegada de um bebê à família ou até a doença ou morte do seu guardião. Definitivamente, água e comida não bastam. O ideal é buscar informações sobre o porte e perfil do animal antes da adoção ou da compra. Outro ato de responsabilidade – senão o mais importante – é a esterilização do animal, seja ele cão ou gato. Dados estatísticos apontam que em seis anos uma cadela não castrada e seus descendentes podem procriar até 64 animais. O número é ainda mais assustador em relação aos felinos. Uma gata pode gerar 420 mil novos animais junto com os seus descendentes em um período de sete anos. Em contrapartida, não existem lares responsáveis para todos.

Grupo Sete VidasHá cerca de um ano os felinos ganharam atenção especial em Londrina. O Projeto Sete Vidas foi fundado com o objetivo de resgatar gatos (adultos ou filhotes) feridos ou em situação de risco, recuperá-los, castrá-los e encaminhá-los para adoção. Hoje, são cerca de 30 animais sob a tutela do grupo, que é formado todo por voluntários. Para arcar com os gastos, foi fixada mensalidade no valor de R$ 10 por mês, além de promoções, venda de produtos e até “vaquinhas” nas redes sociais. “Somos em 25 voluntários ativos, mas não temos sede e nem abrigo. Os animais ficam em nossas casas recebendo os devidos cuidados até chegar a hora da doação. Por isso a política de resgatar os gatos mais necessitados e ninhadas. Também conseguimos algumas consultas veterinárias com valores um pouco abaixo do mercado”, explica a voluntária Thauanny Carvalho. Além das feiras de adoção realizadas pelo Grupo Sete Vidas, também é possível entrar em contato através do facebook para fazer doações de ração, medicamentos e outros materiais; e até mesmo conhecer os animais que estão à espera de um lar.

SOS Vida AnimalEnquanto não existe nenhum serviço público que proporcione atendimento a esses animais, ONGs e protetores independentes dedicam-se quase integralmente à causa. É o exemplo do SOS Vida Animal. A organização atua há 23 anos em Londrina, mas ainda não conseguiu construir uma estrutura própria. Os cerca de 150 animais que vivem hoje sob a guarda da ONG (em sua maioria cães) estão distribuídos em abrigos e casas de voluntários. “São animais idosos ou mutilados que jamais serão adotados. Eles vão permanecer para sempre conosco. Isso já gera um custo fixo para a ONG”, ressalta o presidente Milton Pavan.Atualmente, o SOS Vida Animal sobrevive de doações, trabalho voluntário e parcerias com algumas clínicas veterinárias que cobram valores um pouco abaixo do mercado. Só no ano passado a entidade e outros colaboradores conseguiram realizar cerca de duas mil castrações e doar mais de mil animais. O número poderia ser considerado bom se não fosse a demanda diária. São cerca de 50 ligações por dia solicitando resgastes, esclarecimentos ou denunciando casos de maus-tratos. Para quem quiser colaborar, a doação de ração e outros materiais pode ser encaminhada ao endereço Avenida Higienópolis, 437, sala 11. A ONG também possui uma conta no Banco Itaú em seu próprio nome. A agência é a 4019 e o número da conta-corrente é 07820-5.

Associação Comercial e Industrial de Londrina

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Agenda setembro 2013

FINANÇAS MARKETINGATENDIMENTO E VENDAS

Palestra: atendimento é tudoRegina Nakayama05 de setembro19h• Saibacomopequenasatitudesno

momentodoatendimentoaoclientepodemtransformaremmelhoresresultadosevendasparasuaempresa

• Acomunicaçãoquedecideumavenda

• DesvendandoastécnicasdevendasNãoassociadosR$65,00AssociadosR$32,00

Recrutamento e Seleção de talentosNicéia Cândida Henrichsen02 a 05 de setembro19h às 22h• Recrutar(identificar,captar,encontrar

talentos)eselecionar• Diferenciarosmelhoresdentreos

identificados• Contrataçãodeprofissionais

devidamentehabilitados• Habilidadeseatitudesrelacionadas

àbuscadecandidatoseencaminhamentoparacontratação

NãoassociadosR$173,00AssociadosR$86,00

Comunicação para vendedoresCarmen Benedetti09 a 11 de setembro19h às 23h• Oqueéprecisoparaserumbom

vendedor?• Comunicaçãoevendas• Característicasebenefícios• Acomunicaçãoportelefone• AimportânciadoouvirNãoassociadosR$173,00AssociadosR$86,00

Como estruturar uma loja virtual Sheila Dal Ry16 e 17 de setembro19h às 23h• Comportamentodoconsumidor

online• Tendênciasdenegóciosonline• Estruturaeatendimentoparauma

lojavirtual

• Plataformasdisponíveis• Indicadoresemétricas• GerandotráfegoparaositeNãoassociadosR$152,00AssociadosR$76,00

Desenvolvimento de LíderesMaria Cristina Consalter02 a 05 de setembro19h às 23h• Conceitosdegestãoedeliderança• Estilosdeliderançaeainfluênciano

comportamentodosgrupos• Aliderançasituacionalcomo

facilitadoradodesenvolvimentodeequipes

• Opapeldolídernagestãodeequipes

NãoassociadosR$239,00AssociadosR$119,00

Cheques, duplicatas e outros títulos: como aumentar chances de recebimentoDra. Aline WaldhelmGrassano & Associados17 de setembro19h às 20h15• Títulosexecutivos• Composiçãodedívidas• Espéciesdegarantia• CasospráticosGratuito

Análise de crédito visando à redução da inadimplênciaBraz Vendramini23 a 25 de setembro19h às 23h• Créditoemercado,importânciada

concessãodecréditonaeconomia• Qualidadedasinformaçõescadastrais

xsegurançanasliberaçõesdecréditos• Análisedocomprometimentode

renda• Análisepessoafísicaejurídica• Avaliaçãoderiscoseprevençãoa

golpistaNãoassociadosR$173,00AssociadosR$86,00

Como manter clientes – CRMNatasha Bacchi11 e 12 de setembro19h às 22h• Aumentarafidelidadedoclientepela

experiênciademarcapositiva• Aperfeiçoarosserviçoseprodutos

paraosclientesediferenciá-lodosconcorrentes,entregandoexatamenteoqueoclientedeseja

• Facilitarsoluçõesparaosproblemasdocliente

• Maisassertividadeemaçõesdemarketingdireto.Planejamentodasaçõesanuaisecalendáriopromocional

NãoassociadosR$130,00AssociadosR$65,00

Intensivo em rotinas trabalhistas e departamento pessoalMário Sérgio Curti09 e 10 de setembro19h às 23h• Procedimentoparaadmissão• Contratoejornadadetrabalho• Folhadepagamentosesuas

especificidades• Demissãodeempregados• Desoneraçãodafolhadepagamentos

eseusimpactosNãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

Intensivo em impostos para compras: principais aspectos de gestão tributária em comprasRosangela da Silveira14 de setembro8h30 às 12h e das 13h30 às 17h30• AspectosConstitucionaisebaselegal

dosimpostos;• Alíquotas,isenção,incidênciaenão

incidência;• Principaisoperaçõesnascompras;• Possibilidadedecréditosfiscaisdo

ICMS/PIS/COFINS;• ImpostosRecuperáveisnasOperações

deCompras;NãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

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GESTÃO DE RH DIVERSOSWEB

Intensivo em SPED contribuições: PIS e COFINSElisangela da Silveira Cardoso17 e 18 de setembro19h às 23h• ConceitoPISeCOFINS:Modalidades,

Empresasobrigadasaapuraçãodanãocumulatividade,Apuraçãodabasedecálculo,CréditospermitidosporleieApuraçãodoscréditos

• EscrituraçãoFiscalDigitaldacontribuiçãodoPIS/Pasep,CofinsedaContribuiçãoPrevidenciáriasobreaReceitaBruta:IniciodaEFDContribuições,Empresasobrigadasedispensadas,Formaeprazoparaaentregadoarquivoeletrônico,PenalidadepelanãoapresentaçãoePrazoparaaretificaçãodaEFDContribuições

• AnálisedosleiautesdaEFDContribuições/PVA

NãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

Intensivo de faturamento e emissão de notas fiscaisRosangela da Silveira25 e 26 de setembro19h às 23h• Transmitirnoçõesgeraisdelegislação

doICMSeIPI• Apresentarosrespectivos

tratamentosfiscaisconferidospelalegislação

• CFOPeCST:cancelamentos,possibilidadeseconsequências

• SPEDFiscal:analisedasprincipaisoperações

NãoassociadosR$250,00AssociadosR$195,00

Proteção ao créditoClaudia Pechin19 de setembro10h às 12h• Informaçõessobreonovocenáriodo

SPCnoBrasil• Treinamentodosistemadasconsultas

aoSPC• Detalhamentodasconsultase

inclusãoeexclusãodeinadimplentesGratuito–exclusivoparaassociados

Oficina Facebook MarketingDBO Marketing23 à 26 de setembro19h às 23h• PlanejamentoeBriefings(propostas

devalorecampanhas)• Conteúdo(regulamentos,artes/

personalizações,relacionamento)• Personalizações(imagemdecapa,

perfileabas)• InstalaçãodeAbaseAplicativos• Hootsuite–programaçãoe

monitoramentodeposts• AnúnciosePostsPatrocinados• MétricaseRelatóriosNãoassociadosR$456,00AssociadosR$326,00

Saiba mais:[email protected] ou3374.3082 com Tatiane Goes:[email protected]

Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

Av. Saul Elkind, 1820 | Regional Nortewww.acil.com.br Curta

Excel AplicadoBásico e IntermediárioNível IPaulo Muller09 a 12 de setembro19h às 22h • FundamentosdoEXCEL-

Navegação,criação/ediçãodepastasdetrabalhoeformatações

• Comousarfórmulas,cálculos,referênciasefunções

• Visualizaçãográficadedadosdesign

• FiltrosetabelasdinâmicasNãoassociadosR$300,00AssociadosR$250,00

Excel AplicadoIntermediário e AvançadoNível II Paulo Muller30 de setembro à 03 de outubro19h às 22h• Análisededadosemtabelase

gráficosdinâmicos• Simulações,metasecenários• Macrosepersonalizações• DashBoards–Apresentaçãode

resultadosNãoassociadosR$300,00Associados R$250,00

Na compra dos níveis I e II:

NãoAssociadosR$500,00Associados R$400,00

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agosto de 2013 | www.acil.com.br42

NOVOSASSOCIADOS

SERVIÇOS

COMÉRCIO

ALIMENTAÇÃO

ViamiamiR. Santa Catarina, 50, loja 45

Lanchonete Sabor do CéuR. Sergipe, 309, box 33

PET SHOP

Pet Shop Ouro BrancoR. Vitória Régia, 94

ARTIGOS DOMÉSTICOS

Comercial M e MR. Josefa Corrado, 44

BIJUTERIAS E SEMIJOIAS

Semijoias ShineR. Café Catuaí, 139

Lugos BijouteriasR. Sergipe, 548

CESTA BÁSICA

Multi CestaR. Yoshikawa Koji, 255

COMÉRCIO ELETRÔNICOS

Megatudo Informática e EletrônicosR. Maranhão, 304

CONFECÇÕES

Arabasto StoreR. Pará, 611, sala 02

Billie loja 12R. Professor João Cândido, 344, loja 12

Billie HomemR. Professor João Cândido, 344, loja 13

Sulcenter FashionR. Sergipe, 677

COSMÉTICO E PERFUMARIAS

M de Souza Estética e BelezaR. Ibrahim Sobhia, 280 B

DF LingerieR. Ouro Preto, 60

Fantasias SuperR. Capelo, 865

Storm StrongR. Sena Martins, 281

GÁS - DISTRIBUIDORA

MC GásAv. São João, 2.315

ÓTICAS, JOIAS E RELÓGIOS

Ótica CristalR. Pará, 971, loja 06

Ótica VisoluxR. Senador Souza Naves, 364

PEÇAS, SERVIÇOS E ACESSÓRIOS PARA AUTOS

Super Via Auto CenterAv. Saul Elkind, 4.195

PESCA E LAZER

Lunkers BassR. Maranhão, 367

PRODUTOS DE LIMPEZA

Vassoulimp R. Tibagi, 850

SUPERMERCADOS

Supermercado MonteiroAv. Europa, 520

Supermercado LisboaAv. Guilherme de Almeida, 2.045

VIDRAÇARIA

Muller Vidros TemperadosAv. Europa, 109

GERAL

TriunfoR. Jonathas Serrano, 958

CONSULTORIA

Setecno ConsultoriaR. Chavantes, 325

CONTABILIDADE

CarmonellaAv. Pioneiros, 1.804

Escritório CondorAv. Inglaterra, 709

Escritório Jade R. Rio Paraná, 325, sala C

InterativoAv. Paraná, 343, sala 602

J E Assessoria ContábilAv. São João, 2.421

JL ContabilidadeR. Serra do Caparaó, 46

MaranathaR. Senador Souza Naves, 9, sala 1011

Paraty AssociadosR. Ibiporã, 855

CURSOS E TREINAMENTOS

Unika EventosR. Alvarenga Peixoto, 26

DECORAÇÃO

Sabina DecoraçõesR. Belém, 963

EDUCAÇÃO E ENSINO

IaepetelR. Professor João Cândido, 1515, sala 302

GRÁFICAS

Gráfica Vale VerdeAv. Europa, 1.021

INFORMÁTICA

Info ParanáR. Marechal Floriano Peixoto, 576

LAVA RÁPIDO

Auto Vapor ECCOR. Ernesto Casagrande, 594

PROFISSIONAL LIBERAL

Claudio Souza MarinhoR. Antonia Maria Gardeman, 85

PINTOR

Grazy e Família PinturasR. José Geraldo Canezin, 186

Leandro VieceliR. Araucárias, 63

Rafael Aparecido SutilR. Araucárias, 63

TRANSPORTADORA

Mudanças HigienópolisR. Amaro Romeu Ramalho, 222

SERVIÇOS

Servcard ServiçosAv. São João, 1.072

Impisa Geoambiental ServiçosAv. Santos Dumont, 500

CDI EditoraAv. Santos Dumont, 839

Grupo CDIAv. Santos Dumont, 839

COM/SERVIÇOS

IND/COM

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