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maio de 2013 | www.acil.com.br2

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EDITORIAL

Paulo BriguetCoordenaçãoFernanda BressanEdiçãoSuzan NaimeReportagemJosoé de CarvalhoFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Claudia Motta PechinGerente de MercadoLiziane T. de AlmeidaAnalista de MarketingColaboradoresAlexandre SanchesAurélio CardosoEdson VitorettiFelipe BrandãoGuto Rocha

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Flávio Montenegro BalanPresidenteLuiz Carlos I. AdatiVice-PresidenteAry SudanDiretor SecretárioFabricio Massi Salla2º Diretor SecretárioRogério Pena ChinezeDiretor FinanceiroRodolfo Tramontini Zanluchi2º Diretor Financeiro

Marcelo Paganucci OntiveroDiretor ComercialHerson R. Figueiredo JúniorDiretor IndustrialMarcelo Bisatto CardosoDiretor de ServiçosBrasilio Armando FonsecaDiretor de Comércio InternacionalLuigi Carrer FilhoDiretor de ProdutosFernando Lopes KireeffDiretor Institucional

Rosangela KhaterPresidente do Conselho da Mulher Empresária

CONSELHO DELIBERATIVOCarlos Alberto De Souza FariaDavid Dequêch NetoEduardo Yoshimura AjitaEnio Luiz Sehn JúniorFábio Aurélio Mansano MalaréJosé Guidugli JúniorMarcelo Massayuki Cassa

Nivaldo BenvenhoOswaldo PitolRubens Benedito AugustoSilvana Martins CavicchioliValter Luiz OrsiWellington Moreira

CONSELHO FISCAL

TitularesJaime Celeste PonceMichel Menegazzo GouvêaRonaldo Pena Chineze

SuplentesMarcus Vinícius Bossa GrassanoMarcus Vinicius GimenesRafael Andrade Lopes

Juliana MasteliniKalinka AmorimThamiris Geraldini

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

Os caminhos da liberdadeACIL: Associação Comercial e Industrial de Londrina. Mas também poderia ser Associação Comercial e Industrial da Liberdade. Afinal, não existe desenvolvimento sem cidadãos livres, empresas livres, ideias livres.A liberdade não é um conceito abstrato; ela só adquire valor definitivo quando aplicada à vida real. Londrina nasceu e cresceu com a liberdade de empreender. Por isso, com grande alegria saudamos a inauguração do Boulevard Shopping. O fato de ser inaugurado na região do Marco Zero tem um significado especial para nossa cidade. Da mesma forma, saudamos a decisão da Câmara de Londrina, que defendeu a livre concorrência e permitiu a instalação do hipermercado Angeloni na Gleba Palhano. Se o assunto é a história de Londrina, não podemos esquecer o Aeroclube, instituição que há 72 anos ensina a decolar e a voar. Uma perfeita imagem de liberdade empreendedora.A Justiça entendeu que o feriado do dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – fere a Constituição. Por decisão do juiz Marcos José Vieira, o comércio de Londrina

não será obrigado a fechar as portas nessa data. A decisão garante liberdade de trabalhar para o varejo londrinense e evita perdas consideráveis para a nossa economia. Não adianta apenas lamentar os erros e mazelas do passado distante; é preciso projetar o futuro com trabalho e dignidade.Mas a liberdade não é amada por todos, como prova a existência da PEC 37, que tenta proibir investigações por parte do Ministério Público. Na opinião da ACIL, trata-se uma tentativa de golpe contra a democracia. Queremos um MP livre para trabalhar!O Centro de Convenções também diz respeito à liberdade. Com o estudo que aponta a viabilidade econômica da obra, a cidade se verá livre das limitações que a impedem de ser um dos maiores polos de eventos no Brasil. Sonho da ACIL que começa a se realizar.Esta é a ACIL – com L de Londrina e de liberdade.

Flávio Montenegro Balan Presidente da ACIL

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Saiba mais:[email protected] ou3374.3082 com Tatiane Goes:[email protected]

Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

Av. Saul Elkind, 1820 | Regional Nortewww.acil.com.br

Agenda junho 2013

FINANÇAS GESTÃO DE RH DIVERSOSMARKETINGATENDIMENTO E VENDAS WEB

Curta

Negociação em vendasSidney Kayamori03 a 05 de junho19h às 23h• Avendacompetitivanomercado

globalizado• Asqualidadesdoprofissionaldevendas• Estratégiadevendasenegociação• FechamentodevendasNãoassociadosR$160,00AssociadosR$80,00

Telefonista e RecepcionistaAntônia Arlete04 à 07 de junho19h às 22hTelefonista• ImportânciadaTelefonista• PABX• AComunicaçãoTelefônica(Voz,

Calma,Interesse)• FormasAdequadasdeContato(Dicas

parabomatendimento)Recepcionista• Cargoeresponsabilidades• Ambiente–material–atividades–

cuidadoscomoequipamento• Oquedeveserevitado• Qualidadenoatendimento–postura

decomportamentoNãoassociadosR$160,00AssociadosR$80,00

Venda de serviçosNatasha Bacchi10 e 11 de junho19h às 22h• Entendendoosserviços• Oqueasempresasdeserviçosdevemter• Apresentaçãodosserviços• PersonalizaçãoNãoassociadosR$120,00AssociadosR$60,00

Proteção ao créditoClaudia Pechin11 de junho10h às 12h• Informaçõessobreonovocenáriodo

SPCnoBrasil• Treinamentodosistemadasconsultas

aoSPC• Detalhamentodasconsultase

inclusãoeexclusãodeinadimplentesGratuito–exclusivoparaassociados

Como estruturar uma loja virtualSheila Dal Ry Issa10, 11, 17, 18 e 24 de junho19h às 22h

• Modulo1–Plataformaetendênciasdenegócios

• Modulo2–Comportamentoonlineeestruturadeatendimento

• Modulo3–Indicadoresemétricas• Modulo4–Gerandofluxo:Redes

sociaiselinkspatrocinados• Modulo5–PósvendaonlineNãoassociadosR$200,00AssociadosR$100,00

Comunicação AssertivaCris Mendes17, 18, 19 e 20 de junho19h às 22h45• Porqueéimportanteserum

profissionalAssertivo?• Oqueimpedeumapessoadeser

Assertiva?• ComonãoserAgressivo(a)na

comunicaçãocomooutro;• ComonãoserPassivo(a)na

comunicaçãocomooutro;NãoassociadosR$200,00AssociadosR$100,00

Como gerir benefícios trabalhistasGrassano & Associados18 de junho19h30Palestragratuitaparaassociados

Intensivo em gestão de custos e formação de preço de vendaThiago Terzoni19, 20 e 21 de junho19h às 23h• Departamentalizaçãoerateiode

custos• Critériosderateio• Sistemadeapuraçãodecustospor

absorção• Sistemadecusteioporatividade-

ABCNãoassociadosR$280,00AssociadosR$230,00

Intensivo de excel empresarial – básico e intermediárioLuis Fernando Nyznyk21 e 22 de junho Dia 21 – 19h às 23hDia 22 – 8h30 às 12h e 13h às 17h30• Células,PastasePlanilhas• Criaçãodefórmulasparacálculos

básicos

• Soma,Média,ContarNúmeros,MáximoeMínimo

• Vínculosdecélulas/planilhascomreferênciasrelativaseabsolutas

NãoassociadosR$280,00AssociadosR$230,00

Marketing DigitalDBO Marketing24 a 27 de junho 19h às 23h • Planejamentodewebsitesotimizados• MidiasSociais,emespecialFacebook• Linkspatrocinados(SEM)• MonitoramentoeMétricasPara não associadosAtédia10:R$420,00Dodia11atédia17:R$480,00Dodia18atédia24:R$550,00Para associados e estudantesAtédia10:R$300,00Apartirdodia11:R$350,00

Oratória – técnicas para falar em públicoMaria Cristina Consalter24 a 27 de junho19h às 23h• Auto-imagemdoapresentador• Planejamentodaapresentação• Comunicaçãoverbalenãoverbal

influenciandonaqualidadedaapresentação

• Técnicasparasecomunicarcomopúblico

NãoassociadosR$260,00AssociadosR$130,00

Intensivo de planejamento e controle do fluxo de caixa e capital de giroRodrigo Giraldelli25 e 26 de junho 19h às 23h• Noçõesgeraisdecontroladoria• NovaestruturadobalançoedaDRE• Orçamentoempresarialesuas

implicações• Análisedecustosvariáveisefixosnas

empresasNãoassociadosR$230,00AssociadosR$180,00

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

COMÉRCIO DE RUAÉ tempo de renovar ............................................................ 6

1m2

Construído pelo “cronograma de Deus” ............................. 13

O MONITORAngeloni: Câmara aprova alteração de zoneamento ........ 17

NOVA LEIMudanças domésticas ....................................................... 18

DIREITOS DO CONSUMIDOREmpresas e clientes: discutindo a relação ........................ 20

PEC 37Proposta pode trazer profundas modificações ................. 24

TRANSPORTENegócios sobre duas rodas ................................................ 26

EMPRESA FAMILIARA arte de administrar negócios de família ....................... 32

AEROCLUBEHá 72 anos, escola de pilotos faz voo paralelo com o desenvolvimento de Londrina ........ 36

MEIO AMBIENTETodo mundo tem e-lixo ...................................................... 38

ARTIGOPor que o marxismo prospera apenas nas universidades? ............................... 40

NOTAS DA ACILArco Norte é apresentado a empresa de aeronaves cargueiras ................................. 42

8

SICREDI E BRDEParceiros do desenvolvimento

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FEIRAS E EVENTOSPalco de novas ideias e negócios

34

COMPRAS E LAZERO renascimento do Marco Zero

10

PROBLEMAS SOCIAISIntegração busca soluções

ÍNDICE

O CENTRO DAS ATENÇÕESEstudo comprova que o Centro de Convenções, uma das principais bandeiras da ACIL, é uma obra viável e necessária para Londrina

22

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COMÉRCIO DE RUA

Por Felipe Brandão

Começaram no último dia 30 de abril as negociações entre entidades ligadas ao comércio de Londrina para a nova convenção coletiva (2012/2013), que regulamentará as relações entre patrões e empregados da área. A convenção anterior, que expirou na mesma data, teve por ponto central a liberdade do varejo de rua de funcionar até as 18h nos três primeiros sábados de cada mês (de fevereiro a abril). A questão, que ainda gera polêmica e divide opiniões, deverá adquirir novos contornos já neste reinício da discussão.De acordo com o advogado Ed Nogueira de Azevedo, a busca permanece tendo como foco a ampliação do horário de abertura das lojas. Ele, que representa o Sindicato do Comércio Varejista de Londrina e Região (Sincoval), é enfático ao afirmar que o objetivo é caminhar futuramente para a

desregulamentação total do horário do comércio em Londrina, o que já é realidade em muitas capitais do país. “Tanto a legislação municipal como as convenções coletivas anteriores limitavam o atendimento ao público pelo lojista de calçada, e essa restrição não faz mais sentido. Só dessa forma o lojista de calçada terá minimamente condições de competir com os shoppings, supermercados e o mercado eletrônico, que crescem a olhos vistos”, aponta.A pauta de reivindicações da classe laboral consta de 125 itens, que serão analisados e debatidos em assembleia geral ao longo das próximas semanas. Uma das propostas é a modificação no horário do comércio também nos dias úteis – as lojas de rua passariam a atender das 9h às 19h. O sindicato patronal deverá protocolar ainda nesta semana a sua pauta de reivindicações, em um contraponto às solicitações dos trabalhadores que, explica

É TEMPO DE

RENOVAREntidades começam a discutir nova convenção coletiva. “Terceiro sábado” ainda divide opiniões

Nogueira, deverá estabelecer os limites entre os direitos e deveres negociados.Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio (Sindecolon), José Lima do Nascimento, as principais reivindicações dos vendedores são o piso

Ed Nogueira: “Tanto a legislação municipal como as convenções coletivas anteriores limitavam o atendimento ao público pelo

lojista de calçada, e essa restrição não faz mais sentido”

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

VAREJISTAS QUE ABRIRAM LOJAS NO TERCEIRO SÁBADO TIVERAM BONS RESULTADOS

salarial de R$ 1,5 mil e aumento de 15% aos que ganham acima desse valor. Lima explicou que o sindicato não vê a abertura das lojas no terceiro sábado como um problema – o buraco, diz ele, é mais embaixo. “Muitos empregadores não têm respeitado os direitos de seus funcionários. Eles não pagam as horas extras e, o que é pior, não lhes fornecem alimentação, porque alegam que não está previsto na convenção. Textualmente, de fato não está, mas é necessário haver bom senso para disciplinar esse tópico. Só a partir daí poderemos falar em abertura do comércio todos os sábados”, defende ele.

Terceiro sábado: uma conquista para o comércio de rua

Durante os últimos três meses em que a última convenção coletiva esteve em vigor, muito se falou a respeito do “terceiro sábado”. O fato é que foram poucos os comerciantes que lançaram mão do direito de funcionar até as 18 horas nesse período,

o que denota uma barreira a ser transposta na forma de se visualizar a questão.O diretor de Comércio Internacional da ACIL, Brasílio Fonseca, que abriu sua loja Bolivar Calçados nos três primeiros sábados somente no mês de abril e já obteve bons resultados, acredita que é preciso criar um hábito no consumidor de comprar aos finais de semana, comunicando a ele essa possibilidade numa linguagem clara e direta. “Algumas pessoas preferem ir ao shopping simplesmente pela facilidade de assimilar o horário de funcionamento – shoppings abrem até as 22h, todos sabem. Na contrapartida, o comércio de rua já funciona em um esquema cheio de exceções, de ora-isso-ora-aquilo, e só isso já cansa o consumidor. Os pequenos comerciantes precisam parar de enxergar o expediente aos sábados à tarde como um problema ou mesmo como uma opção, mas como uma obrigação para com o consumidor – do contrário, será automaticamente engolido pelos segmentos concorrentes de mercado”, avalia.

As Casas Ajita dedicam-se ao varejo de calçados no Paraná há 60 anos. O proprietário da loja, Eduardo Ajita, conta que seu estabelecimento aderiu ao esquema do “terceiro sábado” desde o mês de janeiro – e não se arrepende disso. “Nos dois primeiros meses, o movimento de fato foi baixo, até porque as pessoas não sabiam que estávamos abertos. Porém, com a arrecadação excelente que tivemos nos fins de semana de março e abril, já foi possível sentir que o terceiro sábado tem sua acolhida entre o público da cidade”, relata. “As pessoas em geral não têm tempo para fazer compras nos dias úteis, e quando percebem que o comércio está aberto no sábado, elas simplesmente vêm.”José Lima, do Sindecolon, espera que a atual negociação não leve tanto tempo para sair do papel como a anterior – que se arrastou por nove meses até se transformar em convenção coletiva. Antes de tudo, porém, ele aponta que é preciso deixar de enxergar empregados e patrões como lados opostos nas negociações. “Sindicato de empregados e sindicato de empregadores não são inimigos, são elos entre o capital e o trabalho. Trabalhador e empregador têm de caminhar de mãos dadas em busca de benefícios”, defende.Ed Nogueira também é otimista quanto ao futuro das discussões. Com a criação de uma comissão comprometida em participar diariamente dos debates – o que não havia no passado – ele espera que até o final de junho o acordo já tenha sido definido. “O que esperamos com isso é manter um canal permanente de negociação com o Sindecolon e, através disso, abreviar muito o período de negociação”, explica.

Brasílio Fonseca: “Os pequenos comerciantes precisam parar de enxergar o expediente aos sábados à tarde como um problema ou mesmo como uma opção, mas como uma obrigação para com o consumidor – do contrário, será automaticamente engolido pelos segmentos concorrentes de mercado”

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SICREDI E BRDE

Por Susan Naime

O processo de globalização e o boom do desenvolvimento exigem que todos os dias empresas dos mais diversos portes e segmentos invistam em qualidade para se tornarem cada vez mais competitivas. Atualmente, o mercado apresenta uma forma desregulada de concorrência. Uma gestão empresarial adequada e linhas de crédito que se ajustem às demandas dessas companhias são fundamentais para a sobrevivência deste cenário moderno. Crédito com taxas diferenciadas

Em Londrina, as empresas associadas à ACIL continuam tendo à disposição linhas de crédito com taxas diferenciadas para investir e explorar mais os seus negócios. A vantagem foi proporcionada pela renovação do convênio entre a associação e o Sicredi União, no dia 9 de abril, na ExpoLondrina, e fortaleceu os ideais do cooperativismo e do

associativismo. Centenas de empresas já foram beneficiadas pela parceria nos últimos três anos. “Essa parceria traz grandes benefícios aos associados de ambas instituições. Nessa renovação teremos participação nas ações ligadas aos comerciantes, o que pode nos ajudar a fortalecer o envolvimento com essa classe. Essa parceria também fomenta o desenvolvimento dos negócios e oportuniza aos associados acesso a todos os produtos e serviços da cooperativa”, explica o diretor de Desenvolvimento do Sicredi, Rogério Machado. A cooperativa coloca à disposição dos seus clientes uma gama de produtos, como o capital de giro, crédito retroativo, desconto de recebíveis, aplicações financeiras, entre outros. “Hoje, o produto de maior adesão são as linhas de crédito, que devido à parceria, têm custo diferenciado para fomento de negócios. Mas todos os demais produtos estão à disposição”, apontou Machado. O convênio entre o Sicredi e a ACIL prevê também a participação e o

PARCEIROS DODESENVOLVIMENTOEm abril, a ACIL firmou convênios que proporcionam acesso ao crédito com taxas diferenciadas e linhas especiais de financiamento aos seus associados

patrocínio da cooperativa a eventos promocionais e de fomento às vendas, como o Dia das Mães. “No Sicredi encontramos profissionalismo, espírito empreendedor e compromisso com o desenvolvimento das pessoas e instituições. Podemos dizer, sem medo de errar, que o Sicredi já faz parte da história da ACIL”, avalia o presidente da entidade, Flávio Montenegro Balan. O Sicredi possui seis unidades de atendimento em Londrina, localizadas nas avenidas Higienópolis, Tiradentes, Duque de Caxias, Santos Dumont, Saul Elkind e no distrito da Warta. Atendimento personalizado

Para manter o sucesso adquirido há oito anos, quando inaugurou a sua marca no mercado, a Aimê Lingerie inova a cada dia no segmento de moda íntima, antecipando as tendências e criando produtos desenvolvidos com tecidos de primeira linha. São 60 novos modelos por mês.Para facilitar a gestão dos negócios, o proprietário da empresa, Vinicius Duque Peinado, apostou em alguns serviços disponibilizados pelo Sicredi. “Além dos serviços básicos, utilizamos também talão de cheques e operações de desconto de cheques. Através da cooperativa foi possível descentralizar de banco, aumentar o número de pulverizações, de operações, além de obter melhores condições. As taxas são muito boas. Eu recomendo”, afirma.

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Assinatura dos convênios ocorreu na ExpoLondrina no dia 9 de abril

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 9

A Aimê Lingerie possui oito lojas de varejo, três no atacado e seis mil consultoras de venda em todo o Brasil.

Linhas de financiamento

Expandir negócios e transformar projetos em realidade muitas vezes exigem financiamentos de longo prazo. E para proporcionar comodidade e segurança aos seus associados, a ACIL e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) formalizaram uma parceria que visa facilitar o acesso às linhas de financiamento do banco. O BRDE já acompanha e apoia o desenvolvimento de projetos voltados à agropecuária com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico da região onde atua. Agora, quer expandir o segmento de ações do banco para financiar projetos do comércio, indústria e prestação de

serviços. “Queríamos fazer isso há muito tempo e agora aconteceu. O convênio com a ACIL proporciona uma colaboração recíproca. Esperamos fortalecer nosso posicionamento em Londrina e região, além de atender a todos que têm demanda por investimento”, explica a gerente de planejamento do BRDE, Juliana Souza Dallastra.A ideia é que a ACIL indique o serviço aos seus associados para que o banco possa contribuir para a elevação dos níveis de renda e emprego, além de aumentar a competitividade de empreendimentos de todos os portes, usando como principal instrumento o crédito de longo prazo. Para Flávio Balan, a assinatura do convênio com o BRDE resgata uma parceria antiga, que irá beneficiar e otimizar o circuito com a sociedade. “Esse acesso ao crédito que nosso associado terá junto a esta

ASSUMIR ALGO JÁ TESTADO É UMA DAS VANTAGENS DA FRANQUIA

Vinícius Peinado: “Através da cooperativa foi possível descentralizar de banco, aumentar o número de pulverizações, de operações,

além de obter melhores condições. As taxas são muito boas”

importante instituição trará ainda mais desenvolvimento. É claro que sempre é importante vir junto com uma orientação em prol do diferencial competitivo para que o crédito seja bem utilizado por nosso associado”, ressaltou. A assinatura do convênio também foi realizada no Parque de Exposições Ney Braga, no dia 9 de abril.

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PROBLEMAS SOCIAIS

INTEGRAÇÃOENCURTA CAMINHO NA BUSCA POR SOLUÇÕESEm sintonia, Prefeitura e Fórum Desenvolve Londrina se aproximam para promover ações concretas que aliviem gargalos sociais da cidade

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IDEIA CENTRAL É DAR ATENÇÃO A FAMÍLIAS DESESTRUTURADAS

Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

Por Edson Vitoretti

Entulhos nas calçadas, terrenos com lixo e indignação. Goteiras em tetos e aquecedores solares que aquecem mãos, porque dão choque. Rachaduras recheadas de vergonha. Ausências... de creches, de posto de saúde, de escolas, de áreas de lazer, de quebra-molas. Desemprego. Crianças sem leite por não haver um ponto de distribuição no local. Na família, violência contra crianças e mulheres. Nas ruas, adolescentes expostos à criminalidade. Gente que perdeu móveis por conta de enchente vinda de bueiro entupido de descaso. Problemas não faltam no Residencial Vista Bela. Uma realidade que causa sensação de abandono: “A gente enxerga Londrina como se ela estivesse de costas pra nós”, diz Sandra Maria de Souza, representante dos moradores do bairro. Mas essa sensação pode acabar logo. O Fórum Desenvolve Londrina, que reúne as 30 maiores entidades da sociedade londrinense, está se colocando à disposição do Poder Público para ajudar a minimizar os problemas sociais, não só do Vista Bela, mas da cidade como um todo.O mote para a aproximação veio de um estudo feito pelo Fórum, em 2011, sobre adolescentes em conflito com a lei, e numa experiência de integração de esforços entre a sociedade civil organizada e a Prefeitura de Sorocaba (SP). Com o estudo, concluiu-se que problemas sociais devem ser atacados em suas causas, e não com medidas paliativas. “Se queremos mudar esse estado de coisas, temos que trabalhar na prevenção. Então o ideal é atacar as causas, é fazer um trabalho junto às famílias desestruturadas para que elas tenham uma vida digna”, diz Cláudio Tedeschi, presidente do Fórum Desenvolve Londrina.As conversações entre a sociedade civil organizada e integrantes da Prefeitura começaram recentemente. No momento, a parceria está sendo discutida em termos de estruturação, coordenação e formulação de cronograma de atividades. No Fórum, o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial de Londrina, encabeçado pela ACIL, será o responsável por materializar as propostas assim como fazer pressão política, caso necessário. No Poder Público, a estruturação da parceria gira em torno de

sociais. “Vou conversar com o presidente da associação para viabilizar nos clubes os serviços de convivência e de esporte”, afirma Patrícia. Já está definida a construção de uma escola de ensino integral no Vista Bela com capacidade para mil alunos, o que atenderia toda a demanda do bairro. Mas enquanto a escola não vem, medidas a curto prazo são bem-vindas: “A gente está tentando usar as estruturas que já temos. Na indústria, o SESI e o SENAI, no comércio, o SESC, que tá indo pra lá [para o Vista Bela] com um prédio próprio. Mas, até ficar pronto, a gente pretende utilizar estruturas móveis, que todas essas entidades têm, para fazer ações de exame médico, consultas etc”, exemplifica Gerson Guariente, coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Empresarial do Fórum Desenvolve Londrina. As ações iniciais dessa relação entre Poder Público e sociedade civil organizada têm o Vista Bela como foco. “Estamos tentando coordenar a parte do esporte para fazer um contraturno escolar organizado. A Secretaria de Assistência Social pediu para a Secretaria de Educação um estudo para esse contraturno, para que haja uma ação pedagógica coordenada”, comenta Guariente. Patrícia Grassano diz que a questão mais crítica do Vista Bela hoje é o fato de as crianças terem que se deslocar para estudar longe do bairro. “A gente tem as atenções voltadas pro Vista Bela, que é uma questão bem diferente. Você imagina, de uma hora pra outra, mudar para um lugar em que você não conhece ninguém, que não há vínculos entre as pessoas. Existe uma complexidade que precisa ser atacada lá, promovendo ações específicas”, afirma Patrícia.

um trabalho inicial para melhorar o inter-relacionamento entre as secretarias. Para as articulações com o Fórum, fala-se de uma coordenação geral, e os nomes mais cotados são Télcia Lamônica, da Secretaria Municipal de Assistência Social, e Patrícia Grassano, da Assessoria Especial do Direito da Criança e do Adolescente. “Ainda não está definida uma coordenação geral. Eu creio que há um caminho de amadurecimento que pode ser feito. É uma questão ainda de a gente colocar a engrenagem pra funcionar”, diz Télcia. “A primeira coisa é fazer uma grande discussão para depois implantar uma comissão. A proposta é que tenha uma comissão central e vários comitês. A gente quer primeiro trazer essa discussão e depois definir uma secretaria, ou um conjunto de atividades que ficariam a cargo de um coordenador”, diz Patrícia Grassano.

Saindo do papelDas discussões nascem a luz, as ideias e as ações. O prefeito Alexandre Kireeff sinalizou a intenção de mobilizar empresas para que adotassem vagas em creches. “A gente já iniciou uma conversa com o Bruno Veronesi [presidente da Codel], sobre essa questão das empresas e das CEIs [Centros de Educação Infantil]. Estamos pensando em como promover junto às empresas algo como um selo ‘Sou Amigo da Cidade de Londrina’, no sentido de que elas patrocinem as creches”, diz Patrícia.A Associação dos Clubes Sociais de Londrina já se prontificou a intermediar junto aos clubes a possibilidade de colocar suas estruturas à disposição para projetos

Gerson Guariente: “Se você envolve toda a comunidade e

dá condições, ela avança muito rápido”

Télcia Lamônica: “A proposta do Fórum é a de ação integrada, de como a gente consegue

integrar educação, saúde, assistência, esporte e cultura num mesmo território”

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ConexõesPara que ideias e ações se concretizem, é preciso buscar algo que é a palavra de ordem no momento: integração. Antes mesmo dessa aproximação entre as entidades do Fórum e o Poder Público, já se buscava uma integração administrativa na Prefeitura. Hoje, a cidade está dividida administrativamente em bases territoriais, o que prejudica a interação entre as ações das secretarias. “Precisamos fazer um cruzamento de informações, porque às vezes a Saúde está atendendo o mesmo público da Assistência, só que essa informação da Saúde não chega para a Assistência. Como as ações são desconexas, elas não seguem o mesmo caminho, e aí temos deficiências no atendimento que poderiam estar sendo supridas”, explica Patrícia. Télcia diz que: “Estamos numa proposta de unificação territorial, numa discussão de uso de espaços em comum, de gerenciamento de fluxos. Precisamos ter uma leitura unificada, para que possamos distribuir melhor os recursos”.Em termos de integração, a sociedade civil organizada faz coro com o discurso das autoridades públicas: “A falta de integração faz com que o Brasil tenha uma administração com vários órgãos trabalhando na mesma coisa, mas todos trabalhando isoladamente e, por consequência, todos fazendo a coisa mal feita”, diz Cláudio Tedeschi. A secretária Télcia aponta que “a proposta do Fórum é a de ação integrada, de como a gente consegue integrar educação, saúde, assistência, esporte e cultura num mesmo território”. É bom lembrar que, desde seu início, em 2005, o Fórum vem propondo soluções para os problemas da cidade. A diferença da aproximação atual é que ela envolve ações concretas das entidades do Fórum e a parceria caminha para uma institucionalização ainda a ser configurada.

União pela cidadeEssa iniciativa de aproximação do Fórum Desenvolve Londrina com o Poder Público visando a resolução de problemas sociais simboliza um clima de união na cidade. “O portador da visão de futuro de uma sociedade tem que ser a própria sociedade. O grande fundamento do Fórum é mudar a cultura de que uma pessoa eleita vai decidir

os rumos da cidade. O governante é apenas o gestor dos rumos da sociedade. Mas quem define os rumos é a sociedade”, diz Tedeschi. “Na verdade, quem trabalha com criança e adolescente sabe que não tem como trabalhar sem um tripé: família, Estado e sociedade. O Estado pode ser do tamanho que for, mas só a sociedade faz as mudanças nas pessoas. Quando a comunidade enxerga na gente um parceiro e todos se unem, não vejo como não avançarmos”, acredita Patrícia. Télcia concorda: “o Poder Público não consegue fazer sozinho mesmo. Ele vai precisar sempre da sociedade civil organizada, das ONGs, das empresas, das indústrias, de todos”, afirma. “Nós queremos que a cidade seja uma única cidade. E o nosso entendimento é que as oportunidades devam ser dadas para quem tem menos condições. Em Sorocaba, o prefeito integrou todas as ações, colocou os equipamentos públicos de melhor qualidade nas áreas mais carentes. E funciona porque se você envolve toda a comunidade e dá condições, ela avança muito rápido. É o que a gente está tentando fazer”, afirma Guariente.No passado, a sociedade civil organizada já se uniu em prol da cidade contra um inimigo em comum: a corrupção. Hoje, Tedeschi aponta um adversário que tem o poder de emperrar boas iniciativas, a “VICA”: vaidade, inveja, ciúme e arrogância. “Você tem uma dificuldade muito grande de trabalhar em equipe no Brasil, porque a inveja e a arrogância aparecem como obstáculos grandes para que a integração ocorra”, diz. Ao que parece, o Poder Público está imunizado contra ataques de VICA: “Nenhuma dessas questões da VICA cabem porque ninguém está aqui pelo poder. Isso faz uma grande diferença no dia a dia”, diz Télcia.

Parceriade peso

Segundo Gerson Guariente, todas as entidades do Fórum Desenvolve Londrina estão dispostas a colaborar com o

Poder Público. Eis algumas entidades que

compõem o Fórum:

UEL Universidade Estadual de Londrina

OAB Ordem dos Advogados do Brasil

SESI Serviço Social da Indústria

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial

SESC Serviço Social do Comércio

ACIL Associação Comercial e Industrial

de Londrina

IAPAR Instituto Agronômico do Paraná

FIEP Federação das Indústrias do Estado

do Paraná

Caixa Econômica Federal

SEBRAE

SINDUSCOM-PRSindicato da Indústria da

Construção Civil no Estado do Paraná

EMBRAPAEmpresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária

Associação Médica de Londrina

Sociedade Rural do Paraná

Cláudio Tedeschi: “O governante é apenas o gestor dos rumos da sociedade. Mas quem define os rumos é a sociedade”

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ICL

Por Fernanda Bressan

Construir. Esse é um verbo que vem sendo conjugado literalmente todos os dias no Hospital do Câncer de Londrina. De metro quadrado em metro quadrado, um prédio com 7 pavimentos foi erguido. Falta ainda o “recheio do bolo”, mas a obra orçada em R$ 12 milhões já saiu do papel para a realidade numa velocidade que assusta até os mais otimistas: “Começamos a obra sem dinheiro algum, e até agora nunca precisamos parar. Falo que o nosso cronograma é Deus”, brinca Nelson Dequech, presidente do HCL, homem que tomou à frente e assumiu a “bronca” quando parecia que a única solução seria fechar as portas, isso em 2005. Passados 8 anos, o hospital não só recuperou a vida, como a cada dia recebe mais e mais pessoas, de centenas de cidades, todas em busca de esperança, de tratamento, de cura. São cerca de 1,2 mil atendimentos por dia.

Essa reviravolta toda tem nome: pessoas de bom coração. Foi graças à ajuda de muitos, cada qual do seu jeito, que a obra HCL ganhou vida. Atualmente, a campanha “Adote 1m2” trouxe ainda mais força. Lançada em dezembro de 2011, ela fez com que o novo prédio e, consequentemente, a expansão do hospital, se materializasse. A expectativa

1M2CONSTRUÍDO PELO

“CRONOGRAMA DE DEUS”Novo prédio do Hospital do Câncer é resultado da união de muitos por um bem comum; pontapé inicial veio de um homem chamado Baiano

Associação Comercial e Industrial de Londrina 13

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é de que em julho deste ano os primeiros três pavimentos sejam entregues e comecem a aliviar a rotina de quem precisa de tratamento.

Essa ideia saiu da cabeça do engenheiro Antônio Carlos do Nascimento, o Baiano, falecido de câncer no dia 2 de abril deste ano. Gestora de Ações Estratégicas e Projetos do HCL, Mara Rossival Fernandes lembra bem quando o sonho surgiu. “Ele estava com câncer, nos encontramos na portaria, e ele falou da ideia. Disse que queria pagar seu metro quadrado, e criou a campanha. Ele deixou isso de herança, o Baiano deixou um pedaço dele e somos muito gratos. Até as últimas forças, ele ficava com o laptop acompanhando a campanha, os médicos brincavam que quando um metro era vendido fazia mais efeito nele que a quimioterapia”, conta.

Para Mara, Baiano foi um grande exemplo e mais uma prova de que as pessoas fazem a diferença. “Foi uma pessoa especial, que esqueceu da própria dor para ajudar os outros”. Doação de vida é uma palavra que a própria Mara conhece. Há 40 anos ela está no HCL. E já passou pelas mais diversas funções até chegar ao posto em que luta todos os dias por recursos para que a construção siga firme, assim como outras necessidades da instituição. A última conquista foi o equipamento de Ressonância Magnética, que será instalada no subsolo do novo prédio, andar inteiro que será destinado ao Centro de Diagnóstico com exames dos mais diversos tipos. O local já está com os alicerces erguidos e os olhos de Mara brilham ao caminhar pela construção e mostrar o resultado da união.

“A gente que está aqui dentro passa a acreditar em milagres, a união faz a força e o que está se fazendo em Londrina com a campanha do metro quadrado é um trabalho lindo, que vai ficar para o futuro”, declara. É essa herança que motiva a gestora a levantar cedo e trabalha até tarde da noite. “O trabalho aqui é intenso, mas o prazer com o resultado é

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indescritível. Sinto que estou fazendo algo de valor, algo que faz a diferença. Vejo que o Hospital do Câncer é do futuro, nós vamos passar, mas ele vai continuar e vou poder dizer que vivi por algo que valeu a pena”, declara.

Mara lembra que o câncer é uma doença cada vez mais presente no nosso dia a dia. No ano passado, 22.256 pessoas foram atendidas no Hospital, mais de 5 mil delas, novos pacientes com câncer. “Se hoje o hospital é importante, no futuro ele será vital. A população está envelhecendo, vai viver mais, as células vão envelhecer. O hospital tem que crescer para atender essas pessoas, todos nós conhecemos alguém próximo com a doença, até pessoas mais jovens. Hoje ajudamos com um metro quadrado a construir essa estrutura”, salienta Mara.

Graças ao avanço da medicina, Mara comemora que a cura é cada vez maior. E graças às mudanças no Hospital do Câncer, muitos sonhos são hoje possíveis. “Na semana passada começamos a ter aulas para as crianças de do 1º ao 9º ano, elas precisam ter aulas para não perder esse momento da vida. Esse é um dos presentes da vida”, diz com sorriso carinhoso e feliz.

Consciente da importância da obra, Mara segue trabalhando para que novos metros quadrados sejam vendido. Até março de 2013, 971 pessoas já tinha ajudado com a compra de 2.874 metros quadrados. O total arrecadado foi de R$ 4,3 milhões. A meta é chegar aos 7.510 metros quadrados “adotados” para que todos os 7 andares possam ser concluídos (todos esses valores podem ser consultados no site www.hcl.org.br). Com o dinheiro arrecadado até agora, somado à ajuda do Governo do Estado, está sendo possível finalizar os três primeiros andares. Os outros quatro estão só com a estrutura de concreto pronta, faltando toda a parte de infraestrutura. “O recheio é caro”, aponta Mara.

A alegria que ela e Nelson Dequech compartilham é que nessa primeira etapa já está previsto um grande anseio e luta: uma nova sala de espera. Atualmente os pacientes têm apenas um espaço de 70 metros quadrados para aguardar pelo atendimento, o que faz com que muitos esperem na rua. Até bancos foram colocados no local, uma improvisação para dar um certo

Mara Fernandes: “Vejo que o Hospital do Câncer é do futuro, nós vamos passar, mas ele vai continuar e vou poder dizer

que vivi por algo que valeu a pena”

Sala de espera terá 300 cadeiras, não será mais preciso aguardar na rua

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 15

conforto enquanto a obra não era possível. Com o novo prédio, a sala de espera terá 650 metros quadrados e 300 cadeiras. “Tudo o que estamos fazendo é para humanizar. Os pacientes precisam de um espaço adequado, tem dia que chove, faz frio, e não temos espaço”, conta Dequech.

Desde que entrou no HCL, Nelson Dequech sonha com essa sala de espera. E graças à solidariedade de muitos, ela foi possível. “Tudo isso quem está fazendo é a comunidade, ainda estamos no sufoco, mas não estamos mais caóticos”, compara. Ele lembra que quando assumiu o cargo, diziam que era apenas para um mandato tampão, que foi se multiplicando. “A gente vai se envolvendo e nisso se passaram 8 anos. Falo que é o melhor trabalho da minha vida”.

Para Mara, a mudança de postura na direção da instituição foi essencial para que todo o milagre acontecesse. “Como é importante a gestão! Houve momentos que achamos que estava tudo perdido, mas de repente vimos que temos uma força interior que não imaginávamos. Quando as coisas começam a dar certo, essa força interior aflora, e aflora em tudo, nos funcionários, nos médicos, na comunidade. Eu falo que o universo está conspirando a nosso favor. Sem ajuda da comunidade, nada disso seria possível.”

“TUDO QUE ESTAMOS FAZENDO É PARA HUMANIZAR O ATENDIMENTO”

Em 2015 o HCL completará 50 anos, e Mara diz que a data pode ser um marco. “Queremos entregar um bem precioso para essa comunidade, e esse bem será um hospital com alta tecnologia”. Para isso, é preciso que outros “pais” e “mães” adotem seu metro quadrado e, como Baiano, deixem um pedaço de esperança para os doentes de câncer.

Obras trarão conforto aos mais de mil pacientes atendidos por dia

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 17

Por Susan Naime

Após idas e vindas na pauta, os vereadores aprovaram em 30 de abril o projeto 358/2012, de autoria do presidente da Casa, Rony Alves (PTB). A matéria não sofreu alterações e ficou conhecida como Projeto Angeloni por facilitar a instalação da rede de hipermercado, através da alteração de zoneamento, na Gleba Palhano. Foram 18 votos favoráveis e 1 contrário. Os vereadores Jamil Janene (PP) e Sandra Graça (PP), que se abstiveram durante a primeira discussão, estão dentro do grupo de legisladores que aplicaram votos favoráveis ao empreendimento. O único voto negativo foi o de Lenir de Assis (PT), que no último dia 23 já havia votado não ao projeto. Prefeito vai consultar o JurídicoAntes de sancionar ou não o projeto de Lei 358/2012, Alexandre Kireeff (PSD) informou que irá consultar o Ippul e a Procuradoria Jurídica do Município. O objetivo é tomar uma decisão sensata e técnica sobre o assunto.

Audiência PúblicaAlguns moradores da Gleba Palhano desaprovaram a entrada de carga e descarga do Angeloni pela rua Ulrico Zuinglio. A Câmara chegou a realizar uma audiência pública para discutir o assunto. O grupo responsável pelo empreendimento informou que irá estudar uma alteração na entrada do estacionamento, com a finalidade de diminuir o impacto de tráfego no trânsito. Comissão vai revisar leisA Câmara vai realizar um levantamento completo de todas as leis aprovadas nos últimos 12 anos, e que apesar de

ANGELONI: CÂMARA APROVA ALTERAÇÃO DE ZONEAMENTOO projeto transforma em zona comercial um lote residencial localizado na rua Ulrico Zuinglio e favorece instalação de hipermercado na Gleba Palhano

terem sido sancionadas pelo Executivo ou promulgadas pelo Legislativo, não estão vigentes no município. Compõem a Comissão Especial de Avaliação e Viabilização de Leis os vereadores Gerson Araújo (PSDB), como presidente – ele também é o autor da proposta; Elza Correia (PMDB) como relatora; e Jamil Janene (PP) como membro. O grupo terá o prazo de 90 dias para concluir os trabalhos, prorrogáveis por igual período.

Fú renuncia à Mesa ExecutivaA Mesa Executiva da Câmara sofreu alterações em sua composição. No dia 16 do último mês, o vereador Roberto Fú (PDT) renunciou ao cargo de segundo secretário. Como justificativa, argumentou que a função estava o impedindo de atuar de forma mais eficiente em seu gabinete itinerante e negou qualquer desavença pessoal sobre as decisões tomadas pelos demais membros. Vilson Bittencourt (PSL), que foi o único a se candidatar para a vaga, assumiu o cargo. Os demais membros se mantiveram: Rony Alves (PTB), presidente; Gustavo Richa (PHS), vice; Emanoel Gomes (PRB), 1 secretário e Mário Takahashi (PV), 2 secretário.

Farra dos diplomasA Câmara prorrogou por 30 dias a conclusão da audiência interna para averiguar possíveis irregularidades nos certificados conhecidos como “farra dos diplomas”. O prazo expirou no dia 11 de abril. Até essa data, a situação de cerca de 15 a 20 funcionários ainda precisava ser analisada. Essa primeira etapa do trabalho faz parte do lote questionado pelo Ministério Público, que apontou

irregularidades para 32 funcionários. O presidente da Câmara, Rony Alves (PTB), adiantou que em todos esses certificados existem, em grau maior ou menor, algum tipo de irregularidade. A repetição de cursos é uma das falhas detectadas. A análise final sobre as medidas que deverão ser tomadas virá da Procuradoria do Legislativo. RecapitulandoOs reflexos da farra dos diplomas foram causados pela lei aprovada em 2004, que permitia que servidores apresentassem certificados para conseguir promoções e aumentos salariais. Uma carga mínima de 100 horas garantia reajustes que variavam de 2,5% a 10,4%. No dia 19 de março, a Câmara protocolou a portaria de número 69/2013, suspendendo o pagamento das vantagens obtidas por meio de progressões por conhecimento aos servidores do Legislativo.

Projetos arquivadosOs vereadores aprovaram em segunda discussão o projeto de resolução 6/2012, que prevê o arquivamento de projetos de lei de vereadores não reeleitos no final de cada legislatura. A matéria é de autoria de Roberto Fú (PDT) e subscrita por mais 12 vereadores da Legislatura anterior (seis dos quais reeleitos). Os autores argumentam que no encerramento dos quatro anos de mandato, todos os legisladores se obrigam a pedir o retorno à pauta de dezenas de projetos que estão retirados de tramitação por tempo indeterminado para que as matérias não sejam automaticamente arquivadas.

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NOVA LEI

Por Juliana Mastelini

Depois de sete anos trabalhando numa casa, quando foi despedida, a empregada Vera Lúcia Cerqueira Lima recebeu 13º salário, férias e um mês de aviso prévio. Se a situação acontecesse hoje, ela ainda receberia a indenização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o seguro-desemprego. Estes são alguns direitos concedidos às empregadas domésticas pela Emenda Constitucional 72/2013, conhecida como PEC das Domésticas. Há dois anos, Vera Lúcia está em novo emprego. Hoje trabalha na casa da farmacêutica e funcionária pública Maria Roselice Veiga de Aguiar Sabec. A mensalista comemora a maior segurança que a lei traz às empregadas domésticas no caso de demissão, por exemplo. “Além disso, qualquer benefício extra já dá pra comprar um litro a mais de leite pra dar pros filhos”, brinca Vera Lúcia.A lei tem deixado em dúvida patrões e empregados. O que muda efetivamente para o empregador: pagamento do FGTS de 8%; intervalo refeição; auxílio creche para filhos de até 5 anos; salário-família para filhos de até 14 anos; seguro contra acidente de trabalho; jornada semanal de 44 horas; e hora extra.Outros direitos como salário mínimo regional, registro em carteira,

13º salário e férias já eram assegurados às empregadas domésticas. Por isso a advogada trabalhista e vice-presidente da OAB/ Londrina, Vânia Queiroz, considera que a maior repercussão da lei na cidade vai ser nas casas em que os empregados tinham jornadas sem limites de horário. Agora os patrões terão que pagar hora extra e adicional noturno. “Porém as outras despesas são significativas, porque os custos separados não parecem muito, o somatório é o problema”, completa a advogada.Vânia acredita ser possível prever aproximadamente 30% de aumento no custo de uma empregada doméstica considerando-se também os encargos fiscais. A tradutora Maria Thereza Forattini considera que os encargos estabelecidos pela nova lei são pesados para o empregador. “Sempre foram pesados. O empregador doméstico não é firma, como pagar todos os encargos, FGTS, creche? É absurdo”, completa.Segundo a advogada Vânia Queiroz, os novos ônus sobre o trabalhador doméstico podem gerar um impacto de 10% a 15% nas demissões dos empregados. Vânia conta que algumas famílias, inclusive, em vez de demitir já fizeram ajuste com a empregada para que ela continue trabalhando na casa como diarista. “A diarista trabalha também em outras casas e os patrões dividem as despesas com INSS, que para a diarista não é obrigatório, mas é muito importante”, explica.A assessora jurídica do Sindicato das Empregadas Domésticas de Londrina e Região, Maria Lucilda Santos, acredita que haverá reclamações, porque ambas as partes estão assustadas com a lei, mas

MUDANÇAS DOMÉSTICASEm vigor desde o começo de abril, a Emenda Constitucional 72 regulamentou a profissão do trabalhador doméstico e trouxe novas regras para patrões e empregados

Vera Lúcia Cerqueira Lima: “Qualquer benefício extra já dá pra comprar um litro a mais de leite”

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CERCA DE 30% DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS DE LONDRINA ESTÃO NA INFORMALIDADE

isso não trará grande impacto. “Então pode ser que cause num primeiro momento certa demissão, certo reajuste, mas eu não creio que cause desemprego”. Para ela, o que muda é a cultura de formalização que o empregador tem que ter, não muda muito financeiramente. “Eu não acho que foi majorado o ônus financeiro para o empregador, 8% do FGTS não é muito. O governo ainda fala em reduzir o percentual do INSS para compensar o aumento do fundo de garantia”. Ela acredita que as pessoas que podem vão manter a empregada doméstica. “Já as pessoas que tinham empregado por uma questão de status ou quase no mesmo nível social vão ter que abrir mão”.Vânia Queiroz acredita que cada família tem que ter em mente as suas necessidades. “Se realmente precisa de uma funcionária todos os dias, ou se pode ficar só com diarista e dividir a tarefa entre os membros da casa. Isso representa uma significativa mudança de conceito do londrinense”, explica Vânia. A advogada Maira Benetti, depois de cinco meses sem mensalista, está em fase de treinamento para a contratação de nova funcionária de acordo com a Lei das Domésticas. Durante os cinco meses, ela mesma lavava a roupa e utilizava serviços terceirizados como lavanderias para passar a roupa e restaurante. Para manter a casa em ordem recorreu ao serviço de diaristas ou empresa que terceiriza o trabalho de limpeza da casa. “Como a minha casa é grande, não deu certo, mas acho que se a família conseguir gerir a casa só com esses serviços terceirizados e alimentação fora, penso que sai mais barato”, explica a advogada.Maira acredita que no futuro os brasileiros sigam os moldes de países como Estados Unidos. Lá, se contratam diaristas e cada membro da família desempenha um papel nas tarefas da casa. “O que pressupõe que marido e filhos também ajudem. Essa é uma cultura que não existe no Brasil. As obrigações na maioria das vezes caem em cima da mulher”, explica.

Maior exigênciaA assessora jurídica Maria Lucilda Santos acredita que com os benefícios o empregado será também mais cobrado. Ela conta que

NA PONTA DO LÁPISCompare as novas despesas mensais com o empregado doméstico

Despesas anteriores à lei Novas despesas

INSS (12% para o patrão) R$97,41 FGTS (8%) R$64,95

Férias e 13º (dividido pelos 12 meses) R$155 Seguro acidente de trabalho (de 1% a 3%) média de R$16,23

Vale Transporte R$121,50 Salário família R$23,23 para cada filho menor de 14 anos

Auxílio creche para cada filho menor de 5 anos (valor ainda não estipulado)

Total/ mês despesas anteriores: R$373,91 Total/mês novas despesas: média de R$130

Somatória despesas = R$501

* Com base no salário mínimo R$811,80

o Sindicato das Domésticas está preparado para trabalhar com a capacitação das empregadas. “Antes, como o ônus representado pela empregada doméstica não era grande, os patrões não exigiam tanto. Hoje a exigência vai ser maior. Então você paga, você vai querer uma contrapartida à altura, um serviço especializado”, completa.Para a farmacêutica Maria Roselice, a lei trouxe benefícios para ambos os lados ao estabelecer normas para empregados e empregadores. “Todo mundo tem direitos e deveres, então a empregada vai ter que seguir corretamente. Agora pela lei, o empregador tem como cobrar horários e conduta de atividade”, explica a farmacêutica.

InformalidadeA advogada Vânia Queiroz acredita que cerca de 30% dos empregados domésticos em Londrina estão na informalidade. Para a assessora jurídica Maria Lucilda Santos, que trabalha há 20 anos com o Sindicato das Domésticas, o quadro da informalidade em Londrina mudou com os anos. “Antes aparecia empregada com contrato de 20 anos de trabalho sem registro. Agora não, eu vejo que a questão do reconhecimento tem sido constante. É claro que ainda existe uma grande gama de pessoas que não tem condições de manter o empregado doméstico e mesmo assim insistem e aí no final geram um déficit financeiro para o empregado. Mas agora a informalidade vai custar caro para o empregador.”

Maria Lucilda Santos: “Pode haver alguma demissão, algum reajuste, mas não acredito que a nova lei cause desemprego. As pessoas que tinham empregado doméstico por uma questão de status vão ter que abrir mão disso.”

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Por Susan Naime

Se houvesse uma fórmula mágica sobre como ser uma empresa modelo no mercado, os Procons e juizados de pequenas causas não precisariam existir. Entretanto, alguns ingredientes para o sucesso não precisam de feitiçaria e nem são segredo. Além de se adaptar a todo o processo que a gestão de competitividade exige, as empresas precisam atender às expectativas do cliente em relação a preço, compromisso ambiental, funcionalidade dos produtos e, muitas vezes, até nas vertentes pessoais. “As empresas hoje têm que se preparar para atender o consumidor, que está muito mais seletivo, e saber dos seus direitos, até porque as informações estão disponíveis de diversas maneiras. A empresa que não treinar a sua equipe para o atendimento não irá sobreviver ao mercado”, ressalta o diretor comercial da ACIL e diretor financeiro da rede

de lojas Móveis Brasília, Marcelo Paganucci Ontivero. Três requisitos básicos são apontados por especialistas na hora de estreitar a relação entre empresas e clientes: confiança, diálogo e reconhecimento. A satisfação às necessidades pessoais do comprador, antes de qualquer outra coisa, é o primeiro passo em direção da confiança. “É preciso que a equipe de venda, por exemplo, conheça a fundo o seu produto, esteja muito bem preparada na parte humana e se coloque sempre no lugar dos clientes. Os problemas que surgirem devem ser resolvidos administrativamente e não empurrados até chegar no Procon. Mas você também não pode prometer ao cliente o que não será possível de cumprir e gerar um descontentamento futuro. Ligue para o cliente e veja se ele ficou satisfeito. O bom vendedor que faz isso se transforma em um bom gerente”, destaca Ontivero. Outro pilar do bom relacionamento empresa-cliente é a comunicação. Engana-se quem pensa que o consumidor está sempre seguro de si. Muitas vezes ele entra em um estabelecimento sem saber exatamente o que procura. No entanto, toda empresa precisa estar preparada para atender a essa demanda reprimida. “É importante conhecer o cliente durante uma conversa e, na troca de ideias, oferecer soluções a ele. Através de um planejamento, o cliente compra sonhos. E você não pode deixar o sonho virar um pesadelo e ficar aquém daquilo que o consumidor esperava”, orienta.

DIREITOS DO CONSUMIDOR

EMPRESAS E CLIENTES:DISCUTINDO A RELAÇÃOSeguindo o que determina a legislação e respeitando algumas atitudes básicas, é possível transformar a sua empresa em modelo na relação com os consumidores

Marcelo Ontivero: “A empresa que não treinar a sua equipe para o atendimento não

irá sobreviver ao mercado”

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“O cliente tem sempre razão”Quem é que nunca escutou esse ditado popular? O empresário Marcelo Ontivero aprova a ideia, mas também apresenta outra versão: “O cliente é rei, mas não pode destruir o castelo”, brinca. A afirmação refere-se a situações desagradáveis, em que o cliente não está tão interessado em resolver o problema do seu produto ou serviço, mas sim se aproveitar de um episódio que poderia ser facilmente solucionado para abocanhar uma indenização por danos morais. “Defendo a teoria de que o cliente tem e sempre terá razão. Por isso o diálogo e o respeito devem sempre caminhar juntos. Infelizmente, também existem os problemas pontuais onde o cliente quer se aproveitar da situação e já não aceita mais qualquer intervenção da empresa”, lamenta.

Receita de sucesso Disciplina é a receita seguida pela Farmácia Vale Verde para se posicionar como empresa modelo no mercado. Afinal, são 39 anos de história, 19 lojas em Londrina, outras 11 na região e um total de 500 funcionários. “Para que o negócio desse certo, criamos alguns procedimentos dentro da empresa. Em primeiro lugar está a disciplina interna, que é sempre o grande gargalo nas empresas. A equipe recebe treinamento para ter condições de cumprir todas as normas

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estabelecidas e, dessa forma, agradar e atender bem o cliente para que ele se fidelize à Vale Verde”, aponta o proprietário da rede de farmácias, Rubens Benedito Augusto. Uma espécie de cartilha confeccionada pela Vale Verde orienta os funcionários sobre diversas situações que podem ocorrer no dia a dia de trabalho. Desta forma, o cliente sempre receberá soluções imediatas, evitando qualquer tipo de constrangimento. “A cada momento buscamos aprimorar esses procedimentos, até porque as mudanças na legislação são constantes. Treinamos os funcionários para que eles cumpram as nossas normas. E quando isso não acontece, precisamos tomar alguma atitude”, explica Augusto. Outro fator garante a credibilidade da rede no mercado: o cumprimento das exigências ditadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Rubens Augusto lembra que quando a receita médica passou a ser obrigatória para a compra de antibióticos, muitos clientes ficaram inconformados. “Existem situações como essa que criam um clima desagradável. Mas você precisa

trabalhar para equilibrar a situação. Primeiro, procurar encantar o cliente. Fazendo isso já se evita um monte de problemas. Depois, não deixar de cumprir as normas da lei. Isso fortalece a categoria e proporciona uma concorrência mais justa”, ensina.

Legislação Atentos à causa, o Procon e a ACIL iniciaram um diálogo para estreitar uma parceria que visa dar aconselhamento, principalmente às empresas do pequeno e médio porte. “Seria um trabalho preventivo. Talvez para o segundo semestre. Primeiro precisamos estruturar a parte física e de pessoal do órgão”, explica o coordenador do Procon, Rodrigo Brum Silva. Enquanto a parceria não se concretiza, Silva atenta para itens obrigatórios dentro de um estabelecimento comercial, como o Código do Consumidor, a precificação e a propaganda dos produtos e serviços. “Não adianta apenas ter o Código do

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ACIL OFERECE TREINAMENTO A FUNCIONÁRIOS DE EMPRESAS

Rodrigo Brum Silva: “Se o consumidor vai até a loja por causa de uma promoção que viu na mídia, o estabelecimento tem a obrigação de

cumprir com o que foi veiculado”

Rubens Benedito Augusto: “Treinamos os funcionários para que eles cumpram as nossas

normas”

Consumidor. Ele precisa estar visível e acessível aos clientes. Pode até imprimir da internet. Outro gargalo é a questão dos preços. Todos os produtos devem estar etiquetados enquanto a loja estiver aberta ao público. E não podemos deixar de citar a propaganda. Se o consumidor vai até a loja por causa de uma promoção que viu na mídia, o estabelecimento tem a obrigação de cumprir com o que foi veiculado”, afirma. O presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, diz que estuda a possibilidade de elaborar uma cartilha didática, em conjunto com o Procon, além de informes e palestras que esclareçam o assunto. “Acredito que o empresário londrinense está mais atento e preocupado com o cumprimento da legislação no seu comércio, mas ainda falta informação”, aponta. A ACIL oferece mensalmente treinamentos a prestadores de serviço e trabalhadores do comércio e da indústria com o objetivo de atualizar o cenário empresarial londrinense. Os associados da entidade também têm acesso ao serviço de consultoria jurídica, em especial nas áreas tributária, trabalhista e cível. Os empresários interessados devem procurar a ACIL com sua dúvida. A entidade fará o encaminhamento para um dos escritórios conveniados, que se encarregará de atender a empresa e sugerir o procedimento a ser seguido. Todo esse processo não tem custo para associados. Outro canal de informação para os empresários é pelo Sindicato do Comércio Varejista de Londrina e região (Sincoval), que oferece orientações sobre convenção coletiva, suporte e treinamento.

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Por Paulo Briguet

Existe um momento único na história em que os sonhos começam a se transformar em realidade. Londrina está vivendo esse instante mágico. No início de maio, a consultoria Jones Lang LaSalle divulgou as conclusões do estudo de viabilidade para o tão sonhado Centro de Convenções de Londrina. E os resultados não poderiam ter sido mais alentadores. De acordo com o estudo, não

apenas o Centro de Convenções é economicamente viável, como

também necessário para o desenvolvimento de

Londrina e região.

A HORA E A VEZ DO CENTRO DE CONVENÇÕESEstudo realizado pela consultoria Jones Lang LaSalle comprova que a instalação de um Centro de Convenções não apenas é viável como também necessária para o desenvolvimento da cidade

Bandeira das entidadesNos últimos anos, a ACIL e o Londrina Convention & Visitors Bureau, juntamente a outras entidades locais, têm chamado a atenção para a importância de se construir e colocar em funcionamento um espaço adequado para a realização de grandes convenções, congressos e eventos na cidade. “Entre 2010 e 2012, Londrina perdeu 35 eventos e deixou de receber 180 mil visitantes que movimentariam a economia local em R$ 115 milhões”, diz o presidente do Londrina Convention, Reinaldo Cassimiro da Costa Júnior. “Ao longo do tempo, vínhamos insistindo que Londrina não pode ficar sem um Centro de Convenções à altura dos grandes eventos nacionais e internacionais”, comenta o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan. “Os estudos realizados pela Jones Lang LaSalle comprovam

a nossa tese. É uma ótima notícia para o desenvolvimento de

Londrina. Acreditamos que vários segmentos

empresariais

estejam interessados em investir no projeto.” Balan observa que existem diferentes modelos para efetivar o negócio. “Possivelmente o formato mais recomendado seja uma parceria público-privada”, afirma o presidente da ACIL. “Uma coisa é certa: precisamos continuar mantendo essa união de esforços entre o poder público, as entidades e a classe empresarial.”União é uma palavra-chave nesse tema. É importante ressaltar que o estudo de viabilidade do Centro de Convenções é fruto da sintonia entre a sociedade civil organizada de Londrina. Além da ACIL e do Londrina Convention, tiveram papel importante nesse processo Sebrae, Sicredi, Faciap, Sindimetal, Sindicato dos Hotéis e Restaurantes e as empresas associadas ao LC&VB.

Os possíveis locaisO estudo definiu e avaliou sete locais de Londrina em que o Centro de Convenções poderá ser instalado: Iapar, CEEL, Sociedade Rural, Avenida Tiradentes (à altura do número 2.000), Expresso Nordeste, arredores da Rodoviária e ao

lado Catuaí Shopping Center.

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TURISMO DE EVENTOS

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Os critérios avaliados pela Jones Lang foram localização, acesso, entorno, área disponível, necessidade de investimento e distância em relação ao centro. “Todos os locais analisados apresentam aspectos positivos e negativos. No entanto, entendemos que a escolha de um terreno para o novo Centro de Convenções envolve uma série de fatores políticos e econômicos que só as entidades locais poderão avaliar corretamente”, observa Manuela Gorni, vice-presidente da Jones Lang LaSalle.

As características do prédioAlém de apontar os possíveis locais do Centro de Convenções, o estudo faz uma série de recomendações sobre as características do prédio a ser instalado. Segundo a Jones Lang, Londrina comporta um Centro de Convenções de 7.800 m2, com espaços versáteis para receber diferentes tipos de eventos. A capacidade total de público seria de 5.750 pessoas. Recomenda-se também a instalação de um estacionamento com capacidade para 1.800 vagas para automóveis, vans e ônibus.

Cenários financeirosEm termos financeiros, o estudo da Jones Lang LaSalle projetou dois cenários

diferentes, com investimento total que pode ser de R$ 18 milhões ou R$ 28 milhões (valores que incluem construção, decoração, despesas pré-operacionais e capital de giro). Entre o início das operações e a estabilização dos fluxos de caixa, decorreriam quatro anos. No caso do investimento mínimo (R$ 18 milhões), a receita total no primeiro ano de funcionamento seria de R$ 3,1 milhões e o EBITDA (lucro descontado de impostos, taxas, depreciação e amortização) ficaria em R$ 436 mil (14% do total). No ano da estabilização, os lucros atingiriam R$ 2,7 milhões (45% do total). Se o cenário mais otimista prevalecer, com investimento de R$ 28 milhões, a receita prevista no primeiro ano seria de R$ 4 milhões no primeiro ano de funcionamento, com lucros de R$ 1 milhão (26% da receita total). No ano da estabilização, a receita deverá atingir R$ 8 milhões, com R$ 4 milhões de lucros (50%). Para chegar a esses números, a consultoria levou em conta as estimativas de ocupação e preço médio de equipamentos semelhantes no País.

A força dos eventosO turismo de eventos passa por importantes transformações em todo o planeta. Desde 2003, o Brasil vem melhorando constantemente sua posição no ranking mundial do setor. Há dois anos, o país atingiu a 7ª colocação,

sendo responsável por 3% dos eventos mundiais. Os eventos tornam-se cada vez mais específicos e segmentados. Ao mesmo tempo, nota-se que existe uma tendência favorável à realização de eventos em cidades do interior brasileiro. A forte presença das universidades, dos centros de pesquisa e do segmento médico-hospitalar em Londrina favorece a captação de congressos científicos e profissionais.

Londrina quer avançarA Jones Lang LaSalle identificou cinco cidades que concorrem diretamente com Londrina na captação de eventos nacionais e internacionais: Uberlândia, Goiânia, Cuiabá, Curitiba e Florianópolis. Todas elas dispõem de centros de convenções instalados e operantes. A falta de um Centro de Convenções em Londrina se reflete diretamente no desempenho econômico e na própria qualidade de vida da população. Em comparação com os cinco municípios analisados, Londrina tem o menor PIB e a menor taxa de investimentos. Mais um motivo para que a cidade realize esse sonho e, com isso, impulsione o desenvolvimento de toda a região. Se Londrina quer avançar, precisa de um Centro de Convenções!

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FALTA DE CENTRO DE CONVENÇÕES FEZ LONDRINA PERDER VISITANTES E RECURSOS

Áreas Área Total (m²)

Capacidade (Auditório) Pé-direito Principais Características

Espaço para Exposições 1.500 1.300 8,6 m Grande área livre de colunas

Ballroom 3.000 2.700 8,6 m Flexível, sem assentos fixos. Divisível em 6 salas de 800-900 m²

Junior Ballroom 800 700 6,8 m Flexível, sem assentos fixos. Divisível em 4 salas

menores, 2x 300 e 2x100 m²Salas para Reuniões 800 700 3,6 m 2 salas de 400m² cada, divisíveis em 8x50m² cada

uma

Foyer 1.700 -- 6,8 m Foyer com 1.700 m² de área, que pode ser integrado ao espaço para exposições

Total 7.800 5.750

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PEC 37

SE APROVADA, PROPOSTA FARÁ PROFUNDAS MODIFICAÇÕES Muitos acreditam que a aprovação seria um golpe contra a impunidade; outros afirmam que ter o MP à frente de investigações compromete a imparcialidade

Por Thamiris Geraldini

De uns tempos para cá, uma Proposta de Emenda Constitucional atraiu os holofotes nacionais. Dividindo opiniões e gerando polêmica, a PEC 37 pode ser votada a qualquer momento pelo Plenário do Congresso Nacional. A concreta votação e a possível aprovação do projeto, que garante exclusividade às forças policiais no trabalho de investigação criminal, mobilizaram a sociedade em diversas cidades do país. Em Londrina, um ato público reuniu cerca de 200 pessoas contrárias a emenda.De um lado, há os que defendem que a aprovação seria um golpe contra a

impunidade e o aval para a farra dos ímprobos públicos. É o caso do presidente do Sindimental, Valter Orsi. Para ele, a aprovação da proposta seria um retrocesso. “Sou terminantemente contrário. A aprovação desta PEC seria um atraso para o país. Sem o poder de investigação nas mãos do Ministério Público (MP), o aumento no número de corruptos que ficarão impunes tende a aumentar. Ainda resta muito, mas com as ações do MP estamos conseguindo coibir a prática criminal gradativamente”, acredita.Compartilhando da mesma opinião, está o chefe do Executivo, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD). “No meu

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PARA ÁLVARO DIAS, PROPOSTA É REVIDE À CONDENAÇÃO DOS MENSALEIROS

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entendimento, o Ministério Público, da maneira como vem trabalhando, tem exercido uma importante contribuição para a manutenção à democracia. Perder esta autonomia significaria um retrocesso. Para mim, o Ministério Público autônomo e a imprensa livre são duas das maiores conquistas institucionalizadas pela Constituição de 88.”Por outro lado, o advogado Paulo Nolasco é um dos que se colocam favoráveis à PEC. Para ele, a mudança na Constituição não restringe o poder do Ministério Público, mas restabelece a imparcialidade na fase de investigação. “Quem acusa não pode comandar a investigação, porque isso compromete a isenção. O correto é que a Polícia Judiciária (Civil e Federal) investigue, o Ministério Público denuncie, a advocacia faça a defesa e o Judiciário julgue”.Um outro argumento utilizado pelos que são favoráveis à PEC 37 é que o MP age de forma excessiva cometendo abusos e até certos equívocos. O promotor de Justiça do Ministério Público em Londrina Cláudio Esteves, reconhece que já houve falhas por parte do Ministério Público, no entanto, lembra que a instituição está sujeita ao controle de seus atos tanto pelo Conselho Nacional do Ministério Público, como pelo Poder Judiciário. “Todas as providências solicitadas ministerialmente dependerão da anuência do juiz que conduzirá o

processo”.Para Esteves, é uma falácia dizer que, por conta de alguns erros em percentual baixo (em relação aos de acertos), seja justificada a retirada do poder de investigação do MP. “Vide os erros cometidos pelas polícias, que certamente são em percentual ainda maior”, diz. O empresário e ex-presidente da ACIL Nivaldo Benvenho é favorável a manter o poder de investigação do Ministério Público. Porém, ele defende a investigação sigilosa, pois acredita em interferências midiáticas. “Sou absolutamente contrário à PEC, mas seria interessante que houvesse uma forma de primeiro o Ministério Público fazer o seu trabalho com mais reguardo e, depois disso, abrir para a exposição na mídia. A gente percebe que às vezes algumas situações extrapolam e expõem os gestores públicos antes da hora.”O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) chamou a atenção para um ponto positivo gerado a partir da ventilação da emenda. “A apresentação dessa proposta, certamente como revide à condenação dos mensaleiros, serviu para mostrar a força do Ministério Público e sua capacidade de mobilização”.Dias acredita que a emenda não será aprovada. Porém, caso seja, ele garante intervenção quando ela for encaminhada para a apreciação do Senado. “Eu não acredito que passe pela Câmara, mas, se passar, certamente no Senado nós

teremos condições de reagir fortemente.” O Ministério Público é um órgão de Estado que atua na defesa da ordem jurídica e fiscaliza o cumprimento da lei no país. Na Constituição de 1988, o MP está incluído nas funções essenciais à justiça e não possui vinculação funcional a qualquer dos poderes do Estado. Caso a emenda seja aprovada, o Ministério Público perde a autonomia de investigação criminal, conferindo essa prerrogativa apenas às polícias Civil e Federal. A PEC, de autoria do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), que é delegado da Policial Civil do Maranhão, teve a admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Para ser aprovada, são necessários 308 votos favoráveis. Depois de aprovada em dois turnos, a PEC será, então, encaminhada à apreciação do Senado.

Paulo Nolasco: “Quem acusa não pode comandar a investigação, porque isso compromete a isenção”

Alexandre Kireeff: “Para mim, o Ministério Público autônomo e a imprensa livre são duas das maiores conquistas institucionalizadas pela Constituição de 88”

Sou absolutamente contrário à PEC, mas seria interessante que houvesse uma forma de primeiro o Ministério Público fazer o seu trabalho com mais resguardo e, depois disso, abrir para a exposição na mídia.

Nivaldo Benvenho

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Empresários começam a perceber o crescimento do uso de bicicletas e descobrem novas oportunidades com as “magrelas”

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TRANSPORTE

NEGÓCIOS SOBREDUAS RODAS

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Por Guto Rocha

Invisíveis para a maioria dos motoristas, os ciclistas estão cada dia mais presentes nas ruas de Londrina. Vencendo pesadas ladeiras com a batata da perna turbinada e dividindo perigosos e apertados espaços nas ruas e avenidas - entupidas com carros - os adeptos da bicicleta começam a ser notados por alguns homens de negócio.Pequenos gestos ou grandes investimentos que incentivem o uso da bicicleta são sempre animadores. Uma promessa de mudança de cultura que nós, ciclistas, acalentamos a cada pedalada. Dias atrás fui até à farmácia que fica na rotatória das avenidas Higienópolis e JK. Quando estava procurando um lugar para trancar minha bicicleta (coisa rara em Londrina), o gerente do estabelecimento veio até mim e disse para eu guardá-la dentro da farmácia. “É mais seguro”, comentou. Não precisei trancar a bicicleta e, claro, virei freguês. Outro empresário que me conquistou como freguês foi Christian Ferreira de Amorin, dono do salão La Peluqueria, que percebeu as vantagens da bicicleta no seu dia a dia. Há quase quatro anos, Chris Peluquero, como é mais conhecido, adotou a bicicleta como seu único meio de transporte. “As rodas viraram meus pés e pernas. Vou ao banco pagar contas, venho trabalhar. O supermercado, que fica a duas quadras apenas, parece longe se não for de bicicleta. Vou pra todo lado de bicicleta”, afirma. Chris Peluquero foi além com a “bike”: criou uma promoção em seu salão para atrair clientes antenados com o movimento das duas rodas. Quem for até lá de bicicleta ganha descontos nos serviços. “Dependendo da distância que a pessoa se deslocou, o valor pode até aumentar”, comenta. Segundo ele, a ideia surgiu da vontade de ver mais gente pedalando por Londrina. “Queria incentivar as pessoas a utilizarem bicicleta, é preciso se criar uma cultura das duas rodas para melhorar a cidade e a saúde das pessoas.”Como ciclista, entendo bem o que Chris Peluquero percebe ao pedalar

pela cidade. Mas, antes de falar das dificuldades que um ciclista enfrenta em Londrina, é preciso deixar claro o prazer proporcionado por uma pedalada. O vento no rosto, a sensação de liberdade e a imensa satisfação de olhar para trás e ver que a fila de carros congestionados na hora do rush continua parada depois de ter descido a Rua Pernambuco inteira, até o Moringão, em poucos minutos. E isso vale para qualquer outra via de Londrina.Entretanto, obter esse prazer com segurança é sempre um perigoso desafio. Para isso, é preciso estar equipado: capacete, lanternas traseiras e dianteira são essenciais. Afinal, como seres invisíveis, nós, ciclistas, estamos expostos a todos os tipos de perigos. Os buracos no asfalto são muitos e traiçoeiros, às vezes surgem de um dia para outro nas rotas que costumo fazer.Os motoristas incautos, no entanto, são os maiores riscos que encontramos pelo caminho. Como a rede de ciclovias é insuficiente e não está interligada, somos obrigados a dividir os espaços com as máquinas motorizadas. Para piorar a situação, até mesmo os pedestres, que também são vítimas do trânsito caótico da cidade, não respeitam as poucas ciclovias que temos para usar. Segundo a gerente de Trânsito do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL), engenheira Cristiane Biazzono Dutra, a Prefeitura tem planos para implantar 107 quilômetros de ciclovias na cidade. Mas não há prazos para que isso seja concluído. Atualmente, segundo ela, existem de fato 17 quilômetros de ciclovias. Muitas delas compartilhadas com pedestres em calçadas e outras que ainda não estão sinalizadas indicando que ali é uma ciclovia. O IPPUL está realizando, desde de 2012, uma pesquisa com ciclistas para traçar um perfil desse público e, a partir daí, definir locais para se implantar novas ciclovias. A engenheira observa que qualquer ciclista pode participar, respondendo à pesquisa que está na página principal do site da Prefeitura de

Londrina (www.londrina.pr.gov.br).Mesmo com tantas adversidades, o número de ciclistas tem crescido em Londrina. Cristiane diz que não existe um levantamento seguro da quantidade de bicicletas rodando pela cidade. “Como não são emplacadas, fica difícil saber quantas são”, afirma. Segundo ela, o objetivo da Prefeitura é de que no futuro pelo menos 10% dos deslocamentos em Londrina sejam feitos em bicicletas.O sócio-proprietário da Bicicletaria Recreio, Ricardo de Carvalho, que está no negócio das duas rodas há 27 anos, afirma que a bicicleta vive um momento “nunca visto antes” em Londrina. “Gente de todas as classes sociais estão aderindo ao ciclismo, seja como modalidade esportiva, seja como meio de transporte”, afirma. Ele, que começou a trabalhar em oficina

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Chris Peluquero: “As rodas viraram meus pés e pernas. Vou pra todo

lado de bicicleta”

Ricardo de Carvalho: “Gente de todas as classes sociais estão aderindo ao

ciclismo, seja como modalidade esportiva, seja como meio de transporte”

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de bicicletas ao 12 anos de idade, antes mesmo de seu pai abrir a atual bicicletaria, e é praticante da modalidade conhecida como Down Hill, afirma que o negócio vem buscando mais e mais profissionalismo e tecnologia de ponta. Em seu estabelecimento é possível encontrar bicicletas para todas as idades e finalidades. “As mais procuradas são as mountain bikes por causa do relevo de Londrina, que tem muitas subidas e descidas”, observa. Mas também há equipamentos para praticantes de outras modalidades e para passeio. Carvalho afirma que para se manter no negócio precisa estar sempre atualizado. “Já fiz vários cursos, participo de eventos e feiras, assino revistas especializadas e a nossa oficina é credenciada pela Proparts, da SRAM Corporation, dos Estados Unidos”, afirma. O empresário observa que o crescimento no setor tem sido tão grande que a demanda por serviço de manutenção também cresceu. “Temos dificuldades de encontrar mão de obra qualificada para trabalhar com a gente. Em Londrina não há cursos para formar esses profissionais.”

Bike sob medidaHá pouco mais de dois anos, o empresário Frederico Pasquarelli Barrozo mudou de ramo e adotou a bicicleta como seu principal negócio. Proprietário da Ratuera Bike Shop, Barrozo afirma que o movimento em sua loja não para de crescer. Ele oferece bicicletas montadas de acordo com a necessidade do cliente e conforme o biotipo de cada um. “Fazemos o chamado ‘bike fit’, medimos a pessoa, seus braços, pernas, cavalo para que a bicicleta seja montada de maneira personalizada”, comenta. Os pedidos são tantos que o empresário não tem mais bicicletas para pronta entrega. “Os clientes estão aguardando sete dias úteis para pegar a bike”, aponta. Uma bicicleta montada por encomenda, segundo ele, custa a partir de R$ 1.250.

Além de bicicletas, as lojas também oferecem equipamentos de segurança e roupas especiais para a prática do ciclismo. “É um importante complemento nas vendas e para o ciclista também é uma maneira de garantir maior segurança e melhor desempenho no esporte”, comenta.As bicicletas abriram o caminho para novos empreendedores em Londrina. O professor de educação física Luiz Cesar da Silva Moreira, conhecido com Birinho, especialista em bicicletas como atividade esportiva, enxergou nas duas rodas uma nova fonte de renda. Há cinco meses, ele montou a Birinho Bikes SOS, uma oficina ambulante para consertar bicicletas. O negócio funciona em uma perua Kombi com uma carroceria baú caracterizada. “As pessoas veem o carro e perguntam como funciona o trabalho, ou anotam o telefone e ligam quando precisam”, comenta.Bririnho oferece socorro em domicílio ou no lugar que a pessoa estiver com problemas com a bicicleta. “Muitas vezes o cliente não tem tempo de levar a bicicleta ou nem tem como levá-la para uma bicicletaria. Então, vou até a casa da pessoa e, se for um conserto mais simples, faço no local. Se for algo mais complexo, levo para minha casa, onde tenho uma oficina mais completa”. O negócio, segundo ele, está dando bons resultados. “Tenho tido muito trabalho. Às vezes me chamam para consertar as bicicletas da família inteira que estavam paradas há tempos”, afirma. Também apostando no crescimento dessa área, os empresários Mário Rossetto e Eduardo Leite acabam de abrir em Londrina um novo negócio: a Enzo Bike. Depois de pesquisarem o mercado, viram nas bicicletas elétricas um boa oportunidade. Os dois foram para a China no ano passado para importar kits elétricos com motor e bateria. As bicicletas, segundo Rossetto, são fabricadas por duas indústrias brasileiras de São Paulo. “Os quadros são feitos especialmente para adaptarmos os kits chineses que

estamos importando”, afirma. O primeiro container com os equipamentos elétricos chegaram da China na segunda quinzena de abril. Quando fui de bicicleta fazer a entrevista, a loja ainda nem tinha sido inaugurada. Mas a vitrine, que havia me chamado a atenção por causa das bikes diferentes, já estava montada. Tive a oportunidade de fazer um “test drive” com um dos modelos elétricos. A bicicleta elétrica pode ser a solução para o difícil relevo de Londrina. Fiz uma subida brincando.Segundo Rossetto, a bicicleta será equipada com uma bateria de lítio, que pesa 2,5 quilos, enquanto uma similar pesa 60 quilos. “Uma recarga na tomada de casa custa R$ 0,65”, afirma. A bateria carregada permite andar 35 quilômetros sem pedalar e, se as pernas derem uma forcinha, a duração sobe para até 60 quilômetros. O motor tem potência de 350 watts. “Isso é suficiente para subir tranquilamente rampas com 50º, 60º de elevação, o que é ideal para Londrina”, afirma. As bicicletas elétricas vão ser vendidas por valores que variam entre R$ 2,6 mil e R$ 4,3 mil. A loja terá também equipamentos de segurança, como capacete e lanternas. Rossetto afirma que, além de Londrina, as bicicletas da marca Enzo serão distribuídas por todo o País. “Fizemos uma parceria com a indústria Brinquedos Bandeirantes, que irá utilizar toda sua rede de distribuição para a bicicleta montada aqui em Londrina”, afirma.

Luiz Cesar Moreira: “Tenho tido muito trabalho. Às vezes me chamam para consertar

as bicicletas da família inteira que estavam paradas há tempos”

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REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO DE 2013 WWW.ACIL.COM.BRFEIRAS E EVENTOS

ExpoLondrina, EletroMetalcon, Feira Noivas e Inovatec trazem inovações e

movimentam a economia londrinense

Associação Comercial e Industrial de Londrina 29

Por Kalinka Amorim

A capacitação das empresas na produção e no uso do conhecimento é fundamental na busca pela competitividade. Quando universidade e mundo corporativo se unem rumo à inovação, a sociedade ganha

em desenvolvimento e sustentabilidade, a geração de emprego e renda aumenta e o progresso se instala. Inovação e conhecimento são ingredientes que determinam a competitividade de setores, países e empresas. Em Londrina, a reunião desses itens durante a realização

das feiras e exposições incrementa a economia. Juntas, a EletroMetalcon, a Feira Noivas, a ExpoLondrina e a Inovatec movimentaram, em 2012, mais de R$ 370 milhões na economia local, colocando Londrina em posição de destaque no celeiro de negócios no país.

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maio de 2013 | www.acil.com.br30

Embora não se tenha um estudo aprofundado do reflexo das feiras em toda a economia londrinense, sabe-se que ele é significativo. Os hotéis ficam lotados, a movimentação em bares, restaurantes e no comércio também acontece, além dos gastos com táxis e outros transportes. A ExpoLondrina, sem sombra de dúvida, é a gigante do segmento. No ano passado, os negócios realizados injetaram R$ 355 milhões na economia local. Esse ano, o montante chegou a R$ 402 milhões nos 11 dias de feira, um acréscimo de 13% em relação a 2012. Durante sua realização, são muitas as novidades multiplicadas em eventos que tratam da alta genética no pasto e do aumento na produção de alimentos. “Há uma troca significativa de informações e divulgação de novas tecnologias desenvolvidas por nossos institutos de pesquisa e universidades (Emater, Iapar, Embrapa, UEL, dentre outros) durante a ExpoLondrina. Elas levam à população conhecimento sobre

como o trabalho dos pesquisadores reflete no cotidiano de cada um”, explica Moacir Sgarioni, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), realizadora do evento.Para atender a enorme demanda gerada durante os dias do evento são contratados mais de 10 mil empregos diretos e indiretos. “Atendemos uma grande parcela da população que as vezes está desempregada ou que reforça seu orçamento com a renda adquirida nesse período. Esse dinheiro, com certeza, é gasto no comércio, nos shoppings, em supermercados, lojas de roupas, na venda do bairro, gerando um efeito dominó na economia local”, afirma Sgarioni.Além disso, a ExpoLondrina também é palco de discussões políticas. Governador, secretários, deputados, senadores se reúnem para ouvir as necessidades locais. “São momentos importantes em que a cidade pode falar a seus representantes políticos sobre suas necessidades e ter com eles uma conversa olho no olho. Essas conversas sempre rendem bons frutos para Londrina”, garante.Bons frutos também rende a Feira Eletromecânica e Construção Civil – EletroMetalcon, uma promoção do Senai/PR, Sindimetal Londrina e Sinduscon Norte/PR. Sinônimo de inovação e investimentos, o evento, em 2012, injetou R$ 21 milhões na economia local. A expectativa em 2013 é alcançar a casa de R$ 50 milhões em negociações.De acordo com Alexandre Ferreira, gerente-executivo do Senai em Londrina, a EletroMetalcon é um encontro entre o empresário, a universidade e o investidor que

promove processos inovativos. “A inovação é a sobrevivência do país. Para que um país continue competitivo, é inerente que ele tenha inovação, que consiga implementar no mercado novos conceitos, novos usos, novas maneiras de pensar a vida. Não dá para se falar em desenvolvimento sem se falar em inovação”, afirma. Por conta disso, uma área denominada serviços técnicos e inovação foi desenvolvida no Senai para ajudar os empresários a compreender e aplicar a inovação e, dessa forma, alavancar seus negócios.Para ele, a parceria entre universidade e empresa é de suma importância e todos saem ganhando, principalmente a população brasileira que consegue ter processos mais baratos e que não deixam em nada a desejar da inovação estrangeira. “O Brasil tem que ter liberdade para participar do mercado global. Para isso, não pode comprar inovação, mas, sim, promovê-la. Nossa missão no passado era preparar mão de obra, nós continuamos com ela, mas hoje o objetivo estratégico do Senai em nível nacional é implementar a inovação tecnológica”, diz.

Casamento, um grande negócioUm referencial em ditar tendências e moda. Assim a Feira Noivas, em sua 10ª edição, se consolida, tornando Londrina polo regional do segmento de festas e eventos. Em 2012, o evento recebeu visitantes de 57 cidades dos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e Rio de Janeiro, totalizando cinco

Moacir Sgarioni: “Há uma troca significativa de informações e divulgação de novas tecnologias desenvolvidas por nossos institutos de pesquisa e universidades durante a Expo Londrina que levam à

população conhecimento sobre como o trabalho dos pesquisadores reflete no

cotidiano de cada um”

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WORKSHOP PROMOVE DIÁLOGO ENTRE EMPRESÁRIOS E PESQUISADORES

Associação Comercial e Industrial de Londrina 31

mil visitantes de grande potencial. A expectativa da empresária Mity Shiroma, organizadora da Feira Noivas, é de que este ano o evento movimente R$ 20 milhões em negócios.A próxima edição está marcada para os dias 01 a 04 de agosto; a expectativa é de um crescimento 10% maior que o realizado em 2012, tanto em negociações como em número de visitantes.

Inovatec Regional LondrinaA inovação e o conhecimento tornaram-se a força motriz do desenvolvimento regional sustentável. Prova disso é o lançamento da Inovatec Regional Londrina, que acontecerá na ACIL em 16 de maio com o objetivo de disseminar as pesquisas universitárias. Os estudos estarão à disposição da comunidade para visitação na Universidade Estadual de Londrina (UEL) nos dias 17 e 18 de julho, das 15 às 21 horas. Em forma de workshop tecnológico, a Inovatec concentra seu foco nas áreas de saúde, construção civil e metal mecânica, alimentos, biotecnologia e tecnologia da informação e comunicação. Cada workshop terá a presença de um empresário que tenha vivência de

mercado e universitária. Pesquisadores locais farão a explanação de suas descobertas. “Nesse ponto, um diálogo será estabelecido podendo culminar em negociações. Essa parceria entre pesquisadores e empresários resultará na criação de novos produtos, bens ou serviços e dará um up na economia local e nas pesquisas universitárias”, é o que almeja a pró-reitora de extensão da UEL, Cristianne Cordeiro Nascimento. “Se as empresas forem dotadas de novas tecnologias geradas pela pesquisa acadêmica, elas se tornarão mais competitivas no mercado. Isso agrega valor e impulsiona a economia londrinense. Consequentemente, o desdobramento dessa parceria será a geração de empregos, de novos recursos para a cidade e para nós, pesquisadores”, diz. “Nós temos muita coisa interessante para levar para a sociedade, temos várias pesquisas em energia renovável e isso é muito importante, uma vez que a energia é o que demanda maior parte no lucro das empresas. Mas, se não tivermos fomento, não conseguiremos chegar ao público final”, lamenta. Cristianne completa que a UEL é um órgão que também pode ajudar a sociedade. “Somos servidores públicos e nossa função é justamente essa. Trazer a melhoria para as empresas, que consequentemente irão melhorar a renda e a vida das pessoas.”Durante o lançamento da Inovatec Regional Londrina será divulgado o Inova, um edital de R$ 30 milhões que financiará projetos dessa natureza, e também o prêmio Finep de Inovação, o mais importante instrumento de estímulo e reconhecimento à inovação no País.  Desde 1998, já premiou  mais de 500 empresas, instituições e pessoas físicas, sendo responsável pela projeção dos contemplados não apenas no Brasil como no exterior. Em 2013, serão disponibilizados de R$ 100 mil a R$ 500 mil para os primeiros colocados regionais e nacionais de cada categoria, totalizando R$ 8 milhões.As categorias que podem concorrer são Micro e Pequena Empresa, Média

Empresa, Grande Empresa (apenas na etapa nacional), Instituição de Ciência e Tecnologia, Tecnologia Social, Inventor Inovador, Tecnologia Assistiva, Inovação Sustentável e Inovar Fundos, também restrita à etapa nacional e dividida em três subcategorias – Governança, Equipe e Operação.

Lei da InovaçãoOutro passo grandioso dado no início de 2013 para fomentar o desenvolvimento de pesquisas que gerem bens, produtos ou serviços foi a regulamentação da Lei 434/2012, a Lei da Inovação, que traz uma série de estímulos às empresas e aos pesquisadores. “Isso é um grande facilitador para o pesquisador. Antes havia um impedimento legal, com a Lei de Inovação, esse fluxo pode ser facilitado, uma vez que a lei traz as contrapartidas que as empresas e pesquisadores devam ter”, diz Cristianne. Os empresários que tiverem interesse em conhecer as pesquisas desenvolvidas pela UEL podem visitar a Inovatec. Durante o evento será possível o estabelecimento de um convênio empresa/universidade. Um plano de trabalho será traçado e a pesquisa fomentada. “A universidade entra com o poder intelectual e as empresas com o insumo. Meu desejo é que os empresários locais se habituem cada vez mais a procurar a universidade para desenvolver pesquisas que alavanquem cada vez mais seus negócios”.

Cristianne Cordeiro do Nascimento: “Meu desejo é que

os empresários locais se habituem cada vez mais a procurar a

universidade para desenvolver pesquisas que alavanquem cada

vez mais seus negócios”

Alexandre Ferreira: “A inovação é a sobrevivência do país. Não dá para se falar em

desenvolvimento sem se falar em inovação”

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EMPRESA FAMILIAR

Por Alexandre Sanches

O crescimento de Londrina, aliado ao desenvolvimento de novas modalidades de comércio e avanço das grandes redes varejistas, mudou significativamente o perfil das empresas locais. As conhecidas empresas familiares estão dando lugar a um comércio mais agressivo, vindo muitas vezes de redes varejistas de capital aberto, o que acaba “sufocando” a tradição e aquele estilo próprio de atendimento, de administração interna, que tornava a relação fornecedor/cliente um atendimento mais íntimo.Na história de Londrina, muitos nomes de estabelecimentos que deixaram de existir como Casas Fuganti, Armarinhos Paulista, Supermercados Martins & Fernandes, Casa Gevasco, por exemplo, se confundem com o desenvolvimento do município e ainda são pontos de referência entre os habitantes mais antigos. Dos grandes empreendimentos que tinham a tradição de passar a administração de pai para filho, a Viação Garcia foi o caso mais recente da entrega total para empreendimentos externos ao município, sendo administrada, agora, pelo empresário paulista Mário Luft, que possui empresas no ramo de transporte e logística.Mas ainda há muitos estabelecimentos que nadam contra

a maré e procuram manter a tradição de administrar as empresas, repassando o comando de pai para filho. Há casos em que essa “tradição” já está na terceira geração.Na década de 60, quando ainda havia muitos carroceiros e a região norte paranaense era tradicionalmente agrícola, com destaque para o café, surgiu a Selaria Estrela, no cruzamento das ruas Benjamin Constant com a Duque de Caxias (local onde está instalado atualmente o Pronto Atendimento Municipal). Ali, durante anos, funcionou um dos pontos mais tradicionais, próximo da linha férrea e dos armazéns de estocagem de café. Em frente estava instalado um tradicional ponto de carroceiros.Hoje, o empreendimento está distante apenas uma quadra do local e funciona com a terceira geração da família de Manoel Baptista Vera. Diante da modernidade, ainda insiste em se manter atual e atendendo não apenas uma clientela tradicional, mas também buscando novos clientes. “A loja, quando começou, era só selaria. Agora, somos obrigados a diversificar mais os nossos produtos, nos adaptar às necessidades atuais. Como produzimos produtos à base de couro, um trabalho artesanal, não temos como perder o foco”, comenta Sérgio Ricardo Pires, 44 anos, neto do fundador da empresa.Nela, trabalham quatro pessoas: Amauri (filho do fundador), Januário Pires (genro do fundador), Sérgio e Wilson (netos). “Aqui, meu tio e meu pai aprenderam a função e eu e meu irmão aprendemos também a arte de trabalhar o couro. Crescemos vendo meu pai e meu tio trabalhando com o artesanato, pegamos o gosto e começamos a nos envolver ainda cedo”, ressalta Sérgio Pires.Atualmente, Londrina possui poucas selarias, também formadas por empresas familiares. Mesmo assim, Sérgio garante que há um respeito entre a concorrência. E quanto aos afazeres internos e administrativos, cada um tem uma função específica, não havendo problemas entre eles. “A gente consegue, no final do mês, tirar o sustento suficiente para manter uma vida tranquila, sem concorrência entre nós”, salienta.

A ARTE DE SOBREVIVER ADMINISTRANDO

NEGÓCIOS DE FAMÍLIAEm meio a grandes multinacionais e empresas de capital aberto, empresas dos mais diversos segmentos mantém a tradição e passam o comando de pai para filho

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Frisocar: o fundador Settimio Giuliani já divide as funções com os filhos

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AutopeçasHá 20 anos, membros da família Giuliani resolveram, após trabalhar anos na extinta Rolemac, comércio de rolamentos e peças automotivas, abrir um estabelecimento próprio. O comércio de autopeças e adereços automobilísticos levou à criação da Frisocar, uma empresa que está sendo administrada pelo seu fundador, Settimio Giuliani, 67 anos, e seu filho, Alessandro Settimio Giuliani, 38. Além deles, uma filha e um genro do fundador também atuam no empreendimento com 13 outros funcionários.“Eu aprendi a função com meu pai, quando comecei a trabalhar na Rolemac em 1989. Em 1993 iniciamos nosso empreendimento no ramo de autopeças e, em 1995, com a abertura de uma filial, acabamos estruturando a Frisocar. Desde então, vamos administrando a empresa e procurando fincar nossas raízes nesse setor”, comenta Alessandro, que há 23 anos trabalha direto com o pai, de quem pegou o gosto pela profissão.Apesar da concorrência e do número de funcionários, ele diz que a empresa é bem administrada pelos membros da família, o que não evita divergências nas ideias e formas de administrar o empreendimento. “Apesar de haver divergências, a gente consegue resolver de forma mais fácil por estarmos entre membros da mesma família, evitando que isso afete a produção da empresa. Todos temos funções bem definida, mas um ajuda o outro quando precisa”, enfatiza.

Rede de lojasSe para manter uma empresa pequena de cunho familiar já não é fácil, o que dizer de uma empresa de maior porte, com 18 unidades distribuídas no norte do Estado e em Santa Catarina? Pois este desafio está sendo administrado pelo empresário e diretor da ACIL, Marcelo Ontivero, ao manter

Selaria Estrela: diferentes gerações, um mesmo negócio

“DIVERSIFICAMOS PRODUTOS, MAS MANTIVEMOS O FOCO”

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a loja fundada pelo pai, Francisco Ontivero, que continua trabalhando na empresa.Criada em 1967, a Móveis Brasília, em pouco mais de 40 anos de história, se estruturou para concorrer com as grandes redes de lojas do setor de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. “O nosso diferencial está em ser uma empresa familiar, que se estruturou ao longo dos anos, investindo boa parte do lucro na firma. Hoje estamos investindo em outros setores, como o atacadista, para podermos sobreviver aos novos empreendimentos que estão com campanhas agressivas, inclusive o comércio eletrônico”, comenta.Marcelo Ontivero faz parte da segunda geração a trabalhar na empresa fundada pelo pai. Do núcleo familiar, são seis pessoas na administração: além dele, os pais, os irmãos e um cunhado estão à frente do empreendimento. E o maior desafio, além de administrar o quadro de funcionários e as 18 unidades distribuídas em dois Estados, é se manter em um comércio onde a concorrência é geral. “Nós estamos entre os grandes empreendimentos, muitas vezes de capital aberto, que estão chegando e ocupando espaços preciosos em Londrina, e a pequena loja que possui benefícios fiscais que não temos. Mesmo assim, trabalhamos com crediário próprio, facilitando a negociação com clientes, procurando manter a tradição e antigos clientes comprando conosco”, salienta, lembrando que o diferencial de uma empresa familiar é estar próximo do cliente, podendo dar um atendimento diferenciado.“Temos clientes que chegam para nós e até trazem um carnê do crediário de mais de 30 anos para mostrar que gostam de comprar conosco. Temos clientes fieis e procuramos fidelizar isso. Mas isso está cada vez mais difícil, principalmente com as constantes promoções dos grandes varejistas e do comércio eletrônico”, ressalta.Sobre fato de ser uma empresa administrada por integrantes de uma mesma família, Marcelo Ontivero diz que não há problemas nisso. “Hoje temos setores que tomam decisões de forma mais autônoma e cada um de nós tem uma função específica na empresa. E quando há alguma diferença, procuramos dirimir nas reuniões semanais envolvendo todos os setores e procurando levar a empresa para um caminho único e mais seguro de decisões para que possamos continuar vivos no mercado.”Em relação à possibilidade de uma terceira geração continuar a administrar os negócios, Marcelo Ontivero diz que está trabalhando o filho mais velho, de 17 anos, para que possa pegar gosto pelo empreendimento e possa levá-lo adiante. Para isso, o garoto está se preparando para ingressar no curso de Administração de Empresas. “Temos que criar a cultura, o gosto neles e ver a vocação de cada um. Acredito que será possível, sim, ver numa terceira geração a continuidade desse trabalho iniciado na década de 60”, assegura.

Associação Comercial e Industrial de Londrina

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COMPRAS E LAZER

Por Paulo Briguet

Em 21 de agosto de 1929, uma caravana liderada por George Craig Smith, funcionário da Companhia de Terras Norte do Paraná, chegou ao lugar que hoje conhecemos por Londrina. O topógrafo russo Alexander Razgulaeff gritou: “É aqui!”. Aqui era o início da imensa área a ser colonizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná. O local de chegada da primeira caravana passaria a ser conhecido como Marco Zero. Situado atualmente no limite entre a área central e Região Leste da cidade, o Marco Zero passou nos últimos anos por um período difícil, marcado pelo abandono, quase esquecido por todos. Mas essa história começou a mudar. Oitenta e quatro anos depois da caravana pioneira, o local está sendo palco de uma profunda transformação na economia e na infraestrutura urbana. Em 3 de maio, foi inaugurado o Boulevard Londrina Shopping, numa parceria entre a Sonae Sierra

O RENASCIMENTO DO

MARCO ZEROBoulevard Londrina Shopping, primeiro empreendimento da Sonae Sierra no Sul do Brasil, abre as portas e movimenta o cenário econômico da região

BOULEVARD

EM NÚMEROS47,8 mil m2 de área locável

216 lojas

6 âncoras

6 semiâncoras

3 restaurantes

31 fast-foods

7 salas de cinema

1 área de lazer e entretenimento

1 hipermercado

2.400 vagas de estacionamento

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SHOPPING FOI CONSTRUÍDO NUMA REGIÃO HISTÓRICA DA CIDADE

Brasil e o grupo londrinense Marco Zero. O surgimento do novo shopping abre uma nova fase no panorama competitivo de Londrina; é o renascimento daquele pedaço histórico do nosso chão. “Mesmo com todas as dificuldades políticos que enfrentamos nos últimos anos, e que acreditamos terem acabado em janeiro de 2013, conseguimos mostrar que é possível investir em nossa terra e nossa gente”, disse o empresário Raul Fulgêncio, do grupo Marco Zero. Segundo ele, o Boulevard Shopping é a grande âncora do Complexo Marco Zero, que já conta com a loja de departamentos Leroy Merlin, inaugurada em 2012, e terá ainda o Teatro Municipal, uma unidade do Hotel Ibis e 16 torres comerciais e residenciais. O complexo terá ainda um boulevard de 700 metros de extensão e 26 de largura, interligando os edifícios, o teatro e o shopping – daí o nome escolhido para o empreendimento. As obras de revitalização no entorno vão garantir iluminação, segurança e facilidade de acesso para os moradores da região – o que certamente já está valorizando o preço dos imóveis locais. Sem dúvida, um renascimento.O Boulevard Londrina Shopping será o primeiro empreendimento da Sonae Sierra na Região Sul do Brasil. São 216 lojas em 47,8 mil metros quadrados de área bruta locável. O investimento líquido foi de R$ 320 milhões, com geração de 3 mil empregos diretos.O shopping traz para os moradores da região algumas operações de sucesso nacional que são inéditas na cidade, como Livraria Saraiva, Cinemark, Luigi Bertolli, Emme, Memove, Striker Boliche, hipermercado Walmart, Zelo e Magic Games. As lojas Centauro, Kalunga, Magazine Luiza, Renner, Ri Happy, Arezzo, Artex, Chilli Beans, CNS, Hering, Lupo, Mmartan, Multicoisas, O Boticário, Shoulder, Siberian, Space Music, Vivara e World Tennis, entre outras, completam o variado mix. O empreendimento conta ainda com diversas lojas locais, como, por exemplo, Billie, Cat & Dog, Fátima Martins, For Boys For Girls e das operações de alimentação Hot & Roll, Boteco Ke Ry, Restaurante Dá Licença e Temaki Club.

Decoração rende homenagem a LondresComo se sabe, a colonização de Londrina foi iniciada graças à atuação da Companhia de Terras Norte do Paraná, uma empresa de capital inglês. Conta-se que o pioneiro Arthur Thomas andava pelas ruas de Londres quando encontrou Lord Lovat e ambos conversaram sobre os planos de investir na América Latina. De certa forma, pode-se dizer que Londrina nasceu em Londres. O nome da cidade, sugerido por João Sampaio, também diretor da Companhia de Terras, significa literalmente “Filha de Londres”, embora muitos prefiram chamar a cidade de “Pequena Londres”. Controvérsias à parte, é evidente que a capital britânica teve uma importância considerável nos primeiros passos da nossa cidade.A Sonae Sierra e o Grupo Marco Zero aproveitaram essa referência ao Reino Unido para tematizar toda a decoração do Boulevard Londrina Shopping. Por toda parte, encontramos referências ao visual londrino e à cultura britânica: as tradicionais cabines telefônicas vermelhas; os soldados da Guarda da Rainha; a roda-gigante conhecida como London Eye; os imprescindíveis guarda-chuvas; personagens como James Bond, Sherlock Holmes e Alice no País das Maravilhas; luminárias e abajures estampados com padrões tipicamente ingleses. Até os banheiros são decorados com motivos britânicos – não falta nem o onipresente aviso “Mind the gap” aos passantes.Com a inauguração do Boulevard, Londrina homenageia Londres e projeta um futuro repleto de desenvolvimento e qualidade de vida.

Raul Fulgêncio em frente à maquete do empreendimento: “Mesmo com todas as dificuldades políticos que enfrentamos nos últimos anos, conseguimos mostrar que

é possível investir em nossa terra e nossa gente”

Shopping será um marco para a cidade de Londrina e região. Oferecemos um empreendimento que não será apenas um centro de compras, mas também um espaço de convivência, onde todos poderão encontrar lazer e gastronomia de qualidade.

José Baeta TomásCEO da Sonae

Sierra Brasil

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ESCOLA DE PILOTOS

Por Aurélio Cardoso

“A vontade de aprender a voar nasceu comigo”. Desta maneira, os pilotos de avião geralmente descrevem como criaram coragem para transformar o sonho de voar em realidade. Em Londrina, esta capacidade tem um grande aliado com mais de 72 anos: o Aeroclube.A história do Aeroclube de Londrina sempre seguiu paralelamente à própria evolução da cidade. Hoje, a escola de pilotagem forma em média 100 pilotos privados por ano, além de ter aulas para mecânicos de manutenção aeronáutica, comissário de voo, cursos de voo por instrumentos, e instrutor de voo de avião.“Temos quase 300 alunos nas nossas salas de aula; ano passado formamos 104 somente no curso de piloto privado. Vem gente de todas

as regiões do Brasil, o que ajuda a confirmar que somos referência entre os aeroclubes do País, um expoente pela qualidade dos serviços”, explica o presidente do Aeroclube de Londrina, Antônio Francisco Magnani.Presidente eleito para o biênio 2011/13, Magnani é um apaixonado por aviação. O presidente seguiu a ordem natural dentro do Aeroclube e, depois de entrar para fazer um curso de mecânica de aviação, foi convidado a fazer parte da diretoria até o convite para dirigir a escola. O até então bancário se aposentou e passou a se dedicar integralmente ao clube. “Depois que me aposentei, fiz o curso de mecânico de aviação e fui ficando por aqui. Com o passar do tempo, conquistei o meu espaço e cheguei à Presidência. Aviação é fascinante e o desejo de voar já nasce com a gente.”Em 2007, a excelência dos serviços recebeu

ASAS DODESENVOLVIMENTO

Desde que decolou, há 72 anos, o Aeroclube de Londrina faz um voo paralelo à evolução da cidade. Escola é referência para a aeronáutica brasileira

o aval da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que considerou o Aeroclube de Londrina o melhor do Brasil. “Temos aqui uma aviação de primeira linha. Estamos melhorando nossa estrutura para atender ainda melhor. Somente em 2012, voamos oito mil horas, o que significa mais de 300 horas por mês em média e pouco mais de 19 mil pousos e decolagens”, comenta Magnani. A estrutura do Aeroclube de Londrina, que começou com um hangar e hoje conta com vários, tem 12 mil metros quadrados de instalações próprias. A escola tem 32 funcionários, sendo 11 instrutores práticos, e 14 aeronaves. Uma reforma – que custará mais de R$ 100 mil – envolve as sete salas de aula e demais instalações. O local tem ainda dois alojamentos com 45 lugares para alunos que vêm de outras cidades.

Foto: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1254132

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ESCOLA DE PILOTOS GANHOU FORÇA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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O simulador, que possui certificado para treinamento de voos por instrumentos, é um dos destaques da estrutura. O aparelho é comandado por um ex-aluno, Odvard Sanchez Rossini, 60 anos, que por décadas foi piloto em companhias como Varig e Rio Sul, acumulando experiência de mais de 11 mil horas de voo. “Eu me formei aqui no Aeroclube em 1971 e, depois de rodar o mundo, voltei. Agora dou aulas no simulador, onde o aluno aprimora pousos e decolagens”, afirma Rossini.

O sonho de tirar o brevê As salas de aula do Aeroclube estão cheias de interessados pelo fascinante mundo da aviação, mas o preço para tirar o brevê (habilitação de piloto) é de R$ 14 mil. O investimento é alto; muitos hesitam.“Decidi virar piloto em 2011, mas desde criança tenho essa paixão pela aviação. No começo, minha família achou loucura, perigoso e muito caro o custo para se tirar o brevê de piloto. Mas depois perceberam que é um investimento a longo prazo”, explica o aluno Vinícius Felipe Belinati, 19 anos. Assim como muitos dos quase 300 frequentadores das aulas no Aeroclube de Londrina, Vinícius cursa Ciências Aeronáuticas na Unopar, que acabou trazendo para Londrina alunos com interesse por aviação. “Entrei no curso na Unopar e no ano passado terminei o curso de piloto privado. Agora faço aulas de piloto comercial, que termino em junho. Depois, pretendo ser instrutor, além de buscar uma vaga em alguma companhia aérea”, completa Vinícius.Depois de quatro meses de aulas teóricas no curso de piloto privado, cada aluno é analisado por uma banca de avaliação coordenada pela ANAC. Se aprovado, ele passa a fazer a aulas práticas, totalizando 40 horas de voo e um ‘voo cheque’. Para virar piloto profissional, é necessário ainda o curso de piloto comercial e novas e rigorosas avaliações.“Também temos aulas noturnas requeridas para a aquisição do brevê. O custo é alto, e existem desistências no caminho, mas é um sonho caro que traz muitos benefícios ao piloto durante a carreira”, acrescenta o presidente Antônio Francisco Magnani.

História começou durante a guerraO Aeroclube de Londrina foi fundado em janeiro 1941, ganhou força durante a Segunda Guerra Mundial, quando os aeroclubes formavam pilotos civis que pudessem auxiliar a campanha brasileira no conflito.Com apoio do governo, os campos de aviação foram se ampliando; anos depois, transformaram-se em escolas de pilotagem. O governo cedia os aviões e ajudava a estruturar cada aeroclube. Em Londrina, a necessidade de ampliação durante a década de 1940 acompanhou a evolução de todo o Norte do Paraná.“Ouro verde”, o café reinava nas lavouras. Para que os aviões ajudassem no transporte da colheita, o aeroporto de Londrina precisou ser ampliado. Assim como o Aeroclube, o aeroporto funcionava na Aviação Velha, na zona sul. Na década de 50, membros do Aeroclube se esforçaram para ocupar o terreno já adquirido pela Prefeitura anos antes e fazer a mudança para o atual local. O aeroporto sofreu processo semelhante. O local onde fica o aeroporto era o Lote 1 da Companhia de Terras do Norte do Paraná.O professor Jonas Liasch Filho, que há 19 anos está à frente de várias disciplinas, ministrando aulas em todos os cursos do Aeroclube, além de fazer parte da diretoria, também é um apaixonado pela história do Aeroclube e, consequentemente, pela história da aviação londrinense.Ele explica que o Lote 1 era ocupado por uma colônia de japoneses, mas, com a guerra, os descendentes não reclamaram muito em deixar o local, transferindo-se para o centro da cidade, a pedido da Prefeitura.“Hoje, o aeroporto fica perto demais da cidade, mas na época não era. E a colônia japonesa deu lugar à pista que existe hoje, com os primeiros pés de café sendo arrancados por membros do Aeroclube. O aeroporto veio para este local em 1953 e a pista pavimentada foi inaugurada somente em 1956, junto com o nosso primeiro hangar”, conta Liasch.Mais detalhes podem ser conhecidos no blog mantido pelo professor: culturaaeronautica.blogspot.com.br

ACIL e Aeroclube, uma sólida parceriaAssim como a ACIL, o Aeroclube de Londrina faz parte da história da cidade. Muitos dirigentes que estiveram à frente das duas instituições viraram prefeitos, políticos importantes e responsáveis por atos que ajudaram no desenvolvimento de Londrina e região.“O Aeroclube ocupa lugar de referência na aviação brasileira. A reformulação da estrutura me chamou a atenção e o Aeroclube seguirá ajudando a elevar Londrina no cenário nacional”, afirma o presidente a ACIL, Flávio Balan.David Dequech Neto, que foi presidente do Aeroclube de 1996 a 1998, e diretor técnico no biênio 2000/02, acabou sendo presidente da ACIL de 2002 a 2004. Ele conta que na época que era estudante de Direito, era comum os jovens almejarem o curso de piloto e retirada do brevê. “Incentivado pelo meu tio Norton, fiz o curso de piloto privado e tirei o brevê. Depois os colegas sugeriram que entrasse para a diretoria, era época de buscar recursos para manter o aeroclube e foi um esforço conjunto que deu muito resultado”, conta David.Depois que o Departamento de Aviação Civil (DAC) deixou de repassar verba federal para o Aeroclube, nos anos 1980, os associados se juntaram para buscar recursos. “O Aeroclube era um dos poucos que formava pilotos observando de perto a movimentação aérea por ter o aeroporto próximo. Isso sempre foi um grande diferencial. A cidade continuou crescendo e o Aeroclube também. Fico feliz em ter feito parte dessa rica história”, diz Dequech Neto.

Antônio Francisco Magnani: “Vem gente de todas as regiões do Brasil

(em busca de formação), o que ajuda a confirmar que somos referência entre os

aeroclubes do País”

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MEIO AMBIENTE

TODO MUNDO TEM

E-LIXOO mundo virtual produz resíduos reais. Pioneira na reciclagem de produtos eletrônicos, a ONG E-Lixo planeja campanha de doações em parceria com a ACIL

maio de 2013 | www.acil.com.br38

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“VAMOS ORGANIZAR UM DIA DO DESCARTE EM PARCERIA COM A ACIL”

Alex Gonçalves, coordenador da E-Lixo

contatos com indústrias que reaproveitam plástico, vidro, placas de metal, monitores”, explica o diretor da organização. “Antes de fazer o licenciamento ambiental, precisamos ter o nome de todas as indústrias receptoras. É preciso fechar um ciclo. Tudo que é gerado precisa ter um destino.”Apesar do nome da ONG, Alex Gonçalves não gosta muito de utilizar a palavra lixo para se referir ao material com que trabalha. “A gente se acostumou a falar lixo, mas não seria esse o nome correto. Se tem valor econômico, não é lixo. Preferimos dizer resíduo.”Lixo ou resíduo, não importa o nome que se dê, o assunto faz parte do cotidiano de todos nós. “Trabalho com informática desde os 13 anos, do tempo das telas de fósforo verde, com equipamentos que custavam o mesmo que um carro”, relembra Alex. “Tive o meu primeiro celular com 18 anos. Hoje uma criança de 10 anos tem celular, câmera, MP3, i-Pad. E tudo isso terá que ser descartado um dia... Agora, a população precisa aprender o valor e a importância da destinação correta desses produtos.”Na visão do criador da E-Lixo, o lixo eletrônico em breve será como o lixo doméstico. “Você vai abrir a gaveta e encontrar três celulares, dois carregadores, um laptop, e assim por diante. As pessoas vão se acostumar ao descarte correto. Vai virar rotina.”Já é rotina para muitas empresas que procuram a E-Lixo periodicamente com doações de equipamentos. Enquanto Alex Gonçalves concedia entrevista, um caminhão, uma caminhonete e um carro de passeio estacionaram diante do barracão da ONG. Todos traziam doações.Alex Gonçalves agora pretende realizar uma parceria com a ACIL para incentivar a doação de equipamentos eletrônicos usados entre os empresários da cidade. “Vamos escolher um local de fácil acesso e pedir que as pessoas levem as doações até lá, em um sábado”, propõe. Se houver boa aceitação, a campanha do Dia do Descarte pode se tornar periódica, em diferentes locais da cidade. “Fizemos isso em Presidente Prudente e deu certo”, diz Alex.E você, que leu esta reportagem, certamente deve ter pensado nos equipamentos eletrônicos sem uso em sua casa ou empresa. Sim, todo mundo tem e-lixo.

Serviço:E-Lixo – Associação de Recicladores de Lixo Eletro-Eletrônico.

Rua Ermelindo Leão, 385. Fone: (43) 3339-0475 e 9995-1102.

www.elixo.org.br

Por Paulo Briguet

Há cinco anos, os jornais denunciavam a existência de um “lixão tecnológico” em Londrina. À margem da Estrada dos Pioneiros, as pessoas jogavam todo tipo de equipamento eletrônico em desuso, principalmente computadores. Um dia, os fiscais da Prefeitura conseguiram identificar uma empresa que havia feito descarte de computadores no local. Com medo de levar multa, os responsáveis pelo lixo eletrônico queimaram tudo e passaram um trator por cima. Virou um monte de cinza. Um desastre!O técnico em informática Alex Gonçalves acompanhou, estarrecido, as notícias sobre o tal lixão. Trabalhando com computadores desde a adolescência, Alex sempre esteve atento à questão dos resíduos da tecnologia. Ele sabia que o chamado mundo virtual gera um passivo bastante real. “Na Prefeitura me disseram que ninguém fazia recolhimento de lixo eletrônico na cidade. Foi então que tive a ideia de criar um projeto para recolher e reciclar esse tipo de material”, conta Alex. Assim nasceu a E-Lixo.No começo, vieram as equipes de reportagem. E, logo em seguida, chegou o primeiro caminhão cheio de equipamentos. Nos primeiros meses, a ONG recebia mensalmente uma média de 8 toneladas de material. Atualmente, o barracão onde funciona a E-Lixo, na Vila Portuguesa, recebe 60 toneladas por mês. “Aqui eu não compro material. Só recebemos doações”, diz Alex. “Mesmo assim, a demanda é muito grande e continua crescendo. Por isso, em breve precisaremos de um espaço maior. Se eu tivesse o dobro de espaço e saísse atrás de doações, certamente encontraria demanda.”

É tudo que vai na tomada ou tem bateria“Lixo eletrônico é tudo aquilo que vai ligado na tomada ou funciona com bateria”, define Alex Gonçalves. Mais de 80% dos equipamentos doados são computadores. Mas a E-Lixo aceita todos os materiais permitidos por lei: televisores, geladeiras, micro-ondas, eletrodomésticos, celulares, carregadores. Alguns materiais, como lâmpadas e pilhas, têm legislação específica e não entram nessa lista. “Aqui na ONG temos um licenciamento, somos obrigados a comprovar que podemos dar uma destinação aos produtos coletados.”Hoje em dia as pessoas trocam de computador com muita facilidade e rapidez. Novos modelos surgem a toda hora – e os equipamentos antigos precisam ser descartados. Quando a E-Lixo recebe uma doação, o primeiro passo é tentar o reaproveitamento do produto em sua função original. “Outro dia uma empresa doou 300 computadores usados. Todos puderam ser reaproveitados em escolas públicas da cidade”, conta Alex. “Uma creche próxima à ONG não tinha nenhum computador até meses atrás. Hoje tem cinco.” Esse trabalho – de caráter ecológico e social – já valeu amplo reconhecimento à E-Lixo, inclusive o Prêmio Nossa Gente de Londrina e o Top de Marcas em 2012.Se o equipamento não pode ser reutilizado, os sete recicladores da E-Lixo entram em ação para separar os seus componentes. “Temos

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ARTIGO

POR QUE O MARXISMO PROSPERA APENAS NAS UNIVERSIDADES?

Por Domingos Pellegrini

O marxismo, falido econômica e politicamente no mundo, prospera apenas nas universidades latinóides porque:

1) É mais fácil manter uma crença velha do que ter idéias novas2) O marxismo dá auto-apreciação heróica para pessoas medrosas3) Nas universidades se refugia gente sem capacidade de iniciativa, que é a base do capitalismo4) O marxismo é religião com culto de santos ideológicos, padrinhos políticos e compadrio de colegas, com cátedras como catedrais de teoria inútil, e só na “automania universitária essa religião pode sobreviver (automania é o privilégio de justificar todas as distorções e aberrações em nome da autonomia universitária)

5) As universidades preservam o marxismo como relíquia histórica e delícia retórica

Se você marcar todas as alternativas, acerta.

Immanuel Wallerstein abre assim seu livro Após o Liberalismo (subtítulo: Em Busca da Reconstrução do Mundo, Editora Vozes):“A destruição do Muro de Berlim e a posterior dissolução da URSS foram comemoradas como sinais da queda dos comunismos e do colapso do marxismo-leninismo como força ideológica no mundo moderno. Isso corresponde à verdade, sem dúvida. Esses acontecimentos também foram comemorados como prova do triunfo final do liberalismo como ideologia. Neste caso, estamos diante de uma interpretação absolutamente equivocada da realidade. Muito pelo contrário, aqueles acontecimentos assinalaram ainda mais o colapso do liberalismo e nosso ingresso definitivo no mundo de ‘após o liberalismo’”. Depois, ele encerra assim a introdução do livro: “Ficou para trás o tempo dos ideólogos liberais arrogantemente autoconfiantes. Os conservadores ressurgiram, após uma auto-humilhação que durou 150 anos, propondo um egoísmo impiedoso, mascarado por carolices e misticismo, como substituto ideológico. Mas essa conversa não cola mesmo. Os conservadores costumam ser presunçosos quando dominam e muito raivosos e vingativos quando ficam expostos, ou mesmo quando se acham seriamente ameaçados” (como aliás, acrescentemos, os revolucionários e esquerdosos). “Cabe a todos que foram excluídos do sistema mundial pressionar em todas as frentes. O objetivo central não é mais a tomada do poder estatal. Precisam fazer algo muito mais complicado: têm de assegurar a criação de um novo sistema histórico, agindo conjuntamente e ao mesmo tempo em nível estritamente local e precisamente global. Isto é difícil, mas não impossível.”Ou seja: enquanto os novos agentes sociais, gente querendo menos corrupção e mais efetividade dos serviços públicos e direitos humanos, protesta nas redes sociais, vai às ruas, pressiona os governos, nas universidades os dinossauros marxistas fazem seminários, tentando reproduzir sua visão de mundo baseada na luta de classes e na selvageria do capitalismo (enquanto nem uma nem outra coisa quase não existem mais. O capitalismo só é selvagem na China “marxista”, sem direitos trabalhistas e humanos, e a luta de classes fantoche só continua entre fazendeiros e MST... No resto do mundo, patrões, empregados e autônomos trabalham em parceria, cada um atendendo livremente às suas vocações).

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 41

SOCIEDADE PRODUTIVA QUER INICIATIVAS, INOVAÇÕES E OUSADIA – NÃO MARXISMO

Além da cegueira para os fatos, com as traves da ideologia sobre os olhos, os dinossauros das universidades continuam cultivando o marxismo por compadrismo. Professores que se conheceram quando usavam barbichas guevarianas, e calçavam coturnos como Fidel, e vibravam com os vietcongs, depois foram adaptando o figurino, mas as cabeças continuaram petrificadas enquanto as barrigas burguesmente cresciam. Acreditaram piamente que era propaganda ianque as denúncias de repressão, genocídio e perseguições na Rússia. Depois, quando o próprio Kruschev denunciou os crimes do stalinismo, bocejaram, afinal aquilo acontecera tão longe... Quando a Revolução Vermelha esfrangalhou a sociedade chinesa, em nome da pureza revolucionária, fizeram-se de desentendidos. Quando a propaganda não conseguiu mais disfarçar o fracasso cubano, continuaram acusando o bloqueio norte-americano, como se o resto do mundo não ajudasse aquele pobre povo com comércio e turismo, além do dinheiro enviado pelos exilados cubanos, hoje a maior fonte de renda na miséria da ilha “com saúde e educação excelentes” só para quem nunca esteve lá. Afinal, se os compadres marxistas começassem a acreditar nos fatos e a debater suas causas, acabariam em pessoal desastre duplo, deixando de ser marxistas e compadres. O máximo que admitiram foi assimilar o ecologismo, não como receita universal de vida, mas como tática de retaliação ao capitalismo, como se a China também não fosse super poluidora.

E finalmente no terceiro milênio, quando as sociedades precisam de valores para alavançar desenvolvimento social com mérito, e de técnicas para apoiar o desenvolvimento econômico sustentável, as universidades ainda abrigam setores praticamente dominados por marxistas que vivem de costas para a sociedade, a História e o futuro. A sociedade produtiva quer iniciativas, inovações e ousadia, a universidade marxista quer protecionismo, corporativismo e autonomia defendida com unhas e dentes porque suas contas, como aliás dos governos e Estados em geral, não resistiriam a um mês na vida real dos mercados e da economia que, com seus tributos, sustentam as universidades inchadas e os Estados agigantados, a cultivar sistêmica corrupção, super burocracia e hiper tributação. Até quando? Usando uma retórica marxista, pode-se dizer que a avaliação crítica, o enxugamento, o choque de produtividade e a chamada de responsabilidades são tarefas revolucionárias que a sociedade deve se impor, se quiser deixar de ser custeadora e refém dos corruptos e dos ideológicos, duas faces do mesmo monstro anti-social.

Domingos Pellegrini é escritor.

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COLUNA DA ACIL

Arco Norte é apresentado à Antonov no Rio de JaneiroUma nova reunião com projeção de futuro do projeto Arco Norte foi concretizada recentemente. O tema foi debatido entre a ACIL e a Antonov, no dia 10 de abril, no Rio de Janeiro. Representantes da Associação Comercial, entre eles o presidente Flávio Montenegro Balan, e o consultor Marcelo Mafra, tiveram a oportunidade de apresentar o conceito do projeto ao chefe de expansão da empresa ucraniana, Viktor Konarev. A Antonov é uma companhia estatal especializada em projetar e construir aeronaves cargueiras, notadamente aviões de grande porte. Em 2009, quando o assunto foi tratado pela primeira vez entre as lideranças, os empresários da ucrânia sinalizaram o interesse pelo Arco Norte e informaram que aguardariam por uma definição mais objetiva do projeto. “Nós vendemos o Arco Norte como sendo um potencial câmbio logístico internacional. A empresa tem a intenção de ter uma operação industrial no Brasil, trabalhar inicialmente com aviões de pequeno e médio porte e estão buscando parceiros. Então apresentamos a proposta do Arco Norte como sendo um local adequado para uma indústria de base aérea”, explica Marcelo Mafra. Um dos principais argumentos utilizados para exaltar o Arco Norte foi a localização estratégica de Londrina dentro do mercado brasileiro, já que 70% do PIB e consumo nacional se concentram nas regiões sul e sudeste. “Outro aspecto é que se trata de um equipamento que vai ser projetado com as necessidades mais modernas da atualidade e ser um equipamento logístico. Isso cria eficiência”, justifica o consultor. Aliás, sobram características positivas quando o referencial é Londrina. A cidade de médio porte possui qualidade elevada, custo extremamente competitivo, diferencial de mão de obra, além dos recursos naturais, não tão caros como nos grandes centros.

Segundo Marcelo Mafra, além de oferecer um espaço, o grupo que viajou ao Rio de Janeiro também teve o propósito de promover o desenvolvimento e colaborar com a busca de parceiros internacionais para atender às expectativas da Antonov. “Houve um entendimento de ambas as partes e o indicativo da possibilidade de uma parceria com o Paraná, em particular com Londrina”, acrescentou. O próximo passo para fortalecer e oficializar o diálogo é a formulação de um documento que apresente todas essas definições. “Vamos oficializar a comunicação propondo à empresa as nossas intenções para dar início ao trâmite”, revelou Marcelo Mafra.

Darci Piana recebe homenagem na ACIL

O presidente do Sistema Fecomércio Paraná, Darci Piana, visitou Londrina no mês de abril e recebeu uma homenagem especial na ACIL. Dois assuntos principais o trouxeram à cidade: as obras de restauração do antigo Cadeião da Rua Sergipe (que será transformado em um centro cultural do Sesc) e a unidade que o Sesc pretende instalar nos Cinco Conjuntos, perto do Hospital da Zona Norte, em terreno cedido pela Cohab-LD (Companhia de Habitação de Londrina). O Sistema Fecomércio vai investir R$ 36 milhões na cidade. Segundo Darci Piana, a nova unidade do Senac na Zona Norte vai oferecer cursos técnicos gratuitos à comunidade da região e atenderá diariamente a 2,6 mil alunos. A previsão é que as obras do Senac Zona Norte – que

incluem escola, refeitório, laboratório, ginásio de esportes e administração – tenham início no mês de agosto. Na ACIL, Darci Piana foi recebido pelo presidente Flávio Montenegro Balan e por diretores da entidade. Ele foi presenteado com uma placa de “homenagem ao empreendedor cívico” e discutiu assuntos relacionados ao comércio local.

Convenção da Faciap promove “associativismo de resultados”

No dia 25 de abril, o presidente da ACIL e vice-presidente da Faciap, Flávio Montenegro Balan, participou da Convenção Regional da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná (Faciap). O evento, coordenado pelo presidente da Faciap, Rainer Zielasko, teve a presença de lideranças empresariais das associações ligadas às Coordenadorias das Associações Comerciais e Industriais do Norte e Noroeste do Paraná, Cacinor e Cacinpar. O tema do encontro foi “Associativismo de resultados”. Na abertura do encontro, Rainer Zielasko, destacou que as ações da Federação vêm fortalecendo todo o Sistema Associativista no âmbito dos produtos e serviços, além da atuação institucional. “Estamos agora em uma fase excelente, com treinamento de agentes de microcrédito, apoio a questões como a criação do TRF do Paraná, o repúdio à PEC 37, dentre outras. A presença nos municípios do interior fortalece ainda mais o Associativismo”, afirmou.

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As empresas de Londrina fazem do Paraná um estado forte, com economia dinâmica e sólida gerando riquezas para todo o país.

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